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O QUE OBSERVAR NA COMPRA DO PEIXE

O peixe é um dos alimentos com maior valor dietético e proteico, além de possuir um baixo
teor de gordura se comparado às carnes de aves e bovina. Pelo fato do Brasil possuir uma
ampla extensão litorânea, este produto é consumido principalmente nas cidades litorâneas.

Em algumas regiões, as más condições de manipulação, armazenamento e transporte do


pescado fresco acabam contribuindo para a perda de qualidade e para a deterioração do
pescado.

De acordo com RTIQ, entende-se por peixe fresco, o produto obtido de espécies saudáveis e
de qualidade adequada para o consumo humano, convenientemente lavado e que seja
conservado somente pelo resfriamento a uma temperatura próxima a do ponto de fusão do
gelo.

Para que este alimento contribua para a saúde e nutrição do consumidor, é necessário que
algumas medidas sejam adotadas no momento da compra do pescado, como a avaliação das
condições higiênico-sanitárias do local de comercialização e as características organolépticas.

Dentre as características organolépticas a serem observadas, é possível destacar: Deverá


estar isento de decomposição, manchas por hematomas, coloração distinta à normal para a
espécie considerada, incisões ou rupturas das superfícies externas; Superfície do corpo limpa
e com brilho metálico; Olhos transparentes, brilhantes, salientes e ocupando completamente a
cavidade orbitária (Córnea clara, transparente e lustrosa, íris cor-de-rosa amarelado e
cristalino transparente); Guelras róseas/vermelhas, úmidas, brilhantes, bem aderidas, com
odor natural e ausência ou discreta presença de muco; Ventre firme, não deixando a
impressão dos dedos por um longo período; Escamas com brilho metálico, translúcidas,
resistentes aos movimentos, fortemente aderidas à pele e nadadeiras; Carne com cor relativa
à espécie desejada, firme e de consistência elástica; Aberturas naturais devem se
apresentar bem vedadas e com cheiro característico das plantas marinhas; Vísceras
íntegras, sem dano aparente e diferenciadas; O odor do pescado fresco não incomoda nem
causa mal estar. Porém quando em fase de decomposição o odor torna-se forte e intenso –
repugnante.

Dentre as características higiênico-sanitárias do local de venda, é necessário que: Os


vendedores estejam com aventais limpos, uniforme de cor clara, touca e sapatos fechados;
Bancadas de aço inoxidável com temperatura de 4ºC, limpas e bem conservadas; O peixe
deve ficar a uma temperatura de 0°C e 3°C (protegidos do sol e do calor); Deve se utilizar a
porção de 1 kg de peixe para 1kg de gelo (1:1); As facas e tábuas devem estar bem
higienizadas e íntegras; O lixo deve ser mantido em local adequado; Devem ser
utilizados detergentes e desinfetantes adequados e registrados nos órgãos competentes;
Controle de pragas e vetores urbanos por meio de telas milimétricas; As embalagens não
devem estar sujas, amassadas, estufadas, trincadas, furadas ou abertas; O rótulo deve
apresentar o nome do produto, nome e endereço do fabricante, lista de ingredientes,
conteúdo líquido, identificação da origem, lote e data de validade.
Após a compra, é aconselhável retirar as vísceras e escamas da peça antes de colocá-la na
geladeira; Congelar as peças inteiras, sem tempero e protegidas com embalagens; Não
congelar espécies diferentes no mesmo recipiente; Dessalgar o pescado por 24 horas em um
recipiente com água na geladeira, realizando a troca da água a cada 4 horas.

REFERÊNCIAS

BARBOSA, J.A. et al.. Características comportamentais do consumidor de peixe no mercado


de belém. Bol. Téc. Cient. Cepnor, Belém, v. 7, n. 1, p. 115 – 133

BRASIL. Decreto n° 30.691 de 29 de março de 1952. Regulamento da nspeção industrial e


sanitária de produtos de origem animal – RIISPOA.

BRASIL. Ministério da Agricultura. Portaria n° 185 de 13 de maio de 1977. Aprova


regulamento técnico de identidade e qualidade de peixe fresco (inteiro e eviscerado) .
Brasília (DF), 1997.

Cuidados na hora de comprar e consumir peixes. Governo de São Paulo. Abril de 2015.
Disponível em: <https://www.saopaulo.sp.gov.br/ultimas-noticias/veja-os-cuidados-na-hora-de-
comprar-e-consumir-peixes/>. Acesso em: 09 de abril de 2020.

GERMANO, P. M. L.; GERMANO, M. I. S. Higiene e vigilância sanitária de alimentos. São


Paulo: Varela, 2001.

GERMANO, P. M. L.; GERMANO, M. I. S; OLIVEIRA, C. A. F. Aspectos da qualidade


do pescado de relevância em saúde pública. Revista higiene alimentar . São Paulo: v. 12,
n. 53, p.30-37, jan. a fev., 1998.

JULIANO, R.P. 2007. Qualidade do pescado em feira livre. Curso Latu Sensu, Universidade
de Castelo Branco, São Paulo, 43 p.

SANTOS, A.R. 2005. A feira livre da avenida Saul Elkind em Londrina-PR. Geografia: Revista
Brasileira de Geociências, 14 (1): 1-13.

ROSA, M. P. Os fatores que influenciam na qualidade do pescado. São Paulo,


2001. Pós-Graduação em Saúde Pública. Universidade de São Paulo, Faculdade de Saúde
Pública.

SILVA, F.J.F. et al., Compra do pescado na feira de juruá: fatores que influenciam na tomada
de decisão. Revista de educação, ciência e tecnologia IFAM. Junho de 2016. Vol. 10 - Nº 1

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