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Planejamento da Negociação
Analise sua empresa ou a empresa na qual você trabalha. Se ela vier a falir, causará
prejuízos para o dono, que ficará em uma situação financeira muito ruim, e para o
funcionário, que obviamente perderá o emprego.
Por isso, todos os departamentos de uma empresa precisam de um bom plano, que
preveja todos os empecilhos que podem surgir e que tenha uma estratégia que
explique como a empresa irá transpor estes obstáculos.
A coisa mais importante que temos é nossa própria vida. Por isso temos que ter um
plano que inclua nossa carreira profissional, família, filhos, viagens etc.
Nesse sentido, uma negociação muitas vezes decide algo de grande importância para
uma pessoa, uma empresa, às vezes para uma cidade toda. Nesse caso, uma
negociação importante também precisa de um bom planejamento de negociação.
Raimond Saner (2000) nos oferece um modelo que apresenta a negociação como um
ciclo e expõe todas as suas etapas.
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plan
ejam
ão ento
liaç
a
av Fechamento de um acordo
Ou uma nova
rodada
Consciência do conflito
Avaliação
Análise das necessidades
Seleção da táticas
seleção das estratégias
Antecipação das
ações da outra parte
planejamento
Por que é um ciclo? Devido ao fato de poder haver várias rodadas, uma vez que não se
chegue a um acordo, pelas propostas do outro lado (interlocutor), voltam todas as
fases como conhecimento do conflito, análise das necessidades, seleção de objetivos,
estratégias e táticas a ser adotadas, ouvir as propostas do outro lado (avaliação),
fechamento ou não do acordo. Se o acordo for fechado, termina a negociação. Se o
acordo não for fechado, reinicia todo o processo com as mesmas fases. Este modelo
mostra a negociação como um ciclo, onde há a possibilidade de se voltar ao início do
processo, uma vez que não se chega a um acordo satisfatório.
Partes da Negociação
Mascote com balões de fala Agora vamos analisar as etapas de uma negociação, o que
ajudará no momento de fazer o planejamento da negociação. Cada etapa representa
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um passo, desde o planejamento, até sua execução e resultados. As partes são: Pré-
negociação, Ação e Pós-negociação.
a) Consciência do conflito
b) Análise das necessidades – nossas e dos outros
c) Seleção dos objetivos – objetivos e limites
d) Estratégias
e) Táticas
Ação – A Negociação em Si
Este passo, que muitos supõem ser a primeira etapa, só deve acontecer após uma
cuidadosa elaboração da primeira etapa. É, como a própria palavra afirma, o momento
de ação do negócio.
• À avaliação
• Ao fechamento para um acordo
• Ao início de um novo ciclo
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Consciência do Conflito
• Que impacto um resultado positivo no presente poderá ter sobre nós no futuro?
• Qual é o mínimo que precisamos conquistar?
• O que a outra parte deseja conquistar?
• Se a negociação não ocorrer, qual o resultado disso sobre nós?
• O que temos a ganhar? E a perder?
A análise começa pelas próprias necessidades, pois alguém que não se conhece é uma
presa fácil para os adversários.
Infelizmente, existem pessoas não muito bem intencionadas na nossa sociedade. Estas
pessoas sabem que há, também, muita gente que não conhece conscientemente suas
necessidades, aspirações e desejos – estas pessoas são as mais propensas a serem
enganadas ou manipuladas pelos outros.
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E então, esclarecidos os fatores motivadores, deve-se partir para desdobrar atenção à
outra parte e seus fatores motivadores:
• Objetivos tangíveis – deseja-se obter algo palpável, tal como uma quantia em
dinheiro, uma promoção que leve a um aumento de salário, um desconto na
compra de um determinado produto etc.
• Objetivos intangíveis – o que se deseja é imaterial, mas que influencia o modo de
viver de alguma forma. Seriam: influência, relações pessoais, conhecimento
especializado etc.
Estratégias
Não basta que um negociador se conheça e possua autocontrole (embora isso seja um
bom começo). Se quisermos ter domínio sobre a negociação, precisamos conhecer o
outro e dar grande atenção a esse quesito.
Táticas
As ações falam mais alto que as palavras. Portanto, nada é mais importante na mesa
de negociações do que termos uma conduta coerente com nossos objetivos e com a
estratégia que escolhemos.
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Uma única contradição entre ação e palavra é capaz de destruir uma confiança
conquistada a duras penas. Durante as negociações, um bom adversário nos observará
atentamente.
Avaliação da situação
Se levarmos um choque, ainda haverá tempo para mais uma rodada de negociações e
nem tudo estará perdido. Uma vez fechado o acordo, será tarde demais para
arrependimentos. Não devemos nos limitar a analisar o acordo, mas também o
comportamento que nos levou a ele.
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Esse também é o momento de fazer a sua avaliação pessoal sobre a negociação
realizada – mesmo (e, principalmente, se for o caso) que algo não tenha saído como
desejado.
É importante se reavaliar com firmeza e ser sincero em suas conclusões. A longo prazo,
nossos erros podem ser muito úteis no aprendizado de como ser um negociador cada
vez melhor.
Revisão do acordo
Mais uma vez, convém olhar para trás e saber como se chegou a ele:
Muitos especialistas indicam que sempre devemos fazer um relatório escrito contendo
o procedimento do oponente e suas táticas de negociação.
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As informações deste relatório serão peças decisivas de informação para o
planejamento.
Toda negociação parte de um desejo de resolver o conflito que já foi identificado. Pelo
menos um dos participantes deseja conquistar algo. Por qual outro motivo alguém
entra em uma negociação?
A parte que dispõe de mais tempo e mais opções sempre tem mais uma arma contra o
oponente.
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Vídeo com o professor:
O equilíbrio do poder em uma negociação, ou seja, a vantagem que uma parte pode
ter em relação à outra depende de alguns elementos.
De Ganha-Perde a Ganha-Ganha
Então, a pergunta a ser formulada é a seguinte: A outra parte está interessada apenas
na questão principal da negociação ou tem outras necessidades?
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Muitas vezes, as principais motivações não têm ligação aparente com a negociação em
curso e precisam ser colocadas no contexto adequado.
O mesmo ocorre com os valores. Aquilo que cada uma das partes considera bom ou
mal, ético ou imoral, certo ou errado pode divergir. Uma vez descobertos os
verdadeiros interesses, necessidades e valores do nosso adversário, chegamos à
questão mais importante de todas.
Necessidades Fisiológicas
Satisfação das necessidades vitais: ar, água, alimento, abrigo, sexo. Na prática, isso
pode relacionar-se com: refeições regulares e completas, ar-condicionado no verão,
presente (em dinheiro), carro para se locomover em segurança.
Por esse modelo bem conhecido, cada passo da hierarquia só pode ser dado desde que
satisfeitas, em alguma medida, as necessidades dos níveis inferiores. Uma vez
satisfeitos, os desejos perdem o impacto sobre o comportamento do indivíduo. De
acordo com este conceito, o nível da pirâmide em que a pessoa estiver influenciará seu
comportamento.
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quanto mais delicada a situação e o maior risco de vida, estamos mais dispostos a
procurar o melhor médico independente do custo que isso represente.
Necessidades de Segurança
Necessidades Sociais
Uma vez garantido o conforto pessoal no presente e num futuro próximo, nossas
necessidades estarão livres para se concentrar no ambiente social. Todo mundo deseja
amizade, amor e ser aceito pelos outros. Pertencer a um grupo é um anseio –
consciente ou inconsciente – de todos nós.
Necessidades de Estima
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O próximo passo no caminho da integração social – quarto nível da hierarquia de
necessidades – é lutar por um papel de alguma importância. O reconhecimento
pessoal deve acompanhar o reconhecimento das próprias conquistas e capacidades. O
respeito dos outros aumenta, assim como o respeito que temos por nós mesmos. Esse
é o verdadeiro desejo que está por trás dos nossos esforços por aceitação, nem todos
tem o desejo de ostentar publicamente suas posses, mesmo uma fortuna modesta, dá
ao seu proprietário certa satisfação e autoestima, mesmo quando não é vista pelo
vizinho.
Necessidades de Autorrealização
A partir da história que veremos a seguir, vamos fazer um exercício, adaptado de Saner
(2005), para identificar qual das necessidades vistas na Pirâmide de Maslow se encaixa
melhor no contexto apresentado.
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condicionado não funciona, e a confortável suíte se transforma em uma sauna. Já fora
de seu ritmo biológico por causa do fuso horário, o comprador não consegue dormir a
noite toda.
No outro dia, no momento das negociações, não consegue se concentrar nos objetivos
e deixa escapar informações importantes. Muito solícito, o gerente da firma lhe
pergunta se está bem de saúde e é obrigado a ouvir a resposta sincera. O gerente se
prontifica a encontrar outro hotel – tarefa nada fácil, uma vez que acontece na cidade
uma feira importante de negócios. Que alívio quando consegue encontrar um
apartamento em um hotel melhor!
O comprador fica tão agradecido pelo resto da semana que se sente obrigado a
manter uma postura amável. Será que o fornecedor não preparou toda a situação para
obter a boa vontade do hóspede? De qual necessidade o comprador foi privado?
a) ( ) Fisiológica
b) ( ) Segurança
c) ( ) Sociais
d) ( ) Estima
e) ( ) Autorrealização
Objetivos
Dinheiro?
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Mais clientes?
Segurança?
Objetivos tangíveis: Tudo que pode ser medido ou tocado. Exemplo: dinheiro
ou poder de compra.
Objetivos intangíveis: Influência, relações pessoais, conhecimento
especializado etc.
Para não perder de vista as respostas a estas perguntas, devemos saber usar o
conceito de limite.
Limites
Seus limites definem o que você está disposto a dar em troca do que deseja. Até onde
você pode, deve ou quer oferecer ou ceder para conseguir seus objetivos.
Defina qual alternativa você tem, quando não consegue fechar um negócio. Faça uma
lista de alternativas, começando pela melhor, depois a segunda melhor, a terceira e
assim por diante.
Não esqueça que a vida sempre envolve opções. Quais são suas opções se você desistir
do acordo? Antes de iniciar a negociação, você deve tentar também construir uma lista
semelhante para a outra parte, os seus “adversários”. Quanto mais souber sobre as
opções do outro lado, maior sua força de negociação.
O ponto de resistência é uma excelente técnica que pode ajudar a fechar negócios fora
do seu limite definido. No ponto de resistência você deixa a outra parte ficar sabendo
que você está se aproximando de seu limite – que logo vai virar as costas.
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Enquanto o interlocutor barganha valores, é importante não ficar em silêncio até que a
chegue ao limite e sua margem de lucro seja mínima. Defina um ponto de resistência e
verbalize suas queixas quando chegar nele (antes do limite). A outra parte achará que
já está no seu limite.
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