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PREFÁCIO

Com o agravamento da pandemia de coronavirus, ou COVID-


19, se você preferir, a sociedade tem enfrentado novos
desafios em praticamente todas as áreas.

Sabemos que, mais cedo ou mais tarde, essa crise passará. O


que não sabemos é como chegaremos ao final dela!

É de extrema importância que todos estejam dispostos a


colaborar para que os efeitos da crise sejam o menos grave
possível, bem como é necessário que todos contribuam para
que nossa sociedade passe por isso de pé e chegue ao final
deste período conturbado o mais próximo possível da
normalidade.

Com o avanço da pandemia e a necessidade cada vez maior


de isolamento entre as pessoas, empresários e
empreendedores como um todo acabam por se deparar com
novos desafios a cada dia.

O objetivo deste e-book é auxiliar empresários e


empreendedores a lidar com questões ligadas a seus
funcionários, de modo que seja possível a manutenção dos
empregos, a continuidade da empresa e, ao final da crise, não
restem problemas trabalhistas a serem resolvidos na justiça.
Trata-se de análise resumida da Medida Provisória nº 927, de
22 de março de 2020, que trouxe diversas medidas
trabalhistas para enfrentamento do estado de calamidade
pública que se instalou sobre nosso País.

Este material não tem a pretensão de ser um guia definitivo,


mas sim um auxílio aos empregadores que deverão decidir
que rumo seus negócios tomarão nos próximos dias,
semanas e, até mesmo, meses.

Portanto, espero que tirem o maior proveito possível deste


conteúdo e não abram mão do auxílio de advogados e/ou
contadores de sua confiança para a definição da melhor
estratégia a ser adotada por vocês!

Desejo-lhes sorte e tenho a certeza de que passaremos pela


crise juntos e sairemos dela
ainda mais fortes!

Marcus Vinícius Gregório Mundim


TELETRABALHO
O Teletrabalho já era uma modalidade regulamentada pela
CLT, mas com a publicação da Medida Provisória nº 927, em
22 de março de 2020, houveram algumas alterações para que
a modalidade se tornasse mais viável para aplicação durante
o estado de calamidade pública causado pela pandemia de
COVID-19.

Na prática, trata-se de uma previsão que possibilita o trabalho


do empregado sem que haja a necessidade de sair de seu
domicílio, ou seja, em Home Office.

Basicamente, a Medida Provisória passa a permitir que o


empregador, sem necessidade de concordância do
empregado, passe a adotar o regime de trabalho a distância
durante o período de calamidade, sem que haja a
necessidade de qualquer tipo de acordo individual ou
coletivo.

O empregado deverá ser comunicado de que passará a


desempenhar suas funções à distância com antecedência
mínima de 48 horas, podendo a comunicação ocorrer por
escrito ou por meio eletrônico (e-mail, whatsapp, etc).

Caso haja a necessidade de fornecimento ou manutenção de


equipamentos, bem como caso haja a necessidade de
reembolso do funcionário em razão de custos para a
execução do teletrabalho, deverá ser realizado contrato
escrito com tais previsões no prazo de até 30 dias após a data
do início do trabalho a distância.
ANTECIPAÇÃO DE
FÉRIAS INDIVIDUAIS
A Medida Provisória nº 927, também possibilitou a
antecipação de férias individuais, mesmo aos empregados
que ainda não tenham completado o período aquisitivo de 12
meses para ter direito ao gozo das férias.

É importante destacar que a antecipação das férias deverá ser


comunicada ao empregado com antecedência mínima de 48
horas, bem como não poderão ser usufruídas em períodos
inferiores a 5 dias corridos.

Também passou a ser possível que empregado e empregador


negociem a antecipação de períodos futuros de férias,
devendo neste caso haver acordo individual por escrito.

A prioridade para o gozo das férias será dos trabalhadores


que pertençam a grupos de risco do coronavirus.

Outra medida tomada pelo Governo Federal no que diz


respeito às férias é a possibilidade do empregador poder
optar por fazer o pagamento do adicional de um terço sobre
as férias até a data em que será devido o 13º salário do ano
de 2020.

Já no que diz respeito ao pagamento da remuneração das


férias, este deverá ocorrer até o 5º dia útil do mês seguinte ao
início do gozo das férias.
CONCESSÃO DE
FÉRIAS COLETIVAS

Outra possibilidade já prevista pela CLT, mas que passou por


uma flexibilização para que pudesse ser melhor utilizada
durante o período de calamidade pública é concessão de
férias coletivas.

Trata-se de medida já bastante utilizada e conhecida pelas


empresas.

Neste caso, as novidades trazidas pela Media Provisória nº


927 foram as seguintes:

Os empregados que forem afetados pelas férias coletivas


deverão ser informados com antecedência mínima de 48
horas;

Fica dispensada a comunicação do órgão local do


Ministério da Economia (Delegacia Regional do Trabalho) e
também dos sindicatos.
ANTECIPAÇÃO DE FERIADOS

Uma boa inovação trazida pela Medida Provisória nº 927 é a


possibilidade de antecipação do gozo de feriados não
religiosos, sejam eles municipais, estaduais ou federais.

Para os feriados não religiosos, não haverá necessidade de


concordância dos empregados, que apenas deverão ser
comunicados com antecedência mínima de 48 horas.

Já no que diz respeito aos feriados religiosos, para que seja


possível sua antecipação, será necessária a concordância do
empregado, mediante acordo individual escrito.
BANCO DE HORAS
Apesar de já estar previsto na CLT, a possibilidade de
implementação de banco de horas passou por reformulações
com o objetivo de que a ferramenta se tornasse ainda mais
relevante e aplicável durante o período de crise causado pelo
COVID-19.

Enquanto durar o estado de calamidade pública, os


empregadores serão autorizados a interromper suas
atividades, bem como a constituir regimes especiais para
compensação de jornada, o popular Banco de Horas.

A compensação de jornada deve ocorrer em, no máximo 18


meses, a contar do término do estado de calamidade.

É importante destacar que a compensação do período não


trabalhado pelo empregado deverá observar as seguintes
regras:

Para fins de compensação, a jornada poderá ser estendida


em até 2 horas diárias;
  
A jornada de trabalho não poderá ser superior a 10 horas
diárias;
EXAMES MÉDICOS 

Com exceção dos exames demissionais, durante o período de


calamidade pública, fica suspensa a exigência de exames
médicos ocupacionais, clínicos e complementares, devendo
estes serem realizados no prazo de 60 dias a contar do
encerramento da calamidade pública.

O exame demissional poderá ser dispensado caso o exame


ocupacional mais recente do empregado tenha sido realizado
há menos de 180 dias.
SUSPENSÃO DO CONTRATO
PARA QUALIFICAÇÃO DO
EMPREGADO
O contrato de trabalho poderá ser suspenso por até 4 meses
para que o empregado participe de curso ou programa de
qualificação profissional não presencial, período no qual o
empregador ficará desobrigado do pagamento de salários e
encargos sociais.

Para ter validade, a suspensão do contrato de trabalho


depende apenas de acordo individual ou coletivo a ser
firmado entre empregados e empregador, bem como o
respectivo registro na Carteira de Trabalho.

Poderá ainda o empregador conceder ao empregado ajuda


de custo mensal, em valor a ser definido entre as partes e
sem natureza salarial.

Por outro lado, é importante chamar a atenção ao fato de


que, caso se comprove que, durante o período de suspensão
contratual, o empregado tenha permanecido trabalhando
para o empregador, ou não tenha sido ministrado o curso ou
programa de qualificação profissional previsto, o empregador
estará sujeito ao pagamento imediato de salários e encargos
sociais referentes ao período, além de outras penalidades.
FGTS

O recolhimento do FGTS devido nos meses de março, abril e


maio de 2020 ficará suspenso até o mês de julho de 2020, a
partir de quando poderá ser parcelado em até 6 vezes, sem a
aplicação de atualização monetária, multa ou encargos.

Caso haja rescisão do contrato de trabalho no curso do


período de suspensão ou de parcelamento, o empregador
será obrigado a efetuar imediatamente os pagamentos
devidos, não havendo incidência de multa ou encargos caso o
pagamento seja realizado dentro do prazo legal.
CONCLUSÃO

Como já informado ao leitor anteriormente, este e-book não


tem a pretensão de ser uma obra definitiva, mas sim de um
guia resumido, endereçado a empreendedores que
necessitam de informações que embasem sua tomada de
decisões no que tange a como lidar com seus funcionários
durante este período de exceção.

Espero que este material, mesmo que extremamente


resumido, possa auxiliar você a superar parte dos desafios
que se impõe sobre seu negócio, bem como espero
sinceramente que, ao final deste crise, todos nós estejamos
de pé e com nossos negócios em operação, afinal o Brasil
depende em grande parte das micro e pequenas empresas
para que sejam gerados empregos e renda.

Tenho a esperança de que sairemos vitoriosos e mais fortes,


como cidadãos e como sociedade!

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