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Conceitos básicos_continuação

22 de dezembro de 2022 13:26

Radiação:
• As partículas encontram-se em constante movimento, para maiores velocidades, resultam maiores
energias, e por sua vez maiores temperaturas. Estas flutuações, podem ser rastreadas de forma a
construir um espetro de radiação.
• Assim, podemos analisar as alterações no objeto consoante o processo pelo qual este passa.
• Se este for aquecido, as suas partículas irão aumentar a sua energia e movimento, emitindo cada vez
mais luz, tornando o objeto mais luminoso. Esta emissão consiste de fotões mais energéticos, que
darão à luz emitida uma cor azul característica.

Corpos negros:
• Objetos cuja emissão de radiação tem apenas origem na sua temperatura.
• Tal como o nome indica, este fenómeno consiste num objeto que
absorve toda a radiação que incide em si, irradiando energia de
forma proporcional à sua temperatura - Lei de Planck. Ou seja,
independentemente da constituição destes objetos, o seu espetro
de radiação é igual.
• Tal como o nome indica, este fenómeno consiste num objeto que
absorve toda a radiação que incide em si, irradiando energia de
forma proporcional à sua temperatura - Lei de Planck. Ou seja,
independentemente da constituição destes objetos o seu espetro
de radiação é igual.

• Esta lei engloba em si, a equação que descreve estes mesmos objetos,
A partir daqui sabemos também que para situações em que estamos perante baixas frequências
(elevados comprimento de onda), pode ser feita uma aproximação para a intensidade de radiação do
corpo. _ Rayleigh-Jeans.
• Para além disto, por observação da área total do gráfico do corpo negro, vemos que esta aumenta para
maiores temperaturas, assim, por integração chegamos á conclusão que a luminosidade de um objeto
é aproximadamente a quarta potência da sua temperatura.
Lei de Stefan-Bolzmann:

• Lei de Wien: O que também verificamos por observação do gráfico é que o comprimento de onda para
o qual a curva da radiação do corpo negro atinge o seu pico é inversamente proporcional á sua
temperatura.

Aula 3 Page 1
Conceitos básicos
14 de janeiro de 2023 22:52

• É a partir deste conceito que podemos prever a cor que um objeto imite, analisando o
comprimento de onda no pico da curva de radiação e confrontando os resultados com o
espetro eletromagnético.

Aula 3 Page 2
Espetros de emissão e absorção
22 de dezembro de 2022 17:23

• Cada elemento químico apresenta um conjunto de


estados de energia permitidos que lhe são únicos,
comprimentos de ondas nos quais absorve e emite
radiação.
• Estes estados, são também apelidados de níveis de
energia, tendo duas denominações estado
fundamental, estado de energia mínima, o átomo
necessita de absorver energia para sair do mesmo, e
estados excitados, todos os outros estados para além
do fundamental são assim chamados , podendo um
átomo decair de estados excitados + energéticos para
menos energéticos. Este decaimento e possível
transição dá-se com a emissão e absorção,
respetivamente de um fotão de energia.

E=hf
E= E2-E1
f- frequência / h-cte de Planck- 6,63*10^-34 J/s

As transições feitas entre níveis de energia são agrupadas


em séries, tendo em conta o nível final do decaimento.

• As transições, mais especificamente os respetivos comprimentos de onda para cada transição entre
níveis específicos resulta numa cor no espetro do visível e a combinação das mesmas resulta num
espetro de absorção ou emissão.
• Estes fenómenos permitem a identificação da constituição de variados objetos astronómicos, uma
vez que cada componente tem o seu espetro. Por sua vez a captação de imagens para vários
comprimentos de onda permite-nos obter a constituição e a respetiva cor dos mesmos.

Aula 4 Page 3
Efeito de Doppler
22 de dezembro de 2022 13:26

 O efeito de Doppler até agora falado tem em conta as ondas sonoras. Sabemos que quando a fonte da
onda se sonora está em movimento em relação ao detetor, ou seja, quando esta se aproxima a
frequência da onda é superior, se esta se afasta a frequência é inferior.

 Algo deste género acontece também quando estamos perante a radiação eletromagnética.
 Tendo um fonte emissora de radiação com comprimento de onda λo e frequência νo, que se desloca com
uma certa velocidade V, afastando-se.
 O que verificamos é que se num instante t = 1/ν o se sair da fonte uma onda com um comprimento de
onda acima especificado, o que o observador vai registar é que o comprimento de onda desta é na
verdade, λ= (c+v) t, uma vez que a fonte se move com velocidade v.

 Para o caso em que a fonte se aproxima do observador,

 Este efeito traduz-se nos espetros eletromagnéticos, uma vez que quando o objeto de afasta (toma-mos
a nossa posição como observador, e objeto como emissor), as comprimentos de onda da radiação
emitida sofrem um deslocamento para a zona vermelha do espetro, enquanto que se o objeto se
estivesse a aproximar, este deslocamento passa a ser para a zona azul do espetro, temos assim 2
fenómenos que se denominam,

 Esta consequência vai além dos espetros, uma vez que, este fenómeno também se traduz na informação
que os nossos olhos retiram, uma estrela devido ao seu movimento altera, aos nossos olhos, a sua cor.

Aula 4 Page 4
Red Shift
12 de janeiro de 2023 14:49

Hubble foi responsável pela descoberta de que (usando a relação período-luminosidade de Leavitt) o que
se achava serem nebulosas na verdade eram galáxias, além disto, descobriu também que estas se
afastavam de nós, a uma taxa que aumentava consoante a distância - relação de Hubble-Lemaitre -

(Ho- cte de Hubble - 100 h/kms/Mpc h ~ 0,73+/-0,2)


Esta relação traduz-se nas seguintes conceções que uma galáxia ao dobro da distância se afasta de nós
com o dobro da velocidade e que as galáxias afastam-se cada vez mais ao longo do tempo, ou seja, o
Universo em si encontra-se em expansão.
A formula acima pode ser relacionada, com a formulação de Red Shift - parâmetro que descreve a
variação no comprimento de onda- de forma a obter a z em função da distância a que se encontram os
objetos,

Assim, a tradução de tudo o que foi falado agora para o contexto cosmológico é que, o comprimento de
onda detetado pelo espectador é maior, uma vez que a luz/onda de fotões que percorre o espaço até
atingir o observador vai sofrer alterações, uma vez que o espaço em si se encontra em expansão. Esta é
diferença entre o efeito de doppler e o red shift, pois um lida com o movimento do emissor ou da fonte,
o outro resulta da expansão do espaço em si.

 a(t) fator de escala


do Universo em
expansão

Aula 4 Page 5
Red Shift
14 de janeiro de 2023 22:47

Aula 4 Page 6
Movimento Próprio, velocidade radial e tangencial
12 de janeiro de 2023 21:25

As estrelas à nossa volta têm aquilo que se chama de movimento próprio, que é indistinguível a olho nu,
apenas conseguimos ver a variação do formato das constelações desta forma.
Assim, como forma de medir esta variação angular da posição do objetos, analisa-se o mesmo
perpendicularmente à linha de visão do observador na Terra,

Temos assim duas velocidades que podemos associar aos movimentos do objeto, a velocidade radial que
consiste na velocidade que observamos pelo desvio da riscas dos espetros (efeito de Doppler) resultante do
movimento na linha de visão do observador e a velocidade tangencial, descrevendo o movimento próprio.

Através destas velocidade podemos obter a expressão para o movimento espacial,

Aula 4 Page 7
Leis de Kirchhoff
22 de dezembro de 2022 13:26

Primeira lei de Kirchhoff:


 Um gás quente e denso ou um objeto sólido quente produz um espetro continuo no qual não
temos linhas espectrais escuras. Este espetro corresponde ao espetro continuo de radiação do
corpo negro, descrito pela lei de Planck.
Segunda lei de Kirchhoff:
 Um gás quente e difuso produz riscas de emissão brilhantes.
Terceira lei de Kirchhoff:
 Um gás frio e difuso irradiado por uma fonte de espetro contínuo (1º lei) produz linhas de
absorção escuras.

1ª lei 2ª lei 3ª lei

Aula 5 Page 8
Leis de Kepler
13 de janeiro de 2023 00:48

Primeira lei:
 Lei das órbitas elípticas:
Os planetas descrevem órbitas elípticas, estando localizado no foco das
elipses o Sol. Assim, sabemos que a distância do foco até ao objeto mais a
distância do objeto até ao outro foco, é sempre igual independentemente da
localização do objeto na elipse.

Segunda lei:
 Lei das áreas:
○ Esta lei diz-nos que a linha que liga o planeta ao Sol durante um certo
intervalo de tempo descreve uma área que será igual à área traçada por um
outro planeta durante o mesmo período de tempo, o que comprova que os
planetas se movem a diferentes velocidades.

Terceira lei:
 Lei dos períodos:
○ O quadrado dos períodos de translação dos planetas são proporcionais aos
cubos dos semi-eixos maiores de suas órbitas.

Aula 5 Page 9
Determinação das massas das estrelas
13 de janeiro de 2023 01:05

 Partes das estrelas, existe em sistemas acompanhadas de outras, a estes sistemas


chamamos de sistemas binários. O que verificamos em tais sistemas é que as estes
descrevem órbitas elípticas, sendo o foco o centro de massa das duas.
O que encontramos também nestes sistemas binários é que uma das estrelas tende a
ser mais massiva que a outra, isto traduz-se nas órbitas que cada uma descreve, a de
maior massa tende a descrever uma órbita menor com uma velocidade também
menor, contrariamente à estrela de menor massa.
 Podemos ver este efeito traduzido pela lei da Gravitação, que nos diz que dois corpos de
massas, m1 e m2, são submetidos a uma força de atração proporcional às suas massas e
inversamente proporcional ao quadrado da distância que separa os seu centros de gravidade.

Esta lei gravitacional está relacionada com a terceira lei de Kepler, se considerarmos que a
forca gravitacional atua como a força centrípeta do corpo podemos estabelecer a relação,

(Aqui têm de ser feitas algumas substituições para o calculo que estamos a fazer, nomeadamente, M=m1+m2, r=a1+a2)
(A informação acima corresponde para casos em que M>>m, ex: Sol)

Por sua vez a velocidade dos corpos é dada por,

Se analisarmos as duas massas vemos que a velocidade orbital depende apenas da separação entre elas, r e o semieixo maior
de cada uma das órbitas das massas.
Além disto, referindo mais uma vez uma lei de Kepler neste caso a segunda vemos que para uma órbita circular a velocidade
do corpo é cte, sendo calculada por,

Tudo o que falamos até agora acerca das órbitas das estrelas, podemos verificar no seus espetros, nos quais vamos verificar os
efeitos de redshift e blueshift do efeito de doppler consoante a localização nas órbitas. Além disso, ao analisar o gráfico do
efeito de Doppler das duas estrelas vemos que o efeito de Doppler é menor para a estrela mais massiva, o que faz sentido,
uma vez que, a estrela com massa menor apresenta o dobro da velocidade da estrela com maior massa.

Assim, conseguimos obter as


massas da estrelas, se tivermos
o período do sistema binário e
a separação média das duas
estrelas.

Aula 5 Page 10
Estrelas - Dados observacionais
13 de janeiro de 2023 02:06

A emissão de uma estrela observada é aproximada á curva de um corpo negro, seguindo a lei de Planck, que
nos diz que a intensidade da energia irradiada é proporcional à temperatura e que a curva é igual para corpos
à mesma temperatura.

Assim, a cor da estrela em si está relacionada com a sua temperatura, pela lei de Wien, ou seja, as estrelas
mais energéticas, por sua vez mais quentes, têm uma cor azulada e as estrelas menos energéticas, mais frias,
são vermelhas.

Além da cor, também a luminosidade de uma estrela está ligada à temperatura, através da lei de Stefan-
Boltzmann vemos que, as estrelas com maior temperatura são as mais luminosas, se tivermos duas do
mesmo tamanho, mas uma tiver maior temperatura esta é a mais luminosa.

Sabendo assim, tanto a cor como a luminosidade, conseguimos descobrir uma aproximação do tamanho da
estrela.
Se pensarmos agora na radiação emitida pelas estrelas, sabemos que esta interage com as camadas mais
externas da mesma (leis de kirchhoff), resultando em processos de absorção e emissão e, por sua vez, riscas
de emissão e absorção que nos ajudam a entender a composição química da estrela, como também
cinemática da mesma (movimento próprio, velocidade espacial).
Todas estas características e as suas análises, permitiram a criação de um sistema de classificação de estrelas
que as agrupa em tipos espetrais,

Para além desta classificação, existe uma extensão adicional que contém estrelas com fotosferas mais frias,
uma vez que as suas emissões se encontram no espetro dos infravermelhos, sendo difícil a sua localização no
visível, estas estrelas de menores temperaturas têm a denominação de anãs, mais especificamente anãs
castanhas que por não apresentarem temperaturas suficientemente elevadas para queimar hidrogénio,
situam-se entre a denominação de estrela e planeta.
Anãs vermelhas e castanhas:
Classificação Temperatura (K)
L 2000 K
T 550~1300 K
Y <500 K

Aula 5 Page 11
Estrelas - correlação de propriedades
13 de janeiro de 2023 02:45

Hertzprung e Russell foram os responsáveis pela criação de um gráfico que correlacionava a temperatura,
magnitude absoluta, luminosidade e classe espectral.

Este gráfico tem um papel importante na análise da


evolução estelar, como podemos observar temos uma
maior concentração de estrelas naquele ramo horizontal,
uma vez que, nesse ponto temos as estrelas que estão a
fundir hidrogénio nos seus núcleos, apelidando de
sequência principal, como se se trata-se de uma fase de
vida das estrelas (neste caso a fase mais comprida)
existindo aquelas que são as estrelas mais massivas e que
devido a isso são as mais luminosas e quentes.
Também neste gráfico podemos observar as anãs que
devido ao seu pequeno tamanho, não atingiram as
condições para o início/manutenção da fusão de
hidrogénio no seu núcleo daí não serem consideradas
estrelas.
Além disso, também neste gráfico conseguimos ver a fase
terminal das estrelas, uma vez que, quando o hidrogénio
dos seus núcleos é consumido, as estrelas iniciam uma
nova fase abandonando a sequência principal, passando
para as fases de gigante a supergigante.

Aula 5 Page 12
Sol_ Características/ Produção de energia
22 de dezembro de 2022 13:26

Características:

A sua composição química é de maioritariamente Hidrogénio e Hélio, a existência de outras substâncias que
o compõem é explicada pelo tempo de vida desta estrela, que se considera ser de 2ª/3ª geração, estando
situada no centro da sequência principal.

Produção de energia nas estrelas:


 O Sol pode ser descrito como uma bola quente de gás que se encontra em equilíbrio hidrostático. Este
equilíbrio ocorre entre a pressão exercida em cada ponto do interior da estrela e a força da gravidade
que atua na direção do seu núcleo, se tal não se verificar e a pressão do interior for maior a estrela irá
explodir, se o contrário se verificar e a força gravítica das camadas exteriores for maior a estrela irá
implodir. Assim, vemos que ao aproximarmo-nos do centro da estrela, a pressão aumenta, juntamente
com a densidade e a temperatura, o equilíbrio mantém-se, pois com o aumento da massa no núcleo a
atuação da força gravítica é cada vez maior.
 O processo de produção de energia é chamado de fusão nuclear, esta acontece quando estamos na
presença de protões e neutrões que se movem a altas velocidade (a elevadas temperaturas),
ultrapassando a repulsão elétrica entre estes, levando á fusão dos mesmos e como consequência a
libertação de energia. Esta produção de energia é constante e os núcleos mais leves fundem-se
formando, desta forma, núcleos mais pesados, o Hidrogénio é a componente mais leve e mais
abundante no núcleo e a sua fusão é dada segundo a cadeia,

 Apesar de o processo aparentar ser extremamente rápido, vale referir que os três processo acima
falados acontecem em intervalos de tempo muito diferentes, o 1º acontece a cada 5*10^9 anos,
enquanto o 2º ocorre a cada segundo e o último a cada 5*10^5 anos. O que acontece é que, como
estamos perante uma cadeia o 2º e 3º processo ocorrem apenas se o primeiro se verificar, isto explica
o porquê de as estrelas não desaparecem rapidamente, podendo também ser uma forma de estimar a
vida de uma estrela, tendo em conta a massa da mesma e a quantidade que é consumida na fusão.

Aula 6 Page 13
Sol_ Transporte de energia/ Teste de modelos
14 de janeiro de 2023 00:33

Nota:
• Os neutrinos que são libertados durante o primeiro processo, uma vez que, não interagem com as
componentes à sua volta, escapam do sistema atuando como mensageiros daquilo que está a
acontecer no Sol.

Transporte de Energia:
 O transporte de energia pode ocorrer por três métodos diferentes:
○ Condução - as partículas que se encontram em vibração térmica, transmitem essa vibração a
partículas à sua volta. Nas estrelas, não é um transporte de energia muito eficiente, uma vez
que, as partículas se encontram afastadas.
○ Convecção - a energia térmica é transportada pelo gás num movimento de zonas quentes para
zonas mais frias.
○ Radiação - No Sol, a energia produzida no seu núcleo escapa na forma de fotões, em que os
mais energéticos se movem para regiões mais frias. Este transporte é mais eficiente em zonas
menos opacas
 Assim, no Sol o transporte é dado por dois processos, por
radiação, primeiramente, transportando os fotões na zona menos
opaca (70% do trajeto é dado na zona radiativa), até que este
movimento passa a dar-se pela convecção em zonas mais opacas
e nas quais é a temperatura permite aos átomo ionizados
recuperarem eletrões e mais uma vez por radiação nas camadas
mais exteriores, em que a opacidade diminui.
 Apesar disto, o trajeto do fotão tende a ser extremamente curto,
pois este acaba por ser absorvido/dispersado pela matéria à sua
volta, ex: eletrões livres, leva assim cerca de 10^5 anos para um
fotão chegar à fotosfera. Estas interações fazem com que o fotão
perca energia, ou seja, um fotão na banda dos raios-gama, tende
a atingir a fotosfera na zona do visível ou infravermelho.

Teste dos modelos solares:

 Tal como foi referido anteriormente, o estudo do Sol e do que


acontece no seu interior, pode ser feito pela análise dos neutrinos
libertados durante a produção de energia.
 Uma outra forma de analisar o Sol é o ramos da Heliosismologia,
que consiste no estudo das ondas emitidas no Sol, tal como na
Terra se faz a análise das ondas sísmicas. Assim, é feita a analise
destas e dos movimentos de ascensão e afundamento tendo em
conta o efeito de Doppler, e comparando as medidas da
intensidade, frequência e comprimento de onda com os dados
previstos.

Aula 6 Page 14
Sol_ Zonas mais exteriores/Atividade solar
14 de janeiro de 2023 01:43

Zonas mais exteriores:


 A zona mais externa do Sol corresponde aquela, pela qual a
energia é liberta, sendo constituída por:
○ Fotoesfera - emite a radiação, que já terá sido absorvida
pela matéria nas camada inferiores e passada para esta. A
sua temperatura efetiva (temperarura à superfície) é
calculada tendo em conta a luminosidade e raio do Sol,
através da lei de Steffan-Boltzmann Teff=5780 K,
espessura - ~500 km, é de ressaltar que a temperatura,
enquanto se percorre a fotoesfera não se mantém
constante o número indicado é a média da mesma, o que
ocorre, é que quanto maior a distância, menor é a
temperatura. A radiação que emerge da mesma, interage
com as camadas mais exteriores da atmosfera, sendo
obtidas mais de 70 riscas de absorção dos diferentes
elementos que compões o Sol.
○ Cromosfera - a temp. aumenta pelo que se deduz serem
interações da atividade magnética (campos magnéticos
fortes e fulgurações solares), na fronteira com a coroa.
Nesta zona, existe uma emissão muito elevada de riscas
da série de Balmer, que lhe dão a cor avermelhada
característica.
○ Coroa - existe uma forte emissão de raios x, levando à
ionização completa de uma parte dos átomos

Atividade Solar:
 Manchas Solares: consistem em material preso pelas linhas do campo magnético e que, por esta
razão, são impedidos de afundar para a zona mais quente arrefecendo e ficando com uma cor mais
escura característica.
Estas manchas são muito úteis para o estudo do período de rotação do Sol devido ao seu movimento
cíclico, estes tendem a aparecer e começar a movimentar-se dos polos para o equador ( aqui a
velocidade angular é maior, temos rotação diferencial, característica de gases e líquidos), onde
desparecem. Com a análise do movimento das mesmas foi possível concluir que existe um período
de ~11 anos e um ciclo ~22 anos que termina com a inversão dos polos magnéticos.

 Regiões ativas solares: das manchas solares acima faladas, surgem ejeções de gás a altas velocidade,
estas rápidas ascensões acontecem a elevadas temperaturas, milhões de K, podendo atingir a coroa.
Apesar de serem uma espécie de jatos, estes não apresentam uma direção perpendicular à zona da
fotoesfera em que são formados, formando laços coronais que compõe maior parte da coroa inferior
do Sol. Assim, estas regiões são caracterizadas por ejeções de massa coronal (falada acima) e
erupções solares - libertação de elevadas quantidades de radiação e partículas a altas velocidades.

Aula 6 Page 15
Sol_ Space Weather
14 de janeiro de 2023 02:51

Os eventos solares que acabamos de falar têm muita influência nos planetas que
constituem o Sistema Solar, pensemos na Terra. As ejeções de massa coronal são
responsáveis por uma deformação temporária do campo magnético da Terra, podendo
induzir uma reconexão magnética que lança protões e eletrões na direção da atmosfera
terrestre formando aquilo que chamamos de auroras. Também as tempestades solares
têm consequências tal como a alteração da direção das linhas do campo magnético,
criando alterações nas redes de energia e satélites.

Aula 6 Page 16
Formação de estrelas - ISM (Meio interestelar)
22 de dezembro de 2022 13:26

O meio interestelar é formado por duas componentes: Gás 99% e


Poeira 1%.
Gás :
• ~90% hidrogénio, ~10% hélio, ~0.1% elementos mais
pesados
• Encontram-se no estado gasoso, átomos e partículas
• Densidade muito baixa 0.1 moléculas/cm^3
Poeira:
• Grãos de vários tamanhos, até 300nm
• A base destes grãos são grupos de átomos de silício, ferro e
carbono, que depois se agrupam com outros e átomo e
moléculas.
 A poeira apresenta uma característica que afeta a nossa
visão dos objetos, devido ao seu tamanho, os grãos de poeira
podem ou não interagir com a radiação, se o comprimento
de onda da radiação for muito mais longo que a partícula
esta não interage com a mesma, radiação no IR e rádio. Se o
comprimento de onda for menor então já existe interação, a
radiação pode ser ou absorvida ou dispersada pela partícula
dando-se a extinção interestelar, para raios-x, UV, visível
 Esta interações afetam as propriedades da própria poeira,
uma vez que, com a absorção da radiação esta irá aquecer,
assim a temperatura pode ser determinada pela radiação
que esta irá depois emitir podendo ser tratada como um
corpo negro (usa-se a lei de wien)
 Além disto, as alterações devido as interações estendem-se
também à forma como observamos os objetos, isto porque,
ao absorver parte da radiação que o objeto emite, se
estivermos a ver este corpo com a poeira na nossa linha de
visão, o espetro do mesmo será mais fraco na zona dos azuis
dá-se a este fenómeno o nome de reddening, o objeto é visto
como avermelhado.
Como foi falado acima o ISM é formado por duas componentes, mas estas componentes estão agrupadas em
nuvens de gás (2% do volume do ISM) mais densas e no meio inter-nuvens (98%do volume do ISM).
As inter-nuvens estão distribuídas em 3 categorias de componentes:
• Gás extremamente quente:
○ T > 10^6 K
○ Densidade muito baixa ~0.005 átomos/cm^3
○ O material deste meio encontra-se completamente ionizado
○ A temperatura do meio é justificada pela presença de supernovas que o aquecem
• Gás aquecido:
○ T ~8000 K
○ Densidade 0.01-1 átomos/cm^3
○ Comum nas regiões onde estão presentes estrelas
○ A radiação das estrelas aquece o meio (radiação na zona Hα_falado aula 6), podendo também ionizar
o gás (radiação UV pode ionizar o hidrogénio)
• Gás frio:
○ T ~100 K
○ Densidade 1-100 átomos/cm^3
○ Nestas zona o fenómeno predominante é a alteração dos estados de spin do protão e do eletrão do
Hidrogénio, o estado de maior energia tem spins antiparalelos e pode resultar da colisão com outros
átomos.
○ Verifica-se desta forma predominantemente a passagem espontânea do átomo de hidrogénio para o
estado de menor energia que resulta na emissão de fotão cujo comprimento de onda corresponde a
um comprimento de onda de 21 cm

Aula 7 Page 17
Formação de estrelas
14 de janeiro de 2023 22:44

As nuvens de gás são maior parte gás atómico, com a exceção do centro da nuvens, nos quais a poeira exterior protege
as moléculas interiores de radiação externa, a estes centros chamamos de,
• Nuvens moleculares:
○ Massa entre alguma massas solares e milhões de massa solares
○ Temperatura baixa: ~10 K
○ Densidade alta: 100-1000 moléculas/cm^3
○ Formação: hidrogénio molecular, molécula menor_2 átomos de H
○ Dimensões: 1 ano luz ~ 10^3 anos luz
○ São o local onde ocorre a formação de estrelas
 As nuvens de gás encontram-se em equilíbrio estático, mas se estas forem densas e massivas o suficiente, estas
podem quebrar o equilíbrio espontaneamente e colapsar sobre si mesmas de uma forma fragmentada, uma vez
que a densidade das mesmas não é igualmente distribuída ao longo das mesmas. Assim, formam-se vários núcleos
de alta densidade, dos fragmentos da nuvens, até que as partes internas da núcleo da nuvem caem para dentro
seguidas das partes mais exteriores, dando-se início, no centro da nuvem, a formação de uma protoestrela.
 Esta formação deve-se á transformação da energia gravitacional em energia térmica aquando do colapso, fazendo
com que as partículas se movam cada vez mais depressa, colidindo com outras e assim, aumentando a
temperatura na zona central. O aquecimento leva a que a protoestrela se torne brilhante e a que esta inicie a
fusão do deuterino (isótopo de H)

 Também se inicia o transporte de energia na protoestrela por meio de convecção que definem a fotoesfera e
impedem a queda de mais gás no centro, esta fotoesfera é bem maior que a fotoesfera do Sol, fazendo como que
uma protoestrela seja mais brilhante que este.

 Com a adição de material ao centro o que se verifica é que passa-se a formar um ponto de equilíbrio entre a
pressão de radiação e a força gravitacional, forma-se o equilíbrio hidroestático dinâmico, a pressão e a
temperatura no centro continuam a aumentar até que a protoestrela começa a ficar compactada, diminuindo
cada vez mais o seu tamanho e aumentando a sua temperatura até que, esta atinge o ponto em que inicia a fusão
de hidrogénio em hélio, passando assim a ser oficialmente uma estrela.
 Existe desta forma, um requisito de massa para a formação de uma estrela que +e de cerca de 0.08 massa solares
~80 massas de Júpiter. Se tal não acontecer, temos as anãs castanhas com massas entre >12 e <80 massas de
Júpiter, a energia que é emitida por estes corpos não está constantemente a ser produzida é apenas a energia
acumulada do processo de colapso gravitacional.

Aula 7 Page 18
Formação de estrelas
14 de janeiro de 2023 22:44

Uma forma de relacionar a energia potencial gravítica e a energia cinética em equilíbrio de uma estrela ou
nuvem de gás é através do teorema de Virial.

Podemos também estimar a quantidade de energia obtida através do colapso gravitacional com as seguintes
expressões,

Além disto, podemos também fazer a estimativa da massa mínima para que se dê o colapso e o tamanho
respetivo da nuvem, através da Massa de Jeans, que nos diz que para qualquer massa maior que Mj dá-se o
colapso e formação de uma nova estrela, com isto vem também o comprimento de Jeans que nos dá o
tamanho.

 Existe uma sequência que faz parte do diagrama de Hertzsprung-Russell que descreve o momento entre
o qual a protoestrela termina o processo de rápida contração e se dá o início da fusão de hidrogénio,
esta é a sequência de Hayashi. Como falamos acima, a protoestrela continua a contrair tornando-se
cada vez mais pequena e aumentando a sua temperatura, o que acontece é que apesar da elevada
temperatura, como a área de superfície desta diminui também a sua luminosidade diminui, daí ser difícil
identificar protoestrelas, esta sequência define assim a luminosidade em função da temperatura da
protoestrela.

Aula 7 Page 19
Evolução Solar
13 de janeiro de 2023 03:07

Devido à sua rápida evolução, o estudo da vida das estrela é processo complicado, normalmente,
recorre-se às estruturas chamadas de enxames de estrelas, no processo de fragmentação da
nuvem molecular, dá-se a formação de várias estrelas que por terem a mesma origem, partilham
também da mesma metalicidade, mesma idade e distância. Assim, temos dois tipos de enxames,
os enxames globulares, concentração unida pela gravidade cuja nuvem não foi alvo de impactos
ao longo do seu colapso, e enxames abertos, também unida pela gravidade, mas aqui durante o
colapso da nuvem está poderá ter sido atingida por, por exemplo, ondas de choque de uma super
nova vizinha, tendem a formar-se em galáxias espirais e irregulares, onde ainda decorre a
formação estelar e é devido à proximidade com outros enxames e nuvens que podem ser
destabilizadas.

Até agora falamos da sequência principal apenas em termos teóricos, mas existem relações
matemática que vale a pena dar atenção, tais como, a relação entre a massa e luminosidade de
uma estrela,

Também vale ressaltar, a equação que nos dá o tempo de vida média na sequência principal, que
esta diretamente relacionado com a quantidade de hidrogénio da estrela, M e o quão rápido o
combustível é utilizado, t,

 A massa tem influência em variados fatores da


estrela, quanto maior for, maior é a força
gravitacional, pressão interna (promovendo a
interação entre as partículas), promovendo a
fusão e, por sua vez, a libertação de energia.
Ou seja, quanto mais massiva for uma estrela,
mais curto é o tempo de vida desta.
Agora, quando uma estrela deixa a sequência
principal, seguem um outro percurso este
dependente da massa da mesma,
○ M> 8 Mo - estrelas massivas (O e
B)
○ 3 Mo < M < 8 Mo - estrelas de
massa intermedia (B)
○ 0.5 Mo < M < 3 Mo - estrelas de
massa pequena (A,F,G,K)

Aula 8 Page 20
Evolução de estrelas de pouca massa
14 de janeiro de 2023 22:34

Evolução de estrelas de pouca massa (M < 8Mo)


Quando a fusão de hidrogénio no núcleo de uma estrela acaba e tenso apenas hélio a estrela abandona a
sequência principal. Além disso, na própria estrela o equilíbrio hidrostático não é atingido, a força da gravidade
torna-se maior que a pressão de radiação e esta entra em colapso no seu centro, começando o processo de
compactagem do núcleo de hélio que se torna cada vez mais denso. Eta compactação pode ter grandes
dimensões tal que a matéria se torna degenerado, os eletrões da mesma estão tão próximos que não é possível
compactá-los mais.
Este material compactado é assim chamado de gás degenerado, a sua elevada densidade leva a que este altere o
seu comportamento, passando a comportar-se como um sólido, nestes os eletrões, protões e neutrões
(fermiões) não ocupam os mesmos números quânticos.
Nestes estados degenerados acontece uma fenómeno diferente, a acumulação da massa resulta, aqui, na
diminuição contínua do tamanho do corpo e quando atinge o ponto limite de compressão dos eletrões, este
passam a produzir uma pressão que equilibra a força das camadas externas, impedindo o colapso total do
núcleo, nesta zona, os núcleos de Hélio movem-se entre os eletrões como um gás normal.

Casca de fusão:
É importante referir que, apesar de no núcleo já não
ocorrer fusão de hidrogénio, existe uma casca que o
envolve em que tal ainda ocorre. Esta casca liberta
mais energia que a fusão de Hidrogénio que
aconteceu no núcleo, voltando a equilibra a força de
gravidade, permitindo a expansão das camadas mais
exteriores da estrela, aumentando o seu raio por
vezes mais de 100x.
Assim, a luminosidade aumenta e a temperatura
diminui, a estrela move-se para o canto superior
direito do diagrama e passamos a ter uma gigante
vermelha.

Fusão de Hélio:

Mas a evolução da estrela não acaba aí, com a fusão de hidrogénio na casca, existe uma acumulação de
hélio mas camadas externas ao núcleo, aumentando a força gravítica e a pressão (gás degenerado), ou
seja, existe mais energia acumulada à volta do núcleo, aumentando a temperatura que facilita a queima
do Hidrogénio, é um ciclo de constante acumulação que provoca o aumento das gigantes. Mas este ciclo
encontra o seu fim quando, a temperatura atingida é tão alta que a energia cinética dos núcleos de 4He
vencem a repulsão elétrica e aproximam-se o suficiente para iniciar a fusão do Hélio, com a formação de
carbono. Esta fusão por ocorrer num meio onde o gás se encontra num estado degenerado, com
condutividade térmica muito elevada, dá-se em apenas alguns minutos.

Aula 8 Page 21
Evolução Solar
14 de janeiro de 2023 12:40

O que acontece após a fusão do Hélio?


Após a fusão do Hélio que falamos anteriormente, aa pressão térmica
é superior á pressão do gás degenerado dando-se, o Flash de Hélio.
AZ energia que é libertada neste processo viaja ao longo das camadas,
aproximando-as ao núcleo, mas como os eletrões já não se
encontram num estado degenerado e passam a espalhar-se pelo gás,
temos a expansão do núcleo.
É neste expansão que a estra encontra, mais uma vez, um novo
equilíbrio hidrostático, neste a força gravitacional e a pressão são
menores no centro, tal como a energia que já não é suficiente para
estimular reações a níveis nuclear, sendo assim emitida cada vez
menos energia. Este processo, leva cerca de 100 000 anos a acontecer
após 100 milhões de anos de fusão de Hélio no núcleo.
Ramo Horizontal:
Após tudo isto, a luminosidade da estrela diminui cerca de 100x,
desde que esta se encontrava no ramo das gigantes a estrela também
diminui o seu tamanho, uma vez que em camadas mais externas o
força gravítica é maior á pressão de radiação, sendo que a fg é
convertida em energia cinética aumentando a temperatura destas
zonas. O novo ramo que estas estrelas passam a ocupar chama-se de
ramo horizontal, semelhante à sequência principal, só que aqui dá-se
fusão de Hélio no núcleo e é apenas nas camadas externas que se dá
fusão de hidrogénio.

Ramo assintótico das gigantes AGB:


Agora, como vimos na esquemática das reações que ocorrem na fusão de Hélio, vemos que ocorre a
produção de carbono. Ao longo do processo, acabaremos por ter um núcleo formado por carbono, que
por não ter temperatura suficiente para se fundir, torna-se um núcleo inerte que fica degenerado devido
á força gravítica. Passamos assim a ter na camada logo a seguir ao núcleo fusão de Hélio e após esta
fusão de Hidrogénio. A energia destas fusão atinge mais uma vez as camadas externa e ocorre expansão
passando outra vez a estrela a ser uma gigante vermelha, está assim no Ramo Assintótico das gigantes.

 Este processo de expansão é de elevadas dimensões, uma vez que nas camadas mais exteriores a
gravidade é menor permitindo a expansão. Além disso, durante a fusão d Hélio, cadeia 3-alfa, existe uma
elevada dependência da temperatura, existem assim bolsas de energia extra que são depositadas nas
camadas mais exteriores, estimulando a ejeção de mais matéria para as zonas exteriores, diminuindo a
massa das mesmas o que leva ao aumento da pressão de radiação, superando a força gravítica e
formando Nebulosa Planetárias.

Aula 8 Page 22
Evolução de estrelas de elevada massa /pequena
massa
14 de janeiro de 2023 22:37

 Por fim, o final destas estrelas de pequeno tamanho é a sua transformação do pequeno núcleo de
carbono em anãs brancas, extremamente quentes que irão arrefecer ao longo do tempo, mas de
tamanho muito pequeno raio~ raio da Terra e de massa ~0.6-1 Mo

Evolução de estrelas de elevada massa (M > 8 Mo)


Para estrelas de segunda geração a própria fusão do hidrogénio acontece segundo uma cadeia
de reações diferente, a cadeia CNO, C/O/N são catalisadores (aceleram a reação), não chegam a
ser consumidos, é a mais eficiente para as quantidades de matéria destas estrelas
comparativamente à cadeia PP. (começa a compensar este método para M > 1.5 Mo)

Devido às elevadas temperaturas das estrelas de grandes massa, após a fusão do hidrogénio, apesar de a
pressão de radiação também diminuir e se dar contração, não se dá acumulação de Hélio no centro, uma vez
que esta característica promove o transporte de radiação por convecção no próprio núcleo da estrela. Assim,
após abandonar a sequência principal o núcleo não se torna um gás degenerado, mas apenas passa para a
fusão de Hélio, de forma contínua, sendo que nas camadas externas também se dá a queima de hidrogénio. A
energia irradiada por estes processos, também aqui promove a expansão das zonas mais exteriores da estrela,
tornando-se numa gigante vermelha, essas zonas apresentam temperaturas baixas de cerca de 4000K, mais
com raios 1000x maiores que o Sol, a luminosidade destas é assim constante ao longo de todo o processo, pois
não temos a espécie de "saltos" entre raios como para estrelas menores.
 Outra grande diferença desta estrelas é que a sua elevada temperatura já desde o início dos processos, leva a
que esta esteja suficientemente quente para que ocorra a fusão do carbono restante, sem se formar mais uma
vez gás degenerado. Após esta fusão dá-se ainda a fusão do Néon (que produz oxigénio, magnésio, …), a fusão
do oxigénio (que produz silício, …) e fusão do silício (que produz ferro), sendo que se observarmos as camadas
do interior até ao exterior vemos esta cadeia de fusões desde a última no interior até à inicial na zona mais
exterior.
Estas fusões tornam ao longo do tempo o núcleo cada vez mais denso, aumentando a temperatura e
acelerando a próxima fusão.

Aula 8 Page 23
Zonas de instabilidade
14 de janeiro de 2023 14:25

Zona de instabilidade:
Quando abandonam a sequencia principal as estrelas
podem passar por fase de instabilidade, identificado no
diagrama HR com um ziguezague. Nesta zona as estrelas
varia o seu brilho ao longo do intervalo de tempo -
Estrelas Variáveis - o seu ponto de equilíbrio hidrostático
entra em ctes desequilíbrios, as estrelas adquirem um
comportamento de pulsação aumentando e diminuindo o
seu tamanho para equilibrar a pressão de radiação e a
força gravítica. Desta forma, a luminosidade e
temperatura da estrela variam periodicamente, sendo que
pra maior luminosidade a estrela está mais azul e no pico
de menor luminosidade esta está avermelhada.

A estrela variável mais luminosa é chamada de Cefeida, supergigante massiva e luminosa de


cor amarela, o seu ciclo de pulsação é completado em cerca de 1 ~ 100 dias dependendo da
sua luminosidade.

Esta relação de dependência entre a o tempo de variabilidade e a luminosidade da estrela pode


ser traduzido numa relação matemática,

Com isto podemos também determinar a magnitude absoluta e, por sua vez, a distância,

Aula 8 Page 24
Evolução Estelar - Núcleo de Ferro
13 de janeiro de 2023 03:07

Como foi referido anteriormente as estrelas de grandes massas apresentam um série de fusões que
termina com a fusão do silício, com a produção de ferro. Este ferro, por sua vez, não é fundido, uma
vez que, a energia necessária para quebrar este núcleo na reação nuclear é maior que a sua energia
de ligação, assim a reação é endotérmica diferente das reações até aí que eram exotérmicas.
Desta forma, passamos a ter um núcleo de ferro inerte, que não produz energia e irá colapsar,
ficando num estado degenerado. Só que no caso presente, a força da gravidade ultrapassa a pressão
do gás degenerado e a temperatura atinge valores maiores que 10^10 K e a densidade valores de 10
^10 kg/cm^3 (10x mais a densidade de uma anã branca), assim com estas temperaturas o núcleo vai
ser bombardeado por radiação térmica, na banda dos raios-gama.
Esta radiação irá desintegrar o núcleo de ferro que , absorve fotões e transforma-se em dois núcleos
de He. (a desintegração é uma característica do ferro, foto-desintegrado)

A densidade elevada provoca também reações, os eletrões começam a ser capturados pelos núcleos
atómico, combinando-se com protões, resultando em neutrões e neutrinos.
Estes processos retiram energia ao centro, diminuindo a pressão radiativa e os neutrino acabam
mesmo por escapar da estrela, por não interagirem com outras componentes, levando assim parte
da energia. Tudo isto acelera o colapso do núcleo que atinge velocidades de 70000 km/h e que neste
ponto é formado por neutrões.
Apesar de uma parte dos neutrinos escapar da estrela, existe ainda uma parte que é presa nas zonas
de elevada densidade, formando bolhas de neutrinos que aumentam a pressão e a temperatura,
levando á expansão da camada de gás que rodeia o núcleo da estrela. A pressão desta camada
aumenta a níveis extremos devido a estas bolhas de neutrinos, juntamente com a forca repulsiva
nuclear da compressão do núcleo, formando uma onda de choque com uma energia colossal que em
1 minuto atinge a zona de fusão de hélio e em poucas horas a superfícies da estrela, aquecendo-a até
500 000 K e ejetando o material para fora da estrela com velocidade até 30 000 km/s. A estrela
explode com a luminosidade a atingir um pico de milhões de milhões de vezes a luminosidade do Sol,
formando uma Supernova.

Aula 9 Page 25
Evolução Estelar
14 de janeiro de 2023 22:41

Após isto, no centro resta:


○ Para núcleos restantes c/ M < 3 Mo:
obtemos as estrelas de neutrões do
material colapso e em limite de
compactação
○ Pra núcleos restantes c/ M > 3 Mo: a
pressão do gás degenerado é menor que
a implosão (devido à força gravítica) e o
núcleo entra em colapso, formando um
buraco negro

O que acabamos por concluir é que para além do


elementos primordiais hidrogénio, hélio, lítio e
berílio, é nas estralas que se formam todos os outro
elementos químicos, especialmente nas explosões
das supernovas.

Estrelas de Neutrões / Pulsares:


Quando se dá o colapso de uma estrela massiva este roda
por conservação do momento angular, esta rotação aumenta
numa estrela de neutrões podendo rodar centenas de vezes
por segundo. Também no colapso, existe conservação do
campo magnético, as estrelas de neutrões têm assim
magnetosferas extremamente fortes que rodam devido à
rotação da própria estrela. Assim, as partículas carregadas
em aceleração são conduzidas ao longo do campo para os
polos magnéticos, produzindo deixes de radiação nos
mesmos, originária da aceleração. Estes feixes ao longo da
rotação da estrela atuam como uma espécie de farol no
espaço, sendo detetados de forma periódica, temos assim os
Pulsares.

Resumo:

Aula 9 Page 26
Galáxias_Introdução
13 de janeiro de 2023 16:00

As galáxias são conjuntos de estrelas, poeira e gás que estão ligados pela força gravitacional, o seu tamanho
varia entre 1 kpc e 100 kpc de diâmetro e a sua massa entre 10^6 Mo e 10^13 Mo.
A análise apenas da distância a que se encontram é usada para a sua datação relativamente ao Big Bang (red
shift), seja z = 10.5 a galáxia foi formada 450 milhões de anos após, se z = 12.5, foi formada 350 milhões de
anos após.
As galáxias em si não podem ser consideradas objetos sólidos, imóveis ou imutáveis, estas estão em
constante movimento e sofrem constantes alteração, estas estão "vivas".
Além disto, estas podem ser agrupadas em diferentes categorias que descrevem o seu formato/tamanho:
○ Espirais;
○ Elípticas;
○ Anãs;
○ Irregulares;
○ Peculiares: em fusão, interação com surtos de formação estelas c/núcleos ainda ativos

Galáxias Anãs:
O seu brilho superficial é muito baixo, o que torna a sua deteção muito difícil, constituem 90% da nossa
vizinhança galáctica.
Galáxias irregulares:
Formato alterado, podem, por exemplo, ter sido afetadas pelos campos magnéticos das suas galáxias
vizinhas.
Galáxias peculiares:
Galáxias que têm núcleos ativos ou que apresentam AGN
Galáxias elípticas:
Juntamente com as galáxias espirais são as mais massivas e luminosas. A sua morfologia é tal como o nome
indica esférica/elipsoide
Galáxias espirais:
A sua morfologia é o que dá também o seu nome, é constituída por um disco, juntamente com uma barra que
a atravessa e braços espirais.

Apesar da morfologia ter sido o critério usado para as


descrever durante muito tempo, sabemos agora que são
várias as características que as formam, tal como o seu
espetro eletromagnético que se estende para além do
visíveis. Para as galáxias que emitem em todo o espetro,
sabemos que a sua emissão não deriva apenas da emissão
originada pela evolução estelar.
Apesar disto, sabendo que as estrelas mais jovens emitem
na zona do azul, as mais velhas nas bandas mais
amareladas e a poeira no infravermelho, podemos através
da análise da emissão de uma galáxia identificar as
componentes da mesma, como também se nesta existe
formação estelar, se a emissão for mais vermelha, então
as estrelas que a compõe têm máximos no seu espetro
nas bandas amareladas e avermelhadas indicando que
estão mais fria e por isso mais "velhas".

Aula 10 Page 27
Galáxias espirais e espirais
14 de janeiro de 2023 16:39

Galáxias espirais-------------------------------------------------------
Gás e poeiras:
As galáxias espirais tendem a conter grandes quantidades de gases e poeira e gás molecular denso e frio
que está acumulado no disco e ao longo dos discos. Esta poeira é responsável por absorver luz não só na
banda do visível, mas como na banda dos infravermelhos. O gás atómico, predominantemente hidrogénio
pode ser bem idenficado na banda do rádio, no cal se pode verificar que este se estende por regiões para
além das estrelas.

População de estrelas:
Como se falou no introdução, podemos analisar a presença de formação de estrelas pelas cores das
regiões assim, regiões azuis indicam a presença de estrela jovens, massivas, ainda em formação,
especialmente nos braços da galáxia; regiões amareladas, indicam a presença de estrelas mais velhas;
regiões rosada, geralmente são a indicação certas de que ainda se estão a formar estrelas. Nota: a luz
azul emitidda pelas estrelas jovens é tal que domina a luz emitida pelas mais velhas, ou seja, em locais em
que estão presentes estrelas novas é certo estarerm também várias mais velhas.

Partes da galáxia espiral:


 Bojo: centro constituído maioritariamente por
estrelas mais velhas, que formadas nos braço
migraram para o centro da galáxia
 Braços espirais: local onde se dá a formação de
estrelas
 Disco: Constituído também por principalmente
estrelas velhas
 Gás: fotoionizado pela radiação UV emitida pelas
estrelas jovens
 Poeiras: absorvem a radiação

Galáxias elípticas-----------------------
Estrelas, gases e poeira:
As cores destas galáxias são amarelas e avermelhadas, indicam
uma população estelar mais velha, sem formação estelar. A
sua densidade estelar está distribuída de forma irregular,
sendo mais densa no centro diminuindo a mesma, ao longo
que nos afastamos do mesmo.
Também nestas galáxias podemos encontrar gases de muito
baixa densidade e poeiras espalhadas ao longo da mesma, mas
estas quantidade em nada se comparam com as quantidades
das galáxias espirais.
Apesar disto, o gás contido nestas galáxias é muito quente,
não é detetado gás molecular frio.

Dinâmica das espirais e elípticas:


Nas galáxia elípticas, as estrelas adotam órbitas em variadas direções, sendo que o formato elíptico desta em
si, é devido ao movimento das estrelas numa certa direção que estende a galáxia na mesma.
Já nas galáxias elípticas o movimento das estrelas é dado como uma combinação de dois movimentos, no bojo
este é igual ao que ocorre nas elípticas, enquanto nos braços as estrelas adotam um movimento regularizado
e ordenado, descrevendo órbitas quase circulares na mesma direção, tendo como centro o bojo.

Aula 10 Page 28
Relações de escala
14 de janeiro de 2023 17:03

Relações de Escala:
As relações de escala dizem-nos que galáxias elíptica e espirais apesar das diferenças entre estas, o seu
processo de formação é semelhante.
Galáxias espirais:
• A sua velocidade máxima de rotação e a luminosidade total estão correlacionadas, relação de Tully-
Fischer:

• Para obter a distância das galáxias podemos assim recorrer à relação de TF para descobrir a
luminosidade, e com a magnitude aparente e a velocidade de rotação podemos determinar a
distância.
Ou então, recorrer ao período-luminosidade das Cefeidas e à lei de Hubble (redshift).

• Para determinar a massa da galáxia temos também dois métodos, podemos basear-nos na
reprodução do espetro de uma galáxia, baseando na luminosidade de cada componente. Ou,
recorrer à dinâmica das componentes analisando o efeito da gravidade no movimento deste,
exemplo, determinação da massa central através da órbita das estrelas.

Aula 10 Page 29
Matéria escura
14 de janeiro de 2023 18:00

Atendendo ao calculo da velocidade de rotação e ao efeito de Doppler que afeta os dados que nos
chegam podemos traçar a curva de rotação da galáxia. Seria de prever que a massa numa galáxia espiral
se distribui da mesma forma que a luz, ou seja, a densidade seria maior no centro da galáxia sendo menor
quanto mais nos afastamos deste. E por sua vez, prevíamos também que a velocidade de rotação atingiria
um pico e que quanto maior a distância do centro menor esta seria. Mas, os dados observados não
indicam isso, estes dizem que após atingir o pico a velocidade diminui um pouco mas atinge um ponto em
que independente da distância ao centro, esta é cte, podendo até aumentar.

Assim, vemos que a massa não pode estar distribuída da mesma forma que a luz, implicando assim a
existência de uma componente extra que não é detetada por esta, matéria escura. O que se verifica é que
no centro da galáxias espirais a distribuição de massa alinha-se com a da luz, mas nas zonas mais
exteriores isto não se verifica, devido à existência de um halo de matéria escura que as compõe na sua
maioria, podendo a matéria escura constituir cerca de 95% a massa total de uma galáxia espiral.

Para as galáxias elípticas não temos curvas de rotação, o que fazemos é o calculo da quantidade massa
necessária para conter o gás lá existente extremamente quente (detetado através de raios X) e comparar
com a massa luminosa, a diferença entre estas é a matéria escura, estando também mais concentrada
nas zonas exteriores, formando cerca de ~90/95% da massa total.
Existem vários candidatos à matéria escura, tais como:
○ Partículas:
▪ Neutrinos - podem ter mais massa, mas seria apenas uma pequena fração da matéria
escure
▪ WIMP - weakly interacting massive particles, extensão do modelo standard de partícula
○ Objetos astronómicos:
▪ MACHO - massive compact halo objects, anãs castanhas, estrelas de neutrões, buracos
negro, anãs branca muito frias, …
▪ Pensa-se constituirem apena 20% da matéria escura

Aula 10 Page 30
AGN - Galáxias com núcleos ativos
14 de janeiro de 2023 18:16

Verificam-se em galáxias com propriedade muito peculiares:


 Luminosidades extremas 10^12 a 10^15 Lo
 A maior parte da radiação emitida é oriunda de um ponto central muito pequeno AGN
(centro: 1 pc numa galáxia de 100 000 pc)
 Parte da luz que emite não tem origem nas estrelas, esta encontra-se nas bandas do radio,
raio-x e até raios gama, sendo a emissão um fenónemo variável e mais rápidas para
energias elevadas
 Alguns apresentam jatos (gás ionizado que se move a velocidades relativísticas) detetados
predominantemente no radio
 Presença de AGN, esta é rara, seria mais recorrente no passado, são provas da evolução
do Universo

Constituição de um AGN:
A parte central deste descrito como, o motor central, consiste num
disco de acreção extremamente quente cujo centro é ocupado por
um buraco negro de elevada massa - 10^7 Mo a 10^10 Mo.
A energia destes é gerada pela queda do material pela gravidade no
buraco negro que é aquecido a altas temperaturas.
O raio de ação do buraco negro pode ser calculado recorrendo ao
raio de Schwarzschild:

Buraco negro:
Muito resumidamente, o buraco negro pode ser descrito como um
objeto cuja velocidade de escapatória é maior que c.
 Para que o AGN se mantenha com a sua eleva luminosidade é necessário que este tenha sempre "combustível", este
é obtido devido às características físicas do buraco negro, a viscosidade do disco de acreção, prende o gás obrigando
a que este caia numa espiral interna, sofrendo fricção que o aquece até atingir o centro. A emissão do disco de
acreção deteta-se na banda do visível e raios X.

Jatos:
 Plasma que se move a velocidades relativísticas, que é colimado por fortes campos magnéticos, as partículas são
assim aceleradas e interagem entre si ao longo do seu percurso, emitindo radiação sincrotrão

Notas:
 Para que uma galáxia se considere um AGN tem de ter no seu centro um motor central operativo, buraco negro +
disco de acreção, com potencial gravítico intenso que prende material.
 Em sistemas, nos quais não temos atividade pode ou não existir um buraco negro no centro, uma vez que por si só
estes não emitem radiação e sem as alterações à sua volta do potencial gravítico, este são praticamente indetetaveis,
já não se consideram AGN.

Aula 10 Page 31
AGN vs
14 de janeiro de 2023 18:46

Aula 10 Page 32
Via Láctea
13 de janeiro de 2023 19:11

A Via Láctea é uma galáxia espiral cuja


distância da componente escalar é de ~30 kpc
e ao gás atómico ~50 kpc. É composto por 2
discos um disco fino:
 Neste encontram-se as estrelas mais
jovens, formação estelar, estrelas O e B
(azuis)
 Estas estrelas contém uma maior
quantidade de metais
 A sua distribuição estende-se ao longo de ~15kpc com uma altura de ~300 pc, distribuição em altura da
poeira <100 pc, em altura do gás molecular <150 pc
 O gás molecular e a poeira estão concentrados nos 3kpc centrais
 O gás atómico estende-se por 25kpc
E um disco grosso:
 Contém estrelas mais velhas e com menos metais
 Distribuição em altura das estrelas 1.5kpc

Diagrama da luminosidade para estrelas próximas:


 Vemos que aas estrelas mais débeis existem
em maior número, mas é das estrelas mais
brilhantes que vêm a maior quantidade de
luz, embora a massa esteja
maioritariamente contida nas mais débeis.

Bojo:
 Local onde se concentra um elevada
densidade de estrelas e poeira, as estrelas
apresentam várias metalicidades e são
predominantemente velhas e amarelas
 Distribuição das estrelas em altura ~400
pc
 Distribuição das estrelas em largura ~1
kpc
 Contém também um buraco negro com
massa ~10^6 Mo no seu centro

Halo:
 Composto por estrelas individuais e
enxames globulares, contém as estrelas
mais antigas com idades próximas à do
Universo e gás (nuvens, gás quente) que
representa cerca de 10% da massa da
galáxia
 Estende-se por ~80kpc
 Aqui não existe poeira, nem formação
estelar
 Contém também um halo de matéria
escura que envolve a Via Lactea

Aula 11 Page 33
Idade/composição química/dinâmica
14 de janeiro de 2023 21:12

Idade e composição química:


Os elementos químicos existente numa galáxia não sofrem muita alteração ao longo dos tempos, o que
se verifica é que existe um ciclo de enriquecimento por parte das estrelas, durante a sua vida estas
enriquecem progressivamente o meio em que se encontram, fazendo com que as próximas que se
formem nesse meio interestelar tenham uma composição química mais enriquecida e assim
sucessivamente. Isto indica que existe uma relação direta entre a composição química, existência de
materiais mais pesados e a idade.
Assim, analisando as estrelas que compõe a Via Láctea concluímos, que os enxames globulares do halo
que contém as estrelas mais antigas, contêm também as estrelas com menor concentração metálica e ao
percorrer o disco para locais mais exteriores menor é a concentração de estrelas ricas em metais. Apesar
disto, mesmo as estrelas mais antigas apresentam uma metalicidade média o que pode indicar o seu
enriquecimento por uma primeira geração de estrelas que já terá desaparecido.

Dinâmica:
As estrelas nas diferentes componentes da Via Láctea
apresentam movimentos distintos.
Estrelas do halo:
• Movem-se em órbitas alongadas, elípticas com
diferentes direções;
Disco:
• Rotação diferencial, apesar de a velocidade de
órbita para órbitra não estra relacionada com a
distância ao centro, as estrelas movimentam-se em
órbitas quase circulares na mesma direção,
oscilando ao longo da mesma. ( O Sol encontra-se a
mover-se ao redor do centro da galáxia com um
ângulo de 60 graus, movendo-se também para cima
e para baixo)
Estrelas do bojo:
• Têm órbitas alongadas e curtas

Nota: Sabemos que a distância do Sol ao centro da galáxia


é de 8kpc e ao plano de 16.8pc, podendo obter a
velocidade com que este se desloca à volta do centro, 220
km/s - 828 000 km/h. Assim, podemos também calcular
quantas voltas à galáxia o Sol já fez, 20 voltas em
4.6x10^9 anos.

Aula 11 Page 34
Curva de rotação/ Braços espirais
14 de janeiro de 2023 21:41

Curva de rotação:
Os dados que obtemos para a distribuições das
velocidades radias, é diferente do que se
estivéssemos a ver uma outra galáxia espiral com
angulo de inclinação semelhante, uma vez que
observamos de dentro da galáxia.
Tal como foi falado atrás a curva de rotação da
nossa galáxia atinge o pico estabilizando, prova da
existência do halo de matéria escura.

 Para medir o halo da matéria escura da Via Láctea, uma vez que, quanto mais afastados da mesma
menores são os objetos para a medição, estudamos o movimento das galáxias satélites da Via
Láctea. Assim, sabendo que a galáxia tem uma massa luminosa de 9 x 10^10 Mo, a massa contida
dentro de 50 kpc é de 5.4 x 10^10 Mo e para 230 kpc é de 1.9 x 10^12 Mo, o halo de matéria
constitui assim cerca de 95% da matéria total, como era de esperado.

Braços espirais:
Os braços espirais não podem ser estruturas rígidas de massa,
uma vez que não se movem como um todo, também não
podem ser resultado do movimento diferencial, pois isto
indicaria que ao longo do tempo estes se tornariam cada vez
mais enrolados.
Assim, o que verifica em ação é a chamada teoria das ondas de
densidade, os braços não são matéria mas áreas de maior
densidade, ou seja, este áreas desaceleram estrelas, nuvens de
gás que por lá passam aumentando a densidade das mesma,
após a passagem a densidade das mesmas volta ao normal. Este
aumento de densidade, cria uma perturbação gravitacional nas
nuvens sendo estas induzidas a colapsar e a iniciar-se a
formação estelar, daí a predominância deste fenómeno nos
braços da galáxia, sendo que, as estrela azuis muito brilhantes e
azuis que se formam acabam por passar todo o seu tempo de
vida nestas zonas. Assim, os braços contêm todo o tipo de
objeto, mas estes são independentes de entrar e sair da região.

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Centro Galáctico
14 de janeiro de 2023 22:06

Devido à eleva quantidade de poeira, o estudo do CG não consegue ser feita na banda do visível dando-se nas
bandas rádio, infravermelho e raios-x.
O que verifica é que na região central de 0.5pc, encontram-se estrelas muito jovens e massivas, O e B
supergigantes.
As estrelas centrais do CG são chamadas de S e verificou-se que distam 1 " de SgrA, sendo estes o foco das
suas órbitas, para compreender o que estava em SgrA procedeu-se ao cálculo da sua massa,

Os resultados obtidos, mostram uma massa enorme num ponto extremamente pequeno o que indica que
SgrA* contém um buraco negro, a sua massa é bem menor que a de buracos negros em galáxias ativas ( 10^7
Mo < Mbh < 10^10 Mo), tal como o seu tamanho.

Analisando ao detalhe esta zona central, encontraram-se na banda rádio remanescentes de Supernovas,
filamentos , e emissões de sincrotrão (eletrões a mover-se a velocidade perto de c persas a campos
magnéticos e emissões livre (interações de partículas carregadas).

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