Você está na página 1de 4

1.

Os cálculos para o experimento de Compton


Na figura 1a, temos um fóton de frequência f, energia E0 5 hf e quantidade de movimento Q, que vai colidir com
um elétron em repouso. Após a colisão (fig. 1b), o elétron tem quantidade de movimento Qe e energia relativística E,
enquanto o fóton tem quantidade de movimento Q e energia E ’ 5 hf ’.
Qe Qe

Setup
y
Complementos de teoria e leituras

y
α
x
E Qe
x
fóton elétron
α
E0  hf Q v0 θ

antes E'  hf' Q'x

depois θ

Q'y Q'
(a)                  (b)
Figura 1.

Decompondo as quantidades de movimento nas direções x e y, temos:


Qe 5 Qe ? cos a; Qe 5 Qe ? sen a; Q 'x 5 Q ' ? cos q; Q y’ 5 Q ' ? sen q
x y

Impondo a conservação da quantidade de movimento na direção x, temos:


Q 5 Qe 1 Q 'x ⇒ Q 5 Qe ? cos a 1 Q ' ? cos q  (A)
x

Impondo a conservação da quantidade de movimento na direção y, temos:


Qe 5 Q 'y ⇒ Qe ? sen a 5 Q ' ? sen q  (B)
y

Lembrando que Q  hf e Q'  hf' , as equações (A) e (B) podem ser reescritas do seguinte modo:
c c
Qe  cos α  hf  hf' cos θ   (C)
c c
Qe  sen α  hf' sen θ     (D)
c
Elevando ao quadrado os dois membros de (C) e (D) e em seguida efetuando a soma membro a membro, obtemos:

 2 
( ) ( )( )  2 
( )
2 2
Q2e  sen
 α
 α  hf  2 hf hf' cos θ  hf'  cos
cos2  θ sen2θ
 
 1  c c c c  1 
ou:

( ) 2( hfc )( hf'c) cos θ  ( hf'c)


2 2
Q2e  hf
c

Multiplicando os dois membros da última equação por c2, chegamos a:


Q2ec2 5 (hf)2 2 2(hf)(hf ') cos q (E)
Pensemos agora nas energias. A energia cinética adquirida pelo elétron é igual à perda de energia do fóton:
EC 5 hf 2 hf '  (F)
Sendo m0 a massa de repouso do elétron, após a colisão sua energia total relativística será:
E 5 m0c2 1 EC (G)
Mas no capítulo anterior vimos que:
E2 5 m20c4 1 Q2ec2 (H)

Os complementos de teoria, leitura e exercícios complementares deste CD são PARTE


Volume 3 INTEGRANTE da obra Física Clássica, dos autores Caio Sérgio Calçada e José Luiz Sampaio.
1 Capítulo 21 Todos os direitos reservados.

FC3_CD_C21_Texto.indd 1 9/24/12 5:33 PM


Introduzindo (G) em (H), obtemos:
Q2ec2 5 E2C 1 2m0c2EC (I)
Introduzindo (F) em (I), temos:
Q2ec2 5 (hf)2 2 2(hf)(hf ') 1 (hf ')2 1 2m0c2(hf 2 hf ')  (J)
De (J) e (E), chegamos a:
Complementos de teoria e leituras

2m0c2(hf 2 hf ') 5 2(hf)(hf ')(1 2 cos q) (K)


Compton preferiu usar o comprimento de onda em vez da frequência. Assim, lembrando que f  λc , a equação
(K) transforma-se em:

λ'  λ  h (1  cos θ)  (L)


m0c

sendo l o comprimento de onda da radiação incidente e l' o comprimento de onda da radiação espalhada.
Lembrando que h 5 6,63 ? 10234 J ? s, c 5 3,0 ? 108 m/s e m0 5 9,11 ? 10231 kg, temos:

h  2,4  1012 m
m0c

Assim, para l medido em metros, a equação (L) fica:


l' 2 l  (2,4 ? 10212)(1 2 cos q)

2. Passagem da fórmula de Balmer para a fórmula de Rydberg


(no livro, passagem da equação 14 para a equação 15)
Para o espectro visível do hidrogênio, Balmer obteve a equação:

λn  (364,56  109 m)  n2
n 4  
2 1

Assim:
1  1  n 
2
4   2
λn 364,56  109 m n2

Mas:

n2 4n2 )
n2  4  4(n2  4)  4 n2  4 
4n2 (
 4( n  4 )  4( 1  1 )
2

4n 4n
2
4 2
n 2

isto é:
n2  4  4 1  1
n2 22 (
n2   ) 3

Substituindo 3 em 2 :
1 
λn
4
364,56  109 m
 12  12
2 n ( )
ou:
1  (1,097  107 m1)  1  1
λn 22 n2 ( )
Os complementos de teoria, leitura e exercícios complementares deste CD são PARTE
Volume 3 INTEGRANTE da obra Física Clássica, dos autores Caio Sérgio Calçada e José Luiz Sampaio.
2 Capítulo 21 Todos os direitos reservados.

FC3_CD_C21_Texto.indd 2 9/24/12 5:33 PM


3. Fluorescência, fosforescência e laser
Fluorescência e fosforescência
Quando um elétron de um átomo que está no estado fundamental absorve um fóton e vai para um estado exci-
tado superior ao primeiro (fig. 2a), ele pode voltar ao estado fundamental por meio de saltos intermediários (fig. 2b),
Complementos de teoria e leituras

emitindo fótons de energia menores que o fóton incidente (no caso das figuras 2a e 2b, temos hf2 , hf1 e hf3 , hf1).
Assim, se, por exemplo, o fóton original for de radiação ultravioleta, os fótons emitidos poderão ser de radiação visível
(luz). Em geral, o processo de absorção e emissão é rápido (cerca de 1028 s). Porém, há casos em que o processo é
mais lento, podendo chegar a minutos ou mesmo horas. Quando o processo é rápido, é chamado de fluorescência
e, quando é lento, é chamado de fosforescência.
E3 E3

Setup
hf2
E2
E2
hf3
hf1
E1
E1

(a)                     (b)
Figura 2.

Numa lâmpada fluorescente, há um filamento que é aquecido o suficiente para emitir elétrons, que são acelerados
por uma diferença de potencial U (fig. 3). Esses elétrons, ao se chocarem com os átomos de gás de mercúrio, fazem
que elétrons desses átomos sejam excitados e que, ao voltarem ao estado fundamental, emitam radiação ultravioleta.
Essa radiação atinge uma camada de material fluorescente, que cobre a parede interna da lâmpada, havendo
assim a emissão de luz.
Mostradores de relógio e interruptores de luz que brilham no escuro são feitos de materiais fosforescentes. Quan-
do o ambiente está iluminado, os elétrons dos átomos do material absorvem energia e vão para estados excitados.
Muitos voltam rapidamente para o estado fundamental, mas muitos demoram mais tempo para retornar e, assim,
emitem luz no ambiente escuro.
U

átomos de gás
Alex Argozino

elétrons
elétron emitidos
itido
os p
pelo filamento

Figura 3.

Laser
A palavra laser é formada pelas iniciais de light amplification by stimulated emission of radiation (amplificação da
luz por emissão estimulada de radiação).
Suponhamos que um elétron de um átomo esteja em um estado excitado de energia En (fig. 4). Sendo E1 a energia
do estado fundamental, se o elétron receber um fóton de energia hf, tal que hf 5 En 2 E1, pode ocorrer o seguinte:
o elétron volta ao estado fundamental (fig. 5) emitindo dois fótons de energia hf. Esse processo é denominado emissão
estimulada e os dois fótons emitidos são idênticos, de modo que as ondas eletromagnéticas associadas a esses fótons
têm a mesma frequência, a mesma energia, a mesma fase, a mesma polarização e a mesma direção de propagação.

Os complementos de teoria, leitura e exercícios complementares deste CD são PARTE


Volume 3 INTEGRANTE da obra Física Clássica, dos autores Caio Sérgio Calçada e José Luiz Sampaio.
3 Capítulo 21 Todos os direitos reservados.

FC3_CD_C21_Texto.indd 3 9/24/12 5:33 PM


hf
En En

SEtuP
hf

hf
E1
E1
hf  En  E1
Complementos de teoria e leituras

Figura 4. Figura 5.

usando esse fenômeno, por meio de um processo complexo, que não descreveremos aqui, é possível obter um
feixe de luz muito estreito, monocromático e coerente, isto é, formado por ondas em fase (fig. 6).

GIPHotoStoCK/PHoto rESEArCHErS/DIoMEDIA
Figura 6. Feixe de luz formado por ondas em fase.

os complementos de teoria, leitura e exercícios complementares deste CD são PArtE


Volume 3 INtEGrANtE da obra Física Clássica, dos autores Caio Sérgio Calçada e José Luiz Sampaio.
4 Capítulo 21 todos os direitos reservados.

FC3_CD_C21_Texto.indd 4 9/24/12 5:33 PM

Você também pode gostar