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Curso de Direito
BELO HORIZONTE
2020-2
ANA LÚCIA MONTEIRO DE PAULA
Belo Horizonte
2020.2
RESUMO
Este trabalho trata-se de um estudo da legislação com a finalidade de
mostrar a importância do direito tributário nas Entidades sem fins lucrativos. As
entidades em sua grande maioria têm seu financiamento oriundo de doações
do setor privado, que por sua vez recebe incentivos fiscais. Essa transação
demanda uma prestação de contas relatando com transparência como foram
aplicados os recursos e todas as atividades relacionadas ao aporte recebido. A
importância da assessoria de profissionais capacitados em instituições do
terceiro setor, visando um serviço com clareza, pautado pela transparência e
exatidão. Serviços tais, que permitam que as instituições possam gozar das
prerrogativas legais. Sendo o objetivo principal do trabalho, realizar uma
análise acerca das legislações que abarcam o terceiro setor, sobretudo as que
garantem a manutenção da imunidade e das isenções tributárias. Além de
pontuar a importância da atuação de profissionais da área jurídica nestas
instituições.
1. INTRODUÇÃO
https://www.senado.leg.br/atividade/const/con1988/CON1988_05.10.1988/CON1988.asp.
2
CARVALHO, Geraldo Guilherme Ribeiro. COSTA, Irene Pereira. A judicialização
como forma de garantir o direito à saúde no Brasil.rev. Revista Jus Navigandi, ,
2018.Disponivel em: https://jus.com.br/artigos/70813/a-judicializacao-como-forma-de-garantir-o-
direito-a-saude-no-brasil/3. Acesso em 29 de set. 2020.
3
CARVALHO, Geraldo Guilherme Ribeiro. COSTA, Irene Pereira. A judicialização
como forma de garantir o direito à saúde no Brasil.rev. Revista Jus Navigandi, ,
2018.Disponivel em: https://jus.com.br/artigos/70813/a-judicializacao-como-forma-de-garantir-o-
direito-a-saude-no-brasil/3. Acesso em 29 de set. 2020.
reflexo pela busca em atender às demandas sociais e garantir a manutenção
do Estado Democrático de Direito.
4
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, outubro de 1988. Brasília, DF,
Disponível em:
https://www.senado.leg.br/atividade/const/con1988/CON1988_05.10.1988/CON1988.asp.
lutas travadas contra as injustiças. De modo que esses direitos não podem ser
5
transferidos a terceiros, são indissociáveis e possuem aplicabilidade imediata.
5
SILVA, Renata Custodio de Oliveira Domingueti. Os Direitos Fundamentais na
Constituição Federal: Evolução Historica eSuas Dimensões . 2017. Revista Ambito
Jurídico. Disponível em:https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-constitucional/os-direitos-
fundamentais-na-constituicao-federal-evolucao-historica-e-dimensoes/. Acesso em: 01 maio
2017.
6
- Ibid.,p.02.
7
ONU. Declaração Universal dos Direitos Humanos. Assembleia Geral das Nações Unidas.
Nova Iorque, 1948. Disponível em: https://nacoesunidas.org/wp-
content/uploads/2018/10/DUDH.pdf
fundamentais em condições de igualdade de forma a promover proteção e
garantias dadas pelo próprio estado de direito (GOTTI, 2012). 8
11
HESSE, Konrad – A Força Normativa da Constituição. Tradução de Gilmar Ferreira Mendes.
Porto Alegre: safE, 1991.
12
- Ibid.,p.87
13
JÚNIOR, José Cretella,. Comentários à Constituição de 1988. Rio de Janeiro: Forense
Universitária, 2002.
2.2 Direito à Saúde – SUS
14
Brasil. Lei 8080 de 19 de setembro de 1990, que dispõe sobre a organização do SUS
disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm. acesso em 20/09/2020.
15
Brasil. Lei 8142 de 28 de dezembro de 1990. Dispõe sobre a participação da comunidade na
gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de
recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8142.htm.
§ 2° O Conselho de Saúde, em caráter permanente e deliberativo,
órgão colegiado composto por representantes do governo,
prestadores de serviço, profissionais de saúde e usuários, atua na
formulação de estratégias e no controle da execução da política de
saúde na instância correspondente, inclusive nos aspectos
econômicos e financeiros, cujas decisões serão homologadas pelo
chefe do poder legalmente constituído em cada esfera do governo
(BRASIL,1990).
16
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, outubro de 1988. Brasília, DF,
Disponível em:
https://www.senado.leg.br/atividade/const/con1988/CON1988_05.10.1988/CON1988.asp.
17
.SOUZA, Aione Maria da Costa; Universalidade da saúde no Brasil e as contradições da
sua negação como direito de todos. R. Katál., Florianópolis, v. 17, n. 2, p. 227-234, jul./dez.
2014. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/rk/v17n2/1414-4980-rk-17-02-0227.pdf. Acesso
em : 2/09/2020.
É oportuno ressaltar que o SUS é um sistema de saúde complexo, e ao
longo do tempo demonstrou sua ineficiência na efetivação da saúde como
pretendia na sua criação, ficando clara as evidencias que assinalam os limites
de sua atuação, de forma que o judiciário tenha que intervir na administração
pública para que os direitos elencados na constituição e demais legislações
sejam garantidos.
3. A CRISE NA SAÚDE
18
MADEIRO. C.V.Ricardo. Crise na Saúde Pública, R. Jurídica Consulex, Nº 397, ano XVII,
p.18-23, Ago/2019.Disponível: https://consulex.com.br/crise -na saude - publica/22-0158-
7162.pdf. acesso em:19 /09/2020.
19
BRASIL. Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017. : Aprova a Política Nacional de
Atenção Básica,estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da Atenção Básica,
no âmbito do Sistema Único de Saúde(SUS).. 1. ed. BRASÍLIA, DF: Ministério da Saúde, 21
set. 2017. Disponível em:
https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/19308123/do1-2017-
09-22-portaria-n-2-436-de-21-de-setembro-de-2017-19308031. Acesso em: 20 set. 2020.
A ineficiência da atenção primária tem contribuído cada vez mais para a
superlotação em hospitais públicos, que por sua vez tem filas onde milhares de
pessoas padecem esmolando um procedimento eletivo, exames, consultas ou
medicamentos.
22
Barroso define a judicialização como:
20
BRASIL. Conselho Nacional de Justiça. Fórum do Judiciário para a Saúde. Brasília, DF,
2014. Disponível em: . Acesso em: 11 ago. 2014
21
BARROSO, Luís Roberto. Da falta de efetividade à judicialização excessiva: direito à
saúde, fornecimento gratuito de medicamentos e parâmetros para a
atuaçãojudicial. Disponível em: <https://www.conjur.com.br/dl/estudobarroso.pdf>. Acesso em:
22 set. 2018.
22
Ibidem. p. 5
Judicialização significa que algumas questões de larga repercussão
política ou social estão sendo decididas por órgãos do Poder
Judiciário, e não pelas instâncias políticas tradicionais: o Congresso
Nacional e o Poder Executivo (…). Como intuitivo, a judicialização
envolve uma transferência de poder para juízes e tribunais, com
alterações significativas na linguagem, na argumentação e no modo
de participação da sociedade. O fenômeno tem causas múltiplas.
Algumas delas expressam uma tendência mundial; outras estão
diretamente relacionadas ao modelo institucional brasileiro .
23
SANTOS, Rosilene dos, JUNIOR Antonyo Leal Direito Constitucional , Revista 170
Revista Âmbito Jurídico nº 169 – Ano XXI – Fevereiro/2018.
Disponivel:https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2019/03/em-uma-decada-judicializacao-da-
saude-publica-e-privada-cresce-130.shtml
24
SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos direitos fundamentais. 8. ed. rev. atual. Porto
Alegre: Livraria do Advogado, 2007a.
judiciário e a sociedade brasileira discutirem sobre o tema (SANTOS e
JUNIOR, 2018).25
25
SANTOS, Rosilene dos, JUNIOR Antonyo Leal; Direito Constitucional , Revista 170
Revista Âmbito Jurídico nº 169 – Ano XXI – Fevereiro/2018.
Disponivel:https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2019/03/em-uma-decada-judicializacao-da-
saude-publica-e-privada-cresce-130.shtml
26
MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Direito Constitucional. 7. ed.
rev. atual. São Paulo Saraiva: 2012.
27
FOLHA de São Paulo: Em uma década, judicialização da saúde pública e privada cresce
130%. Em uma década, judicialização da saúde pública e privada cresce 130%. 2019.
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2019/03/em-uma-decada-judicializacao-
da-saude-publica-e-privada-cresce-130.shtml. Acesso em: 20 set. 2020.
28
Rosa, Tatiana. Judicialização da Saúde: CONASS e conselho nacional de justiça
debatem a questão das ações Judiciais na saúde. R. Consensus. 2016. Nº 19 abril, maio e
junho de 2016, p. 12-17.disponível em:
https://www.conass.org.br/biblioteca/pdf/revistaconsensus_19.pdf. Acesso em: 20/09/2020.
condenam a Administração Pública ao custear tratamentos implausíveis,
quanto a acessibilidade ou essencialidade, também obsevado em
medicamentos experimentais sem eficácia comprovada e terapias
alternativas.29
29
BARROSO, Luís Roberto. Da falta de efetividade à judicialização excessiva: direito à
saúde, fornecimento gratuito de medicamentos e parâmetros para a atuação judicial
2007. Disponível em: <https://www.conjur.com.br/dl/estudobarroso.pdf>. Acesso em: 22 set.
2020.
30
Ibidem. p. 3
31
SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos direitos fundamentais. 11. ed. rev. atual. Porto
Alegre: Livraria do Advogado, 2012.
De acordo com os artigos 1º,5º e 6º da Constituição Federal de 1988,
que trata os direitos fundamentais: o direito à saúde, à educação e à
alimentação são elencados como os três pilares que sustentam o conceito de
mínimo existencial.32
32
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, outubro de 1988. Brasília, DF,
Disponível em:
https://www.senado.leg.br/atividade/const/con1988/CON1988_05.10.1988/CON1988.asp.
33
KRAMER, Ana Cristina. O Poder Judiciário e as ações na área de saúde. 2006 Disponível
em:2006
34
MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Direito Constitucional. 7. ed.
rev. atual. São Paulo Saraiva: 2012.
maneira que inviabilize a prestação da ação ou serviço a outras pessoas, nem
comprometa a implementação de políticas públicas em outras áreas sociais
(kremer 2006).35
35
KRAMER, Ana Cristina. O Poder Judiciário e as ações na área de saúde. 2006 Disponível
em:2006
36
KRELL, Andreas Joachim. Direitos Sociais e Controle Judicial no Brasil e na Alemanha: os
(des)caminhos de um direito constitucional “comparado”. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris
Editor, 2002, p. 53-54. 25
37
KRELL, Andreas Joachim. Direitos Sociais e Controle Judicial no Brasil e na Alemanha: os
(des)caminhos de um direito constitucional “comparado”. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris
Editor, 2002, p. 53-54. 25
valendo-se do princípio da proporcionalidade. Nesse aspecto, o Ministro Gilmar
Mendes considera que: 38
38
MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Direito Constitucional. 7. ed.
rev. atual. São Paulo Saraiva: 2012.
39
SARLET, Ingo Wolfgang. Algumas considerações em torno do conteúdo, eficácia e
efetividade do direito à saúde na Constituição de 1988. Revista Eletrônica sobre a Reforma
do Estado. Salvador, n. 11, set. 2007.
solução juridicamente fácil nem moralmente simples nessa questão.
(BARROSO, 2007).40
40
BARROSO, Luís Roberto. Da falta de efetividade à judicialização excessiva: direito à
saúde, fornecimento gratuito de medicamentos e parâmetros para a atuação judicial
2007. Disponível em: <https://www.conjur.com.br/dl/estudobarroso.pdf>. Acesso em: 22 set.
2020.
41
BARROSO, Luís Roberto. Da falta de efetividade à judicialização excessiva: direito à
saúde, fornecimento gratuito de medicamentos e parâmetros para a atuação judicial
2007. Disponível em: <https://www.conjur.com.br/dl/estudobarroso.pdf>. Acesso em: 22 set.
2020.
5.CONSIDERAÇÕES FINAIS
BRASIL. Conselho Nacional de Justiça. Fórum do Judiciário para a Saúde. Brasília, DF, 2014.
Disponível em: . Acesso em: 11 ago. 2014.
FOLHA de São Paulo: Em uma década, judicialização da saúde pública e privada cresce
130%. Em uma década, judicialização da saúde pública e privada cresce 130%. 2019.
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2019/03/em-uma-decada-judicializacao-
da-saude-publica-e-privada-cresce-130.shtml. Acesso em: 20 set. 2020.
GOTTI, Alessandra. Direitos Sociais Fundamentos, regime jurídico, Implementação e Aferição
de Resultados. São Paulo: Ed. Saraiva.2012.
KRAMER, Ana Cristina. O Poder Judiciário e as ações na área de saúde. 2006 Disponível
em:2006
MADEIRO. C.V.Ricardo. Crise na Saúde Pública, R. Jurídica Consulex, Nº 397, ano XVII,
p.18-23, Ago/2019.Disponível: https://consulex.com.br/crise -na saude - publica/22-0158-
7162.pdf. acesso em:19 /09/2020.
MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Direito Constitucional. 7. ed. rev.
atual. São Paulo Saraiva: 2012.
SANTOS, Rosilene dos, JUNIOR Antonyo Leal; Direito Constitucional , Revista 170 Revista
Âmbito Jurídico nº 169 – Ano XXI – Fevereiro/2018.
Disponivel:https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2019/03/em-uma-decada-judicializacao-da-
saude-publica-e-privada-cresce-130.shtml
SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos direitos fundamentais. 8. ed. rev. atual. Porto
Alegre: Livraria do Advogado, 2007.