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P-1819
LP Leitura e
Sequência Didática do Professor
Campo artístico-literário
Interpretação
Ensino Médio
Gêneros Poéticos: poema visual,
cordel e slam
Habilidades
FOCO
(EM13LP01) Relacionar o texto, tanto na
produção como na leitura/ escuta, com
suas condições de produção e seu contexto
sócio-histórico de circulação (leitor/audiên-
cia previstos, objetivos, pontos de vista e
perspectivas, papel social do autor, época,
gênero do discurso etc.), de forma a ampliar
as possibilidades de construção de sentidos
e de análise crítica e produzir textos adequa-
dos a diferentes situações.
(EM13LP49)Perceber as peculiaridades es-
truturais e estilísticas de diferentes gêneros
literários (a apreensão pessoal do cotidiano
nas crônicas, a manifestação livre e subjeti-
va do eu lírico diante do mundo nos poemas,
a múltipla perspectiva da vida humana e
social dos romances, a dimensão política e
social de textos da literatura marginal e da
periferia etc.) para experimentar os diferen-
tes ângulos de apreensão do indivíduo e do
mundo pela literatura.
Habilidades
RELACIONADAS
EM13LP03, EM13LP10 e EM13LP46.
HABILIDADES RELACIONADAS/ • EM13LP10 Analisar o fenôme-
BNCC: no da variação linguística, em
• EM13LP46 Compartilhar sentidos seus diferentes níveis (variações
construídos na leitura/escuta de fonético-fonológica, lexical,
textos literários, percebendo dife- sintática, semântica e estilístico-
renças e eventuais tensões entre -pragmática) e em suas diferentes
as formas pessoais e as coletivas dimensões (regional, histórica,
de apreensão desses textos, para social, situacional, ocupacional,
exercitar o diálogo cultural e agu- etária etc.), de forma a ampliar a
çar a perspectiva crítica. compreensão sobre a natureza
viva e dinâmica da língua e sobre
• EM13LP03 Analisar relações de o fenômeno da constituição de
intertextualidade e interdiscursivi- variedades linguísticas de prestígio
dade que permitam a explicitação e estigmatizadas, e a fundamentar
de relações dialógicas, a identifi- o respeito às variedades linguís-
cação de posicionamentos ou de ticas e o combate a preconceitos
perspectivas, a compreensão de linguísticos.
paráfrases, paródias e estilizações,
entre outras possibilidades.
LP Campo artístico-literário
Gêneros Poéticos: poema visual, cordel e slam
Leitura e
Interpretação
Ensino Médio
Orientação ao
PROFESSOR
Ponto de
PARTIDA 1ª SÉRIE
DE OLHO NA BNCC
Você deve conhecer, provavelmente, muitos poemas de diferentes tipos,
épocas e autores. CAMPO ARTÍSTICO-LITERÁRIO Neste
campo, trata-se, principalmente, de
Quem sabe diz levar os estudantes a ampliar seu
Vamos debater um pouco sobre esse gênero literário, pensando nas questões repertório de leituras e selecionar obras
a seguir: significativas para si, conseguindo
apreender os níveis de leitura presen-
1. Com base nas suas leituras e repertório, defina o que é um poema.
tes nos textos e os discursos subja-
2. Todo poema segue uma mesma fórmula? centes de seus autores. A prática da
3. Como são os poemas que você conhece? O que eles têm em comum? leitura literária, assim como de outras
linguagens, deve ser capaz também
4. Onde podemos encontrar poemas para ler? de resgatar a historicidade dos textos:
5. Com que finalidade os poemas são escritos? produção, circulação e recepção das
obras literárias, em um entrecruzamen-
6. Quais temas podem ser tratados nos poemas?
to de diálogos (entre obras, leitores,
7. Quem são os autores de poemas? Para quem os autores escrevem? tempos históricos) e em seus movi-
mentos de manutenção da tradição e
de ruptura, suas tensões entre códigos
Hoje vamos explorar diversos gêneros poéticos e suas particularidades! Apren- estéticos e seus modos de apreensão
deremos mais sobre o poema, poema visual, ciberpoemas, cordel, poema proces- da realidade. Espera-se que os leitores/
so e slam! Você vai ler a seguir um trecho do poema “Profissão de Fé”, escrito por fruidores possam também reconhecer
Olavo Bilac em 1884, pensando nas questões que acabamos de discutir. na arte formas de crítica cultural e po-
lítica, uma vez que toda obra expressa,
inevitavelmente, uma visão de mundo e
uma forma de conhecimento, por meio
de sua construção estética. (BRASIL,
2017, p. 523)
INTRODUÇÃO
Professor, o objetivo do Ponto de
Partida é levantar os conhecimen-
tos prévios dos alunos (de mundo,
textuais e linguísticos) a respeito do
gênero poema, introduzindo um dos
temas da Sequência Didática. As
atividades nesta SD partem de um
poema que se pretende modelo má-
ximo de poesia segundo os critérios
Sequência Didática | Língua Portuguesa | Leitura e Interpretação de Textos | Generos Poéticos | Leitura de Poema 3
Orientação ao
PROFESSOR Profissão de Fé
4
Vocabulário
Pobre alimária
Alimária: Animal irracional.
O cavalo e a carroça
Boleia: Assento de cocheiro.
Estavam atravancados no trilho Lesto: Ágil, ligeiro; rápido.
E como o motorneiro se impacientasse Motorneiro: Indivíduo que dirige
veículos elétricos de transporte
Porque levava os advogados para os escritórios de passageiros.
Desatravancaram o veículo
E o animal disparou
Orientação ao
Mas o lesto carroceiro
PROFESSOR
Trepou na boleia
E castigou o fugitivo atrelado
2. Quem escreveu o poema foi o
Com um grandioso chicote
poeta Oswald de Andrade;
3. O poema foi publicado em 1925
no livro Pau-Brasil;
4. O poema se passa provavel-
Oswald de Andrade, publicado no livro Pau-Brasil, 1925 mente no início do século XX,
pois descreve uma cidade em
Agora que já lemos o poema vamos, junte-se com seu colega para discutir e processo de modernização, com
responder a algumas questões: trilhos, bonde, mas ainda onde
1. Do que trata o poema? há carroças;
5. Enquanto o poema “Profissão de
Fé” apresenta métrica, ritmo e
2. Quem escreveu o poema? rima; o poema “Pobre alimária”
não apresenta esses elementos;
6. O texto é escrito dessa forma para
3. Quando e em que contexto o poema foi escrito? desafiar o estilo tradicional e con-
servador de escrita da época;
7. Como todo poema, esse texto foi
4. Em que época as ações do poema se passam? Por quê? escrito com a finalidade de ex-
pressar uma visão de mundo de
sua época. Além disso, o eu lírico
também narra uma história.
8. Sim, os sons de “t” e “r”, como tra,
5. Quais diferenças você observa entre este e o poema anterior?
tre e tri. A relação com o tema é
reforçar a ideia da carroça atra-
vancada nos trilhos, deixando
as palavras do poema “travadas”
6. Por que o poema foi escrito dessa forma? como a carroça;
Professor, como sugestão. Ao final
da atividade, aproveite para aprofun-
7. Para que esse texto foi escrito? dar a leitura do poema com a turma,
pois ele é uma metáfora ou síntese
do Brasil em contradições, entre o
passado agrário, representado pelo
cavalo, carroça e carroceiro, e pre-
8. Algum som se repete no poema? Qual é a relação dele com o tema? sente o moderno, representado pelo
bonde, advogados, escritórios e mo-
torneiro, coexistindo tensamente.
Sequência Didática | Língua Portuguesa | Leitura e Interpretação de Textos | Generos Poéticos | Leitura de Poema 5
Orientação ao ?
PROFESSOR
Você
SABIA? Oswald de Andrade (1890-1954) foi um dos grandes repre-
sentantes da estética modernista. O escritor buscou se
desvencilhar das amarras da tradição literária numa escrita
Atividade 2 livre de formalismos, utilizando-se de coloquialismos e estrangeirismo.
Diversos poemas seus traziam uma indagação e reflexão crítica sobre o
Professor, a atividade apresenta que vem a ser o Brasil e o brasileiro. É importante lembrar, contudo, que
um poema visual, representan- Oswald é apenas mais um numa extensa leva de artistas como Anita
do o movimento concretista bra- Malfatti, Victor Brecheret, Di Cavalcanti, Vila-Lobos, Mário de Andrade,
sileiro. As questões propostas Oswald de Andrade, Manuel Bandeira entre
visam trabalhar as habilidades outros (pintores, escultores, músicos e poe-
EM13LP01 e EM13LP49. Refe- tas), que defendiam um novo ponto de vista
estético e composicional e o compromisso
rente as respostas esperadas:
com a independência cultural do país. A esse
1. Quem escreveu o poema foi movimento artístico, que procurou criticar e
o poeta Ronaldo Azeredo; inovar as estruturas das velhas gerações e
2. O poema foi escrito em penetrar mais a fundo na realidade brasileira,
deu-se o nome de Modernismo.
1958, dentro do chamado
movimento concretista;
Quadro modernista de Tarsila do Amaral, “Abaporu”, que em tupi-guarani significa o “homem
3. O poema é escrito dessa
que come gente”, uma referência à prática da antropofagia.
forma pois procura explorar
outros elementos que não
sejam apenas a palavra,
mas a visualidade;
Disponível em: https://cdn.culturagenial.com/imagens/abaporu-2-cke.jpg Acesso em março de 2019.
4. É possível ler as palavras
“rua” e “sol”;
5. A palavra que se desloca é Atividade 2
a palavra “sol”, movimen-
tando-se de forma diagonal O visual na poesia pode ser explorado de diversas maneiras para além do
para a esquerda; sentido das palavras, das figuras de linguagens ou dos jogos de palavras. Leia o
6. Esse deslocamento sugere poema “rua sol”, de Ronaldo Azeredo.
o movimento do pôr-do-sol
(ou anoitecer);
7. A ausência do sol no último
verso sugere a chegada da
noite pois não há mais sol;
8. O “S” no final do último verso
sugere um novo nascer do
sol, onde a palavra “sol” co-
meça a aparecer novamente
sendo sugerida pela letra “S”.
Ronaldo Azeredo, “rua sol”, divulgado em 1958.
6
3 Considerando os poemas que já lemos, por que esse poema é escrito dessa forma?
5 O poema apresenta o deslocamento de uma palavra específica. Que palavra é essa? Que movimento é feito por essa
palavra?
7 O que a ausência da palavra “sol” no último verso pode sugerir? Por quê?
?
Você
SABIA? O poema que acabamos de ler foi escrito por Ronaldo Azeredo (1937-2006), um importan-
te poeta concretista brasileiro. Mas o que é um poeta concretista? O título é oriundo do
movimento concretista ou Concretismo. Trata-se de um movimento artístico que surgiu no
início do século XX e que propunha, de modo geral, uma exploração particular de uma estética visual para
seus poemas, assim nasce o poema concreto. Mas é importante destacar que não foram os concretistas
os primeiros a explorar a visualidade nos poemas. Desde a Grécia Antiga, já existem registros de calí-
gramas – poemas figurativos que formam imagens relacionadas com o conteúdo de seu texto – no caso
abaixo, temos o poema “O Ovo”, datado por volta de 300 a.C., do poeta grego Simias de Rodas:
Poema “O Ovo”, 300 a.C., Simias de Rodas e ao lado um ovo para comparação.
Disponível em: www.iqe.org.br/surl/?f356a7 Acesso em março de 2019.
Assim, podemos dizer que a visualidade na poesia não está atrelada a um único movimento ou época.
Sequência Didática | Língua Portuguesa | Leitura e Interpretação de Textos | Generos Poéticos | Leitura de Poema 7
Orientação ao Atividade 3
PROFESSOR
Certamente, você já leu ou ouviu falar de Literatura de Cordel, não é? Mas
você sabe de onde vem esse gênero textual? Conhece algum autor ou texto de
cordel? O que esses textos têm de diferentes se compararmos com as demais
poesias vistas aqui? Por que se chamam “cordel”?
Atividade 3
Fora da Estante
Se você
quiser saber Capa do cordel “O Cavalo que Defecava Dinheiro”, com desenho que utiliza a
mais sobre a Literatura de Cor- técnica de xilogravura, típica no gênero.
del, acesse o site da Academia
Brasileira de Literatura de Cor-
Disponível em: www.iqe.org.br/surl/?b43add
del http://www.ablc.com.br. Lá Acesso em março de 2019.
você encontrará xilogravuras,
informações históricas, rela-
ção de cordelistas renomados Vamos ler um trecho do cordel que inspirou Suassuna no seu ofício de escri-
e diversos cordéis para ler! tor! Trata-se do cordel “O cavalo que defecava dinheiro”, escrito pelo cordelista
Leandro Gomes de Barros, entre o final do século XIX e início do século XX:
8
Orientação ao
O CAVALO QUE DEFECAVA Disse o pobre à mulher:
PROFESSOR
DINHEIRO
– Como havemos de passar?
Na cidade de Macaé O cavalo é magro e velho de mundo;
Antigamente existia Não pode mais trabalhar 5. O cordel segue uma forma es-
Um duque velho invejoso Vamos inventar um “quengo” pecífica, assim como os demais
tipos de poemas que vimos
Que nada o satisfazia Pra ver se o querem comprar.
hoje seguem a depender do seu
Desejava possuir estilo;
Todo objeto que via Foi na venda e de lá trouxe 6. Este cordel apresenta seis versos
Três moedas de cruzado por estrofe;
Esse duque era compadre Sem dizer nada a ninguém 7. Este cordel apresenta versos de sete
sílabas poéticas (redondilha maior);
De um pobre muito atrasado Para não ser censurado
8. Em cada estrofe o cordel apresenta
Que morava em sua terra No fiofó do cavalo
rimas no final dos versos 2, 4 e 6.
Num rancho todo estragado Foi o dinheiro guardado
Professor, se a princípio, a partir dos
Sustentava seus filhinhos trechos recortados para a atividade,
Na vida de alugado. Do fiofó do cavalo o cordel parecia narrar apenas uma
história, vendo o vídeo, percebemos
Ele fez um mealheiro
que o texto também tem um fundo
Se vendo o compadre pobre Saiu dizendo: - Sou rico! moralizante (característica do
Naquela vida privada Inda mais que um fazendeiro, gênero), onde procura-se mostrar o
mal em ser ganancioso. É impor-
Foi trabalhar nos engenhos Porque possuo o cavalo
tante lembrar que o vídeo se trata
Longe da sua morada Que só defeca dinheiro. de uma adaptação da obra original
Na volta trouxe um cavalo [...] (pois ocorre a omissão de diversas
estrofes e até a mudança de alguns
Que não servia pra nada Leandro Gomes de Barros, O Cavalo que Defecava
versos ao final do texto).
Dinheiro, s.d.
Então, você gostou do início do cordel? O que será que vai acontecer depois dessa cena? Por que você acha que o com-
padre pobre fez aquilo com o cavalo? Consegue imaginar o que ele pretende fazer? Quais são as intenções dele?
Vamos conferir juntos a continuação dessa história em forma de vídeo e debater nossas impressões!?
“O cavalo que defecava dinheiro - animação em cordel”
Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=7tAOTbO-TSc
Acesso em março de 2019
Sequência Didática | Língua Portuguesa | Leitura e Interpretação de Textos | Generos Poéticos | Leitura de Poema 9
1. Do que trata o trecho do cordel lido?
?
Você
SABIA? Todo cordel obedece a um esquema
de estrofe e métrica específica, mas
não único. A depender do cordel
teremos estrofes de quatro até dez versos. Também,
a métrica dos versos pode variar de quatro sílabas
poéticas até quinze. As rimas, por sua vez, geralmen-
te obedecem a um esquema específico dependendo
da métrica de sua estrofe.
10
Atividade 4 Orientação ao
PROFESSOR
Vamos ler agora um trecho do cordel “O Linguajar Cearense é por Demais
Arretado”, do cordelista Francinilto Almeida, publicado em 2012.
O que você espera ler em um cordel com esse título? Vamos conferir!
Atividade 4
Francinilto Almeida, O Linguajar Cearense é por Demais Arretado, 2012. Disponível em: http://
literaturadecordelfrancinilto.blogspot.com/p/o-linguajar-cearense-e-por-demais.html
Sequência Didática | Língua Portuguesa | Leitura e Interpretação de Textos | Generos Poéticos | Leitura de Poema 11
1. Do que trata o cordel?
5. Por que existem palavras entre aspas no cordel e o que elas expressam?
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Atividade 5 Orientação ao
PROFESSOR
Vamos ler o poema a seguir e discuti-lo juntos:
Atividade 5
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3. Quando e em que contexto o poema foi escrito?
Orientação ao
PROFESSOR
Atividade 6 4. Por que esse texto é escrito dessa forma? Que efeito isso tem?
14
Versão Impressa:
Orientação ao
PROFESSOR
Sequência Didática | Língua Portuguesa | Leitura e Interpretação de Textos | Generos Poéticos | Leitura de Poema 15
4. Uma série de palavras são declamadas pelo poeta. Quais são elas?
Orientação ao
PROFESSOR 5. Que palavra nos é mostrada na tela e que tipo de movimento ela faz?
6. O que nos é mostrado ao fundo do poema?
7. Que relação você enxerga entre o movimento da palavra na tela e o filme ao
fundo?
Atividade 7
8. Que imagem aparece no vídeo? Quais partes do corpo podemos enxergar?
Professor, a atividade tem o 9. Você enxerga alguma relação desse vídeo-poema com o poema-código lido
objetivo de contextualizar e na atividade anterior? Qual?
trabalhar o gênero poético
slam, importante manifestação
artística e política, nascida na Atividade 7
cultura do hip hop presente nas
periferias e centros das grandes Até agora vimos uma série de poemas, mas existe um tipo muito especial que
cidades brasileiras. A matéria ainda não vimos. Trata-se da poesia slam! Você conhece? Sabe como do que se
de jornal visa contextualizar o trata? Já assistiu a alguma performance desse tipo? Sabe em que contexto o
gênero e dar subsídios para os slam é muito popular?
alunos no debate sobre o gêne-
ro e nas respostas às questões
propostas, que têm o objetivo
de trabalhar aspectos das habi- ?
lidades EM13LP01, EM13LP49,
Você
EM13LP46, EM13LP10. SABIA? Para conhecermos mais a respeito desse gênero poéti-
Professor, as perguntas são co, o slam, vamos ler a matéria abaixo, publicada no site
uma sugestão para encaminhar do Nexo Jornal.
a discussão com a turma e
podem ser respondidas oral- O QUE SÃO SLAMS E COMO ELES ESTÃO POPULARIZANDO A POESIA
mente. Se você julgar necessá- Juliana Domingos de Lima
rio, pode escolher outros slams 20 Dez 2016 (atualizado 07/Mar 16h53)
presentes em plataformas de
Eventos de ‘batalhas de versos’ se firmam como espaço de literatura
vídeo na internet e propor ou- nas periferias. Aqui estão 6 vídeos que dão a dimensão dessa cultura
tras questões para analisar os
vídeos assistidos, ampliando
o trabalho com o gênero e as
habilidades envolvidas.
A poeta Mel Duarte na competição Rio Poetry Slam, da qual foi vencedora
16
Os slams são campeonatos de poesia. Normalmente, os participantes
têm até três minutos para apresentarem sua performance - uma poesia
de autoria própria, sem adereços ou acompanhamento musical. O
texto pode ser escrito previamente, mas também pode haver improvi-
sação. Não há regras sobre o formato da poesia.
O júri é escolhido na hora e dá notas de 0 a 10, que podem ser fracio-
nadas, explica Jéssica Balbino, escritora e pesquisadora de literatura
marginal e hip hop, em entrevista ao Nexo. Entre todos os competido-
res, a maior nota vence.
Os campeonatos não são obrigados a seguir normas rígidas, mas a
maior parte obedece a essas diretrizes.
Agora, vamos assistir a um slam intitulado “Eu não queria ser feminista”. O que você espera ouvir nesse slam? Quem
será que vai declamá-lo?
Sequência Didática | Língua Portuguesa | Leitura e Interpretação de Textos | Generos Poéticos | Leitura de Poema 17
1. Qual é o tema desse slam? Por que ele tem esse título?
Fora da Estante 2. É possível imaginar quem é sua autora? E qual realidade ela vive?
3. Com que objetivo esse slam foi escrito e declamado?
4. Quem é o público-alvo dessa performance?
Professor, eis as referências
utilizadas: 5. Em que contexto esse slam foi apresentado? É possível saber quando e onde?
ACADEMIA BRASILEIRA DE 6. No texto, a autora emprega qual variedade da língua? Que palavras indicam
LITERATURA DE CORDEL. Dicio- esse registro?
nário Brasileiro da Literatura de
7. A autora utiliza recursos rítmicos ou sonoros? Aponte alguns exemplos.
Cordel. São Paulo: ABCL, 2009.
8. A autora recorre a outros recursos, como gestos, expressões faciais e tom de
Academia Brasileira de Litera-
tura de Corde. Disponível em: voz? Com que objetivo? Cite um exemplo.
<http://www.ablc.com.br/> 9. É possível dizer que há argumentos nesse slam? Quais? De que tipo? Por que
Acesso em: 24/03/2019. sua autora emprega esses argumentos?
ARAÚJO, Ricardo. Poesia Visual
e Vídeo Poesia / Ricardo Araújo.
São Paulo: Perspectiva, 2012.
BOSI, Alfredo. História concisa
da literatura brasileira / Alfre-
do Bosi. 52. Ed. São Paulo: Sistematizando
Cultrix, 2017. APRENDIZAGENS
GLAZNER, Gary. Poetry Slam:
The Competitive Art of Perfor-
mance Poetry. San Francisco: Ao longo desta Sequência Didática, nós lemos e analisamos diversos gêne-
Manic D Press, 2000. ros poéticos, das mais variadas formas, pertencentes a diferentes correntes e
Literatura de cordel recebe título movimentos artísticos. Agora, volte à questão nº. 1 do Ponto de Partida e reveja
de Patrimônio Cultural Imaterial a definição que você formulou sobre o que é um poema. Alguma coisa mudou?
Brasileiro. Disponível em: O quê? Do que você mais gostou? E o que você aprendeu de novo? Como avalia
www.iqe.org.br/surl/?cf87c2 sua aprendizagem até aqui? O que foi mais desafiador para você? Pensando
Acesso em: 24/03/2019. nisso, o que precisa melhorar?
MENDONÇA, Antônio Sério. • Depois de pensar em todas essas questões, atualize agora sua definição
Poesia de Vanguarda no Brasil de “poema”
/ Antônio Sérgio Mendonça. Rio
de Janeiro: Editora Vozes, 1970.
MENEZES, Philadelpho. Poética
e visualidade: uma trajetória Vamos relembrar alguns dos principais pontos estudados na SD:
da poesia brasileira contempo-
rânea / Philadelpho Menezes. • Descobrimos a origem da palavra poema e poesia e suas diferenças;
Campinas: Ed. Unicamp, 1991. • Vimos um pouco mais sobre os poetas modernos e sua forma de fazer poema;
MENEZES, Philadelpho. Roteiro • Aprendemos sobre o cordel e suas particularidades composicionais e estéti-
de Leitura: Poesia Concreta e cas, além de sermos apresentados a alguns de seus autores;
Visual / Philadelpho Menezes.
São Paulo: Editora Ática, 1998. • Observamos o fenômeno da variação linguística em diferentes regionais e
grupos sociais no Brasil;
• Estudamos o poema concreto, aprendemos que ele busca explorar de forma
particular a visualidade, assim como a poema visual;
• Deciframos o poema processo e descobrimos que a poesia pode estar no
próprio processo de construção de sentido;
• Assistimos a vídeo poemas, debatendo em sala suas várias dimensões (tex-
tual, visual, sonora) e possibilidades de análise;
• Conhecemos e analisamos o slam, forma de fazer poesia que vai além do
texto e busca se expressar na oralidade e performance.
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