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Curso profissionalizante de
soldagem: SMAW – MIG/MAG
Ismar J. Garbazza
Eng. Mecânico
Curso profissionalizante de soldagem
Arco elétrico, processos: eletrodo revestido (SMAW), e MIG-MAG
Conteúdo
1) Noções de eletricidade aplicada à soldagem ........................................................................ 7
1.1) Corrente elétrica ............................................................................................................... 7
1.2) Intensidade da corrente elétrica ....................................................................................... 8
1.3) Tensão elétrica .................................................................................................................. 8
1.4) Resistência elétrica............................................................................................................ 9
1.5) Materiais condutores ...................................................................................................... 10
1.6) Materiais isolantes .......................................................................................................... 10
2) Arco elétrico ........................................................................................................................ 11
2.1) Soldagem ao arco elétrico ............................................................................................... 11
2.2) Recordar é aprender ....................................................................................................... 11
2.3) Obtenção da corrente elétrica ........................................................................................ 13
2.3.1) máquina de solda geradora ; ...................................................................................... 13
2.3.2) máquina de solda transformadora;............................................................................. 14
2.3.3) máquina de solda retificadora. ................................................................................... 15
2.4) Efeito da tensão na soldagem ......................................................................................... 16
2.5) Sopro magnético ............................................................................................................. 16
3) SEGURANÇA E EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO.................................................................... 17
2.1) INDIVIDUAL (EPI) ............................................................................................................. 17
3.2) Posto de trabalho de solda ............................................................................................. 18
3.3) Perigos específicos da operação de soldagem ................................................................ 18
3.4) Equipamento de Proteção Individual (EPI) ..................................................................... 19
4) Acessórios e ferramentas para soldagem ........................................................................... 23
4.1) Cabo de solda .................................................................................................................. 23
4.2) Porta eletrodo ................................................................................................................. 24
4.3) Grampo-terra .................................................................................................................. 24
4.4) Martelo picador............................................................................................................... 24
4.5) Escova de aço .................................................................................................................. 25
4.5) Tenaz ............................................................................................................................... 25
5. Soldagem ao arco elétrico com eletrodos revestidos ......................................................... 25
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Arco elétrico, processos: eletrodo revestido (SMAW), e MIG-MAG
5.1) O eletrodo ....................................................................................................................... 26
5.2) Cuidados com os eletrodos revestidos ........................................................................... 28
5.3) Etapas do processo.......................................................................................................... 28
5.4) Defeitos de soldagem ...................................................................................................... 29
6. Técnicas Operatórias ........................................................................................................... 33
6.1) Ponteamento................................................................................................................... 33
6.2) Execução da Raiz ............................................................................................................. 35
6.3) Execução dos Passes de Enchimento .............................................................................. 35
7. Processo de soldagem MIG/MAG: ...................................................................................... 37
7.1) Mais siglas: MIG/MAG..................................................................................................... 37
7.2) Equipamentos para soldagem MIG/MAG: ...................................................................... 38
7.3) Consumíveis e suas especificações ................................................................................. 39
7.4) Transferência de metal ................................................................................................... 39
7.5) Etapas, técnicas e parâmetros do processo .................................................................... 40
8. Técnicas e parâmetros de soldagem MIG-MAG ......................................................... 43
8.1) Efeitos na solda ............................................................................................................ 43
8.2) A corrente de soldagem .............................................................................................. 43
8.3) Extensão do eletrodo ...................................................................................................... 44
8.4) A tensão de soldagem ................................................................................................. 46
8.5) Velocidade de soldagem ............................................................................................. 46
8.6) Técnicas de soldagem ................................................................................................. 46
8.7) Características do cordão de solda ........................................................................... 48
8.7.1) Penetração .................................................................................................................. 48
8.8) Taxa de deposição ....................................................................................................... 51
8.9) Aparência do cordão de solda .................................................................................... 53
8.10) Manipulações da tocha ............................................................................................ 55
8.11) Posição plana ............................................................................................................ 55
8.12) Posição horizontal .................................................................................................... 56
8.14) Posição vertical ......................................................................................................... 56
8.15) Posição sobre cabeça.............................................................................................. 58
9. Oxicorte: .............................................................................................................................. 59
9.1) Introdução ....................................................................................................................... 59
9.2) Oxicorte ........................................................................................................................... 60
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Arco elétrico, processos: eletrodo revestido (SMAW), e MIG-MAG
9.3) Princípio de operação...................................................................................................... 62
9.4) Gases utilizados no processo .......................................................................................... 62
9.5) Equipamento ................................................................................................................... 64
9.6) Variáveis envolvidas no processo.................................................................................... 70
9.7) Verificações antes do corte ............................................................................................. 72
9.8) Dilatações e contrações .................................................................................................. 72
9.9) Defeitos de corte ............................................................................................................. 73
9.10) Comparação com outros processos ............................................................................ 74
A) Vantagens:........................................................................................................................... 74
B) Desvantagens .................................................................................................................. 75
9.11) Segurança do operador ............................................................................................... 75
9.12) Prevenção contra incêndio.......................................................................................... 75
9.13) Oxicorte semi-automático ........................................................................................... 76
9.14) Oxicorte automatizado................................................................................................ 76
Bibliografia .................................................................................................................................. 77
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Arco elétrico, processos: eletrodo revestido (SMAW), e MIG-MAG
Índice de figuras:
Figura 1 .......................................................................................................................................... 7
Figura 2 - ciclo da corrente elétrica............................................................................................... 7
Figura 3 sentido da corrente em um transformador .................................................................... 8
Figura 4 Força eletrica ................................................................................................................... 8
Figura 5 .......................................................................................................................................... 9
Figura 6 .......................................................................................................................................... 9
Figura 7 .......................................................................................................................................... 9
Figura 8 ........................................................................................................................................ 10
Figura 9 ........................................................................................................................................ 10
Figura 10 ...................................................................................................................................... 10
Figura 11 ...................................................................................................................................... 12
Figura 12 ...................................................................................................................................... 13
Figura 13 ...................................................................................................................................... 13
Figura 14 ...................................................................................................................................... 14
Figura 15 ...................................................................................................................................... 15
Figura 16 - Maquina retificadora................................................................................................. 15
Figura 17 ...................................................................................................................................... 16
Figura 18 ...................................................................................................................................... 16
Figura 19 ...................................................................................................................................... 17
Figura 20 ...................................................................................................................................... 17
Figura 21 ...................................................................................................................................... 18
Figura 22 ...................................................................................................................................... 19
Figura 23 ...................................................................................................................................... 20
Figura 24 ...................................................................................................................................... 20
Figura 25 ...................................................................................................................................... 21
Figura 26 ...................................................................................................................................... 21
Figura 27 ...................................................................................................................................... 21
Figura 28 ...................................................................................................................................... 22
Figura 29 ...................................................................................................................................... 24
Figura 30 Picadeira ...................................................................................................................... 24
Figura 31 processo SMAW .......................................................................................................... 26
Figura 32 ...................................................................................................................................... 33
Figura 33 ...................................................................................................................................... 34
Figura 34 Recurso utilizado para fixação das peças .................................................................... 34
Figura 35 Dispositivo de pré fixação conhecido como "cachorro" ............................................. 35
Figura 36 Diferentes formas de enchimento na posição vertical ascendente ........................... 36
Figura 37 ...................................................................................................................................... 44
Figura 38 ...................................................................................................................................... 45
Figura 39 ...................................................................................................................................... 45
Figura 40 ...................................................................................................................................... 47
Figura 41 ...................................................................................................................................... 47
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Figura 42 ...................................................................................................................................... 48
Figura 43 ...................................................................................................................................... 49
Figura 44 Efeito da tensão de soldagem na penetração da solda – alumino, aerossol, argônio 50
Figura 45 – Efeito da velocidade de soldagem na penetração da solda – alumínio, aerossol,
argonio ........................................................................................................................................ 50
Figura 46 - Efeito da posição longitudinal da tocha na penetração da solda ................... 51
Figura 47 – Taxa de deposição versus corrente de soldagem .................................................... 52
Figura 48 Efeito da extensão do eletrodo na taxa de deposição ................................................ 53
Figura 49 - Caracteristicas do cordão de solda ........................................................................... 53
Figura 50 – Efeito da extensão do eletrodo nas carcteristicas do cordão de solda .................... 55
Figura 51 – Manipulação da tocha na posição plana .................................................................. 57
Figura 52 – Manipulação de tocha na posição horizontal .......................................................... 57
Figura 53 – Manipulação da tocha na posição vertical ............................................................... 58
Figura 54 – Manipulação da tocha na posição sobre cabeça...................................................... 59
Figura 55 - Curvas estequiometricas de diversos combustiveis ................................................. 63
Figura 56 - Configuração mínima para o corte oxi-combustivel manual .................................... 65
Figura 57 - Maçarico de corte ..................................................................................................... 66
Figura 58 - Maçarico combinado para operações de soldagem e corte .................................... 66
Figura 59 - Maçarico com mistura no bico .................................................................................. 67
Figura 60 - Maçaricos injetores e misturadores ..................................................................... 67
Figura 61 - Formatos de diferentes bicos de corte ..................................................................... 69
Figura 62 - Relação entre diminuição da pureza e velocidade de corte – fonte AGA................. 71
Figura 63 - Relação entre diminuição da pureza e velocidade de corte – fonte TWI ................. 71
Figura 64 - Verificações antes do corte ....................................................................................... 72
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Arco elétrico, processos: eletrodo revestido (SMAW), e MIG-MAG
Figura 1
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Figura 5
Figura 6
Figura 7
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Figura 8
e) Grampo-terra danificado
Figura 9
Figura 10
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2) Arco elétrico
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O arco de soldagem é formado quando uma corrente elétrica passa entre uma
barra de metal, que é o eletrodo e que pode corresponder ao pólo negativo (ou
cátodo) e o metal de base, que pode corresponder ao pólo positivo (ou ânodo).
Os elétrons livres que formam a corrente elétrica percorrem o espaço de ar entre a
peça e o eletrodo a uma velocidade tal que acontece um choque violento entre os
elétrons e os íons. Este choque ioniza o ar, facilitando a passagem da corrente
elétrica, e produz o arco elétrico.
Íon é um átomo que perdeu ou ganhou elétrons. Para dar origem ao arco, é
necessário que exista uma diferença de potencial entre o eletrodo e a peça: para
corrente contínua de 40 a 50 volts, e para corrente alternada, de 50 a 60 volts. É
necessário também que o eletrodo toque a peça, para que a corrente elétrica possa
fluir. Depois que o arco é estabelecido, a tensão cai, de modo que um arco estável
pode ser mantido entre um eletrodo metálico e a peça com uma tensão entre 15 e
30 volts.
O metal fundido do eletrodo é transferido para a peça formando uma poça de
fusão. Esta é protegida da atmosfera por gases formados pela combustão do
revestimento do eletrodo. Atualmente o processo de soldagem ao arco elétrico por
eletrodo revestido é usado nas indústrias naval, ferroviária, automobilística, metal-
mecânica e de construção civil. É um processo predominantemente manual
adaptado a materiais de diversas espessuras em qualquer posição de soldagem.
Figura 11
O calor intenso produzido pelo arco elétrico funde a ponta do eletrodo e a parte da
peça tocada por este, formando a solda.
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Figura 12
Além de seu papel de fonte de calor, o arco elétrico ainda conduz as gotas de
metal, depositando-as de encontro à peça, o que permite executar soldas na
posição sobrecabeça.
Figura 13
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As bobinas contidas no rotor produzem corrente que será retirada através de coletores,
resultando uma corrente contínua de saída
Emprego dos geradores
Os geradores são largamente empregados por apresentarem os seguintes recursos:
permitem o uso de todos os tipos de eletrodo devido à corrente contínua; geram sua
própria energia através do acoplamento de um dispositivo girante, que pode ser um
trator, motor a combustão, roda d’água, motores elétricos, etc. São muito usados em
trabalho de campo por sua versatilidade. Podem ser de pequeno, médio e grande
portes, dependendo da exigência do trabalho a ser realizado.
Manutenção dos geradores
Por possuírem partes girantes, é necessário que se estabeleça um plano de
manutenção e lubrificação. Os coletores exigem uma limpeza planejada, bem como
uma troca periódica de suas escovas. Os geradores de corrente contínua apresentam,
como desvantagem, o alto custo de aquisição em relação aos demais, bem com um
alto custo de manutenção, por possuírem partes móveis. Entretanto, apresentam de
positivo a melhor estabilidade do arco elétrico.
Figura 14
Figura 15
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Figura 17
Figura 18
Figura 19
Figura 20
c) evitar danos materiais, não soldando em locais onde haja materiais de fácil
combustão, como óleo, gasolina, thíner, querosene, etc., e materiais explosivos,
como pólvora, dinamite, etc.
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Figura 21
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Figura 22
Dos raios emitidos, os mais nocivos são o ultravioleta e o infravermelho, que são
invisíveis.
O raio ultravioleta provoca queimaduras graves, com destruição das células
(destruindo prematuramente a pele) e ataque severo ao globo ocular, podendo
resultar em conjuntivite catarral, úlcera da córnea, etc
.
O raio infravermelho é responsável por danos como queimaduras de primeiro e
segundo grau, catarata (doença dos olhos, que escurece a visão), freqüente dor
de cabeça, vista cansada,etc.
Os respingos são pequenas gotas de metal fundido que saltam, no ato da
soldagem, em todas as direções.Podem estar entre 100°C e 1700°C e seu
diâmetro pode chegar a 6mm. São responsáveis por queimaduras no soldador e
podem também provocar incêndios se caírem sobre material combustível.
Esses riscos deixam de existir quando o soldador se protege com o EPI e trabalha
em local que oferece condições seguras.
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Figura 23
Figura 24
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b) Luvas
Protegem as mãos;
Figura 25
c) Avental
Protege a frente do corpo;
Figura 26
d) Mangas ou mangotes
Protegem os braços;
Figura 27
f) Perneiras ou polainas
Protegem as pernas e os pés do soldador.
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Figura 28
Figura )
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4) Acessórios e ferramentas para soldagem
Além da fonte de energia, chamada de máquina de soldar, outros acessórios e
ferramentas são utilizados para executar as operações de soldagem. Uns servem
para transportar a corrente da fonte até o local de soldagem, outros para
preparação da solda e outros para limpeza durante a execução da solda.
São necessários, nas operações de soldagem, os seguintes acessórios:
*cabo de solda
*porta-eletrodo
*grampo-terra (ligação à massa).
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4.2) Porta eletrodo
4.3) Grampo-terra
Figura 29
Figura 30 Picadeira
A escova de aço é usada para remover o óxido de ferro ( ferrugem) das chapas a
serem soldadas e também para fazer uma melhor limpeza nos cordões de solda;
4.5) Tenaz
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5.1) O eletrodo
O eletrodo revestido é constituído de um núcleo metálico chamado alma, que pode ser ou
não da mesma natureza do metal-base porque o revestimento pode, entre outras coisas,
complementar sua composição química. Desse modo, se o material a soldar é um aço
de baixo carbono e baixa liga, a alma será de aço com carbono (aço efervescente). Se o
material for aço inoxidável, a alma será de aço de baixo carbono (efervescente) ou aço
inoxidável. Se for necessário soldar ferro fundido, a alma será de níquel puro ou liga de
ferro-níquel, de ferro fundido, de aço.
O revestimento é composto de elementos de liga e desoxidantes (tais como ferro-silício,
ferro-manganês), estabilizadores de arco, formadores de escória, materiais fundentes (tais
como óxido de ferro e óxido de manganês) e de materiais que formam a atmosfera
protetora (tais como dextrina, carbonatos, celulose).
Além de proteção contra a contaminação atmosférica, o revestimento
tem as seguintes funções:
1. Reduzir a velocidade de solidificação, por meio da escória.
2. Proteger contra a ação da atmosfera e permitir a desgaseificação do metal de solda por
meio de escória.
3. Facilitar a abertura do arco, além de estabilizá-lo.
4. Introduzir elementos de liga no depósito e desoxidar o metal.
5. Facilitar a soldagem em diversas posições de trabalho.
6. Guiar as gotas em fusão na direção da poça de fusão.
7. Isolar eletricamente na soldagem de chanfros estreitos de difícil acesso, a fim de evitar
a abertura do arco em pontos indesejáveis.
AWS E XXYZ-A
1 2 3 4 5
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4° 0 1 2 3 4 5 6 7 8
Digito
Tipo de CC+ CC+ CC- CA CA CA CC+ CA CA CA
corrente CA CC+ CC+ CC+ CC CC+
CC- CC-
Tipo do Intenso Intenso Médio Leve Leve Médio Médio Leve Leve
arco com sem
salpico salpico
Revestimento XX10 Celulósico Dióxido Dióxido Dióxido Calcário, Dióxido Óxido Calcário,
celulósico com de de de silicato de de dióxido
silicato de silicato de titânio titânio titânio, de titânio, ferro de
sódio potássio e e silicato silicatos, sódio. calcário, silicato titânio,
XX20- silicato de pó de silicato de silicatos,
óxido de sódio potássio ferro de sódio, pó de
de ferro (20%). potássio pó ferro (25
XX30 de ferro a 40%)
óxido
de ferro
Vamos dizer, então, que você tenha um eletrodo E 6013. Esse número indica que se trata
de um eletrodo com 60 000 psi, para soldar em todas as posições em CC+, CC- ou CA
5. Grupo de letras e números (nem sempre utilizados) que podem indicar a composição
química do metal de solda.
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5.4) Defeitos de soldagem
Mesmo o trabalho de um bom soldador está sujeito a apresentar defeitos. Às vezes, eles
são visíveis durante o trabalho. Outras, eles só podem ser detectados por meio dos
ensaios destrutivos e não destrutivos, ou seja, aquelas análises feitas com o auxílio
de aparelhos especiais e substâncias adequadas, após a soldagem. Para facilitar seu
estudo, colocamos esses dados na tabela a seguir, que apresenta uma lista de alguns
problemas mais comuns na soldagem ao arco elétrico, suas possíveis causas e modos de
preveni-las.
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Falta de penetração 1. Uso de eletrodo de diâmetro 1. Utilizar eletrodo de maior
ou falta muito grande impedindo diâmetro ou eletrodo de
de fusão na suas descida até a raiz. revestimento mais fino.
raiz 2. Fresta muito pequena ou 2. Ser caprichoso na preparação
mesmo inexistente; fresta da junta a soldar; realizar
irregular. a montagem respeitando sempre a
3. Presença de nariz ou fresta mínima
nariz muito grande. em função do chanfro e da posição
4. Falha no manejo do eletrodo. de soldagem.
5. Ângulo de ataque incorreto, 2. Procurar tomar a fresta a mais
principalmente com eletrodos constante possível,
básicos. através de um ponteamento
6. Falta de calor na junta. adequado
7. Penetração da escória, 3. Verificar se é realmente
entre os dois membros da necessária a existência de
junta na região da raiz impede nariz.
uma fusão completa 3. Procurar tornar o nariz o mais
dos materiais. constante possível, e
8. Alta velocidade de soldagem. sempre menor do que o máximo
permitido para o tipo
de chanfro e posição de soldagem
definidos
4. Dirigir sempre o arco elétrico de
modo a aquecer apropriadamente
ambas as bordas do chanfro.
4. Realizar as retornadas /
reacendimentos de forma
correta.
4. Realizar a
retomada/reacendimentos de
forma correta
5. Utilizar o ângulo adequado.
6. Aumentar a amperagem se ela
estiver baixa.
6. Usar eletrodo de maior
diâmetro, se o material for
espesso.
6. Diminuir a velocidade de
soldagem.
6. Preaquecer a peça de trabalho,
se ela estiver fria.
6. Soldar em posição vertical
ascendente.
7. Movimentar o eletrodo de forma
a impedir que a escória
passe da poça de fusão.
8. Diminuir a velocidade de
soldagem.
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11. Controlar a distribuição de
calor na peça de trabalho,
aquecendo-a ou resfriando-a em
todo ou em
partes.
12. Usar tratamento térmico de
alívio de tensões.
6. Técnicas Operatórias
Figura 32
6.1) Ponteamento
A finalidade do ponteamento é permitir uma fácil, correta e econômica fixação das
peças a soldar. Ele consiste em executar cordões curtos e distribuídos ao longo da
junta, sendo sua função básica manter a posição relativa entre as peças,
garantindo a manutenção de uma folga adequada. O ponteamento pode ser
aplicado diretamente na junta, nos casos em que é prevista a remoção da raiz.
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Figura 33
Técnica de Ponteamento
O comprimento do ponto é determinado em função da experiência do soldador e
deverá ser tal que garanta possíveis manobras na peça, e ao mesmo temo resista
aos esforços de contração causados pela operação de soldagem. Uma regra
prática utilizada para peças com muitas vinculações, é utilizar entre 1,5 a 3 vezes a
espessura da chapa.
Nos casos onde não é possível a remoção da raiz, ou em casos onde se pretende
uma junta perfeitamente penetrada sem remoção, pode-se utilizar de alguns
artifícios para manter o chanfro limpo e a abertura adequada para a operação de
soldagem.
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7. Processo de soldagem MIG/MAG:
Um dos grandes desafios da indústria deste fim de século é alcançar níveis elevados de
produtividade, mantendo a qualidade. A maneira de se conseguir isso é com o auxílio da
automatização que, além de fornecer meios de controlar o processo e garantir uma
uniformidade de resultados, independe da habilidade quase artística do operário para a
execução de um trabalho de qualidade.
Assim, à medida que avançamos no estudo dos processos de soldagem, vamos
percebendo que uma das grandes desvantagens dos processos estudados até agora, é a
preponderância da operação manual do equipamento. Por causa disso, por mais
versáteis que sejam, eles são sempre lentos, com baixo índice de produtividade e,
conseqüentemente, caros.
Quando comparados com a soldagem ao arco com eletrodos revestidos, os processos que
estudaremos nesta aula são uma alternativa mais produtiva, por serem processos semi-
automáticos com possibilidade de mecanização total.
Que processos são esses? Quais as características que os diferenciam dos que já
estudamos? Os equipamentos são diferentes?
O que se pode soldar com eles? A resposta a essas e outras perguntas que você possa
formular, estão nesta aula. Confira.
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equipamento. Assim, por exemplo, correntes de trabalho mais elevadas (acima de 220 A) e
ciclos de trabalho superiores a 60% recomendam a refrigeração com água.
A fonte de gás consiste de um cilindro do gás ou mistura de gases de proteção dotado de
regulador de pressão (manômetro) e/ou vazão (fluxômetro).
Todo esse conjunto tem um custo inicial maior do que o equipamento necessário para a
execução da soldagem por eletrodos revestidos. Além disso, ele também exige mais
cuidados de manutenção no decorrer de sua vida útil. Isso porém é compensado
pelo alto nível de produtividade proporcionado pela utilização da soldagem MIG/MAG.
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O quadro a seguir mostra problemas comuns de soldagem, suas causas e medidas
corretivas.
Tipos de descontinuidade
Causas Prevenções
Tipos de descontinuidade Causas Prevenções
Poros Visíveis 1. Velocidade de soldagem muito 1. Diminuir a velocidade de
alta. soldagem.
2. Distância excessiva entre 2. Manter a distância correta entre
bocal e peça. o bocal e a
3. Tensão (voltagem) alta. peça.
4. Metal de base sujo de óleo, 3. Reduzir a tensão (voltagem)
tintas, oxidação ou molhado. caso ela esteja
5. Corrente de ar. alta.
6. Fluxo de gás incorreto. 4. Limpar o metal de base por
7. Arames e guias sujos. meios apropriados,
8. Respingos de solda no bocal. antes da soldagem.
9. Vazamento nas mangueiras e 5. Proteger as peças de corrente
na tocha. de ar, para não
10. Preparação inadequada de prejudicar a proteção gasosa.
junta. 6. Regular a vazão de gás: se a
11. Preparação inadequada de vazão de gás
junta. estiver baixa, aumente para
12. Metal de base impuro ou proteger a poça
defeituoso. de fusão; se a vazão estiver alta, é
13. Tocha muito inclinada. melhor reduzir
para evitar turbulência. (8 a
101/min – arco curto e 12 a 201/m
- arco longo).
7. Limpar a guia com ar
comprimido; usar sempre
arames isentos de graxa, resíduos
ou umidade.
8. Limpar os respingos de solda do
bocal, que
podem alterar o fluxo de gás,
provocando turbilhonamento
e aspiração de ar.
9. Verificar sempre as mangueiras,
conexões,
juntas e pistola para evitar
aspiração de ar pelo
furo.
10. Dimensionar a rede
adequadamente.
11. Obter uma abertura constante
e dentro dos
limites da posição de trabalho.
12. Rejeitar o metal de base.
13. Posicionar a tocha
corretamente.
Falta de Penetração 1. Abertura muito pequena ou 1. Ser caprichoso na preparação
ou de Fusão mesmo inexistente, ou abertura da junta a soldar
na Raiz. irregular. e realizar a montagem,
2. Ângulo do chanfro muito respeitando sempre
pequeno. a fresta mínima em função do
3. Presença de “nariz” ou “nariz” chanfro e da
muito grande. posição de soldagem.
4. Falha no manuseio da tocha. 1. Procurar tornar a fresta a mais
5. Falta de calor na junta. constante possível,
6. Passe de raiz com convexidade através de um potenciamento
excessiva. adequado.
2. Utilizar ângulo entre 40 e 60o.
3. Verificar se é realmente
necessária a existência
de “nariz”.
3. Procurar tornar o “nariz” o mais
constante
possível e sempre menor do que o
máximo
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permitido para o tipo de chanfro e
posição de
soldagem definidos.
4. Quando for necessário, parar a
soldagem
antes do término do cordão de raiz
e realizar
as retomadas / reacendimentos de
forma correta.
5. Aumentar o par tensão X
velocidade do arame
(amperagem).
5. Reduzir a velocidade de
soldagem pois ela
pode estar muito alta, porém é
preferível manter
o arco na frente da poça de fusão.
5. Preaquecer a peça de trabalho.
5. Soldar em posição vertical
ascendente.
6. Esmerilhar o passe de raiz,
obtendo certa
concavidade em sua superfície
antes de executar
o novo cordão.
Superfície Irregular 1. Velocidade inadequada do 1. Ajustar a velocidade do arame.
arame (amperagem). 2. Aprimorar o manuseio da tocha
2. Manuseio incorreto da tocha. para que o
tecimento seja cadenciado e
constante.
Desalinhamento 1. Pré-montagem mal executada. 1. Ser caprichoso na preparação
2. Ponteamento deficiente. da junta a soldar.
2. Realizar um ponteamento, com
soldas de
fixação resistentes e
dimensionadas de acordo
com as partes a unir.
Respingos 1. Tensão muito elevada. 1. Reduzir a tensão.
2. Vazão de gás excessiva 2. Regular a vazão do gás.
3. Sujeira no metal de base. 3. Limpar o metal de base,
4. Avanço do arame alto ou eliminando tintas,
baixo em relação à tensão do óxidos, graxas e outras impurezas
arco. que provocam
5. Distância excessiva entre o isolamento entre o arame e o
bocal e a peça. metal de
6. Altura excessiva do arco. base.
7. Controle inadequado da 4. Regular o avanço do arame.
indutância. 4. Controlar a condição ideal pelo
8. Posição inadequada da tocha. tamanho/
9. Mau contato entre cabos e volume da gota na ponta do
peças. arame, que
10. Bico de contato danificado. deve ter aproximadamente o
11. Bocal com respingos. mesmo diâmetro
do arame.
5. Manter a distância correta entre
o bocal e a
peça.
6. Reduzir a altura do arco.
7. Controlar a indutância
adequadamente.
8. Usar a técnica de arco quente
(arame sobre a
poça de fusão) para melhorar a
estabilidade do
arco e reduzir os respingos. Não
inclinar muito
a tocha e procurar manter, onde
for possível, o
arco perpendicular à linha da
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solda.
9. Limpar as superfícies de contato
a fim de evitar
instabilidade no arco.
10. Trocar o bico de contato.
11. Limpar ou trocar o bocal com
respingo.
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Figura 37
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Figura 38
Figura 39
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ou empurrando, mas apenas uma mudança no posicionamento longitudinal da
tocha. Geralmente os soldadores acham que a técnica de soldagem puxando
proporciona um arco mais estável e menos respingos na peça.
Figura 40
O ângulo relativo com a chapa para uma junta em ângulo mostrado na Figura
25 é normalmente 45°. Entretanto, para uma junta de topo biselada, esse
ângulo pode ficar quase na vertical para permitir uma molhabilidade adequada
do metal de solda nas paredes do chanfro. A segunda técnica geral de
soldagem que deve ser considerada é o sentido de soldagem quando esta deve
ser realizada na posição vertical. Como a Figura 42 ilustra, existem duas
progressões pelas quais a soldagem pode ser executada — a ascendente e a
descendente.
Figura 41
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Figura 42
8.7.1) Penetração
Figura 43
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Diâmetro 0,76 0,80 0,89 1,00 1,14 1,18 1,20 1,58 2,38
mm mm mm mm mm mm mm mm mm
material
Aço doce 276,9 250,9 203,9 160,4 122,7 --- 111,5 64,4 28,8
Aço 272,2 - 200,5 - 120,7 - - 63,7 28,2
inoxidável
Alumínio 805,3 - 592,1 - - 358,1 - 188,4 83,8
Cobre 243,4 - 178,4 - 108,0 - - 57,0 24,1
Bronze 256,8 - 188,4 - 114,0 - - 59,7 26,8
ao silício
Tabela XIV - Quantidade de metros por quilo de arames de solda
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Para alterar o tamanho do cordão de solda, deve ser mudada a quantidade de
metal de solda depositado (kg) por unidade de comprimento linear da solda (m).
A corrente e a velocidade de soldagem são os parâmetros mais influentes no
controle do tamanho do cordão de solda. Por exemplo, quando a corrente de
soldagem é diminuída, o cordão de solda torna-se menor e vice-versa. Essa
relação pode ser observada na Figura 44. O tamanho do cordão de solda
também pode ser modificado variando-se a velocidade de soldagem. Como
pode ser observado na Figura 46, o tamanho do cordão de solda e a velocidade
de soldagem são inversamente relacionados. Uma diminuição na velocidade de
soldagem resultará num aumento da largura e da altura do cordão de solda e
vice-versa. Novamente os quilos de metal de solda depositado num metro linear
de solda são aumentados (ou diminuídos).
Tanto a corrente como a velocidade de soldagem possuem um pequeno efeito
na geometria (forma) do cordão de solda. A largura e a altura do cordão de
solda aumentam ou diminuem conjuntamente. A tensão de soldagem é usada
para controlar a forma do cordão de solda. Como pode ser visto da Figura 45,
quando a tensão do arco (ou o comprimento do arco) aumenta, a altura do
cordão de solda diminui e sua largura aumenta. Nesse caso o tamanho total do
cordão de solda permanece constante. Somente a forma ou o contorno do
cordão é modificado. Aumentando-se a largura do cordão de solda, seu topo
torna-se mais achatado e o metal de solda "molha" os materiais de base mais
eficientemente. Melhora a fusão do metal de base. A extensão do eletrodo e a
técnica de soldagem empregada (puxando ou empurrando) também afetam
essas características, mas apenas até um certo limite. Quando são empregadas
longas extensões de eletrodo para aumentar a taxa de deposição, a altura do
cordão de solda aumentará numa proporção maior que sua largura. Embora
mais largo, o cordão de solda torna-se mais protuberante (topo mais convexo),
como é mostrado na Figura 49. A técnica de soldagem puxando também
produzirá cordões de solda altos e estreitos. Diminuindo- se o ângulo
longitudinal da tocha a altura do cordão de solda diminuirá e sua largura
aumentará. A técnica de soldagem empurrando garante o cordão de solda mais
achatado e mais largo.
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9. Oxicorte:
9.1) Introdução
O corte de materiais é uma das mais importantes etapas na cadeia dos aços.
Tanto as chapas prontas devem ser cortadas em peças para seu destino final,
como as sucatas devem ser cortadas em peças de menores dimensões para
facilitar seu processamento posterior. Podemos dividir os cortes em:
- Por fusão do metal: Corte através da fusão de uma fina camada do material
utilizando-se uma fonte de calor que pode ser um arco elétrico, plasma ou
maçarico.
9.2) Oxicorte
Erosão térmica: separação de partículas de material por meio do calor gerado pela ignição de
gases, arco voltaico, raios laser etc.
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PONTO DE FUSÃO DE METAIS E PONTO DE FUSÃO DO ÓXIDO MAIS COMUM
DESSES METAIS
AÇOS-LIGA
AÇOS-LIGA Proporção Cortável Não Observações
cortável
Manganês (Mn) 13% de Mn e X Facilmente cortável
1,3% de C
$18% de Mn e X Quantidades elevadas de
1,3% de C manganês não permitem o corte.
Silício (Si) 2,5% de Si e X O corte é limpo.
0,2% de C
3,8% de Si e X O corte é dificultado.
0,4% de C
mais de 12% de X Quantidades elevadas de silício não
Si permitem o corte.
Cromo (Cr) 1,5% de Cr X
Níquel (Ni) 7% de Ni X Facilmente cortável
35% de Ni e X É cortável somente se contiver até
0,3% de C 0,3% de C. Caso contrário as bordas
tornaram-se muito duras.
Cobre (Cu) 0,5% de Cu X Cortável como o aço comum.
Molibdênio (Mo) 8% de W e X O molibdênio limita a cortabilidade. Se
1,4% de Cr não houver molibdênio, a liga é
1% de C e 5,5% cortável.
de Mo
Tungstênio (W) 5% de Cr e X Se a liga contiver tungstênio acima de
0,2% de Si até 20%, ela não será cortável.
8% de C e até
10% de W
Fósforo (P) 2% de P X O fósforo influi muito pouco na
cortabilidade.
Enxofre (S) 3,5% de S X O enxofre contido em aços também
não atrapalha a cortabilidade.
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9.3) Princípio de operação
Na temperatura ambiente e na presença de O2, o ferro se oxida lentamente. À medida que
a temperatura se eleva, esta oxidação se acelera, tornando-se praticamente instantânea a
1350°C. Nesta temperatura, chamada de temperatura de oxidação viva, o calor fornecido
pela reação é suficiente para liquefazer o óxido formado e realimentar a reação. O óxido no
estado líquido se escoa, expulso pelo jato de O2, permitindo o contato do ferro
devidamente aquecido com O2 puro, o que garante a continuidade ao processo.
Oxigênio (O2)
É o gás mais importante para os seres vivos, existindo na atmosfera em c erca de 21%
em volume ou 23% em massa. É inodoro, incolor, não tóxico e mais pesado que o ar
(peso atômico: 31,9988 g/mol), tem uma pequena solubilidade na água e álcool. O O2
por si só não é inflamável porém sustenta a combustão, reagindo violentamente com
materiais combustíveis, podendo causar fogo ou explosões. No processo oxicorte o O2
faz as funções de oxidação e expulsão dos óxidos fundidos.
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Gases combustíveis para a chama de pré-aquecimento
São vários os gases combustíveis que podem ser utilizados para ignição e manutenção
da chama de aquecimento. Entre estes podemos citar: acetileno, propano, propileno,
hidrogênio, GLP e até mesmo mistura destes.
A natureza do gás combustível influi na temperatura da chama, no consumo de O2 e
conseqüentemente no custo final do processo. Na figura 1 é mostrada a combustão de
para a combustão completa e na linha das ordenadas a temperatura máxima atingida.
Acetileno (C2H2)
O Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) no Brasil tem como composição quase que
totalmente uma mistura de 2 gases: propano e butano que são hidrocarbonetos
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saturados. O GLP é incolor e inodoro quando em concentrações abaixo de 2% no ar.
Também leva aditivos que possibilitam detectar olfativamente sua presença na
atmosfera. É um gás 1.6 vezes mais pesado que o ar, sendo utilizado como
combustível para queima em fornos industriais, aquecimento e oxicorte.
Como pode ser visto na figura 1, os diferentes gases apresentam diferentes
temperaturas máximas de chama, e cada uma delas atingida com um dado volume
consumido de O2 para a combustão completa do gás.
A seleção do gás combustível deve levar em conta diversos os seguintes fatores [1,2,3]:
- Espessura.
- Tempo requerido no pré-aquecimento para o inicio da operação.
- Quantidade de inícios de corte na borda ou perfurações no meio necessárias na
operação.
- Custo e forma de fornecimento do gás combustível (cilindros, tanques ou
tubulação).
- Custo do O2 requerido para a combustão completa.
- Possibilidade de utilização do combustível em outras operações como soldagem,
aquecimento ou brasagem entre outras.
- Segurança no transporte e utilização do produto.
9.5) Equipamento
Em sua configuração mais simples, uma estação de trabalho deve ter no mínimo os
seguintes equipamentos para execução do processo:
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Maçarico de corte
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Tipos de maçaricos Figura 57 - Maçarico de corte
Os maçaricos de corte podem ter o bico de corte montado a 90º em relação à sua
base para os processos manuais ou serem retos para acoplamento em máquinas de
corte automáticas.
E por ultimo há os maçaricos para corte automatizados que se destacam por separarem o
O2 em todo o trajeto, tendo inclusive 2 entradas separadas para o O2, o que possibilita a
regulagem das pressões do O2 da chama e do O2 de corte em reguladores separados,
conferindo assim a possibilidade de regulagens específicas e não uma mesma pressão
para duas utilizações distintas do O2. Este maçarico é o apresentado na figura 3.
Em relação à mistura dos gases em um maçarico ela pode ser feita também de
diferentes formas. Estes podem ser misturados apenas no bico de corte como
mostrado na figura 5, ou no maçarico propriamente dito e neste ainda podem ser por
injeção de O2 ou câmara de mistura que propiciam as denominações de maçaricos
injetores e maçaricos misturadores respectivamente. Os princípios dos maçaricos
injetores e misturadores são apresentados na figura 6.
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Bicos de corte
A forma do canal do O2 de corte também é importante pois determina a restrição que fará
a passagem do gás, em conseqüência sua velocidade e em função disto a velocidade do
processo como um todo. Existem canais com orifícios cilíndricos, divergentes, e até bicos
com uma cortina de proteção adicional de O2 para minimizar a contaminação do O2 de
corte durante o processo, possibilitando com isso aumento da velocidade da operação. A
figura 7 apresenta alguns os diferentes formatos dos canais do O2 de corte.
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acender a chama utilizando um acendedor apropriado.
Atenção: nunca usar isqueiro para essa finalidade!
regular a chama;
cortar a peça.
Atenção: caso haja retrocesso de chama, não jogar o maçarico ao chão.
Você terá um tempo de 10 a 15 segundos, com segurança, para fechar
as válvulas dos cilindros.
apagar a chama: para isso, você deve fechar primeiro o volante de
acetileno e depois o de oxigênio.
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de avanço.
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9.7) Verificações antes do corte
A chapa: Deve estar nivelada sobre a mesa, esta verificação é feita com o
auxílio de um nível.
O maçarico: Deverá estar perpendicular a chapa, excetuando-se cortes
especiais inclinados.
O bico: A distância correta do bico/peça tem grande influência na qualidade de
corte, as tabelas dos fabricantes mostram quais as distâncias corretas para
cada tipo de bico e espessura da chapa.
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corte, que deve levar em conta tanto a seqüência como as regiões da chapa de
onde serão retiradas as peças.
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A) Vantagens:
a) Disponibilidade: Diversos podem ser os gases combustíveis e o O2 por sua
vez é encontrado em toda a atmosfera. Além disto o processo não necessita
eletricidade.
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b) Pequeno investimento inicial: Os materiais necessários como maçaricos,
reguladores e
mangueiras são relativamente baratos se comparados a outros processos de
corte tais como plasma ou LASER.
c) Facilidade operacional: O processo é de fácil aprendizagem e não possui
muitas variáveis, sendo assim de fácil operação.
B) Desvantagens
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mantenha a chave na válvula do cilindro, para o caso de precisar ser
fechado rapidamente;· nunca teste vazamentos de gás com uma chama.
Use líquido apropriado para isso, ou mesmo, água com sabão;
terminado o trabalho, inspecione a área quanto a possíveis focos
de incêndio;
feche as válvulas de todos os cilindros.
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Bibliografia
__ ESAB MIG Welding Handbook – ESAB Welding & Cutting Products
__ MIG/MAG Welding, Svetsaren, vol. 58, no 2, 2003
__ Telecurso 200 – Curso profissionalizante de mecânica
__ Infosolda – WWW.infosolda.com.br
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