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POSSIBILIDADES E REFLEXÕES
Resumo
Partindo do pressuposto de que a formação profissional envolve aspectos que vão além
dos conteúdos curriculares trabalhados nos espaços educacionais, o presente trabalho
propõe uma discussão sobre a arte na formação profissional. Objetivamos refletir acerca
das possibilidades de utilização da arte, em suas diversas manifestações, na formação do
sujeito/profissional, especificamente do psicólogo e do professor. Escolhemos a arte, a
partir do olhar da Psicologia Histórico-Cultural, por considerarmos que ela, em suas
diferentes linguagens, instiga de forma diferenciada o desenvolvimento das funções
psíquicas superiores e também amplia o repertório cultural dos sujeitos, além de
trabalhar a expressividade, criatividade e outros aspectos imprescindíveis na atuação
deste profissionais. Logo, refletimos sobre as possibilidades de utilização de diferentes
recursos artísticos como ferramentas que propiciam a construção de aprendizados
importantes à constituição profissional tanto do professor quanto do psicólogo. Sabemos
que ambas as áreas citadas requerem a todo o momento partilhar e pensar
conjuntamente saberes teórico-práticos na relação com outros sujeitos que possuem um
repertório social próprio que influi diretamente na forma como apreendem e se
relacionam com o mundo. Ao assumir a arte como componente essencial de nossa
cultura que determina a constituição do sujeito, verificamos que ela pode ser utilizada
como instrumento que possibilita a apropriação de aspectos que auxiliam a pensar e
repensar os saberes próprios da atuação do professor e do psicólogo, ampliando o
universo de referência destes profissionais que atuam diretamente com o humano, além
de poder integrar-se às suas práticas profissionais, mediando novos conteúdos que
incidem em diferentes aprendizagens.
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Neste trabalho buscaremos compreender a arte como campo de conhecimento
que oferece subsídios interessantes para pensarmos práticas, intervenções e refletirmos
sobre contextos educacionais, principalmente no que se refere à formação profissional
tanto do psicólogo quanto do professor. Consideramos aqui arte como uma grande área
de conhecimento que se ocupa de diferentes linguagens, como a literatura, a música, a
dança, as artes visuais etc., que fazem parte de um grande campo artístico (BIANCO et
al., 1992). Apreendemos a abrangência destas produções para além de uma arte com
juízo de valor que se restrinja a determinados grupos ou manifestações, pensando as
expressividades artísticas como um todo. Utilizaremos, desta forma, esta grande área do
saber para pensar sobre suas contribuições na formação do ser humano e, em especial,
em atuações que envolvem a relação direta com o outro, como é o caso do psicólogo e
do professor.
Entendemos que a aproximação com a arte produz nos sujeitos novas percepções
sobre si, o outro e o mundo e, neste sentido, Barroco (2007) afirma que, quando os
indivíduos se apropriam de produções humanas em suas formas mais complexas e
elaboradas, por intermédio de produções artísticas por exemplo, conseguem elaborar
outras formas de compreensão da realidade. Assim, vislumbramos, nas aproximações
com diferentes obras de arte, oportunidades para o sujeito reelaborar pensamentos,
conhecimentos e sentimentos e, nesse movimento, constituir e ser constituído pela arte.
De acordo com Vigotski (1999), a obra de arte provoca um modo específico de
pensamento comparável com o pensamento científico, mas o que os diferencia é que o
pensamento artístico atinge o sujeito por outras vias, e destaca que é a do sentimento.
Neste sentido, ao pensarmos na formação profissional do psicólogo e do professor
temos que considerar a formação destes não apenas nos espaços formais de constituição
profissional, mas entendemos outros espaços como importantes formadores do sujeito e,
consequentemente, do profissional. Assim, as expressões artísticas são um convite ao
profissional para entender de forma diferenciada sua realidade bem como a si mesmo,
sendo instigado a exercitar outros olhares ao pensar e elaborar sua prática.
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O presente trabalho, neste sentido, envolve a reflexão sobre a formação
profissional que não se dá descolada da formação pessoal e que pode ser mediada por
produções artísticas que representem a herança cultural da humanidade que,
consequentemente, referem-se à aspectos relevantes para o entendimento do ser
humano, foco de trabalho do psicólogo e do professor. O intuito é, portanto, apresentar
algumas possibilidades de utilização da arte na formação seja inicial ou continuada
desses profissionais, visando expandir e possibilitar que cada um reelabore o
conhecimento que traz consigo, movimentando uma rede de saberes necessária à
construção de um sujeito/profissional humanizado, crítico e reflexivo.
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arte, literatura e filosofia. A ideia do autor é culturalizar a dogmática formação
acadêmica e possibilitar que os universitários ampliem seu universo de referência sobre
os diversos aspectos da vida, desenvolvendo-se como cidadãos.
Tal proposta vai ao encontro da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDBN) 9.394 de 1996 que em seu segundo artigo traz que “a educação, dever da
família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade
humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 1996, p. 1),
transcendendo, portanto, a exclusiva formação profissional.
A despeito disso, quando observamos o cotidiano das universidades, notamos
facilmente quão distante de uma formação humanizadora se encontram os espaços de
aprendizagem nela configurados. Silva et al. (2007) corroboram este apontamento
quando abordam sobre a ausência de espaço para a arte no contexto universitário,
apontando uma falha na função social da universidade, quando se destina
exclusivamente à formação tecnicista dos estudantes, desconsiderando a esfera pessoal.
Superar esse modelo de educação formativa e instituir a universidade como
espaço de formação de cidadãos, requer considerar todos os sujeitos envolvidos no
ensino superior, como seres humanos histórico-culturalmente constituídos, dotados de
subjetividade e conhecimentos relativos às coisas do mundo. Essa perspectiva preocupa-
se com a constituição do sujeito como um todo e o desenvolvimento de suas funções
psíquicas superiores indicativas de aprendizagem, que se dá mediada pelo contato com
o outro e com o meio material no qual está inserido (PINO, 2005).
Nesse ponto a arte se apresenta como uma ferramenta diferenciada no processo
de constituição pessoal e profissional do sujeito, uma vez que
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Assim, as expressões artísticas são formas de apropriação da cultura produzida
pela humanidade e se delineiam em diversos formatos, resultando em variadas
linguagens. Quando pensamos em linguagem, inicialmente nos remetemos à forma de
comunicação mais usualmente utilizada em nossa interação, nesta direção Meira (2007)
afirma que na apreensão da linguagem os processos mais elementares tornam-se mais
complexos à medida que se modificam no percurso de desenvolvimento de cada sujeito.
Podemos dizer que a linguagem não é apenas instrumento de comunicação, mas
também a expressão mais humana na formação da consciência e, portanto, primordial
para que ocorra o desenvolvimento humano. Então, ao mesmo tempo em que elabora
elementos constituintes de sua consciência, o sujeito interage com seus pares e sua
cultura de modo a também modificá-los e a transformar-se em um movimento contínuo.
Para além de considerarmos que a linguagem é uma forma de comunicação entre
os homens, entendemos que outras formas de expressividade são possíveis, como por
exemplo, por meio da arte, que possibilita ao homem se apropriar do conhecimento, da
experiência e elaborar seus saberes de maneira criativa, saindo da mera repetição
(PINO, 2005). Isto ocorre porque ao entrar em contato com o contexto no qual está
inserido o sujeito internaliza as relações, os modos de pensar e sentir compartilhados na
sociedade e elabora, a seu modo, todas estas interferências, convertendo-as do plano
coletivo para o individual. Neste sentido, podemos dizer que a mediação – dos signos
linguísticos, do outro, dos objetos da vida material, da arte etc. – atua como elemento
central no processo de internalização da cultura pelos sujeitos, pois os significados que
os homens atribuem às coisas, aos outros e às funções naturais só adquirem sentido pela
mediação que o outro confere a estes elementos (PESSOA, 2014).
Desse modo, ao possibilitar a sensibilização do homem para aquilo que é próprio
do humano, a arte se mostra ainda mais profícua na formação do psicólogo e do
professore, uma vez que ambos profissionais lidam diretamente com o sujeito em sua
complexidade e precisam a todo momento mediar relações, construir espaços de
aprendizagem, administrar emoções, compreender o outro, ou seja, precisam ter um
repertório amplo sobre os diferentes aspectos da vida e a imprevisibilidade do humano
(SILVA, 2005).
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Expressões artísticas mediando a formação do psicólogo e do professor
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A Literatura que pode ser considerada, de modo geral, como meio de expressão
dos sentimentos humanos por meio da linguagem escrita na forma de conto, poema,
narrativa, prosa, etc., faz parte do nosso universo simbólico desde tempos imemoriáveis.
Os livros habitualmente estiveram presentes na educação dos sujeitos, mas estes, em sua
maioria, centram-se em uma escrita acadêmica e científica que muitas vezes não se atém
ao aspecto artístico, ou seja, não abrangem aspectos que comunicam com a
subjetividade e afeto dos sujeitos. Sem a pretensão de classificar que tipo de leitura é
mais relevante na formação do psicólogo e do professor, é importante considerar, como
já citado anteriormente, que a formação profissional não se dá descolada da constituição
pessoal. Portanto, a leitura de diferentes textos de diversos escritores, desde obras
clássicas até mesmo breves poemas, que diferem das leituras científicas, são também
relevantes para a constituição destes profissionais.
Referente a isto, Calvino (2007), em seu livro “Por que ler os clássicos” aponta
que uma obra clássica seria aquela que se comunica com o homem de maneira
específica e que tem uma ressonância cultural própria; são as obras que sempre nos
surpreendem e têm algo a nos dizer, pois tratam de temas concernentes à condição
humana. Considerando que tanto o psicólogo com o professor estarão a todo momento
em comunicação direta com vários e diferentes sujeitos, ter acesso e conversar sobre
literatura pode ser enriquecedor, se não um diferencial significativo para estes
profissionais. Na formação de ambos caberia, por exemplo, refletir sobre o conto “Um
general na biblioteca” (CALVINO, 2001) que fala sobre a censura e o poder de
libertação dos livros, ao relatar a situação de um país dominado pela ditadura militar,
onde a leitura era proibida e os livros tinham que passar pela inspeção de um general
para serem considerados lícitos ou não, enfatizando o papel dessa linguagem artística
para o desenvolvimento de aprendizados diversos.
Além dos livros, que são ferramentas constantemente presentes nos contextos
educacionais, outro elemento artístico facilmente encontrado em nosso cotidiano que
pode aprimorar os espaços de formação, é a Música. Como sujeitos que apreendem o
mundo pelos órgãos dos sentidos, nos desenvolvemos e aprendemos não só pela escrita,
mas também pelo que vemos, ouvimos, sentimos, aspiramos, etc. Rodeados por
diferentes estímulos, o som também nos afeta e a música é popularmente difundida,
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sendo uma expressão artística que apresenta diferentes gêneros, segundo a realidade dos
sujeitos que as compõem. Por isso, é comum nos identificar, comunicar e, até mesmo,
desenvolver reflexões de diversas natureza pela fruição de músicas que comunicam com
a nossa subjetividade.
Na formação do psicólogo e do professor, a música pode mediar a compreensão
de conteúdos específicos, a sensibilização, integração, interação, movimentação do
corpo, expressão e comunicação. Para além disso, pode ser utilizada como ferramenta
de desconstrução de saberes pré-estabelecidos, ampliando as possibilidades de
relacionamento com o outro e o mundo. Como exemplo, podemos considerar a música
“Tô” de Tom Zé (1976), compositor baiano expoente da Tropicália, cujos versos “Eu tô
te explicando prá te confundir, eu tô te confundindo pra te esclarecer” podem nos
ajudar a pensar no quanto a formação profissional pode ser também provocadora,
instigando os sujeitos a se implicarem em seu processo de aprendizado de modo ativo,
questionador, crítico e reflexivo. Vale ponderar quão valiosas são estas características
ao psicólogo que precisa sempre trabalhar com a construção e desconstrução de seus
padrões internos, suas concepções, na tentativa de auxiliar o outro na elaboração de
novos sentidos sobre os desafios da vida e o professor que, por sua vez, tem a função de
auxiliar o outro no desenvolvimento da própria capacidade de pensar, criar novas
conexões cognitivas, apreender conhecimentos, etc.
Outra expressão artística muito divulgada que também pode gerar aprendizados
de modo muito singular nos espaços formativos é o Cinema. Os filmes, documentários e
curtas-metragens associam imagem e som de modo a representar simbolicamente
aspectos muito importantes da vida. Ao entrar em contato com tais obras podemos
construir aprendizados sobre questões que não vivenciamos ou que se aproximam de
nossa realidade de modo a ampliar nosso entendimento sobre conteúdos diversos.
Pensando na formação de psicólogos e professores, poderíamos elencar diferentes
expressões artísticas que seriam de grande relevância para ambos, mas neste momento
nos restringimos a fazer referência ao curta “La maison en petits cubes” (KATÕ, 2008),
uma produção japonesa que relata a vida de um idoso que vive em uma cidade
abandonada devido à constantes alagamentos. Esta obra, que não apresenta diálogos,
possui uma combinação cuidadosa de imagens e som bastante sensível que nos leva a
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olhar para a nossa própria trajetória de vida, compreendendo os principais dilemas
vivenciados nas fases de desenvolvimento pelas quais passamos, possibilitando uma
entendimento mais completo sobre o humano em constante constituição. Tais reflexões
tanto para o psicólogo, quanto para o professor aumentam o repertório de entendimento
sobre as etapas de vida do homem, auxiliando-os no trabalho com pessoas de diferentes
idades.
Por fim, gostaríamos de elencar o Teatro como possibilidade de recurso na
formação profissional. Alguns jogos teatrais podem ser propostos com o intuito de
vivenciar a teatralização para além da ideia da montagem de espetáculos teatrais, mas
expandindo-se para exercícios de expressão corporal, representação, dramatização, etc.
Durante a trajetória escolar o corpo do sujeito encontra-se tão enrijecido escolar pela
formatação do espaço da sala de aula, dos livros acadêmicos, normas institucionais, e
acaba por utilizar-se tanto da fala, que não se proporciona outras formas de
comunicação para além da usual linguagem falada, o que possibilitaria experimentar
outras formas de estar com o outro e, consequentemente, criar novas formas de pensar e
aprender.
Desse modo, entendemos que as linguagens artísticas possibilitam um revisitar
às referências culturais de cada um, possibilitando trocas e partilhas de saberes, que
serão futuramente utilizados nos contextos de atuação profissional. Assim, reiteramos
que a arte possibilita o contato com diferentes formas de expressão, permite que cada
um se posicione de modo autoral nas atividades que realiza e ainda auxilia a trabalhar a
diversidade entre os pares (ALMEIDA, 2010; SILVA, 2005; VIGOTSKI, 1999). Seja
qual for a linguagem de expressão – literatura, música, cinema, teatro, etc., o intuito é
refletir sobre o uso da arte na formação do sujeito/profissional.
Considerações finais
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construído, não apenas transferido. Com este intuito, entendemos que o trabalho com
arte possibilita tanto a valorização do repertório de cada sujeito bem como a partilha de
saberes entre os pares, favorecendo encontros que são formativos, para além de um
conteúdo formal.
Reiterando que, tanto no trabalho do psicólogo como do professor
necessariamente se promovem relações humanas, a arte, a partir da perspectiva da
Psicologia Histórico-Cultural, em suas diferentes linguagens, instiga de forma
diferenciada o desenvolvimento das funções psíquicas superiores, ampliando o
repertório cultural dos sujeitos, além de trabalhar a expressividade, criatividade e outros
aspectos imprescindíveis na atuação destes profissionais.
Escolhemos neste trabalho apresentar apenas algumas das inúmeras
manifestações artísticas para possibilitar reflexões acerca da formação profissional, e
independente da linguagem – literatura, música, cinema ou teatro – entendemos que são
expressividades humanas imprescindíveis à constituição de todo ser humano. Quando
pensamos na formação do sujeito como um todo, a cultura como produção
especificamente humana, de fato contribui para que outros olhares possam ser
construídos tanto a respeito de si como dos outros, além de ampliar a compreensão do
contexto do qual se encontra. Com isso, concordamos com a necessidade de se almejar
espaços formativos que favoreçam o encontro entre sujeitos e subjetividades, e
entendemos a arte como importante mediadora neste processo.
Nesta direção, contribui Pessoa (2014) ao destacar a arte como produção
humana diferenciada que convida “a entrelaçar a vida e o processo educativo de modo
interligado, envolvendo todas suas nuances: considerando o sujeito de modo completo,
em seus aspectos físico, cognitivo, afetivo, social e cultural” (p. 140).
Por fim, esperamos ter convidado, por meio das possibilidades e reflexões
apresentadas, à reflexão sobre a necessidade da interlocução entre diversos conteúdos na
formação, não restringindo a formação do psicólogo e do professor apenas à
profissionalização, mas considerando o sujeito como um todo.
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REFERÊNCIAS
CALVINO, I. (2007). Por que ler os clássicos. São Paulo: Companhia das Letras.
COLI, J. O que é arte. (8ª edição). São Paulo: Editora Brasiliense, 1981.
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OLIVEIRA, V. F.; ALVARADO-PRADA, L. E. Concepções e políticas de Formação
Continuada de Professores: sua construção. Ensino em Re-vista (UFU. Impresso), v.
17, 111-133, 2010.
RIBEIRO, R. J. A universidade e a vida atual: Felini não via filmes. Rio de Janeiro:
Campus, 2003.
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