Você está na página 1de 91

Doenças bacterianas

Prof. Leonardo de Souza Silva


Farmacêutico-Bioquímico
Graduado em Química
Especialista em Farmacologia Clínica
Mestre em Imunologia e Parasitologia básicas e aplicadas

1
Características bacterianas
• Quanto a reprodução

Assexuada: é o tipo de reprodução mais comum

– Bipartição Cissiparidade ou DivisãoBinária:

– Ocorre a duplicação do DNA bacteriano e uma


posterior divisão em duas células

2
3
Características bacterianas
• Quanto a reprodução
Sexuada: quando ocorre transferência de
fragmentos de DNA de uma célula para outra.
(transformação, transdução e conjugação)

– Depois de transferido, o fragmento de DNA da


bactéria doadora se recombina com o da
receptora, produzindo cromossomos com novas
misturas de genes
4
Transformação
• A bactéria absorve moléculas de DNA
dispersas no meio

5
Transdução
• Fragmentos de DNA são transferidas de uma
bactéria para a outra usando VÍRUS como
vetor

6
Conjugação
• Fragmentos de DNA passam diretamente de
uma bactéria doadora para uma receptora

7
Crescimento bacteriano
• Aumento no número de células

Físico-
Químicos
químicos

- temperatura
- pH Água
- pressão osmótica Macronutrientes
- oxigênio micronutrientes
- luz
8
Crescimento bacteriano
Temperatura
• Crescimento bom em temperaturas ideias ao
ser humano

• Classificação
– Psicrófilas – crescem entre 0 a 8 °C
– Mesófilas – 10 a 50 °C
– Termófilas – 50 a 80 °C

9
10
11
Crescimento bacteriano
pH
• Acidez, alcalinidade e neutralidade

• Maioria das bactérias crescem melhor em


uma faixa estreita de pH perto da
neutralidade → pH 6,5 e 7,5
– Acidófilas – são resistentes a acidez
– Neutrófilas
– Basófilas – resistentes a alcalinidade
12
13
Crescimento bacteriano
• Pressão osmótica

14
Crescimento bacteriano
• Quanto a respiração
– Aeróbicas
– Anaeróbicas
– Facultativas

15
Crescimento bacteriano

16
Crescimento bacteriano
• Composição de uma célula procariótica

Macronutrientes

Micronutrientes

Monômeros totais

17
18
19
20
Crescimento bacteriano

21
Crescimento bacteriano
• Fase LAG
– Pouca ou ausência de multiplicação celular
– Intensa atividade de preparo para o crescimento
populacional

22
Crescimento bacteriano
• Fase LOG
– Fase exponencial
– Células começam a se dividir
– Aumento logarítmico

23
Crescimento bacteriano

• Aumento em progressão geométrica


• Formação de populações, com grande número
de bactérias, em curto espaço de tempo 24
Crescimento bacteriano
• Fase estacionária
– a velocidade de reprodução se reduz
– o número de mortes microbianas é equivalente ao
número de células novas
– população se estabiliza

25
Crescimento bacteriano
• Fase de morte celular
– número de mortes > o número de células
– novas formadas
– Essa fase continua até que a população tenha
diminuído para uma pequena fração da população

26
DOENÇAS BACTERIANAS

27
Doenças bacterianas
• Staphylococcus
– Gram positivas
– Geralmente patogênicas para pele quando essa é
rompida

• S. aureus
– Mais patogênica
Doenças bacterianas
• Staphylococcus
– Gram positivas
– Geralmente patogênicas para pele quando essa é
rompida

• S. aureus
– Mais patogênica do gênero
INFECÇÕES BACTERIANAS QUE
ACOMETEM A PELE

30
Impetigo
• Agente causador – bactérias do gênero
Staphylococcus

• Quadro clínico
– Lesões bolhosas que ao
se romperem, deixam crostas
amarelas
– Lesões pruriginosas
– Acomete principalmente face, braços e pernas
31
Impetigo

32
Impetigo

33
Foliculite
• tipo de abscesso de pele pequeno que
envolve o folículo piloso
• Pode apresentar coceira
• Agente causador - Staphylococcus aureus
• Fatores de risco
– áreas da pele sujeitas à umidade e atrito
– Pelos encravados

34
Foliculite
• tipo de abscesso de pele pequeno que
envolve o folículo piloso
• Pode apresentar coceira
• Agente causador - Staphylococcus aureus
• Fatores de risco
– áreas da pele sujeitas à umidade e atrito
– Pelos encravados

35
Foliculite

36
Foliculite

37
Fúrunculo
• tipo de foliculite bacteriana
• 2 tipos de foliculite, uma superficial e outra
profunda
• Comuns no pescoço, nos peitos, no rosto e nas
nádegas
• Lesões dolorosas e inflamadas

38
Furúnculo

39
Erisipela
• é uma condição inflamatória que atinge a
derme e o panículo adiposo (tecido celular
subcutâneo)
• provoca uma mancha brilhante, dolorosa,
avermelhada e saliente na pele
• Agente causador:
– Streptococo pyogenes beta-hemolítico do grupo A
– Haemophilus influenzae

40
Erisipela
• Predomínio: membros inferiores

• Fator “porta de entrada”: úlcera venosa


crônica, pé de atleta, picada de insetos,
ferimento cutâneo traumático e manipulação
inadequada das unhas.

41
Erisipela
• Quadro clínico
– início súbito com mal-estar geral, fadiga, febre e
calafrios, antes mesmo do surgimento de sinais na
pele infectada.
– Em seguida, instalam-se achados locais, como
avermelhamento, dor, inchaço e aumento da
temperatura

42
Erisipela

43
Erisipela

44
Erisipela

45
Erisipela

46
Hanseníase
• Agente causador - Mycobacterium leprae
(bacilo de Hansen)

47
Hanseníase
• Quadro clínico
– Manchas em qualquer parte do corpo, com perda
ou alteração de sensibilidade ao calor, dor ou tato
(se queima ou machuca sem perceber);

– Formigamentos, choques, agulhadas, câimbras ou


dormência nos braços e pernas;

– Diminuição da força muscular, dificuldade para


pegar objetos, segurar chinelos nos pés;
48
Hanseníase
• Quadro clínico
– Nervos engrossados e doloridos, feridas difíceis de
curar, principalmente em pés e mãos;

– Áreas da pele muito ressecadas, que não suam,


com queda de pelos, (especialmente nas
sobrancelhas), caroços pelo corpo;

49
Hanseníase
• Transmissão:
• Contato prolongado de indivíduos susceptíveis
com pacientes baciliferos não tratados
especialmente no ambiente intradomiciliar.

• Período de incubação - Em media 5 anos,


podendo variar de meses a mais de 10 anos.

50
Hanseníase

51
INFECÇÕES BACTERIANAS GERAIS

52
Botulismo
• Agente etiológico – Clostridium botulinum
– tipos A, B, E e F, sendo as mais frequentes a A e a
B.

• doença não contagiosa, resultante da ação de


uma potente neurotoxina

• formas: botulismo alimentar, botulismo por


ferimentos e botulismo intestinal
53
Botulismo
Reservatórios
• Os esporos do Clostridium botulinum são
amplamente distribuídos na natureza, em
solos, sedimentos de lagos e mares.

• São identificados em produtos agrícolas como
legumes, vegetais e mel e em intestinos de
mamíferos, peixes e vísceras de crustáceos.

54
Botulismo alimentar
• Instalação súbita
• Sintomas
– Gastrintestinais: náuseas, vômitos, diarréia e dor
abdominal
– Neurológicos: cefaleia, vertigem e tontura
– visão turva, ptose palpebral, diplopia, disfagia,
disartria e boca seca.

55
Botulismo intestinal
• Em crianças
– Sintomas iniciais: constipação e irritabilidade
– Neurológicos: dificuldade de controle dos
movimentos da cabeça, sucção fraca, disfagia,
choro fraco, hipoatividade e paralisias bilaterais

• botulismo intestinal tem duração de duas a


seis semanas

56
Cólera
• Agente etiológico - Vibrio cholerae
• Infecção intestinal aguda, causada pela
enterotoxina bacteriana

57
Cólera
• Transmissão
– Ingestão de água ou alimentos contaminados por
fezes ou vômitos de doente ou portador

• Período de incubação
– De algumas horas a 5 dias. Na maioria dos casos,
de 2 a 3 dias.

58
Cólera
• Quadro clínico
– diarreia aquosa e profusa
– presença ou não de vômitos
– dor abdominal e cãimbras.
– Esse quadro, quandonão tratado prontamente,
pode evoluir para desidratação, acidose, colapso
circulatório, com choque hipovolêmico e
insuficiência renal

59
Coqueluche
• Agente etiológico - Bordetella pertussis
• é uma doença infecciosa aguda e
transmissível, que compromete o aparelho
respiratório (traquéia e brônquios).
• Transmissão
– contato direto da pessoa doente com uma pessoa
suscetível, não vacinada, através de gotículas de
saliva expelidas por tosse, espirro ou ao falar.
Também pode ser transmitida pelo contato com
objetos contaminados com secreções do doente.
60
Coqueluche
• Quadro clínico
– Tosse: com catarro, crônica ou forte
– No nariz: congestão, nariz escorrendo ou espirros
– No corpo: fadiga ou febre
– Também é comum: episódios de apneia, olhos
marejados ou vômito

61
Difteria
• Agente causador – Corynebacterium
diphtheriae
• Doença transmissível aguda, causada por
bacilotoxigênico que freqüentemente se aloja
nas amígdalas, na faringe, na laringe,o nariz e,
ocasionalmente, em outras mucosas e na
pele.
• Período de incubação – 1 a 6 dias

62
Difteria
• Transmissão
– Contato direto da pessoa doente ou do portador
com pessoa suscetível (gotículas de secreção
eliminadas por tosse, espirro ou ao falar)

63
Febre maculosa
• Doença infecciosa febril aguda, de gravidade
variável
• Agente etiológico - Rickettsia rickettsii

64
Febre maculosa
• Reservatório - carrapatos da espécie
Amblyomma cajennense (“carrapato estrela”,
“carrapato de cavalo” ou “rodoleiro”)
• Modo de transmissão - picada de carrapato
infectado

65
Febre Tifoide
• Doenca bacteriana aguda
• Agente etiológico - Salmonella typhi
• Qquadro clínico
– febre alta, cefaléia, mal-estar geral, anorexia,
bradicardia relativa (dissociação pulso-
temperatura, conhecida como Sinal de Faget),
esplenomegalia, manchas rosadas no tronco
(roséola tífi ca), obstipação intestinal ou diarréia e
tosse seca

66
Febre Tifoide
• Transmissão - ingestão de alimentos ou água
contaminada ou então pelo contato direto
com a saliva do portador em um espirro, beijo
ou pela partilha de talheres e copos.

• Período de incubação - comumente de 1 a 3


semanas

67
Tétano
• É uma toxi-infecção grave causada pela toxina
do bacilo tetânico, não contagiosa
• Agente etiológico – Clostridium tetani

68
Tétano
• Quadro clínico
– rigidez muscular em todo o corpo, mas
principalmente no pescoço;
– dificuldade para abrir a boca e para engolir;
– riso convulsivo, involuntário,produzido por
espasmos dos músculos da face.

69
70
Tétano
• Período de incubação - Varia de 2 a 21 dias,

• Transmissão - ocorre pela introdução dos


esporos em ferimento, contaminado com
terra, poeira, fezes de animais ou humanas.
– Queimaduras = fator de risco
– A presença de tecidos necrosados favorece o
desenvolvimento do agente anaeróbico.

71
Tuberculose
• Doença infecciosa, atinge principalmente o
pulmão.
• Agente etiológico - Mycobacterium
tuberculosis
• Transmissão - Através da tosse, fala e espirro.

72
73
74
INFECÇÕES SEXUALMENTE
TRANSMISSÍVEIS CAUSADAS POR
BACTERIANAS
75
Cancro mole
• Agente etiológico - Haemophilus ducrey

• Período de incubação - De 3 a 5 dias,


podendo atingir 14 dias.

• Período de transmissibilidade - Semanas ou


meses sem tratamento, enquanto durem as
lesões
76
Cancro mole
• Caracteriza-se por apresentar lesões múltiplas
(podendo ser única), tipo úlceras.

• Lesões dolorosas, de borda irregular, com


contornos eritemato-edematosos e fundo
irregular, cobertos por exsudato necrótico,
amarelado, odor fétido, que, quando
removido, revela tecido de granulação com
sangramento fácil e traumatismos.
77
78
Sífilis
• Infecção sistêmica caracterizada por três fases
clínicas e período de latência.
• Agente etiológico - Treponema palidum

79
Sífilis
• Período de incubação: em média 3 semanas,
entre a exposição e o aparecimento do cancro
(pode variar entre 10 dias e 3 meses).

• Transmissão – por relação sexual sem


camisinha com uma pessoa infectada, ou ser
transmitida para a criança durante a gestação
ou parto.

80
Sífilis
Quadro clínico
• Estágios
– Fase primária
– Fase secundária
– Fase latente
– Fase terciária

81
Sífilis
Quadro clínico
• Sífilis primária
– Ferida surge entre 10 a 90 dias após contágio Essa
lesão é rica em bactérias.
– Normalmente é indolor, não pruriginosa , não
arde e não tem pus, podendo estar acompanhada
de ínguas (caroços) na virilha.
– A ferida desaparece sozinha, independentemente
de tratamento.

82
Sífilis
Quadro clínico
• Sífilis primária

83
Sífilis
Quadro clínico
• Sífilis secundária
– Os sinais e sintomas aparecem entre seis semanas
e seis meses do aparecimento e cicatrização da
ferida inicial.
– Podem ocorrer manchas no corpo, que
geralmente não coçam, incluindo palmas das
mãos e plantas dos pés.
– Pode ocorrer febre, mal-estar, dor de cabeça,
ínguas pelo corpo.
84
Sífilis
Quadro clínico
• Sífilis secundária

85
Sífilis
Quadro clínico
• Sífilis secundária → palmo-plantar

86
Sífilis
Quadro clínico
• Fase latente
– Não aparecem sinais ou sintomas.
– É dividida em sífilis latente recente (menos de dois
anos de infecção) e sífilis latente tardia (mais de
dois anos de infecção).
– A duração é variável, podendo ser interrompida
pelo surgimento de sinais e sintomas da forma
secundária ou terciária.

87
Sífilis
Quadro clínico
• Sífilis terciária
– Pode surgir de 2 a 40 anos após o início da
infecção.
– Costuma apresentar sinais e sintomas,
principalmente lesões cutâneas, ósseas,
cardiovasculares e neurológicas, podendo levar à
morte.

88
Sífilis
Quadro clínico
• Sífilis terciária

89
Sífilis
Quadro clínico
• Sífilis terciária

90
Sífilis

91

Você também pode gostar