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EM.10.LP.3.23.6.

P-1819

LP Leitura e
Sequência Didática do Professor
Campo artístico-literário
Interpretação

Ensino Médio
Gêneros Poéticos: poema visual,
cordel e slam

Habilidades
FOCO
(EM13LP01) Relacionar o texto, tanto na
produção como na leitura/ escuta, com
suas condições de produção e seu contexto
sócio-histórico de circulação (leitor/audiên-
cia previstos, objetivos, pontos de vista e
perspectivas, papel social do autor, época,
gênero do discurso etc.), de forma a ampliar
as possibilidades de construção de sentidos
e de análise crítica e produzir textos adequa-
dos a diferentes situações.
(EM13LP49)Perceber as peculiaridades es-
truturais e estilísticas de diferentes gêneros
literários (a apreensão pessoal do cotidiano
nas crônicas, a manifestação livre e subjeti-
va do eu lírico diante do mundo nos poemas,
a múltipla perspectiva da vida humana e
social dos romances, a dimensão política e
social de textos da literatura marginal e da
periferia etc.) para experimentar os diferen-
tes ângulos de apreensão do indivíduo e do
mundo pela literatura.

Habilidades
RELACIONADAS
EM13LP03, EM13LP10 e EM13LP46.
HABILIDADES RELACIONADAS/ • EM13LP10 Analisar o fenôme-
BNCC: no da variação linguística, em
• EM13LP46 Compartilhar sentidos seus diferentes níveis (variações
construídos na leitura/escuta de fonético-fonológica, lexical,
textos literários, percebendo dife- sintática, semântica e estilístico-
renças e eventuais tensões entre -pragmática) e em suas diferentes
as formas pessoais e as coletivas dimensões (regional, histórica,
de apreensão desses textos, para social, situacional, ocupacional,
exercitar o diálogo cultural e agu- etária etc.), de forma a ampliar a
çar a perspectiva crítica. compreensão sobre a natureza
viva e dinâmica da língua e sobre
• EM13LP03 Analisar relações de o fenômeno da constituição de
intertextualidade e interdiscursivi- variedades linguísticas de prestígio
dade que permitam a explicitação e estigmatizadas, e a fundamentar
de relações dialógicas, a identifi- o respeito às variedades linguís-
cação de posicionamentos ou de ticas e o combate a preconceitos
perspectivas, a compreensão de linguísticos.
paráfrases, paródias e estilizações,
entre outras possibilidades.
LP Campo artístico-literário
Gêneros Poéticos: poema visual, cordel e slam
Leitura e
Interpretação

Ensino Médio

Orientação ao
PROFESSOR
Ponto de
PARTIDA 1ª SÉRIE

DE OLHO NA BNCC
Você deve conhecer, provavelmente, muitos poemas de diferentes tipos,
épocas e autores. CAMPO ARTÍSTICO-LITERÁRIO Neste
campo, trata-se, principalmente, de
Quem sabe diz levar os estudantes a ampliar seu
Vamos debater um pouco sobre esse gênero literário, pensando nas questões repertório de leituras e selecionar obras
a seguir: significativas para si, conseguindo
apreender os níveis de leitura presen-
1. Com base nas suas leituras e repertório, defina o que é um poema.
tes nos textos e os discursos subja-
2. Todo poema segue uma mesma fórmula? centes de seus autores. A prática da
3. Como são os poemas que você conhece? O que eles têm em comum? leitura literária, assim como de outras
linguagens, deve ser capaz também
4. Onde podemos encontrar poemas para ler? de resgatar a historicidade dos textos:
5. Com que finalidade os poemas são escritos? produção, circulação e recepção das
obras literárias, em um entrecruzamen-
6. Quais temas podem ser tratados nos poemas?
to de diálogos (entre obras, leitores,
7. Quem são os autores de poemas? Para quem os autores escrevem? tempos históricos) e em seus movi-
mentos de manutenção da tradição e
de ruptura, suas tensões entre códigos
Hoje vamos explorar diversos gêneros poéticos e suas particularidades! Apren- estéticos e seus modos de apreensão
deremos mais sobre o poema, poema visual, ciberpoemas, cordel, poema proces- da realidade. Espera-se que os leitores/
so e slam! Você vai ler a seguir um trecho do poema “Profissão de Fé”, escrito por fruidores possam também reconhecer
Olavo Bilac em 1884, pensando nas questões que acabamos de discutir. na arte formas de crítica cultural e po-
lítica, uma vez que toda obra expressa,
inevitavelmente, uma visão de mundo e
uma forma de conhecimento, por meio
de sua construção estética. (BRASIL,
2017, p. 523)

INTRODUÇÃO
Professor, o objetivo do Ponto de
Partida é levantar os conhecimen-
tos prévios dos alunos (de mundo,
textuais e linguísticos) a respeito do
gênero poema, introduzindo um dos
temas da Sequência Didática. As
atividades nesta SD partem de um
poema que se pretende modelo má-
ximo de poesia segundo os critérios

Sequência Didática | Língua Portuguesa | Leitura e Interpretação de Textos | Generos Poéticos | Leitura de Poema 3
Orientação ao
PROFESSOR Profissão de Fé

Torce, aprimora, alteia, lima


parnasianos (no caso, “Profissão de
Fé”), para então trabalharmos com A frase; e, enfim,
outras formas de poema, demons- No verso de ouro engasta a rima,
trando ao aluno que a poesia não
está necessariamente atrelada a Como um rubim.
uma única forma ou procedimento
específico.
Quero que a estrofe cristalina,
Neste primeiro momento, as
Dobrada ao jeito
questões sugeridas devem ser
usadas para um debate em sala de De ourives, saia da oficina
aula, que visa trabalhar a habilidade
Sem um defeito:
EM13LP49. Aproveite o poema
de Olavo Bilac para encaminhar a [...]
análise do contexto de produção Assim procedo. Minha pena
e circulação do texto, bem como
Segue esta norma,
de questões sobre a construção
composicional (métrica, versos e Por te servir, Deusa serena,
estrofes) e estilo (recursos rítmicos
Serena Forma!
e semânticos) do gênero poema.
[...]
Atividade 1

Professor(a), visando trabalhar


Olavo Bilac, publicado no livro Poesias, 1888
a habilidade EM13LP46 neste
primeiro momento, sugere-se, após
a leitura, perguntar aos alunos o que
acharam do texto e por quê. Feito
isso, as questões propostas devem
?
encaminhar a discussão com a Você
turma e o processo de leitura inicial SABIA? As palavras poema e poesia têm origem no verbo grego
do texto, a fim de trabalhar aspec- "poiein" que significa fazer, criar, compor. A diferença entre
tos das habilidades EM13LP01 e poema e poesia pode ser vista assim: todo poema contém
EM13LP46. Durante a discussão, é poesia, mas nem tudo que tem poesia é poema. A poesia é a arte, uma
importante você confrontar as im- linguagem que desperta o belo, algo que inspira ou suscita emoções, e
pressões pessoais dos alunos entre pode não só estar presente em um poema, como também em um quadro,
si e coletivamente, a fim de ampliar escultura, um espetáculo de dança ou teatro, uma fotografia e até mesmo
as possibilidades de apreensão dos o pôr do sol. O poema, por sua vez, é um texto que emprega a linguagem
sentidos no texto, fazendo pergun- poética através de versos.
tas como: o que você entendeu
nesse trecho? Por quê? E você,
entendeu a mesma coisa? Todo
mundo percebeu isso também? Ou
alguém pensa diferente? Por quê?
Eis as respostas esperadas:
Atividade 1
1. O poema trata de narrar uma
cena de atravancamento de Muitas vezes um texto poético apresenta camadas de interpretação que
uma carroça nos trilhos de um partem do superficial ao mais profundo. O poema que vamos ler agora foi publi-
bonde; cado por Oswald de Andrade em 1925, sob o título “Pobre alimária”. O que você
espera encontrar nesse poema?

4
Vocabulário
Pobre alimária
Alimária: Animal irracional.
O cavalo e a carroça
Boleia: Assento de cocheiro.
Estavam atravancados no trilho Lesto: Ágil, ligeiro; rápido.
E como o motorneiro se impacientasse Motorneiro: Indivíduo que dirige
veículos elétricos de transporte
Porque levava os advogados para os escritórios de passageiros.
Desatravancaram o veículo
E o animal disparou
Orientação ao
Mas o lesto carroceiro
PROFESSOR
Trepou na boleia
E castigou o fugitivo atrelado
2. Quem escreveu o poema foi o
Com um grandioso chicote
poeta Oswald de Andrade;
3. O poema foi publicado em 1925
no livro Pau-Brasil;
4. O poema se passa provavel-
Oswald de Andrade, publicado no livro Pau-Brasil, 1925 mente no início do século XX,
pois descreve uma cidade em
Agora que já lemos o poema vamos, junte-se com seu colega para discutir e processo de modernização, com
responder a algumas questões: trilhos, bonde, mas ainda onde
1. Do que trata o poema? há carroças;
5. Enquanto o poema “Profissão de
Fé” apresenta métrica, ritmo e
2. Quem escreveu o poema? rima; o poema “Pobre alimária”
não apresenta esses elementos;
6. O texto é escrito dessa forma para
3. Quando e em que contexto o poema foi escrito? desafiar o estilo tradicional e con-
servador de escrita da época;
7. Como todo poema, esse texto foi
4. Em que época as ações do poema se passam? Por quê? escrito com a finalidade de ex-
pressar uma visão de mundo de
sua época. Além disso, o eu lírico
também narra uma história.
8. Sim, os sons de “t” e “r”, como tra,
5. Quais diferenças você observa entre este e o poema anterior?
tre e tri. A relação com o tema é
reforçar a ideia da carroça atra-
vancada nos trilhos, deixando
as palavras do poema “travadas”
6. Por que o poema foi escrito dessa forma? como a carroça;
Professor, como sugestão. Ao final
da atividade, aproveite para aprofun-
7. Para que esse texto foi escrito? dar a leitura do poema com a turma,
pois ele é uma metáfora ou síntese
do Brasil em contradições, entre o
passado agrário, representado pelo
cavalo, carroça e carroceiro, e pre-
8. Algum som se repete no poema? Qual é a relação dele com o tema? sente o moderno, representado pelo
bonde, advogados, escritórios e mo-
torneiro, coexistindo tensamente.

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Orientação ao ?
PROFESSOR
Você
SABIA? Oswald de Andrade (1890-1954) foi um dos grandes repre-
sentantes da estética modernista. O escritor buscou se
desvencilhar das amarras da tradição literária numa escrita
Atividade 2 livre de formalismos, utilizando-se de coloquialismos e estrangeirismo.
Diversos poemas seus traziam uma indagação e reflexão crítica sobre o
Professor, a atividade apresenta que vem a ser o Brasil e o brasileiro. É importante lembrar, contudo, que
um poema visual, representan- Oswald é apenas mais um numa extensa leva de artistas como Anita
do o movimento concretista bra- Malfatti, Victor Brecheret, Di Cavalcanti, Vila-Lobos, Mário de Andrade,
sileiro. As questões propostas Oswald de Andrade, Manuel Bandeira entre
visam trabalhar as habilidades outros (pintores, escultores, músicos e poe-
EM13LP01 e EM13LP49. Refe- tas), que defendiam um novo ponto de vista
estético e composicional e o compromisso
rente as respostas esperadas:
com a independência cultural do país. A esse
1. Quem escreveu o poema foi movimento artístico, que procurou criticar e
o poeta Ronaldo Azeredo; inovar as estruturas das velhas gerações e
2. O poema foi escrito em penetrar mais a fundo na realidade brasileira,
deu-se o nome de Modernismo.
1958, dentro do chamado
movimento concretista;
Quadro modernista de Tarsila do Amaral, “Abaporu”, que em tupi-guarani significa o “homem
3. O poema é escrito dessa
que come gente”, uma referência à prática da antropofagia.
forma pois procura explorar
outros elementos que não
sejam apenas a palavra,
mas a visualidade;
Disponível em: https://cdn.culturagenial.com/imagens/abaporu-2-cke.jpg Acesso em março de 2019.
4. É possível ler as palavras
“rua” e “sol”;
5. A palavra que se desloca é Atividade 2
a palavra “sol”, movimen-
tando-se de forma diagonal O visual na poesia pode ser explorado de diversas maneiras para além do
para a esquerda; sentido das palavras, das figuras de linguagens ou dos jogos de palavras. Leia o
6. Esse deslocamento sugere poema “rua sol”, de Ronaldo Azeredo.
o movimento do pôr-do-sol
(ou anoitecer);
7. A ausência do sol no último
verso sugere a chegada da
noite pois não há mais sol;
8. O “S” no final do último verso
sugere um novo nascer do
sol, onde a palavra “sol” co-
meça a aparecer novamente
sendo sugerida pela letra “S”.
Ronaldo Azeredo, “rua sol”, divulgado em 1958.

1 Quem escreveu o poema?

2 Quando e em que contexto o poema foi escrito?

6
3 Considerando os poemas que já lemos, por que esse poema é escrito dessa forma?

4 Que palavras você consegue ler no conjunto de letras do poema?

5 O poema apresenta o deslocamento de uma palavra específica. Que palavra é essa? Que movimento é feito por essa
palavra?

6 O que esse deslocamento sugere?

7 O que a ausência da palavra “sol” no último verso pode sugerir? Por quê?

8 O que a letra “S” no final do último verso sugere?

?
Você
SABIA? O poema que acabamos de ler foi escrito por Ronaldo Azeredo (1937-2006), um importan-
te poeta concretista brasileiro. Mas o que é um poeta concretista? O título é oriundo do
movimento concretista ou Concretismo. Trata-se de um movimento artístico que surgiu no
início do século XX e que propunha, de modo geral, uma exploração particular de uma estética visual para
seus poemas, assim nasce o poema concreto. Mas é importante destacar que não foram os concretistas
os primeiros a explorar a visualidade nos poemas. Desde a Grécia Antiga, já existem registros de calí-
gramas – poemas figurativos que formam imagens relacionadas com o conteúdo de seu texto – no caso
abaixo, temos o poema “O Ovo”, datado por volta de 300 a.C., do poeta grego Simias de Rodas:

Poema “O Ovo”, 300 a.C., Simias de Rodas e ao lado um ovo para comparação.
Disponível em: www.iqe.org.br/surl/?f356a7 Acesso em março de 2019.

Assim, podemos dizer que a visualidade na poesia não está atrelada a um único movimento ou época.

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Orientação ao Atividade 3
PROFESSOR
Certamente, você já leu ou ouviu falar de Literatura de Cordel, não é? Mas
você sabe de onde vem esse gênero textual? Conhece algum autor ou texto de
cordel? O que esses textos têm de diferentes se compararmos com as demais
poesias vistas aqui? Por que se chamam “cordel”?
Atividade 3

Professor, esta atividade, além de ?


contextualizar o gênero, visa traba-
lhar as peculiaridades composicio- Você
nais e estilísticas do cordel, a fim de SABIA? A Literatura de Cordel é um gênero literário reconhecido
contemplar a habilidade EM13LP49. como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro. Seu nome
Como trabalharemos mais a frente – cordel – não se referia, em um primeiro momento, ao
com metrificação e rima, talvez texto em si, mas ao modo como os livros deste gênero eram expostos
seja interessante retomar o assun- ao público: pendurados em barbantes numa espécie de varal. É um
to junto à classe depois de termi- gênero marcado pela oralidade que além de nos divertir também tem
nada a leitura do poema e antes fins moralizantes. Como alguns de seus representantes, podemos citar
de resolvermos as questões. Você Antônio Gonçalves da Silva, o Patativa do Assaré, Aderaldo Ferreira de
pode, por exemplo, fazer junto com Araújo, o Cego Aderaldo ou então Leandro Gomes de Barros. Este último
a turma a contagem de versos por foi uma das inspirações para o renomado escritor Ariano Suassuna es-
estrofe e apresentar (se não conhe- crever a obra “O Auto da Compadecida”, influenciado por seus cordéis.
cerem) o método de contagem de
sílabas poéticas (escanção) – no
caso dos versos, são redondilhas
Uma das características marcantes dos cordéis são também suas xilogra-
maiores – e esquema de rimas.
vuras que enfeitam a capa dos livretos. Veja:
Referente às repostas:
1. Os trechos recortados narram
a astúcia de um homem pobre
em criar uma história de que seu
cavalo defecava dinheiro;
2. Quem escreveu o cordel foi Lean-
dro Gomes de Barros;
3. O cordel foi escrito entre o final do
século XIX e início do século XX;
4. Provavelmente, o cordel foi escri-
to para contar uma história por
meio de estrofes, versos e rimas,
expressando também uma visão

Fora da Estante
Se você
quiser saber Capa do cordel “O Cavalo que Defecava Dinheiro”, com desenho que utiliza a
mais sobre a Literatura de Cor- técnica de xilogravura, típica no gênero.
del, acesse o site da Academia
Brasileira de Literatura de Cor-
Disponível em: www.iqe.org.br/surl/?b43add
del http://www.ablc.com.br. Lá Acesso em março de 2019.
você encontrará xilogravuras,
informações históricas, rela-
ção de cordelistas renomados Vamos ler um trecho do cordel que inspirou Suassuna no seu ofício de escri-
e diversos cordéis para ler! tor! Trata-se do cordel “O cavalo que defecava dinheiro”, escrito pelo cordelista
Leandro Gomes de Barros, entre o final do século XIX e início do século XX:

8
Orientação ao
O CAVALO QUE DEFECAVA Disse o pobre à mulher:
PROFESSOR
DINHEIRO
– Como havemos de passar?
Na cidade de Macaé O cavalo é magro e velho de mundo;
Antigamente existia Não pode mais trabalhar 5. O cordel segue uma forma es-
Um duque velho invejoso Vamos inventar um “quengo” pecífica, assim como os demais
tipos de poemas que vimos
Que nada o satisfazia Pra ver se o querem comprar.
hoje seguem a depender do seu
Desejava possuir estilo;
Todo objeto que via Foi na venda e de lá trouxe 6. Este cordel apresenta seis versos
Três moedas de cruzado por estrofe;

Esse duque era compadre Sem dizer nada a ninguém 7. Este cordel apresenta versos de sete
sílabas poéticas (redondilha maior);
De um pobre muito atrasado Para não ser censurado
8. Em cada estrofe o cordel apresenta
Que morava em sua terra No fiofó do cavalo
rimas no final dos versos 2, 4 e 6.
Num rancho todo estragado Foi o dinheiro guardado
Professor, se a princípio, a partir dos
Sustentava seus filhinhos trechos recortados para a atividade,
Na vida de alugado. Do fiofó do cavalo o cordel parecia narrar apenas uma
história, vendo o vídeo, percebemos
Ele fez um mealheiro
que o texto também tem um fundo
Se vendo o compadre pobre Saiu dizendo: - Sou rico! moralizante (característica do
Naquela vida privada Inda mais que um fazendeiro, gênero), onde procura-se mostrar o
mal em ser ganancioso. É impor-
Foi trabalhar nos engenhos Porque possuo o cavalo
tante lembrar que o vídeo se trata
Longe da sua morada Que só defeca dinheiro. de uma adaptação da obra original
Na volta trouxe um cavalo [...] (pois ocorre a omissão de diversas
estrofes e até a mudança de alguns
Que não servia pra nada Leandro Gomes de Barros, O Cavalo que Defecava
versos ao final do texto).
Dinheiro, s.d.

Então, você gostou do início do cordel? O que será que vai acontecer depois dessa cena? Por que você acha que o com-
padre pobre fez aquilo com o cavalo? Consegue imaginar o que ele pretende fazer? Quais são as intenções dele?
Vamos conferir juntos a continuação dessa história em forma de vídeo e debater nossas impressões!?
“O cavalo que defecava dinheiro - animação em cordel”

Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=7tAOTbO-TSc
Acesso em março de 2019

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1. Do que trata o trecho do cordel lido?

2. Quem escreveu o cordel?


?
Você
SABIA?
3. Quando e em que contexto o cordel foi escrito?

Leandro Gomes de Barros (1865-1918) é considerado


um dos maiores poetas da Literatura de Cordel e autor
4. Para que esse texto foi escrito? de uma vasta obra com centenas de cordéis assinados.
Verdadeiro poeta popular, vivia com a renda da venda
de suas histórias rimadas onde versejava sobre diver-
sos temas, utilizando largamente o humor.

?
Você
SABIA? Todo cordel obedece a um esquema
de estrofe e métrica específica, mas
não único. A depender do cordel
teremos estrofes de quatro até dez versos. Também,
a métrica dos versos pode variar de quatro sílabas
poéticas até quinze. As rimas, por sua vez, geralmen-
te obedecem a um esquema específico dependendo
da métrica de sua estrofe.

5. Por que esse texto é escrito dessa forma?

Xilogravura do poeta Leandro Gomes de Barros.

6. Quantos versos cada estrofe do cordel apresenta?

7. Quantas sílabas poéticas o cordel apresenta em seus


versos?

8. Qual é o esquema de rima apresentado pelo cordel?

10
Atividade 4 Orientação ao
PROFESSOR
Vamos ler agora um trecho do cordel “O Linguajar Cearense é por Demais
Arretado”, do cordelista Francinilto Almeida, publicado em 2012.
O que você espera ler em um cordel com esse título? Vamos conferir!
Atividade 4

Professor, nessa atividade voltamos


a abordar não apenas a questão
composicional e estilística, como
O LINGUAJAR CEARENSE também o fenômeno da variação
É POR DEMAIS ARRETADO linguística, trabalhando assim as ha-
7.
bilidades EM13L049 e EM13LP10.
1. “Arre égua” aqui se diz Referente às respostas esperadas:
Agora que me debruço Num susto, de supetão. 1. O cordel busca abordar o que
Sobre um texto elaborado “Acunhar” é chegar junto, o autor chama de “linguajar
cearense”;
Por nosso Zé do Jati Apertar com impulsão
2. O cordel foi escrito por Francinilto
Sujeito já afamado E também “abufelar” Almeida e publicado em 2012;
Quero que reflita e pense: Embora seja agarrar 3. O texto foi escrito para expressar
“O linguajar cearense Com pouco mais de agressão. uma visão de mundo do poeta
sobre o “linguajar cearense”;
É por demais arretado”. 8.
4. Provavelmente, o cordel se dirige
[...] “Arrudiar” é dar volta ao público-leitor não cearense,
5. “Alpercata” é um chinelo ensinando-o e instruindo-o sobre
o linguajar da região;
Eu fiz essa explanação “Apetrechada” é bonita
5. As palavras estão entre aspas
Para ser mais convincente No masculino é ser belo
para indicar que se tratam de
Pois o cearense cria “Aí deento” eu não direi regionalismos;
Indiscriminadamente Por tudo que eu estudei 6. Cada estrofe do cordel apresenta
sete versos;
Num jato vêm expressões Não fica bem a um donzelo.
7. O cordel apresenta versos de sete
Piadas aos borbotões [...]
sílabas poéticas;
Divertindo toda gente. 10. 8. Em cada estrofe, o poema
6. As “oiças” são os ouvidos apresenta rimas no final dos
versos 2, 4 e 7; e rimas no final dos
Então vamos conferir “Dar o grau” é acabamento
versos 5 e 6.
O que tenho comentado E “só o mi disbuiado”
É possível também ouvir o cordel na in-
Pro sujeito que tem sorte Eis o mesmo seguimento. tegra e pela voz de seu próprio criador
Quando “só quer ser as pregas” através do link:
Ele é mesmo um “abortado”
www.iqe.org.br/surl/?720059
Agora quem perde o rumo Isso se dá nas refregas:
Até chegar a seu prumo É orgulho e fingimento.
Por certo está “ariado”. [...]

Francinilto Almeida, O Linguajar Cearense é por Demais Arretado, 2012. Disponível em: http://
literaturadecordelfrancinilto.blogspot.com/p/o-linguajar-cearense-e-por-demais.html

Sequência Didática | Língua Portuguesa | Leitura e Interpretação de Textos | Generos Poéticos | Leitura de Poema 11
1. Do que trata o cordel?

2. Quem escreveu o cordel e quando este foi publicado?

3. Por que esse cordel foi escrito?

4. Para quem esse cordel foi escrito?

5. Por que existem palavras entre aspas no cordel e o que elas expressam?

6. Quantos versos cada estrofe do cordel apresenta?

7. Quantas sílabas poéticas o cordel apresenta?

8. Qual é o esquema de rima apresentado pelo cordel?

12
Atividade 5 Orientação ao
PROFESSOR
Vamos ler o poema a seguir e discuti-lo juntos:
Atividade 5

Professor, é importante começar


a atividade procurando saber a
opinião da turma sobre o que foi
lido, se compreenderam e se
gostaram ou não, compartilhando
os sentidos construídos na leitura
do texto (EM13LP46) para então
avançarmos. As questões a seguir
trabalharão as peculiaridades
composicionais e estilísticas,
contemplando a habilidade foco
EM13LP49. É interessante que cada
item seja explorado conjuntamente
com a turma, para depois as duplas
(organizadas de maneira produtiva)
discutirem e responderem às ques-
tões. Eis as repostas esperadas:
1. O título do poema é “Fome” e
provavelmente deve discutir suas
causas ou consequências;
2. Quem escreveu o poema foi José
de Arimathea Soares Carvalho;
3. Essa versão do poema foi publi-
cada em 1972;
4. O poema é escrito dessa
forma a fim de explorar a
visualidade e permitir ou de-
safiar a participação do leitor
na construção de sentido;
5. Questão para leitura – pergun-
te à turma a tradução de cada
símbolo;
6. Questão para leitura e interpre-
José de Arimathea Soares Carvalho, “Fome”, 1972. Link da imagem tação – procure questionar os
http://rapaduracult.blogspot.com/2011/09/poema-processo.html
alunos se conseguem visualizar
onde está o verdadeiro poema;
7. O verdadeiro poema está na co-
Estranho? Maluco? Diferente? O que você achou e entendeu desse poema?
luna da esquerda. A leitura seria
Junte-se com seu colega para discutir e responder às questões propostas. uma de cima para baixo.
1. Qual é o título do poema? Por que você acha que ele tem esse título? 8. O poema trabalha com a sobre-
posição de símbolos, mostrando
que no princípio existe o mundo;
este mundo é ocupado pelo
2. Quem escreveu o poema? homem; o homem é tomado pela
fome que cresce e finalmente
domina homem e o mundo,
provocando a morte.

Sequência Didática | Língua Portuguesa | Leitura e Interpretação de Textos | Generos Poéticos | Leitura de Poema 13
3. Quando e em que contexto o poema foi escrito?
Orientação ao
PROFESSOR

Atividade 6 4. Por que esse texto é escrito dessa forma? Que efeito isso tem?

Professor, a atividade busca


contemplar a seguinte habilidade
foco: EM13LP49. Trata-se de
uma atividade oral de análise em 5. Alguns símbolos parecem fornecer pistas para que possamos traduzi-los, à
conjunto com a turma. O intuito é direita do poema. Identifique esses símbolos e seus respectivos significados.
que seja uma atividade leve, aber- (Responder oralmente)
ta a discussões e interpretações 6. Novos símbolos são criados à esquerda, a partir da união dos símbolos que já
por parte dos alunos, mas que vimos. Você consegue traduzir esses novos símbolos? (Responder oralmente)
também expanda a visão de mun-
do deles sobre as possibilidades 7. Refletindo sobre os itens 5 e 6, onde estaria o verdadeiro poema? Como o
de existir poesia na tecnologia. leríamos?
Pergunte a opinião deles sobre
os poemas, se gostaram ou não e
por quê. No decorrer da atividade
é interessante que as respostas
8. Agora que já deciframos e lemos seus símbolos, sobre o que o poema trata?
das questões sejam escritas na
lousa, para uma melhor visualiza-
ção da turma quanto aos aspec-
tos formais dos vídeo-poemas.
Referente às respostas:
1. O professor deve abrir um
debate em sala para que os
alunos apontem as diferenças ?
entre a versão impressa e digital
enquanto anota as observações Você
SABIA? "O poema processo foi um movimento artístico de
da sala; A versão digital traz vanguarda que ocorreu no Brasil entre 1967 a 1972, em
sonoridade, cores e movimento plena Ditadura Militar. Foi fundado por diversos poetas
ao poema; dos quais se destacam: Wlademir Dias Pino, Moacy Cirne, Neide de Sá e
2. O tema do poema é uma explo- Álvaro de Sá.
são. É possível formar com as Com um espírito revolucionário, esse movimento inovou os poemas
letras soltas a palavra “poema” e visuais, já explorados anteriormente pelo movimento concretista.
“bomba”. Além disso, a desfigu-
ração das letras é proposital tor- Assim, enquanto na poesia concreta as palavras eram as principais
nando-as muito parecidas (p/b, ferramentas, o poema processo vem empregar, além delas, elementos
m, e, a, o): essa desfiguração não verbais, como símbolos, figuras geométricas, perfurações no papel
remete a um objeto que sofre e gráficos; extrapolando, portanto, os limites do poema e convidando o
uma explosão. Por fim, o próprio leitor para o processo de construção de sentido."
movimento das letras e as cores
ao fundo da tela remetem aos
movimentos e cores de uma
Disponível em: https://www.todamateria.com.br/o-poema-processo/ Acesso em março de 2019.
explosão;
3. Existem três recursos fonéticos
Atividade 6

Alguns poetas procuraram acrescentar novas sensações a sua poesia através


da tecnologia. Vamos ler a seguir o poema visual “Bomba” de Augusto de Cam-
pos e em seguida sua versão em vídeo.

14
Versão Impressa:
Orientação ao
PROFESSOR

claros no vídeo: a) o som de um


borbulhar intermitente como
se algo estivesse a ferver; b)
uma música que transmite uma
sensação de aflição; c) o uso de
oclusivas /p/ e /b/ bem desta-
cadas pelo poeta que declama o
poema, fazendo alusão ao baru-
lho de uma explosão (“boom!”).
4. As palavras são: dentro, de,
entro, sem e centro. (é interes-
sante mostrar para a turma que
se trata de um jogo de palavras
onde soma-se “de+entro” para se
criar “dentro”; “sem+entro” para
se formar “centro”;
Disponível em www.iqe.org.br/surl/?1ffcf6 Acesso em março de 2019.
5. A palavra mostrada na tela é
“dentro”, ela faz um movimento
convexo;
6. No fundo do poema o poeta
Versão Digital: nos mostra a gravação de uma
https://www.youtube.com/watch?v=h3gzuQ-3R94
endoscopia;
7. Trata-se de um jogo entre pala-
vras e imagem: enquanto o poeta
1. Compare as duas versões acima. O que a versão digital traz de inovador?
navega cada vez mais dentro de
2. Considerando o título do poema e seu conteúdo, qual o tema do poema? si com o aparelho de endoscopia,
Justifique. a palavra dentro salta-lhe para
fora em uma sucessão de “den-
3. Considerando os aspectos sonoros do vídeo, você conseguiria identificar
tros” que vem de dentro, surgindo
recursos fonéticos que potencializem os sentidos no texto?
um novo “dentro”; uma metáfora
• Vamos agora assistir a um vídeo-poema intitulado “Dentro” de Arnaldo sobre a exteriorização daquilo que
Antunes. Pelo título, o que você espera encontrar? nos é íntimo, interno;
8. É possível ver os dentes, a boca,
a língua, garganta, esôfago, pre-
gas vocais (onde são pronuncia-
das as palavras), estômago...;
9. Uma possível relação é que o
vídeo-poema exibe o interior de
uma pessoa (seu aparelho diges-
tório), chegando até o estômago
vazio, que remete à fome, tema
do poema anterior.

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=PLgGhrf9NMc


Acesso em março de 2019

Sequência Didática | Língua Portuguesa | Leitura e Interpretação de Textos | Generos Poéticos | Leitura de Poema 15
4. Uma série de palavras são declamadas pelo poeta. Quais são elas?
Orientação ao
PROFESSOR 5. Que palavra nos é mostrada na tela e que tipo de movimento ela faz?
6. O que nos é mostrado ao fundo do poema?
7. Que relação você enxerga entre o movimento da palavra na tela e o filme ao
fundo?
Atividade 7
8. Que imagem aparece no vídeo? Quais partes do corpo podemos enxergar?

Professor, a atividade tem o 9. Você enxerga alguma relação desse vídeo-poema com o poema-código lido
objetivo de contextualizar e na atividade anterior? Qual?
trabalhar o gênero poético
slam, importante manifestação
artística e política, nascida na Atividade 7
cultura do hip hop presente nas
periferias e centros das grandes Até agora vimos uma série de poemas, mas existe um tipo muito especial que
cidades brasileiras. A matéria ainda não vimos. Trata-se da poesia slam! Você conhece? Sabe como do que se
de jornal visa contextualizar o trata? Já assistiu a alguma performance desse tipo? Sabe em que contexto o
gênero e dar subsídios para os slam é muito popular?
alunos no debate sobre o gêne-
ro e nas respostas às questões
propostas, que têm o objetivo
de trabalhar aspectos das habi- ?
lidades EM13LP01, EM13LP49,
Você
EM13LP46, EM13LP10. SABIA? Para conhecermos mais a respeito desse gênero poéti-
Professor, as perguntas são co, o slam, vamos ler a matéria abaixo, publicada no site
uma sugestão para encaminhar do Nexo Jornal.
a discussão com a turma e
podem ser respondidas oral- O QUE SÃO SLAMS E COMO ELES ESTÃO POPULARIZANDO A POESIA
mente. Se você julgar necessá- Juliana Domingos de Lima

rio, pode escolher outros slams 20 Dez 2016 (atualizado 07/Mar 16h53)
presentes em plataformas de
Eventos de ‘batalhas de versos’ se firmam como espaço de literatura
vídeo na internet e propor ou- nas periferias. Aqui estão 6 vídeos que dão a dimensão dessa cultura
tras questões para analisar os
vídeos assistidos, ampliando
o trabalho com o gênero e as
habilidades envolvidas.

A poeta Mel Duarte na competição Rio Poetry Slam, da qual foi vencedora

Em novembro de 2016, a Flupp (Festa Literária das Periferias), no Rio


de Janeiro, sediou o primeiro campeonato de poesia falada internacio-
nal da América Latina, o Rio Poetry Slam. A competição recebeu ‘slam-
mers’ de 16 países diferentes e teve como campeã a poeta paulistana
Mel Duarte, autora do livro “Negra Nua Crua”.

16
Os slams são campeonatos de poesia. Normalmente, os participantes
têm até três minutos para apresentarem sua performance - uma poesia
de autoria própria, sem adereços ou acompanhamento musical. O
texto pode ser escrito previamente, mas também pode haver improvi-
sação. Não há regras sobre o formato da poesia.
O júri é escolhido na hora e dá notas de 0 a 10, que podem ser fracio-
nadas, explica Jéssica Balbino, escritora e pesquisadora de literatura
marginal e hip hop, em entrevista ao Nexo. Entre todos os competido-
res, a maior nota vence.
Os campeonatos não são obrigados a seguir normas rígidas, mas a
maior parte obedece a essas diretrizes.

A ORIGEM DA CULTURA DOS SLAMS


O slam foi criado nos anos 1980 em Chicago, nos Estados Unidos, ao
mesmo tempo em que a cultura hip hop tomava forma, mas só chegou
ao Brasil mais tarde, nos anos 2000.
O campeonato ZAP, Zona Autônoma da Palavra, foi o primeiro deles,
trazido pelo Núcleo Bartolomeu de Depoimentos, um Coletivo Paulista-
no de Teatro Hip-Hop. Atualmente, existem em torno de 30 slams como
o “ZAP” no Brasil.
São Paulo tem o maior número de slams do país, como o Slam Interesco-
lar e o Slam da Guilhermina, bairro da zona leste da cidade. Mas há com-
petições em todo país: no Slam BR deste ano, campeonato de abrangência
nacional, por exemplo, participaram poetas de 29 slams 17 de São Paulo,
4 do Rio de Janeiro, 4 de Minas Gerais, 2 de Brasília e 2 da Bahia.

Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2016/12/20/O-que-s%C3%A3o-slams-e-como-eles-est%C3%A3o-popularizando-a-poesia Acesso em março de 2019.

Agora, vamos assistir a um slam intitulado “Eu não queria ser feminista”. O que você espera ouvir nesse slam? Quem
será que vai declamá-lo?

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=c543qK_qJIU


Acesso em março de 2019

Sequência Didática | Língua Portuguesa | Leitura e Interpretação de Textos | Generos Poéticos | Leitura de Poema 17
1. Qual é o tema desse slam? Por que ele tem esse título?
Fora da Estante 2. É possível imaginar quem é sua autora? E qual realidade ela vive?
3. Com que objetivo esse slam foi escrito e declamado?
4. Quem é o público-alvo dessa performance?
Professor, eis as referências
utilizadas: 5. Em que contexto esse slam foi apresentado? É possível saber quando e onde?
ACADEMIA BRASILEIRA DE 6. No texto, a autora emprega qual variedade da língua? Que palavras indicam
LITERATURA DE CORDEL. Dicio- esse registro?
nário Brasileiro da Literatura de
7. A autora utiliza recursos rítmicos ou sonoros? Aponte alguns exemplos.
Cordel. São Paulo: ABCL, 2009.
8. A autora recorre a outros recursos, como gestos, expressões faciais e tom de
Academia Brasileira de Litera-
tura de Corde. Disponível em: voz? Com que objetivo? Cite um exemplo.
<http://www.ablc.com.br/> 9. É possível dizer que há argumentos nesse slam? Quais? De que tipo? Por que
Acesso em: 24/03/2019. sua autora emprega esses argumentos?
ARAÚJO, Ricardo. Poesia Visual
e Vídeo Poesia / Ricardo Araújo.
São Paulo: Perspectiva, 2012.
BOSI, Alfredo. História concisa
da literatura brasileira / Alfre-
do Bosi. 52. Ed. São Paulo: Sistematizando
Cultrix, 2017. APRENDIZAGENS
GLAZNER, Gary. Poetry Slam:
The Competitive Art of Perfor-
mance Poetry. San Francisco: Ao longo desta Sequência Didática, nós lemos e analisamos diversos gêne-
Manic D Press, 2000. ros poéticos, das mais variadas formas, pertencentes a diferentes correntes e
Literatura de cordel recebe título movimentos artísticos. Agora, volte à questão nº. 1 do Ponto de Partida e reveja
de Patrimônio Cultural Imaterial a definição que você formulou sobre o que é um poema. Alguma coisa mudou?
Brasileiro. Disponível em: O quê? Do que você mais gostou? E o que você aprendeu de novo? Como avalia
www.iqe.org.br/surl/?cf87c2 sua aprendizagem até aqui? O que foi mais desafiador para você? Pensando
Acesso em: 24/03/2019. nisso, o que precisa melhorar?
MENDONÇA, Antônio Sério. • Depois de pensar em todas essas questões, atualize agora sua definição
Poesia de Vanguarda no Brasil de “poema”
/ Antônio Sérgio Mendonça. Rio
de Janeiro: Editora Vozes, 1970.
MENEZES, Philadelpho. Poética
e visualidade: uma trajetória Vamos relembrar alguns dos principais pontos estudados na SD:
da poesia brasileira contempo-
rânea / Philadelpho Menezes. • Descobrimos a origem da palavra poema e poesia e suas diferenças;
Campinas: Ed. Unicamp, 1991. • Vimos um pouco mais sobre os poetas modernos e sua forma de fazer poema;
MENEZES, Philadelpho. Roteiro • Aprendemos sobre o cordel e suas particularidades composicionais e estéti-
de Leitura: Poesia Concreta e cas, além de sermos apresentados a alguns de seus autores;
Visual / Philadelpho Menezes.
São Paulo: Editora Ática, 1998. • Observamos o fenômeno da variação linguística em diferentes regionais e
grupos sociais no Brasil;
• Estudamos o poema concreto, aprendemos que ele busca explorar de forma
particular a visualidade, assim como a poema visual;
• Deciframos o poema processo e descobrimos que a poesia pode estar no
próprio processo de construção de sentido;
• Assistimos a vídeo poemas, debatendo em sala suas várias dimensões (tex-
tual, visual, sonora) e possibilidades de análise;
• Conhecemos e analisamos o slam, forma de fazer poesia que vai além do
texto e busca se expressar na oralidade e performance.

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