Você está na página 1de 3

V3 R$ 13,84 +1,17% GGBR4 R$ 15,45 +0,98% IBOVESPA 96.572 pts +0,46% DÓLAR R$ 5,32 -1,01% BITCOIN R$ 50.

BITCOIN R$ 50.147 -0,62% IFIX 2.804 pts +0,33%

Crédito em meio ao coronavírus

Após 2 meses, Banco Central liberou


apenas 21% do anunciado para os bancos
na crise
Pacote tem valor total de R$ 1,2 trilhão, o equivalente a 16,6% do PIB; dados mostram bancos
mais seletivos com o temor do aumento de calotes

Por Agência Estado


29 maio 2020 14h28 - Atualizado 3 semanas atrás

ylper

menu search
/
(Shutterstock)

Só 21% do arsenal de R$ 1,2 trilhão anunciado pelo Banco Central para evitar crises bancárias
e manter o funcionamento do crédito durante a pandemia foram usados até agora, dois meses
após o lançamento do pacote feito pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto. O valor
liberado aos bancos no período foi de R$ 260,2 bilhões.

O pacote de R$ 1,2 trilhão representaria o equivalente a 16,6% do PIB – acima dos 3,8%
ofertados aos bancos após a crise financeira de 2008.

Na época do anúncio, o discurso do BC era de que as medidas permitiriam manter a oferta de


recursos para as instituições financeiras, evitando dificuldades e possíveis quebras durante a
pandemia. Além disso, a injeção de recursos permitiria que os bancos pudessem atender ao
aumento da demanda por crédito por empresas e famílias.

PUBLICIDADE

Cada vez mais seletivos com o temor do aumento de calotes, os bancos, porém, não usaram a
maior parte dos instrumentos colocados à disposição pelo BC, mostram os dados até aqui. A
autarquia também demorou na regulamentação de linhas atreladas a letras financeiras e
debêntures (título de dívida corporativa). A maior parte liberada foi em compulsórios (recursos
que as instituições são obrigadas a deixar no BC para fazer frente aos riscos dos empréstimos).

“Avaliar o quanto foi disponibilizado e o quanto poderia virar crédito é difícil”, afirma a economista
Isabela Tavares, especialista em crédito da Tendências Consultoria Integrada. “Dentro dos
bancos, há recursos que podem virar provisão de crédito, porque as instituições estão pensando
no risco de aumento da inadimplência.” /
Para o economista Ricardo Rocha, do Insper, os bancos não estão neste momento com
problema de liquidez. “Não é falta de dinheiro para emprestar. O problema é o risco.”

Segundo ele, o problema enfrentado pelas empresas para acessar o crédito passa pela falta de
garantias a serem dadas aos bancos. “Como fazer chegar o crédito para quem não tem a
garantia? Esta é a dificuldade”, diz ele. De acordo com o BC, as concessões de crédito
despencaram 16,5% em abril ante março, considerando a série estatística livre de influências
sazonais. No caso específico das empresas, essas concessões recuaram 21,1%. Entre as
famílias, a baixa foi de 13,2%.

Em nota, o BC afirmou que “até o momento os recursos disponibilizados atenderam plenamente


as demandas das instituições financeiras”.

Já a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) afirmou que, na conjuntura atual, não existem
restrições relevantes de liquidez. Além disso, afirmou que parte das medidas do BC “tem
implementação gradual e o seu potencial pleno só poderá ser mensurado a médio e longo
prazo”.

PUBLICIDADE

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Newsletter InfoMoney – Informações, análises e recomendações que valem dinheiro, todos os dias no seu email:

Digite seu email


send
Concordo que os dados pessoais fornecidos acima serão utilizados para envio de conteúdo
informativo, analítico e publicitário sobre produtos, serviços e assuntos gerais, nos termos da Lei
Geral de Proteção de Dados.

arrow_forward Mais sobre


Economia
Banco Central
Bancos
Coronavírus

RECOMENDADAS PARA VOCÊ

Você também pode gostar