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COMO DIMINUIR A VIOLÊNCIA

Prefácio

Se há uma situação de amargura e de pavor que afeta todas as pessoas


de bem neste país, é a resultante da violência, a qual dia após dia aumenta de
intensidade, com atos cada vez mais bárbaros, praticados por pessoas com os
mesmos traços que os nossos, mas de uma frieza e crueldades à toda prova,
devido à monstruosidade de suas ações inacreditáveis.
Quando eu era criança, o meu velho pai, sempre me dizia, que as boas
coisas, como também as más, nos vem de cima para baixo. Se nos encantamos
com o progresso e com o desenvolvimento de uma cidade, de um Estado ou de
um país, creditamos toda aquela grandeza aos administradores, obreiros e
demais ajudantes e auxiliares, os quais, com boa vontade, interesse de bem
servir e bons serviços prestados, realizaram com galhardia e aplauso aquele
suntuoso adiantamento para o bem da comunidade. Mas se dentre os grandes
do país, deparamos com pessoas mortais como nós, que praticam atos contra a
lei e comprometedores, de desvios de verbas públicas; de pirataria,
contrabando, chefiando outros criminosos no tráfego de drogas, assassinatos,
abusos de autoridade, falsificações de documentos, super faturamentos, etc,
etc., todos agraciados com a impunidade, ou até punidos com penas
simbólicas, em respeito ao alto cargo que exercem ou exerceram, dão na
excelência de seus maus exemplos, poderoso incentivo aos criminosos comuns
e àqueles iniciantes no crime com pequenos furtos, de se tornarem em
perigosos assaltantes. Estes no entanto, desprovidos do Curso Superior, pobres
ou não, maioria semi -analfabetos, nascidos nas favelas ou nas ruas, sem casa,
sem trabalho, sem família e por conseguinte, sem amor à pátria e sem nenhum
temor de Deus, são chamados de bandidos, ladrões, traficantes, marginais,
criminosos de alta periculosidade, falsários, etc. etc. Quando são presos,
observam a diferença do valor do pequeno furto que fizeram, com o rombo de
milhões praticado pelo Doutor fulano de tal. Enquanto este tem direito à prisão
numa sala especial, com algumas mordomias, podendo até ficar preso em sua
própria residência sem devolver nada, eles os pés de chinelo, cumprem penas
pesadíssimas em presídios de segurança máxima, onde recebem maus tratos e
até espancamentos. Quando conseguem sair em liberdade, poucos se
recuperam, devido às turbulências sofridas nos presídios acimada lei. É aí que
pioram, revoltados por lhes faltar trabalho digno. Já falta emprego para quem
tem ficha limpa, quanto mais para quem saiu da cadeia. O recurso é voltar
para o crime, com mais ódio, mais perversidade e mais violência.
Enquanto não acontecer uma varredura de cima para baixo, a violência vai
crescer cada vez mais, alimentada pelos chefões da alta criminalidade.
Acontece que estes chefões, grande parte deles sendo políticos, quando
correm o risco de serem cassados, renunciam e tornam a se candidatar, sendo
eleitos novamente pelo povo que mais parece mulher de malandro. No dia que
ela não apanha do marido, chora de saudade até tomar umas dez bofetadas. Só
assim ela consegue dormir em paz. Ou seja, o próprio povo se acostumou com
esta derrocada, a tal ponto, que ajuda manter o aumento sempre crescente da
criminalidade em nosso país.

Os Governos da República e dos Estados de Federação, deveriam criar


Escolas Profissionalizantes em todos os Presídios do país. Cada preso
aprenderá a profissão do seu gosto. Uma vez diplomado e vencido seu prazo,
obterá uma verba do próprio Governo para que ele possa montar sua pequena
Indústria e começar uma vida nova.

O autor
Deusdeth Rocha- Policial Militar.

1
Os atos de benevolência
Toda pessoa, por mais cruel e periculosa que seja, deve e precisa ser domada.
Os nossos antepassados, não a maioria deles, fizeram uso da força, da
violência, do castigo, do desprezo, das agressões físicas e morais contra presos
e sentenciados, já punidos pelo juiz pelos crimes praticados. Na realidade,
aquele aparato de maus tratos que aconteceu e ainda acontece nos presídios
significava como ainda significa para os presidiários, uma segunda pena acima
daquela que foi promulgada pela justiça. Isto revolta qualquer ser humano.
Afinal de contas porque determinados guardas trataram e tratam tão mal assim
os detentos? Teriam sido crimes contra a pessoa de algum guarda, ou
familiares de tais policiais? Claro que não. O que fazem é simplesmente a
idiotice de demonstrar poder de força de suas ignorâncias, despreparo, abuso
de um poder que eles não possuem e muita prepotência, graças à falta de
conhecimento de seus chefes, que são subordinados a outros mais atrazados
ainda daqueles que não sabem nada e nem querem saber. Se eles não
apoiassem, os policiais não seriam maus como tem sido.
Nos idos de 1.96l, assumi o Comando do Destacamento Policial da cidade de
Paraisópolis, no Sul de Minas. Ao revistar o presídio e os presos, recebi
veemente pedido de que eu lhes concedesse pelo menos um dia de sol por
semana. Fiquei estarrecido de saber que o meu antecessor, nem o carcereiro,
deixaram de providenciar junto à justiça, banho de sol para aqueles detentos.
Prometi tudo fazer para que fossem atendidos. No mesmo dia falei com o sr.
Prefeito, da possibilidade de aproveitá-los nos serviços braçais da Prefeitura,
ao que ele me garantiu que seriam bem vindos. Como os sentenciados, quase
todos eram de bom comportamento, segundo o Carcereiro, fui me apresentar
ao MM. Juiz, oferecendo-lhe meus préstimos em tudo que sua excelência
necessitasse. Naquele momento formulei o pedido em favor dos presos, os
quais poderiam trabalhar na Prefeitura, se ele determinasse. Fiquei gratificado,
pois no ato, mandou chamar o Escrivão do crime, determinando que todos
sentenciados, menos os que aguardavam julgamento, estavam por ele
liberados para o trabalho de segunda aos sábados na Prefeitura Municipal da
cidade. Quando dei a notícia notei no semblante deles uma alegria
extraordinária, pois mudavam da água para o melhor vinho. Adverti no
entanto, que cada um fosse o conselheiro do outro, pois se um apenas fugisse,
ou praticasse qualquer ato desabonador, todos demais seriam recolhidos.
Ganhando salário mínimo, poderiam assim, como puderam manter suas
famílias, reintegrando-se na sociedade. Para tanto, trabalharam com denodo,
boa vontade e nenhum deles se perdeu. Foi uma oportunidade que os livrou de
voltar a cometer crimes e souberam aproveitar.

II
A rompança dos policiais
Nunca gostei, nunca admiti e jamais aceitei as atitudes rompantes de ninguém.
Quanto mais poderoso é o homem, mais tem o dever de demonstrar seu
poderio através da sua educação, principalmente com os pequenos. Esta de
tratar as pessoas aos berros, empurrões e atos humilhantes, isto não existe.
Quem age desta forma, provoca repulsas, confrontos, vinganças, barbaridades
e aumento da violência. O povo paga seus impostos, dos quais, o governo
paga os agentes da segurança pública, desde os Delegados, investigadores,
escrivães, peritos, policiais civis e militares. Não é justo que um cidadão
pague seu empregado e seja maltratado por ele, isto quando o pior não
acontece, de ser espancado e até assassinado. É desta maneira, que se compara
o maltrato do policial contra o povo seu patrão. Se proteger a vida é função do
policial, os exageros, não podem e nem poderiam acontecer em hipóse
alguma. Os atos de força só nos casos de extrita necessidade e de absoluta
legítima defesa.
Nas cidades nas quais exerci a função policial, exigia dos meus subordinados
tratassem as pessoas com bons modos, educação e semblante descontraído.
Quem trabalha, seja no desempenho do serviço que for, tem obrigação de ser
atencioso, comedido, firme, calmo e solícito para com as pessoas. De todos
trabalhadores os que mais aparecem tratando o povo com hostilidade,
infelizmente, são os policiais, sejam civis ou militares. É claro e evidente que
numa operação policial contra marginais, se a polícia chegar mansa e
acolhedora, vai levar chumbo na asa. O que se trata aqui na verdade, é com
relação à necessidade de integração polícia-povo. O povo precisa gostar da sua
polícia e ela também do povo.Tratá-lo bem é sinal evidente de progresso e de
contenção da violência.

O policial, não pode e nem deve tomar para si a dor das vítimas de um
agressor. Nem se deixar ser influenciado pelas razões apresentadas por um
queixoso. Seu dever é levar o caso para as apreciações da autoridade policial
que é o Dr. Delegado. Ao deter ou prender aquela pessoa que infringiu a lei,
não pode maltratá-la de forma alguma, seja com brutalidade ou com palavras
humilhantes. É preciso ter sempre em mente que o policial é apenas um agente
da autoridade, a qual, também não pode distratar a ninguém, nem mesmo o
MM. Juiz na suprema autoridade que exerce, não humilha a quem quer que
seja. Pode até um cidadão dizer que a pena que lhe foi imposta pelo
magistrado é humilhante. Para se resguardar tem todo direito de recorrer ao
Tribunal de Justiça da punição recebida.
Meus policiais passaram a falar a todas pessoas ao serem detidas e presas por
mandado ou em flagrante delito que pessoalmente nada tinham contra suas
vidas, cumpriam apenas um dever de suas atribuições. Como toda pessoa se
assusta ao ser detida ou presa e fica nervosa, cabe ao policial tranqüilizá-la
com palavras de conforto, dizendo inclusive que na presença do Delegado, lhe
será rendida homenagem por ter sido educada e respeitosa no ato da detenção,
o que lhe servirá de meio caminho andado para sua libertação o mais cedo
possível.
O bom tratamento da polícia com o povo, atrai as pessoas da sociedade para
junto de seus seguranças. Se algo de errado está acontecendo, o povo que quer
paz e tranqüilidade, se sente livre para se dirigir a um policial e lhe dizer o que
está ocorrendo. Mas este jeito guerreiro de PMs de caras amarradas não bate
com a realidade, porque o povo se encolhe, sente medo, não colabora e na
verdade, o povo não pode ser confundido com inimigos de guerra. Por outro
lado a polícia não é da Marinha, do Exército e nem da Aeronáutica. Estas
forças estão preparadas para guerrear contra paises estrangeiros. Polícia não é
nada disto. Não se deve confundir General dá cadeia no portão do alojamento,
com o Genebaldo Correia, anão do orçamento.

Ser policial na verdade não é função para qualquer pessoa. Aliás cada qual
deve exercer a profissão que gosta. Isto é realmente impossível nos dias de
hoje, porque a quantidade de gente sem emprego, leva quem nasceu para ser
enfermeiro, trabalhar de motorista de ônibus, de vidraceiro, feirante,
cosinheiro, encanador, costureiro, criador de porcos ou soldado da PM., onde
ele, através de pedidos e mais pedidos, pode conseguir finalmente servir no
Hospital Militar.
É por isto que defendo aquele velho chavão popular: “cada macaco no seu
galho”, ou seja que a polícia seja a primeira entidade neste país que só aceite
em seus quadros pessoas que são policiais de nascença. Isto é fácil saber
através da data de nascimento do candidato. Os nativos de uma 3​a​. feira dos
signos de Aires, Escorpião, Sagitário, Leão, Libra e Touro, são os melhores.
Os demais de outros signos servem para serviços de inteligência funcional,
mas que também tenham nascido na 3​a​, 4​a​. 5​a​ e domingo. Já os nascidos na
2​a​.e 6​a​.feira , poderão ser aproveitados nos trabalhos de apôio à tropa, como no
Hospital Militar, Cantina, Rancho, Praça de Esportes, Banda de Música,
Salões de Festas e demais funções congêneres. Já os nativos do sábado serão
melhor aproveitados na Polícia Florestal, onde há muito o que fazer daquilo
que gostam. O pior, é que durante a carreira do policial, o PM é obrigado
deixar da função que está exercendo muito bem, de acordo com sua vocação,
para cumprir outra totalmente adversa, de ordem do seu superior, que deveria
intender de polícia muitas vezes mais que seus comandados, mas pelo que
parece, não intende, não quer intender e tem raiva de quem intendeu.

III
A Assistência Social
Por ter sido a polícia criada pelo povo, para o povo, além de deter e prender os
fora da lei, tem ela o dever de prestar ajuda às pessoas acidentadas, que sofrem
mau súbito nas vias públicas, que gritam por socorro em suas casas ou em
locais fechados, em cativeiros, ou em qualquer lugar, prestando-lhes os
primeiros socorros da forma conveniente de salvar vidas. Se não está
preparado realizar salvamento em casos de afogamento ou de incêndios, que
solicite com urgência possível o Corpo de Bombeiros. No entanto, poderá o
policial prestar inúmeros serviços à comunidade em defesa da honra, da paz e
da vida humana. As recompensas serão notáveis, pois quando o povo gosta de
sua polícia, a criminalidade desaparece. Foi assim, investindo no povo, na sua
tranqüilidade, que consegui muitas vitórias nas cidades de Paraisópolis,
Extrema e Pouso Alegre, no Sul de Minas. Em Paraisópolis contei com total
ajuda de minha esposa Maria do Carmo Baeta Neves Rocha e de minha irmã
Creuza de Oliveira Rocha. Elas confeccionavam roupinhas para crianças
pequenas, recém-nascidas e que ainda iriam nascer, doando enchovais
completos, naquele tempo quando as fraudas eram de pano. Para organizar as
doações, ela ia até as favelas, ladeada de duas moças da sociedade e de um
soldado fardado e armado. A cada casa visitada, ela anotava o grau de
miserabilidade daquela família. Eu então liberava além das roupinhas, alguns
alimentos, roupas usadas e cobertores. Tudo parecia que se multiplicava, pois
a toda pessoa de posse que eu pedia uma roupa velha ou uma coberta, vinha
sempre de oito a dez peças. Certa vez pedi a um caminhoneiro da cidade, me
desse um cobertor de casal, o qual poderia ser cortado ao meio e cobrir o
corpo de duas pessoas pobres. Ao me dizer sim, me surpreendeu uma semana
depois, com cinco fardos de cobertores, com 12 peças em cada um para os
meus pobres. Naquele dia eu derramei lágrimas de gratidão, prazer e alegria.
Paraisópolis era uma cidade, tida e havida como a mais violenta do Sul de
Minas Gerais. Na posse do sr. Tancredo Neves, como Primeiro Ministro do
Governo do sr. João Goulart, o saldo de mortos nas comemorações foi de 5
pessoas, além de 27 feridos e 15 presos. Foi o que me contaram quando ali
cheguei em 1.961. No cemitério da cidade tinha Delegados, policiais e até
promotor de justiça, que morreram assassinados. Ali os Sargentos destacados,
não permaneciam mais do que dois ou três meses. Eu fiquei lá por 5 anos
consecutivos e saí para a Capital do Estado para tratamento de saúde
prolongado da minha esposa.
De vez em quando vinha um desajustado da favela falar comigo, dizendo que
sua mãe e seu pai, estavam agradecidos pelo apoio que eu tinha dado a eles e
seus irmãos. Aí eu aproveitava o ensejo, para dizê-lo que seus pais eram gente
muito boa, mas que não mereciam ter um filho tão atrapalhado e que me dava
tanto trabalho. Daí o elemento tremia nas suas bases, quando eu o destruía de
vez dizendo: Vou ajudá-lo também, se desejar. Sou professor de motorista. Se
quiser eu te ensino de graça, com um porém, não quero que você faça chorar
os seus pais e não me dê mais trabalho algum. Aceita a minha proposta?
Aceitava. E assim eu fui destruindo um a um dos periculosos da cidade,
abrindo para eles algum tipo de caminho. Fiz que se cumprisse o nome do
município Paraíso+ polis, que significa paraíso cidade. De fato a paz, a
tranqüilidade, a alegria e a venturosa satisfação de viver num paraiso, imperou
em todo município, pois nomeei vários Inspetores de Quarteirão que se
sentiam honrados em fazer parte efetiva do meu Comando. Qualquer princípio
de alteração da ordem nos distritos, eles me enviavam secretamente
mensageiros que vinham a cavalo trazendo-me informes. Quando menos se
esperava, eu já eastava lá abafando tudo e efetuando detenções, até prisões, se
fosse o caso. Aí perguntavam; “Como fiquei sabendo da ocorrência? Eu
respondia, é que eu tenho um ouvido muito poderoso e escuto a distância de
mais de 10 leguas. E eles, sem outra alternativa, acreditavam, mas o meu
informante continuava secreto. Hoje com toda tecnologia de ponta que existe
no mundo, a polícia está sendo vencida pelos criminosos. Sempre acreditei
que a comunicação é tudo para quem quer e gosta de trabalhar. Ser policial,
confirmo, não é função para qualquer um. É preciso gostar e ter amor naquilo
que faz, a qualquer hora e em qualquer lugar.
Os indigentes que morriam na cidade, eram levados num caixão de madeira
maciça e despejados nas covas. O caixão voltava para a Prefeitura a fim de
servir de condução para outro infeliz que morresse de doença e de pobreza.
Quando vi aquilo determinei ao coveiro não mais sepultasse ninguém daquela
forma. Tão logo fosse avisado preparar a cova, mandasse me avisar que eu iria
providenciar a urna funerária. Quando um necessitado morria, eu fazia um
abaixo assinado, sendo o primeiro a colocar meu nome com uma quantia.
Percorria o comércio e tão logo levantava o valor do caixão, pegava um dos
doadores para comigo seguir até à funerária que recebia aquele valor e assim,
providenciava e entrega do esquif na casa do falecido, onde era preparado. No
horário do enterro, eu chegava com 5 elementos do Destacamento e
conduzíamos, sem cobertura de nossas cabeças aquele corpo à Igreja Católica
para que o Padre encomendasse sua alma. Em seguida o féretro seguia pelas
ruas até o cemitério. Quando o enterro passava, as portas do comércio se
fechavam em respeito àquela caminhada fúnebre.
O povo começou a notar que a polícia se incomodava com ele, em todas as
horas difíceis e amargas, até mesmo naquelas do infortúnio da morte.

IV
Os meus soldados

Eu nunca me preocupei com a quantidade grande ou pequena dos meus


auxiliares, mas sim com a qualidade deles. Um bom policial se vê naquele que
é ágil, firme, forte, corajoso, calmo, humano, sério, inteligente, disciplinado,
respeitador e honesto. Todo aquele que lhe faltava alguns destes itens, eu fazia
por onde que ele os tivesse, pois todos precisavam estar a altura do meu novo
modelo de fazer policiamento. Punha-me à disposição em tudo ao meu alcanse
que pudesse ajudá-los. Quando tinha de chamar atenção de um ou de outro, o
fazia em separado, sem que os outros ouvissem. Não gritava, nem humilhava a
nenhum deles. Se eu exigia que tratassem as pessoas com todo respeito, sem
humilhá-las, eu tinha de dar o exemplo, tratando-os da mesma forma. Há
determinados elementos que gostam de provar ao público excesso de
autoridade, quando nós na realidade, nunca tivemos autoridade alguma.

Certa época, determinei que um soldado trabalhasse em apoio à Fiscalização


da Secretaria da Fazenda, no Posto Fiscal da divisa de Minas com São Paulo,
no Rodovia Fernão Dias, cidade de Extrema, onde eu comandava o
Destacamento. Sua função seria parar veículos de carga e outros veículos
suspeitos de estarem carregando carga escondida. Após parado, o Fiscal ali
presente com ele policial, faria a devida vistoria da carga, como também da
Nota Fiscal para preservar a arrecadação de divisas devidas ao nosso Estado.
O salário do Fiscal em relação ao do soldado, sempre foi astronômico de 20 a
25 vezes maior. O fiscal então, mau servidor, determinou ao soldado que ele
mesmo fiscalizasse as cargas, enquanto ia tirar uma soneca em pleno dia de
sol. O ingênuo, o indiciplinado e o metido a mostrar autoridade indevida,
cumpriu o que o fiscal lhe mandara fazer. Dentre os abordados, parou um
carro de passeio, obrigando com rigidez e brutalidade que o motorista abrisse
o porta-malas e ele mesmo desfez todos embrulhos para ver o que aquele
senhor levava. Eram roupas para sua família, compradas em São Paulo.
Depois da revista, o motorista revoltado pediu minha presença no local. Era
um Major do Exército Nacional que ao me perguntar se aquela ação soldado
era de minha ordem , o próprio soldado disse que era ordem do Fiscal. No ato
recebeu ele daquele oficial, voz de prisão, que fez a comunicação e eu oo
conduzi para o Quartel. Pelo abuso de poder, mau tratamento ao público e
exibição de autoridade, pegou 30 dias de prisão e foi recolhido ao Batalhão.
Sempre adverti aos meus comandados, de lutarmos pela felicidade de passar o
nosso serviço a outro colega, sem alteração alguma. Se ganhamos tão pouco,
pra quê criarmos complicações e inimizades. Sempre avisei do perigo que
todos nós passamos na presença de pessoas calmas, obedientes e que se fazem
de simplórias. São sempre as que mais sabem. Aqueles que aparecem
gritando, pondo o mundo abaixo com suas demonstrações de força e poder,
não são de nada. O poder mesmo está na força benigna do nosso coração e dos
nossos atos que possam valorizar a pessoa humana. A grosseria, a estupidez e
as demonstrações de força, sempre foram e sempre serão coroadas com todas
as láureas da ignorância e da falta de capacidade.

É tão bom quando o povo gosta da sua polícia, pois tal positividade cria a
harmonia, a paz e a tranqüilidade.
Observe o leitor bem este fato: Em outra época apareceu na cidade um
criminoso diferente, vindo de lugar incerto e não sabido que estava
barbarizando as regiões agrícolas do município. Tal elemento, aproveitava
para entrar nas casas dos colonos, nas horas de trabalho nas roças, quando eles
não estavam em casa. Além de furtar pertences, judiava das crianças e das
mulheres que estavam desprevenidas. Feitas as queixas seguimos para o local,
sem nada encontrar. No dia seguinte, outros ataques em outras casas.
Novamente corremos pra lá, mas achar o bandido não foi possível. E assim
ficamos mobilizados por uns 10 dias. Até que resolvi convocar vinte homens
da sociedade para nos ajudar. Apareceram mais de 30. Começamos as 6 horas
de uma manhã de determinado dia. Com quatro horas de varredura, prendemos
o meliante. Presente estava o Delegado Regional, Dr. Estrabão Pereira, um
Investigador, enquanto eu contava com meus 10 elementos, mais 4 soldados
de reforço que me vieram de Sapucaí Mirim e mais 35 cidadãos
paraisopolenses.

Como vê o amigo leitor, de fato, quando o povo gosta de sua polícia a


criminalidade desaparece. Como no entanto algumas pessoas gostam de
contrariar, vão dizer os derrotistas, que isto que comento, aconteceu lá nos
idos da década de 60, numa cidadezinha do sul de Minas. Como comparar
assuntos tão minúsculos com o tamanho da cidade e dos problemas de São
Paulo? Aqui na maior cidade da América do Sul, nada disto funciona, vão
dizer. E a estes eu respondo com antecedência: As mesmas pessoas que
viveran e vivem em qualquer cidade, por menor que seja, são idênticas às
pessoas que vivem em São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Curitiba, etc.etc. Se
numa casa usa-se panelinhas para cosinhar comida para duas pessoas, numa
outra usa-se panelões para cosinhar a mesma comida para 50 pessoas, com o
mesmo tipo de fogo e de alimentos. Mudando o modo de agir da polícia, ela
consegue ganhar a simpatia do povo que, se preciso for, tudo fará para
ajudá-la. Muita gente reclama que uma testemunha convocada para depor na
Delegacia, na maioria das vezes, sofre muito mais do que a vítima e o
criminoso. Além de recebida com acentuadas expressões de pouco caso, pois
se acredita que ali gente fina e de bem, é só o Delegado e seus ajudantes,
contrariam de tal forma o público que se torna um lugar que só se vai no
último caso. Quando fui escrivão, fazia questão de tornar a Delegacia numa
casa onde as pessoas eram recebidas com toda cordialidade e respeito,
justamente por ter verificado em outras tantas, mesmo sendo policial, que os
meus colegas pareciam que estavam com um leão em suas barrigas.
Naquele tempo, todo ano, os Sargentos Comandantes dos Destacamentos,
tinham de ir ao Batalhão sede para receber novas instruções por uma semana.
Por ser 1ºSgt. eu era escalado com meus colegas da mesma graduação,
ministrar aulas práticas para os subordinados. Criávamos então 10 oficinas.
Cada qual com uns 40 instruendos. Devido o interesse que sempre tive de
saber mais e mais, pois nunca senti vergonha de perguntar a quem soubesse
mais que eu, como é que se faz isto ou aquilo, indaguei de Juízes, promotores,
Delegados, peritos, eascrivães do crime e de polícia, para aumentar os meus
conhecimentos. Tanto é que em Paraisópolis e em Extrema, exerci o cargo
acumulativo de Escrivão de Polícia, por quase 8 anos. E como os policiais
pouco sabiam a respeito dos fundamentos do poder de polícia, até mesmo
meus colegas mais instruídos, vinham a mim pedir esclarecimentos. Minha
oficina então chegava a transbordar com mais de 70 ou 80 policiais.
Finalmente depois das aulas ministradas, sem descanso algum, sem ninguém
dormindo pelo cansaço causado por aqueles que mastigam palavras e não
ensinam nada, o sinal soava sob o espanto dos instruídos que agradeciam
dizendo: “que pena que o tempo acabou”. É que se sentiram valorizados,
esclarecidos e enaltecidos, apesar dos parcos vencimentos, das
incompreensões, dos maus tratos e das perseguições descabidas. É assim
mesmo que acontece, dizia eu, pois todo aquele que não tem capacidade
alguma de exercer com dignidade sua função, precisa de provar que é gente,
que está vivo ao arruinar a vida dos pequenos e indefesos como nós.
Sempre acreditei e acredito, que uma polícia bem preparada é aquela que
recebe além de bons salários, um tratamento digno dos seus superiores,
torna-se capaz de mudar o rumo desta situação caótica que vem assolando o
nosso país. Ninguém que ganhando pouco e sendo tratado de qualquer
maneira, não aprende o que é certo e não tem condições de prestar bons
serviços. Sabe-se que hoje mudou para melhor o tratamento dos superiores em
relação aos seus subordinados, mas ainda está muito pouco, pois continua
acontecendo suicídios nas PMs. Soldados pais de família mal pagos, num
serviço perigoso de constante risco de vida e volta e meia são perseguidos de
graça pelos superiores, a tal ponto que chegam ao desespero de se matarem.
Isto precisa acabar. E esta é uma das causas pelas quais os bandidos cresceram
e enfrentam a polícia de igual para igual, pois uma tropa triste e deprimida, é
uma tropa derrubada. Os policiais meus queridos Comandantes, precisam ser
muito bem tratados, pois todo aquele que recebe bom tratamento, carinho e
respeito, armazena em seu coração o melhor em retribuição daquilo que
recebeu. Foi assim que eu fiz quando orgulhosamente comandei os meus
soldados que com o pouco que ganhavam,viviam felizes, sem ser molestados
por ninguém. Eu os honrava com o melhor tratamento e eles me respondiam
com o zelo impecável nas suas tarefas, alegres de trabalharem comigo na
consciência do dever cumprido.

V
O que é ser bem tratado
Na região do ABC paulista, numa área industrial, existem duas fábricas de
artefatos de plástico que pertenceram a dois primos, ou seja cada um na sua.
O primeiro, Geraldo Magela fazia questão absoluta de fechar com chave de
ouro uma semana de trabalho com um saboroso churrasco para todos
empregados da empresa, todos os sábados das 13,00 horas em diante. Ali, ele
de bermuda e camiseta, ou de peito nu, se misturava entre seus empregados
depois de todos pagos, a comer e beber várias latinhas de cerveja, num
congraçamento de irmandade, como se o dono da firma estivesse viajando.
Aqueles que não bebiam nada de álcool, se deliciavam com refrigerantes.
Tudo porém, corria de igual para igual. Ele brincava, sorria, demonstrando aos
seus funcionários que com sua pessoa, poderiam ter ampla liberdade. Quando
saiam cada qual para sua casa, comentavam da satisfação do trabalho naquela
fábrica, onde o patrão tratava a todos como integrantes de sua família,
demonstrando ser gente muito fina e inteligente.
Na semana seguinte todo pessoal alegre e descontraído voltava à luta, cada
qual produzindo com mais eficiência o material fabricado. Quanto mais
produzisse, mais comissão no final da semana.
Os dois prédios eram idênticos, pois para efeito de economia, com uma só
planta contruiram dois grandes galpões.
O primo da outra fábrica, Euclides de Sá que produzia o mesmo artigo, pagava
muito bem seus funcionários, tanto quanto o outro, porém não concordava
com as atitudes do seu parente, não dando churrasco pra ninguém. Sua
produção no entanto era bem menor e suas peças inferiores, muito embora o
maquinário fosse o mesmo. De vez em quando surgiam divergências entre
seus funcionários, com discussões, tendo o chefe de intervir nas contendas. Só
que na fábrica do primeiro, havia muita cordialidade, entendimento e paz.
Como a freguesia tinha preferência pelos produtos do Magela, o Euclides foi
estocando material, até que se viu obrigado paralizar a produção e fechar suas
portas. Conclusão: com um pequeno gasto e demonstração de carinho para
com o seu pessoal, o mais amigo ia de vento em popa, enquanto o indiferente
acabou na ruína. Este exemplo de paz e prosperidade realiza a felicidade de
muita gente em todos os setores da vida humana, tanto nas indústrias, como no
comércio, nas casas de saúde, nas repartições públicas, nos Clubes de futebol e
de esportes em geral, nas grandes, médias e micro-empresas, nos Corais e
grupos musicais e finalmente nos lares entre marido e mulher, pais e filhos.
Observa-se no entanto que a sociedade vem a muito tempo reclamando do
Governo melhorias para as nossas polícias, pois comprovadamente é o setor
de trabalho que paga o pior salário do país, quando o serviço é 100% de risco
de vida, principalmente na presente época favorável ao bandido que não
respeita e não tem medo de ninguém. Pedem mais viaturas, mais armamento,
mais policiais e aumento substancial de seus proventos. Mas o que mais falta
nas nossas polícias é justamente irmandade, bons tratamentos entre superiores
e subordinados para que haja aquele prazer de prestar bons serviços. Se o
trabalho policial é realmente difícil, perigoso e de alto risco, como pode o
elemento ser bem sucedido se não é bem tratado pelos seus chefes? É
evidente que existe muita gente fina no setor policial desde os dirigentes ao
mais simples servidor, mas infelizmente de uma minoria ínfima, pois os maus
e duros de roer, são os que aparecem como os mais capacitados ao difícil
serviço da segurança pública.
No início de 1960 comecei gestão em Caxambu. Ali encontrei dentre os 10
componentes do Destacamento, todos novos de praça, um soldado com 20
anos de serviços. Como ele concorria à escala de serviços de igual para igual
com seus colegas, resolvi colocá-lo num setor de trabalho menos pesado, de
ser meu assistente, dizendo aos demais que respeitassem a minha decisão, pois
sendo eles mais novos não reclamassem dele ser poupado. Era uma maneira de
demonstrar a todos a recompensa de que ele merecia, além a experiência.
Nos Clubes sociais da cidade a polícia quando entrava, era para prender
alguém. Tratei logo de mudar aquela constante, exigindo em cada um deles,
uma mesa especial para a polícia, onde eu poderia levar minha esposa; um
soldado de folga e a paisana, poderia levar sua esposa, sua namorada ou sua
noiva. Além de se integrar na sociedade, divertiríamos, auxiliando na
manutenção da ordem. Todos concordaram e aí não mais ficou a polícia
separada do seu povo.
Quando irrompeu aquela infeliz guerra no Iraque, mandei escrever num muro
da minha cidade esta frase: Só o amor constrói a paz, a felicidade e a vida.
VI
O Avanço dos novos tempos e as religiões antigas

Quer queiram ou não os antigos, o avanço da tecnologia e da ciência, estão


mudando significativamente os costumes e os nossos modos de viver.
Antigamente, nas décadas de 20,30 e 40, o homem vivia mais sossegado nas
cidades onde morava, pois poucos eram os meios de locomoção e de
comunicação. Aquele cidadão possuidor do diploma do 4º ano do Grupo
Escolar, estava habilitado para qualquer tipo de emprego. Um tio meu, foi
promovido a Cabo na Força Pública, porque ele era o único soldado no
Batalhão que sabia ler e escrever, isto em l.941 Poucos anos depois nas casas,
foram desaparecendo os fogões a lenha, com o surgimento dos fogões a carvão
e elétricos. Estes duraram pouco com a chegada dos fogões a gás, por volta de
1955 que hoje dominam o mercado, mas já estão sendo assediados pelos
fornos de micro-ondas, que cosinham e assam com uma rapidez incrível. O
rádio que era a coqueluche dos anos 30 a 50, cresceu muito em todo país,
porém veio a Televisão e tomou a dianteira por ser mais agradável ao público.
A telefonia tão difícil até 1.960, quando uma ligação de S Paulo a Belo
Horizonte, demorava até 3,00 horas para ser completada, tendo a pessoa de
falar aos gritos, pois devido a distância, pouco se ouvia quem falava do outro
lado da linha. Hoje falamos para qualquer local do mundo como se a pessoa
eqüidistante, estivesse na casa do nosso visinho. Mas as ligações hoje já são
feitas pela internet, com muito mais precisão, superando assim o telefone, isto
sem falar da imprensa quando na redação de um jornal, vi no passado, pessoas
catando letras de aço com uma pinça para que se formassem as palavras de um
texto. Como era demorado. Hoje os jornais cabem num disquet do computador
e é passado à gráfica pela internet, quando o jornalista prefere esta ou aquela
empresa.

A matemática desde quando foi descoberta a milhares de anos antes de Cristo


é uma matéria exata, pois não admite diferenças. Se 2+2= é igual a 4, tal
resultado é o mesmo em toda e qualquer parte do mundo. Seus resultados são
todos exatos As religiões existentes no planeta, quando sabemos que todas
foram criadas pelo homem e se elas tivessem a exatidão da matemática, não
seriam tantas, mas uma só, ou seja “ Um só rebanho para um só Pastor, como
disse e preconizou o Mestre dos Mestres. No entanto cada uma tem seu ritual
diferente da outra. Se pregam a palavra de Deus, é claro que cada uma a
interpreta do seu modo. E assim, a verdade clara e cristalina não é ensinada
aos religiosos. Esta quantidade imensa de Igrejas que hoje se espalham por
todo país à cata de fiéis das diferentes religiões, ao invés de salvar os
religiosos, colocando-os a par da verdade ensinada pelo Divino Mestre, só
ensinam os conhecimentos que se adaptam ao modelo de suas igrejas,
desprezando os principais valores da palavra bíblica. E isto, cria em cada
adepto, um estilo diferente de vida, promovendo contendas nos lares, nas
empresas, gerando violência.
Há uma família da minha amizade, cuja mãe, pertence a uma seita. A filha
mais velha, é de outra Igreja. A mais nova tem religião, mas não freqüenta os
cultos, porém discorda de sua mãe. Já o filho mais velho se desespera quando
a mãe começa com aquele sermão continuado e sem cessar nos seus ouvidos.
Diz que o Deus no qual acredita é diferente do dela. Para se livrar daquele
falatório, seu único recurso é ir para o bar e ali, enche a cara. Estive lá
visitando-os, mas notei que o ambiente estava pesado demais da conta,
preferindo voltar pra casa imediatamente.
Aqui no Brasil no entanto não chega ao cúmulo do absurdo que acontece em
alguns países, onde ocorrem brigas pesadas e até guerras de uma religião
contra a outra. Em certa época em S. Paulo, um pastor chutou a imagem de
N.Sra. Aparecida, chamando-a de boneco feio. Tal fato criou muita revolta e
acabou servindo de incentivo de amor dos fiéis em favor da Mãe de Jesus.

Os vários modos diferenciados de viver das pessoas, formam uma sociedade


inimiga de uns para com os outros. Nota-se com toda clareza que as pessoas
hoje não são mais como antigamente, quando havia mais amor e mais
amizade. A confraternização era generalizada, pois todos se davam bem uns
com os outros. Tenho vários vizinhos. A maioria nunca veio à minha casa e
nem vou à casa deles. Se ocorrer um assalto à uma de nossas casas, eles não
sabem o número do meu telefone, nem sei o deles. Como fazer na hora de
pedir socorro? Passam e quase não nos cumprimenta. Não estou defendendo a
Igreja Católica, mas quando ela dominava 99% dos religiosos, a união das
pessoas era excelente, quando as famílias se visitavam constantemente.
Há Igrejas que pregam a palavra de Deus, mas não permitem que as crianças
comam bolo de aniversário. Meu genro vindo a minha casa, não deixou seu
filho comer do bolo de aniversário da minha neta; Outro pede a uma pobre
irmã que corte seu cabelo, venda-o e trague o dinheiro para a Igreja. Ela fez
este sacrifício para melhorar sua vida e não melhorou; Um casal de velhos, foi
expulso da Igreja por ter sido pego em flagrante em sua casa, tomando café.
Uma mulher abandonada pelo marido sofria muito e até passava fome.
Amigou-se então com um pintor melhorando sua vida. Como ele bebia demais
ela resou pedindo a Deus que fizesse ele largar de beber. Deus a atendeu. Ele
parou de beber e entrou numa igreja. Lá ele não poderia ficar por ser amigado.
Conclusão: Largou da mulher e ela voltou a sofrer novamente.
Estas discordâncias que vão por aí a fora, estão desnorteando a população,
devido a cada costume diferente imposto pelas seitas aos seus fiéis.
Quando pregam a palavra, a interpretam ao pé da letra; não fazem a conversão
do que foi dito naquele tempo, com a época de hoje e só ensinam o que lhes é
interessante, com boicote à veracidade, causando no povo muita confusão e
falta de crença.

Se o Mestre e Senhor, Filho do Altíssimo Pai Criador do Céu e da terra


quando foi mandado vir ao nosso mundo, poderia ter pedido tudo do bom e do
melhor para o desempenho de sua nobre missão aqui neste planeta. Ele no
entanto veio como pobre, viveu pobre, não teve um lugar sequer para recostar
sua cabeça, dando-nos o exemplo de riqueza, mas do espírito, para que nós o
seguíssemos, enriquecendo-nos não das riquezas da terra, mas da grandeza do
seu amor Divino.
Quando as pessoas param pra pensar um pouco e observam como estão sendo
levadas no tapa, comparando a vida do Mestre e Senhor, com a de muitos dos
Chefes religiosos de hoje, aí escutarão o Senhor lhes dizendo: “Conhecereis a
verdade e a verdade vos livertará”, da mentira, da tapeação, do engodo e da
falsidade.

Com a chegada do Novo Milênio, com tantos avanços que ocorrem no mundo
inteiro, o homem também quer se adiantar, aprender coisas novas, deixar para
trás antigos costumes, que de fato já estão superados e obsoletos. De onde nós
viemos e para onde vamos? O que estamos fazendo aqui na terra? Algum
estudante que conclui o primeiro ano, recebe diploma por término do curso?
Ou tem de continuar estudando no ano seguinte, até terminar as séries
completas? Tudo muda no mundo, só não muda a palavra de Deus, que é uma
só. Seus dizeres são imutáveis. Sua palavra se tem sido mal interpretada, por
interesses ou por ignorância, com o correr do tempo e com o adiantamento
natural do homem, os clarões da verdade iluminarão a mente de cada um, de
tal forma que ele não será mais enganado por ninguém e poderá
compreendê-la com clareza na luz do Espírito Santo.
Todos nós tivemos vidas passadas e estamos repetindo de ano, ou cursando
mais uma série do aprendizado. Como já vivemos antes se não nos lembramos
disto? Enquanto estamos aqui, nos é vedado lembrar do que fomos, em nosso
próprio benefício. Suponhamos que eu me lembre ter matado duas pessoas
sem razão alguma na vida passada. Viverei sempre com aquele
arrependimento e frustração, o que me impedirá lutar e progredir. Mas quando
não suporto uma pessoa que eu nunca vi antes, é um sinal claro que ela deve
ter me prejudicado muito em vida passada. Da mesma forma quando gosto de
alguém logo no primeiro contacto. Fomos grande amigos no passado, ou até
irmãos, etc.
Mas a reencarnação não existe na Bíblia, dizem os antigos que nunca quiseram
aprender a verdade. Vejamos então: Disse o Senhor em João Ev. 9/1-2-3- A
cura de um cego de nascença. Os apóstolos perguntaram a Jesus: Senhor quem
pecou para que este homem nascesse cego, foi ele ou foram seus pais?
Respondeu-lhes o Senhor: Não foi ele e nem seus pais, mas foi para que nele
se manifestem as obras de Deus e o curou. Se a pergunta fosse idiota, o Senhor
lhes diria: como poderia ele ter pecado, se ao nascer o espírito vem tão novo
quanto o corpo da criança?. Mas não foi isto que ele disse. Ou seja: Se não foi
ele, nem seus pais, está claro, bem claro, que aquele nasceu cego para ser
curado, não tinha pecado algum, mas muitos nascem cegos e com outras
mutilações em seus corpos, por pecados que só podem ter sido praticados em
vidas passadas.
Seguraram por muito tempo este avanço dos conhecimentos da palavra de
Deus, mas para o bem de todos nós, já não faz sentido continuarmos na
obscuridade da nossa vida continuada. Estes conhecimentos nos impele ao
bom caminho, pois se cumprirmos com nossos deveres, haveremos de voltar
mais adiantados. Basta-nos observar a inteligência extraordinária de
determinadas crianças, possuidoras de espíritos elevados, ante outras com
dificuldades de aprender. Teria Deus protegido algumas delas e negado
proteção a outras? Não. Ele é a suprema justiça: “ Dai a César o que é de
César e a Deus o que é de Deus “E disse mais em muitas oportunidades na
Bíblia: “A cada um segundo as suas obras “. As pessoas mais adiantadas, se
adiantaram em vidas passadas. As preguiçosas que quase nada aprenderam
voltam à vida do jeito que eram. “A cada um segundo as suas obras.”
Sai desta, não tem saída.
Como o Divino Mestre nos assegurou que nada que esteja escondido, não
permanecerá sem que seja revelado, notamos que a seqüência continuada de
nossas vidas na terra, que é uma revelação guardada a 7 chaves pelos falsos
religiosos, hoje às claras diante dos nossos olhos, nos tira deste peso da
incompreensão; nos faz acreditar na Justiça Divina; muda o nosso viver para a
elevação espiritual e nos concede a graça de compreender a palavra do Senhor
em João 3.3. “Em verdade, em verdade te digo que aquele que não nascer de
novo, não poderá ver o reino de Deus”.

VII

As altas periculosidades
Quanto mais os poderosos estiverem isentos de pagar seus crimes, mais
revoltantes será a altíssima periculosidade dos fora da lei na periferia.
Primeiro por que eles têm a quem seguir os passos. E dissseram-me com toda
tranqüilidade, quando ouvi atentamente três presos que resolveram se abrir
comigo: “Se os grandes estão metendo a mão no dinheiro público, porque
temos de ser o espelho da sociedade? Se o mau exemplo nos vem deles,
estamos mais do que certos. Com eles não acontece nada. Quando nos pega e
somos presos, não temos direito à prisão especial com as mordomias
concedidas aos doutores da lei que não são pés de chinelo como nós somos.
Não temos direito ao trabalho; não temos casa para morar com a nossa família;
não temos salário alto e garantido como eles têm e ainda metem a mão na
grana que não é deles.
Pensam que efetuamos um assalto com todo sossego? Não, pois estudamos
muito para não sair nada errado. Quando caímos nas garras da polícia, somos
barbarizados com o mais alto grau de violência de todos os tipos, julgando
eles os policiais, que nós vamos mudar de vida. Mas como mudar se não
temos direito a uma vida honesta. A única vida que somos impelidos viver, é
da criminalidade. Sem ela morreremos de fome. De tanto praticar crimes, nós
ficamos tão acostumados que tudo nos parece normal. Sinceramente
lamentamos muito quando somos obrigados apagar uma pessoa que reage às
nossas emboscadas. Quando somos encurralados pelos homens “polícia “,
sabemos que poderemos morrer. Daí não perdemos tempo. Cada um já sabe o
que fazer. Abrimos fogo e procuramos fugir, pois sabemos que se quatro ou
cinco não nos abate, virão muitos outros e o único meio é dar no pé.
Nos presídios, vivemos amontoados, onde cabem cem, tem trezentos e
cinquenta. O tratamento dos homens com nós, é o pior possível. Se algum nos
dá confiança, é visando ganhar alguma grana, pois os infelizes, ganham uma
merreca do Estado. Sempre estão duros. Nos dias de revista geral, costumam
nos dar calmantes, obrigatório a todos nós, cassetetadas. Tudo isto nos revolta
porque certos ou errados, somos seres humanos e já estamos pagando nossos
crimes pela sentença do Juiz, na qual não consta que devemos ser judiados,
espancados, humilhados e tratados muito pior que os bichos. Estes atos de
selvageria da segurança, com certeza aumentam o nosso ódio, nossas
promessas de vingança. Se eles são policiais salvos pela garantia da lei, seus
filhos serão civis e acabarão pagando pelos crimes de seus pais. Pensam que a
nossa cabeça igual à deles está normal e descontraída, não. Nós não podemos
ser normais, à vista de tudo que sofremos. A cada maltrato, a cada pancada, a
cada tortura que sofremos, fica registrado em nossas mentes, quase idêntico a
um cão feroz que seu dono tudo faz para aumentar sua ferocidade. Quando
conseguimos uma fuga ajudada ou não, ninguém se iluda que estamos aptos a
conviver em paz com a sociedade. Ela não nos vai oferecer nada, nenhum
prato de comida, nenhuma oportunidade de ser gente de bem, apesar da nossa
cabeça tresloucada de tanto sofrimento. É aí que barbarizamos também aquele
infeliz que cai nas nossas mãos” Ele não nos fez nada de mal, da mesma forma
que nós não fizemos nada contra os policiais. Eles nos judiam de graça e nós
fazemos o mesmo.
Tive mesmo razão, quando na década de 60, eu dispensava aos presos sob a
minha guarda tudo que estava ao meu alcanse em favor deles. Recordo-me de
um fato interessante ocorrido com João Conrado. Condenado a 5 anos de
prisão aos 19 anos de idade, por roubo, suplicou-me ser transferido para a
Cadeia Agrícola de Neves, onde poderia aprender uma profissão. Ao dizê-lo
que tal petição teria de ser feita ao MM Juiz por um advogado, ficou tristonho,
pois sendo pobre, não tinha dinheiro para pagar um representante na justiça,
afim de conseguir seu intento. Sem profissão, o que iria fazer depois de
cumprida sua sentença? A todos teria de dizer que estava em liberdade depois
de cumprida a pena que a Justiça lhe aplicou. Quem lhe daria emprego? Fiquei
penalizado e lhe prometi conversar com um advogado amigo meu, no sentido
que ele resolvesse sua situação. Mas naquela manhã, como eu tinha ascesso
livre ao Gabinete do MM. Juiz, fui a ele e sem delongas determinou que eu
consultasse por radiograma a possibilidade de haver uma vaga naquele
presídio. Voltando a ele 15 minutos depois com a vaga existente, determinmou
ao Escrivão do Crime, preparasse o documento de transferência do preso.
Duas horas depois da nossa conversa, voltei à cadeia para dar a boa notícia ao
João Conrado, dizendo-lhe: Se eu tiver condição de conseguir sua
transferência João, quando é que você acha que vai ser transferido? “Daqui a
uns 90 ou 120 dias”, respondeu ele. Não, afirmei e determinei: Soldado
Moreira, leve o João à casa dele, para se despedir de sua mãe, porque ele vai
hoje ainda para a Penitenciária de Neves. O rapaz ficou estático de tanta
alegria em seu coração que derramou lágrimas de uma sincera gratidão, de um
desejo, que talvez demorou para me falar, mas que foi resolvido
imediatamente e cumpriu-se a determinação judicial.
Passado uns 5 anos, eu estava na rua do Bosque em São Paulo Capital, onde
fui a procura de peças para o meu carro DKW Vemag. Alguém bateu em
minhas costas, era o João Conrado. Abraçou-me dizendo: “Sargento, lá em
Neves, aprendi a profissão de Alfaiate. Aqui e montei minha lojinha, estou
muito feliz, pois me casei e tenho uma filhinha, e eu de coração lhe agradeço,
pois o senhor levantou a minha vida. Fui à Igreja”de N.Sra. Aparecida
agradecê-la, depois voltei a Paraisópolis, mas o senhor tinha saído de lá.” Aí
eu lhe disse: Se eu tivesse João te prejudicado e te dado uma pancadas como
muitos fazem, você ao invés de me agradecer, me dava um tiro ou uma facada
e eu caia morto aqui mesmo. Mas pelo contrário você me faz ganhar o meu
dia, de saber que você está muito bem. Que Deus o ampare. Siga em frente,
lute por dias cada vez melhores. Confie sempre no Pai Poderoso, pois Ele não
desampara a ninguém. Se errar é humano, desde que a pessoa resolve mudar
de vida e pede ajuda ao poder divino, o socorro acontece. Você pediu e Deus
atendeu seu pedido. Boa sorte João. Recentemente soube que ele está muito
bem na cidade de São José dos Campos, onde vive com sua famíliam tem uma
empresa, casa própria, paz e felicidade.
Se cada policial ao invés de maltratar presos, auxiliá-los na medida do
possível, ou que não lhes ajude em nada, mas não os trate com desprezo ou
com ódio, haverá substancial diminuição da criminalidade. Que ninguém se
iluda, nós todos somos responsáveis por este altíssimo grau de violência que
existe em nosso país. Quantas vezes uma pessoa boa de coração, agride a uma
outra, por ter recebido maus tratos em casa, no trabalho ou na rua? Esta por
sua vez, se não tiver muito controle e capacidade de se reanimar, vai também
descarregar aquela agressão em outra. E assim por diante, até ocorrer de um
matar o outro por mera futilidade. Sejamos pois elevados de coração e
façamos como nos ensinou o Mestre dos Mestres, perdoar até setenta vezes
sete vezes é bom e salutar para todos nós.

VIII
As separações geram violências
Por estarmos ainda comemorando o início do Terceiro Milênio, uma época
que nos deveria encontrar em altíssimos pontos de adiantamento moral e
espiritual, pouca gente sabe lidar com este gigantesco maquinário criado por
Deus e que se chama NATUREZA. Toda vez que estamos em desacordo com
ela, alguma coisa ruim nos acontece inapelavelmente de conformidade com o
tamanho da agressão que contra ela é praticada. Se o homem nasceu para a
mulher e ela para o homem, qual será o motivo que se unem e se separam
tanto? O homem filho da natureza, tanto quanto a mulher, ainda acredita que é
o supremo mandatário de tudo ao seu redor, inclusive daquela que nasceu para
ser o complemento de sua vida. A mulher foi feita pelo Criador mais polida
que o homem. Sua pele é lisa e mais fina; sua voz macia e acolhedora, seu
olhar magnânimo, sincero e atraente, enquanto o homem chega a ser grosso
em tudo, às vezes recebe um prêmio indevido quando uma pessoa aquém que
ele deu uma patada, o chama de cavalo. Como pode ser comparado ao cavalo,
se ele é um animal tão dócil?
Surgindo então disparidade de sentimentos e de costumes entre um homem
duro de suportar e uma mulher de bom temperamento, o único meio é a
separação. Ele não se conforma supondo que ela tem o dever de aturá-lo.
Sua grossura é apenas um meio de segurá-la através do medo que impõe tenha
de sua pessoa. Mas debalde, tudo cai à estaca zero e ela o abandona para que
tenha o direito de viver. Os filhos do casal, ante aquela separação, vão sofrer
as amarguras da falta de seus pais e conseqüentemente ficarão desnorteados,
podendo se perder, quando ainda são crianças e adolescentes.
Quando a princesa Daiane se casou com príncipe Challes da Inglaterra, eu
disse para minha esposa, ante àquela pompa do glorioso enlace transmitido
pela TV ao mundo inteiro: que pena, casam-se com tanta glória, mas vão se
separar em breve. Ao que ela me disse, “como sabe disto?” Respondi-lhe: É
que estamos em plena lua minguante e tudo de importante que se inicia nesta
fase da lua, vai abaixo. Passaram-se uns 4 ou 5 anos e de fato se separaram. A
boa sorte dos filhos que ficaram é que são integrantes da família real, mas a
mãe que não teria se separado e nem morrido se ela tivesse se casado na lua
crescente ou cheia. Já faz algum tempo, deixou de viver, vitima da separação.
Aqui no Brasil, a nossa Adriane Galisteu, casou-se também na lua minguante
com Roberto Justos. Para afastar os maus presságios e os maus olhados, ao
invés do costumeiro buquê de noiva, ela levou um grande maço de arruda.
Quando vi o casamento na TV, lamentei aquela agressão que o esposo e a
esposa faziam à natureza, seria fatal, pois unidos iriam viver muito pouco
tempo. E não deu outra. Recentemente, ou seja no dia 20 de setembro de
2.003, casou-se a sra Marta Suplicy com Luiz Favri. Embora seja ela sexóloga
e Prefeita de São Paulo, conhecedora de tudo que possa fortalecer a união do
homem com a mulher, agrediu também a natureza, realizando o enlace no
3ºdia da lua minguante. Não importa que ela já estivesse vivendo com o
argentino e o casamento fora apenas para oficializar a união existente de fato.
Ela com toda certeza, deve ter mudado de sobrenome, não assinando mais
como Marta Suplicy, ocorrendo assim substancial mudança em sua vida. O
que vale é o dia que oficializou a união que ocorreu na lua minguante. Então
podem aqueles que discordam, observar que o casamento da Marta com o Luiz
Fabri, não deve ser pra muito tempo. Eu até respeito muito os meus amigos
contraditórios, os discordantes, que não acreditam em nada, mas aprendi uma
boa resposta aos que são incrédulos: contra fatos, não há argumentos.
O principal objetivo desta obra, quando teço comentários de pessoas famosas,
é justamente para facilitar a compreensão do leitor, com argumento de que
falo apresentando provas. E se nós temos dentre os presos deste país 90% de
jovens, os filhos de pais separados são quase a metade. Então é hora de
avisarmos aos namorados que pretendem ficar noivos e se casarem, que em
ambas as datas do noivado e do casamento, não realizem quando a lua for
minguante, para que tenham pela natureza, a confirmação de um casamento
sólido e duradouro. Mesmo assim, meu caro colega, seja grato a Deus por lhe
ter dado esta grande oportunidade de você ter uma cara metade do seu lado, a
mulher que você ama e muito.Trate-a com todo carinho. Ela que já é ou vai ser
a mãe dos seus filhos, te dará esta extraordinária alegria de por no mundo
carne de suas carnes, sangue do mesmo sangue e vida de suas vidas. Seja
sempre grato a ela. Afinal de contas nós também nascemos do ventre de
mulher. Não podemos, não devemos de forma alguma depreciá-las. Tudo que
o homem tem e consegue é dependência da mulher, porque se ela se negar, ele
não pode nem nascer. Cada filho que a mulher tem, sai para ele uma
porcentagem do seu poder, enquanto o homem permanece na sua integridade.
Como então destratar a mãe dos seus filhos, humilhá-la na presença de amigos
e parentes, para mostrar que você é o bom geral. Bom só no coração.
Se ela o queria tanto e não lhe quer mais, pode crer, a culpa é sua. Você fez
por merecer o abandono. Ela tem todo direito de procurar outro melhor que
você, que a trate com todo carinho e amor que merece. Matá-la porque o traiu?
O que você entende por traição? Traição é cometida por gente falsa. Ela por
ser tratada como se fosse ninguém, humilhada e escrava, se cansou, perdeu a
graça e aquele amor que sustentava a união. Se tudo acabou entre os dois, tem
todo direito de amar outra pessoa, a quem lhe ama e a trate bem e com muito
carinho que você não soube ou não quis lhe dar. Se liga meu cara, mude
correndo seu modo de agir e contribua para a melhora não só da sua vida
amorosa, mas para a grandeza do mundo, pois aonde falta o amor, falta é tudo.
Vá a procura de outra e leve flores pra ela. Se firmarem, faça sempre isto,
trate-a com flores, com alegria e muito amor.
Eu sempre pensei que dar flores era um gasto supérfluo. Quando ia à feira
livre com minha esposa, ficava injuriado, pois ela antes de tudo comprava
flores. Até que um dia ela me disse: Repare bem, nas semanas que entra flores
em nossa casa, tudo corre bem, ganha-se mais dinheiro, nós nos sentimos
melhor e o amor aumenta. De fato, reparei tanto e comprovei de tal forma que
montei uma Floricultura. Além de ter levantado nossa vida financeiramente,
vivemos anos de muita felicidade.

IX
A origem dos corruptos
Quando o Brasil foi povoado em 1.532 com a chegada de vários navios
chefiados por Martin Afonso de Souza, a 18 de janeiro daquele ano, fundando
São Vicente a primeira cidade brasileira. A 22 de abril, chegou o restante da
expedição, fundando a cidade de Itanhaém, justamente no dia do aniversário
do Brasil. Comenta-se à boca pequena que teria o governo de Portugal,
limpado as cadeias públicas do país inteiro e obrigado à vinda daqueles
detentos para cá, que ganhavam a liberdade e passagem apenas de vinda com
suas famílias. Os bons e limpos de coração ficaram lá. Aliás, quem é que viria
viver num lugar onde só tinha mato, índio e cobra venenosa, por sua livre e
espontânea vontade? Deve realmente ter fundamento o que os antigos de me
disseram e me pediram que não contasse pra ninguém.
Se existir um abacateiro lá no Amazonas que dá abacates com quase 2 kilos de
peso e eu trouxer sua semente aqui para o sul e plantá-la, pode ocorrer que os
frutos não sejam tão grandes como na região de sua origem, mas com certeza,
serão bem maiores dos que aqui existem. Isto é apenas uma comparação. Se
Portugal despachou para cá os parias daquela sociedade, nós estamos
reclamando de quê? Somos descendentes deles! E se verificarmos
atentamente, é capaz de não haver um só município no país inteiro que não
esteja praticando atos de corrupção, para não negar a raça. Só que está
chegando a hora de tudo isto acabar de uma vez por todas, pois o povo já não
está agüentando mais. Os atos de corrupção alimentam com dose cavalar as
injustiças, os desvios de verbas, as perseguições contra aqueles que sabem da
podridão administrativa, os super faturamentos, as mordomias, as
impunidades, as propinas, os concursos públicos fraudulentos, os altos
impostos, a fome dos munícipes, a separação dos casais por falta de emprego,
os assaltos à mão armada, a prostituição das mulheres, os estupros contra
meninas adolescentes e crianças, a embriagues, os distúrbios mentais, as
doenças por insuficiência alimentar, as brigas, o desmantelamento da pátria
provocado pela dissolução das famílias, os assassinatos, as mortes antes do
tempo e os suicídios.
Por mais que nós queiramos ter uma vida normal, com prosperidade e ganhos
suficientes para manutenção das nossas famílias, não é justo que tais ganhos
não sejam através do nosso trabalho honesto. Tudo que conseguimos obter, a
não ser pelo trabalho, ou prêmio lícito, é considerado furto. Quem furta, não
tem receio de Deus. Ele tarda, mas não falta. Quando menos o mundo esperar,
Ele se fará presente e punirá um por um, pois ninguém se esconde do seu olhar
e da sua correção. Somos todos nós bons, maus e incrédulos, perversos e
cruéis, filhos dEle. A cada um será dado segundo as suas obras.
Por volta de 1954, li num livro de Ramatis, que um novo planeta estaria
entrando na órbita do sol, com poderes superiores aos da nossa terra. Sua força
energética produzida por minérios de aço e ferro, estaria intervindo nos
movimentos do nosso planeta, modificando as temperaturas. Os cientistas
iriam dizer que as experiências atômicas estariam produzindo tais mudanças,
mas na verdade, eram as ondas do citado planeta, de luz azul que vinha em
nossa direção. Quando chegar mais perto, com o poder de seu ímã, dará um
violento puxão na terra, provocando o derramamento do mar sobre a terra,
através de ondas gigantescas. Locais que antes eram cidades e estão
submersas, surgirão de novo. Não haverá mais noite, pois sol vai brilhar
constantemente. Toda geração do planeta será sugada para aquela nova
morada. Tu já pensou meu caro leitor, vai ser pior e mais pavoroso do que sair
de Portugal e vir para o Brasil em l.500, porque lá a vegetação é outra
totalmente diferente. Tudo lá tem formas desiguais. Nasceremos lá e teremos
de descobrir tudo de novo. Não vai ser fácil. Por isto é bom que cada um de
nós, comecemos a mudar nosso modo de viver, obedecendo à palavra e a
vontade do nosso Deus. Estes endurecidos que estão aproveitando vão se
arrepender. Até certo ponto não passam de grandes cegos ou ignorantes, pois
que lhes adianta desviar tantas verbas, sabendo que estão errados; que vão
morrer, deixando tudo para trás. A esposa poderá casar-se de novo e quem vai
aproveitar daquela fortuna, será um estranho, ou tudo se acabará em nada com
a chegada do novo planeta. Vai ser uma grande reviravolta em tudo na
humanidade. Vai ser mil vezes pior ao sofrimento que o povo de uma cidade
passa quando acaba a água, a luz, depois de um terremoto violento. Que cada
um procure mudar e logo os modos de viver.
X
A violência contra as mulheres

Este é um assunto tão difícil de se comentar, porque a violência contra as


mulheres ultrapassa a maior profundidade que se possa medir de todos os
pontos ridículos e negativos da capacidade grotesca de um ser humano, que
ainda tem a petulância de dizer que é homem. Quando uma infeliz mulher
declara a seu marido, que não mais o aceita e quer outro homem, a obrigação
deste chifrudo, é reconhecer que ele jamais a satisfez sexualmente, abrindo
espaço para que ela possa se completar com outro melhor que ele. Não, ele se
julgando traído resolve acabar com a vida daquela coitada. É claro e evidente
que ela com todo direito de ser feliz e viver. Quando a figurada traição
acontece, ele por mais trouxa que seja, por mais indiferente e desligado da
vida que tem todo direito de ser, estará sabendo que seus carinhos não a
satisfazem. E fica cumprindo aquele velho ditado popular “não trepa e nem sai
de cima “. Ora, se a vida foi feita para viver, porque tem ela a obrigação de
aturá-lo, se na realidade ele não é de nada. Desfaça então daquela união
enquanto é tempo, indo a procura de outra de temperamento mais brando,
mais acessível à sua potencialidade. Mas agredir com toda violência possível e
acabar com sua vida incorre o espectro de gente em vários crimes, de agressão
à pessoa indefesa; de agredir e matar a quem deixou faltar o carinho
necessário; de ter induzido sua mulher ao erro; de praticar crime de morte
contra a mulher; de matar um ser humano; de praticar crime por motivo
injustificado e de fazer justiça errônea com suas próprias mãos. Se eu fosse
deputado federal iria propor uma lei para dobrar as sentenças judiciais a todo
homem que praticar crimes contra as mulheres e contra as crianças. Não existe
e nem pode existir neste mundo, ninguém que tenha um ser humano como sua
propriedade. No tempo da escravidão isto acontecia, mas de 1888 para cá, foi
decretada a lei Áurea pela Princesa Isabel, libertando os negros da
escravatura.O ignorante diz que é casado com ela. E quem disse que o
casamento autoriza o homem espancar sua mulher, chegando às vias de fato
porque ela está gostando de outro. A vida é assim mesmo. Quando o marido
decai perante a esposa, tem ela todo direito continuar vivendo uma vida
normal, pondo em seu lugar quem por ela for nomeado para substituí-lo. A
mulher ama muito mais que o homem. A tal ponto que não aceita outro de
forma alguma. Quando ela é mal amada, a culpa só pode ser dele. Há no
entanto outras razões pelas quais a mulher resolve pular a cerca. Ela o ama e
ele sai com outra. Aí ela por vingança, faz o mesmo, caindo nos braços de
outro. Só que aí tem um detalhe importante, o sujeito que pega ela nesta
reviravolta da vida, querendo dar o troco que o marido merece, se ele for
inteligente, pode acontecer que ela transfira todo seu amor para este outro,
principalmente se ele pagar para ela um carinho totalmente especial e
diferenciado daquele que ela tem recebido do maridão. É aí que o cara fica
macho pra xuxu e não se conformando com a nova realidade, resolve acabar
com a vida da esposa.
Toda mulher gosta de afinidade. Com pequeninas coisas elas se enamoram da
pessoa que as cativa. Um botão de rosa envolto num papel de presente, dado a
ela, toca fundo no seu coração, como se aquilo tivesse um valor muito grande
e tem, porque a flor, é uma obra infinita da natureza, tão meiga, tão sutil que
não há coração feminino que a resista. Ai meu caro, basta algumas palavras de
enlevo, um aconchego e algumas bicotas seguidas de murmúrio ao pé do
ouvido... gostosa, gostosa, que o resto somente a cama para contar como tudo
aconteceu. Por isto eu pergunto sempre àqueles que não possuem nenhuma
prática de lidar com elas: Que será da vida do homem sem as mulheres. Sem a
mãe, sem as irmãs, sem as amigas. Quando um homem mata uma mulher,
mesmo que consiga fugir para longe e não ser preso, mulher nenhuma viverá
com ele, pois a convivência com uma pessoa amada, é uma concessão Divina.
A partir da hora que a pessoa faz um crime deste tipo, entra em profunda
queda espiritual e por mais que viva, estará vivendo como um morto, até o dia
que tiver de prestar contas a Deus.

XI
A origem da alta criminalidade no Brasil

A criminalidade reinante neste país tem suas raízes na ampla liberdade


ocorrida no Brasil no início do Governo do sr. Jânio Quadros em 1961.Por
determinação do Presidente, várias bancas de revistas foram queimadas em
S.Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e em Brasília. Era a repressão
governamental contra as revistas pornográficas que começavam a circular em
todo país. Mas ao que parece, aquela repressão era um verdadeiro golpe do
João sem braço, pois se o governo quisesse mesmo acabar com aquelas
revistas, mandava queimar as Editoras que as editavam. Com efeito se
alastraram mais e mais. Naquela época li no jornal que o Brasil era tido e
havido como um país muito elevado pela união do seu povo. O patriotismo do
brasileiro era a sua maior força e por mais que outras nações quisessem nos
dominar, esbarravam na vocação do povo que acima de tudo era nacionalista.
Um meio fácil de nos derrubar, seria através da pornografia que então se
instalava com muito apoio financeiro do exterior. Naquele tempo se
dispontava para o mundo o cinema Nacional, com grandes filmes como o
Cangaceiro, o Pagador de Promessas, as chanchadas da Atlântica, os grandes
filmes do Glauber Rocha e as películas do impagável Mazaropi. De repente os
cineastas que tinham tudo para ganhar o mundo, tiveram de parar porque o
governo resolveu não mais apoiar o cinema Nacional. Enquanto isto acontecia,
as empresas extrangeiras ofereciam tais financiamentos, para filmes
exclusivamente eróticos ealtamente pornográficos. Assim, todo tipo de putaria
passou a ser exibido em todos os cinemas do país inteiro, corrompendo a
família brasileira, que foi se deteriorando até chegar a este descalabro de
tantos casais separados e de ampla liberdade sexual para adolescentes e de até
as promiscuidades com as crianças. Com as separações verificadas, as crianças
foram jogadas nas ruas. Ali cresceram e ficaram adultos. Ali continuaram
homens e mulheres de rua, constituindo família, morando debaixo das pontes e
dormindo ao relento. E esta rotina escabrosa continua. Os homens, as
mulheres, os adolescentes e as crianças de rua, não têm por onde dizer que são
patriotas, porque a pátria é a união das famílias. Uma vez que as famílias hoje
no Brasil estão en extinção,o país fica totalmente vulnerável e a disposição dos
nossos inimigos que já nos faz de gatos e sapatos.
Quando o homem não tem família, não tem por quem lutar pela sobrevivência.
A solidão o empurra à prática da libertinagem e ele pouco se incomoda com o
futuro do seu país, pois se o seu próprio futuro é sombrio, que importa se sua
terra vai ou não pra frente.
Antigamente os rapazes e as moças estudavam visando futuro promissor
constituindo famílias. Hoje se casam e logo se separam, cedendo lugar à uma
vida solitária, sem aquele interesse de crescer, ter filhos e passar a eles a
continuidade da vida através da união do homem à mulher. É isto que fizeram
acontecer em nosso país. Dentre as providências tomadas visando destruir a
nossa pátria, enviaram até religiosos com o objetivo de mudar a crença do
povo e estabelecer um retrocesso do país.
Nunca em outras épocas as mulheres foram tão exploradas diminuídas como
acontece hoje em todo Brasil. Elas que sempre foram o sustentáculo dos seus
lares, através da honradez, de suas lutas em prol de suas famílias, foram
também contaminadas pela avalanche de podridão empurrada goela abaixo do
povo brasileiro. Com efeito, são as que mais padecem. As mudanças chegaram
a tal ponto de destruição da família, que as mães se vêem obrigadas permitir
que suas filhas façam sexo com seus namorados na cama de casal dela e do
marido. É mais garantido dizem elas.
Todos nós sabemos que a família é o princípio de tudo. Sem a família,
ninguém poderá ter alegria de viver. Por mais que o homem ou mulher tenham
um lugar para se devertir, não existe local melhor para viver que supere a
nossa casa. Mas uma casa sem a mulher,é uma casa morta. Já cantava o
caboclinho querido Sílvio Caldas: “Minha casa é uma beleza, pelas jóias que
ela tem, minha casa que tem tudo. Tanta coisa de valor, minha casa não tem
nada, vivo só não tenho amor”. Como então iremos fazer para mudar esta
situação de tanta fuga das mulheres dos seus lares? É tratá-las muito bem .
O homem precisa com toda urgência possível, acabar com esta rompansa de
que ele é macho e se a mulher quiser, que lhe venha pianinho, igual a um
cachorrinho, lambendo-lhe os pés. As mulheres são a glória do mundo. A festa
pode estar muito boa, com tudo do bom e do melhor, mas se não tiver a
presença e a beleza da mulher, não vai prestar. Eu sou homem e defendo as
mulheres e por que não? Porque elas é que põem outras mulheres e os homens
no mundo. Para ser macho mesmo, o homem como eu já disse, teria de nascer
da barriga de outro homem. Se ele depende a vida inteira da mulher, torna-se
ela a peça mais bela e inigualável em poorol da vida humana. Seja grosso, seja
duro, ignorante, briguento mas com os homens, com as mulheres não. O
homem em 90% dos casos, tem coragem de ir pra cama com qualquer mulher,
quando está precisado. Já a mulher tem todo direito de escolher aquele para
fazer com ela uma relação amorosa. Dos 100 que lhe surgir escolherá dois ou
três. Então ela é diferente, precisa ser respeitada e agraciada sempre.

XII
O sexo antigamente
Se o sexo antigamente era um ato de grandeza do ser humano, por ser,
desejado, aguardado e amadurecido até o momento de ser saboreado, hoje está
totalmente banalizado. O homem não sabia como era o corpo da mulher. Se
ela possuía seios lindos, não dava pra ninguém ver, porque elas usavam
babados, pouco abaixo dos ombros, ondulados, de forma tal que tampavam
completamente a sua protuberância. Os vestidos colantes não existiam, nem
mesmo as mini-saias. Eles eram rodados, tendo um enchimento que vestiam
por baixo, chamado saiote, feito de algodão engomado, que mantinha o
vestido alongado do corpo a partir da cintura que era fina como sempre. Não
se fazia idéia exata como era a bunda da mulher, nem como poderiam ser suas
pernas e coxas, muito menos os joelhos, pois tudo ficava escondido, só
aparecendo as canelas da beldade, porque tais vestidos eram compridos até no
pé. Apenas o rosto com aquela doçura feminina é que aparecia. Ainda bem, já
que no Afeganistão e em outros paises árabes, as mulheres não podem mostrar
o rosto para ninguém. Aquela que teima é chicoteada. Naquele tempo, do qual
participei quando agente via o joelho de uma mulher, nos dava uma tremura
da cabeça aos pés. Quando se conseguia ir com uma mulher pra cama, era
qualquer coisa tão extraordinária, idêntica a ganhar o grande prêmio na loteria.
Algumas de tão recatadas que eram, exigiam que agente saísse do quarto para
se despirem no escuro e somente debaixo das cobertas, é que se podia conferir
toda aquela beleza à nossa disposição. Aí acontecia uma junção carnal com
uma sensação indescritível, pois tudo aquilo que agente nunca tinha visto e
nem feito idéias, provocava-nos uma vibração do outro mundo. Hoje após uma
transa por melhor que ela seja, não tem mais aquela decoração festiva, aquelas
ânsias do prazer conseguido à duras penas, pois não era tão fácil como é hoje.
Na verdade, tudo que é muito fácil, perde sua autenticidade e o valor diminui
sensivelmente. O bom, mesmo é obter nossas delícias, de conformidade com
os ditames da natureza. O fruto, por mais saboroso que seja, é preciso que ele
amadureça e no tempo certo o tomaremos como alimento. Com a facilidade do
sexo de hoje, quando todo o corpo da mulher já está exposto, 70% das
sensações ficaram para trás, com pequeno prazer, como de um fruto apanhado
ainda verde, acaba não satisfazendo o desejo da nossa carne e nem o nosso
espírito. Ainda existe cidades no interior do país nas quais, são mantidos os
costumes da antiguidade. Para nós dos grandes centros, achamos que eles são
todos uns trouxas, tolos, antiquados e patetas, porém a vida que eles levam,
apesar da pobreza, da falta de recursos, é superior à nossa, porque vivem de
conformidade com a natureza e não conforme a ignorância humana de querer
mudar o que era muito bom para melhor e não conseguiu.
Com a introdução da propaganda do sexo explícito em massa em todos os
veículos de comunicação do país, a partir daquela década de 60, a pessoa
escolhida para destruir a naturalidade da vida humana no Brasil, foi a mulher.
Nas revistas cenas e mais cenas eróticas, mostrando a prática do sexo de todas
as formas e maneiras, inclusive de sexo oral e anal, difundiu-se com ampla
liberdade. Os filmes então chegaram com força total para mudar de uma hora
para a outra a vida do brasileiro. Desde que o mundo é mundo, as relações
entre o homem e a mulher sempre foram normais, no entanto, se nas zonas
meretrício, o desvario do sexo era normal e praticado livremente, não se
permitia que as mulheres mundanas pudessem transitar pelas ruas e locais
destinados à sociedade. Com as libertinagens inseridas na população, as
mulheres de família seriam arrastadas ao rebaixamento, ficando iguais, ou
tanto quanto às mundanas. É claro, é obvio, é evidente que as mulheres que se
conservam na sua idoneidade moral, respeitam e são respeitadas, mas para
tanto, se afastam da fina sociedade brasileira, toda ela apodrecida pela
liberdade geral do sexo. Ótimo para ela, quando têm um marido conservador.
Mesmo assim, se sentem obrigados permitir que seus filhos sigam a
carruagem gloriosa contra o decoro da espécie humana e da libertinagem, se
querem ter um pouco de paz, enquanto a morte não os leve deste mundo.
Voltar àquele tempo de novo, é impossível, pois não volta mais. O Brasil de
hoje foi transformado por inspiração externa a se tornar uma terra idêntica à
Sodoma e à Gomorra, onde a prostituição da carne era geral até serem
destruídas pela Providência Divina.
Vejamos como os alimentos por natureza, são todos cobertos, seja o feijão, o
arroz, o milho, as batatas, o amendoim, todos legumes e todos os frutos. Se os
índios vivem nus, a nudez deles não os leva à depravação e nem à
libertinagem, ou seja vivem normais como se estivessem vestidos. Se nós nos
acostumamos desde os nossos antepassados, cobrir nosso corpo, quando ele é
exposto, no caso o das mulheres, muda o costume das nossas gerações,
surgindo as malícias, a prostituição à qual já está contaminando as nossas
crianças. Isto é o ponto mais baixo e desonroso que os nossos inimigos
projetaram e puseram em prática, para que tudo isto nos acontecesse e já está
acontecendo. E por que fizeram isto? Porque sabem que um só homem
desmoralizado e expulso de sua casa, do seu trabalho, da sua escola e da
presença dos seus amigos, é um elemento derrotado. Seu lugar de viver é
debaixo das pontes, pois não merece mais conviver com a sociedade onde
viveu. Quando ele tinha postura e honradez, ninguém dava palpites na sua
vida, mas agora que está desmoralizado e cabisbaixo, não tem palavras para
tentar reverter sua desdita. Seu fim é mesmo na masmorra. Com a
desmoralização geral da sociedade, qualquer país estrangeiro que resolver
tomar nossa Nação, a toma e nos põe pra fora, devido à desmoralização que
tomou conta das nossas vidas. Seria somente a desmoralização do sexo que
nos derruba? Não, o sexo é o primeiro, os demais são a corrupção política e
administrativa das entidades governamentais, o tóxico e o tráfego de drogas. A
corrupção estimula todos os males contra a sociedade, incluindo a
criminalidade, as violências nos presídios contra os presos, os assaltos, roubos,
contrabando, falsificação de documentos, super faturamentos e perseguições
contra aqueles que lutam pela volta à normalidade e afastamento dos
corruptos.
Se os novos costumes de libertinagem tivessem sido projetados no Brasil para
nos ajudar, hoje não teríamos milhares de casais separados, nem esta
quantidade incalculável de crianças abandonadas pelos seus pais. Se o homem
perdeu o amor de sua esposa e se ela não tem mais o amor do seu marido,
quem paga por esta ruína, são seus filhos. Nós temos um grande defeito, de
assistirmos acontecimentos bárbaros com toda tranqüilidade, como se nada
estivesse ocorrendo. Olha gente, passar fome é muito duro. Sentir cede e frio é
pior ainda, somando-se à fome. Não ter aonde dormir é um massacre da
mente, sentindo frio, cede e fome, pior ainda. Não ter pai, nem mãe é o fim da
picada. Ser criança abandonada, é um absurdo dos absurdos. Quando esta
criança cresce, sem ter recebido amor, carinho, roupa limpa, banho todos os
dias, almoço, janta, cama quentinha para repousar, enfim tudo que um ser
humano criança merece, tem mesmo de se tornar num bandido de altíssima
periculosidade. Os governos assistiram a estes acontecimentos e não fizeram
nada para debelar o que eles sabiam que iria fatalmente acontecer. Agora que
a criminalidade está a tão alto índice insuportável, atingindo até a vida dos
grandes, estudam meios e normas para rebater a violência com mais poderes
da polícia. Os fora da lei de tanto que sofrem e sofreram, não tem nada a
perder. A morte pra eles é um prêmio. Por isto enfrentam a polícia sem medo
algum. No dia que o governo colocar mais amor no coração dos agentes da lei
para desarmar o ódio, mais do que armas pesadas e presídios de segurança
super máxima,aí sim começará de fato a decrescer a violência no Brasil.

XIII
O progresso e o atraso de vida

O governo do sr. Juscelino Kubtischeck de Oliveira, que poderia ser apenas


mais um governante tão comum quanto os outros, demonstrou para o Brasil e
para o mundo, o que é o poder de realização, arrancando seu país do caos.
De início construiu a Rodovia Fernão Dias, ligando São Paulo a Belo
Horizonte. Em seguida a Rio Bahia. Pela Rodovia Presidente Dutra,
construída pelo seu antecessor, ligando São Paulo ao Rio de Janeiro,
formou-se o grande triângulo para o progresso do país. Logo em seguida
trouxe as fábricas de automóveis para São Paulo, Volkswagem, DKW Vemag,
Ford, Willys Overland, Land Rover, Craisler e General Motors. Construiu
Uzinas Hidro elétricas de Furnas, de Urubupungá, de Paulo Afonso e outras,
aumentando o potencial energético do país em mais 600%. Além da criação da
indústria de auto-peças, criou também fábrica de utensilhos e aparelhos
elétricos, pois até liquidificadores nos vinham dos EEUU. Parelelamente,
iniciou a construção da Nova Capital Federal- Brasília a qual inaugurou no dia
21 de abril de 1960
Desde quando foi eleito em 3 outubro de 1955, até então nenhum Presidente
da República recebera tamanha oposição quanto ele, pois quem lhem opunha
continuasse governando, não era o povo, mas sim as Forças Armadas,
Exército, Marinha e Aeronáutica, as quais tinham premeditado impedir sua
posse que de fato não aconteceria se não tivesse havido a figura brava,
corajosa e determinada do então Ministro da Guerra, General Henrique Dufles
Teixeira Lott em defesa da legalidade. Juscelino tinha sido eleito pelo povo e
se preparava para assumir o governo. Como tinha ocorrido a morte do
Presidente Getúlio Vargas em 24 de agosto de 1.954, tomou posse em seu
lugar o Vice João Café Filho. Como dizem que ele ficou doente, afastou-se
cedendo o lugar para o Presidente da Câmara Dep. Nereu Ramos. Este
também se viu ameaçado e passou seu cargo para o Presidente do Senado
Federal o sr. Carlos Luz. Como a crise se agravava mais e mais, pois tentavam
dar um golpe militar, visando é claro a derrubada do Presidente eleito
Juscelino Kubitscheck, os revoltosos entraram mal, vencidos pelo Ministro da
Guerra, que tomou posse na Presidência com o afastamento do sr. Carlos Luz
e em seguida garantiu a posse do Presidente eleito. Inconformados, os
militares, prepararam duas grandes rebeliões, a de Aragarça e de Jacareacanga.
Nas duas o Ministro da Guerra que continuou sendo o Marechal Lott, por
escolha e gratidão do Presidente, prendeu seus integrantes, que poderiam ser
indiciados e punidos por crimes de guerra. Mas o Presidente, homem de
espírito muito elevado, em ambas as rebeliões, mandou buscá-los à sua
presença, garantindo-lhes que jamais pensou brigar com as Forças Armadas.
Sua briga era contra a estagnação Nacional, pois a todo custo haveria de
levantar a Nação brasileira. Para tanto necessitava do apôio integral de todos
que amavam nosso país. Para provar sua intenção de paz, perdoava-lhes
aquela ofensa, mandando-os de volta aos seus quartéis, determinando ainda
que nenhum registro constasse na ficha de assentamentos de tais elementos.
Daí em diante, pôde governar o país, em paz com as Forças Armadas até o
final do seu governo. Naquela época eu era soldado da Polícia Militar de
Minas Gerais e como ninguém conseguia saber o motivo real de tamanha
aversão dos militares contra o Presidente, já que ele governara Minas com
muita desenvoltura e capacidade, motivo pelo qual São Paulo que é o maior
reduto eleitoral do Brasil, deu-lhe 2 milhões de votos, escutei um oficial da
nossa PM dizer que o motivo era que os militares não o aceitavam como
Presidente, por ser ele um coronelzinho de Polícia, jamais poderia mandar em
Marechais, Generais, Almirantes, etc. etc. Em verdade, o Presidente JK, era
Coronel Médico da Polícia Militar de Minas Gerais. Se foi por isto, o motivo
da rejeição que ele sofrera,.teve calma e soube com inteligência contornar a
situação, não entrando nas ofensas recebidas, dando perdão e pedindo apoio.
O Brasil de repente acordou e começou a crescer mudando a nossa vida para
melhor. A população, acostumada a tudo com muita dificuldade, sentiu a
chegada da melhora geral, podendo comprar de tudo para o conforto de uma
casa, graças ao desenvolvimento do país, em todos os setores da vida
Nacional.​ Todavia com o adiantamento da tecnologia, sempre crescente, as
empresas passaram a necessitar de mão de obra qualificada, enquanto a
maioria dos trabalhadores não tinha preparo específico e adequado, ocorrendo
uma quantidade imensa de desempregados. Com a mudança do regime durante
o período revolucionário, ocorreu um choque do desenvolvimento iniciado do
Governo do sr. Juscelino Kubsticheck contra as liberdades constitucionais.
Enquanto o brasileiro era barrado por um regime de exceção, a imprensa
imoral iniciada no governo Jânio Quadros continuava firme, muito embora
houvesse a Censura Federal, a qual na verdade vedava as obras que tinham o
intuito de contrariar a Revolução. Mas com as aberturas verificadas no
Governo João Figueiredo, acabando de vez com a Censura Federal, aí
a libertinagem tomou conta do país e está hoje nesta situação que ao que tudo
indica irá de mal a pior. Cabe a todos nós, interessados num país de paz, de
amor e trabalho, façamos a prática do perdão, do amor ao próximo e respeito
para com Deus. Se os males que sofremos hoje, é igual à soma de ódio, da
vingança, do desprezo e das maldades de cada um de nós, que em sentido
inverso passemos a ajudar os necessitados, dando força aos vencidos e
encorajamento aos desesperados. Assim como o mal se alastrou prejudicando
a toda Nação brasileira, também haverá de se alastrar o bem que fizermos,
todos auxiliando a todos que precisam, com muito amor e patriotismo, até que
a felicidade reine em todos os recantos e em todoas lares deste nosso amado
Brasil.

XIV
O poder da oração contra o crime

No tempo quando exerci a função de policial militar, a maioria dos


meus colegas, superiores e subalternos, não faziam nem o nome do padre,
quando entravam de serviço. Se eu nunca na minha vida gostei de andar a
cavalo, fui transferido para a Cavalaria, onde todos daquela Unidade, por
serem cavalarianos, tem o dever de fazer policiamento montado. Como eu era
1ºSgt.PM e assumi a Sargenteação do Terceiro Esquadrão, onde a prioridade
era o serviço administrativo, mandava meus auxiliares cumprir aquele dever
com os cavalos, enquanto me esquivava com toda razão das montarias.
Intender de cavalo, eu não intendia e tinha raiva de quem intendesse. Mas
estando de Serviço de Dia ao Quartel, todos animais, mais de 400 ficavam à
minha disposição, para saída, entrada e movimentação, durante 24, 00 horas.
Se algum machucasse sem que eu soubesse, iria tomar uns 5 dias de prisão.
Quase todos Sargentos da Cavalaria, acostumados a lidar com os animais,
sempre eram punidos. Eu seria então mais punido que eles, por eu não
conhecer nada e não ter vontade de saber nada sobre cavalo. Nas manhãs,
antes de entrar de serviço, eu passava uma espécie de revista a todos animais
em suas baias, dizendo: Ó meu São Jorge Guerreiro, vós que sois cavaleiro de
Deus, vos peço humildemente, tome conta dos meus animais neste dia, até
amanhã cedo quando eu passá-los a outro colega. Não deixe que nenhum deles
se machuque e tenham saúde perfeita para desempenhar a missão que lhes
couber. Proteja-me de toda e qualquer perseguição, pois me mandaram pra
esta Unidade para arrebentar com a minha vida militar. Se existe algum lugar
nesta Polícia que tem santo, este lugar é aqui, porque o senhor é o calavaleiro
de Deus. Ajuda-me em nome de Deus. Amém. Pelejaram para me dar cadeias
ali na Cavalaria, mas o meu Santo me livrou de todas. A fé é tudo em nossa
vida e é preciso acima de tudo que peçamos naquela certeza de sermos
atendidos. Eu nunca duvidei.

Quando eu fazia curso de Sargento em 1958, era comum entrar de guarda do


Quartel de duas a três vezes por semana. O elemento mal fardado, era retirado
de forma e posto no xadrez preso. Eu apesar de andar bem fardado e de cabelo
aparado, resava todas as vezes que entrava e saia do Quartel. Num detrminado
dia vesti fardamento novo, coturnos novos. Fiz a barba, cortei os cabelos e
disse no pensamento. Eu hoje não vou resar, pois sou o melhor soldado do
Quartel, por estar mais bem vestido, limpo e alinhado. Veio o Tenente e ao
passar revista na tropa, tirou-me de forma e me mandou para o Xadrez por
24,00 horas, alegando que o meu fuzil estava sujo. Quando lhe provei tê-lo
limpado naquela manhã, aumentou a pena para 5 dias, por eu ter
tentado chamá-lo de mentiroso. Cumpri a pena e pedi perdão a Deus.
Todo trabalho perigoso que o policial for desempenhar, deve e precisa pedir
ajuda de Deus. No pedido dizer ao Senhor que vai prender, não quer matar,
nem ser morto e uma vez preso o elemento, não o maltratará de forma alguma.
Por mais que o elemento seja forte e perigoso, ele se entregará e não vai
acontecer nada de errado.

Em 1963, um cidadão daquela cidade, fazendeiro, matou na Praça principal do


Município um senhor seu desafeto com vários tiros. Em seguida montou em
seu cavalo gritando: “Chamem o Delegado e mandem ele pegar esta policinha
de merda para me prender. Estou com dois 38 Smith Wesson carregados para
queimar todos eles. Seu nome bem me lembro Joaquim Emídio. Tão logo
tomei ciência do ocrrido, peguei o Cabo Jonas e mais 4 soldados e saímos ao
seu encalço. O Delegado Sebastião Cirino, pegou um carro e foi para um sítio.
Ele tinha medo do criminoso, pois numa época antes da minha chegada ali
destacado, tal elemento espancou um rapaz e quando trêis soldados foram
prendê-lo, ele espancou os três policiais e ainda colocou na cabeça do seu
cavalo o boné de um dos soldados. Tal fato ficou por isto mesmo. Antes da
saída orei a Deus pedindo-o apoio espiritual para prender aquele criminoso.
Seguindo a estrada de terra em direção à sua vila na roça, notei ao longe que o
cavalo do indivíduo estava amarrado junto a uma árvore, defronte a uma
venda de roça, onde se vende de um a tudo. Parei o jeep a uns 200 metros
antes do local, dizendo para os meus auxiliares. Fiquem no carro, pois vou
buscá-lo sozinho. Se ele me abater, não o deixem fugir e queimem ele em
legítima defesa do chefe de vocês. A venda ficava encima de um barranco. Lá
de baixo vi quando ele de costas pra rua, virava um copo de alguma bebida. A
venda tinha por volta de uns 12 fregueses, incluindo crianças. Eu de braços
levantados, gritei alto e em bom som: Joaquim Emídio você está preso. Todos
lá na venda escutaram. Ele se virando tentou levar as mãos à cintura, quando
tornei falar firme com ele: Não coça o revolver não. Não vê que estou sozinho
e de mãos levantadas? Aqui é um homem para outro homem. Estou armado de
45 e nada tenho contra você. Você matou seu inimigo lá na praça e o que eu
tenho com isto? Não tenho nada. Você não matou meu pai, nem meu irmão,
nem meu filho. Sou policial e cumpro apenas o meu dever. Naquele instante,
todos ali ficaram sabendo que ele tinha acabado de matar um homem.
Moralmente abatido, eu de olho no olho dele, fiz toda aquela cena para que os
fregueses se recostassem em lugar seguro dentro da venda, pois se ele mesmo
assim, tentasse sacar, eu que fiz curso de tiro ao alvo na PM., não iria titubear,
sacava e atirava em legítima defesa e seria defendido por aquelas pessoas que
ali estavam com minhas testemunhas. Assim falando, fui subindo os degraus
da escada rumo a porta da venda onde ele estava postado, sem pestanejar.
Quando cheguei frente a frente com ele, disse-me: “Vocês vão me espancar”.
Eu respondi: De forma alguma, eu não uso de violência contra ninguém./ Eu
ainda olhando pra ele firme, medi antes a posição dos seus dois revólveres na
cintura. Quando menos esperava, num só golpe, saquei-os e o levei andando
junto comigo para o Jeep. Como prometi não sofreu maltrato algum.

Apurei depois com ele a respeito da ocorrência acontecida tempos passados


que ele teria barbarizado 3 soldados. Disse-me ele que um pião furtou em sua
casa. Ao pegá-lo com o furto, este o enfrentou e aí o esmurrou. Tal elemento
deu queixa e os três soldados foram buscá-lo. Tentou explicar e um lhe deu
um tapa na cara. Aí ele respondeu a agressão contra o soldado que caiu,
notando que ele estava meio bêbado. Quando viu que os outros dois pegaram
o cassetete para espancá-lo no quintal de sua casa, pegou um pau e partiu pra
cima deles. Eles aí correram e levantaram o colega caído e o levaram,
deixando o boné dele para trás.Mas não bateu, nem apanhou dos dois. Só
levou um tapa do primeiro. Aí pegou o boné do soldado e disse venham
buscaer o boné do colega de vocês. E eles foram embora assim mesmo.
A noite colocou o boné do policial numa sacola e levou na casa do Delegado,
contando a ele o que tinha acontecido. Mas esta história que ele colocou o
boné do policial mna cabeça do cavalo não era verdade.
Indaguei do Delegado que era o mesmo, disse-me que mandou intimar o
acusado e os policiais por conta deles resolveram buscá-lo. Que de fato ele foi
entregar o boné do soldado em sua casa. E que o Joaquim era realmente
perigoso, mas no direito dele. Como não foi no meu tempo encerrei o assunto,
já que eu sou totalmente contrário às arbitrariedades da polícia, pois muitas
ocorrências desnecessárias podem acabar até em morte por culpa da polícia.
Meus soldados nunca me reclamaram falta do meu apoio integral ao trabalho
que realizaram de acordo com a lei. Tudo que fizessem errado, teriam de
assumir a responsabilidade de seus atos.

Num determinado dia, sinceramente senti um calafrio me correr o corpo todo


de medo do Joaquim Emídio. Eu saí da Delegacia para o almoço e quando fui
chegando à minha casa, vi de longe um cavalo parado na minha porta. Como o
cavalo do Joaquim era conhecido, tomei um susto, dizendo pra mim mesmo:
o que aquele homem estará fazendo em minha casa, caramba? Quando fui
chegando, minha esposa que não fazia a mínima idéia quem era aquele fulano,
conversava alegre com ele que ao me ver pediu desculpas de nos incomodar,
mas disse que ficou sabendo que a minha patroa tinha ganhado um filho, por
isto tomou a liberdade de trazer uma galinha gorda pra ela. O agradeci e ele
foi embora, pois estava aguardando julgamento em liberdade. Quando fui ver,
não era uma galinha, era um jacá cheio com 10 galinhas.

Está aí uma prova clara de que o homem por pior que ele seja, ao ser tratado
com respeito, com honestidade e firmeza, sem judiar de sua pessoa, ele fica
amigo e de quaslquer forma vai querer retribuir o bom trtamento recebido.
Mas se ele for tratado de qualquer maneira, com ignorâncias e violência,
retribuirá da mesma forma.

XV
A gratidão que recebi da PMMG
Desde quando verifiquei praça na Polícia Militar de M.Gerais, em fevereiro de
1.952, tudo corria muito bem na minha carreira funcional. De l.961 a l.966
Comandei o Destacamento Policial e fui Escrivão da Delegacia de Polícia
de Paraisópolis, onde com muito amor, trabalho difícil e coragem, consegui
mudar a rotina da cidade, onde os Sargentos não ficavam mais de 3 meses.

Em outubro de 1.964, fui promovido a 1ºSgt. por ANTIGUIDADE. Meus


colegas, Moacir Amaro e Humberto Alves Souza, também foram promovidos
a 1ºSgts. por MERECIMENTO.
A promoção por antiguidade, significa que sendo mais antigo, passei a ter
voz de comando e direitos acima dos que forams promovidos por
merecimento.

Mas, em novembro de 1.966, a PM promoveu por ANTIGUIDADE- Moacir


Amaro a Sub Tenente e Humberto Souza por MERECIMENTO, deixando-me
de fora, alegando que eu não tinha ainda 2 anos de 1ºSgt. requisito
indispensável à promoção de Sub Tenente.

Entrei com recursos um após o outro e todos foram não surtiram efeito algum.

Em 1968, atordoado com aquela humilhante situação, resolvi pedir BAIXA do


serviço ativo da PM., me mudando com a família para S.Paulo Capital, onde
consegui emprego nas LOJAS EDUARDO, para ganhar 400 cruzeiros iniciais,
enquanto na PM eu ganhava 280 ditos.
No final das férias concedidas, já deveria ter sido publicada a BAIXA. Mas
não foi, pois o meu pedido desapareceu e eu fui transferido para o
11ºBP,sediado em Manhuaçu. Ali chegando supliquei ao Comandante a
concessão da BAIXA, pois já morava em SP e estava empregado, na
dependência apenas da documentação do Serviço Militar, sem ser atendido.
O Comando me vendo transtornado e com razão, concedeu-me apenas mais
um período de férias, dizendo que precisava do meu trabalho e que com ele eu
não seria mais injustiçado. Finda as quais, voltei à PM, dispensando o
emprego conseguido.

Em meados de 1.969, tal comandante saiu da Unidade e entrou outro cuja


satisfação era destruir Sargentos. Consegui me transferir para Passos, de onde
resolvi voltar para o 8ºBP, destacando-me em EXTREMA, em 1971,a 90 kms
de S.Paulo, ficando mais próximo da minha família, a qual eu não queria
trazê-la de volta pra Minas. Realizei naquela cidade excelente gestão de
segurança pública, de assistência social, de apoio à Polícia Federal contra o
narco-tráfego, exercendo além da função de Comandante do Destacamento,
assistência constante à Fiscalização da Secretaria da Fazenda, na barreira da
Fernão Dias e também o cargo de Escrivão de Polícia.

Em maio de 1973 fui convidado almoçar com o Comandante do Batalhão em


Lavras, a 290 km de Extrema. Só que a viagem teria de ser por conta própria,
tendo de levar uns 60 cruzeiros para pagar o Restaurante. O convite era para
todos Comandantes dos Destacamentos. Eu sinceramente não tinha condições
de fazer aquela viagem, tão longa, por falta de dinheiro. Mesmo assim, como
fui acometido de forte gripe, passei telegrama justificando a impossibilidade
de viajar. Dias depois o Comandante me puniu com 10 dias de prisão alegando
que simulei doença e me arrancou de Extrema, onde eu fui ELOGIADO por
todas autoridades locais e pela INSPETORIA GERAL DA PM, em inspecção
ali realizada.

XVI
O meu suplício em Pouso Alegre
Chegando a P.Alegre, disse o Tenente Carlos Comandante do Destacamento:
“Lá você comandava, aqui quem te comanda sou eu. Soube que você está
cotado a promoção por ser o mais antigo 1ºSgt. da PM e que também salvou a
vida de dois homens. Terá então duas promoções, uma a Sub Tenente por
antiguidade e outra a 2ºTenente por bravura. Será tenente sem fazer o Curso
de Oficial de 4 anos que eu fiz. Que bom não é? Mas se depender de mim,
você não vai promovido à nada. E tem outra, aqui tem um 2ºSgt. que com sua
chegada vai ter de ceder seu lugar para você. Só que eu não quero, pois quem
manda aqui não é o Regulamento, sou EU. Você vai trabalhar na rua como se
3ºSargento fosse. Não adianta você achar ruim ou reclamar, pois cumpro
ordem do Comandante.”
Fui para a rua e ali trabalhei 13 meses, como se não tivesse sendo rebaixado e
humilhado, para ver se não perdia minhas promoções, quando eu já tinha 9
anos de 1ºSgt. Só as perderia se eu tomasse cadeias e caísse do BOM para o
MAU COMPORTAMENTO.
Suportei além das humilhações, todo tipo de provocação para rebelar e ser
preso. Enquanto eu 1ºSgt. e antigo, prestava 80 horas de serviço externo por
semana, o 2ºSgt. trabalhava interno apenas 20 horas em 7 dias.

XVII
O fatídico julho de 1.974
Por Meningite purulenta, perdi um filho de 8 anos no Hospital Emil/io Ribas
em SP, na madrugada de 13 daquele mês.
Avisado pela esposa, como todo e qualquer pai que ama sua família, saí em
desespero pela vida do meu filho, em estado de socorro e de emergência.
Chegando tarde demais, o encontrei sem vida. Cumpri o dever de avisar Pouso
Alegre do óbito. Com efeito, eu automaticamente eu estava dispensado por 8
dias, devendo comprovar com a certidão do falecimento quando voltasse.
No Hospital o médico alertou do perigo iminente da doença se alastrar na
família, pois vários casos de até cinco mortes já se reigstravam em várias
casas. Eu imediatamente resolvi voltar a P.Alegre, antes de vencer a dispensa
luto e solicitar férias anuais em prorrogação daquele período. Mas o Tenente
Carlos as negou, dizendo que eu estava mentindo. Ao lhe entregar a Certidão
de óbito, ele sorriu dizendo que o documento era falso. Disse-lhe que iria
recorrer ao Comando do Batalhão em Lavras. Ele garantiu que seria perca de
tempo. Passei telegrama aquele Comando e fiz interurbano. De fato negou-me
atendimento, pois estava de posse de comunicado da minha ausência de Pouso
Alegre, sem motivo justificado. Minha única alternativa, seria recorrer ao sr.
Comandante Geral da PM., foi o que fiz. Imediatamente chegou a Pouso
Alegre determinação do Comandante do 8ºBP da concessão das férias.
Que erro eu teria cometido? Nenhum. O Comando Geral da PM., determinou a
Inspeotoria Geral apurar aquela irregulairidade, foi quando o Sindicante
descobriu toda trama do Tenente Carlos de arrasar não só com a minha
carreira, mas também com a minha família em estado de risco de vida.
Os senhores oficiais da PM., quando são punidos a bem da disciplina suas
prisões ou detenções são publicadas em Boletins Reservados, mas soou tão
mal no seio da tropa as atitudes cruéis do Tenente Carlos, que o Comando
Geral mandou publicar seus 20 dias de prisão no Boletim Geral da PM., para
conhecimento de toda Polícia Militar. Em reservado foi punido com 10 dias de
prisão o Tenente Coronel Eudes Batista de Almeida, meu perseguidor por
causa de um almoço. Mesmo assim aquele Comando Geral resolveu me punir
também com 15 dias de prisão por eu ter ido socorrer o filho que morria.

Não satisfeito o Comandante Eudes, enfurecido e com ódio acima dos limites,
preparou-me um dossiê com mais 5 CADEIAS, todas fabricadas,
ingressando-me no MAU COMPORTAMENTO, alegrando o coração do
Tenente Carlos, que visivelmente desmoralizado na Corporação reequereu
baixa do serviço da PM.e foi atendido.
Tais acontecimentos redundasram em creascente ódio da oficialidade contra
minha pessoa e a todo custo pretendia me expulsar da PM. Levado a Conselho
de Disciplina, um processo recheado de nulidades, e feito em apenas 6 dias,
sem direito à ampla defesa, fui finalmente reformado compulsoriamente e, 20
de novembro de 1975 .
No dia 10 de outubro daquele ano 75, fui condecorado pelo Governador do
Estado com a Medalha de Mérito Profissional Militar, por bons serviços
prestados, ao salvar a vida de duas pessoas de morrerem queimadas em junho
de 1.970. Sem direito a promoção por ato de bravura, por ter sido
desclassificado o ato para Meritório.
Por coincidência na mesma data a PM encaminhava ao Governador pedido da
minha reforma compulsória, por eu ter ido em julho 74 tentar salva a vida do
meu filho em S.Paulo.
A Polícia Militar com os seus dois pesos e com as suas duas medidas,
comprovando seu interesse de fulminar seu integrante que prestava bons
serviços, demorou 5 anos e 4 meses para me dar um elogio de salvar duas
vidas, quando o fato se revestiu de Ato de Bravura. E quando fui salvar o meu
filho que morria, ela desumanamente em 1 ano e 3 meses me puniu várias
vezes e me alijou de suas fileiras como persona nom grata, com toda pressa
possível.

Palavras finais
Os tempos passam, mas as marcas do passado ficam cravadas em nossas
memórias. Quantas vezes senti vontade de escrever estes fatos e era começar
que eu entrava em pane mental. Este livro que estou acabando de escrever,
mostra como os policiais são tratados. Mesmo na adversidade, gostei de
prestar bons serviços à comunidade honrando sobremaneira a minha
Corporação. Se um analista consciencioso verificar as punições fabricadas que
tomei, notará que em nenhuma delas foi por ter trabalhado mal ou de má
vontade, mesmo espesinhado e perseguido de graça, por uma inveja gritante
de um rapaz de 27 anos de idade ( ex-tenente Carlos ) , contra um simples
1ºSargento 23 anos de serviços. Ele que não era o dono da Polícia, nem o que
me pagava os proventos, conseguiu seu majestoso intento, destruiu minha
carreira e prejudicou minha vida. A ele esteja onde estiver, como também ao
Comandante Eudes, lhes desejo de alma e coração que a bendita luz de Deus
Pai Todo Poderoso, os ampare de bênçãos, de amor e glória, extensivos às sua
dignas famílias.

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