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Capítulo primeiro
Discussão no final a respeito do processo da Revolução de 30 e a
questão se houve ou não uma alternância no poder oligárquico (grupos
oligárquicos). Neste caso a presença de Pedro Ludovico, médico em busca de
ascensão política/p.16/.
Segundo capítulo
Idéia da mudança da capital pelo governo provisório do interventor
Pedro Ludovico.
Até 1930 os grupos oligárquicos concentram-se em torno da
oligarquia Caiado que domina com mão de ferro isoladamente, desde o início
do século quando os Bulhões são afastados do poder.
Oligarquia aqui o autor utiliza como conceito ligado a “grupo de
dominação cujo poder político real emana da propriedade da terra e do
conseqüente controle que exerce sobre o comportamento dos que nela
trabalham”. Como é do meio rural, agrário, que deriva o poder político dos
coronéis então pode-se aferir que o meio urbano quase nada interferia nesta
estrutura, mesmo porque como afirma o autor até a década de 20 as cidades
do Estado de Goiás e mesmo uma classe média urbana eram “acanhadas”
não compreendendo núcleos hegemônicos para uma transição política como
ficou patente nas análises do fenômeno da revolução de 30 para a Região
sudeste e sul (Boris Fausto e Edgar de Decca).
As regiões mais desenvolvidas de Goiás (sul e sudeste goianos)
tentam em 30, sob o comando do médico Pedro Ludovico, derrubas a
oligarquia Caiado, mas foram derrotados pela Força Pública apoiada por uma
batalhão de voluntários. Somente após a entrada da chamada “Coluna Arthur
Bernardes” chefiada por Quintino Vargas é que os grupos Caiadistas sediados
na capital, Goiás, caíram com a ocupação do Palácio do Governo.
Uma situação estranha, pois tropas mineiras derrubaram a situação
em um Estado onde a oposição demonstrava não concentrar forças suficientes
para derrotar seus inimigos.
Após 1930 a heterogeneidade das forças que apoiaram e fizeram o
levante tem seu grau de polaridade em 1933 com as eleições para a
Assembléia Nacional Constituinte, pois de um lado os tenentes defendiam uma
centralização ditatorial, detestando o modelo liberal e seu regime político
federativo com autonomia estadual e limitação do poder executivo.
A Constituição de 1934 foi o resultado do conflito de forças que
acabou representando a vitória do liberalismo defendido pelas oligarquias do
Centro-Sul, que contribuiu para o enfraquecimento do Tenentismo como força
política autônoma e movimento sólido, com garantiu a consolidação das
lideranças estaduais com base no apoio das oligarquias vinculadas a Vargas.
Em Goiás a Junta Governativa formada por Mário Alencastro
Caiado, Pedro Ludovico Teixeira e Emílio Francisco Póvoa, durou certo
período sendo indicado como Interventor, Pedro Ludovico (o autor discute sua
possível indicação feita por Diógenes Magalhães, concunhado de Ludovico e
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V - Bom clima;
VI - Facilidade no abastecimento de água e altamente potavel,
calculdada em 140 e 180 litros, ‘per capita’, em 24 horas;
VII - Facilidade nas installações sanitárias e exgotos;
VIII - Facil obtenção de força hydraullica para a produção de
energia;
IX - Facilidade na obtenção de materia prima para a fabricação de
materiaes para construcção;
X - Facilidade no abastecimento de primeira necessidade;
XI - Fertilidade no sólo na zona suburbana e rural;
XII - Facilidade na construcção de extensa rêde de vias de
comunicação para todos os lados;
XIII - Facilidade na defesa e fortificações;
XIV - Impossibilidade de Inundação, esbarrancamentos e outras
catastrofes calculáveis; e
XV - Existencia de terrenos adequados para a prática de esportes.”
O Congresso realizado em Bonfim foi visto por Ludovico como uma
das pedra fundamentais para medir o desejo do sudoeste e sul goianos em
levar a capital para os centros dinâmicos da economia do Estado.
Domingos Velas que ambicionava o poder político do governo do
Estado, foi Secretário da Segurança Pública de Ludovico até 1932, quando
demitiu-se mudando-se para o Rio de Janeiro, para logo em seguida retornar
buscando apoio para eleições livres para o governo estadual, mesmo intento
dos constitucionalistas paulistas.
Pedro Ludovico mantém-se fixo na idéia da construção da Nova
Capital e publica o Decreto n.º 2737 de 20 de dezembro de 1932, nomeando
uma comissão para “proceder aos estudos necessários à escolha de um local
para se edificar a futura capital”/p.70/.
A comissão era composta dos seguintes membros: Dom Emanuel
Gomes de Oliveira, arcebispo de Goiás (tendente a escolha de Bomfim), João
Argenta, urbanista, Colemar Natal e Silva, advogado, Antônio Pirineus de
Souza, militar; Antônio Augusto Santana e Gumercindo Alves Ferreira,
comerciantes.
O decreto é absorvido como ato político na cidade de Goiás,
visando às eleições para Câmara Federal.
Em 3 de janeiro de 1933 são apresentados os locais indicados para
futura capital: Pires do Rio, Bonfim, Batá (Ubatam) e Campinas, sendo os
requisitos básicos para a escolha definitiva: abundância de água, bom clima,
topografia adequada e proximidade com a estrada de ferro /p.70/.
É formada uma sub-comissão para o estudo das regiões composta
por J. Argenta, Jerônimo Fleuri (engenheiros) e Laudelino de Almeida.
Logo em seguida é publicado no dia 13 do mesmo mês, um decreto
autorizando o governo a contrair empréstimos com a finalidade de liquidar
dívidas (no valor de 6 mil contos de réis, com 9 anos de prazo e 8% de juros
anuais) e iniciar a construção da capital /p.71-2/.
O pagamento desta dívida não deveria ser superior a 500 contos de
réis para amortização e juros da quantia emprestada.
Segundo Ludovico o Estado poderia contrair tal empréstimo visto o
controle da dívida pública interna, ausência de dívida externa e a arrecadação
anual de mil contos de réis.
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