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2 Átomos Hidrogenóides
Como foi visto anteriormente os 110 elementos formados a partir das
partículas subatômicas são diferenciados pelo seu:
Número atômico Z = Número de prótons
Número de massa A = Z + N.
Assim o núcleo sempre contém prótons, e todos os núcleos mais pesados
que o hidrogênio(H) também contém nêutrons. Juntos prótons e nêutrons
constituem a maior parte da massa do átomo.
O número de cargas positivas no núcleo é exatamente equilibrado por igual
número de elétrons circundantes, cada um dos quais possui uma carga negativa.
O elétron (e-) é relativamente mais leve – possui cerca de 1/1832 da massa do
próton.
O Hidrogênio é o primeiro e mais simples dos elementos. É constituído por
um núcleo contendo um próton e tem, portanto, uma carga positiva, que é
contrabalançada por um elétron circundante contendo uma carga negativa. Sendo
assim, podemos definir átomos hidrogenóides como sendo:
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Um conceito fundamental da mecânica quântica é que a matéria possui
propriedades iguais a de uma onda. Este atributo não é normalmente evidente
em objetos macroscópicos, mas ele domina a natureza das partículas
subatômicas, como o elétron.
Um elétron é descrito por uma função de onda, ψ (psi), que é uma
função matemática das coordenadas de posição x,y e z e do tempo t.
Interpretamos a função de onda usando a interpretação de Born, na qual
a probabilidade de encontrar a partícula numa região infinitesimal do espaço
é proporcional ao quadrado da função de onda, ψ2.
De acordo com essa interpretação, há uma alta possibilidade de encontrar uma
partícula onde ψ2 é grande, e a partícula não será encontrada onde ψ2 é zero
(Fig.1).
A quantidade ψ2 é denominada densidade de probabilidade da partícula. Esta
densidade significa que o produto de ψ2 e o elemento de volume infinitesimal dτ =
dxdydz é proporcional à probabilidade de encontrar o elétron naquele elemento
de volume. A probabilidade é igual a ψ2dτ se a função de onda é normalizada,
ou seja:
∫ψ2dτ = 1
Esta expressão simplesmente exprime que a probabilidade total de encontrar o
elétron em algum lugar deve ser 1.
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Quando esta equação é resolvida para uma partícula livre, descobre-se que
não há restrições em energia, assim, ela pode existir com todas as energias
possíveis. Entretanto, quando a equação é resolvida para uma partícula que está
confinada a uma região pequena do espaço ou está ligada a um centro atrativo,
igual um elétron em um átomo, soluções aceitáveis podem ser obtidas somente
para determinadas energias. Falamos de energia como sendo quantizada,
significando que está confinada a valores discretos. Esta quantização é da maior
importância em química no que se refere a átomos e moléculas, e determina
as ligações que podem formar.
As funções de onda obtidas pela resolução da equação de Schrödinger para
átomos hidrogenóides são especificadas por valores de três números,
denominados números quânticos.
Esses números quânticos são: n, ℓ e mℓ
n, número quântico principal, indica a quantidade de energia - termo gráfico,
número quântico do volume orbital. Pode ter qualquer valor de 1 a ∞.
Em átomos hidrogenóides todos os orbitais de mesmo valor de n são
degenerados (mesma energia). n determina as energias permitidas.
E =- hcRZ2/n2, onde n = 1,2,3,....
R = constante de Rydberg = 1,097 x 105 cm-1 ou 13,6 eV.
A energia igual à zero corresponde à situação onde o elétron e o núcleo, estão
bastante separados e fixos; as energias dadas por esta expressão são todas
negativas, significando que os átomos têm uma energia menor do que o elétron e
o núcleo, bastante separados um do outro.
A dependência da energia com 1/n2 conduz a uma rápida convergência
dos níveis de energia para os valores de energia mais altos, isto é, menos
negativos (Fig. 3)
O zero de energia, que ocorre quando n= ∞ corresponde à separação de
um núcleo fixo e um elétron, e, portanto, à ionização de um átomo. Acima deste
zero de energia, o elétron não está ligado e pode viajar a qualquer velocidade e
deste modo possui qualquer energia (Fig.3).
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Fig.3 Níveis de energia
quantizada de um átomo de
H(Z=1) e um íon He+ (Z=2).
Os níveis de energia dos
átomos hidrogenóides são
proporcionais a Z2.
Fonte: SHRIVER.et.al. (2003)
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Níveis, Subníveis e Orbitais.
Nível energético: conjunto de funções de onda ψ com um dado valor do número
quântico principal, n.
Subnível energético: definido pelas combinações permitidas de n e ℓ. São
constituídos pelas funções de onda com certo valor de n, mas com ℓ diferentes.
O exame de todas as soluções permitidas para a equação de onda mostra
que os orbitais se classificam em grupos.
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Tal grupo de orbitais possui ℓ = 2, e são chamados de orbitais d. Há cinco
soluções, correspondentes aos valores de mℓ = -2, -1, 0, +1, +2, todas de igual
energia. Ocorrem, portanto, cinco orbitais degenerados d para cada um dos
valores de n = 3, 4, 5 ...
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Fig.4 Coordenadas
polares esféricas: r é o
raio, θ a co-latitude, e φ o
azimute.
Fonte: SHRIVER.et.al.(2003)
Fig.5 Funções de onda dos orbitais Fig.6 Função de onda radial dos orbitais
hidrogenóides 1s, 2s e 3s. Observe que o hidrogenóides 2p e 3p. Observe que o número
número de nódulos radiais é 0, 1 e 2, de nódulos radiais é 0 e 1, respectivamente.
respectivamente. Cada orbital tem uma Cada orbital tem amplitude nula no núcleo (para
amplitude não-nula no núcleo (para r = 0);
As regiões onde a função de onda radial r = 0). passa pelo zero são chamadas de
as amplitudes foram ajustadas para Fonte: SHRIVER.et.al.(2003)
igualar-se
nódulos emradiais.
r =0.
Fonte: SHRIVER.et.al.(2003)
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Os planos nos qual a função de onda passa pelo zero são chamados nódulos
angulares ou planos nodais.
Um orbital s tem uma amplitude não-nula no núcleo, todos os outros
orbitais (aqueles com ℓ>0) tendem a zero no núcleo.
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elétron1s, num átomo hidrogenóide de número atômico Z, este máximo ocorre
em:
rmax = ao/Z
Percebemos que a distância mais provável de um elétron 1s decresce com o
aumento do número atômico.
Ex. A Fig. 8 mostra as funções de distribuição radial para os orbitais
hidrogenóides 2s e 2p. Qual orbital permite ao elétron ter maior probabilidade de
se aproximar do núcleo?
Resposta: A função de distribuição radial
do orbital 2p aproxima-se de zero no
núcleo mais rapidamente do que a do
elétron 2s. Esta diferença é conseqüência
do fato de que o orbital p possui
amplitude zero no núcleo em razão de
seu momento angular orbital. Assim, o
Fig.8 Funções de distribuição radial elétron 2s tem a maior probabilidade de
de orbitais hidrogenóides. Embora o
orbital 2p esteja em média mais aproximar-se do núcleo.
próximo ao núcleo (observe onde seu
máximo se encontra), o orbital 2s tem
uma probabilidade alta de estar
próximo ao núcleo por causa do
máximo interno.
Diagramas de superfície-limite
Superfície-limite de um orbital indica a região dentro da qual o elétron é
mais facilmente encontrado; orbitais com números quânticos ℓ possuem ℓ
planos nodais.
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Provavelmente o meio mais usado para a representação gráfica dos
orbitais.
Fig.9 Superfície-limite
esférica de um orbital s Fig. 10 Superfície-limite dos orbitais p. Cada orbital
tem um plano nodal cortando o núcleo. Por exemplo,
o plano nodal do orbital pz é o plano xy. O lóbulo
amarelo tem uma amplitude positiva; o laranja é
negativo.
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Gráficos de ψ e ψ2 em função da distância ao núcleo
As expressões matemáticas das funções de onda são complicadas. Como
ex. a mais simples delas, para o orbital 1s, é a seguinte:
ψ1s = (1/√π) e-r
Para se traçar o gráfico, calcula-se os ψ‘s para uma série de valores de r, e
desenha-se a curva.
Mapa de densidade de
probabilidade constante
para o orbital 2pz do C
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