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O período da Ditadura Militar (1964 – 1985) caracterizou-se[1] principalmente, pela

falta de democracia, supressão de direitos constitucionais, censura e perseguições.


Atualmente, temos[2] um regime contrário a esse, a democracia, caracterizada pelo
poder do povo, porém, grande parte dos jovens – que representam um terço do
eleitorado brasileiro, mais de 40 milhões de pessoas[3] – acredita que “política é
coisa de velho” e não se interessa em participar do regime, seja por não saber de
fato a importância da política, seja por não ter uma instrução educacional nesse
sentido. [4]

É relevante abordar, primeiramente,[12] que a presença dos jovens na política é


essencial. Segundo Nick Couldry, sociólogo inglês, a presença de todas as “vozes”
importa para a criação de uma democracia verdadeira.[5] Dessa forma, ao contrário
da ditadura, os vários grupos sociais devem estar presentes no espaço e no debate
político e público, pois a polifonia é primordial para a plena democracia. Porém, o
Brasil, com poucos jovens nesse meio, patina[13] na continuidade da velha política,
não registrando renovação de costumes políticos; ao contrário, trilhando caminhos
da perpetuação. Logo, é necessário que os jovens brasileiros assumam seu papel
perante a democracia para que o país não atenda apenas aos interesses de uma
minoria e o poder de decidir não se restrinja a poucos, como na Ditadura Militar.
[6][7]

Em decorrência disso, cabe analisar o papel da escola na inserção dos jovens na


política. Por ser extremamente conteudista, voltada a ensinar somente a matéria que
é cobrada em provas, a escola está formando alunos passivos diante dos problemas
sociais. No campo da política, eles podem ser considerados analfabetos, uma vez
que[8] não ouvem, não falam e nem participam dos acontecimentos, sendo este, para o
poeta Bertolt Brecht, o pior tipo de analfabeto. Destarte, é preciso mudar essa
realidade através[9] da inserção do letramento político nas escolas, tratando a
política como uma prática social. Dessa maneira, existe urgência em se fazer um
fortalecimento da educação política sob o risco de se fragilizar os avanços sociais
tão duramente conquistados após o regime militar.

Portanto, é necessário que o Estado tome providências para reverter o quadro atual.
Para conscientização dos jovens brasileiros a respeito do problema, urge que o
MEC[10] implante, por meio de modificação na Base Nacional Comum Curricular a
disciplina de letramento político – no Ensino Médio, além dos níveis fundamental e
infantil – ministrada por professores de política e economia, incluindo palestras
abertas à comunidade. Somente assim será dado um passo fundamental para que se
repense o futuro da política, criando uma sociedade mais saudável e democrática.
[11]

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