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Aula 8

Distribuição de Energia Elétrica

Fluxo de Potência em Sistemas de


Distribuição de Energia Elétrica

1
Fluxo de Potência em redes radiais
(aéreas)

SE

1. Atribuição de v a todos os nós


2. Cálculo da corrente em todas as cargas
3. Acumulação da corrente dos trechos (carga  fonte)
4. Cálculo de Dv em todos os trechos
5. Recálculo de v em todos os nós (fonte  carga)
6. Retornar a (2) se necessário
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Fluxo de Potência em redes radiais

Dados de barra:
 Potência dos transformadores e o fator de demanda
e/ou demanda ativa e reativa;
 Modelo de carga;
 Dados de equipamentos

Dados de trecho:
 Barra inicial;
 Barra final;
 Condutor (reatância e resistência por km);

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Fluxo de Potência em redes radiais

As barras podem ser classificadas:

 Barras de tensão controlada, que são aquelas nas quais


o valor da tensão é mantida constante: barra da
subestação ou suprida atarvés de um regulador de
tensão;
 Barras de carga, que são aquelas barras que suprem a
uma carga;
 Barras de passagem, que se destinam unicamente a
estabelecer a interconexão entre trechos.

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Fluxo de Potência em redes radiais

Uma rede tem sua topologia perfeitamente definida desde que


suas barras estejam identificadas univocamente através de
um número ou código e todos os trechos e suas interligações
estejam identificados por suas barras extremas.
A técnica a ser utilizada para ordenação da rede será “pai-
filho”, utilizada em redes radiais.
Uma vez fixada a topologia da rede devem ser fornecidos os
dados elétricos das barras e trechos

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Fluxo de Potência em redes radiais -
Ordenação da rede
O objetivo da ordenação é o de estabelecer , partindo da SE
– barra 10 ver (figura abaixo), a sequência de trechos no
sentido do fluxo:

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Fluxo de Potência em redes radiais -
Ordenação da rede
A metodologia para ordenação da rede, deve evitar:
 Existência de trechos deconexos, ilhas;
 Fechamento de malhas.
Os 3 passos
 1º passo – Fixa a primeira barra, que seria a Subestação , barra
10, essa passa a ser a primeira barra dos dados de barra e
primeira barra pai dos dados de trecho;
 2º passo – Pesquisa-se nos dados de trecho, tanto na barra 1 e 2,
quais são as barras que tem ligação com a barra 10, caso
encontre, coloca-se sequencialmente nos dados de barra e nos
dados de trecho coloca-se como barra filha;
 3º passo – Pesquisa-se a barra seguinte dos dados de barra, e
volta-se para o 2º passo.

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Fluxo de Potência em redes radiais
Trifásicas simétricas e equilibradas
As redes trifásicas simétricas e equilibradas são resolvidas
utilizando-se o diagrama de sequência direta, representação
monofásica da rede. O procedimento pode ser resumido:

 Levantam-se os dados de barra da SE;


 Levantam-se os dados de barras compreendendo: demanda da
carga, modelo, dados de equipamentos (banco de capacitores,…)
 Levantam-se os dados de trechos da rede: comprimento, tipo de
condutor, forma construtiva da rede;
 Ordena-se a rede conforme procedimento anterior;
 Calcula-se as potências e correntes acumuladas nos dados de
barra (na 1º interação, a tensão em todas as barras é 1 pu ou a
tensão na SE );

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Fluxo de Potência em redes radiais
Trifásicas assimétricas e desequilibradas
Procedimento Geral
 Partindo-se da última bara da rede ordenada e deslocando-se no
sentido da SE, calculam-se as quedas de tensão em todos os
trechos;
 Partindo-se da barra imediatamente subsequente à barra da SE,
calculam-se as tensões em todas as barras pela diferença entre a
tensão da barra imediatamente anterior e a queda de tensão no
trecho;
 Verifica-se, em todas as barras, os desvios entre os valores das
tensões de fase e neutro nas duas últimas iterações, isto é:
∆=│Vk(iter+1)-Vk(iter) │. Sendo o desvio menor que a tolerância
encerra-se o procedimento e calculam-se os fluxos em todas os
trechos da rede. Caso em alguma barra o desvio exceda a
tolerãncia, incrementa-se o contador de iterações e, desde que o
número máximo de iterações não tenha sido ultrapassado, retorna-
se ao cálculo das correntes.
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Fluxo de Potência em redes radiais
Trifásicas assimétricas e desequilibradas
O procedimento é analogo ao das redes simétricas com carga
equilibrada, utilizando-se a modelagem complexa devendo-se
tomar os seguintes cuidados:
 Procede-se o cálculo em valors por unidade de fase. Soma-se a
tensão de fase e a potência aparente de fase como valores base;
 As tensões de cada barra serão representada por um vetor de 04
linhas, tensões entre três fases e neutro e tensão entre neutro e
terra;
 A carga passa a ser um vetor de 3 linhas contendo cada célula a
potência complexa entre fase e neutro;
 Os trechos de linha são representados por matriz 4 x 4 cujos
elementos correspodem a impedância própria de cada trecho, três
fases e neutro, e as mútuas entre eles.

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Fluxo de Potência em redes radiais
Trifásicas assimétricas e desequilibradas
Exemplo

As quedas de tensão em cada trecho, partindo-se do último trecho


e dirigindo-se para a SE, são obtidas pelas equações matriciais:
 A trecho 200 - 400
A B C N

∆V3A A xx xx xx xx I3A

∆V3B B xx xx xx xx I3B

∆V3C C xx xx xx xx I3C

∆V3N N xx xx xx xx I3N
Fluxo de Potência em redes radiais
Trifásicas assimétricas e desequilibradas
 Trecho 200 – 300
A B C N

∆V2A A xx xx xx xx I2A

∆V2B B xx xx xx xx I2B

∆V2C C xx xx xx xx I2C

∆V2N N xx xx xx xx I2N

 Trecho 100 - 200


A B C N
I1A I2A I3A
∆V1A A xx xx xx xx I1A
I1B I2B I3B
= + ∆V1B B xx xx xx xx I1B
I1C I2C I3C
I1N I2N I3N ∆V1C C xx xx xx xx I1C

∆V1N N xx xx xx xx I1N

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Fluxo de Potência em redes radiais
Trifásicas assimétricas e desequilibradas
Procedimento Geral

 1º passo – determinam-se os dados da rede;


 2º passo – Ordena-se a rede com a lógica”pai-filho”;
 3º passo – Inicializam-se o contador de iterações, e as tensão de
todas as barras, exceto a da SE com:

VAN 1∟0º
VBN 1∟-120º
=
VCN 1∟120º
VNT 0

 4º passo – Calculam-se as correntes de fase nas barras de carga;

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Fluxo de Potência em redes radiais
Trifásicas
Calcule os níveis de tensão na rede industrial abaixo:

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Fluxo de Potência em redes radiais
Trifásicas assimétricas e desequilibradas
 Dados dos condutores

Descrição R1 X1 R0 X0 Corrente
Bitola Máxima

CA 4 AWG 1,529 0,496 1,7067 1,9592 134


CA 2 AWG 0,9633 0,4672 1,141 1,9305 180
CA 1 AWG 0,784 0,4577 0,9617 1,921 301
CA 1/0 AWG 0,6047 0,4483 0,7825 1,9115 242
CA 2/0 AWG 0,4792 0,441 0,6569 1,9042 282
CA 4/0 AWG 0,302 0,4236 0,4798 1,8868 380
CA 336,4 MCM 0,1908 0,402 0,3686 1,865 514
CA 477 MCM 0,1342 0,3899 0,312 1,8496 646

 Tensão na subestação 102%

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Definindo o problema
1. Definir as barras
Barras Tipo
2 6
1- SE Controlada
2- Adm Carga
3- M1 Carga
1
4 - M2 Carga
3 5
4
5 - M2 mot Carga
6 - Res Carga

2. Definir as cargas nas barras


Pinst1   P  512,5kVA
Dmax 1  512,5  Fd  205kVA 3. Definir modelo das cargas

Barras Tipo Carga (MVA) cos f Barras Tipo Carga (MVA) cos f Modelo
1- SE Controlada 1- SE Controlada
2- Adm Carga 0,205 0,95 2- Adm Carga 0,205 0,95 corrente
3- M1 Carga 8 0,95 3- M1 Carga 8 0,95 impedância
4 - M2 Carga 2,5 0,95 4 - M2 Carga 2,5 0,95 impedância
5 - M2 mot Carga 1,5 0,8 5 - M2 mot Carga 1,5 0,8 potencia
6 - Res Carga 0,3 0,92 6 - Res Carga 0,3 0,92 potencia
Definindo o problema
4. Definir os trechos
2 6
TRECHO COMP. R(W /km) x(W /km)
(km) cabo cabo
SE(1) -- 2 0,8 1,529 0,496 1
SE(1) -- 3 1,2 0,6047 0,4483 3 5
4
3 -- 4 1,5 0,6047 0,4483
4 -- 5 2,2 0,6047 0,4483
5 -- 6 5,5 0,6047 0,4483

5. Definir a base e acumular a carga


2
Vbase 13,82 1 Sc
Tensão base – 13,8 kV Z pu    Z con pu   Z cabo S pu c arg a 
Potência base – 100 MVA Sbase 100 Zpu Sb

Carga (pu) cos f Carga (W)pu Carga Acum. W Acum. C. Acum. cos f
(Var)pu Var
0,00205 0,95 0,0019475 0,0006401 0,001948 0,00064 0,00205 0,95
0,08 0,95 0,076 0,02498 0,11451 0,042962 0,122304 0,936273
0,025 0,95 0,02375 0,0078062 0,03851 0,017982 0,042501 0,906087
0,015 0,8 0,012 0,009 0,01476 0,010176 0,017928 0,823305
0,003 0,92 0,00276 0,0011758 0,00276 0,001176 0,003 0,92
Calculando ...
2 6
6. Calcular as correntes
1
Corrente cte 3
 4 5
S 0,00205(0,95  j 0,31)
I 
Vnom 1,00

Impedância cte
V2
Potência cte
 
V
Z pu I (0)
 S n*
S Zn S L  VL .I L
*
IL  *
VL

0,00205
0,012475
0,04335
0,01758
0,00294
Calculando...
7. Fazendo as interações
DV  IL( R cos  Xsen)
V=1,02-DV
V  Vbarraanterior  DVtrecho

V (0) 
V (1) V ( n 1)
 
(1) ( 2) (n)
Impedância cte I I I
Zn Zn Zn
* * *
V=VbarraAntes-DV
S S S
Potência cte I (1)  n
*
I ( 2)  n
* I (n)  n
*
V (0) V (1) V ( n1)
Calculando e Analisando...
8. Calculando as perdas e verificando o carregamento do cabo
Perda  RI 2 (W )
Perda (Wh)  ( RI 2 )  Fp  8750(ano)
I ( A)
Fu 
I max_ cabo

Para V na SE 100%
Exercício p/ casa
• Seja o sistema de distribuição a seguir, com duas
linhas e 15 barras, sendo a linha 1 composta pelas
barras 1 a 7 e a linha 2 composta pelas barras de 8 a
15:
Exercício p/ casa

1. Supondo a linha 1 com tronco (SE-1-3) com cabo 4/0 e ramais 1/0 e a
linha 2 com tronco (SE-8-9-11) com cabo 4/0 e ramais 1/0, calcule a
tensão em cada barra para o momento de carga máxima.
2. Um novo cliente com Dmax=4MVA e fat.pot 0,93 pede ligação a
concessionária. Ele pode ser ligado na barra 13 ou barra 7. Sendo você
o engenheiro responsável, ligaria o novo consumidor em que rede?
Quais as obras necessárias para garantir a ligação do consumidor dentro
dos níveis de qualidade necessários?
3. Considerando que a rede tem um crescimento vegetativo do tipo
D(t)=D(0)*(1+e0,05t), como estará o nível de tensão daqui a 10 anos?

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