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FOLHA DE ROSTO ORIENTATIVA PARA PROVA OBJETIVA

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2° Simulado Múltipla Escolha
Língua Portuguesa

de saúde a realizar uma cesárea contra sua vontade,


TEXTO
dizem ser um caso extremo, escandalizado pelas fe-
Fernando Moura ministas como de violência obstétrica” permaneceria
gramaticalmente correto e com seu sentido original
Leia o texto a seguir para responder às questões de 1 a 8. caso
a. uma vírgula fosse inserida logo após “brasileira”.
TEXTO I b. a vírgula empregada após “Adelir Gomes” fosse
substituída por ponto e vírgula.
1 A expressão “violência obstétrica” ofende c. as vírgulas empregadas após “Adelir Gomes” e
médicos. Dizem não existir o fenômeno, mas após “vontade” fossem suprimidas.
casos isolados de imperícia ou negligência médi- d. as vírgulas empregadas após “Adelir Gomes” e
cas. Trata-se de uma afirmação infundada. O que após “vontade” fossem substituídas por traves-
5 aconteceu com a brasileira Adelir Gomes, grá- sões ou parênteses.
vida e forçada pela equipe de saúde a realizar
uma cesárea contra sua vontade, dizem ser um 4. Seria mantida a correção gramatical do texto se
caso extremo, escandalizado pelas feministas o segmento “porque”, em “Em cada mulher insultada
como de violência obstétrica. Não é verdade. A verbalmente, porque sente dor no momento do parto
10 violência obstétrica manifesta-se de várias formas ou quando não lhe oferecem analgesia”, fosse subs-
no ciclo de vida reprodutiva das mulheres. Em
tituído por
cada mulher insultada verbalmente, porque sente
a. porquanto
dor no momento do parto ou quando não lhe ofe-
b. conquanto
recem analgesia. Na violência sexual sofrida em
c. entretanto
15 atendimento pré-natal ou em clínicas de reprodu-
d. haja visto que
ção assistida. No uso de fórceps, na proibição de
doulas ou pessoas de confiança na sala de parto.
5. No texto , a forma pronominal “lhe”, em “... porque
Na cesárea como indicação médica para o parto
seguro. A verdade é que a violência obstétrica é sente dor no momento do parto ou quando não lhe
20 uma forma de desumanização das mulheres. oferecem analgesia”, faz referência a
a. “Adelir Gomes”.
Débora Diniz e Giselle Carino, Jornal El País Brasil, b. “cada mulher insultada verbalmente”.
20 de março de 2019 (com adaptações). c. “feministas”.
d. “ciclo de vida reprodutiva das mulheres”.
1. As autoras do Texto I consideram que
a. a violência obstétrica ocorre em casos isolados de
6. Cada uma das opções a seguir apresenta uma
atuação inadequada de médicos.
b. a violência obstétrica não só existe como também proposta de reescrita para o seguinte trecho do tex-
compromete e desumaniza a vida reprodutiva de to: “Trata-se de uma afirmação infundada”. Assinale
mulheres. a opção em que a proposta de reescrita apresentada
c. a expressão “violência obstétrica” ofende médicos mantém os sentidos originais e a correção gramatical
por forçar profissionais de saúde a realizar proce- do texto.
dimentos ilegais. a. Isso se trata de uma afirmação que não tem fun-
d. a cesária é procedimento obstétrico mais seguro damento.
para a mulher grávida. b. Isso trata-se de uma afirmação inconsistente.
c. Isso corresponde à uma afirmação injustificada.
2. Quanto ao gênero, pode-se classificar o texto d. Isso corresponde a uma asserção insustentável.
como
a. crônica narrativa. 7. Em “No uso de fórceps, na proibição de doulas
b. artigo de opinião. ou pessoas de confiança na sala de parto”, a palavra
c. autobiografia. destacada significa
d. alegoria crítica. a. assistentes de parto.
b. enfermeiras.
3. No texto, o trecho “O que aconteceu com a bra- c. ginecologistas.
sileira Adelir Gomes, grávida e forçada pela equipe d. parentes.

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2° Simulado Múltipla Escolha
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8. Em “Dizem não existir o fenômeno, mas casos  Era cleptomania. O paciente continuou a falar,
isolados de imperícia ou negligência médicas”, o ter- mas o analista não ouvia mais.
mo destacado exerce função sintática de  Estava de olho na sua cuia.
a. complemento verbal direto.  ― Passa ― disse o analista.
b. sujeito.  ― Não passa, doutor. Tenho esta mania desde piá.
c. adjunto adnominal.  ― Passa a cuia.
d. predicativo do sujeito.  ― O senhor pode me curar, doutor?
 ― Primeiro devolve a cuia.
Leia o texto a seguir para responder às questões de 9  O moço devolveu. Daí para diante, só o analista
a 12. tomou chimarrão. E cada vez que o paciente es-
tendia o braço para receber a cuia de volta, ganha-
va um tapa na mão.
TEXTO II
Luís Fernando Veríssimo (com adaptações).
 Lindaura, a recepcionista do analista de Bagé ―
segundo ele, “mais prestimosa que mãe de noiva” 9. Sobre o texto, é incorreto afirmar que
―, tem sempre uma chaleira com água quente a. apresenta como protagonista um psicanalista gaú-
pronta para o mate. O analista gosta de oferecer cho que não leva jeito para cuidar da saúde mental
chimarrão a seus pacientes e, como ele diz, “char- das pessoas.
lar passando a cuia, que loucura não tem micró- b. há algumas palavras típicas do vocabulário gaú-
bio”. Um dia entrou um paciente novo no consul- cho, como “piá” (menino), “charlar” (conversar), “oi-
tório. galê” e “oigatê” (que denotam espanto e surpresa).
 ― Buenas, tchê ― saudou o analista. ― Se aban- c. corresponde a um apólogo regional.
que no más. d. apresenta, em sua estrutura, quanto à fala das
 O moço deitou no divã coberto com um pelego, e personagens, o discurso direto.
o analista foi logo lhe alcançando a cuia com erva
nova. O moço observou: 10. No trecho “O moço deitou no divã coberto com um
 ― Cuia mais linda. pelego, e o analista foi logo lhe alcançando a cuia com
 ― Cosa mui especial. Me deu meu primeiro pa- erva nova”, a vírgula
ciente. O coronel Macedônio, lá pras banda de a. separa orações coordenadas com sujeitos diferen-
Lavras. tes e evita ambiguidade.
 ― A troco de quê? ― quis saber o moço, chupan- b. separa orações subordinadas com sujeitos dife-
do a bomba. rentes e evita tautologia.
 ― Pues tava variando, pensando que era metade c. tem a função de enfatizar a primeira oração e evi-
homem e metade cavalo. Curei o animal. tar circunlóquio.
 ― Oigalê. d. não pode ser substituída por ponto e vírgula, por
 ― Ele até que não se importava, pues poupava desencadear ambiguidade.
montaria. A família é que encrencou com a bosta
dentro de casa. 11. Em “Mas o que é que lhe traz aqui, índio velho?”,
 ― A la putcha.
as duas ocorrências da palavra “que” correspondem,
 O moço deu outra chupada, depois examinou a
respectivamente, a
cuia com mais cuidado.
a. pronome interrogativo e conjunção integrante.
 ― Curtida barbaridade. ― Também. Mais usada
b. pronome relativo e pronome relativo.
que pronome oblíquo em conversa de professor.
c. conjunção integrante e pronome interrogativo.
 ― Oigatê.
d. pronome interrogativo e partícula expletiva.
 E a todas estas o moço não devolvia a cuia. O
analista perguntou:
12. Em “O senhor pode me curar, doutor?”, destaca-
 ― Mas o que é que lhe traz aqui, índio velho?
 ― É esta mania que eu tenho, doutor. ram-se, respectivamente, do ponto de vista sintático,
 ― Pos desembuche. a. sujeito, objeto indireto, vocativo.
 ― Gosto de roubar as coisas. b. sujeito, objeto direto, vocativo.
 ― Sim. c. vocativo, objeto direto, aposto.
d. sujeito, objeto indireto, aposto.

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Leia o texto a seguir para responder às questões de c. Consoante o texto, a dignidade humana é antina-
13 a 15. tural a todo ser humano, tem como objetivo prote-
gê-lo e constitui princípio constitucional definidor
TEXTO III de todas as demais leis.
d. De acordo com o texto, a dignidade humana é
1 A dignidade humana é característica inerente anódina a todo ser humano, tem como intenção
a todas as pessoas e tem por objetivo colocá-las a protegê-lo e constitui princípio constitucional trans-
salvo de qualquer ato discricionário, seja qual for cendente de todas as demais leis.
o agente, e protegê-las de ausência de condições
5 mínimas de sobrevivência. É da própria essência 14. Com base nas estruturas linguísticas do texto, as-
do ser humano ser dotado dessa condição e quali- sinale a opção correta.
dade. Estar desprovido desse manto protetor des- a. Em “Essa é a razão pela qual a dignidade da pes-
titui o ser humano da capacidade de subsistência soa humana passa a ser considerada o princípio
e da convivência social. constitucional norteador das demais normas”, os
10 Essa é a razão pela qual a dignidade da termos destacados desempenham igual função
pessoa humana passa a ser considerada o prin- sintática.
cípio constitucional norteador das demais normas, b. O terceiro parágrafo abre-se com um adjunto ad-
porque deve ele se sobrepor a qualquer outro inte- verbial de concessão deslocado, o que justifica o
resse – seja social ou econômico. emprego da primeira vírgula.
15 Apesar de toda essa evolução sistemática c. No terceiro parágrafo, o verbo “olvidar-se” pode
dos textos normativos, capazes de servirem de ser substituído por “duvidar-se”, sem prejuízo para
abrigo aos direitos fundamentais, com afasta- o sentido original do texto.
mento de qualquer outro que intimide o seu pleno d. Em “... não é possível olvidar-se de que as trans-
exercício, não é possível olvidar-se de que as formações (...) podem abalar sensivelmente a de-
20 transformações experimentadas pela sociedade, fesa intransigente desses princípios constitucio-
por conta do desenvolvimento industrial e tecno- nais”, a palavra “se” tem a função de indeterminar
lógico, bem como as regras do mercado podem ou generalizar o sujeito.
abalar sensivelmente a defesa intransigente
desses princípios constitucionais. 15. Em “Apesar de toda essa evolução sistemática
25 A evolução do capitalismo e o avanço tecno- dos textos normativos...”, a opção cujo conectivo não
lógico geram a necessidade de criação de direi-
mantém o sentido do destacado no trecho é:
tos que possam regrar, de modo harmônico, essa
a. A despeito de
dicotomia, a fim de preservar não só o ser humano,
b. Malgrado
mas, também, o próprio sistema, que, se não for
c. Em que pese a
30 regulado, pode autodestruir-se.
d. Em razão de
 Diante dessas considerações, é possível con-
cluir que a ordem constitucional brasileira erigiu a
dignidade humana como pressuposto fundamen-
tal, inafastável e norteador de todos os demais
35 diplomas legais.

Nádia Regina de Carvalho, Revista Âmbito Jurídico,


2015.

13. Com base nas informações presentes no texto,


assinale a opção correta.
a. Segundo o texto, a dignidade humana é imanente
a todo ser humano, tem como escopo protegê-lo
e constitui princípio constitucional norteador de to-
das as demais leis.
b. Conforme o texto, a dignidade humana é extrínse-
ca a todo ser humano, tem como finalidade prote-
gê-lo e constitui princípio constitucional orientador
de todas as demais leis.

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17. No trecho “ ... porque a crise traz progressos.”,


GRAMÁTICA o elemento coesivo destacado, para estar de acordo
Eliane Fontana com o padrão culto, e não refletir alteração de sentido
no contexto, pode ser substituído por:
TEXTO I a. contudo
b. conquanto
1 “Não pretendemos que as coisas mudem, c. pois
se sempre fazemos o mesmo. A crise é a melhor d. então
benção que pode ocorrer com as pessoas e
países, porque a crise traz progressos. 18. A expressão sublinhada, que é responsável pela
5 A criatividade nasce da angústia, como o dia flexão do verbo em negrito, pode ser vista em:
nasce da noite escura. É na crise que nascem as a. Falar de crise é promovê-la.
invenções, os descobrimentos e as grandes estra- b. Sem crise não há mérito.
tégias. c. É na crise que nascem as invenções, os descobri-
 Quem supera a crise, supera a si mesmo sem mentos e as grandes estratégias.
10 ficar “superado”. d. Quem supera a crise, supera a si mesmo.
 Quem atribui à crise seus fracassos e penú-
rias, violenta seu próprio talento e respeita mais 19. Mantendo a correção gramatical, a oração pode
aos problemas do que às soluções. ser reescrita com a seguinte alteração:
 A verdadeira crise, é a crise da incompetência. a. Falar de crise é promovê-la – falar de crise é pro-
15 O inconveniente das pessoas e dos países é a mover a ela.
esperança de encontrar as saídas e soluções b. Sem crise não há desafios, – Sem crise não exis-
fáceis. tem desafios.
 Sem crise não há desafios, sem desafios, a c. ...e calar-se sobre ela é exaltar o conformismo. –
vida é uma rotina, uma lenta agonia. Sem crise Ela se calar é exaltação sobre o conformismo.
20 não há mérito. É na crise que se aflora o melhor de d. Quem atribui à crise seus fracassos e penúrias –
cada um. Falar de crise é promovê-la, e calar-se Seus fracassos e penúrias são atribuídos a crise.
sobre ela é exaltar o conformismo.
 Em vez disso, trabalhemos duro. Acabemos 20. Considere as afirmativas a seguir:
de uma vez com a única crise ameaçadora, que é I – No quinto parágrafo, a frase “A verdadeira
25 a tragédia de não querer lutar para superá-la.” crise, é a crise da incompetência.” possui um
Albert Einstein desvio sintático.
II – Na oração “Acabemos de uma vez com a úni-
ca crise ameaçadora”, último parágrafo, o su-
Para responder às questões de números 16 a 20,
jeito gramatical é inexistente.
baseie-se no texto anterior.
III – As palavras “angústia” (l. 5) e “incompetência”
(l. 14) recebem acento gráfico em decorrência
16. Assinale a opção em que o verbo destacado está
da mesma regra gramatical – proparoxítonas.
empregado no mesmo tempo e modo verbal da frase
a seguir:
“O inconveniente das pessoas e dos países é a espe- Estão incorretas as afirmações:
rança...” a. II e III.
a. “Acabemos de uma vez com a única crise amea- b. I, II e III.
çadora,” (último parágrafo). c. I e II.
b. “É na crise que se aflora o melhor de cada um.” (6º d. I e III.
parágrafo).
c. “...que as coisas mudem,” (1º parágrafo).
d. “Em vez disso, trabalhemos duro.” (último pará-
grafo).

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Para as questões de 21 a 25, baseie-se na norma culta


GRAMÁTICA
da língua.
Claiton Natal
21. Está incorreto o emprego do elemento destacado
na frase: Ostra feliz não faz pérola
a. Dar-vos-ei o prazer que de mim aguardais.
b. Após a morte de meu marido, eu não pensara em 1 Ostras são moluscos, animais sem esqueleto,
casar-me de novo, mas não tive ânimo de recusar.
macias, que representam as delícias dos gastrô-
c. Quanto aos golpes o qual lhe infligiu, é até certo
ponto desculpável. nomos. Podem ser comidas cruas, com pingos
d. À nossa chegada, o rei de Mihrage, a quem fui de limão, com arroz, paellas, sopas. Sem defesas
apresentado, perguntou-me quem eu era.
5 – são animais mansos –, seriam uma presa fácil
dos predadores. Para que isso não acontecesse,
22. A ocorrência do sinal indicativo de crase justifica- a sua sabedoria as ensinou a fazer casas, con-
-se apenas na frase: chas duras, dentro das quais vivem. Pois havia
a. Ali, a primeira coisa que fiz foi dar grandes esmo- num fundo de mar uma colônia de ostras, muitas
las aos pobres e comecei à desfrutar a imensa ri- 10 ostras. Eram ostras felizes. Sabia-se que eram
queza trazida e ganha com tanto trabalho. ostras felizes porque de dentro de suas conchas
b. Tinha unhas aduncas e compridas como às garras saía uma delicada melodia, música aquática, como
das grandes aves.
se fosse um canto gregoriano, todas cantando a
c. À vista de tão honroso gigante, perdemos os sen-
mesma música. Com uma exceção: de uma ostra
tidos.
d. Desejo, respondeu, que à vossa vida tenha longa
15 solitária que fazia um solo solitário. Diferente da
duração. alegre música aquática, ela cantava um canto
muito triste. As ostras felizes se riam dela e diziam:
23. O período que está pontuado de acordo com os “Ela não sai da sua depressão...”. Não era depres-
preceitos da gramática é: são. Era dor. Pois um grão de areia havia entrado
a. Então, aqui está ele, o quarto bastião, aqui, está, o 20 dentro da sua carne e doía, doía, doía. E ela não
lugar terrível, de fato, horroroso! tinha jeito de se livrar dele, do grão de areia. Mas
b. O capitão, depois de me escutar atentamente, era possível livrar-se da dor. O seu corpo sabia
reconheceu-me por fim. Deus seja louvado!, ex- que, para se livrar da dor que o grão de areia lhe
clamou, abraçando-me. provocava, em virtude de suas aspereza, arestas
c. Os mercadores, então correndo aos ninhos, obri- 25 e pontas, bastava envolvê-lo com uma substância
gam-nas por gritos a afastar-se e pegam, os dia-
lisa, brilhante e redonda. Assim, enquanto can-
mantes presos aos pedaços de carne.
tava seu canto triste, o seu corpo fazia o traba-
d. O dia, surgindo, impôs silêncio, a Sherazade, que
prosseguiu sua história na noite seguinte. lho – por causa da dor que o grão de areia lhe
causava. Um dia, passou por ali um pescador com
24. Assinale a opção que corresponde à presença de
30 o seu barco. Lançou a rede e toda a colônia de
erro gramatical na oração. ostras, inclusive a sofredora, foi pescada. O pes-
a. Confesso que, expondo-nos a fúria das ondas, a cador se alegrou, levou-as para casa e sua mulher
fim de sacrificá-lo à sua cólera. fez uma deliciosa sopa de ostras. Deliciando-se
b. Após terminar sua detestável refeição, deitou-se com as ostras, de repente seus dentes bateram
de costas e adormeceu. 35 num objeto duro que estava dentro de uma ostra.
c. Permita-me beber um copo de alguma coisa – Ele o tomou nos dedos e sorriu de felicidade: era
acrescentou, insistentemente. uma pérola, uma linda pérola. Apenas a ostra sofre-
d. Tenho um irmão, grão-vizir do sultão do Egito, como dora fizera uma pérola. Ele a tomou e deu-a de
eu tenho a honra de ser do sultão deste reino. presente para a sua esposa. Isso é verdade para
40 as ostras. E é verdade para os seres humanos. No
25. Nos seguimentos destacados a seguir, a única seu ensaio sobre O nascimento da tragédia grega
substituição incorreta por um pronome correspondente a partir do espírito da música, Nietzsche observou
está na opção: que os gregos, por oposição aos cristãos, leva-
a. Deu-me o céu uma filha única e linda. – Deu-ma ... vam a tragédia a sério. Tragédia era tragédia. Não
b. Mas até agora não decidi ceder a vaga. – ... cedê-la 45 existia para eles, como existia para os cristãos,
c. Admira a mim que sejas ousado. – Admira-me... um céu onde a tragédia seria transformada em
d. O gênio não lançou terríveis gritos. – ... lançou-lhe.

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comédia. Ele se perguntou então das razões por 29. No trecho “Nietzsche observou que os gregos, por
que os gregos, sendo dominados por esse sen- oposição aos cristãos, levavam a tragédia a sério.
timento trágico da vida, não sucumbiram ao Tragédia era tragédia” (linhas 42 a 44), o termo em
50 pessimismo. A resposta que encontrou foi a destaque exprime a ideia de:
mesma da ostra que faz uma pérola: eles não se a. causa.
entregaram ao pessimismo porque foram capa- b. consequência.
zes de transformar a tragédia em beleza. A beleza c. oposição.
não elimina a tragédia, mas a torna suportável. A d. contraste.
55 felicidade é um dom que deve ser simplesmente
30. Assinale a opção que indica o adjetivo que é clas-
gozado. Ela se basta. Mas ela não cria. Não
sificado como adjetivo de relação.
produz pérolas. São os que sofrem que produzem a. Podem ser comidas cruas (linha 3).
a beleza, para parar de sofrer. Esses são os artis- b. seriam uma presa fácil dos predadores (linhas
tas. Beethoven – como é possível que um homem 5-6)
60 completamente surdo, no fim da vida, tenha pro- c. saía uma delicada melodia, música aquática (li-
duzido uma obra que canta a alegria? Van Gogh, nha 12)
Cecília Meireles, Fernando Pessoa... d. com uma substância lisa (linhas 25-26)

(Rubem Alves) 31. Está gramaticalmente correta a redação da se-


guinte frase:
26. Considerando os aspectos semânticos e morfos- a. Sabiam-se que eram ostras felizes porque de den-
sintáticos, assinale a alternativa incorreta. tro de suas conchas saía uma delicada melodia,
a. No trechos “a sua sabedoria as ensinou a fazer música aquática, como se fosse um canto grego-
casas” (linha 7), o pronome ‘sua’ delimita o signifi- riano.
cado do substantivo “sabedoria”, funcionando, na b. O seu corpo sabia que para se livrar da dor que o
oração em que ocorre, como um termo acessório. grão de areia lhe provocava, em virtude de suas
b. A oração “que eram ostras felizes” (linhas 10-11) é aspereza, arestas e pontas bastava envolvê-lo
sujeito da forma verbal “Sabia-se” (linha 10). com uma substância lisa, brilhante e redonda.
c. O pescador se alegrou, levou-lhes para casa e sua
c. No trecho “As ostras felizes se riam dela e diziam”
mulher fez uma deliciosa sopa de ostras.
(linha 17), a retirada do pronome “se” mantém a
d. Para eles, não havia; como havia, para os cristãos,
correção gramatical do trecho.
um céu em que a tragédia seria transformada em
d. A substituição de “enquanto” (linha 26) por à me- comédia.
dida que prejudica a correção gramatical do texto.
32. No trecho “bastava envolvê-lo com uma subs-
27. Na frase “Sabia-se que eram ostras felizes por- tância lisa” (linhas 25-26), a oração em destaque exer-
que de dentro de suas conchas saía uma delicada me- ce a função de:
lodia” (linhas 10 a 12), a conjunção em negrito pode ser a. objeto direto.
b. sujeito.
adequadamente substituída por:
c. adjunto adverbial.
a. conquanto
d. predicativo.
b. porquanto
c. posto que 33. Na forma sublinhada, o verbo encontra-se na voz
d. por conseguinte passiva e atende plenamente às normas de concor-
dância em:
28. Assinale a alternativa em que o pronome oblíquo a. Não seria fácil, de fato, que viessem a se equili-
átono, segundo a Gramática Normativa, não pode ser brar, na cabeça de um jovem cronista de hoje, os
empregado na posição enclítica. valores de sua experiência pessoal com os de sua
comunidade.
a. “a sua sabedoria as ensinou a fazer casas” (linha 7).
b. Observando hoje essas cidades, seus únicos luga-
b. “As ostras felizes se riam dela e diziam” (linha 17).
res onde se vivem bem são aqueles espontâneos.
c. “eles não se entregaram ao pessimismo” (linhas 51- c. Sabem-se que os padrões de beleza para os gre-
52). gos estão atrelados a uma visão específica de
d. “mas a torna suportável” (linha 54). equilíbrio.
d. De resto, os elementos dessa arte difícil de se pen-
sar o pensado te irá sendo ensinado pelo ofício.

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34. O verbo entre parênteses deverá flexionar-se de c. A impessoalidade e a uniformidade dos textos ofi-
modo a concordar com o elemento sublinhado na se- ciais são avessas a uma evolução da língua.
guinte frase: d. Quando se dirige a destacadas e reconhecidas
a. Nas contradições insolúveis, configuram-se os di- autoridades, cabe empregar-se o adjetivo Ilustrís-
lemas que (incitar) a nossa capacidade de refle- simo diante do cargo da pessoa invocada.
xão e de escolha.
b. Aos indivíduos que vivem de utopias (restar) ava- 38. Ainda com base no Manual de Redação da Presi-
liar o peso que pode advir de muitas frustrações. dência da República, 3ª edição, assinale a opção cor-
c. Àqueles que alimentam convicções partidárias
reta a respeito das características gerais dos tipos de
(cumprir) seguir linhas de ação já definidas.
comunicação oficial.
d. Aos homens sábios não (atormentar), nos dias do
presente, a infelicidade de um futuro tormentoso. a. Em uma mensagem emitida pelo Presidente da
República, é preciso identificar nome e cargo do
35. Ambos os elementos sublinhados constituem emissor, abaixo de sua assinatura, assim como
exemplos de uma mesma função sintática na frase: ocorre nas demais correspondências.
a. Quanto mais gente é presa, mais insuportáveis se b. Quando o cargo do destinatário requer o tratamen-
tornam as condições na cadeia. to como Vossa Excelência, o campo de endere-
b. Elas são o resultado lógico de décadas de desca- çamento, logo após a data e antes do assunto,
so para com a política penitenciária. inicia-se com Ao Excelentíssimo Senhor ou À
c. Pode haver alguma coisa mais tola, me diga, que Excelentíssima Senhora.
a maneira de viver desses homens que deixam a c. Ao emitir comunicações oficiais, os órgãos do Po-
prudência de lado? der Judiciário estão dispensados de indicar nome
d. Vivem ocupados para poder viver melhor. e cargo do emissor abaixo de sua assinatura.
d. Junto à data, logo após a identificação do docu-
REDAÇÃO OFICIAL mento, indica-se a cidade de origem, mas não a
sigla da unidade da federação.
Márcio Wesley
39. No que se refere às características fundamentais
36. Considerando as características formais e linguísti-
da redação oficial, assinale a opção correta.
cas dos expedientes oficiais, em conformidade com o Ma- a. Concorrem para a clareza do texto não apenas a
nual de Redação da Presidência da República (MRPR), prática e a revisão atenta, mas também a uniformi-
3ª edição, 27/12/2018, assinale a opção correta. dade, a concisão e a impessoalidade.
a. A exposição de motivos é uma modalidade de b. A formalidade estipula o respeito a padrões de
correspondência destinada à comunicação oficial construção do texto e à objetividade, mas conde-
entre os Ministros de Estado, e deles com o Presi- na a simplicidade pelo risco de empobrecer a lin-
dente da República. guagem.
b. O vocativo que se aplica a correspondências diri- c. A concisão preceitua a redução da quantidade de
gidas a Governadores é Vossa Excelência ou Sua
palavras como uma forma de economia linguística
Excelência, conforme o caso.
e de conteúdo.
c. A escolha do fecho adequado para saudação final,
d. Para obter precisão na linguagem, deve-se prefe-
em comunicações oficiais, leva em conta a hie-
rir a linguagem comum, no sentido de empregar
rarquia entre o cargo do remetente e o cargo do
vocabulário de conhecimento geral, e deve-se
destinatário.
descartar o emprego de linguagem técnica.
d. Os parágrafos de um ofício são sempre numera-
dos, exceto o primeiro.
37. Com base no disposto no Manual de Redação da 40. Assinale a opção correta de acordo com as carac-
Presidência da República (MRPR), 3ª edição, assinale terísticas formais e linguísticas dos documentos oficiais.
a opção correta. a. O envelope que traga comunicação oficial endere-
a. A linguagem empregada em comunicações oficiais çada a um Deputado Federal deverá ser preenchi-
segue certa tradição com padrões de vocabulário, do conforme o modelo abaixo.
como o jargão burocrático. A Vossa Excelentíssima o Senhor
b. Não cabe falar em um padrão oficial de linguagem, Deputado (nome do Deputado)
mas apenas na escrita clara e correta, em harmo- Câmara dos Deputados
nia com normas gramaticais. 70165-900 Brasília – DF

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b. É correta a seguinte identificação de um ofício en- 43. A respeito do correio eletrônico na comunicação
viado pela Secretaria-Geral da Presidência da Re- oficial, conforme o Manual de Redação da Presidência
pública: OFÍCIO N° 375/2020/SG-PR. da República, 3ª edição, assinale a opção correta.
c. Em comunicação endereçada a um Juiz de Direi-
a. O e-mail que encaminha arquivos deve trazer in-
to, o tratamento correto será “Vossa Excelência”,
formações mínimas sobre o conteúdo dos anexos.
o vocativo será “Excelentíssimo Senhor Juiz,”, e o
endereçamento iniciará com “Ao Senhor Juiz”. b. Por ser uma comunicação eletrônica direta, o e-
d. Para ser aceito como documento original, o e-mail -mail dispensa algumas formalidades na lingua-
deve ser enviado com cópia para autoridades au- gem e admite um tom coloquial.
tenticadoras. c. Como pressupõe uma comunicação de rotina e
maior proximidade entre emissor e receptor, o e-
41. Levando em consideração as características for- -mail dispensa o preenchimento do campo “As-
mais e linguísticas do ofício, assinale a opção correta.
sunto”.
a. É correto assim iniciar um ofício: Tendo em vista
às recentes falhas de processamento de dados, d. Embora possa gozar de certa liberdade no uso da
vimos solicitar a substituição de alguns equipa- linguagem, o e-mail deve seguir estritamente o pa-
mentos ultrapassados em nosso setor. drão de formatação do ofício.
b. O ofício que um mesmo remetente envia com igual
teor para diversos destinatários é chamado de ofí- Considere a correspondência oficial hipotética a seguir
cio conjunto.
c. Os campos destinados às margens laterais es- para responder às questões 44 e 45.
querda e direita do ofício devem ter 1,5 cm de lar-
gura, pelo menos.
d. O texto do ofício deve ter cor preta e será impres-
so em papel branco, reservando-se cores para
gráficos e ilustrações.

42. O chefe do setor de compras de um órgão público


recebeu, em 3/11/2020, o OFÍCIO No 21, em que eram
solicitadas cópias dos documentos referentes às com-
pras efetuadas por esse setor no terceiro trimestre do
ano. Levando em consideração essa situação hipoté-
tica e as disposições do MRPR acerca da linguagem
dos textos oficiais, assinale a opção que apresenta 44. Considerando que o signatário do expediente te-
uma maneira correta, clara e concisa de se introduzir o nha a mesma hierarquia dos seus destinatários, é cor-
texto do ofício de resposta a ser elaborado pelo funcio- reto afirmar que:
nário responsável pelo referido setor. a. caso a comunicação em apreço fosse dirigida
a. Em atendimento tempestivo ao pedido ora recebi-
ao Ministro de Estado que chefia o ministério em
do por meio do OFÍCIO N° 21, de 3/11/2020, envio,
questão, seria obrigatório o emprego da expres-
em anexo, a totalidade dos extratos de despesas
são “Sua Excelência” no vocativo do texto.
com compras realizadas por este departamento
b. o emprego do fecho “Respeitosamente” está ade-
no terceiro trimestre do ano corrente.
quado porque a comunicação destina-se a autorida-
b. Sendo prestimoso à solicitação feita, envia-se,
des de mesmo nível hierárquico do emissor do texto.
anexo a esta missiva, a relação integral de todos
os extratos de compras feitas por este setor no pe- c. a correção gramatical seria prejudicada caso, no
ríodo correspondente ao terceiro trimestre do ano parágrafo 1, o trecho “informá-los de que” fosse
2020. A tempo: a correspondência que fez a solici- substituído por informar-lhes que.
tação do envio desses documentos a este setor foi d. por se tratar de comunicação entre um único reme-
o OFÍCIO N° 21, de 3/11/2020. tente e todas as unidades do Ministério, o texto ante-
c. Atendendo o OFÍCIO N° 21, de 3/11/2020, enca- rior pode ser classificado como OFÍCIO CIRCULAR.
minho anexas as cópias dos documentos de com-
pras efetivadas por este setor no terceiro trimestre
deste ano.
d. Em atenção ao pedido recebido por este setor,
envio, em anexos, cópias dos extratos solicitados.
Veja-se os anexos com os devidos detalhes.

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45. Ainda a respeito da correspondência hipotética


anterior, é correto afirmar:
a. Deveria ser empregado o acento indicativo de cra-
se no início do destinatário: “A todas as unidades
do Ministério”.
b. O campo “Assunto” deveria estar todo em negri-
to, desde o título (Assunto) até o texto após dois-
-pontos.
c. O emprego de “neste”, primeiro parágrafo, está
inadequado ao padrão gramatical.
d. O parágrafo quatro contém saudação respeitosa
que condiz com a situação comunicativa interna
entre o signatário e os destinatários.

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GABARITO
1. b 24. a
2. b 25. d
3. d 26. d
4. a 27. b
5. b 28. c
6. d 29. a
7. a 30. c
8. b 31. d
9. c 32. b
10. a 33. a
11. d 34. d
12. b 35. b
13. a 36. c
14. b 37. b
15. d 38. d
16. b 39. a
17. c 40. b
18. c 41. d
19. b 42. c
20. a 43. a
21. c 44. d
22. c 45. b
23. b

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GABARITO COMENTADO

reprodutiva das mulheres” e “A verdade é que a


TEXTO violência obstétrica é uma forma de desumanização
Fernando Moura das mulheres” confirmam essa opção como correta.
As demais subvertem os sentidos e os argumentos
Leia o texto a seguir para responder às questões de 1 do texto.
a 8.
2. Quanto ao gênero, pode-se classificar o texto
TEXTO I como
a. crônica narrativa.
1 A expressão “violência obstétrica” ofende b. artigo de opinião.
médicos. Dizem não existir o fenômeno, mas c. autobiografia.
casos isolados de imperícia ou negligência médi- d. alegoria crítica.
cas. Trata-se de uma afirmação infundada. O que
5 aconteceu com a brasileira Adelir Gomes, grá- Letra b.
vida e forçada pela equipe de saúde a realizar Trata-se de texto dissertativo-argumentativo (tipo)
uma cesárea contra sua vontade, dizem ser um estruturado em forma de artigo de opinião (gênero
caso extremo, escandalizado pelas feministas com função social, publicado geralmente em jornais,
como de violência obstétrica. Não é verdade. A revistas ou “blogs”, com a intenção de discutir um
10 violência obstétrica manifesta-se de várias formas assunto por meio de opinião explícita, como ocorre
no ciclo de vida reprodutiva das mulheres. Em no texto: “A verdade é que a violência obstétrica é
cada mulher insultada verbalmente, porque sente uma forma de desumanização das mulheres”.
dor no momento do parto ou quando não lhe ofe-
recem analgesia. Na violência sexual sofrida em 3. No texto, o trecho “O que aconteceu com a bra-
15 atendimento pré-natal ou em clínicas de reprodu- sileira Adelir Gomes, grávida e forçada pela equipe
ção assistida. No uso de fórceps, na proibição de de saúde a realizar uma cesárea contra sua vontade,
doulas ou pessoas de confiança na sala de parto. dizem ser um caso extremo, escandalizado pelas fe-
Na cesárea como indicação médica para o parto ministas como de violência obstétrica” permaneceria
seguro. A verdade é que a violência obstétrica é
gramaticalmente correto e com seu sentido original
20 uma forma de desumanização das mulheres.
caso
Débora Diniz e Giselle Carino, Jornal El País Brasil, a. uma vírgula fosse inserida logo após “brasileira”.
20 de março de 2019 (com adaptações). b. a vírgula empregada após “Adelir Gomes” fosse
substituída por ponto e vírgula.
1. As autoras do Texto I consideram que c. as vírgulas empregadas após “Adelir Gomes” e
a. a violência obstétrica ocorre em casos isolados de após “vontade” fossem suprimidas.
atuação inadequada de médicos. d. as vírgulas empregadas após “Adelir Gomes” e
b. a violência obstétrica não só existe como também após “vontade” fossem substituídas por traves-
compromete e desumaniza a vida reprodutiva de sões ou parênteses.
mulheres.
c. a expressão “violência obstétrica” ofende médicos Letra d.
por forçar profissionais de saúde a realizar proce- Trata-se de estrutura sintática que explica o
dimentos ilegais. antecedente “a brasileira Aldelir Gomes”, o que
d. a cesária é procedimento obstétrico mais seguro permite o emprego de entrevírgulas, travessões ou
para a mulher grávida. parênteses.

Letra b.
Os trechos “...dizem ser um caso extremo,
escandalizado pelas feministas como de violência
obstétrica. Não é verdade. A violência obstétrica
manifesta-se de várias formas no ciclo de vida

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4. Seria mantida a correção gramatical do texto se 7. Em “No uso de fórceps, na proibição de doulas
o segmento “porque”, em “Em cada mulher insultada ou pessoas de confiança na sala de parto”, a palavra
verbalmente, porque sente dor no momento do parto destacada significa
ou quando não lhe oferecem analgesia”, fosse subs- a. assistentes de parto.
tituído por b. enfermeiras.
a. porquanto c. ginecologistas.
b. conquanto d. parentes.
c. entretanto
d. haja visto que Letra a.
Doulas são assistentes de parto, sem terem
Letra a. necessariamente formação médica. Acompanham a
No texto, a conjunção “porque”, com valor causal, mulher durante a gestação, com foco no bem-estar
apenas admite a substituição por “porquanto”. dela.
Destaque-se que o registro correto é “haja vista
que”, também com valor causal. Não existe a forma 8. Em “Dizem não existir o fenômeno, mas casos
“haja visto que”. isolados de imperícia ou negligência médicas”, o ter-
mo destacado exerce função sintática de
5. No texto , a forma pronominal “lhe”, em “... porque a. complemento verbal direto.
sente dor no momento do parto ou quando não lhe b. sujeito.
oferecem analgesia”, faz referência a c. adjunto adnominal.
a. “Adelir Gomes”. d. predicativo do sujeito.
b. “cada mulher insultada verbalmente”.
c. “feministas”. Letra b.
d. “ciclo de vida reprodutiva das mulheres”. O verbo “existir” é pessoal: “Dizem o fenômeno não
existir” (ordem direta). O termo destacado é sujeito
Letra b. de “existir”.
O pronome “lhe” pode ser substituído por “a ela”
e tem como referente “cada mulher insultada Leia o texto a seguir para responder às questões de 9
verbalmente”. a 12.

6. Cada uma das opções a seguir apresenta uma TEXTO II


proposta de reescrita para o seguinte trecho do tex-
to: “Trata-se de uma afirmação infundada”. Assinale  Lindaura, a recepcionista do analista de Bagé ―
a opção em que a proposta de reescrita apresentada segundo ele, “mais prestimosa que mãe de noiva”
mantém os sentidos originais e a correção gramatical ―, tem sempre uma chaleira com água quente
do texto. pronta para o mate. O analista gosta de oferecer
a. Isso se trata de uma afirmação que não tem fun- chimarrão a seus pacientes e, como ele diz, “char-
damento. lar passando a cuia, que loucura não tem micró-
b. Isso trata-se de uma afirmação inconsistente. bio”. Um dia entrou um paciente novo no consul-
c. Isso corresponde à uma afirmação injustificada. tório.
d. Isso corresponde a uma asserção insustentável.  ― Buenas, tchê ― saudou o analista. ― Se aban-
que no más.
Letra d.  O moço deitou no divã coberto com um pelego, e
Isso (o que foi mencionado) corresponde a uma o analista foi logo lhe alcançando a cuia com erva
asserção (afirmação) infundada (insustentável). nova. O moço observou:
Destaque-se que o verbo “tratar-se” não pode  ― Cuia mais linda.
apresentar sujeito, a não ser que se retire a  ― Cosa mui especial. Me deu meu primeiro pa-
palavra “se”. ciente. O coronel Macedônio, lá pras banda de
Lavras.
 ― A troco de quê? ― quis saber o moço, chupan-
do a bomba.

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 ― Pues tava variando, pensando que era metade 10. No trecho “O moço deitou no divã coberto com um
homem e metade cavalo. Curei o animal. pelego, e o analista foi logo lhe alcançando a cuia com
 ― Oigalê. erva nova”, a vírgula
 ― Ele até que não se importava, pues poupava a. separa orações coordenadas com sujeitos diferen-
montaria. A família é que encrencou com a bosta tes e evita ambiguidade.
dentro de casa. b. separa orações subordinadas com sujeitos dife-
 ― A la putcha. rentes e evita tautologia.
 O moço deu outra chupada, depois examinou a c. tem a função de enfatizar a primeira oração e evi-
cuia com mais cuidado. tar circunlóquio.
 ― Curtida barbaridade. ― Também. Mais usada d. não pode ser substituída por ponto e vírgula, por
que pronome oblíquo em conversa de professor. desencadear ambiguidade.
 ― Oigatê.
 E a todas estas o moço não devolvia a cuia. O Letra a.
analista perguntou: A vírgula separa orações coordenadas com sujeitos
 ― Mas o que é que lhe traz aqui, índio velho? diferentes. Perceba que a vírgula evita ambiguidade:
 ― É esta mania que eu tenho, doutor. “O moço deitou no divã coberto com um pelego e
 ― Pos desembuche. o analista...” (sem a vírgula, poder-se-ia entender
 ― Gosto de roubar as coisas. “divã coberto com um pelego e o analista”).
 ― Sim.
 Era cleptomania. O paciente continuou a falar, 11. Em “Mas o que é que lhe traz aqui, índio velho?”,
mas o analista não ouvia mais.
as duas ocorrências da palavra “que” correspondem,
 Estava de olho na sua cuia.
respectivamente, a
 ― Passa ― disse o analista.
a. pronome interrogativo e conjunção integrante.
 ― Não passa, doutor. Tenho esta mania desde piá.
b. pronome relativo e pronome relativo.
 ― Passa a cuia.
c. conjunção integrante e pronome interrogativo.
 ― O senhor pode me curar, doutor?
d. pronome interrogativo e partícula expletiva.
 ― Primeiro devolve a cuia.
 O moço devolveu. Daí para diante, só o analista
Letra d.
tomou chimarrão. E cada vez que o paciente es-
A forma culta corresponde a “Que o traz aqui,
tendia o braço para receber a cuia de volta, ganha-
índio velho?”. A primeira ocorrência é pronome
va um tapa na mão.
interrogativo indefinido. Observe que a estrutura “é
Luís Fernando Veríssimo (com adaptações). que” pode ser eliminada sem prejuízo morfossintático
(partícula expletiva ou de realce).
9. Sobre o texto, é incorreto afirmar que
a. apresenta como protagonista um psicanalista gaú- 12. Em “O senhor pode me curar, doutor?”, destaca-
cho que não leva jeito para cuidar da saúde mental ram-se, respectivamente, do ponto de vista sintático,
das pessoas. a. sujeito, objeto indireto, vocativo.
b. há algumas palavras típicas do vocabulário gaú- b. sujeito, objeto direto, vocativo.
cho, como “piá” (menino), “charlar” (conversar), “oi- c. vocativo, objeto direto, aposto.
galê” e “oigatê” (que denotam espanto e surpresa). d. sujeito, objeto indireto, aposto.
c. corresponde a um apólogo regional.
d. apresenta, em sua estrutura, quanto à fala das Letra b.
personagens, o discurso direto. O termo “O senhor” é sujeito da locução verbal
“pode curar”, cujo verbo principal é transitivo direto
Letra c. e exige objeto direto (“me”). O termo “doutor”, que
O apólogo é um gênero alegórico que ilustra serve para chamar alguém, é, sem dúvida, vocativo.
um ensinamento de vida por meio de situações
semelhantes às reais, envolvendo especialmente
objetos, seres inanimados ou irracionais, que
também assumem ações humanas. Ex.: conversa
entre a linha e a agulha. Não é o caso do texto
anterior. Trata-se de uma crônica narrativa.

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Leia o texto a seguir para responder às questões de c. Consoante o texto, a dignidade humana é antina-
13 a 15. tural a todo ser humano, tem como objetivo prote-
gê-lo e constitui princípio constitucional definidor
TEXTO III de todas as demais leis.
d. De acordo com o texto, a dignidade humana é
anódina a todo ser humano, tem como intenção
1 A dignidade humana é característica inerente
protegê-lo e constitui princípio constitucional trans-
a todas as pessoas e tem por objetivo colocá-las a cendente de todas as demais leis.
salvo de qualquer ato discricionário, seja qual for
o agente, e protegê-las de ausência de condições Letra a.
5 mínimas de sobrevivência. É da própria essência Segundo o texto, a dignidade humana é imanente
do ser humano ser dotado dessa condição e quali- (= inerente) a todo ser humano, tem como
dade. Estar desprovido desse manto protetor des- escopo (= objetivo) protegê-lo e constitui princípio
titui o ser humano da capacidade de subsistência constitucional norteador de todas as demais leis.
e da convivência social.
10 Essa é a razão pela qual a dignidade da 14. Com base nas estruturas linguísticas do texto, as-
pessoa humana passa a ser considerada o prin- sinale a opção correta.
a. Em “Essa é a razão pela qual a dignidade da pes-
cípio constitucional norteador das demais normas,
soa humana passa a ser considerada o princípio
porque deve ele se sobrepor a qualquer outro inte- constitucional norteador das demais normas”, os
resse – seja social ou econômico. termos destacados desempenham igual função
15 Apesar de toda essa evolução sistemática sintática.
dos textos normativos, capazes de servirem de b. O terceiro parágrafo abre-se com um adjunto ad-
abrigo aos direitos fundamentais, com afasta- verbial de concessão deslocado, o que justifica o
mento de qualquer outro que intimide o seu pleno emprego da primeira vírgula.
exercício, não é possível olvidar-se de que as c. No terceiro parágrafo, o verbo “olvidar-se” pode
20 transformações experimentadas pela sociedade, ser substituído por “duvidar-se”, sem prejuízo para
por conta do desenvolvimento industrial e tecno- o sentido original do texto.
lógico, bem como as regras do mercado podem d. Em “... não é possível olvidar-se de que as trans-
formações (...) podem abalar sensivelmente a de-
abalar sensivelmente a defesa intransigente
fesa intransigente desses princípios constitucio-
desses princípios constitucionais. nais”, a palavra “se” tem a função de indeterminar
25 A evolução do capitalismo e o avanço tecno- ou generalizar o sujeito.
lógico geram a necessidade de criação de direi-
tos que possam regrar, de modo harmônico, essa Letra b.
dicotomia, a fim de preservar não só o ser humano, a) Errado. Em “Essa é a razão pela qual a
mas, também, o próprio sistema, que, se não for dignidade da pessoa humana (a pessoa humana
30 regulado, pode autodestruir-se. tem dignidade/relação subjetiva = adjunto
 Diante dessas considerações, é possível con- adnominal) passa a ser considerada o princípio
cluir que a ordem constitucional brasileira erigiu a constitucional norteador das demais normas” (que
dignidade humana como pressuposto fundamen- norteia as demais normas/relação completiva
= complemento nominal), os termos destacados
tal, inafastável e norteador de todos os demais
desempenham diferentes funções sintáticas.
35 diplomas legais.
b) Certo. O terceiro parágrafo abre-se com um
Nádia Regina de Carvalho, Revista Âmbito Jurídico, adjunto adverbial de concessão deslocado, o que
2015. justifica o emprego da primeira vírgula: “Apesar
de toda essa evolução sistemática dos textos
13. Com base nas informações presentes no texto, normativos,”.
assinale a opção correta. c) Errado. No terceiro parágrafo, o verbo “olvidar-
se” pode ser substituído por “esquecer-se”, sem
a. Segundo o texto, a dignidade humana é imanente
prejuízo para o sentido original do texto.
a todo ser humano, tem como escopo protegê-lo
d) Errado. Em “... não é possível olvidar-se de que
e constitui princípio constitucional norteador de to-
das as demais leis. as transformações (...) podem abalar sensivelmente
b. Conforme o texto, a dignidade humana é extrínse- a defesa intransigente desses princípios
ca a todo ser humano, tem como finalidade prote- constitucionais”, a palavra “se” tem a função de parte
gê-lo e constitui princípio constitucional orientador integrante do verbo ou pronome fossilizado. O verbo
de todas as demais leis. “olvidar” foi empregado em sua forma pronominal.

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15. Em “Apesar de toda essa evolução sistemática 16. Assinale a opção em que o verbo destacado está
dos textos normativos...”, a opção cujo conectivo não empregado no mesmo tempo e modo verbal da frase
mantém o sentido do destacado no trecho é: a seguir:
a. A despeito de “O inconveniente das pessoas e dos países é a espe-
b. Malgrado rança...”
c. Em que pese a a. “Acabemos de uma vez com a única crise amea-
d. Em razão de çadora,” (último parágrafo).
b. “É na crise que se aflora o melhor de cada um.” (6º
Letra d. parágrafo).
Todas as locuções prepositivas e preposições c. “...que as coisas mudem,” (1º parágrafo).
acidentais indicadas nas opções têm valor d. “Em vez disso, trabalhemos duro.” (último pará-
concessivo, exceto a locução prepositiva “Em razão grafo).
de”, que apresenta valor causal.
Letra b.
O verbo foi grafado no tempo presente do modo
GRAMÁTICA indicativo.
Eliane Fontana
17. No trecho “ ... porque a crise traz progressos.”,
TEXTO I o elemento coesivo destacado, para estar de acordo
com o padrão culto, e não refletir alteração de sentido
no contexto, pode ser substituído por:
1 “Não pretendemos que as coisas mudem,
a. contudo
se sempre fazemos o mesmo. A crise é a melhor
b. conquanto
benção que pode ocorrer com as pessoas e
c. pois
países, porque a crise traz progressos.
d. então
5 A criatividade nasce da angústia, como o dia
nasce da noite escura. É na crise que nascem as
Letra c.
invenções, os descobrimentos e as grandes estra-
O termo destacado é uma conjunção coordenada
tégias.
explicativa, logo pode ser substituída por “pois”, que
 Quem supera a crise, supera a si mesmo sem
possui a mesma classificação.
10 ficar “superado”.
 Quem atribui à crise seus fracassos e penú-
18. A expressão sublinhada, que é responsável pela
rias, violenta seu próprio talento e respeita mais
flexão do verbo em negrito, pode ser vista em:
aos problemas do que às soluções.
a. Falar de crise é promovê-la.
 A verdadeira crise, é a crise da incompetência.
b. Sem crise não há mérito.
15 O inconveniente das pessoas e dos países é a
c. É na crise que nascem as invenções, os descobri-
esperança de encontrar as saídas e soluções
mentos e as grandes estratégias.
fáceis.
d. Quem supera a crise, supera a si mesmo.
 Sem crise não há desafios, sem desafios, a
vida é uma rotina, uma lenta agonia. Sem crise
Letra c.
20 não há mérito. É na crise que se aflora o melhor de
A expressão sublinhada constitui sujeito composto
cada um. Falar de crise é promovê-la, e calar-se
posposto. Quando o sujeito composto está posposto
sobre ela é exaltar o conformismo.
ao verbo, há dupla possibilidade de concordância: ou
 Em vez disso, trabalhemos duro. Acabemos
o verbo fica no plural, estabelecendo concordância
de uma vez com a única crise ameaçadora, que é
com ambos os elementos, ou fica no singular, se o
25 a tragédia de não querer lutar para superá-la.”
núcleo mais próximo for singular.
Albert Einstein
19. Mantendo a correção gramatical, a oração pode
Para responder às questões de números 16 a 20, ser reescrita com a seguinte alteração:
baseie-se no texto anterior. a. Falar de crise é promovê-la – falar de crise é pro-
mover a ela.
b. Sem crise não há desafios, – Sem crise não exis-
tem desafios.

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c. ...e calar-se sobre ela é exaltar o conformismo. – Letra c.


Ela se calar é exaltação sobre o conformismo. O termo em destaque é pronome relativo –
d. Quem atribui à crise seus fracassos e penúrias – elemento anafórico. Retoma um referente dentro
Seus fracassos e penúrias são atribuídos a crise. do próprio período, e deve concordar em número e
gênero com ele. No caso em questão, o referente
Letra b. é o termo “golpes”, logo duas possibilidades seriam
Verbo haver, no contexto dado, tem sentido de existir adequadas: “que” ou “os quais” precedidos de
– é impessoal. Na ocasião, pode ser substituído por preposição.
“existem”, verbo pessoal, flexionado no plural, para
estabelecer concordância com o núcleo do sujeito – 22. A ocorrência do sinal indicativo de crase justifica-
desafios.
-se apenas na frase:
a. Ali, a primeira coisa que fiz foi dar grandes esmo-
20. Considere as afirmativas a seguir:
las aos pobres e comecei à desfrutar a imensa ri-
I – No quinto parágrafo, a frase “A verdadeira
queza trazida e ganha com tanto trabalho.
crise, é a crise da incompetência.” possui um
b. Tinha unhas aduncas e compridas como às garras
desvio sintático.
das grandes aves.
II – Na oração “Acabemos de uma vez com a úni-
c. À vista de tão honroso gigante, perdemos os sen-
ca crise ameaçadora”, último parágrafo, o su-
tidos.
jeito gramatical é inexistente.
d. Desejo, respondeu, que à vossa vida tenha longa
III – As palavras “angústia” (l. 5) e “incompetência”
duração.
(l. 14) recebem acento gráfico em decorrência
da mesma regra gramatical – proparoxítonas.
Letra c.
A expressão “À vista” deve receber crase obrigatória,
Estão incorretas as afirmações:
por se tratar de locução circunstancial com núcleo
a. II e III.
feminino.
b. I, II e III.
c. I e II.
d. I e III. 23. O período que está pontuado de acordo com os
preceitos da gramática é:
Letra a. a. Então, aqui está ele, o quarto bastião, aqui, está, o
No item I, resposta correta, há um desvio sintático lugar terrível, de fato, horroroso!
de pontuação. Não se separa núcleo do sujeito do b. O capitão, depois de me escutar atentamente,
verbo. reconheceu-me por fim. Deus seja louvado!, ex-
No item II, resposta errada, o sujeito gramatical clamou, abraçando-me.
existe, contudo está elíptico. Não está escrito, mas c. Os mercadores, então correndo aos ninhos, obri-
é facilmente percebido por meio da desinência do gam-nas por gritos a afastar-se e pegam, os dia-
verbo “Acabemos”, ou seja, “Acabemos (nós)...”. mantes presos aos pedaços de carne.
No item III, resposta errada, as palavras são d. O dia, surgindo, impôs silêncio, a Sherazade, que
acentuadas pela mesma regra por se tratarem de prosseguiu sua história na noite seguinte.
paroxítonas – palavras acentuadas na penúltima
sílaba. Letra b.
O capitão, depois de me escutar atentamente, (1)
Para as questões de 21 a 25, baseie-se na norma culta reconheceu-me por fim. (2) Deus seja louvado! (3) ,
da língua. exclamou, (4) abraçando-me (5).
(1) Vírgulas foram usadas para isolar adjunto
adverbial temporal, intercalado, de longa extensão;
21. Está incorreto o emprego do elemento destacado
(2) O ponto final foi usado para indicar o final do
na frase:
período;
a. Dar-vos-ei o prazer que de mim aguardais.
(3) O ponto de exclamação foi usado na frase
b. Após a morte de meu marido, eu não pensara em
optativa com sentido de admiração;
casar-me de novo, mas não tive ânimo de recusar.
(4) As vírgulas foram usadas para isolar termo
c. Quanto aos golpes o qual lhe infligiu, é até certo
explicativo;
ponto desculpável.
(5) O ponto final foi usado para marcar a pausa
d. À nossa chegada, o rei de Mihrage, a quem fui
final do período.
apresentado, perguntou-me quem eu era.

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24. Assinale a opção que corresponde à presença de


GRAMÁTICA
erro gramatical na oração.
a. Confesso que, expondo-nos a fúria das ondas, a Claiton Natal
fim de sacrificá-lo à sua cólera.
b. Após terminar sua detestável refeição, deitou-se Ostra feliz não faz pérola
de costas e adormeceu.
c. Permita-me beber um copo de alguma coisa – 1 Ostras são moluscos, animais sem esqueleto,
acrescentou, insistentemente. macias, que representam as delícias dos gastrô-
d. Tenho um irmão, grão-vizir do sultão do Egito, como nomos. Podem ser comidas cruas, com pingos
eu tenho a honra de ser do sultão deste reino. de limão, com arroz, paellas, sopas. Sem defesas
5 – são animais mansos –, seriam uma presa fácil
Letra a. dos predadores. Para que isso não acontecesse,
Existe erro de regência na construção. A crase na a sua sabedoria as ensinou a fazer casas, con-
expressão “à fúria das ondas” é obrigatória. No chas duras, dentro das quais vivem. Pois havia
trecho “...expondo-nos a fúria das ondas...”, o verbo num fundo de mar uma colônia de ostras, muitas
expor, verbo transitivo direto e indireto, solicita uma 10 ostras. Eram ostras felizes. Sabia-se que eram
preposição obrigatória para o seu complemento e ostras felizes porque de dentro de suas conchas
a palavra “fúria” está particularizada por meio de saía uma delicada melodia, música aquática, como
outros termos, logo o uso do determinante artigo se fosse um canto gregoriano, todas cantando a
também é obrigatório. mesma música. Com uma exceção: de uma ostra
15 solitária que fazia um solo solitário. Diferente da
25. Nos seguimentos destacados a seguir, a única alegre música aquática, ela cantava um canto
substituição incorreta por um pronome correspondente muito triste. As ostras felizes se riam dela e diziam:
está na opção: “Ela não sai da sua depressão...”. Não era depres-
a. Deu-me o céu uma filha única e linda. – Deu-ma ... são. Era dor. Pois um grão de areia havia entrado
b. Mas até agora não decidi ceder a vaga. – ... cedê-la
20 dentro da sua carne e doía, doía, doía. E ela não
c. Admira a mim que sejas ousado. – Admira-me... tinha jeito de se livrar dele, do grão de areia. Mas
d. O gênio não lançou terríveis gritos. – ... lançou-lhe. era possível livrar-se da dor. O seu corpo sabia
que, para se livrar da dor que o grão de areia lhe
Letra d. provocava, em virtude de suas aspereza, arestas
O verbo lançar é transitivo direto. Há, também, erro
25 e pontas, bastava envolvê-lo com uma substância
de colocação pronominal. O pronome correto para lisa, brilhante e redonda. Assim, enquanto can-
substituição deve ser “os”. A reescrita correta da tava seu canto triste, o seu corpo fazia o traba-
oração é: O gênio não os lançou. lho – por causa da dor que o grão de areia lhe
causava. Um dia, passou por ali um pescador com
30 o seu barco. Lançou a rede e toda a colônia de
ostras, inclusive a sofredora, foi pescada. O pes-
cador se alegrou, levou-as para casa e sua mulher
fez uma deliciosa sopa de ostras. Deliciando-se
com as ostras, de repente seus dentes bateram
35 num objeto duro que estava dentro de uma ostra.
Ele o tomou nos dedos e sorriu de felicidade: era
uma pérola, uma linda pérola. Apenas a ostra sofre-
dora fizera uma pérola. Ele a tomou e deu-a de
presente para a sua esposa. Isso é verdade para
40 as ostras. E é verdade para os seres humanos. No
seu ensaio sobre O nascimento da tragédia grega
a partir do espírito da música, Nietzsche observou
que os gregos, por oposição aos cristãos, leva-
vam a tragédia a sério. Tragédia era tragédia. Não
45 existia para eles, como existia para os cristãos,
um céu onde a tragédia seria transformada em

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comédia. Ele se perguntou então das razões por 27. Na frase “Sabia-se que eram ostras felizes por-
que os gregos, sendo dominados por esse sen- que de dentro de suas conchas saía uma delicada me-
timento trágico da vida, não sucumbiram ao lodia” (linhas 10 a 12), a conjunção em negrito pode ser
50 pessimismo. A resposta que encontrou foi a adequadamente substituída por:
mesma da ostra que faz uma pérola: eles não se a. conquanto
entregaram ao pessimismo porque foram capa- b. porquanto
zes de transformar a tragédia em beleza. A beleza c. posto que
não elimina a tragédia, mas a torna suportável. A d. por conseguinte
55 felicidade é um dom que deve ser simplesmente
gozado. Ela se basta. Mas ela não cria. Não Letra b.
produz pérolas. São os que sofrem que produzem A conjunção “porque” possui valor causal. Observe
a beleza, para parar de sofrer. Esses são os artis- os principais conectivos causais.
tas. Beethoven – como é possível que um homem Causais (orações subordinadas adverbiais): porque,
60 completamente surdo, no fim da vida, tenha pro- como (porque), pois, pois que, por isso que, já que,
duzido uma obra que canta a alegria? Van Gogh, uma vez que, visto que, visto como, que, porquanto.
Cecília Meireles, Fernando Pessoa...

(Rubem Alves) 28. Assinale a alternativa em que o pronome oblíquo


átono, segundo a Gramática Normativa, não pode ser
26. Considerando os aspectos semânticos e morfos- empregado na posição enclítica.
sintáticos, assinale a alternativa incorreta. a. “a sua sabedoria as ensinou a fazer casas” (linha 7).
a. No trechos “a sua sabedoria as ensinou a fazer b. “As ostras felizes se riam dela e diziam” (linha 17).
casas” (linha 7), o pronome ‘sua’ delimita o signifi- c. “eles não se entregaram ao pessimismo” (linhas 51-
cado do substantivo “sabedoria”, funcionando, na 52).
oração em que ocorre, como um termo acessório. d. “mas a torna suportável” (linha 54).
b. A oração “que eram ostras felizes” (linhas 10-11) é
sujeito da forma verbal “Sabia-se” (linha 10). Letra c.
c. No trecho “As ostras felizes se riam dela e diziam” Lembre-se: quando não houver palavra atrativa,
(linha 17), a retirada do pronome “se” mantém a poderemos empregar o pronome na posição
correção gramatical do trecho. proclítica ou enclítica.
d. A substituição de “enquanto” (linha 26) por à me- Observe que, somente na alternativa “c”, há fator
dida que prejudica a correção gramatical do texto. de atração. Dessa forma, o advérbio “não” obriga a
utilização do pronome na posição proclítica.
Letra d.
d) Celso Cunha assinala: 29. No trecho “Nietzsche observou que os gregos, por
oposição aos cristãos, levavam a tragédia a sério.
As proporcionais iniciam uma oração subordinada Tragédia era tragédia” (linhas 42 a 44), o termo em
em que se menciona um fato realizado ou para destaque exprime a ideia de:
realizar-se simultaneamente com o da oração a. causa.
principal. b. consequência.
c. oposição.
Na estrutura “Assim, enquanto cantava seu d. contraste.
canto triste, o seu corpo fazia o trabalho”, há clara
simultaneidade entre os eventos das orações. Dessa Letra a.
forma, podemos substituir o conectivo “enquanto”, Caro(a) aluno(a), a expressão em destaque traduz a
empregado com valor proporcional, por à medida ideia de causa. Note que a preposição da expressão
que (locução conjuntiva proporcional). equivale aos termos causais: devido a, em razão de,
por causa de.

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30. Assinale a opção que indica o adjetivo que é clas- c) Em “levou-lhes”, há erro de regência. Esclareço:
sificado como adjetivo de relação. o verbo levar é transitivo direto; então, o pronome
a. Podem ser comidas cruas (linha 3). “lhes” deve ser substituído por “as” (objeto direto).
b. seriam uma presa fácil dos predadores (linhas Base teórica
5-6) O uso dos pronomes oblíquos átonos está aliado à
c. saía uma delicada melodia, música aquática (li- regência.
nha 12) a, as, o, os = objeto direto
d. com uma substância lisa (linhas 25-26) lhe, lhes = objeto indireto
me, te, se, nos, vos, se = objeto direto ou objeto
Letra c. indireto.
O examinador da Fundação Getúlio Vargas tem
cobrado, nas últimas provas, a nomenclatura Não lhe vejo mais. (incorreto)
“adjetivo de relação”. Os alunos têm me perguntado, Não o vejo mais. (correto)
com certo estranhamento, o que é um adjetivo de Não te vejo. (correto)
relação. Vamos, então, defini-lo.
Os adjetivos de relação são nomes qualificadores Acato, mas não o obedeço. (incorreto)
derivados de substantivo. São registrados Acato, mas não lhe obedeço. (correto)
geralmente após o substantivo e não admitem graus
Acato, mas não te obedeço. (correto)
de intensidade.
d) Alternativa correta.

Adjetivo Substantivo relacionado


32. No trecho “bastava envolvê-lo com uma subs-
Lei áurea ouro
tância lisa” (linhas 25-26), a oração em destaque exer-
Grêmio estudantil estudante
ce a função de:
Amor materno mãe
a. objeto direto.
Problema renal rim
b. sujeito.
Música aquática água
c. adjunto adverbial.
d. predicativo.
31. Está gramaticalmente correta a redação da se-
guinte frase:
Letra b.
a. Sabiam-se que eram ostras felizes porque de den-
A oração “envolvê-lo com uma substância lisa”
tro de suas conchas saía uma delicada melodia,
exerce a função de sujeito da forma verbal “bastava”.
música aquática, como se fosse um canto grego-
Pergunto: o que bastava? Resposta: envolvê-lo com
riano.
uma substância lisa.
b. O seu corpo sabia que para se livrar da dor que o
grão de areia lhe provocava, em virtude de suas
aspereza, arestas e pontas bastava envolvê-lo 33. Na forma sublinhada, o verbo encontra-se na voz
com uma substância lisa, brilhante e redonda. passiva e atende plenamente às normas de concor-
c. O pescador se alegrou, levou-lhes para casa e sua dância em:
mulher fez uma deliciosa sopa de ostras. a. Não seria fácil, de fato, que viessem a se equili-
d. Para eles, não havia; como havia, para os cristãos, brar, na cabeça de um jovem cronista de hoje, os
um céu em que a tragédia seria transformada em valores de sua experiência pessoal com os de sua
comédia. comunidade.
b. Observando hoje essas cidades, seus únicos luga-
Letra d. res onde se vivem bem são aqueles espontâneos.
a) Deve-se empregar a forma verbal “Sabia-se” no c. Sabem-se que os padrões de beleza para os gre-
singular, pois há sujeito oracional. gos estão atrelados a uma visão específica de
“Sabia-se” = voz passiva sintética. equilíbrio.
“que eram ostras felizes” = sujeito oracional. d. De resto, os elementos dessa arte difícil de se pen-
b) Como o trecho “para se livrar da dor que o grão sar o pensado te irá sendo ensinado pelo ofício.
de areia lhe provocava” está intercalado, deve-se
inserir uma vírgula imediatamente antes do “que”. Letra a.

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a) Alternativa correta.
A forma verbal “viessem a se equilibrar” está na
REDAÇÃO OFICIAL
voz passiva sintética e estabelece concordância Márcio Wesley
como sujeito passivo “os valores de sua experiência
pessoal”. 36. Considerando as características formais e linguísti-
b) Não há voz passiva, e a forma verbal “se vivem” cas dos expedientes oficiais, em conformidade com o Ma-
deve ser empregada na terceira pessoa do singular, nual de Redação da Presidência da República (MRPR),
visto que o pronome “se” é índice de indeterminação
3ª edição, 27/12/2018, assinale a opção correta.
do sujeito.
a. A exposição de motivos é uma modalidade de
c) A forma verbal “Sabem-se” deve ser substituída
correspondência destinada à comunicação oficial
por “Sabe-se”, pois ela possui sujeito oracional.
entre os Ministros de Estado, e deles com o Presi-
d) Como o núcleo do sujeito da estrutura de voz
dente da República.
passiva é “elementos”, deve-se empregar “irão
b. O vocativo que se aplica a correspondências diri-
sendo ensinados”.
gidas a Governadores é Vossa Excelência ou Sua
34. O verbo entre parênteses deverá flexionar-se de Excelência, conforme o caso.
modo a concordar com o elemento sublinhado na se- c. A escolha do fecho adequado para saudação final,
guinte frase: em comunicações oficiais, leva em conta a hie-
a. Nas contradições insolúveis, configuram-se os di- rarquia entre o cargo do remetente e o cargo do
lemas que (incitar) a nossa capacidade de refle- destinatário.
xão e de escolha. d. Os parágrafos de um ofício são sempre numera-
b. Aos indivíduos que vivem de utopias (restar) ava- dos, exceto o primeiro.
liar o peso que pode advir de muitas frustrações.
c. Àqueles que alimentam convicções partidárias Letra c.
(cumprir) seguir linhas de ação já definidas. a) Errada. A exposição de motivos é empregada
d. Aos homens sábios não (atormentar), nos dias do apenas na comunicação entre um ou mais Ministros
presente, a infelicidade de um futuro tormentoso. de Estado (remetentes) e o Presidente da República
(destinatário). Não é empregada na comunicação
Letra d. entre Ministros de Estado. Segundo o MRPR, entre
Lembre-se de que o verbo concorda com o núcleo Ministros de Estado, emprega-se o ofício.
do sujeito. Importante! O núcleo do sujeito não b) Errada. O vocativo em questão é “Senhor
vem preposicionado. Dessa forma, descartamos, Governador,” (seguido de vírgula). Este é o padrão
em razão de os termos em destaque estarem dos vocativos: “Senhor + Cargo,”. As expressões
preposicionados, as alternativas “b” e “c”. “Vossa Excelência” e “Sua Excelência” não são
Na alternativa “a”, a concordância deve ser vocativos; são pronomes de tratamento que se
estabelecida com o vocábulo “dilemas”, que é aplicam corretamente aos Governadores, segundo o
antecedente do pronome relativo “que”. MRPR. Empregaremos “Vossa Excelência” quando
nos dirigimos à própria pessoa, e empregaremos
35. Ambos os elementos sublinhados constituem “Sua Excelência” quando falamos sobre a pessoa
exemplos de uma mesma função sintática na frase:
em questão para outra pessoa.
a. Quanto mais gente é presa, mais insuportáveis se
c) Certa. A escolha do fecho leva em conta a
tornam as condições na cadeia.
hierarquia: quando a hierarquia do destinatário
b. Elas são o resultado lógico de décadas de desca-
é superior à hierarquia do remetente, deve-se
so para com a política penitenciária.
empregar o fecho “Respeitosamente,”; quando
c. Pode haver alguma coisa mais tola, me diga, que
a hierarquia do destinatário é igual ou inferior à
a maneira de viver desses homens que deixam a
hierarquia do remetente, deve-se empregar o fecho
prudência de lado?
d. Vivem ocupados para poder viver melhor. “Atenciosamente,” (ambos seguidos de vírgula).
d) Errada. A numeração de parágrafos é feita
Letra b. quando o ofício tem três ou mais parágrafos; nesse
a) adjunto adnominal / adjunto adverbial. caso, todos recebem número, inclusive o primeiro
b) adjuntos adnominais. parágrafo. Quando o ofício tiver somente um ou dois
c) adjunto adnominal / adjunto adverbial. parágrafos, nenhum deles recebe número.
d) predicativo do sujeito / adjunto adverbial.

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37. Com base no disposto no Manual de Redação da Letra d.


Presidência da República (MRPR), 3ª edição, assinale a) Errada. A mensagem é correspondência emitida
a opção correta. apenas pelo Presidente da República para enviar
a. A linguagem empregada em comunicações oficiais comunicados ao Poder Legislativo. Segundo
segue certa tradição com padrões de vocabulário, o MRPR, “a mensagem, como os demais atos
como o jargão burocrático. assinados pelo Presidente da República, não
b. Não cabe falar em um padrão oficial de linguagem, traz identificação de seu signatário.” Ou seja, o
mas apenas na escrita clara e correta, em harmo- Presidente da República assina a mensagem, mas
nia com normas gramaticais. não aparece, abaixo da assinatura, o seu nome nem
c. A impessoalidade e a uniformidade dos textos ofi- o seu cargo.
ciais são avessas a uma evolução da língua. b) Errada. O campo de endereçamento iniciar-se-á
d. Quando se dirige a destacadas e reconhecidas com A Sua Excelência o Senhor; na linha seguinte
autoridades, cabe empregar-se o adjetivo Ilustrís- constará o nome da pessoa; outra linha terá o cargo;
simo diante do cargo da pessoa invocada. outra linhas com o endereço.
c) Errada. Somente correspondência assinada pelo
Letra b. Presidente da República pode conter assinatura,
a) Errada. A linguagem tende a seguir uma certa sem indicar nome e cargo logo abaixo.
tradição, mas não se trata de empregar jargão d) Certa. Conforme o MRPR, indica-se a cidade sem
burocrático. Esse jargão contém expressões de a sigla da unidade federativa (Salvador, sem indicar
compreensão restrita que atrapalham a compreensão “BA”; Manaus, sem indicar “AM”).
dos textos e, assim, prejudicam o princípio da clareza
e da publicidade das correspondências oficiais.
39. No que se refere às características fundamentais
b) Certa. Segundo o MRPR, de fato, não existe
da redação oficial, assinale a opção correta.
um padrão oficial de linguagem. O que existe é o
emprego da língua portuguesa em seu padrão a. Concorrem para a clareza do texto não apenas a
gramatical. prática e a revisão atenta, mas também a uniformi-
c) Errada. De acordo com o MRPR, a correspondência dade, a concisão e a impessoalidade.
oficial não é avessa (não é resistente) à evolução b. A formalidade estipula o respeito a padrões de
da língua, mas goza de menor liberdade do que a construção do texto e à objetividade, mas conde-
literatura ou a área jornalística. na a simplicidade pelo risco de empobrecer a lin-
d) Errada. O adjetivo Ilustríssimo está abolido. Deve- guagem.
se manter a formalidade apenas com os devidos c. A concisão preceitua a redução da quantidade de
pronomes de tratamento “Senhor”, “Senhora”, palavras como uma forma de economia linguística
“Vossa Excelência” etc. e de conteúdo.
d. Para obter precisão na linguagem, deve-se prefe-
38. Ainda com base no Manual de Redação da Presi- rir a linguagem comum, no sentido de empregar
dência da República, 3ª edição, assinale a opção cor- vocabulário de conhecimento geral, e deve-se
reta a respeito das características gerais dos tipos de descartar o emprego de linguagem técnica.
comunicação oficial.
a. Em uma mensagem emitida pelo Presidente da Letra a.
República, é preciso identificar nome e cargo do a) Certa. O Manual de Redação da Presidência da
emissor, abaixo de sua assinatura, assim como República (MRPR) estipula mesmo que a clareza
ocorre nas demais correspondências. é obtida pela prática e pela revisão atenta, mas
b. Quando o cargo do destinatário requer o tratamen- também pelo respeito à uniformidade (padrão de
to como Vossa Excelência, o campo de endere- formatação ajudam a obter a clareza), à concisão
çamento, logo após a data e antes do assunto, (economia de palavras contribui para a clareza) e à
inicia-se com Ao Excelentíssimo Senhor ou À impessoalidade (ausência de impressões pessoais
Excelentíssima Senhora. ajuda a ser claro).
c. Ao emitir comunicações oficiais, os órgãos do Po- b) Errada. A formalidade estipula, sim, padrões de
der Judiciário estão dispensados de indicar nome construção do texto e objetividade, mas não condena
e cargo do emissor abaixo de sua assinatura. a simplicidade. Pelo contrário, a simplicidade
d. Junto à data, logo após a identificação do docu- é bem-vinda e deve ser buscada; não significa
mento, indica-se a cidade de origem, mas não a empobrecimento da linguagem.
sigla da unidade da federação.

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c) Errada. A concisão não é uma forma de economia Nos termos da Medida Provisória nº 2.200-2, de
de conteúdo. A concisão significa a capacidade de 24 de agosto de 2001, para que o e-mail tenha
expressar o máximo de conteúdo relevante, com um valor documental, isto é, para que possa ser
mínimo de palavras. aceito como documento original, é necessário
d) Errada. No atributo da precisão, o MRPR não existir certificação digital que ateste a identidade
do remetente, segundo os parâmetros de
condenou a linguagem técnica:
integridade, autenticidade e validade jurídica da
Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira –
O atributo da precisão complementa a clareza e ICP-Brasil.
caracteriza-se por: a) articulação da linguagem
comum ou técnica para a perfeita compreensão 41. Levando em consideração as características for-
da ideia veiculada no texto. mais e linguísticas do ofício, assinale a opção correta.
a. É correto assim iniciar um ofício: Tendo em vista
40. Assinale a opção correta de acordo com as carac- às recentes falhas de processamento de dados,
vimos solicitar a substituição de alguns equipa-
terísticas formais e linguísticas dos documentos oficiais.
mentos ultrapassados em nosso setor.
a. O envelope que traga comunicação oficial endere-
b. O ofício que um mesmo remetente envia com igual
çada a um Deputado Federal deverá ser preenchi- teor para diversos destinatários é chamado de ofí-
do conforme o modelo abaixo. cio conjunto.
A Vossa Excelentíssima o Senhor c. Os campos destinados às margens laterais es-
Deputado (nome do Deputado) querda e direita do ofício devem ter 1,5 cm de lar-
Câmara dos Deputados gura, pelo menos.
70165-900 Brasília – DF d. O texto do ofício deve ter cor preta e será impres-
b. É correta a seguinte identificação de um ofício en- so em papel branco, reservando-se cores para
viado pela Secretaria-Geral da Presidência da Re- gráficos e ilustrações.
pública: OFÍCIO N° 375/2020/SG-PR.
c. Em comunicação endereçada a um Juiz de Direi-
Letra d.
to, o tratamento correto será “Vossa Excelência”,
o vocativo será “Excelentíssimo Senhor Juiz,”, e o a) Errada. Ocorreu um erro gramatical no uso do
endereçamento iniciará com “Ao Senhor Juiz”. sinal de crase em “às recentes falhas...”; esse termo
d. Para ser aceito como documento original, o e-mail exerceu função sintática de objeto direto para a forma
deve ser enviado com cópia para autoridades au- verbal “tendo”; por isso, inicia-se sem preposição
tenticadoras. e, portanto, sem sinal de crase. Além disso, a
linguagem empregada é prolixa, isto é, contrária à
Letra b. regra da economia linguística chamada de concisão.
a) Errada. No envelope, escrevemos o endereçamento Correção: Diante das falhas de processamento de
do destinatário. Esse endereçamento é o mesmo dados, solicitamos substituição de equipamentos no
que consta na primeira página do ofício, logo
setor X. Observação: deve-se indicar precisamente
após a data e antes do campo Assunto. A forma
correta da primeira linha é: A Sua Excelência o nome do setor, em vez de mencioná-lo com o
o Senhor. As demais linhas estão corretas. possessivo “nosso”, que ainda traz o inconveniente
b) Certo. O nome da correspondência fica todo em da subjetividade.
letras maiúsculas (OFÍCIO), a palavra “número” fica b) Errada. O ofício conjunto é enviado por dois
abreviada com “N°” maiúsculo com o símbolo de ou mais remetentes simultâneos. Quando um só
ordinal (°), a numeração do documento pode ter ou remetente envia o mesmo ofício para mais de um
não o zero à esquerda (375) – a proibição de zero à destinatário, trata-se de ofício circular.
esquerda ocorre na indicação de dia e mês; o ano é c) Errada. A margem esquerda deve ter no mínimo
indicado mesmo com quatro dígitos (2020), o órgão 3,0 cm, e a margem direita tem exatamente 1,5 cm.
emissor é indicado pela sua sigla (SG-PR).
d) Certa. Exatamente como indica o MRPR: texto
c) Errada. O tratamento está correto. O vocativo
em cor preta, papel branco, cores somente para
deve ser apenas “Senhor Juiz,” (seguido de vírgula),
o endereçamento iniciará com “A Sua Excelência gráficos e ilustrações.
o Senhor”. Para cargos tratados como “Vossa
Excelência”, o endereçamento se inicia assim.
d) Errada. De acordo com o MRPR:

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42. O chefe do setor de compras de um órgão público 43. A respeito do correio eletrônico na comunicação
recebeu, em 3/11/2020, o OFÍCIO No 21, em que eram oficial, conforme o Manual de Redação da Presidência
solicitadas cópias dos documentos referentes às com- da República, 3ª edição, assinale a opção correta.
pras efetuadas por esse setor no terceiro trimestre do a. O e-mail que encaminha arquivos deve trazer in-
ano. Levando em consideração essa situação hipoté- formações mínimas sobre o conteúdo dos anexos.
tica e as disposições do MRPR acerca da linguagem b. Por ser uma comunicação eletrônica direta, o e-
dos textos oficiais, assinale a opção que apresenta -mail dispensa algumas formalidades na lingua-
uma maneira correta, clara e concisa de se introduzir o gem e admite um tom coloquial.
c. Como pressupõe uma comunicação de rotina e
texto do ofício de resposta a ser elaborado pelo funcio-
maior proximidade entre emissor e receptor, o e-
nário responsável pelo referido setor.
-mail dispensa o preenchimento do campo “As-
a. Em atendimento tempestivo ao pedido ora recebi-
sunto”.
do por meio do OFÍCIO N° 21, de 3/11/2020, envio,
d. Embora possa gozar de certa liberdade no uso da
em anexo, a totalidade dos extratos de despesas
linguagem, o e-mail deve seguir estritamente o pa-
com compras realizadas por este departamento
drão de formatação do ofício.
no terceiro trimestre do ano corrente.
b. Sendo prestimoso à solicitação feita, envia-se,
Letra a.
anexo a esta missiva, a relação integral de todos
a) Certa. De fato, é necessário informar minimamente
os extratos de compras feitas por este setor no pe-
o que contém o arquivo enviado como anexo do
ríodo correspondente ao terceiro trimestre do ano
e-mail, segundo o MRPR.
2020. A tempo: a correspondência que fez a solici-
b) Errada. A linguagem continua formal, distante do
tação do envio desses documentos a este setor foi
coloquial (linguagem própria da oralidade).
o OFÍCIO N° 21, de 3/11/2020.
c) Errada. É obrigatório preencher o campo
c. Atendendo o OFÍCIO N° 21, de 3/11/2020, enca-
“Assunto”.
minho anexas as cópias dos documentos de com-
d) Errada. O e-mail goza de relativa liberdade
pras efetivadas por este setor no terceiro trimestre
formal, ou seja, não está preso a todos os rigores da
deste ano.
formatação do ofício:
d. Em atenção ao pedido recebido por este setor,
envio, em anexos, cópias dos extratos solicitados.
Um dos atrativos de comunicação por correio
Veja-se os anexos com os devidos detalhes.
eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não
interessa definir padronização da mensagem
Letra c.
comunicada. No entanto, devem-se observar
a) Errada. Desrespeitou a concisão, gastando maior
algumas orientações quanto à sua estrutura.
quantidade de palavras do que o suficiente para
(MRPR, p. 46).
comunicar a mensagem necessária.
b) Errada. Desrespeitou a concisão e empregou
um adjetivo de teor subjetivo: prestimoso (elogio a
si mesmo). Desorganizado: a identificação do ofício
que fez o pedido deve vir logo de início.
c) Certa. Correta, clara e concisa, com a menor
quantidade de palavras para informar o conteúdo
necessário. O pronome “este” ficou correto para
referir-se ao setor de origem da resposta que está
sendo enviada. Quando nos referimos ao setor de
destino, o pronome deve ser “esse”.
d) Errada. Desrespeitou a concisão. Faltou clareza,
pois não identificou o ofício que fez o pedido (OFÍCIO
N° 21, de 3/11/2020). Ocorreu erro gramatical em
“veja-se”: o correto é “vejam-se” para concordar
com o sujeito paciente “os anexos”. Outra falha
gramatical: a locução “em anexo” é invariável, sem
plural (em anexos), quando se refere de modo geral
ao conteúdo anexado.

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2° Simulado Múltipla Escolha
Língua Portuguesa

Considere a correspondência oficial hipotética a seguir 45. Ainda a respeito da correspondência hipotética
para responder às questões 44 e 45. anterior, é correto afirmar:
a. Deveria ser empregado o acento indicativo de cra-
se no início do destinatário: “A todas as unidades
do Ministério”.
b. O campo “Assunto” deveria estar todo em negri-
to, desde o título (Assunto) até o texto após dois-
-pontos.
c. O emprego de “neste”, primeiro parágrafo, está
inadequado ao padrão gramatical.
d. O parágrafo quatro contém saudação respeitosa
que condiz com a situação comunicativa interna
entre o signatário e os destinatários.

44. Considerando que o signatário do expediente te- Letra b.


a) Errada. Ocorre apenas preposição “a”, sem artigo
nha a mesma hierarquia dos seus destinatários, é cor-
definido, diante do pronome indefinido “todas”;
reto afirmar que:
portanto sem acento indicativo de crase.
a. caso a comunicação em apreço fosse dirigida
ao Ministro de Estado que chefia o ministério em b) Certa. Esta é exatamente a regra expressa no
questão, seria obrigatório o emprego da expres- MRPR, 3ª edição, p. 29.
são “Sua Excelência” no vocativo do texto. c) Errada. O emprego está adequado, pois a regra
b. o emprego do fecho “Respeitosamente” está ade- gramatical indica o uso de “este, neste, deste” para
quado porque a comunicação destina-se a autorida- referir-se ao momento atual. Como, no texto, o mês
des de mesmo nível hierárquico do emissor do texto. atual é o mês da data do ofício (25 de outubro),
c. a correção gramatical seria prejudicada caso, no então o leitor compreende que a posse dos novos
parágrafo 1, o trecho “informá-los de que” fosse servidores ocorreu no mesmo mês do ofício enviado:
substituído por informar-lhes que. outubro.
d. por se tratar de comunicação entre um único reme- d) Errada. O quarto parágrafo apresentou formas
tente e todas as unidades do Ministério, o texto ante- subjetivas (estima, consideração) e expressões
rior pode ser classificado como OFÍCIO CIRCULAR. prolixas, redundantes: para nos colocar à disposição
(é óbvio que um servidor público está à disposição,
Letra d. então é redundante escrever que “está à disposição).
a) Errada. O vocativo em questão teria a forma
“Senhor Ministro,” (seguido de vírgula). A forma
“Sua Excelência” não é empregada no vocativo.
Ela é empregada como pronome de tratamento
nos parágrafos ou ocorre na primeira linha do
endereçamento (A Sua Excelência o Senhor).
b) Errada. O fecho “Respeitosamente,” está
inadequado. Entre autoridades de mesmo nível
hierárquico, o fecho deve ser “Atenciosamente,”.
c) Errada. A correção não seria prejudicada. O
verbo “informar” aceita as duas regências: a original
com objeto direto “-los” e objeto indireto na forma
de oração subordinada substantiva iniciada em “de
que”; e a nova redação com objeto indireto “lhes”
e objeto direto na forma de oração subordinada
substantiva iniciada em “que”.
d) Certa. É exatamente a situação para empregar
o OFÍCIO CIRCULAR: um só remetente (Diretor
de Capacitação e Treinamento) está enviando a
mesma correspondência “a todas as unidades do
Ministério”.

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