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PRONUNCIAMENTO SOBRE RENDA BÁSICA

1. A atualidade do debate sobre a instituição de uma Renda Básica


Universal

Muito tem se falado em “novo normal” para descrever as condições


econômicas e sociais postas pela realidade da Pandemia de Covid-19.

A fórmula não é em si improcedente, visto que são inegáveis as


transformações rápidas pelas quais passa o mundo. Mas pode ser
enganosa, se for usada para induzir à falsa conclusão de que os aspectos
negativos desse “novo normal” já não estivessem presentes no “velho
normal”, a exemplo da estagnação econômica, dos altíssimos índices de
desemprego e precarização desenfreada do trabalho, concentração de
renda e todas as formas de desigualdade social.

Não é verdade que tudo ia bem e que a pandemia chegou e desorganizou


tudo. Olhemos para o fim de 2019 e vamos lembrar qiue o país seguia
ladeira abaixo, com o PIB crescendo apenas 1,1%, inferior ao crescimento
registrado nos dois anos anteriores (1,3%). Na mesma toada, o
desemprego já chegava a quase 13 milhões de trabalhadores. Indicadores
que não tinham perspectivas de melhora, dada a política econômica
ultraliberal de Bolsonaro e Guedes.

Ou seja, o cenário de estagnação econômica já existia, a despeito das


drásticas reformas restritivas de direitos sociais, como a reforma
trabalhista, realizadas na sequência do golpe que apeou Dilma Roussef da
presidência da República, vendidas como solução para o país, assim como
a reforma da previdência.

O QUE DEVE SER A RENDA BÁSICA


Uma política permanente de combate às desigualdades e à miséria, uma
ferramenta de participação dos mais pobres nos resultados da riqueza
socialmente produzida, que é hoje apropriada por um insignificante
número de pessoas. É preciso recuperar a noção de que a riqueza social é
resultado da produção coletiva das classes trabalhadoras , e que o lucro
do capital é resultado da exploração e espoliação sobre trabalhadores e
natureza.
DADOS SOBRE O AUXÍLIO EMERGENCIAL NO CEARÁ
• No Ceará, mais da metade dos domicílios (1.655 mil / 58,6%)
recebeu o auxílio emergencial em decorrência da pandemia do
coronavírus.
• O Estado ficou na nona posição dentre as unidades federativas que
mais receberam o benefício, ocupando a quinta colocação no
Nordeste.
• Em 16 estados brasileiros mais da metade dos lares recebeu auxílio
emergencial.
Fonte: Ipece (

DADOS DO CADASTRO UNICO DO GOVERNO FEDERAL


• 1.064.578 de famílias cearenses, o equivalente a 3.068.443 de
pessoas, sobrevivem com até R$ 89,00 por mês. (faixa extrema
pobreza)“
Fonte: https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/metro/com-18-
milhao-de-cadastros-ce-tem-o-maior-numero-de-familias-na-pobreza-
desde-o-final-de-2014-1.3030632

VALOR DA CESTA BÁSICA EM FORTALEZA DEZ/2020


• R$ 534,96
Fonte: Dieese

TOTAL INCENTIVOS FISCAIS PREVISTOS NA LOA 2021


• R$ 1.363.490.164,00
ALTERNATIVAS:

1. INCENTIVOS FISCAIS X RENDA BÁSICA


• RENDA BÁSICA PARA SEGURANÇA ALIMENTAR - VALOR
EQUIVALENTE A UMA CESTA BÁSICA EM FORTALEZA DEZ/2020
CALCULADA PELO DIEESE (R$ 534,96) PARA 1.064.578 FAMÍLIAS
CEARENSES NA FAIXA EXTREMA POBREZA (RENDA ATÉ R$ 89,00 POR
MÊS)
• 1.064.578 x R$ 534,96 = R$ 569.506.646,88
VALOR EQUIVALENTE A 41,77 % DOS INCENTIVOS FISCAIS PREVISTOS NA
LOA 2021

• RENDA BÁSICA EQUIVALENTE A R$ 300,00 (2ª FASE DO AUXÍLIO


EMERGENCIAL FEDERAL)
• 1.064.578 x R$ 300 = R$ 319.373.400,00
VALOR EQUIVALENTE A 23,42% DOS INCENTIVOS FISCAIS PREVISTOS NA
LOA 2021

• RENDA BÁSICA EQUIVALENTE A R$ 600,00 (1ª FASE DO AUXÍLIO


EMERGENCIAL FEDERAL)
• 1.064.578 x R$ 600 = R$ 638.746.800
VALOR EQUIVALENTE A 46,85 % DOS INCENTIVOS FISCAIS PREVISTOS NA
LOA 2021

• RENDA BÁSICA EQUIVALENTE À DISTRIBUIÇÃO DE 50% DO VALOR


DOS INCENTIVOS FISCAIS PREVISTOS NA LOA 2021 PARA 1.064.578
FAMÍLIAS CEARENSES NA FAIXA EXTREMA POBREZA (RENDA ATÉ
R$ 89,00 POR MÊS)
• R$ 681.745.082,00 : 1.064.578 = R$ 640,39

2. FECOP X RENDA BÁSICA


Previsto LOA 2021 – R$ 630.770.217,00
Executado 2020 – R$ 412.379.694,68
DIFERENÇA ENTRE PREVISTO PARA 2021 E EXECUTADO EM 2020
(MANTENDO A EXECUÇÃO DE 2020) – R$ 218.390.552,32
ESSA DIFERENÇA SERIA SUFICIENTE PARA GARANTIR RENDA BÁSICA DE
R$ 205,14 PARA 1.064.578 FAMÍLIAS CEARENSES NA FAIXA EXTREMA
POBREZA (RENDA ATÉ R$ 89,00 POR MÊS)

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