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Prefácio
O autor
Deusdeth Rocha- Policial Militar.
1
Os atos de benevolência
Toda pessoa, por mais cruel e periculosa que seja, deve e precisa ser domada.
Os nossos antepassados, não a maioria deles, fizeram uso da força, da
violência, do castigo, do desprezo, das agressões físicas e morais contra presos
e sentenciados, já punidos pelo juiz pelos crimes praticados. Na realidade,
aquele aparato de maus tratos que aconteceu e ainda acontece nos presídios
significava como ainda significa para os presidiários, uma segunda pena acima
daquela que foi promulgada pela justiça. Isto revolta qualquer ser humano.
Afinal de contas porque determinados guardas trataram e tratam tão mal assim
os detentos? Teriam sido crimes contra a pessoa de algum guarda, ou
familiares de tais policiais? Claro que não. O que fazem é simplesmente a
idiotice de demonstrar poder de força de suas ignorâncias, despreparo, abuso
de um poder que eles não possuem e muita prepotência, graças à falta de
conhecimento de seus chefes, que são subordinados a outros mais atrazados
ainda daqueles que não sabem nada e nem querem saber. Se eles não
apoiassem, os policiais não seriam maus como tem sido.
Nos idos de 1.96l, assumi o Comando do Destacamento Policial da cidade de
Paraisópolis, no Sul de Minas. Ao revistar o presídio e os presos, recebi
veemente pedido de que eu lhes concedesse pelo menos um dia de sol por
semana. Fiquei estarrecido de saber que o meu antecessor, nem o carcereiro,
deixaram de providenciar junto à justiça, banho de sol para aqueles detentos.
Prometi tudo fazer para que fossem atendidos. No mesmo dia falei com o sr.
Prefeito, da possibilidade de aproveitá-los nos serviços braçais da Prefeitura,
ao que ele me garantiu que seriam bem vindos. Como os sentenciados, quase
todos eram de bom comportamento, segundo o Carcereiro, fui me apresentar
ao MM. Juiz, oferecendo-lhe meus préstimos em tudo que sua excelência
necessitasse. Naquele momento formulei o pedido em favor dos presos, os
quais poderiam trabalhar na Prefeitura, se ele determinasse. Fiquei gratificado,
pois no ato, mandou chamar o Escrivão do crime, determinando que todos
sentenciados, menos os que aguardavam julgamento, estavam por ele
liberados para o trabalho de segunda aos sábados na Prefeitura Municipal da
cidade. Quando dei a notícia notei no semblante deles uma alegria
extraordinária, pois mudavam da água para o melhor vinho. Adverti no
entanto, que cada um fosse o conselheiro do outro, pois se um apenas fugisse,
ou praticasse qualquer ato desabonador, todos demais seriam recolhidos.
Ganhando salário mínimo, poderiam assim, como puderam manter suas
famílias, reintegrando-se na sociedade. Para tanto, trabalharam com denodo,
boa vontade e nenhum deles se perdeu. Foi uma oportunidade que os livrou de
voltar a cometer crimes e souberam aproveitar.
II
A rompança dos policiais
Nunca gostei, nunca admiti e jamais aceitei as atitudes rompantes de ninguém.
Quanto mais poderoso é o homem, mais tem o dever de demonstrar seu
poderio através da sua educação, principalmente com os pequenos. Esta de
tratar as pessoas aos berros, empurrões e atos humilhantes, isto não existe.
Quem age desta forma, provoca repulsas, confrontos, vinganças, barbaridades
e aumento da violência. O povo paga seus impostos, dos quais, o governo
paga os agentes da segurança pública, desde os Delegados, investigadores,
escrivães, peritos, policiais civis e militares. Não é justo que um cidadão
pague seu empregado e seja maltratado por ele, isto quando o pior não
acontece, de ser espancado e até assassinado. É desta maneira, que se compara
o maltrato do policial contra o povo seu patrão. Se proteger a vida é função do
policial, os exageros, não podem e nem poderiam acontecer em hipóse
alguma. Os atos de força só nos casos de extrita necessidade e de absoluta
legítima defesa.
Nas cidades nas quais exerci a função policial, exigia dos meus subordinados
tratassem as pessoas com bons modos, educação e semblante descontraído.
Quem trabalha, seja no desempenho do serviço que for, tem obrigação de ser
atencioso, comedido, firme, calmo e solícito para com as pessoas. De todos
trabalhadores os que mais aparecem tratando o povo com hostilidade,
infelizmente, são os policiais, sejam civis ou militares. É claro e evidente que
numa operação policial contra marginais, se a polícia chegar mansa e
acolhedora, vai levar chumbo na asa. O que se trata aqui na verdade, é com
relação à necessidade de integração polícia-povo. O povo precisa gostar da sua
polícia e ela também do povo.Tratá-lo bem é sinal evidente de progresso e de
contenção da violência.
O policial, não pode e nem deve tomar para si a dor das vítimas de um
agressor. Nem se deixar ser influenciado pelas razões apresentadas por um
queixoso. Seu dever é levar o caso para as apreciações da autoridade policial
que é o Dr. Delegado. Ao deter ou prender aquela pessoa que infringiu a lei,
não pode maltratá-la de forma alguma, seja com brutalidade ou com palavras
humilhantes. É preciso ter sempre em mente que o policial é apenas um agente
da autoridade, a qual, também não pode distratar a ninguém, nem mesmo o
MM. Juiz na suprema autoridade que exerce, não humilha a quem quer que
seja. Pode até um cidadão dizer que a pena que lhe foi imposta pelo
magistrado é humilhante. Para se resguardar tem todo direito de recorrer ao
Tribunal de Justiça da punição recebida.
Meus policiais passaram a falar a todas pessoas ao serem detidas e presas por
mandado ou em flagrante delito que pessoalmente nada tinham contra suas
vidas, cumpriam apenas um dever de suas atribuições. Como toda pessoa se
assusta ao ser detida ou presa e fica nervosa, cabe ao policial tranqüilizá-la
com palavras de conforto, dizendo inclusive que na presença do Delegado, lhe
será rendida homenagem por ter sido educada e respeitosa no ato da detenção,
o que lhe servirá de meio caminho andado para sua libertação o mais cedo
possível.
O bom tratamento da polícia com o povo, atrai as pessoas da sociedade para
junto de seus seguranças. Se algo de errado está acontecendo, o povo que quer
paz e tranqüilidade, se sente livre para se dirigir a um policial e lhe dizer o que
está ocorrendo. Mas este jeito guerreiro de PMs de caras amarradas não bate
com a realidade, porque o povo se encolhe, sente medo, não colabora e na
verdade, o povo não pode ser confundido com inimigos de guerra. Por outro
lado a polícia não é da Marinha, do Exército e nem da Aeronáutica. Estas
forças estão preparadas para guerrear contra paises estrangeiros. Polícia não é
nada disto. Não se deve confundir General dá cadeia no portão do alojamento,
com o Genebaldo Correia, anão do orçamento.
Ser policial na verdade não é função para qualquer pessoa. Aliás cada qual
deve exercer a profissão que gosta. Isto é realmente impossível nos dias de
hoje, porque a quantidade de gente sem emprego, leva quem nasceu para ser
enfermeiro, trabalhar de motorista de ônibus, de vidraceiro, feirante,
cosinheiro, encanador, costureiro, criador de porcos ou soldado da PM., onde
ele, através de pedidos e mais pedidos, pode conseguir finalmente servir no
Hospital Militar.
É por isto que defendo aquele velho chavão popular: “cada macaco no seu
galho”, ou seja que a polícia seja a primeira entidade neste país que só aceite
em seus quadros pessoas que são policiais de nascença. Isto é fácil saber
através da data de nascimento do candidato. Os nativos de uma 3a. feira dos
signos de Aires, Escorpião, Sagitário, Leão, Libra e Touro, são os melhores.
Os demais de outros signos servem para serviços de inteligência funcional,
mas que também tenham nascido na 3a, 4a. 5a e domingo. Já os nascidos na
2a.e 6a.feira , poderão ser aproveitados nos trabalhos de apôio à tropa, como no
Hospital Militar, Cantina, Rancho, Praça de Esportes, Banda de Música,
Salões de Festas e demais funções congêneres. Já os nativos do sábado serão
melhor aproveitados na Polícia Florestal, onde há muito o que fazer daquilo
que gostam. O pior, é que durante a carreira do policial, o PM é obrigado
deixar da função que está exercendo muito bem, de acordo com sua vocação,
para cumprir outra totalmente adversa, de ordem do seu superior, que deveria
intender de polícia muitas vezes mais que seus comandados, mas pelo que
parece, não intende, não quer intender e tem raiva de quem intendeu.
III
A Assistência Social
Por ter sido a polícia criada pelo povo, para o povo, além de deter e prender os
fora da lei, tem ela o dever de prestar ajuda às pessoas acidentadas, que sofrem
mau súbito nas vias públicas, que gritam por socorro em suas casas ou em
locais fechados, em cativeiros, ou em qualquer lugar, prestando-lhes os
primeiros socorros da forma conveniente de salvar vidas. Se não está
preparado realizar salvamento em casos de afogamento ou de incêndios, que
solicite com urgência possível o Corpo de Bombeiros. No entanto, poderá o
policial prestar inúmeros serviços à comunidade em defesa da honra, da paz e
da vida humana. As recompensas serão notáveis, pois quando o povo gosta de
sua polícia, a criminalidade desaparece. Foi assim, investindo no povo, na sua
tranqüilidade, que consegui muitas vitórias nas cidades de Paraisópolis,
Extrema e Pouso Alegre, no Sul de Minas. Em Paraisópolis contei com total
ajuda de minha esposa Maria do Carmo Baeta Neves Rocha e de minha irmã
Creuza de Oliveira Rocha. Elas confeccionavam roupinhas para crianças
pequenas, recém-nascidas e que ainda iriam nascer, doando enchovais
completos, naquele tempo quando as fraudas eram de pano. Para organizar as
doações, ela ia até as favelas, ladeada de duas moças da sociedade e de um
soldado fardado e armado. A cada casa visitada, ela anotava o grau de
miserabilidade daquela família. Eu então liberava além das roupinhas, alguns
alimentos, roupas usadas e cobertores. Tudo parecia que se multiplicava, pois
a toda pessoa de posse que eu pedia uma roupa velha ou uma coberta, vinha
sempre de oito a dez peças. Certa vez pedi a um caminhoneiro da cidade, me
desse um cobertor de casal, o qual poderia ser cortado ao meio e cobrir o
corpo de duas pessoas pobres. Ao me dizer sim, me surpreendeu uma semana
depois, com cinco fardos de cobertores, com 12 peças em cada um para os
meus pobres. Naquele dia eu derramei lágrimas de gratidão, prazer e alegria.
Paraisópolis era uma cidade, tida e havida como a mais violenta do Sul de
Minas Gerais. Na posse do sr. Tancredo Neves, como Primeiro Ministro do
Governo do sr. João Goulart, o saldo de mortos nas comemorações foi de 5
pessoas, além de 27 feridos e 15 presos. Foi o que me contaram quando ali
cheguei em 1.961. No cemitério da cidade tinha Delegados, policiais e até
promotor de justiça, que morreram assassinados. Ali os Sargentos destacados,
não permaneciam mais do que dois ou três meses. Eu fiquei lá por 5 anos
consecutivos e saí para a Capital do Estado para tratamento de saúde
prolongado da minha esposa.
De vez em quando vinha um desajustado da favela falar comigo, dizendo que
sua mãe e seu pai, estavam agradecidos pelo apoio que eu tinha dado a eles e
seus irmãos. Aí eu aproveitava o ensejo, para dizê-lo que seus pais eram gente
muito boa, mas que não mereciam ter um filho tão atrapalhado e que me dava
tanto trabalho. Daí o elemento tremia nas suas bases, quando eu o destruía de
vez dizendo: Vou ajudá-lo também, se desejar. Sou professor de motorista. Se
quiser eu te ensino de graça, com um porém, não quero que você faça chorar
os seus pais e não me dê mais trabalho algum. Aceita a minha proposta?
Aceitava. E assim eu fui destruindo um a um dos periculosos da cidade,
abrindo para eles algum tipo de caminho. Fiz que se cumprisse o nome do
município Paraíso+ polis, que significa paraíso cidade. De fato a paz, a
tranqüilidade, a alegria e a venturosa satisfação de viver num paraiso, imperou
em todo município, pois nomeei vários Inspetores de Quarteirão que se
sentiam honrados em fazer parte efetiva do meu Comando. Qualquer princípio
de alteração da ordem nos distritos, eles me enviavam secretamente
mensageiros que vinham a cavalo trazendo-me informes. Quando menos se
esperava, eu já eastava lá abafando tudo e efetuando detenções, até prisões, se
fosse o caso. Aí perguntavam; “Como fiquei sabendo da ocorrência? Eu
respondia, é que eu tenho um ouvido muito poderoso e escuto a distância de
mais de 10 leguas. E eles, sem outra alternativa, acreditavam, mas o meu
informante continuava secreto. Hoje com toda tecnologia de ponta que existe
no mundo, a polícia está sendo vencida pelos criminosos. Sempre acreditei
que a comunicação é tudo para quem quer e gosta de trabalhar. Ser policial,
confirmo, não é função para qualquer um. É preciso gostar e ter amor naquilo
que faz, a qualquer hora e em qualquer lugar.
Os indigentes que morriam na cidade, eram levados num caixão de madeira
maciça e despejados nas covas. O caixão voltava para a Prefeitura a fim de
servir de condução para outro infeliz que morresse de doença e de pobreza.
Quando vi aquilo determinei ao coveiro não mais sepultasse ninguém daquela
forma. Tão logo fosse avisado preparar a cova, mandasse me avisar que eu iria
providenciar a urna funerária. Quando um necessitado morria, eu fazia um
abaixo assinado, sendo o primeiro a colocar meu nome com uma quantia.
Percorria o comércio e tão logo levantava o valor do caixão, pegava um dos
doadores para comigo seguir até à funerária que recebia aquele valor e assim,
providenciava e entrega do esquif na casa do falecido, onde era preparado. No
horário do enterro, eu chegava com 5 elementos do Destacamento e
conduzíamos, sem cobertura de nossas cabeças aquele corpo à Igreja Católica
para que o Padre encomendasse sua alma. Em seguida o féretro seguia pelas
ruas até o cemitério. Quando o enterro passava, as portas do comércio se
fechavam em respeito àquela caminhada fúnebre.
O povo começou a notar que a polícia se incomodava com ele, em todas as
horas difíceis e amargas, até mesmo naquelas do infortúnio da morte.
IV
Os meus soldados
É tão bom quando o povo gosta da sua polícia, pois tal positividade cria a
harmonia, a paz e a tranqüilidade.
Observe o leitor bem este fato: Em outra época apareceu na cidade um
criminoso diferente, vindo de lugar incerto e não sabido que estava
barbarizando as regiões agrícolas do município. Tal elemento, aproveitava
para entrar nas casas dos colonos, nas horas de trabalho nas roças, quando eles
não estavam em casa. Além de furtar pertences, judiava das crianças e das
mulheres que estavam desprevenidas. Feitas as queixas seguimos para o local,
sem nada encontrar. No dia seguinte, outros ataques em outras casas.
Novamente corremos pra lá, mas achar o bandido não foi possível. E assim
ficamos mobilizados por uns 10 dias. Até que resolvi convocar vinte homens
da sociedade para nos ajudar. Apareceram mais de 30. Começamos as 6 horas
de uma manhã de determinado dia. Com quatro horas de varredura, prendemos
o meliante. Presente estava o Delegado Regional, Dr. Estrabão Pereira, um
Investigador, enquanto eu contava com meus 10 elementos, mais 4 soldados
de reforço que me vieram de Sapucaí Mirim e mais 35 cidadãos
paraisopolenses.
V
O que é ser bem tratado
Na região do ABC paulista, numa área industrial, existem duas fábricas de
artefatos de plástico que pertenceram a dois primos, ou seja cada um na sua.
O primeiro, Geraldo Magela fazia questão absoluta de fechar com chave de
ouro uma semana de trabalho com um saboroso churrasco para todos
empregados da empresa, todos os sábados das 13,00 horas em diante. Ali, ele
de bermuda e camiseta, ou de peito nu, se misturava entre seus empregados
depois de todos pagos, a comer e beber várias latinhas de cerveja, num
congraçamento de irmandade, como se o dono da firma estivesse viajando.
Aqueles que não bebiam nada de álcool, se deliciavam com refrigerantes.
Tudo porém, corria de igual para igual. Ele brincava, sorria, demonstrando aos
seus funcionários que com sua pessoa, poderiam ter ampla liberdade. Quando
saiam cada qual para sua casa, comentavam da satisfação do trabalho naquela
fábrica, onde o patrão tratava a todos como integrantes de sua família,
demonstrando ser gente muito fina e inteligente.
Na semana seguinte todo pessoal alegre e descontraído voltava à luta, cada
qual produzindo com mais eficiência o material fabricado. Quanto mais
produzisse, mais comissão no final da semana.
Os dois prédios eram idênticos, pois para efeito de economia, com uma só
planta contruiram dois grandes galpões.
O primo da outra fábrica, Euclides de Sá que produzia o mesmo artigo, pagava
muito bem seus funcionários, tanto quanto o outro, porém não concordava
com as atitudes do seu parente, não dando churrasco pra ninguém. Sua
produção no entanto era bem menor e suas peças inferiores, muito embora o
maquinário fosse o mesmo. De vez em quando surgiam divergências entre
seus funcionários, com discussões, tendo o chefe de intervir nas contendas. Só
que na fábrica do primeiro, havia muita cordialidade, entendimento e paz.
Como a freguesia tinha preferência pelos produtos do Magela, o Euclides foi
estocando material, até que se viu obrigado paralizar a produção e fechar suas
portas. Conclusão: com um pequeno gasto e demonstração de carinho para
com o seu pessoal, o mais amigo ia de vento em popa, enquanto o indiferente
acabou na ruína. Este exemplo de paz e prosperidade realiza a felicidade de
muita gente em todos os setores da vida humana, tanto nas indústrias, como no
comércio, nas casas de saúde, nas repartições públicas, nos Clubes de futebol e
de esportes em geral, nas grandes, médias e micro-empresas, nos Corais e
grupos musicais e finalmente nos lares entre marido e mulher, pais e filhos.
Observa-se no entanto que a sociedade vem a muito tempo reclamando do
Governo melhorias para as nossas polícias, pois comprovadamente é o setor
de trabalho que paga o pior salário do país, quando o serviço é 100% de risco
de vida, principalmente na presente época favorável ao bandido que não
respeita e não tem medo de ninguém. Pedem mais viaturas, mais armamento,
mais policiais e aumento substancial de seus proventos. Mas o que mais falta
nas nossas polícias é justamente irmandade, bons tratamentos entre superiores
e subordinados para que haja aquele prazer de prestar bons serviços. Se o
trabalho policial é realmente difícil, perigoso e de alto risco, como pode o
elemento ser bem sucedido se não é bem tratado pelos seus chefes? É
evidente que existe muita gente fina no setor policial desde os dirigentes ao
mais simples servidor, mas infelizmente de uma minoria ínfima, pois os maus
e duros de roer, são os que aparecem como os mais capacitados ao difícil
serviço da segurança pública.
No início de 1960 comecei gestão em Caxambu. Ali encontrei dentre os 10
componentes do Destacamento, todos novos de praça, um soldado com 20
anos de serviços. Como ele concorria à escala de serviços de igual para igual
com seus colegas, resolvi colocá-lo num setor de trabalho menos pesado, de
ser meu assistente, dizendo aos demais que respeitassem a minha decisão, pois
sendo eles mais novos não reclamassem dele ser poupado. Era uma maneira de
demonstrar a todos a recompensa de que ele merecia, além a experiência.
Nos Clubes sociais da cidade a polícia quando entrava, era para prender
alguém. Tratei logo de mudar aquela constante, exigindo em cada um deles,
uma mesa especial para a polícia, onde eu poderia levar minha esposa; um
soldado de folga e a paisana, poderia levar sua esposa, sua namorada ou sua
noiva. Além de se integrar na sociedade, divertiríamos, auxiliando na
manutenção da ordem. Todos concordaram e aí não mais ficou a polícia
separada do seu povo.
Quando irrompeu aquela infeliz guerra no Iraque, mandei escrever num muro
da minha cidade esta frase: Só o amor constrói a paz, a felicidade e a vida.
VI
O Avanço dos novos tempos e as religiões antigas
Com a chegada do Novo Milênio, com tantos avanços que ocorrem no mundo
inteiro, o homem também quer se adiantar, aprender coisas novas, deixar para
trás antigos costumes, que de fato já estão superados e obsoletos. De onde nós
viemos e para onde vamos? O que estamos fazendo aqui na terra? Algum
estudante que conclui o primeiro ano, recebe diploma por término do curso?
Ou tem de continuar estudando no ano seguinte, até terminar as séries
completas? Tudo muda no mundo, só não muda a palavra de Deus, que é uma
só. Seus dizeres são imutáveis. Sua palavra se tem sido mal interpretada, por
interesses ou por ignorância, com o correr do tempo e com o adiantamento
natural do homem, os clarões da verdade iluminarão a mente de cada um, de
tal forma que ele não será mais enganado por ninguém e poderá
compreendê-la com clareza na luz do Espírito Santo.
Todos nós tivemos vidas passadas e estamos repetindo de ano, ou cursando
mais uma série do aprendizado. Como já vivemos antes se não nos lembramos
disto? Enquanto estamos aqui, nos é vedado lembrar do que fomos, em nosso
próprio benefício. Suponhamos que eu me lembre ter matado duas pessoas
sem razão alguma na vida passada. Viverei sempre com aquele
arrependimento e frustração, o que me impedirá lutar e progredir. Mas quando
não suporto uma pessoa que eu nunca vi antes, é um sinal claro que ela deve
ter me prejudicado muito em vida passada. Da mesma forma quando gosto de
alguém logo no primeiro contacto. Fomos grande amigos no passado, ou até
irmãos, etc.
Mas a reencarnação não existe na Bíblia, dizem os antigos que nunca quiseram
aprender a verdade. Vejamos então: Disse o Senhor em João Ev. 9/1-2-3- A
cura de um cego de nascença. Os apóstolos perguntaram a Jesus: Senhor quem
pecou para que este homem nascesse cego, foi ele ou foram seus pais?
Respondeu-lhes o Senhor: Não foi ele e nem seus pais, mas foi para que nele
se manifestem as obras de Deus e o curou. Se a pergunta fosse idiota, o Senhor
lhes diria: como poderia ele ter pecado, se ao nascer o espírito vem tão novo
quanto o corpo da criança?. Mas não foi isto que ele disse. Ou seja: Se não foi
ele, nem seus pais, está claro, bem claro, que aquele nasceu cego para ser
curado, não tinha pecado algum, mas muitos nascem cegos e com outras
mutilações em seus corpos, por pecados que só podem ter sido praticados em
vidas passadas.
Seguraram por muito tempo este avanço dos conhecimentos da palavra de
Deus, mas para o bem de todos nós, já não faz sentido continuarmos na
obscuridade da nossa vida continuada. Estes conhecimentos nos impele ao
bom caminho, pois se cumprirmos com nossos deveres, haveremos de voltar
mais adiantados. Basta-nos observar a inteligência extraordinária de
determinadas crianças, possuidoras de espíritos elevados, ante outras com
dificuldades de aprender. Teria Deus protegido algumas delas e negado
proteção a outras? Não. Ele é a suprema justiça: “ Dai a César o que é de
César e a Deus o que é de Deus “E disse mais em muitas oportunidades na
Bíblia: “A cada um segundo as suas obras “. As pessoas mais adiantadas, se
adiantaram em vidas passadas. As preguiçosas que quase nada aprenderam
voltam à vida do jeito que eram. “A cada um segundo as suas obras.”
Sai desta, não tem saída.
Como o Divino Mestre nos assegurou que nada que esteja escondido, não
permanecerá sem que seja revelado, notamos que a seqüência continuada de
nossas vidas na terra, que é uma revelação guardada a 7 chaves pelos falsos
religiosos, hoje às claras diante dos nossos olhos, nos tira deste peso da
incompreensão; nos faz acreditar na Justiça Divina; muda o nosso viver para a
elevação espiritual e nos concede a graça de compreender a palavra do Senhor
em João 3.3. “Em verdade, em verdade te digo que aquele que não nascer de
novo, não poderá ver o reino de Deus”.
VII
As altas periculosidades
Quanto mais os poderosos estiverem isentos de pagar seus crimes, mais
revoltantes será a altíssima periculosidade dos fora da lei na periferia.
Primeiro por que eles têm a quem seguir os passos. E dissseram-me com toda
tranqüilidade, quando ouvi atentamente três presos que resolveram se abrir
comigo: “Se os grandes estão metendo a mão no dinheiro público, porque
temos de ser o espelho da sociedade? Se o mau exemplo nos vem deles,
estamos mais do que certos. Com eles não acontece nada. Quando nos pega e
somos presos, não temos direito à prisão especial com as mordomias
concedidas aos doutores da lei que não são pés de chinelo como nós somos.
Não temos direito ao trabalho; não temos casa para morar com a nossa família;
não temos salário alto e garantido como eles têm e ainda metem a mão na
grana que não é deles.
Pensam que efetuamos um assalto com todo sossego? Não, pois estudamos
muito para não sair nada errado. Quando caímos nas garras da polícia, somos
barbarizados com o mais alto grau de violência de todos os tipos, julgando
eles os policiais, que nós vamos mudar de vida. Mas como mudar se não
temos direito a uma vida honesta. A única vida que somos impelidos viver, é
da criminalidade. Sem ela morreremos de fome. De tanto praticar crimes, nós
ficamos tão acostumados que tudo nos parece normal. Sinceramente
lamentamos muito quando somos obrigados apagar uma pessoa que reage às
nossas emboscadas. Quando somos encurralados pelos homens “polícia “,
sabemos que poderemos morrer. Daí não perdemos tempo. Cada um já sabe o
que fazer. Abrimos fogo e procuramos fugir, pois sabemos que se quatro ou
cinco não nos abate, virão muitos outros e o único meio é dar no pé.
Nos presídios, vivemos amontoados, onde cabem cem, tem trezentos e
cinquenta. O tratamento dos homens com nós, é o pior possível. Se algum nos
dá confiança, é visando ganhar alguma grana, pois os infelizes, ganham uma
merreca do Estado. Sempre estão duros. Nos dias de revista geral, costumam
nos dar calmantes, obrigatório a todos nós, cassetetadas. Tudo isto nos revolta
porque certos ou errados, somos seres humanos e já estamos pagando nossos
crimes pela sentença do Juiz, na qual não consta que devemos ser judiados,
espancados, humilhados e tratados muito pior que os bichos. Estes atos de
selvageria da segurança, com certeza aumentam o nosso ódio, nossas
promessas de vingança. Se eles são policiais salvos pela garantia da lei, seus
filhos serão civis e acabarão pagando pelos crimes de seus pais. Pensam que a
nossa cabeça igual à deles está normal e descontraída, não. Nós não podemos
ser normais, à vista de tudo que sofremos. A cada maltrato, a cada pancada, a
cada tortura que sofremos, fica registrado em nossas mentes, quase idêntico a
um cão feroz que seu dono tudo faz para aumentar sua ferocidade. Quando
conseguimos uma fuga ajudada ou não, ninguém se iluda que estamos aptos a
conviver em paz com a sociedade. Ela não nos vai oferecer nada, nenhum
prato de comida, nenhuma oportunidade de ser gente de bem, apesar da nossa
cabeça tresloucada de tanto sofrimento. É aí que barbarizamos também aquele
infeliz que cai nas nossas mãos” Ele não nos fez nada de mal, da mesma forma
que nós não fizemos nada contra os policiais. Eles nos judiam de graça e nós
fazemos o mesmo.
Tive mesmo razão, quando na década de 60, eu dispensava aos presos sob a
minha guarda tudo que estava ao meu alcanse em favor deles. Recordo-me de
um fato interessante ocorrido com João Conrado. Condenado a 5 anos de
prisão aos 19 anos de idade, por roubo, suplicou-me ser transferido para a
Cadeia Agrícola de Neves, onde poderia aprender uma profissão. Ao dizê-lo
que tal petição teria de ser feita ao MM Juiz por um advogado, ficou tristonho,
pois sendo pobre, não tinha dinheiro para pagar um representante na justiça,
afim de conseguir seu intento. Sem profissão, o que iria fazer depois de
cumprida sua sentença? A todos teria de dizer que estava em liberdade depois
de cumprida a pena que a Justiça lhe aplicou. Quem lhe daria emprego? Fiquei
penalizado e lhe prometi conversar com um advogado amigo meu, no sentido
que ele resolvesse sua situação. Mas naquela manhã, como eu tinha ascesso
livre ao Gabinete do MM. Juiz, fui a ele e sem delongas determinou que eu
consultasse por radiograma a possibilidade de haver uma vaga naquele
presídio. Voltando a ele 15 minutos depois com a vaga existente, determinmou
ao Escrivão do Crime, preparasse o documento de transferência do preso.
Duas horas depois da nossa conversa, voltei à cadeia para dar a boa notícia ao
João Conrado, dizendo-lhe: Se eu tiver condição de conseguir sua
transferência João, quando é que você acha que vai ser transferido? “Daqui a
uns 90 ou 120 dias”, respondeu ele. Não, afirmei e determinei: Soldado
Moreira, leve o João à casa dele, para se despedir de sua mãe, porque ele vai
hoje ainda para a Penitenciária de Neves. O rapaz ficou estático de tanta
alegria em seu coração que derramou lágrimas de uma sincera gratidão, de um
desejo, que talvez demorou para me falar, mas que foi resolvido
imediatamente e cumpriu-se a determinação judicial.
Passado uns 5 anos, eu estava na rua do Bosque em São Paulo Capital, onde
fui a procura de peças para o meu carro DKW Vemag. Alguém bateu em
minhas costas, era o João Conrado. Abraçou-me dizendo: “Sargento, lá em
Neves, aprendi a profissão de Alfaiate. Aqui e montei minha lojinha, estou
muito feliz, pois me casei e tenho uma filhinha, e eu de coração lhe agradeço,
pois o senhor levantou a minha vida. Fui à Igreja”de N.Sra. Aparecida
agradecê-la, depois voltei a Paraisópolis, mas o senhor tinha saído de lá.” Aí
eu lhe disse: Se eu tivesse João te prejudicado e te dado uma pancadas como
muitos fazem, você ao invés de me agradecer, me dava um tiro ou uma facada
e eu caia morto aqui mesmo. Mas pelo contrário você me faz ganhar o meu
dia, de saber que você está muito bem. Que Deus o ampare. Siga em frente,
lute por dias cada vez melhores. Confie sempre no Pai Poderoso, pois Ele não
desampara a ninguém. Se errar é humano, desde que a pessoa resolve mudar
de vida e pede ajuda ao poder divino, o socorro acontece. Você pediu e Deus
atendeu seu pedido. Boa sorte João. Recentemente soube que ele está muito
bem na cidade de São José dos Campos, onde vive com sua famíliam tem uma
empresa, casa própria, paz e felicidade.
Se cada policial ao invés de maltratar presos, auxiliá-los na medida do
possível, ou que não lhes ajude em nada, mas não os trate com desprezo ou
com ódio, haverá substancial diminuição da criminalidade. Que ninguém se
iluda, nós todos somos responsáveis por este altíssimo grau de violência que
existe em nosso país. Quantas vezes uma pessoa boa de coração, agride a uma
outra, por ter recebido maus tratos em casa, no trabalho ou na rua? Esta por
sua vez, se não tiver muito controle e capacidade de se reanimar, vai também
descarregar aquela agressão em outra. E assim por diante, até ocorrer de um
matar o outro por mera futilidade. Sejamos pois elevados de coração e
façamos como nos ensinou o Mestre dos Mestres, perdoar até setenta vezes
sete vezes é bom e salutar para todos nós.
VIII
As separações geram violências
Por estarmos ainda comemorando o início do Terceiro Milênio, uma época
que nos deveria encontrar em altíssimos pontos de adiantamento moral e
espiritual, pouca gente sabe lidar com este gigantesco maquinário criado por
Deus e que se chama NATUREZA. Toda vez que estamos em desacordo com
ela, alguma coisa ruim nos acontece inapelavelmente de conformidade com o
tamanho da agressão que contra ela é praticada. Se o homem nasceu para a
mulher e ela para o homem, qual será o motivo que se unem e se separam
tanto? O homem filho da natureza, tanto quanto a mulher, ainda acredita que é
o supremo mandatário de tudo ao seu redor, inclusive daquela que nasceu para
ser o complemento de sua vida. A mulher foi feita pelo Criador mais polida
que o homem. Sua pele é lisa e mais fina; sua voz macia e acolhedora, seu
olhar magnânimo, sincero e atraente, enquanto o homem chega a ser grosso
em tudo, às vezes recebe um prêmio indevido quando uma pessoa aquém que
ele deu uma patada, o chama de cavalo. Como pode ser comparado ao cavalo,
se ele é um animal tão dócil?
Surgindo então disparidade de sentimentos e de costumes entre um homem
duro de suportar e uma mulher de bom temperamento, o único meio é a
separação. Ele não se conforma supondo que ela tem o dever de aturá-lo.
Sua grossura é apenas um meio de segurá-la através do medo que impõe tenha
de sua pessoa. Mas debalde, tudo cai à estaca zero e ela o abandona para que
tenha o direito de viver. Os filhos do casal, ante aquela separação, vão sofrer
as amarguras da falta de seus pais e conseqüentemente ficarão desnorteados,
podendo se perder, quando ainda são crianças e adolescentes.
Quando a princesa Daiane se casou com príncipe Challes da Inglaterra, eu
disse para minha esposa, ante àquela pompa do glorioso enlace transmitido
pela TV ao mundo inteiro: que pena, casam-se com tanta glória, mas vão se
separar em breve. Ao que ela me disse, “como sabe disto?” Respondi-lhe: É
que estamos em plena lua minguante e tudo de importante que se inicia nesta
fase da lua, vai abaixo. Passaram-se uns 4 ou 5 anos e de fato se separaram. A
boa sorte dos filhos que ficaram é que são integrantes da família real, mas a
mãe que não teria se separado e nem morrido se ela tivesse se casado na lua
crescente ou cheia. Já faz algum tempo, deixou de viver, vitima da separação.
Aqui no Brasil, a nossa Adriane Galisteu, casou-se também na lua minguante
com Roberto Justos. Para afastar os maus presságios e os maus olhados, ao
invés do costumeiro buquê de noiva, ela levou um grande maço de arruda.
Quando vi o casamento na TV, lamentei aquela agressão que o esposo e a
esposa faziam à natureza, seria fatal, pois unidos iriam viver muito pouco
tempo. E não deu outra. Recentemente, ou seja no dia 20 de setembro de
2.003, casou-se a sra Marta Suplicy com Luiz Favri. Embora seja ela sexóloga
e Prefeita de São Paulo, conhecedora de tudo que possa fortalecer a união do
homem com a mulher, agrediu também a natureza, realizando o enlace no
3ºdia da lua minguante. Não importa que ela já estivesse vivendo com o
argentino e o casamento fora apenas para oficializar a união existente de fato.
Ela com toda certeza, deve ter mudado de sobrenome, não assinando mais
como Marta Suplicy, ocorrendo assim substancial mudança em sua vida. O
que vale é o dia que oficializou a união que ocorreu na lua minguante. Então
podem aqueles que discordam, observar que o casamento da Marta com o Luiz
Fabri, não deve ser pra muito tempo. Eu até respeito muito os meus amigos
contraditórios, os discordantes, que não acreditam em nada, mas aprendi uma
boa resposta aos que são incrédulos: contra fatos, não há argumentos.
O principal objetivo desta obra, quando teço comentários de pessoas famosas,
é justamente para facilitar a compreensão do leitor, com argumento de que
falo apresentando provas. E se nós temos dentre os presos deste país 90% de
jovens, os filhos de pais separados são quase a metade. Então é hora de
avisarmos aos namorados que pretendem ficar noivos e se casarem, que em
ambas as datas do noivado e do casamento, não realizem quando a lua for
minguante, para que tenham pela natureza, a confirmação de um casamento
sólido e duradouro. Mesmo assim, meu caro colega, seja grato a Deus por lhe
ter dado esta grande oportunidade de você ter uma cara metade do seu lado, a
mulher que você ama e muito.Trate-a com todo carinho. Ela que já é ou vai ser
a mãe dos seus filhos, te dará esta extraordinária alegria de por no mundo
carne de suas carnes, sangue do mesmo sangue e vida de suas vidas. Seja
sempre grato a ela. Afinal de contas nós também nascemos do ventre de
mulher. Não podemos, não devemos de forma alguma depreciá-las. Tudo que
o homem tem e consegue é dependência da mulher, porque se ela se negar, ele
não pode nem nascer. Cada filho que a mulher tem, sai para ele uma
porcentagem do seu poder, enquanto o homem permanece na sua integridade.
Como então destratar a mãe dos seus filhos, humilhá-la na presença de amigos
e parentes, para mostrar que você é o bom geral. Bom só no coração.
Se ela o queria tanto e não lhe quer mais, pode crer, a culpa é sua. Você fez
por merecer o abandono. Ela tem todo direito de procurar outro melhor que
você, que a trate com todo carinho e amor que merece. Matá-la porque o traiu?
O que você entende por traição? Traição é cometida por gente falsa. Ela por
ser tratada como se fosse ninguém, humilhada e escrava, se cansou, perdeu a
graça e aquele amor que sustentava a união. Se tudo acabou entre os dois, tem
todo direito de amar outra pessoa, a quem lhe ama e a trate bem e com muito
carinho que você não soube ou não quis lhe dar. Se liga meu cara, mude
correndo seu modo de agir e contribua para a melhora não só da sua vida
amorosa, mas para a grandeza do mundo, pois aonde falta o amor, falta é tudo.
Vá a procura de outra e leve flores pra ela. Se firmarem, faça sempre isto,
trate-a com flores, com alegria e muito amor.
Eu sempre pensei que dar flores era um gasto supérfluo. Quando ia à feira
livre com minha esposa, ficava injuriado, pois ela antes de tudo comprava
flores. Até que um dia ela me disse: Repare bem, nas semanas que entra flores
em nossa casa, tudo corre bem, ganha-se mais dinheiro, nós nos sentimos
melhor e o amor aumenta. De fato, reparei tanto e comprovei de tal forma que
montei uma Floricultura. Além de ter levantado nossa vida financeiramente,
vivemos anos de muita felicidade.
IX
A origem dos corruptos
Quando o Brasil foi povoado em 1.532 com a chegada de vários navios
chefiados por Martin Afonso de Souza, a 18 de janeiro daquele ano, fundando
São Vicente a primeira cidade brasileira. A 22 de abril, chegou o restante da
expedição, fundando a cidade de Itanhaém, justamente no dia do aniversário
do Brasil. Comenta-se à boca pequena que teria o governo de Portugal,
limpado as cadeias públicas do país inteiro e obrigado à vinda daqueles
detentos para cá, que ganhavam a liberdade e passagem apenas de vinda com
suas famílias. Os bons e limpos de coração ficaram lá. Aliás, quem é que viria
viver num lugar onde só tinha mato, índio e cobra venenosa, por sua livre e
espontânea vontade? Deve realmente ter fundamento o que os antigos de me
disseram e me pediram que não contasse pra ninguém.
Se existir um abacateiro lá no Amazonas que dá abacates com quase 2 kilos de
peso e eu trouxer sua semente aqui para o sul e plantá-la, pode ocorrer que os
frutos não sejam tão grandes como na região de sua origem, mas com certeza,
serão bem maiores dos que aqui existem. Isto é apenas uma comparação. Se
Portugal despachou para cá os parias daquela sociedade, nós estamos
reclamando de quê? Somos descendentes deles! E se verificarmos
atentamente, é capaz de não haver um só município no país inteiro que não
esteja praticando atos de corrupção, para não negar a raça. Só que está
chegando a hora de tudo isto acabar de uma vez por todas, pois o povo já não
está agüentando mais. Os atos de corrupção alimentam com dose cavalar as
injustiças, os desvios de verbas, as perseguições contra aqueles que sabem da
podridão administrativa, os super faturamentos, as mordomias, as
impunidades, as propinas, os concursos públicos fraudulentos, os altos
impostos, a fome dos munícipes, a separação dos casais por falta de emprego,
os assaltos à mão armada, a prostituição das mulheres, os estupros contra
meninas adolescentes e crianças, a embriagues, os distúrbios mentais, as
doenças por insuficiência alimentar, as brigas, o desmantelamento da pátria
provocado pela dissolução das famílias, os assassinatos, as mortes antes do
tempo e os suicídios.
Por mais que nós queiramos ter uma vida normal, com prosperidade e ganhos
suficientes para manutenção das nossas famílias, não é justo que tais ganhos
não sejam através do nosso trabalho honesto. Tudo que conseguimos obter, a
não ser pelo trabalho, ou prêmio lícito, é considerado furto. Quem furta, não
tem receio de Deus. Ele tarda, mas não falta. Quando menos o mundo esperar,
Ele se fará presente e punirá um por um, pois ninguém se esconde do seu olhar
e da sua correção. Somos todos nós bons, maus e incrédulos, perversos e
cruéis, filhos dEle. A cada um será dado segundo as suas obras.
Por volta de 1954, li num livro de Ramatis, que um novo planeta estaria
entrando na órbita do sol, com poderes superiores aos da nossa terra. Sua força
energética produzida por minérios de aço e ferro, estaria intervindo nos
movimentos do nosso planeta, modificando as temperaturas. Os cientistas
iriam dizer que as experiências atômicas estariam produzindo tais mudanças,
mas na verdade, eram as ondas do citado planeta, de luz azul que vinha em
nossa direção. Quando chegar mais perto, com o poder de seu ímã, dará um
violento puxão na terra, provocando o derramamento do mar sobre a terra,
através de ondas gigantescas. Locais que antes eram cidades e estão
submersas, surgirão de novo. Não haverá mais noite, pois sol vai brilhar
constantemente. Toda geração do planeta será sugada para aquela nova
morada. Tu já pensou meu caro leitor, vai ser pior e mais pavoroso do que sair
de Portugal e vir para o Brasil em l.500, porque lá a vegetação é outra
totalmente diferente. Tudo lá tem formas desiguais. Nasceremos lá e teremos
de descobrir tudo de novo. Não vai ser fácil. Por isto é bom que cada um de
nós, comecemos a mudar nosso modo de viver, obedecendo à palavra e a
vontade do nosso Deus. Estes endurecidos que estão aproveitando vão se
arrepender. Até certo ponto não passam de grandes cegos ou ignorantes, pois
que lhes adianta desviar tantas verbas, sabendo que estão errados; que vão
morrer, deixando tudo para trás. A esposa poderá casar-se de novo e quem vai
aproveitar daquela fortuna, será um estranho, ou tudo se acabará em nada com
a chegada do novo planeta. Vai ser uma grande reviravolta em tudo na
humanidade. Vai ser mil vezes pior ao sofrimento que o povo de uma cidade
passa quando acaba a água, a luz, depois de um terremoto violento. Que cada
um procure mudar e logo os modos de viver.
X
A violência contra as mulheres
XI
A origem da alta criminalidade no Brasil
XII
O sexo antigamente
Se o sexo antigamente era um ato de grandeza do ser humano, por ser,
desejado, aguardado e amadurecido até o momento de ser saboreado, hoje está
totalmente banalizado. O homem não sabia como era o corpo da mulher. Se
ela possuía seios lindos, não dava pra ninguém ver, porque elas usavam
babados, pouco abaixo dos ombros, ondulados, de forma tal que tampavam
completamente a sua protuberância. Os vestidos colantes não existiam, nem
mesmo as mini-saias. Eles eram rodados, tendo um enchimento que vestiam
por baixo, chamado saiote, feito de algodão engomado, que mantinha o
vestido alongado do corpo a partir da cintura que era fina como sempre. Não
se fazia idéia exata como era a bunda da mulher, nem como poderiam ser suas
pernas e coxas, muito menos os joelhos, pois tudo ficava escondido, só
aparecendo as canelas da beldade, porque tais vestidos eram compridos até no
pé. Apenas o rosto com aquela doçura feminina é que aparecia. Ainda bem, já
que no Afeganistão e em outros paises árabes, as mulheres não podem mostrar
o rosto para ninguém. Aquela que teima é chicoteada. Naquele tempo, do qual
participei quando agente via o joelho de uma mulher, nos dava uma tremura
da cabeça aos pés. Quando se conseguia ir com uma mulher pra cama, era
qualquer coisa tão extraordinária, idêntica a ganhar o grande prêmio na loteria.
Algumas de tão recatadas que eram, exigiam que agente saísse do quarto para
se despirem no escuro e somente debaixo das cobertas, é que se podia conferir
toda aquela beleza à nossa disposição. Aí acontecia uma junção carnal com
uma sensação indescritível, pois tudo aquilo que agente nunca tinha visto e
nem feito idéias, provocava-nos uma vibração do outro mundo. Hoje após uma
transa por melhor que ela seja, não tem mais aquela decoração festiva, aquelas
ânsias do prazer conseguido à duras penas, pois não era tão fácil como é hoje.
Na verdade, tudo que é muito fácil, perde sua autenticidade e o valor diminui
sensivelmente. O bom, mesmo é obter nossas delícias, de conformidade com
os ditames da natureza. O fruto, por mais saboroso que seja, é preciso que ele
amadureça e no tempo certo o tomaremos como alimento. Com a facilidade do
sexo de hoje, quando todo o corpo da mulher já está exposto, 70% das
sensações ficaram para trás, com pequeno prazer, como de um fruto apanhado
ainda verde, acaba não satisfazendo o desejo da nossa carne e nem o nosso
espírito. Ainda existe cidades no interior do país nas quais, são mantidos os
costumes da antiguidade. Para nós dos grandes centros, achamos que eles são
todos uns trouxas, tolos, antiquados e patetas, porém a vida que eles levam,
apesar da pobreza, da falta de recursos, é superior à nossa, porque vivem de
conformidade com a natureza e não conforme a ignorância humana de querer
mudar o que era muito bom para melhor e não conseguiu.
Com a introdução da propaganda do sexo explícito em massa em todos os
veículos de comunicação do país, a partir daquela década de 60, a pessoa
escolhida para destruir a naturalidade da vida humana no Brasil, foi a mulher.
Nas revistas cenas e mais cenas eróticas, mostrando a prática do sexo de todas
as formas e maneiras, inclusive de sexo oral e anal, difundiu-se com ampla
liberdade. Os filmes então chegaram com força total para mudar de uma hora
para a outra a vida do brasileiro. Desde que o mundo é mundo, as relações
entre o homem e a mulher sempre foram normais, no entanto, se nas zonas
meretrício, o desvario do sexo era normal e praticado livremente, não se
permitia que as mulheres mundanas pudessem transitar pelas ruas e locais
destinados à sociedade. Com as libertinagens inseridas na população, as
mulheres de família seriam arrastadas ao rebaixamento, ficando iguais, ou
tanto quanto às mundanas. É claro, é obvio, é evidente que as mulheres que se
conservam na sua idoneidade moral, respeitam e são respeitadas, mas para
tanto, se afastam da fina sociedade brasileira, toda ela apodrecida pela
liberdade geral do sexo. Ótimo para ela, quando têm um marido conservador.
Mesmo assim, se sentem obrigados permitir que seus filhos sigam a
carruagem gloriosa contra o decoro da espécie humana e da libertinagem, se
querem ter um pouco de paz, enquanto a morte não os leve deste mundo.
Voltar àquele tempo de novo, é impossível, pois não volta mais. O Brasil de
hoje foi transformado por inspiração externa a se tornar uma terra idêntica à
Sodoma e à Gomorra, onde a prostituição da carne era geral até serem
destruídas pela Providência Divina.
Vejamos como os alimentos por natureza, são todos cobertos, seja o feijão, o
arroz, o milho, as batatas, o amendoim, todos legumes e todos os frutos. Se os
índios vivem nus, a nudez deles não os leva à depravação e nem à
libertinagem, ou seja vivem normais como se estivessem vestidos. Se nós nos
acostumamos desde os nossos antepassados, cobrir nosso corpo, quando ele é
exposto, no caso o das mulheres, muda o costume das nossas gerações,
surgindo as malícias, a prostituição à qual já está contaminando as nossas
crianças. Isto é o ponto mais baixo e desonroso que os nossos inimigos
projetaram e puseram em prática, para que tudo isto nos acontecesse e já está
acontecendo. E por que fizeram isto? Porque sabem que um só homem
desmoralizado e expulso de sua casa, do seu trabalho, da sua escola e da
presença dos seus amigos, é um elemento derrotado. Seu lugar de viver é
debaixo das pontes, pois não merece mais conviver com a sociedade onde
viveu. Quando ele tinha postura e honradez, ninguém dava palpites na sua
vida, mas agora que está desmoralizado e cabisbaixo, não tem palavras para
tentar reverter sua desdita. Seu fim é mesmo na masmorra. Com a
desmoralização geral da sociedade, qualquer país estrangeiro que resolver
tomar nossa Nação, a toma e nos põe pra fora, devido à desmoralização que
tomou conta das nossas vidas. Seria somente a desmoralização do sexo que
nos derruba? Não, o sexo é o primeiro, os demais são a corrupção política e
administrativa das entidades governamentais, o tóxico e o tráfego de drogas. A
corrupção estimula todos os males contra a sociedade, incluindo a
criminalidade, as violências nos presídios contra os presos, os assaltos, roubos,
contrabando, falsificação de documentos, super faturamentos e perseguições
contra aqueles que lutam pela volta à normalidade e afastamento dos
corruptos.
Se os novos costumes de libertinagem tivessem sido projetados no Brasil para
nos ajudar, hoje não teríamos milhares de casais separados, nem esta
quantidade incalculável de crianças abandonadas pelos seus pais. Se o homem
perdeu o amor de sua esposa e se ela não tem mais o amor do seu marido,
quem paga por esta ruína, são seus filhos. Nós temos um grande defeito, de
assistirmos acontecimentos bárbaros com toda tranqüilidade, como se nada
estivesse ocorrendo. Olha gente, passar fome é muito duro. Sentir cede e frio é
pior ainda, somando-se à fome. Não ter aonde dormir é um massacre da
mente, sentindo frio, cede e fome, pior ainda. Não ter pai, nem mãe é o fim da
picada. Ser criança abandonada, é um absurdo dos absurdos. Quando esta
criança cresce, sem ter recebido amor, carinho, roupa limpa, banho todos os
dias, almoço, janta, cama quentinha para repousar, enfim tudo que um ser
humano criança merece, tem mesmo de se tornar num bandido de altíssima
periculosidade. Os governos assistiram a estes acontecimentos e não fizeram
nada para debelar o que eles sabiam que iria fatalmente acontecer. Agora que
a criminalidade está a tão alto índice insuportável, atingindo até a vida dos
grandes, estudam meios e normas para rebater a violência com mais poderes
da polícia. Os fora da lei de tanto que sofrem e sofreram, não tem nada a
perder. A morte pra eles é um prêmio. Por isto enfrentam a polícia sem medo
algum. No dia que o governo colocar mais amor no coração dos agentes da lei
para desarmar o ódio, mais do que armas pesadas e presídios de segurança
super máxima,aí sim começará de fato a decrescer a violência no Brasil.
XIII
O progresso e o atraso de vida
XIV
O poder da oração contra o crime
Está aí uma prova clara de que o homem por pior que ele seja, ao ser tratado
com respeito, com honestidade e firmeza, sem judiar de sua pessoa, ele fica
amigo e de quaslquer forma vai querer retribuir o bom trtamento recebido.
Mas se ele for tratado de qualquer maneira, com ignorâncias e violência,
retribuirá da mesma forma.
XV
A gratidão que recebi da PMMG
Desde quando verifiquei praça na Polícia Militar de M.Gerais, em fevereiro de
1.952, tudo corria muito bem na minha carreira funcional. De l.961 a l.966
Comandei o Destacamento Policial e fui Escrivão da Delegacia de Polícia
de Paraisópolis, onde com muito amor, trabalho difícil e coragem, consegui
mudar a rotina da cidade, onde os Sargentos não ficavam mais de 3 meses.
Entrei com recursos um após o outro e todos foram não surtiram efeito algum.
XVI
O meu suplício em Pouso Alegre
Chegando a P.Alegre, disse o Tenente Carlos Comandante do Destacamento:
“Lá você comandava, aqui quem te comanda sou eu. Soube que você está
cotado a promoção por ser o mais antigo 1ºSgt. da PM e que também salvou a
vida de dois homens. Terá então duas promoções, uma a Sub Tenente por
antiguidade e outra a 2ºTenente por bravura. Será tenente sem fazer o Curso
de Oficial de 4 anos que eu fiz. Que bom não é? Mas se depender de mim,
você não vai promovido à nada. E tem outra, aqui tem um 2ºSgt. que com sua
chegada vai ter de ceder seu lugar para você. Só que eu não quero, pois quem
manda aqui não é o Regulamento, sou EU. Você vai trabalhar na rua como se
3ºSargento fosse. Não adianta você achar ruim ou reclamar, pois cumpro
ordem do Comandante.”
Fui para a rua e ali trabalhei 13 meses, como se não tivesse sendo rebaixado e
humilhado, para ver se não perdia minhas promoções, quando eu já tinha 9
anos de 1ºSgt. Só as perderia se eu tomasse cadeias e caísse do BOM para o
MAU COMPORTAMENTO.
Suportei além das humilhações, todo tipo de provocação para rebelar e ser
preso. Enquanto eu 1ºSgt. e antigo, prestava 80 horas de serviço externo por
semana, o 2ºSgt. trabalhava interno apenas 20 horas em 7 dias.
XVII
O fatídico julho de 1.974
Por Meningite purulenta, perdi um filho de 8 anos no Hospital Emil/io Ribas
em SP, na madrugada de 13 daquele mês.
Avisado pela esposa, como todo e qualquer pai que ama sua família, saí em
desespero pela vida do meu filho, em estado de socorro e de emergência.
Chegando tarde demais, o encontrei sem vida. Cumpri o dever de avisar Pouso
Alegre do óbito. Com efeito, eu automaticamente eu estava dispensado por 8
dias, devendo comprovar com a certidão do falecimento quando voltasse.
No Hospital o médico alertou do perigo iminente da doença se alastrar na
família, pois vários casos de até cinco mortes já se reigstravam em várias
casas. Eu imediatamente resolvi voltar a P.Alegre, antes de vencer a dispensa
luto e solicitar férias anuais em prorrogação daquele período. Mas o Tenente
Carlos as negou, dizendo que eu estava mentindo. Ao lhe entregar a Certidão
de óbito, ele sorriu dizendo que o documento era falso. Disse-lhe que iria
recorrer ao Comando do Batalhão em Lavras. Ele garantiu que seria perca de
tempo. Passei telegrama aquele Comando e fiz interurbano. De fato negou-me
atendimento, pois estava de posse de comunicado da minha ausência de Pouso
Alegre, sem motivo justificado. Minha única alternativa, seria recorrer ao sr.
Comandante Geral da PM., foi o que fiz. Imediatamente chegou a Pouso
Alegre determinação do Comandante do 8ºBP da concessão das férias.
Que erro eu teria cometido? Nenhum. O Comando Geral da PM., determinou a
Inspeotoria Geral apurar aquela irregulairidade, foi quando o Sindicante
descobriu toda trama do Tenente Carlos de arrasar não só com a minha
carreira, mas também com a minha família em estado de risco de vida.
Os senhores oficiais da PM., quando são punidos a bem da disciplina suas
prisões ou detenções são publicadas em Boletins Reservados, mas soou tão
mal no seio da tropa as atitudes cruéis do Tenente Carlos, que o Comando
Geral mandou publicar seus 20 dias de prisão no Boletim Geral da PM., para
conhecimento de toda Polícia Militar. Em reservado foi punido com 10 dias de
prisão o Tenente Coronel Eudes Batista de Almeida, meu perseguidor por
causa de um almoço. Mesmo assim aquele Comando Geral resolveu me punir
também com 15 dias de prisão por eu ter ido socorrer o filho que morria.
Não satisfeito o Comandante Eudes, enfurecido e com ódio acima dos limites,
preparou-me um dossiê com mais 5 CADEIAS, todas fabricadas,
ingressando-me no MAU COMPORTAMENTO, alegrando o coração do
Tenente Carlos, que visivelmente desmoralizado na Corporação reequereu
baixa do serviço da PM.e foi atendido.
Tais acontecimentos redundasram em creascente ódio da oficialidade contra
minha pessoa e a todo custo pretendia me expulsar da PM. Levado a Conselho
de Disciplina, um processo recheado de nulidades, e feito em apenas 6 dias,
sem direito à ampla defesa, fui finalmente reformado compulsoriamente e, 20
de novembro de 1975 .
No dia 10 de outubro daquele ano 75, fui condecorado pelo Governador do
Estado com a Medalha de Mérito Profissional Militar, por bons serviços
prestados, ao salvar a vida de duas pessoas de morrerem queimadas em junho
de 1.970. Sem direito a promoção por ato de bravura, por ter sido
desclassificado o ato para Meritório.
Por coincidência na mesma data a PM encaminhava ao Governador pedido da
minha reforma compulsória, por eu ter ido em julho 74 tentar salva a vida do
meu filho em S.Paulo.
A Polícia Militar com os seus dois pesos e com as suas duas medidas,
comprovando seu interesse de fulminar seu integrante que prestava bons
serviços, demorou 5 anos e 4 meses para me dar um elogio de salvar duas
vidas, quando o fato se revestiu de Ato de Bravura. E quando fui salvar o meu
filho que morria, ela desumanamente em 1 ano e 3 meses me puniu várias
vezes e me alijou de suas fileiras como persona nom grata, com toda pressa
possível.
Palavras finais
Os tempos passam, mas as marcas do passado ficam cravadas em nossas
memórias. Quantas vezes senti vontade de escrever estes fatos e era começar
que eu entrava em pane mental. Este livro que estou acabando de escrever,
mostra como os policiais são tratados. Mesmo na adversidade, gostei de
prestar bons serviços à comunidade honrando sobremaneira a minha
Corporação. Se um analista consciencioso verificar as punições fabricadas que
tomei, notará que em nenhuma delas foi por ter trabalhado mal ou de má
vontade, mesmo espesinhado e perseguido de graça, por uma inveja gritante
de um rapaz de 27 anos de idade ( ex-tenente Carlos ) , contra um simples
1ºSargento 23 anos de serviços. Ele que não era o dono da Polícia, nem o que
me pagava os proventos, conseguiu seu majestoso intento, destruiu minha
carreira e prejudicou minha vida. A ele esteja onde estiver, como também ao
Comandante Eudes, lhes desejo de alma e coração que a bendita luz de Deus
Pai Todo Poderoso, os ampare de bênçãos, de amor e glória, extensivos às sua
dignas famílias.