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estética e política
Daniel Serravalle de Sá
Marcio Markendorf
(Orgs.)
Monstruosidades
estética e política
Daniel Serravalle de Sá
Marcio Markendorf
(Orgs.)
LLE/CCE/UFSC
Florianópolis
2019
Conselho Editorial
Aline Dias da Silveira Universidade Federal de Santa Catarina
Camila Morgana Lourenço Universidade do Vale do Itajaí
Claudio Vescia Zanini Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Dante Luiz de Lima Universidade Federal do Pará
Gabriel Eljaiek-Rodríguez The New School of Atlanta | Savannah College
of Art and Design
Geovana Quinalha de Oliveira Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Josalba Fabiana dos Santos Universidade Federal de Sergipe
Luiz Fernando Ferreira Sá Universidade Federal de Minas Gerais
Miguel Ángel Fernández Delgado Escuela Libre de Derecho. México
Sandra Casanova-Vizcaíno Binghamton University
Revisão
Gisele Tyba Mayrink Orgado
Organizadores
Daniel Serravalle de Sá & Marcio Markendorf
M756
Monstruosidades [recurso eletrônico] : estética e política /
Daniel Serravalle de Sá, Marcio Markendorf (Orgs.).
- Dados eletrônicos. -
Florianópolis : LLE/CCE/UFSC, 2019.
360 p. ils., grafs., tabs.
Inclui bibliografia
E-book (PDF)
ISBN 978-85-5581-044-2
CDU: 82
Prefácio
Monstrologia, monstromania_______________________ 7
Daniel Serravalle de Sá
Marcio Markendorf
Minibiografias_______________________________ 353
Prefácio
Monstromania, monstrologia
8
Monstromania, monstrologia
Daniel Serravalle de Sá & Marcio Markendorf
9
Monstruosidades
estética e política
10
Monstromania, monstrologia
Daniel Serravalle de Sá & Marcio Markendorf
11
Monstruosidades
estética e política
12
Monstromania, monstrologia
Daniel Serravalle de Sá & Marcio Markendorf
13
Monstruosidades
estética e política
14
Monstromania, monstrologia
Daniel Serravalle de Sá & Marcio Markendorf
15
Monstruosidades
estética e política
16
Monstromania, monstrologia
Daniel Serravalle de Sá & Marcio Markendorf
17
Monstruosidades
estética e política
18
Parte I
Monstruosidades Queer
A monstruosidade queer da
personagem epônima de Deus, essa
gostosa, de Rafael Campos Rocha
Figura 1
22
A monstruosidade queer da personagem epônima de Deus, essa gostosa, de Rafael Campos Rocha
Renata Santos da Silva
Figura 2
Figura 3
23
Monstruosidades
estética e política
Figura 4
24
A monstruosidade queer da personagem epônima de Deus, essa gostosa, de Rafael Campos Rocha
Renata Santos da Silva
25
Monstruosidades
estética e política
26
A monstruosidade queer da personagem epônima de Deus, essa gostosa, de Rafael Campos Rocha
Renata Santos da Silva
27
Monstruosidades
estética e política
28
A monstruosidade queer da personagem epônima de Deus, essa gostosa, de Rafael Campos Rocha
Renata Santos da Silva
O corpo queer
29
Monstruosidades
estética e política
30
A monstruosidade queer da personagem epônima de Deus, essa gostosa, de Rafael Campos Rocha
Renata Santos da Silva
31
Monstruosidades
estética e política
32
A monstruosidade queer da personagem epônima de Deus, essa gostosa, de Rafael Campos Rocha
Renata Santos da Silva
33
Monstruosidades
estética e política
34
A monstruosidade queer da personagem epônima de Deus, essa gostosa, de Rafael Campos Rocha
Renata Santos da Silva
35
Monstruosidades
estética e política
Figura 5
Figura 6
36
A monstruosidade queer da personagem epônima de Deus, essa gostosa, de Rafael Campos Rocha
Renata Santos da Silva
Figura 7
37
Monstruosidades
estética e política
Figura 8
38
A monstruosidade queer da personagem epônima de Deus, essa gostosa, de Rafael Campos Rocha
Renata Santos da Silva
39
Monstruosidades
estética e política
Referências
BRAIDOTTI, Rosi. “Mothers, monsters and machines”. In:______.
Nomadic subjects: embodiment and sexual difference in contemporary
feminist theory. New York: Columbia University Press, 1994. p. 213-244.
COHEN, Jeffrey Jerome. “A cultura dos monstros: sete teses”. In: Tomaz
Tadeu da Silva (Org.) Pedagogia dos monstros. Trad. Tomaz Tadeu da Silva.
Belo Horizonte: Autêntica, 2000. p. 23-60.
DELEUZE, Gilles. “A literatura e a vida”. In: Crítica e Clínica. Trad. Peter Pál
Pelbart. São Paulo: Editora 34, 1997. p. 11-16.
40
A monstruosidade queer da personagem epônima de Deus, essa gostosa, de Rafael Campos Rocha
Renata Santos da Silva
NAZÁRIO, Luiz. Da natureza dos monstros. São Paulo: Arte e Ciência, 1998.
ROCHA, Rafael Campos. Deus, essa Gostosa. São Paulo: Companhia das
Letras. 2012.
ROCHA, Rafael Campos. Deus aos domingos. São Paulo: Veneta. 2018.
41
O queer como monstro na obra
Orlando - Uma biografia,
de Virginia Woolf
Jéssica Rosa
44
O queer como monstro na obra Orlando - Uma biografia, de Virginia Woolf
Jéssica Rosa
45
Monstruosidades
estética e política
46
O queer como monstro na obra Orlando - Uma biografia, de Virginia Woolf
Jéssica Rosa
Sexualidade em Orlando
47
Monstruosidades
estética e política
48
O queer como monstro na obra Orlando - Uma biografia, de Virginia Woolf
Jéssica Rosa
49
Monstruosidades
estética e política
50
O queer como monstro na obra Orlando - Uma biografia, de Virginia Woolf
Jéssica Rosa
51
Monstruosidades
estética e política
52
O queer como monstro na obra Orlando - Uma biografia, de Virginia Woolf
Jéssica Rosa
Conclusão
53
Monstruosidades
estética e política
54
O queer como monstro na obra Orlando - Uma biografia, de Virginia Woolf
Jéssica Rosa
Referências
BEAUVOIR, Simone de. Segundo sexo – a experiência vivida. São Paulo:
Difusão Européia do Livro, 1967.
NAZÁRIO, Luiz. Da natureza dos monstros. São Paulo: Arte e Ciência, 1983.
55
Monstruosidades
estética e política
WOOLF, Virginia. Um teto todo seu. Trad. Vera Ribeiro. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 1985.
56
O queer é o monstro: transexual e
literatura contemporânea em
As fantasias eletivas
Luciane Bradbury
58
O queer é o monstro: transexual e literatura contemporânea em As fantasias eletivas
Luciane Bradbury
Teoria queer
59
Monstruosidades
estética e política
O queer é o monstro
60
O queer é o monstro: transexual e literatura contemporânea em As fantasias eletivas
Luciane Bradbury
61
Monstruosidades
estética e política
62
O queer é o monstro: transexual e literatura contemporânea em As fantasias eletivas
Luciane Bradbury
63
Monstruosidades
estética e política
64
O queer é o monstro: transexual e literatura contemporânea em As fantasias eletivas
Luciane Bradbury
65
Monstruosidades
estética e política
Isto é queer
66
O queer é o monstro: transexual e literatura contemporânea em As fantasias eletivas
Luciane Bradbury
67
Monstruosidades
estética e política
Considerações finais
68
O queer é o monstro: transexual e literatura contemporânea em As fantasias eletivas
Luciane Bradbury
Referências
BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. Trad. Paulo Bezerra. São
Paulo: WMF Martins Fontes, 2011.
69
Monstruosidades
estética e política
PRECIADO, Beatriz. “Multidões queer: notas para uma política dos ‘anormais’”.
Trad. Cleiton Zóia Munchow e Viviane Teixeira Silveira. In: Estudos Feministas,
ano 19, n. 1, 2011. p. 11-20.
70
Parte II
Monstros e transgressões
O monstro canibal e o feminino
em Grave
1
Os Ensaios de Montaigne em Penguin-Companhia.
Monstruosidades
estética e política
74
O monstro canibal e o feminino em Grave
Raquel Maysa Keller
75
Monstruosidades
estética e política
76
O monstro canibal e o feminino em Grave
Raquel Maysa Keller
77
Monstruosidades
estética e política
78
O monstro canibal e o feminino em Grave
Raquel Maysa Keller
79
Monstruosidades
estética e política
O feminino e o abjeto
80
O monstro canibal e o feminino em Grave
Raquel Maysa Keller
8
Julia Kristeva, em Powers of Horror- an essay on abjection (1982).
81
Monstruosidades
estética e política
Conclusão
82
O monstro canibal e o feminino em Grave
Raquel Maysa Keller
Referências
ALBERT, Bruce. A fumaça do metal: história e representações do contato
entre os Yanomami. Anuário Antropológico, Rio de Janeiro: Tempo
Brasileiro, n. 89, 1992. p. 151-190.
83
Monstruosidades
estética e política
CLOVER, Carol. Men, Women and Chain Saws: Gender in the Modern
Horror Film. Princeton: Princeton University Press, 1992.
84
O monstro canibal e o feminino em Grave
Raquel Maysa Keller
85
As monstruosidades do Levítico:
noções de puro e impuro na religião
judaica e suas reverberações até hoje
88
As monstruosidades do Levítico: noções de puro e impuro na religião judaica e suas reverberações até hoje
Erik Dorff Schmitz
89
Monstruosidades
estética e política
2
Bacharel em Teologia e Mestre em Teologia com ênfase em Estudos Bíblicos, pela Faculdade
de Teologia Nossa Senhora da Assunção em São Paulo, Doutor em Ciências da Religião,
com concentração em Bíblia, pela Universidade Metodista de São Paulo (2002). Atualmente
é Professor adjunto do Programa de Pós-Graduação em Teologia da Pontifícia Universidade
Católica do Paraná (PUC-PR). Tem experiência na área de Teologia, com ênfase em
Hermenêutica e Exegese Sócio Literária da Bíblia, atuando principalmente nos seguintes temas:
História de Israel; História do monoteísmo em Israel; Pentateuco, História Deuteronomista,
Profetas Pré-exílicos; Evangelhos Canônicos; Hermenêutica e política; cristianismo, Bíblia e
cidadania; Bíblia e política; Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso; Intolerâncias e violências
em nome de Deus e Direitos Humanos.
90
As monstruosidades do Levítico: noções de puro e impuro na religião judaica e suas reverberações até hoje
Erik Dorff Schmitz
91
Monstruosidades
estética e política
92
As monstruosidades do Levítico: noções de puro e impuro na religião judaica e suas reverberações até hoje
Erik Dorff Schmitz
As monstruosidades do Levítico
93
Monstruosidades
estética e política
94
As monstruosidades do Levítico: noções de puro e impuro na religião judaica e suas reverberações até hoje
Erik Dorff Schmitz
95
Monstruosidades
estética e política
96
As monstruosidades do Levítico: noções de puro e impuro na religião judaica e suas reverberações até hoje
Erik Dorff Schmitz
97
Monstruosidades
estética e política
98
As monstruosidades do Levítico: noções de puro e impuro na religião judaica e suas reverberações até hoje
Erik Dorff Schmitz
99
Monstruosidades
estética e política
100
As monstruosidades do Levítico: noções de puro e impuro na religião judaica e suas reverberações até hoje
Erik Dorff Schmitz
101
Monstruosidades
estética e política
Considerações finais
102
As monstruosidades do Levítico: noções de puro e impuro na religião judaica e suas reverberações até hoje
Erik Dorff Schmitz
Referências
Bíblia de Jerusalém. São Paulo: Paulus. 2011.
Filme:
103
A representação do lobisomem e a
licantropia como metáfora na série
Harry Potter
Natália Alves
106
A representação do lobisomem e a licantropia como metáfora na série Harry Potter
Natália Alves
107
Monstruosidades
estética e política
1 Original em inglês: Silver bullets are believed to have the power to destroy kill
vampires, werewolves, sorcerers, witches... Silver also protects against the evil eye.
Silver nails in a coffin prevent a vampire or restless ghost from escaping its grave.
(Tradução minha. Doravante todas as traduções serão minhas.)
108
A representação do lobisomem e a licantropia como metáfora na série Harry Potter
Natália Alves
109
Monstruosidades
estética e política
2 O Ministério da Magia e suas leis foram criados pela autora J. K. Rowling para os
livros de Harry Potter, no entanto, a autora disponibiliza mais detalhes que ficaram de
fora dos livros no site Pottermore. https://www.pottermore.com/explore-the-story/
the-ministry-of-magic
110
A representação do lobisomem e a licantropia como metáfora na série Harry Potter
Natália Alves
111
Monstruosidades
estética e política
3
https://www.pottermore.com/writing-by-jk-rowling/illness-and-disability
112
A representação do lobisomem e a licantropia como metáfora na série Harry Potter
Natália Alves
113
Monstruosidades
estética e política
114
A representação do lobisomem e a licantropia como metáfora na série Harry Potter
Natália Alves
4
https://www.pottermore.com/features/why-fenrir-greyback-was-the-creepiest-villain-
in-the-harry-potter-books
115
Monstruosidades
estética e política
Conclusão
116
A representação do lobisomem e a licantropia como metáfora na série Harry Potter
Natália Alves
Referências
BERESFORD, Matthew. The white devil: the werewolf in European culture.
London: Reaktion. 2013.
CREED, Barbara. Phallic Panic: film, horror and the primal uncanny.
Melbourne: Melbourne UP, 2005.
COLBERT, David. The hidden myths in Harry Potter. New York: St. Martin’s
Griffin, 2005.
117
Monstruosidades
estética e política
WARD, Reneé Michelle. Cultural contexts and cultural change: the werewolf
in classical, medieval, and modern texts. Doctoral thesis of Philosophy in
English. Department of English and Film Studies. University of Alberta.
Edmonton, Alberta. 2009.
118
Parte III
Monstruosidades femininas
Femmes fatales: a diabolização da
mulher transformada em bruxa
122
Femmes fatales: a diabolização da mulher transformada em bruxa
Cíntia Teixeira dos Santos
123
Monstruosidades
estética e política
O monstro feminino
124
Femmes fatales: a diabolização da mulher transformada em bruxa
Cíntia Teixeira dos Santos
125
Monstruosidades
estética e política
126
Femmes fatales: a diabolização da mulher transformada em bruxa
Cíntia Teixeira dos Santos
127
Monstruosidades
estética e política
128
Femmes fatales: a diabolização da mulher transformada em bruxa
Cíntia Teixeira dos Santos
129
Monstruosidades
estética e política
130
Femmes fatales: a diabolização da mulher transformada em bruxa
Cíntia Teixeira dos Santos
Do Feudalismo ao Capitalismo
131
Monstruosidades
estética e política
132
Femmes fatales: a diabolização da mulher transformada em bruxa
Cíntia Teixeira dos Santos
133
Monstruosidades
estética e política
Mito ou realidade?
134
Femmes fatales: a diabolização da mulher transformada em bruxa
Cíntia Teixeira dos Santos
Referências
A BRUXA. Direção de Robert Eggers. S.i.: Parts And Labor, 2015. Son.,
color. Legendado.
135
Monstruosidades
estética e política
RUSSEL, Jeffrey Burton. Lúcifer: o diabo na Idade Média. Trad. Jorge Luiz
Serpa de Oliveira. São Paulo: Madras, 2003.
TUAN, Yi-fu. Paisagens do medo. Trad. Lívia de Oliveira. São Paulo: UNESP,
2005.
136
Burn the witch: a sexualidade
feminina como monstruosidade
138
Burn the witch: a sexualidade feminina como monstruosidade
Natália Pires da Silva
139
Monstruosidades
estética e política
140
Burn the witch: a sexualidade feminina como monstruosidade
Natália Pires da Silva
141
Monstruosidades
estética e política
142
Burn the witch: a sexualidade feminina como monstruosidade
Natália Pires da Silva
143
Monstruosidades
estética e política
144
Burn the witch: a sexualidade feminina como monstruosidade
Natália Pires da Silva
através de suas partes intimas: “they feed upon her tits and on
her parts. She sent them upon me” 1(00:57:54). Nessa cena em
particular, a conexão da figura da bruxa com a sexualidade, se dá
por meio na imagem descrita de que a bruxa estava alimentando
seus familiares em seus seios e genitália. Podemos ainda dizer,
que a seguinte fala “she sent them upon me” (00:57:54), refere-se
ao envio não dos familiares para Caleb, mas sim que ela os estava
tentando seduzir com a sua nudez, que para o puritano Caleb era
considerado extremamente pecaminoso.
Além disso, a cena em que a bruxa aparece na floresta,
enquanto Caleb está caçando, é a única em que uma bruxa aparece
vestida e, ainda sim, pode-se observar toda a sensualidade
com que a personagem se aproxima de Caleb. Seu vestido tem
um decote bem aberto, deixando grande parte de seus seios à
mostra, o jeito com que ela se movimenta em direção a Caleb e a
forma que ela se abaixa para beijá-lo, são todos indícios de que
ela está utilizando sua força sexual para conseguir atraí-lo para
uma armadilha. Na cena nota-se que Caleb está com medo, no
entanto, em nenhum momento ele faz menção de se afastar da
bruxa, ou seja, o poder de atração da bruxa é muito mais forte do
que o medo que a sua natureza promíscua possa causar. Aqui a
conexão entre sexualidade e bruxaria se estabelece fortemente,
em conexão com o que foi escrito no Malleus maleficarum.
Percebe-se também que o homem, representado por Caleb, está
sendo colocado na posição de vítima dos encantos do corpo
feminino e esta vitimização do homem não está só presente nesta
cena, mas está presente também em uma fala de Katherine, que
será analisada a seguir.
Acima, temos um exemplo estabelecendo uma conexão
entre sexualidade e medo, ou como a sexualidade feminina pode
1
“Alimentam-se das tetas e das partes íntimas dela. Ela os envia até mim” (As traduções
em português foram retiradas da legenda original do filme).
145
Monstruosidades
estética e política
2
“Todos somos filhos do pecado, mas não criei uma bruxa nesta casa”.
3
“Enfeitiçou seu irmão, vagabunda. Pensa que não vi os seus olhares para ele
enfeitiçando-o como uma puta? Depois foi o seu pai”.
146
Burn the witch: a sexualidade feminina como monstruosidade
Natália Pires da Silva
4
“Quer viver na luxúria?”
147
Monstruosidades
estética e política
Conclusão
148
Burn the witch: a sexualidade feminina como monstruosidade
Natália Pires da Silva
149
Monstruosidades
estética e política
Referências
A BRUXA. Direção: Robert Eggers. Perf. Ana Taylor Joy, Ralph Ineson, Kate
Dickie. Universal Pictures, 2016.
150
O mito da Medusa: transgressão,
castigo e monstrificação do
feminino
152
O mito da Medusa: transgressão, castigo e monstrificação do feminino
Luiza Salgado Mazzola
153
Monstruosidades
estética e política
154
O mito da Medusa: transgressão, castigo e monstrificação do feminino
Luiza Salgado Mazzola
155
Monstruosidades
estética e política
156
O mito da Medusa: transgressão, castigo e monstrificação do feminino
Luiza Salgado Mazzola
157
Monstruosidades
estética e política
158
O mito da Medusa: transgressão, castigo e monstrificação do feminino
Luiza Salgado Mazzola
159
Monstruosidades
estética e política
160
O mito da Medusa: transgressão, castigo e monstrificação do feminino
Luiza Salgado Mazzola
161
Monstruosidades
estética e política
Transgressão e castigo
162
O mito da Medusa: transgressão, castigo e monstrificação do feminino
Luiza Salgado Mazzola
163
Monstruosidades
estética e política
A mulher-monstro Medusa
164
O mito da Medusa: transgressão, castigo e monstrificação do feminino
Luiza Salgado Mazzola
165
Monstruosidades
estética e política
166
O mito da Medusa: transgressão, castigo e monstrificação do feminino
Luiza Salgado Mazzola
167
Monstruosidades
estética e política
Considerações finais
168
O mito da Medusa: transgressão, castigo e monstrificação do feminino
Luiza Salgado Mazzola
Referências
BÍBLIA. A queda do homem. Trad. João Ferreira de Almeida. Rio de Janeiro:
Sociedade Bíblica do Brasil, 1969.
169
Monstruosidades
estética e política
COHEN, Jeffrey Jerome. “A cultura dos monstros: sete teses”. In: Tomaz
Tadeu da Silva (Org.) Pedagogia dos monstros. Trad. Tomaz Tadeu da Silva.
Belo Horizonte: Autêntica, 2000. p. 23-60.
RANKIN, Lissa. What’s up down there? - questions you’d only ask your
gynecologist if she was your best friend. New York: St. Martin’s, 2010.
170
Parte IV
Humanos e não-humanos
Hierarquias pós-apocalípticas e
monstruosas: Heroes and villains, de
Angela Carter
1
No original: “Contradictions are the only things that make any sense.”. (Minha tradução.
Doravante todas as traduções serão minhas, a não ser que indicado o contrário).
174
Hierarquias pós-apocalípticas e monstruosas: Heroes and villains, de Angela Carter
Rafael Muniz Sens
175
Monstruosidades
estética e política
176
Hierarquias pós-apocalípticas e monstruosas: Heroes and villains, de Angela Carter
Rafael Muniz Sens
2
No original: “Non-realistic fiction usually presents the reader with new insights into how
society is structured (…) according to the interests of particular powerful groups. In Heroes
and Villains (…), Carter acknowledges that the mode of awareness which in the last three
hundred years or so has been associated with realism is breaking down. Although these novels
do not offer any clear, coherent alternatives, they are written from the realization that many
of the traditional principles which have governed our perception and organization of ‘reality’
have been brought into question by modern and post-modern European and Euro-American
thinking.”
177
Monstruosidades
estética e política
178
Hierarquias pós-apocalípticas e monstruosas: Heroes and villains, de Angela Carter
Rafael Muniz Sens
3
No original: “They hunt, maraud and (…) never realize we are necessary to them. But (…) if
the Barbarians are destroyed, who will we then blame for the bad things?”
4
No original: “If you’re not a good little girl, the Barbarians will eat you.”
179
Monstruosidades
estética e política
180
Hierarquias pós-apocalípticas e monstruosas: Heroes and villains, de Angela Carter
Rafael Muniz Sens
181
Monstruosidades
estética e política
182
Hierarquias pós-apocalípticas e monstruosas: Heroes and villains, de Angela Carter
Rafael Muniz Sens
183
Monstruosidades
estética e política
184
Hierarquias pós-apocalípticas e monstruosas: Heroes and villains, de Angela Carter
Rafael Muniz Sens
5
No original: “When I was a little girl, we played at heroes and villains but now I don’t know
which is which any more, nor who is who, and what can I trust if not appearances?”
185
Monstruosidades
estética e política
6
No original: “His attacker this time was naked, but for a loincloth of animal skin, and covered
with festering sores. His arms were very short because they lacked elbows (…). His face was
marked with a gigantic cicatrice and the nose had been omitted; his nostrils were twin pits
between his eyes. His canine teeth had grown into fangs. He was armed with a knife.”
7
No original: “Those killed lay in undignified heaps. Amongst the Out People, the human
form acquired fantastic shape. One man had furled as pale, delicate, and extensive as Arum
lilies. (…) Few had the conventional complement of limbs or features and most bore marks of
nameless diseases. Some were ludicrously attenuated, with arms and legs twice long as those
186
Hierarquias pós-apocalípticas e monstruosas: Heroes and villains, de Angela Carter
Rafael Muniz Sens
of natural men, but one was perfect in all things but a perfect miniature, scarcely two feet long
from tip to tip.”
187
Monstruosidades
estética e política
188
Hierarquias pós-apocalípticas e monstruosas: Heroes and villains, de Angela Carter
Rafael Muniz Sens
Referências
CARTER, Angela. Heroes and villains. New York: Penguin, 1993.
COHEN, Jeffrey Jerome. “A cultura dos monstros: sete teses”. In: Tomaz
Tadeu da Silva (Org.) Pedagogia dos monstros. Trad. Tomaz Tadeu da Silva.
189
Monstruosidades
estética e política
190
Subjetividade artificial e anêmica:
humanos e replicantes em Androides
sonham com ovelhas elétricas? de
Philip K. Dick
“TURN ON”
192
Subjetividade artificial e anêmica: humanos e replicantes em Androides sonham com ovelhas elétricas? de
Philip K. Dick Lauro Luis Souza de Henrique
1
Sonhos Elétricos é uma coletânea de contos escritos por Philip K. Dick em diferentes
períodos que foram adaptados por distintos autores e transformados em uma série de
TV (Eletric Dreams).
193
Monstruosidades
estética e política
2
A obra ficou muito conhecida pela sua adaptação ao cinema pelas mãos do diretor
Ridley Scott com o título de Blade Runner (1982), permitindo várias leituras e,
recentemente em 2017, uma sequência do filme, agora chamado Blade Runner 2049,
dirigido por Denis Villeneuve, mantém a reflexão dos temas da história.
194
Subjetividade artificial e anêmica: humanos e replicantes em Androides sonham com ovelhas elétricas? de
Philip K. Dick Lauro Luis Souza de Henrique
Tecnologias pós-humanas
3
Existem distintas terminologias utilizadas ao longo do texto como: androide,
ciborgue, robô, replicante, cada autor sugere um tipo de termo que define esse ser
diferente composto de partes cibernéticas, próteses, etc.
195
Monstruosidades
estética e política
196
Subjetividade artificial e anêmica: humanos e replicantes em Androides sonham com ovelhas elétricas? de
Philip K. Dick Lauro Luis Souza de Henrique
sair com protetor genital por causa da radiação, porém, não pelo
fato de ele desejar reproduzir, simplesmente porque ser estéril
não é bem visto pela sociedade. Ter filhos é inviável, radiação,
escassez de alimentos, falta de perspectivas, nada favorece, a
sociedade construída pelo autor vive uma rotina de conformismo
e tristeza, aplacada por aparelhos/rotinas que diminuem parte
dessa angústia. Diante do proposto, surge uma nova questão:
não houve uma guerra radioativa, hoje, tão forte quanto a citada
na ficção criada pelo autor, mas muitos dos suplementos/drogas
estéticas, como já foi comprovado cientificamente, interferem na
reprodução humana. Desta forma, provavelmente estaria o ser
humano caminhando para sua própria extinção e a do seu planeta.
Outro tema interessante figurado na obra é o passatempo
das pessoas, a própria previsão do tempo vista por um
apresentador nomeado Buster Gente Fina declara somente, de
modo ironizado, previsões de radioatividade e poeira, ou seja, um
clima desmotivador e negativo. Um dos atrativos para as pessoas
é a televisão que sempre está sintonizada no Buster Gente Fina
e Seus Amigos Gente Boa que se resume a um programa de
comédia misturado com entrevistas, nos quais temas diversos são
abordados. Não é difícil verificar em autores como Silva (2009) a
questão da interação limitada e superficial entre as pessoas, que
optam por ficar em segurança dentro de suas casas. É notória a
crítica do autor a respeito da nocividade do excesso de tempo
assistindo televisão, bem como a importância de haver uma
programação cultural e informativa. A ideologia construída é que
o tempo na frente da televisão reduz a sociabilidade, tornando
as pessoas viciadas em superficialidades e, principalmente,
podendo estipular ideologias de controle social.
Sem muitas opções além do trabalho e da televisão, as
pessoas saem para trabalhar, voltam para casa e admiram
seus animais artificiais, o que certamente repercute em suas
197
Monstruosidades
estética e política
198
Subjetividade artificial e anêmica: humanos e replicantes em Androides sonham com ovelhas elétricas? de
Philip K. Dick Lauro Luis Souza de Henrique
4
O pesquisador alemão Georg Simmel publicou originalmente o texto em 1902. Seus
temas de pesquisa envolvem pobreza, subordinação, conflitos sociais, indivíduo e
sociedade. O texto aborda principalmente como o ser humano lida com o estresse da
metrópole e o quanto ele é afetado por ela.
199
Monstruosidades
estética e política
200
Subjetividade artificial e anêmica: humanos e replicantes em Androides sonham com ovelhas elétricas? de
Philip K. Dick Lauro Luis Souza de Henrique
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Animais
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Subjetividade artificial e anêmica: humanos e replicantes em Androides sonham com ovelhas elétricas? de
Philip K. Dick Lauro Luis Souza de Henrique
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Subjetividade artificial e anêmica: humanos e replicantes em Androides sonham com ovelhas elétricas? de
Philip K. Dick Lauro Luis Souza de Henrique
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Subjetividade artificial e anêmica: humanos e replicantes em Androides sonham com ovelhas elétricas? de
Philip K. Dick Lauro Luis Souza de Henrique
Androides
207
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5
Empresa criadora dos androides.
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Subjetividade artificial e anêmica: humanos e replicantes em Androides sonham com ovelhas elétricas? de
Philip K. Dick Lauro Luis Souza de Henrique
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Subjetividade artificial e anêmica: humanos e replicantes em Androides sonham com ovelhas elétricas? de
Philip K. Dick Lauro Luis Souza de Henrique
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Subjetividade artificial e anêmica: humanos e replicantes em Androides sonham com ovelhas elétricas? de
Philip K. Dick Lauro Luis Souza de Henrique
6
Espécie de carro voador.
213
Monstruosidades
estética e política
Referências
ASIMOV, Isaac. Eu, Robô. Trad. Jorge Luiz Calife. Rio de Janeiro: Ediouro,
2004.
214
Subjetividade artificial e anêmica: humanos e replicantes em Androides sonham com ovelhas elétricas? de
Philip K. Dick Lauro Luis Souza de Henrique
BLADE Runner: The final cut. Dir. Ridley Scott. Warner Bros Pictures, 2007
(117min).
BLADE Runner 2049. Dir. Denis Villeneuve. Warner Bros Pictures, 2017
(163min).
DICK, Philip K. Ubik. Trad. Ludimila Hashimoto. São Paulo: Aleph, 2009.
DICK, Philip K. Sonhos Elétricos. Trad. Daniel Luhmann. São Paulo: Aleph,
2018.
215
Monstruosidades
estética e política
NAZÁRIO, Luiz. Da natureza dos monstros. São Paulo: Arte e Ciência, 1983.
216
“Eu nasci. Você foi feita.” – As
fronteiras entre humanos e robôs
em Westworld
218
“Eu nasci. Você foi feita.” – As fronteiras entre humanos e robôs em Westworld
Elisa Silva Ramos
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“Eu nasci. Você foi feita.” – As fronteiras entre humanos e robôs em Westworld
Elisa Silva Ramos
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“Eu nasci. Você foi feita.” – As fronteiras entre humanos e robôs em Westworld
Elisa Silva Ramos
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Elisa Silva Ramos
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“Eu nasci. Você foi feita.” – As fronteiras entre humanos e robôs em Westworld
Elisa Silva Ramos
227
Monstruosidades
estética e política
como uma mulher simples, que mora com o pai em uma das
cidades mais movimentadas do parque. Dolores passa seus dias
pintando paisagens e interagindo com seu par romântico, Teddy,
por uma história de amor que sempre termina precocemente.
Dolores é um dos primeiros anfitriões a demonstrar “falhas” de
comportamento, e inclusive se torna a líder da rebelião dos robôs
que ocorre durante a segunda temporada. A personagem começa
a relembrar suas vidas passadas e todas as atrocidades as quais
foi submetida e desenvolve um enorme ressentimento pela raça
humana pelo modo como esta lhe tratou e a todos os outros
anfitriões por tanto tempo, sem sofrer nenhuma consequência.
Dolores deixa de ser a mulher sonhadora de sua narrativa para
se tornar uma verdadeira tirana, que deseja a extinção de todos
os seres humanos e está disposta a cometer qualquer tipo de ato
para atingir seus objetivos, destruindo, inclusive, os anfitriões que
discordam de suas atitudes. Essas práticas poderiam ser atribuídas
às de uma máquina fria e calculista, mas é preciso lembrar que o
comportamento de Dolores surge de sentimentos extremamente
humanos como ódio e vingança, os quais se desenvolvem por
conta própria, não estando previstos em sua narrativa.
228
“Eu nasci. Você foi feita.” – As fronteiras entre humanos e robôs em Westworld
Elisa Silva Ramos
229
Monstruosidades
estética e política
230
“Eu nasci. Você foi feita.” – As fronteiras entre humanos e robôs em Westworld
Elisa Silva Ramos
Conclusão
231
Monstruosidades
estética e política
Referências
BAUDRILLARD, Jean. A ilusão vital. Trad. Luciano Trigo. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2001.
232
Parte V
Anomalias, abjeções e
política
O animal monstruoso e abjeto no
trabalho literário de Hilda Hilst
O animal monstruoso
3
Disciplina ofertada no primeiro semestre de 2018 pelo Programa de Pós-Graduação
em Literatura da Universidade Federal de Santa Catarina.
236
O animal monstruoso e abjeto no trabalho literário de Hilda Hilst
Eduavison Pacheco Cardoso
4
A respeito da deformação da palavra, Eliane Robert Moraes, em “Da medida
estilhaçada”, aponta que: “Assim como god e dog [termo que Hilda Hilst aproxima]
estão unidos pelos secretos elos da língua, também a diferença entre o homem e o
animal depende apenas de uma sutil inversão [corpo/porco]” (MORAES, 1999, p. 121).
237
Monstruosidades
estética e política
5
Luiz Nazário enquadra o monstro singular na categoria “Unicidade” (NAZÁRIO,
1983, p. 12).
238
O animal monstruoso e abjeto no trabalho literário de Hilda Hilst
Eduavison Pacheco Cardoso
239
Monstruosidades
estética e política
6
Cínico vem do grego kynikós, isto é, cão.
7
Ou seja, um homem não precisa se transformar literalmente em um lobisomem ou
num homem-cachorro para que seja monstruoso, bastaria que houvesse a passagem
de um devir a outro.
240
O animal monstruoso e abjeto no trabalho literário de Hilda Hilst
Eduavison Pacheco Cardoso
241
Monstruosidades
estética e política
O animal abjeto
242
O animal monstruoso e abjeto no trabalho literário de Hilda Hilst
Eduavison Pacheco Cardoso
8
Esse termo é do conto “Fluxo”, de Fluxo-floema (2003).
243
Monstruosidades
estética e política
244
O animal monstruoso e abjeto no trabalho literário de Hilda Hilst
Eduavison Pacheco Cardoso
245
Monstruosidades
estética e política
246
O animal monstruoso e abjeto no trabalho literário de Hilda Hilst
Eduavison Pacheco Cardoso
9
Edson Costa Duarte propõe dois termos batailleanos para designar uma poética de
Hilda Hilst. A da agonia é concebida como uma “luta contra a morte”, enquanto o gozo
é como uma “pequena morte”. Para o autor, então, “Esse roteiro de excessos, de falhas,
descaminhos, recordação, paixão é o que nomeamos ‘poética da agonia e do gozo’, pois
na obra de Hilst os dois pólos da morte (enquanto luta contra a permanência do Nada, a
agonia) e o descontrole do corpo tomado pela pequena morte em vida, o gozo), assume
o estatuto de uma sensualidade quase sexual de se saber vivo e a tentativa desesperada
de fugir da consciência de se saber morrendo em vida” (DUARTE, s.d, p. 18).
247
Monstruosidades
estética e política
10
Isso também acontece com Amós Kéres, em Com os meus olhos de cão (2006).
248
O animal monstruoso e abjeto no trabalho literário de Hilda Hilst
Eduavison Pacheco Cardoso
Considerações finais
Referências
ANDRÉ, Willian. “A impossibilidade de se dizer o indizível: reflexões sobre
o duplo na novela ‘O unicórnio’”, de Hilda Hilst. Estudos de literatura
brasileira contemporânea, v. 1, n. 43, jan./jun. 2014. p. 263-276.
BORGES, Jorge Luis. O livro dos seres imaginários. Trad. Heloisa Jahn. São
Paulo: Companhia das Letras, 2007.
249
Monstruosidades
estética e política
HILST, Hilda. Sobre a tua grande face. São Paulo: Massao Ohno, 1986.
HILST, Hilda. Com os meus olhos de cão (Obras reunidas de Hilda Hilst). 2ª
ed. São Paulo: Globo, 2006.
<http://www.academia.edu/18298036/Poderes_do_Horror_de_Julia_
Kristeva_Cap%C3%ADtulo_1>. Acesso em: 10 de jun. de 2018.
NAZÁRIO, Luiz. Da natureza dos monstros. São Paulo: Arte e Ciência, 1983.
PÉCORA, Alcir. Nota do organizador. In: HILST, Hilda. Com os meus olhos
de cão. 2ª ed. São Paulo: Globo, 2006a.
250
A monstruosidade política e a
ressurreição dos mortos em
Incidente em Antares
252
A monstruosidade política e a ressurreição dos mortos em Incidente em Antares
Franciele Largue Hambrecht
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Monstruosidades
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A monstruosidade política e a ressurreição dos mortos em Incidente em Antares
Franciele Largue Hambrecht
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A monstruosidade política e a ressurreição dos mortos em Incidente em Antares
Franciele Largue Hambrecht
257
Monstruosidades
estética e política
1
No original: In this respect, the fantastic is not a subgenre of horror as I have
conceptualized it. For on my account, horror is signaled by the presence of monsters
who cannot be accommodated naturalistically by science. That is, sooner or later, in
what I am calling horror stories, the readers/viewers and/or the characters admit
that some supernatural (or sci-fi) entity, which defies the compass of science as we
know it, exists, and that it is causing all our troubles. Thus, whereas the fantastic
is defined by an oscillation between naturalistic and supernatural explanations,
horror requires that at some point attempts at ordinary scientific explanations be
abandoned in favor of a supernatural (or a sci-fi) explanation. Though the fantastic is
distinct from horror, it is not completely alien to it. For the play between supernatural
and naturalistic explanation has a crucial role in many horror plots. In the complex
discovery plot, for example, the characters, as well as the reader, may be caught
between opting for supernatural and naturalistic explanations through the discovery
and confirmation movements of that plot.
258
A monstruosidade política e a ressurreição dos mortos em Incidente em Antares
Franciele Largue Hambrecht
259
Monstruosidades
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260
A monstruosidade política e a ressurreição dos mortos em Incidente em Antares
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A monstruosidade política e a ressurreição dos mortos em Incidente em Antares
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A monstruosidade política e a ressurreição dos mortos em Incidente em Antares
Franciele Largue Hambrecht
265
Monstruosidades
estética e política
Referências
A NOITE dos mortos-vivos “Night of the Living Dead”. Direção: George A.
Romero. USA: Image Ten, 1968.
A NOITE dos mortos-vivos “Night of the Living Dead”. Direção: Chad Zuver.
USA: Shattered Images Films, 2014.
AMADO, Jorge. Dona Flor e seus dois maridos. São Paulo: Martin Fontes.
1966.
ASSIS, Joaquim Maria Machado de. Memórias póstumas de Brás Cubas. 18.
ed. São Paulo: Ática, 1992.
BISHOP, Kyle William. American Zombie Gothic: the rise and fall (and rise)
of the walking dead in popular culture. McFarland, 2010.
EXTERMÍNIO “28 Days Later”. Dir. Danny Boyle. GB: British Film Council,
2002.
266
A monstruosidade política e a ressurreição dos mortos em Incidente em Antares
Franciele Largue Hambrecht
PULLIAM, June. The Zombie. In: JOSHI, S.T. (Org.). Icons of horror and
the supernatural, volume 2. Westport, CT: Greenwood, 2007, p. 723-754
SOUTHEY, Robert. History of Brazil: part the third. William Pople, 1819.
THE walking dead. “The Walking Dead”. Produção: Frank Daraboat. USA:
AMC Studios. 2010.
TODO mundo quase morto. “Shaun of Dead”. Reino Unido. Dir. Edgar
wright. Universal Pictures. 2004.
267
Corpos em (de)formação: o
“monstruoso” nas
Flores bellatinianas
O mostrar do monstruoso
270
Corpos em (de)formação: o “monstruoso” nas Flores bellatinianas
Luciane Bernardi de Souza
271
Monstruosidades
estética e política
272
Corpos em (de)formação: o “monstruoso” nas Flores bellatinianas
Luciane Bernardi de Souza
273
Monstruosidades
estética e política
274
Corpos em (de)formação: o “monstruoso” nas Flores bellatinianas
Luciane Bernardi de Souza
275
Monstruosidades
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276
Corpos em (de)formação: o “monstruoso” nas Flores bellatinianas
Luciane Bernardi de Souza
277
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Corpos em (de)formação: o “monstruoso” nas Flores bellatinianas
Luciane Bernardi de Souza
279
Monstruosidades
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280
Corpos em (de)formação: o “monstruoso” nas Flores bellatinianas
Luciane Bernardi de Souza
282
Corpos em (de)formação: o “monstruoso” nas Flores bellatinianas
Luciane Bernardi de Souza
Considerações
283
Monstruosidades
estética e política
Referências
BELLATÍN, Mario. Flores. Trad. Josely Vianna Baptista. Cosac Naif, 2001.
NAZÁRIO, Luiz. Da natureza dos monstros. São Paulo: Arte & Ciência, 1999.
284
Parte VI
1
Doravante Tropa 1 e Tropa 2, respectivamente.
Monstruosidades
estética e política
288
Discursos sobre a monstruosidade em Tropa de Elite
Peterson Roberto da Silva
289
Monstruosidades
estética e política
2
Ver, por exemplo, Graeber (2004, p. 55), a respeito dos estudos etnogenéticos.
3
Ver Russo (2000).
290
Discursos sobre a monstruosidade em Tropa de Elite
Peterson Roberto da Silva
4
No filme de Lynch, essa aceitação é nitidamente (para muitos que o aceitam) hipócrita
ou interessada. No entanto, o fato é que o Homem-elefante deixa de exercer a função
de monstro nesse momento, pois passa a ser visto como alguém com quem é possível
conviver (e não que se deva prender em uma jaula ou segregar da vida pública, como
havia sido o caso até esse ponto da história).
5
Quanto a isso, ver Silva (2018, p. 61-71); para uma discussão sobre a noção de poder,
ibid. (p. 127-136).
6
Tradução do autor; no original: “political forces may have as much sublime power as
natural or supernatural forces”.
291
Monstruosidades
estética e política
7
Quanto às últimos duas, ver Coale (2007, p. 106-108).
8
Quanto a isso ver, por exemplo, Joas e Knobl (2009) e Giddens (1989).
292
Discursos sobre a monstruosidade em Tropa de Elite
Peterson Roberto da Silva
9
Não estou partindo de uma perspectiva como a teoria da escolha racional – apenas
apontando que existem incentivos sistêmicos que causam tais influências; sua prevalência
em contextos específicos, obviamente, depende de uma série de fatores contextuais.
293
Monstruosidades
estética e política
10
Este valor (de 1997) pode ser ajustado para inflação; usando os dados disponíveis no
momento da redação deste artigo (até 01/04/2018), tem-se valores que vão desde R$
1.810,95 (ajustando pelo Índice de Preços ao Consumidor – Brasil – IPC-Br) até R$
2.482,22 (ajustando pelo Índice Geral de Preços do Mercado – IGP-M).
294
Discursos sobre a monstruosidade em Tropa de Elite
Peterson Roberto da Silva
295
Monstruosidades
estética e política
296
Discursos sobre a monstruosidade em Tropa de Elite
Peterson Roberto da Silva
297
Monstruosidades
estética e política
Em áreas controladas pelo tráfico, o vigilante. O nome dessa função se deve ao fato de
11
que, para avisar incursões inimigas, pode fazer uso de fogos de artifício.
298
Discursos sobre a monstruosidade em Tropa de Elite
Peterson Roberto da Silva
12
Ver O’Mara (2015) quanto às evidências científicas para o fato de que a tortura não
funciona.
13
Ver, por exemplo, Beck (2008).
299
Monstruosidades
estética e política
14
Não é possível “perdoar” quando se é policial, posto que “traficante é traficante”
e “não perdoa” (Tropa 1, 00:22:10); para Nascimento, “quem ajuda traficante”, os
“maconheiros” que “nasce[m] com oportunidade e acaba[m] entrando nessa vida”,
“têm que ir pra cadeia” (Tropa 1, 00:23:48).
15
Nascimento parece, inclusive, ciente de que a atuação das polícias é seletiva com
os pretos e pobres – não só pelo remorso em relação ao fogueteiro em Tropa 1, mas
porque em Tropa 2 (01:35:08) ele narra: “imagina a merda que ia dar se o BOPE
trabalhasse deputado corrupto como trabalha traficante”.
16
Seria possível questionar o quanto o filme influencia a construção de narrativas
sobre monstros-categoria entre os espectadores a partir da forma como
representa negros, pobres, usuários de drogas ilícitas (em particular a maconha)
e universitários, considerando que, como pondera Campos, o ponto de foco do
narrador “segue a demanda por uma referência a partir da qual a narrativa será
composta e, mais tarde, recebida pelo espectador” – mas isto seria um objeto de
investigação distinto do presente.
300
Discursos sobre a monstruosidade em Tropa de Elite
Peterson Roberto da Silva
17
O vendedor varejista de drogas ilícitas.
301
Monstruosidades
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Discursos sobre a monstruosidade em Tropa de Elite
Peterson Roberto da Silva
A crítica, relida
303
Monstruosidades
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304
Discursos sobre a monstruosidade em Tropa de Elite
Peterson Roberto da Silva
305
Monstruosidades
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18
Ou mesmo rousseaunianos, no sentido da democracia como obedecer às regras que
se dá a si mesmo.
306
Discursos sobre a monstruosidade em Tropa de Elite
Peterson Roberto da Silva
Considerações finais
307
Monstruosidades
estética e política
308
Discursos sobre a monstruosidade em Tropa de Elite
Peterson Roberto da Silva
309
Monstruosidades
estética e política
Referências
AGAMBEN, Giorgio. Estado de exceção. Trad. Iraci Poleti. São Paulo:
Boitempo, 2004.
COHEN, Jeffrey Jerome. “A cultura dos monstros: sete teses”. In: Tomaz
Tadeu da Silva (Org.) Pedagogia dos monstros. Trad. Tomaz Tadeu da Silva.
Belo Horizonte: Autêntica, 2000. p. 23-60.
310
Discursos sobre a monstruosidade em Tropa de Elite
Peterson Roberto da Silva
NAZÁRIO, Luiz. Da natureza dos monstros. São Paulo: Arte & Ciência,
1983.
311
O som do horror: corporeidade
e abjeção na performance de
Diamanda Galás
2
Neste artigo, a referência será à performance registrada em GALÁS, Diamanda. Das
Fieberspital (The Fever Hospital) [part II]. 2013. 10m22s. Disponível em: https://
www.youtube.com/watch?v=UX2yUhv0sBg. Acesso em: 02.Ago.2018.
314
O som do horror: corporeidade e abjeção na performance de Diamanda Galás
Cristiano dos Passos
315
Monstruosidades
estética e política
3
“Estudos da Monstruosidade – Estética e Política”, cadeira ministrada no primeiro
semestre de 2018 pelos professores Marcio Markendorf e Daniel Serravalle de Sá na
Pós-Graduação em Literatura, na Universidade Federal de Santa Catarina.
316
O som do horror: corporeidade e abjeção na performance de Diamanda Galás
Cristiano dos Passos
***
4
Simpósio realizado em 28.6.2018, no Auditório da Biblioteca Universitária da UFSC,
como atividade de encerramento da disciplina “Estudos da Monstruosidade”, na qual
eu, assim como todos os alunos, pudemos apresentar as pesquisas que culminariam
nos artigos do presente livro. Vale registrar que o evento foi aberto ao público,
contando com uma boa adesão de estudantes e professores de Letras.
317
Monstruosidades
estética e política
318
O som do horror: corporeidade e abjeção na performance de Diamanda Galás
Cristiano dos Passos
***
5
Vale destacar que as influências de ambos os artistas convergem para os mesmos
poetas – Poe e Baudelaire – coincidência que, de certa forma, conecta suas obras e suas
visões de mundo, ainda que entre eles haja uma lacuna de quase um século.
319
Monstruosidades
estética e política
6
Aliás, pelo que pude apurar em cerca de dois meses de pesquisa, não há nenhuma
tradução desse poema de Heym em português.
320
O som do horror: corporeidade e abjeção na performance de Diamanda Galás
Cristiano dos Passos
7
Interessante aqui ressaltar a importância das reflexões de Linda Hutcheon (2013)
sobre a adaptação, inclusive no sentido em que esta se confunde com a própria ideia
de tradução. Nas palavras de Hutcheon, foi Benjamin, em A tarefa do tradutor, quem
“argumentou que a tradução não é uma versão de algum significado não textual fixo que
deva ser copiado, parafraseado ou reproduzido; na realidade, é um engajamento com
o texto original que nos permite vê-lo de diferentes formas (...). Em vários casos, por
envolver diferentes mídias, as adaptações são recodificações, ou seja, traduções em forma
de transposições intersemiótica de um sistema de signos (palavras, por exemplo) para
outro (imagens, por exemplo). Isso é tradução, mas num sentido bem específico: como
transmutação ou transcodificação, ou seja, como necessariamente uma recodificação
num novo conjunto de convenções e signos.” (HUTCHEON, 2013, p. 40)
8
“However, the drama of the song and its power over listeners depend much less on
words and images than one might think on the basis of how I have been representing
it. The drama of “Me and Bobby McGee” occurs, above all, through the modulations
and metamorphosis of Joplin’s voice. Its pathos can also grip listeners who do not
understand English, for the song uses words as forms; only in a secondary sense is
the meaning of words important. The emotions, atmospheres, and moods that such
a powerful voice summons forth are certain, anyone who has heard ths song knows
what they are, even though we have no concepts that might permit us to grasp them
and share them with others descriptively.” (GUMBRECHT, 2012, p. 98)
321
Monstruosidades
estética e política
***
322
O som do horror: corporeidade e abjeção na performance de Diamanda Galás
Cristiano dos Passos
323
Monstruosidades
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O som do horror: corporeidade e abjeção na performance de Diamanda Galás
Cristiano dos Passos
325
Monstruosidades
estética e política
p. 5). Aliás, foi a partir dos futuristas que o ruído passou a ser
incorporado à arte como forma de expressão, coincidentemente
– ou não – na mesma época em que a primeira geração de
poetas expressionistas produzia sua obra, incluindo Heym.
Segundo Punter e Byron, o romance gótico também surgiu com
a industrialização, a partir do momento que o sistema agrícola
tradicional entrou em colapso e gerou novas formas de trabalho,
ao passo em que a urbanização distanciou as pessoas do mundo
natural (PUNTER; BYRON, 2004, p. 20).
Ainda sobre o ruído e sua inserção na arte contemporânea,
é interessante lançar mão da obra Noise/Music - A history, de
Paul Hegarty, o qual ressalta a presença negativa do barulho,
usado inclusive como forma de tortura, considerando o efeito
que este tem sobre o corpo humano. O barulho é o indesejado
e costuma ser definido por aquilo que ele não é, ou seja, como
não música, como som inaceitável e desprovido de mensagem ou
significado (HEGARTY, 2007). É o mesmo teórico que vai apontar
em Russolo, autor do manifesto The art of noises, em 1912, a ideia
de que o ruído representa, para aquele que o entende, uma fonte
inesgotável de sensações (ibid, p. 14), entre as quais se encontram
as sensações provocadas pela música radical de Diamanda Galás,
que, segundo Steven Wilson, “oferece uma mensagem radical em
uma linguagem radical e expressiva” (WILSON, 2014, p. 249).
Certamente, o ruído, na música de Galás, tem a intenção de
provocar no ouvinte sensações tão desagradáveis quanto àquelas
contidas na ideia que esta veicula acerca do hospital da febre.
Na sequência, entre essas luzes oscilantes, de fraca
intensidade, surge o rosto cadavérico de Diamanda Galás, em
tom altamente pálido em contraste com a escuridão que toma o
palco, imóvel e fantasmagórico como uma aparição em um filme
de terror. Voltando à performance, começa-se a ouvir a voz de
Galás, pré-gravada, falando de forma sussurrada, rouca, débil e
326
O som do horror: corporeidade e abjeção na performance de Diamanda Galás
Cristiano dos Passos
327
Monstruosidades
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328
O som do horror: corporeidade e abjeção na performance de Diamanda Galás
Cristiano dos Passos
10
The term “Schrei” has a rather narrow semantic range including: “cry, shout, yell,
howl, wail, scream, shriek.” As applied to Expressionist performance specifically, the
significance of the Schrei varied according to the type of script and production it served,
but all types appear to have found a use for it. In the première of Ernst Toller’s Die
Wandlung, for example, it occurred thematically as a scripted expression of the horror
of war. In Leopold Jessner’s staging of Richard III, it was a means of summarizing
Jessner’s demonic idea of Richard’s character. In Lothar Schreyer’s Kampfbühne
productions, it seems to have served primarily a tonal function – as one element
in a complex orchestration of sounds. More than any other performance feature,
consequently, the Schrei became the hallmark of that breadth of vocal and physical
performance capability – and endurance – which was the first standard of excellence
in Expressionist acting. However, it seems to have assumed its most comprehensive
meaning in certain of the earliest Expressionist dramas, where emotional expression
itself was both the subject, and the chief agency, of dramatic action.
KUHNS, David F. German Expressionist Theatre: The Actor and the Stage. 2 ed.
Cambridge: Cambridge UP, 2006. Disponível em: https://www.cambridge.org/core/
books/german-expressionist-theatre/schrei-ecstatic-performance/0B05B12807A790
07CD1066848CF3B0A0. Acesso em: 08 ago. 2018.
Entrevista disponível em https://screenanarchy.com/2011/04/schrei-27-interview-
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O som do horror: corporeidade e abjeção na performance de Diamanda Galás
Cristiano dos Passos
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O som do horror: corporeidade e abjeção na performance de Diamanda Galás
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The very ideas of what it meant to be human were disturbed in the face of increasing
regimentation and mechanistic roles. Notably, as Jerrold E. Hogle remarks, it is
precisely at this moment that Mary Wollstonecraft Shelley’s Frankenstein (qq.v.)
emphasizes the horror of her creature’s artificiality: the human is replaced by an
automaton manufactured from fragments (Hogle, 1998). Discoveries in the sciences
only served to aggravate a sense of alienation and further disturb notions of human
identity. (PUNTER; BYRON, 2004, p. 20).
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Referências
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O som do horror: corporeidade e abjeção na performance de Diamanda Galás
Cristiano dos Passos
NAZÁRIO, Luiz. Da natureza dos monstros. São Paulo: Arte & Ciência, 1983
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WILSON, Steven. The Radical Music of John Zorn, Diamanda Galás, and
Merzbow: a Hermeneutic Approach to Expressive Noise. Dissertation
(Doutorado em Filosofia em Musicologia). Graduate College of the
University of Illinois at Urbana-Champaign, 2014.
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A essência do mal, de Luca D’Andrea,
e sua tradução para o português
brasileiro
Karine Simoni
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A essência do mal, de Luca D’Andrea, e sua tradução para o português brasileiro
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“È fondamentale nella storia, non è solo la scenografia: la montagna è decisiva,
perché è un luogo chiuso. Da queste parti si dice: quel che accade in vetta resta in
vetta. Al 90% è realmente la mia terra, poi c›è la mia fantasia. Ci tenevo a cancellare
l›immagine da cartolina che tutto il mondo ha delle Dolomiti: queste montagne sono
soprattutto una storia imponente accumulata nei secoli.”
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“Vivere in una terra lontana dai centri metropolitani forse aiuta e forse anche la
mia conoscenza del tedesco. Ma in realtà quello che cerco è la semplicità, la velocità
della narrazione, non perdere l’attenzione del lettore.”
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Fu a quel punto che vidi. Quando Foi nesse momento que vi.
rimasi solo, al di là del tempo e Quando fiquei sozinho, além do
dello spazio, io vidi. tempo e do espaço, eu vi.
Il buio. A escuridão.
Il buio totale. Ma non morii. Oh A escuridão total. Mas não morri.
no. La Bestia si prese gioco di me. Ah, não. A Besta se divertiu
Mi lasciò vivere. La Bestia che comigo. Deixou-me viver. A Besta
adesso sussurrava: «Resterai con que agora sussurrava:
me per sempre, per sempre…» – Você vai ficar comigo para
Non mentiva. sempre, para sempre...
Una parte di me è ancora lí. Não estava mentindo.
Ma, come avrebbe detto mia figlia Parte de mim ainda está lá.
Clara sorridendo, quella non era Mas, como minha filha Clara diria
la z alla fine dell’arcobaleno. Non sorrindo, aquilo não era o z no
era la fine della mia storia. Al fim do arco-íris. Não era o fim da
contrario. minha história. Pelo contrário.
Quello non fu che l’inizio. Aquilo foi apenas o início.
Sei lettere: «Inizio». Sei lettere: Seis letras: “Início”. Seis letras: “A
«Bestia». Besta”.
Proprio come: «Orrore». Exatamente como: “Horror”.
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Era questo che Gunther Era isso que Günther dizia ter
diceva di aver sentito. Cio ouvido. Isso que deve ter ouvido
che doveva aver udito Oscar Oscar Grünwald antes de morrer,
Grunwald prima di morire, encolhido naquela fenda da rocha,
rannicchiato in quella fessura como se... Como se tivesse visto
della roccia come se… Come se algo terrível se mover na água.
avesse visto qualcosa di terribile Algo grande e frio. E pela segunda
muoversi nell’acqua. Qualcosa di vez eu senti tocarem meu pé.
grosso e freddo. E per la seconda Com mais insistência. Levantei
volta mi sentii toccare il piede. rapidamente a perna e acabei com
Con maggiore insistenza. Alzai di a cabeça debaixo d’água. Naquele
scatto la gamba e finii con la testa momento a lâmpada se acendeu.
sotto il pelo dell’acqua. In quel
momento la lampada si accese.
Luce. Luz.
Era bianco. Era enorme. Era branco. Era enorme.
Jaekelopterus Rhenaniae. Jaekelopterus Rhenaniae.
Scalciai. Eu me debati.
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Referências
BARTHES, Roland. Aula. Trad. Leyla Perrone-Moisés. 14ª ed. São Paulo:
Cultrix, 2009.
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