AULA 00 - Convencendo A Empresa À Investir em SST

Por que é tão importante investirmos em
Saúde e Segurança do Trabalho?
Disciplina: Segurança do Trabalho
Paulo Neres
Eng. de Segurança do trabalho
pauloneres@f5sst.com.br
(11) 9 7121-3933
Prof. Eng. Paulo Neres
• Engenheiro de Segurança do Trabalho;
• Especialização em Máquinas e Equipamentos;
• Técnico em Segurança do Trabalho;
• Tecnólogo em Gestão da Produção Industrial;
• Instrutor do SINTESP - Sindicato dos Técnicos em
Segurança do Estado de São Paulo;
• Perito Judicial TRT 2ª e 15ª região;
• Professor de curso Técnico em Segurança do Trabalho;
• Articulista na revista CIPA.
Por que investir em SSt?
Uma (1) MORTE devido a acidente estimada a cada 3h 38m

43s.
14.412 mortes acidentárias foram notificadas no período 2012-

2017.).
Fonte: https://observatoriosst.mpt.mp.br/
E como despertar o interesse do empregado e do empregador

na prevenção dos acidentes?
É vantajoso investir nas atividades relacionadas à saúde e

segurança do trabalhador?
Há custos com acidente do

trabalho?
Convencendo à investir em SST
Quanto custa um acidente do trabalho?

Estatística
No Brasil, os gastos com acidentes do trabalho gira em torno

de R$1,00 a cada 7ms.
No período 2012-2017 foram gastos R$26.235.501.489 com

benefícios acidentários (auxílio-doença, aposentadoria por
invalidez, pensão por morte e auxílio-acidente - sequelas).
Fonte: https://observatoriosst.mpt.mp.br/
Um exemplo prático!
Digamos.....
Um trabalhador de uma determinada empresa com 550
funcionários estava operando uma máquina que não possuía
proteções de partes moveis, e durante a sua atividade acabou
fraturando os dedos da mão direita.
Logo após o acidente, os demais trabalhadores chamaram o

setor de saúde da empresa, e o auxiliar de enfermagem fez o
atendimento e acompanhou o trabalhador ao pronto socorro.
Por conta disso, a linha de produção ficou parada por mais de

uma hora e o afastamento desse trabalhador foi de 60 dias.
O salário mensal do acidentado é de R$1.000,00. Informações

complementares sobre a empresa:
- Massa salarial do ano anterior ao do acidente foi de

R$15.000.000,00 e o número de acidentes com afastamento
ocorridos também no ano anterior foram seis (6).
Depois de tudo resolvido com o trabalhador, realizamos a

análise do acidente e constatamos que a proteção da parte
móvel da máquina estava danificada, e que esta havia sido a
principal causa do referido acidente.
Junto com o setor de engenharia e manutenção, verificamos os

ajustes necessários e realizamos o levantamento dos custos
para a adequação do equipamento.
O investimento para corrigir a insegurança da máquina é de

R$13.000,00. Nem é tanto dinheiro, mas dependendo da
empresa, se você não tiver excelentes argumentos, será
bem difícil conseguir esse investimento.
Em situações como esta, vejamos quais itens podemos utilizar

para convencer a empresa/trabalhador da necessidade de
investir na correção do equipamento.
1 - Os 15 primeiros dias de afastamento:
De acordo com a descrição do acidente do nosso exemplo, o

trabalhador acidentado recebeu sessenta dias (60) de
afastamento.
Como sabemos, os primeiros quinze dias de afastamento são

pagos pela empresa.
Nosso trabalhador recebia um salário de R$1.000,00. Como ele

foi afastado por dois meses, devemos considerar o custo de 15
dias que a empresa irá pagar sem que ele trabalhe.
Porém, o valor que vem à nossa mente é R$500,00. O

problema é que o trabalhador nunca custa exatamente o que
ele ganha. Em função de diversos encargos, ele acaba
custando bem mais caro.
Senão, vejamos.
Todo trabalhador ganha 13º salário, não trabalha um mês em

função das férias e ganha mais um terço do salário pelo
período de férias.
Fora os demais encargos, como por exemplo: INSS, FGTS etc.

Em relação às férias e ao décimo terceiro salário, há

consequências para o EMPREGADOR, mesmo no período de
afastamento do acidentado, conforme iremos comentar nos
tópicos seguintes.
Em um cálculo aproximado, estes encargos podem dobrar o

salário do trabalhador, ou seja, ele recebe R$1.000,00, mas
poderá custar para a empresa quase R$2.000,00.
Como a empresa paga os 15 primeiros dias de afastamento

sem o acidentado trabalhar, e estamos considerando que ele
custa R$2.000,00 temos metade deste valor (15 dias) como
dinheiro perdido.
Este cálculo é apenas uma aproximação. Para valores exatos,

é preciso avaliar os encargos da sua própria empresa.
2 - Complemento de Gratificação Natalina:
Como no nosso exemplo o trabalhador está afastado por auxilio

doença, código B91, o abono anual passa a ser de
responsabilidade do INSS.
Mas, se pararmos alguns segundo para pensar, iremos

perceber que ainda temos os 15 dias iniciais, os quais o
trabalhador ainda estava sob a responsabilidade da empresa.
Ao darmos uma lida na Lei 4.090/62, encontramos o seguinte:

Art. 1° - No mês de dezembro de cada ano, a todo empregado será paga,
pelo empregador, uma gratificação salarial, independente da remuneração a
que fizer jus.
§ 1° - A gratificação corresponderá a 1/12 avos da remuneração devida em

dezembro, por mês de serviço, do ano correspondente.
§ 2° - A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias de trabalho será havida

como mês integral para os efeitos do parágrafo anterior.
§ 3° - As faltas legais e justificadas ao serviço não serão deduzidas para os

fins previstos no § 1° do art. 1° desta Lei.
Além da lei criada devemos complementar a leitura com a

instrução Normativa INSS n° 77/2015:
Art. 396 – O abono anual, conhecido como décimo terceiro salário ou
gratificação natalina, corresponde ao valor da renda mensal do beneficio no
mês de dezembro ou no mês da alta ou as cessação do beneficio, para o
segurado que recebeu auxilio-doença, auxilio acidente, aposentadoria, salário-
maternidade, pensão por morte ou auxílio-reclusao, na forma do que dispõe o
Art. 120 do RPS.
§ 1° - O recebimento de beneficio por período inferior a doze meses, dentro do

mesmo ano, determina o cálculo do abono anual de forma proporcional.
§ 2° - O período igual ou superior a quinze dias, dentro do mês, será

considerado como mês integral para efeito de cálculo de abono anual.
Convencendo a investir em SST
Ou seja, mesmo sem o trabalhador ter produzido, a empresa

precisar pagar 1/12 avos do abono anual. Vamos ao cálculo:
Salário do Trabalhador / 12 = 1000/12 = 83,33 reais

3 - Férias:
Assim como o abono anual, a empresa também tem suas
responsabilidades em relação às férias do trabalhador. Ao
lermos o Art. 131 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT,
encontramos o seguinte:
Art. 131 – Não será considerada falta ao serviço, para efeitos do artigo anterior, a
ausência do empregado:
III – por motivo de acidente do trabalho ou enfermidade atestada pelo Instituto

Nacional do Seguro Social- INSS, excetuada a hipótese do inciso IV do art. 13;
IV – justificada pela empresa, entendendo-se como tal a que não tiver

determinado o desconto do correspondente salário.
Com isso, podemos entender que mesmo com a longa

ausência, este período é considerado justificado em função do
acidente do trabalho.
A empresa não terá está obrigação apenas no caso de

afastamentos superiores a seis (6) meses, conforme podemos
verificar no Art. 133. Da CLT, transcritos a seguir:
Art. 133 – Não terá direito a férias o empregado que, no curso do período
aquisitivo:
IV – Tiver percebido da Previdência Social prestações de acidentes do trabalho ou

de auxílio-doença por mais de 6 (seis) meses, embora descontínuos.
Como no nosso exemplo o afastamento do trabalhador é de

apenas dois meses, a empresa continua com a
obrigatoriedade do pagamento das férias sem descontar o
período de afastamento.
Ou seja, no nosso levantamento devemos acrescentar o

seguinte:
Férias= salário / 3 = 1000/3 = R$ 333,33
No nosso caso devemos considerar como custo pelo

acidente os dois meses em que mesmo sem trabalhar, o
acidentado permanece com o direito às férias, ou seja:
R$ 333,33 / 12 meses = R$ 27,78 X 2 meses de

afastamento = R$ 55,56
4 - FGTS:
Nos encargos sociais do cálculo anterior, contabilizamos o
FGTS para os primeiros quinze dias.
No entanto, quando o trabalhador está afastado, seja por

motivo de doença ou acidente do trabalho, a empresa
permanece tendo que contribuir com o valor do FGTS.
Esse valor corresponde a 8,0% do salário do trabalhador.

Para um salário de mil reais, considerando o afastamento por

um mês e meio (lembre-se de que já calculamos os 15
primeiros dias de afastamento no item 1), a empresa terá
gasto neste período de afastamento e sem nenhuma
produção deste trabalhador, 120 reais.
FGTS = salário x 0,08 x número de meses
FGTS = R$ 1000,00 x 0,08 x 1,5 = R$ 120,00

Para uma empresa não é muito, mas precisamos juntar todos

os valores para termos ao final dos cálculos, um montante
que venha a incomodar o bolso do patrão.
Além disso, precisamos sempre lembrar de que o cálculo

está sendo realizado apenas para um trabalhador.
Para mais acidentados e com período de afastamentos mais

dilatados este valor irá incomodar cada vez mais.
5 - Complementação de Beneficio Previdenciário:

De acordo com a Lei 8.213/91, o trabalhador quando
afastado recebendo auxílio doença, irá receber 91% do
salário de benefício, no nosso exemplo seria R$ 910,00 (na
verdade, para termos o valor preciso teríamos que levantar a
média aritmética simples dos doze últimos salários de
contribuição do trabalhador afastado.
E, caso não tenhamos doze meses de salário de

contribuição, levantamos a média aritmética simples dos
salários encontrados.
Como nosso objetivo é um valor de referência rápida,

podemos utilizar o salário atual).
No nosso caso, como houve o afastamento apenas por dois

meses e apenas um mês e meio ficaria a cargo do INSS, o
complemento da empresa seria de apenas 9%, ou seja,
R$135,00 (90+45).
6- Plano de Saúde e Seguro de Vida:

As empresas oferecem plano de saúde, além do seguro de
vida ao trabalhador, e estes dois benefícios podem continuar
sendo pagos no período de afastamento.
O seguro de vida, em geral, terá um impacto financeiro baixo

e com custo bem variado, no entanto, o plano de saúde pode
ser um valor bem vultoso, principalmente se a empresa se a
empresa mantém o benefício durante o período de
afastamento.
Para o nosso exemplo vamos considerar que o plano de

saúde custe R$120,00 e o seguro de vida R$10,00, com isso
teremos mais R$260,00 a acrescentar no nosso orçamento
(2 meses de R$120,00 + dois meses de R$10,00).
7- Multa dos Postos de Trabalho:

Para este exemplo, podemos ter, dentre outras a multa
relacionada ao artigo 12.47 da NR-12 Segurança no Trabalho
em Máquinas e Equipamento. Veja abaixo:
12.47. As transmissões de força e os componentes móveis a elas

interligadas, acessíveis ou expostos, devem possuir proteções fixas
ou moveis com dispositivos de intertravamento, que impeçam o
acesso por todos os lados (Infração 4).
Como a empresa do nosso exemplo tem 550 funcionários, o

valor da nossa multa será de R$5.011,65 até R$5.506,34.
Para facilitar os cálculos vamos considerar R$5.100,00.
Sabemos que podemos indicar vários outros itens de multa,

entretanto vamos parar por aqui.
8- Salário do Trabalhador Substituído ou Queda na

Produção:
Com o afastamento do trabalhador teremos duas
consequências possíveis:
- Contratação temporária de um novo trabalhador (posto

vago);
- Aumento de trabalho para os demais funcionários do setor e

também aumento da probabilidade de novos afastamentos
em função da fadiga, pois a equipe não estará completa e
poderá ser sobrecarregada.
Nas duas situações há vários custos envolvidos.
Na contratação de um novo trabalhador temos todo gasto

relacionado ao tempo despendido neste tramite (horas do
departamento pessoas, integração, treinamento da atividade
etc).
Vamos considerar que um trabalhador do DP ganhe (já com

os encargos) em torno de R$ 2.400,00, ou seja, se dividirmos
este salário por 220 horas trabalhadas por mês, teremos
R$10,91/hora.
Como consideramos que o DP irá gastar dois dias na

contratação precisaremos multiplicar o valor da hora
trabalhada do DP pelo número de horas trabalhadas, ou seja:
R$10,91/h x 16h = R$174,56

Teremos mais R$ 174,56 devido ao nosso acidente.
No entanto, como no nosso caso é de um afastamento de

apenas dois meses, acho pouco provável que se faça uma
nova contratação, o mais fácil seria aumentar o ritmo dos
demais trabalhadores e se não derem conta, teríamos uma
ligeira queda de produção.
Como o objetivo é tornar o calculo prático, não vou

contabilizar este custo.
9- Aumento do FAP:
De acordo com a Lei 8.212/91, a empresa irá pagar 20%

para a previdência sobre o total das remunerações pagas
aos segurados empregados e trabalhadores avulsos e de
acordo com o grau de risco de sua atividade econômica deve
acrescentar 1,2 ou 3% a estes 20%.
O nosso Fator Acidentário de Prevenção - FAP será

justamente o valor que incidirá sobre as alíquotas de 1, 2 ou
3%.
No caso da sua empresa ter excelência em saúde e

segurança do trabalho, poderá passar a pagar até a metade
da alíquota, porém, para empresas negligentes com o
trabalhador esse valor pode até dobrar.
Mas como vamos calcular o impacto do FAP no acidente que

estamos avaliando?
Acesse o site do INSS e veja qual o valor do seu FAP,

quantos acidentes registrados para aquele FAP e a massa
salarial da sua empresa.
O FAP incide sobre a folha de pagamento da empresa, mas

você não tem como saber o impacto do acidente ocorrido
neste ano.
Caso o seu FAP esteja inferior a 1, você não tem como

acrescentar nada pois na verdade sua empresa está muito
bem.
Caso esteja acima da unidade, ela já estará pagando pela

falta de segurança.
Para exemplificar vamos considerar que o nosso FAP foi de

1,0762.
Como informamos anteriormente, a nossa empresa teve no

ano anterior ao vigente a massa salarial anual de
R$15.000.000,00 e seis registros de acidentes com
afastamento.
Portanto, no nosso exemplo, a empresa não está tão ruim

assim, pois o FAP está ligeiramente superior a 1.
Precisamos também do valor que a empresa paga

atualmente pelo Seguro de Acidente do Trabalho (atualmente
denominado RAT - Riscos Ambientais do Trabalho), o valor a
ser pago pode ser de 1, 2 ou 3%, dependendo do grau de
risco em que a empresa está enquadrada.
Vamos supor que o valor a ser pago é de 2%, ou seja, vamos

pagar sobre a folha o seguinte:
2% x 1,0762 = 2,1524%
Perceba com este cálculo que a empresa deveria pagar 2%

de qualquer jeito, mas devido a sua falta de Segurança para
com o trabalhador, passará a pagar 2,1524%.
O valor obtido deve multiplicar a massa que iremos

considerar como sendo R$15.000.000,00 no ano.
R$15.000.000,00 x 0,001524 = R$22.850,00

Este valor de R$ 22.850,00 é quanto estamos gastando a

mais, porém como tivemos 6 acidentes com afastamento no
ano anterior, que servirá como nossa referência, de forma
simplificada, pois cada acidente na verdade terá um custo
específico, vamos distribuir este valor para cada caso.
R$22.850,00 / 6 = R$3.808,33
Este valor de R$ 22.850,00 é quanto estamos gastando a

mais, porém como tivemos 6 acidentes com afastamento no
ano anterior, que servirá como nossa referência, de forma
simplificada, pois cada acidente na verdade terá um custo
específico, vamos distribuir este valor para cada caso.
R$22.850,00 / 6 = R$3.808,33
O acidente avaliado pode custar mais ou menos do que isso.
Só estamos fazendo uma aproximação de quanto a empresa

pode perder por não ter uma boa gestão da saúde e
segurança do trabalho.
10 - Ações regressivas do INSS:

O INSS, desde 1991, com base no artigo 120 da Lei
8.213/91, pode e realmente tem realizado varias ações
regressivas contra empresas que não seguem a legislação
de SST, e como consequência, acabam trazendo prejuízo
para os cofres previdenciários.
Se houver acidentes ou doenças que tenham ocorrido por

falha da empresa, o INSS irá fazer os pagamentos previstos
aos trabalhadores, mas poderá solicitar da empresa o
ressarcimento destes gastos por esta NÃO ter seguido a
legislação que evitaria a ocorrência dos sinistros.
No nosso exemplo, a empresa foi responsável pelo acidente

e o INSS passou a pagar o trabalhador a partir do 16 dia, ou
seja, pagou o auxílio doença que para o INSS é de 91% da
média das maiores contribuições pagas pelo segurado desde
de junho 1994, ou a média dos 12 últimos salários, o que for
menor, em termos de custo, para a previdência.
Para facilitar nosso cálculo, vamos considerar que a

previdência irá gastar 91% de um mês e meio de salário do
nosso trabalhador, R$1.365,00 (R$910,00 + R$455,00).
Este seria o valor a que o INSS poderia requerer, sem contar

com as multas pela irregularidade constatada.
11- Processos Judiciais:

Se a empresa não pensa muito na Segurança dos seus
trabalhadores, uma consequência frequente é o elevado
número de processos.
Digamos que a nossa empresa não perdeu nenhum

processo, mas acabou negociando em alguns casos e pagou
o valor de R$19.000,00.
É apenas uma estimativa, pois dependendo do acidente, o

valor pode ter sido maior ou menor.
R$19.000,00. / 6 = R$3.166,67
Além disso, mesmo quando a empresa não perde nenhum

processo e tem muito acidente, provavelmente não percebe,
mas para compensar, gasta uma fortuna com os melhores
advogados.
12- Gastos com Peritos Judiciais e Assistentes Técnicos:

Tomando por base o ano anterior, vamos considerar que foram
realizadas apenas três pericias e que a empresa não tenha
contratado nenhum perito assistente, com isso teríamos um
gasto de aproximadamente R$ 4.500,00 (verifique o valor
exato gasto pela sua empresa).
Porém, como tivemos seis acidentes no ano, vamos dividir

este valor por seis para termos um valor médio gasto para
cada acidente.
Gasto com perícias / número de acidentes = R$ 4.500,00 / 6 =

R$750,00.
13- Custos com Acidentes:

Como o trabalhador foi afastado e deve realizar um
tratamento devido a lesão nos dedos, precisamos levantar o
quanto a empresa irá gastar com os custos médicos.
14- Horas gastas pelos profissionais com o acidente:

Em consequência do acidente, o SESMT, assim como outros
profissionais param de realizar suas atividades de rotina e
gastam um tempo na correção dos problemas que levaram
ao acidente, o levantamento destas causas e no atendimento
ao trabalhador acidentado.
Tomando como base o salário do técnico de segurança do

trabalho, o qual é o principal envolvido na atividade, e
considerando que este ganhe, com os encargos inclusos, R$
6.000,00.
Dividiremos esse valor pelas 220 horas trabalhadas no mês e

multiplicaremos pelas 8 horas gastas com o acidente, com
isso teremos:
R$6.000,00 / 220horas = R$27,27 x 8h = R$218,18

15- Hora de Produção Parada:

Quando acontece o acidente não tem jeito, por mais que não
queira, a empresa dá uma parada, no mínimo uma
desacelerada para socorrer a vitima e comentar o
problema.
Quanto deve custar esta hora parada para a empresa?
Este valor, apesar de importantíssimo, talvez você não

consiga contabilizá-lo, até por sigilo a empresa não pode
querer passar.
Para o nosso acidente iremos considerar um gasto modesto

de apenas R$ 2.500,00.
16- Manutenção ou substituição da Máquina:

Em função do acidente, talvez a máquina tenha sido
danificada ou pelo menos precise de uma manutenção
corretiva.
No caso de substituição ou de um conserto em que seja

necessária a aquisição de alguma peça, deveremos inserir o
custo no nosso orçamento.
Porém, mesmo que não haja nenhuma aquisição, é provável

que pelo menos uma avaliação da manutenção seja
necessária, no qual podemos contabilizar pelo menos as
horas despendidas pelo profissional.
Vamos considerar que o salário deste profissional, com os

encargos inclusos, chegue a R$ 4.500,00.
Dividiremos este valor pelas 220 horas trabalhada no mês e

multiplicaremos pelas horas gastas na manutenção.
Para o nosso exemplo iremos considerar duas horas
R$ 4.500,00 / 220 = R$ 20,45 x 2h = R$ 40,90

17- Absenteísmo:
Como você já sabe, o absenteísmo está relacionado às
faltas, atrasos e saídas antecipadas dos trabalhadores,
sejam justificadas ou não, e é meio lógico que caso
tenhamos postos de trabalho gerando acidentes ou doenças,
teremos uma maior incidência de faltas.
Mas como vou conseguir demonstrar isso?
Vá ao DP e veja o valor do absenteísmo médio da empresa.
Caso não tenham esta informação é recomendável que a

empresa comece a contabilizar.
Nosso objetivo é tentar obter números para provar que a

empresa está jogando dinheiro pela janela, devido à queda
de produção e atrasos com clientes.
Imagine os seguintes dados da nossa empresa fictícia:

- Número de funcionários: 550
- Média de faltosos no mês: 35 funcionários.
Ou seja, neste caso teremos absenteísmo de 6,36%. Veja

como calcular:
(Média de falta x 100) / número de funcionários =

(35x100) / 550 = 6,36%
Vamos voltar para os dados da nossa empresa, supondo que
dos 35 funcionários faltosos, 15 são relacionados a
problemas de acidentes ou doenças do trabalho, ou seja,
42,85% das faltas.
% relacionado a acidentes ou doenças = (15x100) / 35 =

42,85%
A ideia é sempre conseguir ver o absenteísmo como um

sintoma, onde a “doença” precisa ser descoberta e boa parte
das vezes estas faltas estão totalmente relacionadas à falta
de Segurança do Trabalho.
18- Aumento do Presenteísmo:

O Presenteísmo é quando apesar de termos o trabalhador na
empresa, este em função de uma limitação que pode ser
física, mas que também cada vez mais frequente pode ser de
ordem psicológica, não realiza sua produção normalmente.
No entanto, o presenteísmo NÃO é levado em consideração

em muitas empresas, pois a visão que se tem é a seguinte:
Ele pode está produzindo um pouco menos, mas pelo menos

está produzindo, se estivesse em casa não teria produção
nenhuma.
19- Maculação da Imagem da Empresa:

Uma empresa quando é conhecida pela frequência e
gravidade dos acidentes, perde profissionais, não apenas os
que não querem entrar, mas aqueles que estão loucos para
sair.
Pode perder também os atuais ou futuros clientes e sua

imagem negativa pode vir a reduzir suas vendas.
20- Dor e sofrimento do Acidentado e da Família:

Como consequência de um acidente, além da dor física do
trabalhador, teremos a emocional, que não atinge apenas o
acidentado, mas também sua família, amigos e colegas de
trabalho.
É impossível contabilizar quanto vale um braço, um olho ou

uma perna.
Vamos fazer um resumo dos cálculos já realizados?

Item Composição do Orçamento Custos
01 15 primeiros dias de afastamento R$1.000,00
02 Complemento da gratificação Natalina R$ 83,33
03 Férias R$ 55, 56
04 FGTS R$ 120,00
05 Complemento de Benefício Previdenciário R$ 135,00
06 Plano de saúde e seguro de vida R$ 260, 00
07 Multas potenciais R$ 5.100,00
08 Trabalhador substituído ou perda de produção Não contabilizado
09 FAP R$ 3.808,33
10 Ações regressivas do INSS R$ 1.365,00
11 Processos Judiciais R$ 3.166,00
12 Gastos com peritos judiciais e assistentes R$ 750,00
13 Tratamento médico R$ 3.500,00
14 Horas gastas pelos profissionais no acidente R$ 218,18
15 Hora de produção parada R$ 2.500,00
16 Manutenção ou substituição da Máquina R$ 36,36
17 Absenteísmo Não contabilizado
18 Presenteísmo Não contabilizado
19 Maculação da imagem da empresa Não contabilizado
20 Sofrimento do trabalhador e familiares Não contabilizado
TOTAL R$ 22.097,76
Perceba que, mesmo reduzindo do total de R$ 22.097,76 os

valores relacionados a multas e ações regressivas do INSS
(que não necessariamente irão ocorrer), ainda assim teremos
um gasto de R$ 15.632,76 para um acidente com apenas
dois meses de afastamento.
Não sei se você está lembrando, mas havíamos estabelecido

que para corrigir a máquina, precisaríamos de um
investimento de R$ 13.000,00, valor inferior ao contabilizado.
 Mensagem final
“Não devemos fazer PREVENÇÃO pensando na Lei ou na Fiscalização, mas sim,

na saúde e na VIDA do trabalhador”
Eng. Paulo Neres

Contato:
Paulo Neres
Prof. Engº. de Segurança do Trabalho
E-mail: pauloneres@f5sst.com.br
Tel.: (11) 97121-3933

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Saúde e Segurança do Trabalho?

Disciplina: Segurança do Trabalho

Uma (1) MORTE devido a acidente estimada a cada 3h 38m

14.412 mortes acidentárias foram notificadas no período 2012-

E como despertar o interesse do empregado e do empregador

É vantajoso investir nas atividades relacionadas à saúde e

Há custos com acidente do

Quanto custa um acidente do trabalho?

No Brasil, os gastos com acidentes do trabalho gira em torno

No período 2012-2017 foram gastos R$26.235.501.489 com

Logo após o acidente, os demais trabalhadores chamaram o

Por conta disso, a linha de produção ficou parada por mais de

O salário mensal do acidentado é de R$1.000,00. Informações

- Massa salarial do ano anterior ao do acidente foi de

Depois de tudo resolvido com o trabalhador, realizamos a

Junto com o setor de engenharia e manutenção, verificamos os

O investimento para corrigir a insegurança da máquina é de

Em situações como esta, vejamos quais itens podemos utilizar

1 - Os 15 primeiros dias de afastamento:

De acordo com a descrição do acidente do nosso exemplo, o

Como sabemos, os primeiros quinze dias de afastamento são

Nosso trabalhador recebia um salário de R$1.000,00. Como ele

Porém, o valor que vem à nossa mente é R$500,00. O

Todo trabalhador ganha 13º salário, não trabalha um mês em

Fora os demais encargos, como por exemplo: INSS, FGTS etc.

Em relação às férias e ao décimo terceiro salário, há

Em um cálculo aproximado, estes encargos podem dobrar o

Como a empresa paga os 15 primeiros dias de afastamento

Este cálculo é apenas uma aproximação. Para valores exatos,

2 - Complemento de Gratificação Natalina:

Como no nosso exemplo o trabalhador está afastado por auxilio

Mas, se pararmos alguns segundo para pensar, iremos

Ao darmos uma lida na Lei 4.090/62, encontramos o seguinte:

§ 1° - A gratificação corresponderá a 1/12 avos da remuneração devida em

§ 2° - A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias de trabalho será havida

§ 3° - As faltas legais e justificadas ao serviço não serão deduzidas para os

Além da lei criada devemos complementar a leitura com a

§ 1° - O recebimento de beneficio por período inferior a doze meses, dentro do

§ 2° - O período igual ou superior a quinze dias, dentro do mês, será

Ou seja, mesmo sem o trabalhador ter produzido, a empresa

Salário do Trabalhador / 12 = 1000/12 = 83,33 reais

III – por motivo de acidente do trabalho ou enfermidade atestada pelo Instituto

IV – justificada pela empresa, entendendo-se como tal a que não tiver

Com isso, podemos entender que mesmo com a longa

A empresa não terá está obrigação apenas no caso de

IV – Tiver percebido da Previdência Social prestações de acidentes do trabalho ou

Como no nosso exemplo o afastamento do trabalhador é de

Ou seja, no nosso levantamento devemos acrescentar o

Férias= salário / 3 = 1000/3 = R$ 333,33

No nosso caso devemos considerar como custo pelo

R$ 333,33 / 12 meses = R$ 27,78 X 2 meses de

No entanto, quando o trabalhador está afastado, seja por

Esse valor corresponde a 8,0% do salário do trabalhador.

Para um salário de mil reais, considerando o afastamento por

FGTS = salário x 0,08 x número de meses

FGTS = R$ 1000,00 x 0,08 x 1,5 = R$ 120,00

Para uma empresa não é muito, mas precisamos juntar todos

Além disso, precisamos sempre lembrar de que o cálculo

Para mais acidentados e com período de afastamentos mais

5 - Complementação de Beneficio Previdenciário:

E, caso não tenhamos doze meses de salário de

Como nosso objetivo é um valor de referência rápida,