Você está na página 1de 12

FACULDADES INTEGRADAS SANTA CRUZ DE CURITIBA

Mantenedora: UNIÃO PARANAENSE DE ENSINO E CULTURA – UNIPEC

Disciplina: Contabilidade
Avançada

Unidade IV: Depreciação

Professora Rafaela da Rocha


2

Aspectos Ativo Imobilizado

Os seguintes termos são usados neste material, com os significados


especificados. Vejamos alguns:
Valor contábil é o valor pelo qual um ativo é reconhecido após a dedução da
depreciação e da perda por redução ao valor recuperável acumuladas.
Custo é o valor de aquisição ou construção do ativo imobilizado ou o valor
atribuído ou de mercado, no caso de doações.
O custo de um bem do imobilizado compreende:
a) preço de compra, inclusive impostos de importação e impostos não-
recuperáveis sobre a compra, deduzidos de descontos comerciais e abatimentos;
b) custos diretamente atribuíveis para instalar e colocar o ativo em condições
operacionais para o uso pretendido;
Valor depreciável é o custo de um ativo ou outro valor que substitua o custo,
menos o seu valor residual.
Depreciação é a alocação sistemática do valor depreciável de um ativo ao longo
da sua vida útil, é o desgaste sofrido.
Valor justo é o valor pelo qual um ativo pode ser negociado entre partes
interessadas, conhecedoras do negócio e independentes entre si, com ausência de
fatores que pressionem para a liquidação da transação ou que caracterizem uma
transação compulsória.
Ativo imobilizado é o item tangível que:
a) é mantido para uso na produção ou fornecimento de mercadorias ou
serviços, para aluguel a outros, ou para fins administrativos; e
b) se espera utilizar por mais de um período.
Nota: Correspondem aos direitos que tenham por objeto bens corpóreos
destinados à manutenção das atividades da entidade ou exercidos com essa
finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram a ela os benefícios,
os riscos e o controle desses bens.
Valor residual de um ativo é o valor estimado que a entidade obteria com a
venda do ativo, após deduzir as despesas estimadas de venda, caso o ativo já tivesse
a idade e a condição esperadas para o fim de sua vida útil.
Vida útil é:
a) o período durante o qual a entidade espera utilizar o ativo; ou
3

b) o número de unidades de produção ou de unidades semelhantes que a


entidade espera obter pela utilização do ativo.
Itens menores com características de imobilizado: Vê-se que neste aspecto o
CPC 27 guarda certa sinergia com a legislação tributária. De acordo com o
Regulamento do Imposto de Renda (art. 301), poderão ser deduzidos diretamente
como despesa os bens cujo prazo de vida útil não ultrapasse o período de um ano
(sem limite de valor de aquisição) ou cujo custo unitário de aquisição não seja superior
a R$ 326,61 (até 31.12.2014) e R$ 1.200,00 (a partir de 01.01.2015).
Elementos do custo do Ativo Imobilizado compreende:
a) seu preço de aquisição, acrescido de impostos de importação e impostos
não recuperáveis sobre a compra, depois de deduzidos os descontos comerciais e
abatimentos;
b) quaisquer custos diretamente atribuíveis para colocar o ativo no local e
condição necessários para o mesmo ser capaz de funcionar da forma pretendida pela
administração;
c) a estimativa inicial dos custos de desmontagem e remoção do item e de
restauração do local (sítio) no qual este está localizado. Tais custos representam a
obrigação em que a entidade incorre quando o item é adquirido ou como consequência
de usá-lo durante determinado período para finalidades diferentes da produção de
estoque durante esse período.
São exemplos de custos diretamente atribuíveis:
a) custos de benefícios aos empregados (tal como definidos no
Pronunciamento Técnico CPC 33 - Benefícios a Empregados) decorrentes
diretamente da construção ou aquisição de item do ativo imobilizado;
b) custos de preparação do local;
c) custos de frete e de manuseio (para recebimento e instalação);
d) custos de instalação e montagem;
e) custos com testes para verificar se o ativo está funcionando corretamente,
após dedução das receitas líquidas provenientes da venda de qualquer item produzido
enquanto se coloca o ativo nesse local e condição (tais como amostras produzidas
quando se testa o equipamento); e
f) honorários profissionais.
4

Depreciação

De uma forma ampla o termo depreciação nos remete ao reconhecimento da


perda ou diminuição da capacidade de geração de caixa dos bens. Sendo esse
ocorrido com bens tangíveis. Representa o desgaste da capacidade de utilização (vida
útil) de bens tangíveis ou físicos por três possíveis causas para concretização desse
fenômeno:
As causas físicas: Os bens vão se desgastando ou perdendo sua eficiência
funcional devido à ação do tempo.
As causas funcionais: À medida que há evolução tecnológica eles vão
perdendo sua capacidade de geração de caixa, vão se tornando obsoletos, ou seja,
os bens vão perdendo sua eficiência funcional.
As causas excepcionais: Os bens perdem seu valor devido a fatores que fogem
ao controle humano, como acidentes, incêndios, tempestade, entre outros.
Para contabilidade, a depreciação tem seu reconhecimento de perda ou
desgaste pelo regime de competência onde dependendo da situação pode ser
diferenciada como:
Custo: quando o desgaste ocorre em bens utilizados na produção.
Despesa: devido ao desgaste que ocorre em bens cuja sua utilização não
esteja relacionada à produção.
Será calculada pela taxa de depreciação, fixada em função da vida útil estimada
do bem, sobre o valor dos bens objeto da depreciação.
Taxa de depreciação (em %) = 100 .
Vida útil do bem
Quota de depreciação (R$) = taxa de depreciação x custo do bem(R$).

Taxas de Depreciação Anual Fixadas pela Legislação do Imposto de Renda


Grupos de Bens do Imobilizado % a.a.
Edifícios 4
Máquinas e Equipamentos 10
Instalações 10
Móveis e Utensílios 10
Veículos 20
5

Computadores e periféricos 20
Ferramentas 20
Tratores 25

As instruções normativas SRF n. 162/98 e n. 130/99, fixam o prazo de vida útil


e a taxa de depreciação de vários outros bens. As empresas poderão usar taxas
superiores às fixadas desde que comprovem, mediante laudo pericial de órgão
técnico, sua adequação ao tempo de vida útil do bem.
Depreciação Perante o Imposto de Renda: Para efeito de Imposto de Renda a
depreciação não é obrigatória, sendo facultativa a empresa. É interessante que a
empresa a faça para apuração do Lucro Real do Exercício (pagando menos imposto
de renda), apresentando um lucro mais próximo da realidade. Contudo se o
contribuinte deixar de depreciar num exercício, não poderá, no exercício seguinte
fazê-lo acumuladamente, em virtude do princípio legal da independência dos
exercícios (ou competência dos exercícios. A depreciação efetuada fora do exercício
em que ocorreu a utilização dos bens do Ativo bem, como a depreciação calculada a
maior que as taxas permitidas não são dedutíveis como custos, ou encargos, para fins
do imposto de renda.

Vedações à depreciação pela legislação do imposto de renda:


Não podem ser depreciados:
a) terrenos, salvo em relação a benfeitorias e construções;
b) bens que aumentam de valor com o tempo, como antiguidades e obras de arte;
c) bens para os quais sejam registradas quotas de amortização ou exaustão;
d) bens móveis ou imóveis que não estejam intrinsecamente relacionados a
produção ou comercialização de bens e serviços.

DEPRECIAÇÃO ACELERADA
As taxas de depreciação fixadas pela Legislação do Imposto de Renda são para
uma jornada normal de trabalho (turno de 08 horas). Portanto, quando ocorre a adoção
de 02 ou 03 turnos de 08 horas, quanto aos bens móveis comprovadamente utilizados,
poderão ser adotados os coeficientes de aceleração de 1,5 quando são 02 turnos, e
de 2,0 quando são 03 turnos. Isto porque é admissível que o uso intensivo do bem
reduza a sua vida útil.
6

BEM TURNO TAXA X COEFICIENTE TAXA


NORMAL ACELERADA
MÁQUINAS 2 10% 1,5 15%
FERRAMENTAS 2 20% 1,5 30%
MÁQUINAS 3 10% 2,0 20%
FERRAMENTAS 3 20% 2,0 40%

DEBITAR = DESPESAS OU CUSTO COM DEPRECIAÇÃO (RESULTADO)


CREDITAR = DEPRECIAÇÃO ACUMULADA (ATIVO) - REDUTORA

Valor ou custo contábil do bem: Considera-se custo ou valor contábil do bem o


seu valor de aquisição, diminuído da depreciação acumulada correspondente.
Exemplo:
Máquinas R$ 5.700.000,00
(-) Depreciação acumulada R$ (700.000,00)
(=) Custo ou valor contábil do bem R$ 5.000.000,00

Caso a empresa resolva alienar o bem por valor superior ao seu custo contábil,
a contabilidade registrará um lucro não operacional, caso contrário (venda por valor
inferior ao custo) registrará um prejuízo não operacional. Tais operações são
consideradas, também, como ganhos ou perdas de capital.
Mês de início da depreciação: A despesa pode ser deduzida a partir do mês
em que se iniciou a utilização do bem.
Compra de Bem Usado: Nessa hipótese, o prazo de depreciação será o maior
dentre os seguintes:
a) metade do prazo de vida útil que o bem teria caso houvesse sido adquirido
novo;
b) restante do prazo de vida útil do bem, considerado este em relação à primeira
instalação ou utilização deste bem.

Exemplo:
Máquina usada
- adquirida em......................... 28/06/X3
- primeira instalação................ 02/06/X1
7

Prazos:
a) metade do prazo de vida útil:............................. 5 anos (metade de dez anos)
b) restante do prazo de vida útil:............................ 8 anos
Prazo para ser utilizado: 8 anos
Taxa: = 100 = 12,5% a.a.
8 anos
Obs.: Observar que o prazo, sendo o maior entre as opções elencadas,
implicará a adoção da menor taxa de depreciação.
Valor Residual: Há casos em que, mesmo ao término de sua vida útil para a
empresa, o bem depreciado apresenta um determinado valor de revenda no mercado.
Esse valor é denominado valor residual. Se a pessoa jurídica o desejar e for possível
estimar o valor residual do bem, a quota de depreciação pode ser ajustada para levá-
lo em consideração:
Quota de depreciação = Custo do bem (-) valor residual
Vida útil do bem
Exemplo:
Custo de aquisição do bem R$ 300.000,00
Vida útil esperada 10 anos
Valor residual estimado R$ 20.000,00

Quota de depreciação = R$ 300.000,00 – R$ 20.000,00


10
Quota de depreciação = R$ 28.000,00

Métodos Alternativos de Depreciação


Além do método de depreciação normal, denominado de método da linha reta
por supor que o desgaste do bem se opera de forma linear no tempo, existem outros
métodos alternativos:
 Métodos da soma dos dígitos;
o Crescente
o Decrescente
 Métodos das unidades produzidas;
8

Métodos da soma dos dígitos: decrescente ou crescente


A quota de depreciação é obtida pela multiplicação de uma fração, variável a
cada período, sobre o custo de aquisição do bem.
O numerador da fração é o número de períodos que restam da vida útil do bem
no início do período de depreciação, e o denominador, é a soma dos dígitos dos
períodos a vida útil do bem.
A taxa aplicada sobre o custo do bem é um número fracionário cujo numerador
é o período de vida útil restante no fim do período anterior.
Considerando o mesmo veículo do exemplo anterior, como a vida útil é de 5
anos, somamos de 1 a 5: 1 + 2 + 3 + 4 + 5 = 15.
A soma é o denominador da fração que representará a quota, no exemplo, a
soma é 15.
Apresentação das taxas de depreciação de acordo com os métodos:
Método crescente: 1/15; 2/15; 3/15; 4/15; 5/15
Método decrescente: 5/15; 4/15; 3/15; 2/15; 1/15

Método das unidades produzidas


Esse é uma variante do método da linha reta em que, em vez de ser suposto
que a depreciação do equipamento se opera em intensidade igual em todos os
períodos da vida útil, o valor da quota respectiva é determinado proporcionalmente ao
número de unidades produzidas no período em relação à produção total do
equipamento ao longo da vida útil.
Exemplo:
- Base da depreciação R$ 200.000,00
- Vida útil 5 anos
- Produção total estimada 800.000 unidades
- Depreciação por unidade produzida R$ 200.000,00 = R$ 0,25
800.000 unidades

ANO PRODUÇÃO QUOTA DE DEPRECIAÇÃO


(1) EM UNIDADES (2) (2) X R$ 0,25
1 300.000 75.000,00
2 100.000 25.000,00
3 150.000 37.500,00
9

4 125.000 31.250,00
5 125.000 31.250,00
800.000 200.000,00

A legislação fiscal também não aceita este método.

Encargos de depreciação – Periodicidade de registro - Nas empresas


industriais, a manutenção do sistema de contabilidade de custos integrado e
coordenado com o restante da escrituração exige que os encargos de depreciação
dos bens empregados na produção sejam contabilizados mensalmente.
As pessoas jurídicas não enquadradas nessa hipótese:

I - caso submetidas à apuração trimestral do lucro real, poderão contabilizar o encargo


mensalmente ou no encerramento de cada trimestre de apuração do lucro real;

II - caso tenham optado pelo pagamento mensal do Imposto de Renda por estimativa,
poderão contabilizar o encargo:

a) mensalmente;

b) no encerramento do período de apuração do lucro real, em 31 de dezembro ou por


ocasião de incorporação, fusão, cisão ou encerramento de atividades; ou

c) por ocasião do levantamento de balanços ou balancetes de suspensão ou redução


do pagamento do imposto mensal.

Exercícios

1. Diferencie valor depreciável e depreciação.


2. O que é um ativo tangível?
3. Defina Valor residual.
4. Quais as três possíveis causas de desgaste da capacidade de utilização dos bens
tangíveis?
5. Onde devemos contabilizar as depreciações?
6. Como funciona a depreciação acelerada?
7. Calcular o valor da depreciação de uma máquina de R$ 400.000,00, sabendo que
a vida útil é de 5 anos, e o valor residual de R$ 50.000,00.
8. Um bem, salão comercial, foi adquirido em 01/04/2009 por R$ 125.000,00. Calcular
a depreciação anual e mensal em 31/03/2010.
10

9. As taxas de depreciação dos terrenos que não contenham construções ou


benfeitorias são reduzidas à metade das taxas de depreciação aplicadas para os
imóveis utilizados na produção de bens e serviços da empresa.
C. Certo
E. Errado

10. Uma empresa adquiriu, em abril de 2014, uma máquina por R$ 150.000,00, com
vida útil estimada em cinco anos e taxa de depreciação linear de 20% ao ano. Após
três anos de uso, a máquina foi vendida, e a empresa registrou ganho na venda de
imobilizado de R$ 10.000,00.
Com base apenas nessas informações, assinale a alternativa que registra o
lançamento contábil do reconhecimento da receita pela venda da máquina.
A. Debita - Caixa R$ 10.000,00
Credita - Receita na alienação do imobilizado R$ 10.000,00
B. Debita - Resultado na venda do imobilizado R$ 60.000,00
Credita - Imobilizado R$ 60.000,00
C. Debita - Disponibilidades ou Contas a receber R$ 70.000,00
Credita - Receita na alienação do imobilizado R$ 70.000,00
D. Debita - Receita na venda do imobilizado R$ 60.000,00
Credita - Imobilizado R$ 60.000,00
E. Debita - Máquinas e equipamentos R$ 150.000,00
Credita - Depreciação acumulada R$ 90.000,00
Credita - Despesas de depreciação R$ 60.000,00

11. Determinada empresa adquiriu, em 31/12/2014, uma máquina no valor de R$


130.000,00 a prazo, sendo esse valor registrado no seu ativo imobilizado. Na data da
aquisição, o bem foi colocado em uso e a empresa estimou que a vida útil será de 10
anos e o seu valor residual de R$ 30.000,00. Sabendo-se que a empresa utiliza o
método linear para o cálculo da depreciação. Com base nessas informações, o valor
contábil apresentado no Balanço Patrimonial de 31/12/2016 foi, em reais,
A. 130.000,00.
B. 120.000,00.
C. 110.000,00.
D. 100.000,00.
11

E. 90.000,00.

12. Suponha um bem patrimonial cujo valor contábil, no momento da aquisição, era
de R$ 100.000,00 e cuja vida útil é de dez anos. Considerando a depreciação linear,
após oito anos de uso, qual será o valor contábil desse bem?
A. R$ 100.000,00
B. R$ 80.000,00
C. R$ 20.000,00
D. R$ 60.000,00
E. R$ 15.000,00

13. Assinale a opção que indica bens que devem ser depreciados por uma entidade.
A. Terrenos utilizados no negócio da entidade.
B. Veículos utilizados para transporte de empregados.
C. Prédios destinados à revenda.
D. Obras de arte expostas na sede da entidade.
E. Marcas formadas internamente.

14. A máquina ALFA foi comprada por R$ 130.000,00 em 01/10/2001 e a máquina


BETA foi comprada pelo mesmo preço, em 01/04/2002. Ambas as máquinas têm
durabilidade igual: deverão ser usadas durante dez anos. O desgaste físico desses
bens deverá ter contabilização anual. Assim sendo, na Demonstração de Resultado
do Exercício de 2002, elaborada em 31.12.02, constarão Encargos de Depreciação
no valor de:
a) R$ 3.250,00, referente à máquina BETA.
b) R$ 9.750,00, referente à máquina ALFA.
c) R$ 13.000,00, referente à máquina BETA.
d) R$ 16.250,00, referente à máquina ALFA.
e) R$ 22.750,00, referente a ambas as máquinas.

15. Um bem com valor de R$ 28.000,00 tem vida útil de 7 anos. Usando o método de
depreciação pela soma dos dígitos dos anos, com depreciação crescente, a
depreciação acumulada ao final de 3 anos é:
A) R$ 3.000,00.
12

B) R$ 5.000,00.
C) R$ 6.000,00.
D) R$ 13.000,00.
E) R$ 18.000,00.

16. Demonstre a depreciação de um determinado bem ano a ano.


Valor bem R$ 70.000,00 – vida útil 5 anos – Produção 70.000
Depreciação linear
Depreciação pela soma dos dígitos crescente
Depreciação pela soma dos dígitos decrescente
Depreciação pelas unidades produzidas
Ano 1 20.000
Ano 2 20.000
Ano 3 15.000
Ano 4 10.000
Ano 5 5.000

Você também pode gostar