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Organizadores:
Vera Alves Cepêda
Joelson Gonçalves de Carvalho
Autores:
Joelson Gonçalves de Carvalho
Wagner Molina
Emanuelle Kopanyshun
Tayla Nayara Barbosa
94 p.
ISBN: 97885-69172-130
a
CDD: 320 (20 )
CDU: 32
Sumário
Apresentação ............................................................................. 02
Referências ................................................................................ 93
Apresentação
2
6. Saúde
7. Assistência e desenvolvimento social
8. Saneamento Básico
9. Meio Ambiente
3
Diagnóstico Socioeconômico do Município
de Buri
4
fim da Guerra de Secessão, os Estado Unidos retomaram a sua
produção interna, o que gerou a decadência da cultura algo-
doeira local.
Já, nos anos 1930 e 1940, a região de Itapeva torna-se
conhecida como a “capital da triticultura”, por sua produção de
trigo. É nesse período que o comércio urbano começa a ganhar
força na região assim como as imigrações de trabalhadores es-
trangeiros, como os japoneses e italianos, que impulsionaram os
primeiros movimentos industrias.
Na década de 1960, a região de governo de Itapeva fica
conhecida como a “capital dos minérios”, o que dá início a um
forte processo de exploração do solo na região. Por isso, em
1970, o governo implantou programas de reflorestamento e in-
centivou a diversificação da economia. A partir disso, a produção
de feijão ganha destaque nos anos 1980, sendo substituída na
década seguinte pela cultura da soja e do milho. Este último, por
sua vez, é um dos principais produtos do município de Itapeva no
século atual.
A região de governo de Itapeva está situada na Bacia
Hidrográfica do Alto Paranapanema. Atualmente, é um dos pólos
comerciais mais conhecidos do Sudoeste Paulista, sendo des-
taque também pela produção de soja e de trigo.
O município de Buri, objeto deste estudo, localiza-se na
Região Administrativa (RA) de Sorocaba e na Região de Governo
(RG) de Itapeva, a 270 Km da capital do estado. O antigo
5
povoado Porto do Apiá, que em 1907 se tornou distrito de Faxina
(atual Itapeva), com o nome de Buri, remetendo a uma planta
típica do cerrado, da família das aracácias, cujo termo em tupi
significa “folha pequena”, é elevado a município em 1921. O
município é limítrofe com os de Paranapanema, Angatuba,
Campina do Monte Alegre, Itapetininga, Capão Bonito, Tagua-
rivaí e Itapeva.
Mapa 1.1 – Município de Buri
6
Conseguida a autonomia municipal, Buri atravessou uma
fase de grande progresso. A Estrada de Ferro Sorocabana, ins-
talada na região desde 1908, demandava intensa atividade de
exploração da madeira, da qual decorreu grande desmatamento
por parte de lenheiros para o abastecimento das locomotivas a
vapor. Em 1932, com a eclosão do conflito que ficou conhecido
como “Revolução Constitucionalista”, Buri foi ocupada pelas
tropas insurgentes que marcaram a história do município.
Retomando suas atividades agrícolas e comerciais, o plantio de
algodão passou a merecer destaque. Nos anos 1960, houve in-
centivo governamental para reflorestamento das áreas desma-
tadas dentro de seu território, no qual foram plantados, so-
bretudo espécies de pínus e de eucalipto. Hoje, o carro chefe de
sua produção agrícola é o cultivo de grãos, sobretudo da soja.
7
público e da sociedade em geral que tenham foco na efetiva
melhoria da qualidade de vida dessa população.
Com densidade demográfica de apenas 15,77
1
Como os Censos Demográficos ocorrem a cada 10 anos, torna-se necessário
realizar projeções populacionais para que, nos intervalos, seja possível dimensionar o
tamanho de uma população.
8
como a Região de Governo de Itapeva e o estado de São
Paulo, apresentam tendência crescente. Em 2010, a taxa de
urbanização de Buri foi de 80,77, enquanto a RG apresentou
taxa de 73,99 e o estado 95,94. Desse modo, Buri segue a
tendência estadual e ultra pa ssa a ta xa regional de con-
centração populacional em ambiente urbano.
9
conta os fluxos demográficos, bem como as faixas etárias e a
distribuição espacial dos usuários em potencial.
A estrutura populacional por idade e sexo fornece
uma ideia clara das características da população de Buri, au-
xiliando no dimensionamento e focalização das políticas públi-
cas, uma vez que as demandas sociais variam conforme idade
e sexo das pessoas. É necessário verificar, a partir da análise
dessa estrutura, se os serviços municipais estão dimensionados
para atender a população e as demandas específicas do cres-
cimento populacional.
Segundo dados do último Censo Demográfico, do total
da população do município, 51,18% são homens e 48,82% são
mulheres. O fenômeno das alterações na pirâmide etária que
ocorreu em grande parte do Brasil também pode ser perce-
bido para Buri. Houve no município uma redução gradativa da
base da pirâmide indicando a redução da proporção dos
indivíduos de menor idade, muito em função da redução da
taxa de natalidade e também houve um aumento propor-
cional no topo da pirâmide, devido ao aumento da lon-
gevidade das pessoas, materializado no aumento da expectativa
de vida, fenômeno nacionalmente generalizado. Abaixo pode-
mos perceber a evolução das pirâmides etárias do município:
10
Figura 1 – Pirâmide Etária de Buri (distribuição por sexo, segundo grupo de idade)
2
Percentual da população de menos de 15 anos e da população de 65 anos e mais
(população dependente) em relação à população de 15 a 64 anos
(população potencialmente ativa).
3
Razão entre a população de 65 anos ou mais de idade em relação à população total.
11
As taxas de natalidade, a de fecundidade geral 4, e
de mortalidade da população nos fornecem caminhos para
análise das tendências do crescimento futuro de sua
população e também são importantes para o diagnóstico da
saúde do município. As fontes consultadas apresentam pe-
quenas diferenças no cálculo de alguns dados, por isso
apresentados aqui separadamente. Primeiramente, será
apresentado os dados da Fundação SEADE e, posteriormente,
na Tabela 3, os índices apresentados pelo Atlas do Desen-
volvimento Humano no município de Buri.
No que se refere aos dados do SEADE em relação à
população de Buri, no ano de 2012, a instituição apresenta
a taxa de natalidade de 17,85 por mil habitantes e a de
fecundidade geral 68,92 por mil mulheres em idade fértil.
Esses índices se apresentam próximos aos registrados
pelo estado de São Paulo e pela RG de Itapeva. A taxa
mortalidade registrada no ano de 2012, classificada por faixa
etária, tem comportamentos distintos dos observados para o
conjunto da RG e do estado. A mortalidade infantil, isto é, óbitos
de crianças de até 1 ano de idade é de 12,01 por mil nascidos
vivos, taxa inferior a da região de Itapeva (12,82) mas superior
4
A Taxa de Natalidade é determinada pela relação entre os nascidos vivos no
município, ocorridos e registrados em determinado período de tempo, pela
população estimada para o meio do período, multiplicada por mil. Já a taxa de
fecundidade geral é determinada pela relação entre o número de nascidos vivos
pela população feminina fértil (entre 15 e 49 anos) residente no município,
também multiplicada por mil.
12
aos números apresentados pelo estado (11,48). Já, a taxa de
mortalidade na infância, ou seja, óbitos de menores de 5 anos,
é de 15,02, valor este superior a da RG e do estado que
registraram (14,86 e 13,16; respectivamente).
13
1991 para 67,4 anos em 2000, e para 72,9 anos em 2010. Em
2010, a esperança de vida ao nascer média para o estado é de
75,7 anos e, para o país, de 73,9 anos.
Também pode-se notar que apesar de ter diminuído a
porcentagem de população dependente, o índice de envelhe-
cimento aumentou – em especial devido à diminuição da taxa
de natalidade e o aumento da esperança de vida. A fração
da população economicamente dependente tem como carac-
terística central demandar políticas públicas específicas para
jovens e idosos, notadamente equipamentos públicos ligados à
educação e à saúde.
Considerando o aumento proporcional da população
economicamente ativa, é fundamental que os planos de de-
senvolvimento socioeconômico do município apontem para a
necessidade de se pensar em políticas como esporte, lazer, cul-
tura, educação profissionalizante e superior, planejamento fa-
miliar e, sobretudo, de trabalho.
14
ticipação dos setores econômicos no valor agregado ou
adicionado nas atividades locais. Observada a evolução des-
tes números podemos saber quais setores ou ramos da eco-
nomia são mais dinâmicos
15
do comparada com a RG e o estado. O valor adicionado é
uma variável muito relevante para saber a estrutura eco-
nômica e sua evolução, pois ele permite que se veja o valor
gerado por um agente ou setor econômico específico.
16
correntes. Desse modo, podemos observar o crescimento
expressivo da agropecuária nos últimos anos em detrimento dos
outros setores da economia. Logo, a importância econômica da
agropecuária para a economia municipal é evidente.
Fonte: SEADE.
Const.
Agropecuária Indústria Serviços Comércio
Civil
17
Fonte: Fundação Seade
20
Gráfico 4. Produção Agrícola em Buri (2008)
soja laranja
trigo 6% 3%
9%
braqueária
pinus 40%
13%
milho eucalipto
14% 15%
Fonta: CATI.
21
FINANÇAS PÚBLICAS
22
O gráfico abaixo apresenta as despesas e receitas
orçamentárias do município de Buri no ano de 2009, em
comparação com as médias do estado do São Paulo e do Brasil.
5
Ver o relatório completo em: http://www4.tce.sp.gov.br/sites/default/files/10_-
_064-m-ccm-tc-001673-026-12_-_buri.pdf
24
EDUCAÇÃO
26
Tabela 6. Censo Geral da Educação Básica no município de Buri (2012)
27
Gráfico 6. Fluxo escolar por faixa etária em Buri
28
Nas avaliações institucionais nacionais, o município de
Buri apresenta nota que acompanha as expectativas nacionais.
O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) no
município em 2012 foi de 5.5 para a 5ª série (6º ano) e 4.3
para a 8ª série (9º ano). O índice é calculado com base no
conhecimento dos alunos (via Prova Brasil) e na taxa de
aprovação, a meta do Brasil estabelecida junto à Organização
para a Cooperação de Desenvolvimento Econômico (OCDE) é
de ter nota igual ou superior 6,0 até 2022.
SAÚDE
30
Segundo o IBGE, o município de Buri conta com 1 0
estabelecimentos públicos de saúde e 2 estabelecimentos
privados, entre consultórios médicos, ambulatórios, postos de
atendimento à saúde, centros de atenção psicossocial e
centros biomédicos de análise. Os profissionais da saúde dos
quais o município dispõe tem-se, numa escala por mil habitantes:
1,23 técnicos de enfermagem; 1,55 auxiliares de enfermagem;
0,59 enfermeiros; 0,21 psicólogos e 0,32 médicos. O município
possui, ainda, 34 leitos.
31
no mesmo ano, recebeu cerca de 2 milhões de reais de
transferências do Sistema Único de Saúde (SUS).
% despesa com
pessoal/despesa total 67,1 62,9 50,8 73,0
% despesa com
investimentos/despesa total 0,8 3,4 5,2 2,1
% transferências
SUS/despesa total com saúde 36,3 29,4 19,5 37,8
% de recursos próprios
aplicados em saúde (EC 29) 22,0 26,8 34,1 18,6
32
Despesa com recursos 2.975.9 4.161.3 6.390.1 3.600.5
próprios 99,86 29,88 62,73 37,14
Receita de impostos e
transferências constitucionais 13.505. 15.534. 18.769. 19.401.
legais 734,64 083,52 477,66 164,47
33
Gráfico 7. PIB percapita no estado de São Paulo, RG de Itapeva e município de Buri
34
Gráfico 8. Evolução do IDHM de Buri
35
O Índice Paulista de Responsabilidade Social (IPRS),
apesar das críticas para a elaboração e aplicação, tem alguns
pontos importantes a acrescentar nessa análise, como o
retrato dado pelas suas três dimensões: riqueza,
longevidade e escolaridade. Muitas são as limitações desses
indicadores, em especial quando buscam medir renda a partir
da média, assim como o IDHM. Entretanto, mais do que
discutir a funcionalidade ou não desse indicador, o que se
busca destacar aqui é a dinâmica nos quesitos avaliados. A
tabela 10 demonstra a evolução do município nos dois
últimos anos da série, a qual chama a atenção a
diminuição da dimensão Longevidade.
36
Tabela 10. Evolução das dimensões do IPRS em Buri/São Paulo*
2008 26 42
Dimensão Riqueza
2010 30 45
2008 57 68
Dimensão Longevidade
2010 59 69
2008 39 40
Dimensão Escolaridade
2010 41 48
38
(programas públicos de variadas origens, mas em especial de
programas de âmbito federal), e ao mesmo tempo podermos
entender a dinâmica econômica e de bem estar social
derivada do ingresso de recursos públicos (renda, bens ou
acesso a serviços públicos) é importante observar as
informações permitidas de Cadastro Único para Programas
Sociais do Governo Federal.
39
Gráfico 10. Distribuição das famílias inscritas no Cadastro Único por faixa per Capita
de renda mensal em Buri
41
Programa Bolsa Família.
Quadro 2 – Descrição sumária dos tipos de benefícios pagos pelo governo
federal aos beneficiários do Programa Bolsa Família
42
Fonte: site oficial do Ministério do Desenvolvimento Social7
7
Conforme informações colhidas em
<http://www.mds.gov.br/falemds/perguntas-frequentes/bolsa-
familia/beneficios/beneficiario/beneficio-valor>. Acesso em agosto de 2014.
43
município são precários e precisam ser revistos pelos gestores
públicos.
SANEAMENTO BÁSICO
44
Tabela 12. Percentual de atendimento de serviços de
saneamento básico no estado de São Paulo, RG e Buri
(1991, 2000 e 2011)
Estado de São
RG de Itapeva Buri
Variável/An Paulo
o
1991 2000 2010 1991 2000 2010 1991 2000 2010
Água 96,40 97,40 97,91 95,70 97,56 97,99 95,26 97,65 98,29
Esgoto 80,80 85,70 89,75 74,52 84,85 89,48 72,69 93,66 92,54
Coleta de
96,20 98,90 99,66 87,47 96,65 99,12 88,02 98,70 99,28
lixo
MEIO AMBIENTE
8
Agenda 21 é um documento da Conferência das Nações Unidas sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento, de 1992, um programa de ações a ser adotado
global, nacional e localmente, com intuito de modificar os padrões de
consumo e produção de forma a reduzir o impacto das pressões ambientais e
atender as necessidades básicas da humanidade.
47
Figura 2 – Mapa Florestan do Município de Buri
48
Ao analisar o mapa florestal de Buri, na figura 2, fica
evidente a predominância da vegetação de reflorestamento.
Primeiramente, é preciso reconhecer a importância do cultivo de
pinus para a economia local e depois devemos avaliar o impacto
ambiental e formas sustentáveis e legais que este tipo de
exploração implica. Em 2013, a Secretaria Estadual do Meio
Ambiente divulgou o registro9 de 11 madeireiras que atuam no
comércio atacadista e varejista de madeiras serradas, fabricação
de madeiras laminadas e chapas de madeira compensadas,
fabricação de carvão e serrarias.
9
Ver o documento na íntegra em:
http://www.ambiente.sp.gov.br/madeiralegal/files/2011/11/Lista-para-o-site-
2013.pdf
49
Urbana, Educação Ambiental, Cidade Sustentável, Gestão das
Águas, Qualidade do Ar, Estrutura Ambiental e Conselho
Ambiental. No ranking geral feito pela Secretaria Estadual do
Meio Ambiente, Buri obteve a nota 30,28 (com nota máxima de
100 pontos) em 2008, ficando na 282ª posição do estado (de 332
municípios). No ano de 2014, a posição do município piorou
drasticamente, caindo para a 478ª posição (entre 610
municípios), com nota 13,1810. No município de Buri, também há
uma unidade do Instituto Florestal, órgão vinculado à Secretaria
do Meio Ambiente, que atua na preservação do meio ambiente
local e é considerado o guardião da biodiversidade do Estado de
São Paulo.
10
Para saber mais sobre o programa e detalhes do ranking, consulte:
http://www.ambiente.sp.gov.br/municipioverdeazul/o-projeto/
50
Diagnóstico Socioeconômico do Município
de Campina do Monte Alegre
51
A Região Administrativa (RA) de Sorocaba engloba 79
municípios e cinco regiões de governo (Avaré, Botucatu,
Itapetininga, Itapeva e Sorocaba). Atualmente, a região destaca-
se pela produção de produtos agrícolas, como frutas, olerícolas,
grãos e produtos animais.
53
Oficialmente, o município foi fundado em meados de
1860 se emancipou do município vizinho, Angatuba, em 1992. O
primeiro nome do município foi Capelina, sendo que a
denominação atual se relaciona com o fato da cidade estar
localizada em um campo perto do morro Monte Alegre.
11
Como os Censos Demográficos ocorrem a cada 10 anos, torna-se necessário
realizar projeções populacionais para que, nos intervalos, seja possível dimensionar o
tamanho de uma população.
54
do Monte Alegre ser inferior ao do estado e da sua RG, a 30,48 é
considerado razoável para um município de pequeno porte
territorial e populacional.
56
Os dados demográficos de Campina do Monte
Alegre nos últimos 20 anos estão sintetizados abaixo, na
tabela 2.
2000 2010
População Total 5.195 5.564
População Urbana 4.169 4.707
População Rural 1.026 857
Taxa de Urbanização (%) 80,25 84,6
Fonte: Fundação Seade
58
2000, a razão de dependência foi de 69,29% para 59,39%,
enquanto a taxa de envelhecimento evoluiu de 6,25% para
7,41%.
As taxas de natalidade, a de fecundidade geral², e
de mortalidade da população nos fornecem caminhos para
análise das tendências do crescimento futuro de sua população
e também são importantes para o diagnóstico da saúde do
município. As fontes consultadas apresentam pequenas
diferenças no cálculo de alguns dados, por isso apresentados
aqui separadamente. Abaixo, no gráfico 2, vê- se os índices
apresentados pelo Atlas do Desenvolvimento Humano no
município de Campina do Monte Alegre.
No que se refere aos dados do SEADE em relação à
população de Campina do Monte Alegre, no ano de 2011, a taxa
de natalidade12 foi de 11,63 por mil habitantes e a de
fecundidade geral 44,55 por mil mulheres em idade fértil. Esses
índices se apresentam inferiores aos registrados pelo estado de
São Paulo e pela RG de Itapetininga. A taxa de mortalidade
registrada no ano de 2010, classificada por faixa etária, tem
comportamentos distintos dos observados para o conjunto da
RG e do estado. A mortalidade infantil, isto é, óbitos de crianças
12
A Taxa de Natalidade é determinada pela relação entre os nascidos vivos
no município, ocorridos e registrados em determinado período de tempo,
pela população estimada para o meio do período, multiplicada por mil.
Já a taxa de fecundidade geral é determinada pela relação entre o
número de nascidos vivos pela população feminina fértil (entre 15 e 49
anos) residente no município, também multiplicada por mil.
59
de até 1 ano de idade é de 13,6 por mil nascidos vivos, taxa
superior a da região de Itapetininga (11,03) e aos números
apresentados pelo estado (11,86). Já, a taxa de mortalidade na
infância, ou seja, óbitos de menores de 5 anos, é de 15,7, valor
este superior ao da RG (13,45) e ao do estado de São Paulo
(13,69).
Mortalidade até 1 ano de idade (por mil nascidos vivos) 33,5 24,5 13,6
Mortalidade até 5 anos de idade (por mil nascidos vivos) 37,9 28,4 15,7
60
em 2010. Em 2010, a esperança de vida ao nascer média para o
estado é de 75,7 anos e, para o país, de 73,9 anos.
Também pode-se notar que apesar de ter diminuído a
porcentagem de população dependente, o índice de
envelhecimento aumentou – em especial devido à diminuição da
taxa de natalidade e o aumento da esperança de vida. A fração
da população economicamente dependente tem como
característica central demandar políticas públicas específicas
para jovens e idosos, notadamente equipamentos públicos
ligados à educação e à saúde.
Considerando o aumento proporcional da população
economicamente ativa, é fundamental que os planos de
desenvolvimento socioeconômico do município apontem para a
necessidade de se pensar em políticas como esporte, lazer,
cultura, educação profissionalizante e superior, planejamento
familiar e, sobretudo, de trabalho.
63
No estado de São Paulo e na região de governo de
Itapetininga, observa-se que o valor adicionado dos quatro
setores aumentou nos últimos dez anos, sendo que a indústria
lidera esse quadro de avanços. No município de Campina do
Monte Alegre, também verificou-se o aumento do valor
adicionado nos setores da atividade econômica, mas é o setor de
serviços que predomina desde 2000. Neste ano, o ranking ficou
o seguinte: o setor de serviços (1º) no município apresentou
valor adicionado de 18,52 milhões de reais correntes, seguido
pela indústria (2º) com 8,88 milhões de reais correntes,
agropecuária (3º) com 4,59 milhões de reais correntes, e por
último a administração pública (4º) com 3,48 milhões de reais
correntes.
Em 2010, o setor de serviços figurava em primeiro lugar
com valor adicionado de 40,83 milhões de reais correntes,
seguido pela agropecuária que chegou a 37,15
Milhões de reais, pela administração pública que aumentou seu
valor adicionado para 14,31 milhões de reais correntes e a
indústria caiu para quarto lugar, com 9,47 milhões de reais
correntes.
64
Gráfico 2. Distribuição de participação dos setores no valor adicionado fiscal de
Campina do Monte Alegre
65
valor adicionado fiscal da indústria de bebidas foi o maior, com
699.892.865 reais. No município de Campina do Monte Alegre, a
indústria de produtos alimentícios liderou, com valor adicionado
fiscal de 5.675.739 reais.
A partir dos dados, verifica-se que no estado de São
Paulo o comércio varejista predomina desde 2000, chegando em
2011 a um valor adicionado fiscal de 134.806.562.007 reais. Na
região de governo de Itapetininga, também predomina o
comércio varejista, com valor adicionado fiscal de 818.999.298
reais em 2011. No município de Campina do Monte Alegre, por
sua vez, o comércio atacadista lidera o valor adicionado fiscal
também desde 2000, sendo que, em 2011, apresentou valor
adicionado fiscal de 7.213.626 reais e o comércio varejista,
5.507.211 reais.
Observa-se que no Brasil e no estado de São Paulo, o
setor de serviços lidera o valor adicionado fiscal, seguido pela
indústria e a agropecuária. Contudo, no município de Campina
do Monte Alegre, verificamos que o setor de serviços lidera, mas
é seguido pela agropecuária e depois pela indústria. Isso significa
que a economia do município ainda é muito dependente da
produção de produtos primários.
Reconhecida a importância da agropecuária para a
dinâmica econômica local,
Será feito uso de alguns dados fornecidos pela Coordenadoria de
Assistência Técnica Integral, no mais recente Levantamento das
66
Unidades de Produção Agropecuária, UPA, de Campina do Monte
Alegre, de 2008 (data mais recente pesquisa decenal) a fim de
uma visão mais clara da agropecuária do município.
1,25% 0,94%
13,22%
0,1 ha a 50 ha
50 ha a 500 ha
Fonte: CATI.
Fonte: CATI
68
bovinocultura de leite (1.036 cabeças) e a avicultura de corte
(741.287 cabeças/ano).
FINANÇAS PÚBLICAS
Fonte: Fundação SEADE. Nota: O símbolo (...) significa dado não disponível e (-)
fenômeno inexistente, segundo o banco de dados da Fundação SEADE.
70
variávies onde os valores dos municípios não foram informados. NOTA 3:
Atribui-se zeros aos valores dos municípios onde não há ocorrência da variável.
EDUCAÇÃO
73
Tabela 8 – Síntese de frequência escolar em série esperada para a idade (%)
Indicador 1991 2000 2010
Entre 6 e 14 anos no ensino fundamental 27,37 61,20 79,95
74
SAÚDE
Taxa de mortalidade da
população entre 15 e 34 anos
(Por cem mil habitantes nessa
- 106,06 119,61
faixa etária)
Taxa de mortalidade da
população de 60 anos e mais 4.539,20 3.924,32 3.611,03
(Por cem mil habitantes nessa
75
faixa etária)
76
Tabela 10 – Dados e indicadores de despesas com saúde no município de Campina do
Monte Alegre
% despesa com
pessoal/despesa total 22,9 68,3 23,2 37,5
% despesa com
investimentos/despesa total 13,7 3,3 7,8 0,2
% transferências
SUS/despesa total com saúde 24,8 30,1 24,1 25,3
% de recursos próprios
aplicados em saúde (EC 29) 25,5 19,7 22,8 22,2
% despesa com serv. terceiros
- pessoa jurídica /despesa
total 4,3 3,9 6,4 6,6
Receita de impostos e
transferências constitucionais
legais 5.338.882,46 6.520.994,67 7.982.808,59 7.551.262,67
78
Gráfico 7 – Renda per capita do estado de São Paulo, da RG de Itapetininga
e do município de Campina do Monte Alegre em 2010
79
Gráfico 8 – Evolução do IDHM
80
O Índice Paulista de Responsabilidade Social (IPRS),
apesar das críticas para a elaboração e aplicação, tem alguns
pontos importantes a acrescentar nessa análise, como o retrato
dado pelas suas três dimensões: riqueza, longevidade e
escolaridade. Muitas são as limitações desses indicadores, em
especial quando buscam medir renda a partir da média, assim
como o IDHM. Entretanto, mais do que discutir a funcionalidade
ou não desse indicador, o que se busca destacar aqui é a
dinâmica nos quesitos avaliados. A tabela 10 demonstra a
evolução do município nos dois últimos anos da série, a qual
chama a atenção a diminuição da dimensão Riqueza.
82
abaixo de R$ 70,00 mensais, ou seja, cerca de 4,02% da
população em situação de extrema pobreza.
Para analisarmos o grau de dependência dos segmentos
sociais em Campina do Monte Alegre dos fundos de proteção
social (programas públicos de variadas origens, mas em especial
de programas de âmbito federal), e ao mesmo tempo podermos
entender a dinâmica econômica e de bem estar social
derivada do ingresso de recursos públicos (renda, bens ou
acesso a serviços públicos) é importante observar as
informações permitidas de Cadastro Único para Programas
Sociais do Governo Federal.
Com este instrumento podemos identificar e caracterizar
as famílias de baixa renda, permitindo conhecer a realidade
socioeconômica dessas famílias, trazendo informações de
todo o núcleo família, características do domicilio, das
formas de acesso a serviços públicos essenciais. A partir dele, o
poder público pode formular e implementar políticas
específicas, que contribuem para a redução das
vulnerabilidades sociais a que estas famílias estão expostas.
Sob essa ótica, pode-se ver abaixo, na tabela 11, o
perfil das famílias do município de Campina do Monte Alegre
inscritas no Cadastro Único.
83
Tabela 11 – Distribuição das famílias inscritas no Cadastro Único por faixa per capita
de renda mensal em Campina do Monte Alegre em Maio de 2013
Indicadores Número de
famílias
85
O quadro 2 apresenta uma descrição sumária dos tipos
de benefícios pagos pelo governo federal aos beneficiários do
Programa Bolsa Família.
Quadro 2 – Descrição sumária dos tipos de benefícios pagos pelo governo federal aos
beneficiários do Programa Bolsa Família.
Concedido às famílias extremamente pobres, isto é,
com renda mensal de até R$ 70,00 per capita,
Benefício básico
mesmo não tendo crianças, adolescentes, jovens,
gestantes ou nutrizes;
Têm o valor de R$ 32,00 e é concedido às famílias
com renda mensal de até R$ 140,00 per capita,
desde que tenham crianças, adolescentes de até 15
Benefícios Variáveis
anos, gestantes e/ou nutrizes. Cada família pode
receber até cinco Benefícios Variáveis, ou seja, até
R$ 160,00;
É concedido valor de R$ 38,00 a todas as famílias
Benefício Variável
que tenham adolescentes de 16 e 17 anos
Vinculado ao
frequentando a escola. Cada família pode receber
Adolescente
até dois destes benefícios;
É destinado às famílias que tenham crianças com
Benefício Variável até seis meses de vida, sendo que o benefício é
Nutriz concedido em seis parcelas consecutivas de R$
32,00;
Benefício variável à É concedido às gestantes com idade entre 14 e 44
gestante anos, sendo nove parcelas de R$ 32,00;
Pago às famílias que, mesmo recebendo outros
benefícios, continuam em situação de pobreza
Benefício para
extrema (renda per capita mensal de até R$ 70,00),
Superação da
seu valor correspondente ao necessário para que a
Extrema Pobreza
família supere os R$ 70,00 mensais por pessoa e
pode ter valores diferenciados para cada família.
Fonte: site oficial do Ministério do Desenvolvimento Social.13
13
Conforme informações colhidas em
<http://www.mds.gov.br/falemds/perguntas-frequentes/bolsa-
família/benefícios/beneficiário/beneficio-valor>. Acesso em agosto de 2014.
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de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS).
Segundo dados recentes do Ministério do Desenvolvimento
Social (2013), também não foram localizados Programas da
Secretaria de Segurança Alimentar no município.
SANEAMENTO BÁSICO
87
O nível de atendimento domiciliar dos serviços públicos
de abastecimento de água cresceu entre 1991 e 2010. No estado
de São Paulo, em 2010, a porcentagem de atendimento chegou a
97,38%, sendo que na região de governo de Itapetininga, esse
número foi próximo, com 99,62%; assim como no município de
Campina do Monte Alegre, com 97,80%. A partir disso, denota-se
que quase a totalidade da população do município desfruta de
um serviço eficiente de abastecimento de água.
De maneira geral, no que tange ao abastecimento de
água, verificamos aumento na porcentagem da população das
esferas municipal, regional e estadual. No que tange ao
tratamento de esgoto, as médias da região de Itapetininga são
superiores às médias estaduais e às do município, inferiores. No
caso de Campina do Monte Alegre, em 2000, a porcentagem de
atendimento do serviço de esgoto sanitário era de 79,79%,
número que aumentou para 87,75%, em 2010. A coleta de lixo
também foi um serviço ampliado nesses anos e atualmente
atende a quase totalidade da população (99,35%).
Portanto, podemos concluir que no que se refere aos
serviços públicos de saneamento básico, como abastecimento de
água, esgotamento sanitário e coleta de lixo, o município de
Campina do Monte Alegre que já apresentava bons índices
apresentou evolução nesses últimos vinte anos, chegando a
apresentar em 2010, números superiores às médias e estaduais.
88
Contudo, o serviço público de esgoto sanitário necessita de
investimentos, pois atende apenas cerca de 90% de sua
população.
MEIO AMBIENTE
14
A Agenda 21 é um documento da Conferência das Nações Unidas
sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, de 1992, um programa de ações
a ser adotado global, nacional e localmente, com intuito de modificar os
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No entanto, apesar destes problemas ambientais,
Campina do Monte Alegre não apresentou problemas maiores
no que tange a poluição do ar e do solo ou outras alterações
ambientais mais significativas. Também segundo dados oficiais,
não houve prejuízos registrados nas atividades econômicas por
conta de algum fator relacionado ao meio ambiente.
Em conjunto com outras associações vegetais, as
florestas encerram uma grande biodiversidade e garante o
necessário equilíbrio ecológico por isso devem ser consideradas
na análise ambiental de um município, por ser um espaço de
importância fundamental para a manutenção dos valores
naturais e para a melhoria da qualidade de vida dos habitantes.
O mapa florestal de Campina do Monte Alegre, na figura 2,
demonstra a predominância da vegetação de reflorestamento no
município, representando 6,20% de seu território. A presença de
mata é constatada em apenas 1,08% da extensão e 4,87% de
capoeira, um tipo de vegetação secundária composta por
gramíneas e arbustos esparsos.
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Referências
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brasileira – avanços e problemas Brasília, DF, 2010. (Comunicado
do IPEA, n. 66).
. Perspectiva da Política Social no Brasil. Brasília, DF: IPEA,
2010c. v. 8. Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD): Atlas do desenvolvimento humano
no Brasil. Disponível em: <http://www.atlasbrasil.org.br/2013/>.
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