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Curso de Mergulho
CMAS P1
Título Nacional de Mergulho “Nível 2”
2012
3ª Edição revista e aumentada
Comissão Nacional de Mergulho
Federação Portuguesa
Curso de Mergulho
de Actividades
CMAS P1Subaquáticas 1
Edição:
Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas
Autoria:
Comissão Nacional de Mergulho (CNM)
Coordenação e direcção técnica:
Fernando Muralha Pina
A Comissão Técnica de Mergulho Desportivo da FPAS
agradece a colaboração de:
Armando Teixeira da Rede - Fernando Aldomiro - Fernando Pina
Henrique Santos - João Gomes Pedro - José Tourais - Manuel Preto
Óscar Camacho - Pedro António Neves - Pedro Freitas Cruz
Pedro Lage - Raul Monteiro - Teresa Alexandra Pina
Créditos fotográficos:
Carlos Franco: págs. 11, 17, 30, 48, 53, 55, 56, 60, 62, 65, 66, 68,
96, 104, 150, 156, 163, 164, 168, 170 a 179, 190
Fernando Pina: págs. 49, 64, 71, 73; ilustrações págs. 84, 86 a 89,
102, 136, 139 a 144
Manuel Anselmo: págs. 6, 74, 82, 124, 146, 155
CMAS: ilustrações das págs. 79, 80, 91, 92, 99, 107, 108
CNANS: págs. 186, 187, 188
Corel: pág. 5 e ilustrações de separação
Ilustrações de equipamento cedidas por:
Aquasport (Cressi-sub) - Equipsub (Sporasub) - Marpro (Aqualung)
Nautisub (Beuchat) - R. Saramago L.da (Scubapro, Uwatec)
Setunáutica (Seemann Sub) - Tecniquitel (Suunto) - Submate
Conceção gráfica:
Carlos Franco
Impressão:
MX3 - Artes Gráficas, Lda..
Tiragem: 1.000 exemplares
Depósito Legal n.º ??????????/1012
Prólogo ................................................................................................. 4
Instruções para o aluno ....................................................................... 5
MÓDULO 1T1 - Funcionamento do curso ..................................... 7
MÓDULO 1T2 - Equipamento básico de mergulho .................... 15
MÓDULO 1T3 - Equipamento de mergulho diverso ................... 31
MÓDULO 1T4 - O escafandro autónomo .................................... 47
MÓDULO 1T5 - Controlo de flutuabilidade ................................. 61
MÓDULO 1T6 - Manutenção do equipamento .......................... 69
MÓDULO 1T7 - Sinalização subaquática ..................................... 77
MÓDULO 1T8 - Princípios básicos de física ................................. 83
MÓDULO 1T9 - Princípios básicos de fisiologia .......................... 97
MÓDULO 1T10 - Barotraumatismos ............................................. 105
MÓDULO 1T11 - Intoxicações, hipotermia e afogamento ......... 117
MÓDULO 1T12 - Acidente de descompressão ............................ 127
MÓDULO 1T13 - Tabelas e computadores, Cálculo do consumo
de ar, Planeamento básico do mergulho......... 133
MÓDULO 1T14 - Segurança no mergulho ................................... 165
MÓDULO 1T15 - Autosegurança e ajuda .................................... 173
MÓDULO 1T16 - O ambiente marinho ........................................ 181
MÓDULO 1T17 - Abordagem à arqueologia subaquática ......... 197
O INSTRUTOR
O Instrutor é o guia que permite entrar no mundo subaquático em segurança. As
suas indicações devem ser sempre seguidas, pois os seus conhecimentos e prática
são importantíssimos para a segurança do aluno.
O aluno deve depositar nele a sua confiança e não ter receio em fazer-lhe quantas
perguntas forem necessárias para esclarecer qualquer dúvida sobre os temas do
programa ou sobre os exercícios que tem que realizar na prática.
FUNCIONAMENTO DO CURSO
TÓPICOS
√ Que deverá cumprir a disciplina que lhe é imposta pelo monitor, depositar
toda a confiança nos seus ensinamentos e respeitar os seus conselhos.
√ Quais as certificaçõee que lhe são atribuídas no final do curso.
√ O que lhe é permitido fazer com a qualificação atribuída após este curso.
√ Que possibilidades oferece este curso no que respeita à carreira de
progressão do mergulhador.
√ Qual o nível máximo que pode atingir como praticante.
√ Como se insere este curso no Sistema Nacional de Certificação de
Mergulhadores face à legislação nacional.
√ Como se insere este curso no Sistema Internacional CMAS de Certificação
de Mergulhadores.
√ Qual a função da FPAS no âmbito das acividades subaquáticas nacionais e
quais as vantagens em ser filiado.
√ Qual a função da CMAS no âmbito das atividades subaquáticas
internacionais.
√ Quais os documentos que deverá possuir para poder mergulhar em território
nacional e no estrangeiro.
APRESENTAÇÃO
A ESCOLA
A escola que vai frequentar está devidamente reconhecida e legalizada pela FPAS
para ministrar cursos de mergulho CMAS, cumprindo os conteúdos programáticos
definidos pela Comissão Nacional de Mergulho (CNM) da FPAS.
Todas as escolas que utilizam os programas de mergulho FPAS/CMAS são obrigadas
a filiar os seus alunos no início do curso.
Esta filiação tem dois objetivos: serve para que os alunos fiquem cobertos por um
seguro de acidentes pessoais durante e após terem terminado o curso e para
que lhes possa ser atribuída a qualificação internacional CMAS.
ESTRUTURA DA FPAS
Se bem que seja necessário possuir um certificado para mergulhar é muito mais
importante que esse certificado seja obtido após uma boa aprendizagem.
De acordo com os padrões de ensino da CMAS, existem quatro níveis de
mergulhador praticante a que se pode aceder após frequência dos respetivos cursos
ou por proposta directa no caso do último nível.
Os três primeiros níveis estão enquadrados nas Normas NP EN14153-2 2005 e
NP EN14153-3 2005, que definem para cada um deles as competências, os pré-
requisitos para a formação, os conhecimentos teóricos e práticos exigidos, os
parâmetros de formação prática e a avaliação dos praticantes.
A partir do nível 3 o mergulhador praticante poderá optar pela vertente do ensino
ingressando na carreira de monitor.
A qualificação de praticante nível 4, não enquadrada em qualquer destas normas,
será obtida após a avaliação da proposta enviada à CNM da FPAS, por uma entidade
de mergulho reconhecida, solicitando a sua atribuíção.
Será atribuída ao mergulhador que possui conhecimentos acrescidos em todas as
matérias teóricas relacionadas com o mergulho, que tenha adquirido grande
experiência demonstrada em todas as técnicas e práticas do mergulho e seja
reconhecido pelas suas qualidades de liderança de projetos ou desenvolvimento de
atividades com objetivos técnicos, culturais ou científicos.
DOCUMENTAÇÃO
A Caderneta de
Imersão da FPAS permite
registar corretamente os mergulhos
QUESTIONÁRIO
QUESTIONÁRIO
TÓPICOS
EQUIPAMENTO BÁSICO
Equipamento básico de mergulho pode ser definido como aquele que permite a
nossa adaptação ao ambiente subaquático, de forma a podermos mergulhar segura
e comodamente. Este equipamento básico, tanto para o mergulhador com escafandro,
como para o mergulhador em apneia, é essencialmente constituído por máscara,
tubo e barbatanas.
Dada a sua importância para a segurança, este equipamento tem de ser escolhido
em função de dois critérios determinantes:
Simplicidade na conceção, na forma e no funcionamento.
A MÁSCARA
A refração ar/água através do vidro da máscara provoca um desvio nos raios luminosos que faz os
objectos parecerem maiores e estar mais próximos do mergulhador
indivíduo “B”. Por isso, a escolha deve ser cuidada e é muito importante experimentar
a máscara antes de comprar. Deve-se encostá-la levemente à face e inspirar pelo
nariz: se a máscara se colar à cara e ficar aderente durante algum tempo, sem cair,
está garantida a sua estanquecidade.
Para testar a comodidade, deve-se comprimi-la contra a face e certificar-se que
nenhuma parte se torna incómoda ou dolorosa, nomeadamente o rebordo e a zona
envolvente do nariz.
A máscara é uma peça frágil e é aconselhável mantê-la numa caixa plástica. Isto
protege-a de quedas ou pancadas inadvertidas e do contacto com gasolina (frequente
no fundo do barco) ou outros produtos que ataquem a borracha ou o silicone.
A manutenção é muito importante mas simples: lavá-la muito bem com água
doce no final de cada mergulho, deixando-a secar à sombra.
O TUBO
AS BARBATANAS
A PROTEÇÃO DO MERGULHADOR
O FATO ISOTÉRMICO
A maior parte dos fatos isotérmicos são feitos de neoprene (espuma de borracha),
um material com grande poder isolante. Há fatos com diferentes espessuras (desde
1,5mm até 7 mm ou mais), podendo ser forrados no interior e no exterior com um
tecido sintético, normalmente nylon ou lycra. O forro interno tem a função de os
tornar mais confortáveis a vestir e despir e o forro externo serve para os tornar mais
resistentes à abrasão.
O neoprene é uma espuma formada por pequenas células fechadas e cheias de
gás. Trata-se, portanto, de um material cujo peso é extraordinariamente
baixo em relação ao volume, o que lhe confere um poder de flutuação
muito elevado. Quanto maior for a espessura do neoprene maior
será a proteção contra o frio, mas, consequentemente, maior
será também o seu poder de flutuação.
Existem basicamente três tipos de fatos isotérmicos para
mergulho: os “fatos húmidos”, os “fatos semi secos” e os
“fatos secos”.
FATOS HÚMIDOS - Permitem a entrada de uma pequena
quantidade água, que se instala entre o neoprene e a pele do
mergulhador e é rapidamente aquecida. A eficácia do fato é
tanto maior quanto mais evitar a entrada de nova água fria.
Portanto, o fato deve funcionar como uma segunda pele (justo,
mas não apertado), evitando a circulação da água no seu interior
e não permitindo a rápida renovação da película de água
aquecida pelo corpo.
Este tipo de fato existe no mercado em modelos para todos
os gostos e tipos de utilização: pode ser de peça única ou
de várias peças, com ou sem capuz, com ou sem fechos,
pode ter ou não vedantes nos pulsos e tornozelos e ser
Fato húmido de duas
peças, com fecho, um tipo feito em neoprene com diferentes espessuras,
de fato muito popular densidades e padrões.
são os habituais: passar por água doce e secar à sombra. O fato deve ser armazenado
sem ser dobrado, para evitar que os vincos no neoprene esmaguem as pequenas
células, o que reduz o poder isolante. O ideal é guardá-lo pendurado num cabide
não metálico e de apoio largo, tendo em atenção que os fechos devem ser
particularmente bem lavados para retirar todo o sal que eventualmente contenham.
O CINTO DE LASTRO
Meias/botas
Instrumentos
Barbatanas
Cinto de lastro
Escafandro (colete/garrafa/
regulador)
Máscara/tubo
Luvas
Esta sequência pode ser alterada em função
das condições existentes no momento.
QUESTIONÁRIO
QUESTIONÁRIO
QUESTIONÁRIO
17º) Uma das condições a que deve obedecer a fivela dum cinto de
lastro é:
a) Ser de aço inoxidável
b) Só abrir quando o mergulhador necessitar
c) Poder ser utilizada com qualquer tipo de cinto
d) Nenhuma resposta está correta
TÓPICOS
O PROFUNDÍMETRO
Profundímetros de tubo
Bourdon (de pulso) e
profundímetro digital (em consola)
O RELÓGIO
O TERMÓMETRO
A BÚSSOLA
O manómetro de alta pressão serve para medir a pressão do ar, ou outro tipo de
mistura gasosa, dentro da garrafa de mergulho.
Existem dois tipos de manómetros: o manómetro de superfície (não estanque),
destinado a medir a pressão da garrafa à superfície, e o manómetro de mergulho
(estanque), que indica qual a pressão do ar existente na garrafa durante o
mergulho.
O manómetro de mergulho é um instrumento obrigatório para o
mergulhador, pois permite-lhe controlar a quantidade de ar que tem
na garrafa, de modo a poder regressar à superfície antes do ar terminar.
Tal como os outros instrumentos atrás descritos, o manómetro de
mergulho é um sistema de controlo passivo. Isto significa que o
mergulhador deve ter o hábito de o consultar regularmente.
Nos manómetros mecânicos convencionais a pressão é indicada por
um ponteiro que se desloca sobre um mostrador circular, graduado
em bar ou em kg/cm2 ou em PSI (libras/polegada quadrada).
Normalmente o mostrador tem o sector entre os 0 e os 50 bar Manómetro
pintado de vermelho. Quando o ponteiro entra neste sector diz-se de superfície
que o mergulhador entrou na reserva. Isto significa que o mergulho está no fim
devendo iniciar-se imediatamente o regresso à superfície.
O manómetro de mergulho é ligado, através de uma mangueira
especial, à saída de alta pressão (HP) do 1º andar do regulador,
medindo a pressão no interior da garrafa assim que a torneira é
aberta.
Esta mangueira deve ser tratada com cuidado para evitar a
deterioração, tal como as juntas tóricas que vedam a ligação entre
a mangueira e o manómetro, que devem ser mantidas limpas e
bem lubrificadas. Atenção à areia que se pode colar às juntas
tóricas, pois é meio caminho andado para a sua destruição.
Ao contrário do que se possa pensar, a rutura da
mangueira de alta pressão não é perigosa nem provoca
um rápido esvaziamento da garrafa. Na realidade, o
diâmetro da saída de alta pressão no primeiro andar do
regulador é micrométrico e deixa escapar uma reduzida
quantidade de ar, precisamente para que em caso de
seccionamento a mangueira não dê chicotadas ao deixar
sair o ar.
Atualmente existem manómetros de mergulho eletrónicos, que
apresentam o valor da pressão num mostrador digital. Além da
representação numérica, normalmente o valor da pressão é também
representado graficamente por uma coluna, onde está assinalada a
Manómetros de
zona de reserva.
mergulho. São estes Como está preso ao escafandro pela mangueira, o
aparelhos que servem manómetro de mergulho é o aparelho que serve de suporte
de suporte às consolas quando se instala uma consola de instrumentos.
O COMPUTADOR DE MERGULHO
determinado momento.
Tempo total do mergulho.
subida.
instrumento precioso, pelo que o seu utilizador deve ter o hábito de o consultar
com alguma frequência, tal como se disse para os outros instrumentos.
Tal como os restantes aparelhos, o Computador de Mergulho pode ser usado
no pulso ou instalado numa consola, conjuntamente com outros instrumentos.
Sendo um aparelho de precisão deve ser tratado com o maior cuidado, devendo
ser protegido dos choques, quedas ou qualquer outra agressão mecânica. O
computador deve ser lavado em água doce no final de cada mergulho, seco com um
pano e guardado em sítio seguro.
A FACA
A faca não é utilizada no mergulho como arma mas sim como um instrumento
para cortar um cabo ou uma rede, para bater na garrafa para chamar a atenção do
companheiro, para fazer marcas, etc. A sua utilização nunca deverá provocar danos
na vida marinha.
Face aos diversos fins a que se destina, a lâmina da faca deve ser forte e em aço
inoxidável. O punho deve ser robusto, adequado ao tamanho da lâmina e anatómico,
de modo a dar segurança quando a faca está a ser utilizada.
A faca pode ser de um ou dois gumes (punhal). A opção por uma faca com um
gume e um lado espesso é preferível, por este tipo de faca ser
mais versátil.
No entanto, seja qual for o modelo escolhido, um dos
lados deve ter uma serrilha longa e afiada, capaz de cortar
um cabo. O gume também deve ser bem
afiado, de modo a cortar facilmente linhas
de pesca ou redes.
Normalmente a bainha da faca é presa
na perna ou no colete de mergulho,
permitindo um acesso fácil e cómodo.
Em alternativa ou complemento da faca,
também existem tesouras para mergulho,
concebidas para cortar redes e cabos de
Seja qual for o modelo escolhido, a lâmina pequena bitola. São instrumentos muito
deve ter uma serrilha longa e afiada eficazes, com a vantagem de funcionarem
eficaz se a garrafa não estiver protegida por uma rede ou outro tipo de capa.
A manutenção destes equipamentos segue os preceitos indicados para os
equipamentos anteriores: lavar com água doce, secar e guardar em local protegido.
A BOIA DE SUPERFÍCIE
Este utensílio simples é muito útil para o mergulhador se fazer entender debaixo
de água, de uma forma fácil e eficaz. Permite ainda “anotar” ou “desenhar” aquilo
que lhe chamou a atenção e que lhe interessará recordar mais tarde.
Uma placa de plástico branco (baço de preferência), presa ao colete ou guardada
num dos bolsos, e um lápis macio atado à placa (enfiado num tubo plástico para não
se abrir com a água) é quanto basta.
A LANTERNA
A BOIA DE PATAMAR
em débito continuo. A boca da boia tem uma cintura de chumbo para ajudar a
manter a posição vertical, onde está preso o cabo.
Depois de cheia, a boia é largada para a superfície onde emerge na sua quase
totalidade. O mergulhador mantém o cabo em tensão para que a boia não se deite,
para não perder ar e para ser mais visível. Atualmente existem boias de patamar cuja
construção elimina o perigo de perderem o ar caso fiquem deitadas.
O SACO DE EQUIPAMENTO
QUESTIONÁRIO
4º) O relógio analógico tem uma coroa móvel que se destina a registar
o intervalo de superfície entre dois mergulhos:
a) Veradeiro
b) Falso
QUESTIONÁRIO
QUESTIONÁRIO
QUESTIONÁRIO
O ESCAFANDRO AUTÓNOMO
TÓPICOS
O ESCAFANDRO AUTÓNOMO
Um regulador.
A GARRAFA
na prova hidráulica).
Capacidade.
Peso.
AS TORNEIRAS
Há uma enorme variedade de tipos de torneira, desde a torneira com uma saída
com ou sem dispositivo de reserva (praticamente em desuso) até à torneira de
duas saídas.
Nas torneiras com reserva, este dispositivo consiste, basicamente, numa válvula
fechada por uma mola calibrada para 40 ou 50 bar de pressão. Enquanto o ar dentro
da garrafa tem uma pressão maior do que a da mola, abre facilmente a válvula e sai.
Quando a pressão do ar dentro da garrafa desce para um valor igual ao da mola,
as forças equilibram-se, a pressão do ar já não é suficiente para abrir a válvula e o
mergulhador precisa de fazer esforço para vencer a força da mola e inspirar.
Ao diminuir ainda mais a pressão dentro da garrafa, a mola acaba por manter a
válvula fechada, interrompendo a passagem do ar. Nesta altura o mergulhador tem
de puxar a “vareta da reserva”, para anular manualmente a força da mola e abrir a
válvula, permitindo que o ar passe. O mergulhador volta então a respirar normalmente,
A manipulação das torneiras deve ser feita suavemente e sem forçar. Se notar
alguma dificuldade ao rodar o manípulo é conveniente mandar verificar, pois pode
ser o eixo empenado ou apenas falta de lubrificação.
A saída das torneiras deve ser protegida com uma capa em plástico ou envolvida
com fita adesiva de papel após o enchimento, de modo a não permitir a entrada de
substâncias estranhas.
O REGULADOR
Na década de 70 os reguladores de duas traqueias ainda eram muito utilizados entre nós
seco à sombra, de preferência pendurado pelo primeiro andar. Sempre que possível,
o regulador deverá ser lavado ainda acoplado à garrafa e com a torneira aberta.
UTILIZAÇÃO DO ESCAFANDRO
A boa utilização do escafandro depende da correta montagem dos seus
componentes, que deve ser feita pela ordem seguinte:
1. Montagem do colete na garrafa de mergulho.
2. Montagem do regulador na garrafa e ligação ao colete.
3. Abertura cuidadosa da torneira da garrafa e verificação da pressão no manómetro.
Após a montagem do escafandro, todo o sistema deve ser testado, verificando-se
se o regulador está a debitar ar corretamente e se o sistema de enchimento do
colete funciona sem problemas.
Depois do mergulhador ter colocado o escafandro, deve ser feita uma nova
verificação do equipamento com a ajuda do companheiro de mergulho.
Os pontos a verificar são os seguintes:
Abertura total da torneira da garrafa.
Leitura da pressão no manómetro (para saber a quantidade de ar disponível).
Testar o 2º andar do regulador (verificar se está a debitar convenientemente).
Verificar a boa colocação do manómetro (evitando que este ande pendurado a
arrastar pelo fundo).
Testar as válvulas do sistema de injeção e descarga do colete.
Verificar o ajustamento das precintas, assegurando que o conjunto está bem
fixo ao corpo e que as fivelas funcionam corretamente.
QUESTIONÁRIO
QUESTIONÁRIO
QUESTIONÁRIO
O CONTROLO DE FLUTUABILIDADE
TÓPICOS
O COLETE DE MERGULHO
CUIDADOS A TER COM O COLETE - Tal como o regulador, o colete é uma peça
relativamente frágil, que exige um acondicionamento cuidado. Após utilização deve
ser passado por água doce e seco à sombra com algum ar no interior.
Para lavar o interior do colete, enche-se com água pelo bocal da traqueia até 1/3
da sua capacidade, agitando depois, de forma a que a água lave todo o interior. No
fim despeja-se de novo pela traqueia de enchimento.
Deve haver um cuidado muito especial com os botões do sistema de injeção de
ar. Estes botões devem estar sempre em perfeitas condições de funcionamento,
para que nunca fiquem presos ao serem premidos. Se o botão de enchimento encravar
aberto pode originar uma subida intempestiva, com muito graves consequências
para o mergulhador, sobretudo se este não estiver treinado para atuar
rapidamente sobre as válvulas de segurança.
Periodicamente, o sistema de enchimento deve ser revisto por técnicos habilitados.
O CONTROLO DA FLUTUABILIDADE
O mergulhador deve procurar controlar a flutuabilidade como os peixes, utilizando o colete como
os peixes usam a bexiga natatória
Tal como os peixes, o mergulhador não deve arrastar-se pelo fundo, mas pairar a meia água
QUESTIONÁRIO
2º) A traqueia do colete deve ter uma secção grande para permitir um
rápido esvaziamento.
a) Verdadeiro
b) Falso
MANUTENÇÃO DO EQUIPAMENTO
TÓPICOS
CUIDADOS E CONSERVAÇÃO
Tal como se tem vindo a referir nos módulos anteriores, todo o equipamento de
mergulho deve ser tratado cuidadosamente, uma vez que alguns dos seus
componentes são responsáveis pela segurança do mergulhador. Além disso,
e tendo em conta que o equipamento de boa qualidade não é barato, uma boa
manutenção garante uma maior duração.
Em termos de conservação, podemos dividir o equipamento de mergulho em três
grupos:
Equipamento básico
Máscara, tubo e barbatanas.
Cinto de lastro.
Instrumentos
Relógio, profundímetro, manómetro, bússola, lanterna, faca, etc.
Escafandro
Garrafa, regulador, colete.
A lavagem abundante com água doce logo após cada mergulho é o primeiro
cuidado a ter com todo o equipamento. A lavagem destina-se a remover não só
sedimentos e areia, mas também toda a água salgada do equipamento, que ao secar
iria originar depósitos de sal.
A secagem do material deverá ser sempre feita à sombra e em local arejado,
de preferência pendurado. O calor e sobretudo a exposição direta à luz solar (raios
ultravioletas) são os piores inimigos do equipamento de neoprene, borracha e silicone.
Lavar com água doce e secar à sombra são os dois cuidados básicos mais
importantes para todo o equipamento de mergulho
Há que ter o cuidado especial de nunca deixar as pilhas dentro da lanterna para
evitar que se danifiquem os contactos eléctricos, no caso de alguma das pilhas se
estragar.
Uma das partes mais sensíveis da garrafa é a torneira. Esta deve ser protegida ao
máximo contra choques, para evitar o empeno de alguns dos seus componentes, o
que pode levar ao seu bloqueio.
As torneiras deverão ser inspecionadas anualmente, no final ou no início da época,
por um técnico especializado, que deverá substituir os componentes deteriorados e
proceder à lubrificação interna.
Há que dar especial atenção à junta tórica que faz a vedação entre a torneira e o
regulador, tanto no sistema de “estribo” como no sistema DIN. Esta junta deve estar
sempre em muito bom estado, sem cortes ou defeitos, e ao ser colocada na sede
deve verificar-se cuidadosamente se está limpa.
Durante o transporte e o armazenamento das
garrafas, a saída da torneira deve estar protegida por
uma capa de plástico que evita a entrada de poeiras
ou outras impurezas que a possam danificar ou
dificultar a boa vedação da junta.
O regulador, sendo a peça mais complexa do
equipamento, deverá ser sujeito aos maiores
cuidados. Durante o transporte, deve estar muito bem
acondicionado, de modo a ficar protegido de choques
ou da ação de grandes pesos que o possam deformar. Quando
está fora de uso, a entrada do ar no 1º andar deve estar sempre
tapada, de modo a evitar a entrada de poeiras, água ou outros
corpos estranhos.
Depois de montado na garrafa, devem
evitar-se movimentos bruscos para evitar
que o regulador vá embater em obstáculos
que o possam danificar. O melhor é
guardar o 2º andar dentro de um dos
bolsos do colete, ou então prendê-lo
com um dispositivo apropriado, para
que não ande solto.
Após o mergulho e antes de ser
retirado da garrafa, o regulador deve ser
lavado abundantemente com água doce. A
torneira deve manter-se aberta para que o
sistema esteja sob pressão, evitando assim
qualquer entrada de água na válvula de baixa pressão
A junta tórica que faz a vedação
entre o regulador e a garrafa exige no 2º andar.
cuidados especiais O 2º andar de emergência deve estar preso ao
equipamento durante o mergulho, sem nunca ser
deixado solto, a bater nas rochas ou arrastando pela areia, para evitar danos.
O regulador deverá ser verificado anualmente, no final ou no início da época, por
um técnico especializado que deverá substituir os componentes deteriorados e
proceder à sua lubrificação e afinação.
ARMAZENAMENTO
No final da temporada todo o equipamento deve ser bem lavado, para retirar todo
o salitre entranhado. Depois deve ser seco à sombra e guardado, evitando que os
equipamentos fiquem em cima uns dos outros. Deve evitar-se que as mangueiras e
as barbatanas fiquem dobradas, que a máscara fique com o cinto de lastro em cima,
e que o colete fique com a traqueia dobrada ou comprimida.
Os equipamentos acessórios, depois de secos e lubrificadas as partes metálicas,
devem ser guardados dentro dos respetivos estojos.
Antes de guardar o fato por um longo período (Inverno, por exemplo) é aconselhável
uma passagem pela máquina de lavar a 30º (lavagem ligeira), exceto no caso dos
fatos secos.
O fato deve ser arrumado pendurado num cabide largo, ao abrigo da luz e do
calor, depois de ter sido aplicada uma ligeira camada de silicone nos fechos. Nas
partes de látex ou de borracha sem forro deve ser aplicado pó de talco.
A garrafa deve ser guardada num local seco, na vertical (de pé), com a torneira
protegida de qualquer pancada e a saída de ar tapada. Os reguladores podem ser
armazenados pendurados pelo primeiro andar, assegurando que não há perigo de
caírem.
QUESTIONÁRIO
5º) O cinto de lastro não deve ser atirado para o chão para:
a) Evitar que se suje
b) Evitar que as malhas de chumbo se deformem
c) Evitar que a fivela se abra
d) Nenhuma resposta está correta
QUESTIONÁRIO
SINALIZAÇÃO SUBAQUÁTICA
TÓPICOS
A COMUNICAÇÃO NO MERGULHO
Ainda que o som se propague melhor na água do que no ar, é impossível ao
mergulhador comunicar verbalmente debaixo de água com o seu companheiro de
mergulho, a não ser através de equipamentos de comunicação, mais ou menos
complicados e caros.
A maneira mais simples de conseguir essa comunicação é através de sinalização
gestual. Basicamente todos os sinais devem ser intuitivos, fáceis de executar,
fáceis de compreender e fáceis de responder
A FPAS adopta o conjunto de sinais básicos utilizado pela CMAS. Faz também
referência a outros sinais que, embora não fazendo parte desse conjunto, estão
amplamente difundidos e são utilizados internacionalmente.
Qualquer sinal adicional ao conjunto dos sinais básicos, deve ser sempre
explicado claramente a todos os membros do grupo, antes do mergulho
À superfície, entre mergulhadores que não possam contatar pela fala, por se
encontrarem afastados ou por as condições de vento e de mar não permitirem
retirar o regulador da boca, os sinais devem reduzir-se a “estou bem” ou “não
estou bem - socorro”. Nesta situação os mergulhadores devem preocupar-se
prioritariamente em juntar-se um ao outro.
O mesmo se aplica à sinalização entre o mergulhador à superfície e a embarcação,
devendo, neste caso a embarcação aproximar-se do mergulhador nas melhores
condições de segurança.
QUESTIONÁRIO
TÓPICOS
Podemos dizer que a pressão exercida pelo ar atmosférico sobre os corpos, situados
ao nível do mar é de:
P = 1 atmosfera P = 1,013bar
P = 760mm de mercúrio P =1,01325x105 Pa
Esta pressão diminui com a altitude, não sendo, no entanto, essa variação
proporcional aos dois parâmetros, como podemos ver no gráfico seguinte. Note-se
que, para o valor da pressão se reduzir a metade é necessário que a altura atinja
aproximadamente os cinco mil metros.
1,2
1
1
0,8
PRESSÃO EM Kg/CM2
0,8
0,72
0,6 0,6
0,5
0,3 9
0,4
0,3
0,2
0,2
0,1
0
0 2 000 400 0 6 000 800 0 100 00 120 00 140 00 160 00 18 000
A L TITU D E EM M E T RO S
0m --- 1 bar
-10 m 1 bar 2 bar
-20 m 2 bar 3 bar
-30 m 3 bar 4 bar
-40 m 4 bar 5 bar
-50 m 5 bar 6 bar
-60 m 6 bar 7 bar
-70 m 7 bar 8 bar
-80 m 8 bar 9 bar
-90 m 9 bar 10 bar
PRESSÃO E VOLUME
V0 x P0 = 1 x 1 = 1 V3 x P3 = 1/4 x 4 = 1
V1 x P1 = 1/2 x 2 = 1 V4 x P4 = 1/5 x 5 = 1
V2 x P2 = 1/3 x 3 = 1 V x P = constante
Verifica-se que o produto é constante e que, além disso, para a mesma diferença
de profundidade, a variação do volume é tanto mais importante quanto mais perto
da superfície se dá essa variação.
Na realidade, entre os 0 e os -10 metros, para uma variação da pressão de 1kg/
cm2, o volume reduz-se para metade (0,5l), enquanto que entre os -30 e os
-40 metros, para a mesma variação de pressão (1kg/ cm2) o volume reduz-se de
1/4 de litro para 1/5 de litro (ou seja apenas 0,05l), portanto 10 vezes menos do
que no primeiro caso.
PESO E IMPULSÃO
p2 V
p
V I2
p1
I
V
I
I
1º Caso 2º Caso 3º Caso 4º Caso
deslocada. O novo valor da impulsão (I2<I) volta a ser igual ao valor do peso (p2)
do corpo. O corpo fica então a flutuar, em equilíbrio hidrostático.
É por causa da relação entre o peso e a impulsão que o mergulhador usa um cinto
de lastro. O chumbo utilizado no cinto tem um peso muito superior à impulsão que
sofre e serve para corrigir o equilíbrio hidrostático do mergulhador, que normalmente
possui um peso inferior à impulsão, sobretudo se utiliza um fato isotérmico em
neoprene, que lhe dá uma flutuação muito grande.
A impulsão também se faz sentir sobre as garrafas de mergulho. Normalmente,
quando estão cheias, as garrafas têm um peso maior do que a impulsão e afundam-
se. Porém, após serem utilizadas, algumas ficam com um peso quase igual ou mesmo
inferior à impulsão que sofrem, tendo neste caso tendência para flutuar.
Um mergulhador corretamente equilibrado pode servir-se das variações
de volume da sua caixa torácica e do colete para fazer variar a impulsão
sobre ele exercida e consequentemente o seu equilíbrio hidrostático.
Suponhamos um mergulhador de peso p1. Estando a respirar normalmente, sendo
o volume médio da sua caixa torácica V1 e estando sujeito à impulsão I1, está em
equilíbrio hidrostático.
É intuitivo que, se este mergulhador fizer uma inspiração profunda (superior à
normal), que lhe faça aumentar significativamente o volume da caixa torácica (V2),
este aumento de volume irá traduzir-se num aumento da impulsão (I2) relativamente
ao seu peso (p1), o que origina a sua subida.
Pelo contrário, se fizer um expiração muito profunda (superior à normal) fazendo
p1 p1 p1
V2 V1 V3
I3
I1
I2
O olho humano está adaptado para a visão no meio aéreo. Os raios luminosos
provenientes do objeto viajam pelo meio aéreo, passam através da pupila, atravessam
o cristalino (meio aquoso) e vão formar uma imagem focada sobre a retina, daí
sendo levada uma imagem nítida ao cérebro através do nervo ótico.
Quando mergulhado na água, os raios luminosos provenientes do objeto viajam
pelo meio aquático penetrando através da pupila, atravessam o cristalino
Tal como o olho, o ouvido humano está adaptado para a audição no meio aéreo,
podendo captar sons entre as frequências dos 20 e os 20 000 ciclos.
No meio aéreo, a velocidade de propagação do som é de 340m/seg. à temperatura
de 8ºC, e os sons de baixa frequência (sons graves) atingem maiores distâncias que
os de alta frequência (sons agudos).
Graças ao afastamento dos dois ouvidos (cerca de 20cm), o desfasamento temporal
com que o som detetado por cada um deles é transmitido ao cérebro, permite-nos
saber de imediato qual a direção da sua origem.
Na água, à
m e s m a
temperatura de
direcção 340 m/seg 8ºC, a velocidade
de propagação do
som é de 1435m/
seg, mais de
quatro vezes a
velocidade de
propagação no ar.
direcção 1435 m/seg Em águas com
temperatura mais
elevada, esta
velocidade é ainda
maior, atingindo
A grande velocidade com que o som se propaga na água impede o
os 1500m/seg.
mergulhador de perceber a direção da sua origem Nestas condições,
o desfasamento de
tempo com que o som é detetado por cada um dos ouvidos é demasiado
curto e o cérebro tem grande dificuldade em avaliar a direção da origem
do som.
É por isso que o som parece chegar ao mergulhador de todas as direções,
particularmente se for de baixa frequência, como os sons graves produzidos
pelo hélice dum motor pouco rotativo, que começam a ouvir-se a grande
distância. No caso dos sons graves, na melhor das hipóteses, consegue
ter-se a noção de aproximação ou afastamento da fonte sonora, devido
ao aumento ou diminuição de intensidade do som, conforme a situação
verificada.
QUESTIONÁRIO
4º) As variações do volume dos gases são tanto maiores quanto maior
é a profundidade
a) Verdadeiro
b) Falso
8º) Quando um corpo se mantém parado (não sobe nem desce) seja
qual for a profundidade a que está mergulhado, diz-se que está em:
a) Equilíbrio dinâmico
b) Suspensão
c) Equilíbrio hidrostático
QUESTIONÁRIO
TÓPICOS
O SISTEMA CIRCULATÓRIO
O SISTEMA RESPIRATÓRIO
Traqueia
Alvéolos
Aorta
descendente
Capilares
pulmonares Bronquíolos
Aurícula e
Ventrículo
esquerdos, a
Aurícula e parte arterial
Ventrículo do coração
direitos, a
parte venosa
do coração
Aorta
descendente
Capilares Pulmões
sistémicos
A HEMATOSE
QUESTIONÁRIO
3º) O grande vaso que sai do coração para distribuir o sangue a todo
o organismo chama-se:
a) Artéria principal
b) Aorta
c) Veia cava
d) Artéria femural
BAROTRAUMATISMOS
TÓPICOS
BAROTRAUMATISMOS
ESMAGAMENTO DA MÁSCARA
Surge em indivíduos com cáries dentárias que têm granulomas ou nevrites dentárias
e obturações. Deve-se ao aumento da pressão sobre a estrutura inflamatória que
nestas circunstâncias se torna extraordinariamente sensível aos estímulos térmicos
ou mecânicos.
Na subida o barotraumatismo é provocado pela expansão do ar aprisionado em
cáries ou dentes mal obturados.
Tem acontecido várias vezes que as obturações sejam expulsas durante o regresso
à superfície e em casos mais graves, chega a haver mesmo fratura do dente.
Para evitar este acidente impõe-se uma visita ao médico dentista sempre que
existam problemas dentários, sejam eles quais forem.
Se no início da subida se começarem a manifestar sintomas dolorosos, o
mergulhador deverá parar e descer uns metros até que a dor desapareça, após o que
reiniciará a subida muito lentamente, de modo a permitir a saída do ar e consequente
redução da pressão no interior da cárie.
Os portadores de próteses devem dar uma atenção particular à solidez de fixação,
que deve ser garantida pelo especialista sempre que se pretende iniciar esta atividade
ou se recomeça após um período longo de inatividade.
VERTIGEM ALTERNOBÁRICA
SOBREPRESSÃO PULMONAR
SINAIS E SINTOMAS
Dor aguda no peito, normalmente atrás do esterno.
Dificuldade e exacerbação da dor ao respirar.
Tosse com expetoração com sangue.
Sensação de plenitude torácica (peito cheio).
Inchaço no pescoço, que à palpação local se assemelha à palpação de
neve (crepitação).
Alteração na tonalidade da voz.
Cianose dos lábios.
Diminuição dos movimentos do lado do tórax afetado.
Desvio da traqueia para o lado afetado.
Alterações neurológicas como:
Confusão mental - dificuldade em falar - alterações da sensibilidade
vertigens - convulsões - perda de consciência.
QUESTIONÁRIO
3º) Para evitar a dor de ouvidos, a manobra de Valsalva deve ser feita
assim que o mergulhador inicia a descida.
a) Verdadeiro
b) Falso
QUESTIONÁRIO
TÓPICOS
INTOXICAÇÕES (Generalidades)
SINAIS E SINTOMAS
Na primeira fase: Numa fase mais avançada:
Dificuldade em respirar (respira- Palpitações.
ção cada vez mais acelerada). Tremor muscular.
Ansiedade. Lábios e extremidades azuladas.
Dores de cabeça. Convulsões.
Tonturas e náuseas. Perda de consciência.
largar o cinto de lastro, ficando imóvel até que o recolham. Não deve
também hesitar em pedir auxílio, através de um sinal sonoro e do sinal
visual adequado.
Depois de subir para bordo, o mergulhador deverá ficar em repouso num local
bem ventilado. Normalmente as melhoras verificam-se ao fim de algum tempo.
Se for possível deverá ser feita administração de oxigénio a 100% com um
débito de 15l/min, uma vez que o tratamento com oxigénio reduz substancialmente
o tempo de recuperação.
Outra causa de intoxicação pelo CO2 é o cansaço excessivo do mergulhador
(exaustão), já existente ao entrar na água. Este cansaço pode ser também provocado
pelas condições do mar (corrente, água fria, fraca visibilidade, ondulação), pelo medo,
pela insegurança, pela falta de preparação, pela utilização incorreta ou avaria do
equipamento (regulador com débito insuficiente ou entrada em débito contínuo) ou
por uma situação de perigo inesperada.
SINAIS E SINTOMAS
Idênticos aos apresentados na intoxicação pelo dióxido de carbono
SINAIS E SINTOMAS
Algumas vezes a intoxicação manifesta-se imediatamente por convulsões
semelhantes às da epilepsia, mas na maioria das vezes este quadro é
precedido pelos seguintes sintomas:
Tremor muscular generalizado, Zumbidos.
especialmente dos lábios. Visão tubular.
Tonturas e náuseas. Dificuldade em respirar.
Irritabilidade.
HIPOTERMIA
Se, por algum motivo, o mergulhador for obrigado a permanecer na água à espera
de ajuda, deve adotar os seguintes procedimentos:
• Adotar uma posição fetal, com a cabeça fora de água, joelhos encolhidos junto
ao corpo e os braços entre as pernas (esta atitude aumenta o tempo de sobrevivência
em 50%). Só nadar se estiver muito perto da segurança.
• Mergulhadores em grupo devem permanecer juntos e abraçados (esta atitude
minimiza a perda de calor e torna-os mais fáceis de detetar). Se possível, usar
qualquer proteção adicional na cabeça. Evitar voltar a mergulhar antes de estarem
bem aquecidos.
AFOGAMENTO
SINAIS E SINTOMAS
Dores torácicas Coloração azul da pele (cianose)
Enjoo e vómitos Perda de consciência
Dificuldade respiratória, tosse Paragem respiratória e/ou
e expectoração mucosa. cardíaca
QUESTIONÁRIO
QUESTIONÁRIO
10º) Uma vítima de afogamento que tenha sido recuperada deve ser
sempre transportada posteriormente para uma Unidade de Cuidados
Médicos.
a) Verdadeiro
b) Falso
ACIDENTE DE DESCOMPRESSÃO
TÓPICOS
Princípios gerais.
Composição do ar e ação do azoto.
Acidente de descompressão. Fatores predisponentes. Sinais e
sintomas. Primeiro socorro.
Qualquer gás em contato com um líquido tem tendência a dissolver-se nele, até
um determinado limite. Quando este limite é atingido diz-se que o líquido está
saturado, isto é, não consegue dissolver mais gás. Este limite de dissolução está
relacionado com a pressão a que o líquido e o gás estão sujeitos.
Assim, no ato respiratório, os componentes do ar que inspiramos vão dissolver-se
no sangue e nos restantes tecidos orgânicos, até atingirem um valor máximo, de
acordo com a pressão a que estão submetidos.
O ar que respiramos é uma mistura de gases composta por:
79% de Azoto ou Nitrogénio (N2)
SINAIS E SINTOMAS
geral.
Alterações cutâneas - vermelhidão, inchaços.
A vermelhidão dispersa pelo corpo, mais frequente nos ombros e no tronco, não
deve ser relacionada com reações alérgicas a algum ser marinho, animal ou vegetal.
numa articulação dos membros inferiores, o peso corporal pode não ser tolerado por
essa articulação. Os sinais inflamatórios clássicos, como pele vermelha, quente e
inchada, estão normalmente ausentes.
QUESTIONÁRIO
QUESTIONÁRIO
TABELAS E COMPUTADORES
TÓPICOS
TABELAS DE MERGULHO
de uma tabela.
Após a análise de várias versões de
tabelas de mergulho, a FPAS adotou a
tabela BÜEHLMANN “86, elaborada pelo
Instituto Büehlmann de Zürich, uma das
mais prestigiadas organizações mundiais
que se dedicam ao estudo do compor-
tamento dos gases sobre pressão no
organismo humano.
A tabela Büehlmann“86 foi elaborada
a pensar no mergulho desportivo. Para
além de contemplar os mergulhos em
altitude, está feita de modo a tornar
simples os cálculos necessários para
efetuar mergulhos sucessivos. Esta tabela
é utilizada por diversas federações de
mergulho europeias (63%) e o seu
algoritmo é utilizado em computadores
de mergulho de várias marcas, como a
Uwatec (Aladin), a Spiro (Monitor 2+ e Tabela de descompressão
3), a Suunto e a Mares, entre outras.
Velocidade de subida
A DESCOMPRESSÃO APÓS O
P TF Patamares
MERGULHO - Depois do regresso à (m) (min)
GR
9 6 3
superfície, tendo efetuado um mergulho
125 1 G
com ou sem paragens de descompressão,
12 140 5 H
não se pode considerar que o mergulhador
150 8 H
eliminou completamente o azoto em
excesso dissolvido nos tecidos. Apenas se 75 1 G
poderá afirmar que a quantidade de azoto
80 3 G
90 7 G
dissolvido no organismo já não é tão 15
100 12 G
susceptível de causar acidentes.
110 17 H
No caso do mergulho atrás referido
120 20 H
(21m/50min), o Grupo Residual de azoto
com que o mergulhador termina o 51 1 F
60 5 F
mergulho é o F (GR=F)
18 70 11 G
Já vimos que o mergulhador só se 80 18 G
pode considerar completamente liberto 90 24 H
de todo o azoto residual entre 2 a 24 35 1 E
horas após o mergulho. Tal facto dá 40 2 F
origem a algumas restrições importantes 50 8 F
21
durante esse período de tempo: esforços 60 16 G
físicos violentos, voar, subida de 70 25 G
# # #
montanhas e mergulhos sucessivos.
Quando os valores reais não existem na
tabela, escolhem-se os valores imediatamente
RESTRIÇÃO AO VOO - Se for a seguir
necessário viajar de avião (pressurizado
ou não) ou subir uma montanha a seguir a um mergulho, o mergulhador ficará
sujeito a pressões inferiores à pressão atmosférica ao nível do mar, para a qual as
tabelas foram calculadas. Por isso, é preciso esperar ao nível do local em que efetuou
o mergulho, o tempo necessário para eliminar o azoto em excesso, .
Por razões de segurança, mesmo depois de realizado um mergulho sem paragens
de descompressão, só se deve voar depois de passarem 12 horas. Igualmente
por razões de segurança, durante a primeira hora após o mergulho devem evitar-se
percursos de montanha. Se isso acontecer inadvertidamente, logo que se deteta o
erro deve-se descer imediatamente.
Embora esta situação seja difícil de acontecer em Portugal continental, no Algarve,
por exemplo, em menos de uma hora o mergulhador pode estar a subir a Serra de
MERGULHO SUCESSIVO
OBSERVAÇÕES
Quando se diz “mergulho sem descompressão”, de facto, quer
dizer-se “mergulho sem paragens de descompressão”. Isto
significa que o organismo tem azoto em excesso, mas dentro do
limite que permite subir diretamente para a superfície. No entanto
não se pode mergulhar de novo, voar, ou subir uma montanha,
sem entrar em conta com o mergulho efetuado.
As tabelas são modelos matemáticos, que usam como referência o
“indivíduo médio”. Mas as pessoas reagem fisiologicamente de formas
diferentes. Os riscos de acidente de descompressão podem aumentar com
a fadiga, frio, adiposidade, certos medicamentos ou a idade. Por isso, é
aconselhável encurtar um ou dois minutos o Tempo de Fundo indicado para
os mergulhos sem paragens de descompressão.
Mesmo nos mergulhos sem paragens de descompressão, é sempre
aconselhável parar 1 minuto a 3m. Com mar agitado, onde é difícil a imobilização
aos 3m, essa paragem de segurança deverá ser feita entre os 3 e os 5 metros.
Uma subida mais rápida ou mais lenta do que os 10m/min indicados na
tabela pode criar problemas de descompressão, mesmo num mergulho sem
paragens de descompressão obrigatórios.
Subir repetidamente à superfície, mesmo por breves momentos (verificar
marcas, procurar companheiros, etc.), é muito desaconselhável.
Nunca se deve esticar o Tempo de Fundo até aos limites.
a escolha na tabela será: 30 m/35 min. A tabela mostra que é obrigatório fazer
uma paragem de 3 minutos no patamar dos 6 m e outra paragem de 14 minutos
no patamar dos 3 m.
COMPUTADORES DE MERGULHO
QUESTIONÁRIO 1T13a
QUESTIONÁRIO
QUESTIONÁRIO
CÁLCULO DO CONSUMO DE AR
TÓPICOS
O ar que respiramos
O ar que transportamos.
Cálculo do consumo individual de ar
O AR QUE RESPIRAMOS
Julgamos ser intuitivo que um dos fatores mais importantes na duração dum
mergulho é a quantidade de ar que transportamos.
No entanto, outros fatores não menos importantes condicionam a duração do
mergulho, entre os quais sobressai, naturalmente, o consumo de ar do
mergulhador.
Ainda que os dois fatores referidos sejam bastante variáveis, podemos no entanto
adotar valores que nos possibilitem efetuar, com alguma aproximação, alguns cálculos
sobre a quantidade de ar consumido e do ar que ainda resta.
O AR QUE TRANSPORTAMOS
Como atrás referimos, cada mergulhador tem o seu próprio consumo de ar, que
ainda pode variar de acordo com o esforço que cada um despende no mergulho.
No entanto não é difícil a um mergulhador calcular os seus consumos de ar em
várias condições de mergulho, desde que as saiba simular no mar ou mesmo numa
piscina. De preferência, esses ensaios devem ser feitos envergando o equipamento
que normalmente utiliza, para tornar mais realista o ensaio efetuado.
Criado o cenário pretendido o mergulhador deverá medir a pressão da garrafa
antes do início do ensaio e após a sua realização. A diferença de pressão encontrada,
multiplicada pela capacidade da garrafa, permite calcular ao quantidade ar consumido
durante o tempo que durou o ensaio.
O registo dos valores obtidos nos vários cenários criados (por exemplo, águas
mais frias, existência de correntes, mais peso transportado, etc.), permite ao
mergulhador fazer um cálculo mais exato da duração do ar de que dispõe na sua
garrafa numa situação de mergulho idêntica à simulada. Nunca esquecer, porém,
que estes valores irão sofrer alteração se o mergulho estiver a ser efetuado em
condições mais gravosas do que as verificadas durante os ensaios.
É de salientar a vantagem de utilizar os conhecimentos obtidos neste tipo de
ensaios, pois a sua aplicação pode evitar alguns percalços que poderão pôr em causa
a segurança do mergulhador.
QUESTIONÁRIO 1T13b
TÓPICOS
FASES DO PL ANEAMENTO
Precintas).
Começando pelo colete, verificar o funcionamento do injetor da mangueira de
admissão, da traqueia e das válvulas de escape. O cinto de lastro deve também ser
verificado para ver se tem o peso ideal para o mergulho que se vai efetuar e se a
fivela cumpre com o que está determinado.
Verificar em seguida se a garrafa está bem aberta, qual a pressão do ar indicada
no manómetro de pressão, o débito dos reguladores principal e do segundo
andar de emergência, a existência de fugas (substituição da junta tórica) e o
estado das mangueiras.
Verificar depois se a garrafa está bem fixa ao colete, se todas as precintas do
colete estão ajustadas e quais os restantes tipos de fechos utilizados, as precintas da
máscara e barbatanas estão em boas condições, qual o tipo de fivela do cinto de
lastro e finalmente se os instrumentos estão devidamente posicionados e seguros
(manómetro, segundo andar de emergência, etc.).
REUNIÃO FINAL - Ao terminar o mergulho, deverá ser feita em terra uma reunião
final com todos os participantes, onde serão discutidos todos os pormenores
relacionados com o mergulho efetuado, feitas as chamadas de atenção julgadas
necessárias, ouvidas as críticas e sugestões e onde finalmente será feito o registo do
mergulho na Caderneta de Imersão (log book) dos participantes.
Exemplo 3 - Temos uma garrafa de 15l carregada à pressão de 220b. Qual será
a autonomia desta garrafa se mergulharmos à profundidade de 20m, sendo o consumo
à superfície 25l/min?
Pa = 3,0b Pt = 220b Pr = 50b C = 15l c =25l/min
Autonomia (At) = [C x (Pt - Pr)] / (c x Pa)
ou seja = [15 x (220 - 50)] / (25 x 3,0)
= 2550 / 75 = 34 min
Conclusão: Isto significa que poderemos efetuar um mergulho a 20m com o
tempo de fundo (TF) de 34min.
Seguidamente consultar-se–á a tabela de descompressão Büehlmann “86 para
verificar se este mergulho NÃO EXIGE paragem de descompressão. Feita a consulta
verifica-se que o tempo de fundo SEM paragem de descompressão é de 35min
pelo que o mergulho pode ser efetuado sem qualquer restrição.
QUESTIONÁRIO 1T13c
(Nas perguntas de resposta múltipla apenas há uma resposta certa; envolva com
uma circunferência a resposta certa).
QUESTIONÁRIO
SEGURANÇA NO MERGULHO
TÓPICOS
ENTRADA NA ÁGUA
A descida deverá ser preferencialmente feita de pés para baixo, com o mergulhador
agarrado a um cabo guia, para facilmente poder controlar a descida, o contacto com
o companheiro e não perder a orientação.
Nos primeiros metros devem compensar-se os ouvidos com frequência (sempre
antes de sentir dor) e deve manter-se flutuabilidade neutra durante toda a descida,
adicionando pequenas quantidades de ar ao colete. É importante descer junto ao
companheiro para que possa haver ajuda mútua, em caso de dificuldade.
Todo o mergulho deve ser feito com flutuabilidade neutra (em equilíbrio
hidrostático), afastado do fundo e com todo o equipamento bem preso (regulador
de emergência, manómetro de pressão, etc.), de modo a que não ande a arrastar
pelo fundo. De preferência, o corpo deve estar na horizontal e as barbatanas
ligeiramente para cima, de modo a evitar tocar no fundo para não danificar o ambiente
marinho. Ver as “10 regras de ouro do bom mergulhador” (Módulo 1T16 – Meio
Ambiente).
A subida deverá ser feita sempre junto do companheiro e deverá ser sempre
respeitada a velocidade de subida indicada na tabela ou no computador utilizado.
Ao aproximar-se da superfície, o mergulhador deve olhar à sua volta para ter a
certeza que não há obstáculos que dificultem a saída e levantar o braço para
proteger a cabeça contra qualquer pancada e sinalizar a presença.
Já à superfície deve olhar à sua volta para localizar os companheiros e a embarcação
e para verificar se existe tráfego à superfície (atenção a pranchas de windsurf e
barcos à vela que não fazem barulho). Fazer o sinal “estou bem” (OK) para o barco,
com a mão ou, se estiver longe, com o braço sobre a cabeça para ser mais visível.
Nunca, em caso algum, se deve bloquear a respiração durante a
subida, de modo a evitar uma sobrepressão pulmonar.
Se a saída for para uma embarcação deverá tirar primeiro o lastro, depois a garrafa e
o colete e por fim (se necessário) as barbatanas. Este procedimento facilita a entrada
na embarcação. Respeite e cumpra as indicações que lhe derem a bordo da embarcação.
Se a saída for para a praia deverá ter os mesmos cuidados que na entrada, isto é,
logo que tenha pé tire as barbatanas e saia sem deixar de olhar para a rebentação.
Evite arrastar o equipamento (sobretudo os reguladores) pela areia e evite que eles
batam contra as rochas.
No final de cada mergulho todo o equipamento deve ser lavado e arrumado
convenientemente.
Finalmente, o mergulho deve ser analisado com o companheiro, discutido algum
ponto importante, e registados os parâmetros do mergulho na Caderneta de Imersão.
A FPAS dispõe de um modelo de Caderneta de Imersão com vários tipos de
folhas de registo, que se adaptam às mais diversas necessidades.
QUESTIONÁRIO
5º) Na entrada para a água a partir duma praia deve ter-se em conta:
a) A direção da corrente
b) A altura da maré
c) O local da rebentação
d) Todas as respostas estão corretas
QUESTIONÁRIO
TÓPICOS
regulador principal.
Um segundo regulador independente montado numa segunda saída da torneira
da garrafa.
O segundo andar de emergência, geralmente de cor garrida e com uma mangueira
mais comprida, permite oferecer ar ao companheiro de mergulho, comodamente e
sem necessidade de partilhar o regulador principal. Além disso, se por acidente
(uma barbatanada de algum mergulhador “arrasa fundos”) lhe fizer saltar o regulador
da boca, o mergulhador tem uma fonte de ar imediatamente à disposição, enquanto
recupera e verifica o bom estado do segundo andar principal. A única desvantagem
deste sistema é que, se houver uma avaria na torneira ou no primeiro andar do
regulador, tanto o segundo andar principal como o de emergência ficam sem ar.
Esta situação não acontece se existir um segundo regulador independente acoplado
a uma segunda saída da torneira. Se surgir uma fuga no primeiro andar do regulador
principal, basta fechar a torneira à qual está ligado, para que o ar não se esgote,
passando a respirar pelo outro regulador. Neste caso, o mergulhador continua a
poder partilhar o ar com o companheiro.
A fonte de ar partilhada é outra solução. Neste caso, o ar da garrafa é partilhado
através de um único regulador. É fundamental que o mergulhador que dá ar controle
totalmente a situação. Quem dá ar nunca deve largar o regulador, mesmo quando o
mergulhador assistido está a respirar, permitindo-lhe no entanto que ele possa controlar
o fluxo de ar que respira através do botão de purga do regulador.
Cada mergulhador deve respirar duas vezes e passar o regulador para o outro,
embora no início da partilha seja conveniente deixar o mergulhador assistido respirar
mais vezes para ele se restabelecer e retomar o ritmo respiratório. Poderão então
iniciar lenta e calmamente a subida, com o mergulhador que fornece ar a agarrar o
colete do companheiro para evitar a separação.
Quando não estamos bem devemos pedir ajuda o mais cedo possível de
modo a que um problema simples não se transforme numa situação muito
complicada
AJUDA AO COMPANHEIRO
QUESTIONÁRIO
QUESTIONÁRIO
O AMBIENTE MARINHO
TÓPICOS
parecem ser abundantes, mas na realidade pode não ser esse o caso; por isso se
quer levar qualquer recordação do seu mergulho faça-o utilizando uma máquina
fotográfica.
Ter uma noção básica da vida marinha permite que o mergulhador registe com
alguma precisão aquilo que viu. “Conhecer toda a vida existente nas extensões
oceânicas é o primeiro passo para a sua correta preservação”.
A VIDA SUBAQUÁTICA
ALGAS
O termo algas refere-se a um vasto grupo de organismos, unicelulares ou
pluricelulares, do qual fazem parte desde as algas microscópicas, denominadas
fitoplâncton, às algas existentes nas praias.
Em comum partilham o facto de nas suas células existir clorofila, uma classe de
pigmentos com capacidade fotossintética. Durante muito tempo foram consideradas
como plantas, no entanto não têm raízes, caules ou folhas verdadeiras. Apenas as
algas verdes têm uma relação evolutiva com as plantas terrestres, todas as outras algas
resultam de linhas independentes de desenvolvimento evolutivo.
As algas fazem agora parte do reino Protista. O seu papel ecológico é fundamental,
já que o fitoplâncton constitui a base das cadeias alimentares marinhas, sustentando
deste modo quase toda a vida marinha. O fitoplâncton é, também, o principal produtor
primário, responsável por metade da produção fotossintética do planeta. As algas
fornecem ainda refúgio a uma grande variedade de organismos. Algumas espécies
têm, também, importância económica, pois são utilizadas nas indústrias alimentar, de
cosméticos e farmaceutica.
Algas verdes - As algas verdes, vivem na sua maioria em águas continentais,
podendo colonizar habitats muito diversos. Compreende formas unicelulares e
pluricelulares, podendo estas últimas atingir dimensões macroscópicas, com frondes
bem desenvolvidas.
Entre as algas verdes
mais abundantes
encontram-se a Ulva
lactuca (alface-do-
mar) e o Codium
tomentosum
(Codium).
Algas castanhas
- As algas castanhas
são quase exclusiva-
mente marinhas,
com apenas três
espécies de água
doce. Encontram-se
As algas fazem agora parte do reino Protista
principalmente nas
regiões de águas frias e temperadas. São plantas pluricelulares normalmente fixadas ao
substrato. Algumas das espécies desta classe são a Laminaria hyperborea (laminárias) e
a Fucus vesiculosus (bodelha). Estas algas formam um excelente habitat para diversos
organismos, quer vegetais quer animais e, se alguns deles podem viver sobre a fronde
das laminárias, a maioria prefere as fendas e buracos dos seus órgãos de fixação.
PLANTAS
As Angiospérmicas, ou
plantas com flor, ocorrem na
nossa costa em ambientes
tipicamente marinhos. Este
grupo bastante homogéneo
caracteriza-se por apresentar uma
organização externa onde se
pode distinguir raiz, caule, folhas
e flor. O representante mais
comum deste sub-reino é a As esponjas podem atingir dimensões volumosas
Zostera marina (erva-marinha).
ANIMAIS
Esponjas (Filo Porifera) -
As esponjas são animais com
formas e cores muito variáveis.
O seu corpo é perfurado por
vários poros pequenos por onde
a água entra, permitindo as trocas
com o meio. A saída da água é
feita por um orifício de maiores
dimensões chamado ósculo.
As esponjas vivem em quase
todos os tipos de habitat, desde As anémonas são muito belas e comuns, mas podem ser
urticantes
a zona entre marés até às
grandes profundezas do oceano. A sua forma depende em grande parte do grau de
exposição dos locais em que estão fixas. Assim, em zonas de grande exposição as
esponjas são arredondadas ou achatadas contra o substrato, mas em locais abrigados
assumem um padrão de crescimento diferente, apresentando hastes eretas com
ramificações delicadas.
cabeça, massa visceral e pé. A principal característica dos molusco é a sua concha,
muito embora em alguns grupos ela possa ser reduzida ou mesmo ausente.
Gastrópodes:Estes moluscos são assimétricos e têm uma cabeça bem desenvolvida e
um pé largo. A sua concha é univalve e normalmente enrolada em espiral.
Entre os gastrópodes marinhos mais comuns está a Patella lusitanica (lapa) e o
Gibbula umbilicalis (burrié). Também podem ser observadas com alguma facilidade a
Haliotis lamellosa (orelha-do-mar) e a Aplysia punctata (vinagreira).
Bivalves: Estes moluscos possuem simetria bilateral, e um corpo comprimido
lateralmente e encerrado numa
concha de duas valvas que estão
unidas dorsalmente por um
ligamento e uma charneira,
fechando-se com o auxílio de um
ou dois músculos adutores.
Possuem igualmente um manto
constituído por dois lobos
achatados, cuja margem
posterior forma geralmente
sifões que controlam a entrada
e saída da água.
Os bivalves são bentónicos e
muitos vivem enterrados no O polvo é um cefalópode muito inteligente e confunde-
-se facilmente com o meio envolvente
sedimento do fundo. Os mais
fácei de ver em mergulho são os
Mytilus edulis (mexilhões), que
vivem fixos a substratos duros.
Muitas espécies são consumidas
pelo Homem,como alimento,
constituindo um recurso de
elevado interesse comercial.
Cefalópodes: Os cefalópodes
têm o corpo cilíndrico e em
forma de saco, e possuem um
pé que se divide num número
de tentáculos providos de
ventosas, cercando a boca e Os crustáceos têm um esqueleto exterior calcário. São
unindo-se à cabeça. visíveis sobretudo nos buracos ou à noite
Na maioria das espécies
encontra-se uma concha interna, mais raramente externa e, por vezes, ausente. A
boca conduz a um par de mandíbulas que se assemelham a um bico de papagaio.
Nesta classe os indivíduos são agrupados pelo número de tentáculos.
Os cefalópodes com dez tentáculos mais comuns são o Sepia officinalis (choco),
a Loligo vulgaris (lula) e a Allo-teuthis subulata (pota). O cefalópode com oito
tentáculos mais comum é o Octopus vulgaris (polvo).
Aranhas-do-mar, lagostas, percebes,caranguejos (Filo Arthropoda) -
É o maior de todos os filos animais com cerca de um milhão de espécies conhecidas.
Os seus representantes possuem um exosqueleto de quitina, pelo que têm de efecuar
mudas para crescerem. Apresentam simetria bilateral, corpo segmentado e patas
articuladas com funções distintas. Este Filo divide-se num grande número de classes
sendo a mais importante a Classe
Crustácea.
Crustáceos: Os crustáceos
têm o corpo dividido em três
partes: cabeça, tórax e abdómen.
O exosqueleto é formado por
sais de cálcio e pode ser espesso
e pesado. A cabeça tem dois
pares de antenas e mandíbulas
no quarto segmento. Os
crustáceos apresentam formas
corporais e ciclos de vida muito
diversos. Entre os mais
As estrelas-do-mar são animais exclusivamente marinhos conhecidos, devido ao seu valor
e são um verdadeiro símbolo do mar
comercial está o Pollicipes
pollicipes (percebe), o Crangon
vulgaris (camarão), o Cancer
pagurus (sapateira), o Maja
squinado (santola) ou o Palinurus
vulgaris (lagosta).
Estrelas-do-mar, ouriços-
do-mar, pepinos-do -mar
(Filo Echinodermata) - Os
equinodermes constituem um
dos grupos mais aparentado com
os cordados. São exclusivamente
marinhos e têm no estado adulto
Os ouriços são outros equinodermes muito comuns e um tipo especial de estrutura:
fáceis de observar apresentam simetria radiada, com
a boca no centro de uma das
faces do corpo e o ânus normalmente na parte central da face oposta.
O corpo pode ser globular ou apresentar extremidades mais ou menos distintas.
No primeiro caso estão os ouriços-do-mar, como o Diadema antillarum (ouriço-de-
espinhos-compridos) o Echinus esculentus (ouriço-do-mar) ou o Paracentrotus lividus
é praticamente a mesma.
Os peixes venenosos raramente são agressivos. O contacto é na maioria das
vezes puramente acidental, por distração do mergulhador, ou então devido ao
manuseamento indevido do peixe. É preciso não esquecer que, mesmo depois
do peixe estar morto, os espinhos continuam a ser venenosos.
HIDROZOÁRIOS
• Remover qualquer tentáculo sem esfregar ou fazer pressão, de
preferência com uma toalha ou peça de roupa
• Lavar a ferida com ácido acético (3 a 10%) ou com vinagre, para evitar
a libertação de mais toxinas
CORAIS
• Controlar a hemorragia • Administrar a vacina antitetanica
• Limpar e desinfetar a ferida • Administrar antibióticos tópicos
• Fazer um penso ou sistémicos caso se justifique
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CALVO, J. C. C., 1995. El ecosistema marino Mediterráneo. Guía de su flora y
fauna. Juan Carlos Calvin Edicion. Murcia 796 pp.
CAMPBELL, A., 1994. Fauna e Flora de Portugal e Europa - Guia FAPAS. 320 pp.
GONÇALVES, J.; Silva, J. A., 2000. Costa Sudoeste - Macrofauna Marinha. Talento
Edições e Publicidade e Promoções Limitada. Lisboa. 100 pp.
SALDANHA, L., 1995. Fauna Submarina Atlântica. 3ª Edição. Publicações Europa
América. Lisboa. 364 pp.
QUESTIONÁRIO
(Nas perguntas de resposta múltipla apenas há uma resposta certa; envolva
com uma circunferência a resposta certa).
QUESTIONÁRIO
ARQUEOLOGIA SUBAQUÁTICA
TÓPICOS
ENQUADRAMENTO LEGAL
QUESTIONÁRIO
6 c 6 a 7 b
7 a 7 b 8 a
8 a 8 c 9 b
9 a 9 f 10 c
10 a Módulo 17
Módulo 14 1 b
Módulo 13 1 d 2 c
(a) 2 a 3 a
1 c 3 a 4 b
2 b 4 a 5 a
3 b 5 c
4 e 6 b
5 c 7 b
6 b 8 c
7 b 9 c
8 a 10 a
9 b
10 b Módulo 15
11 c 1 d
12 a 2 e
13 c 3 a
4 a
(b) 5 b
1 e 6 b
2 d 7 b
3 a 8 b
4 c 9 a
5 b 10 a
(c) Módulo 16
1 a 1 b
2 a 2 c
3 f 3 e
4 e 4 a
5 d 5 c
6 a