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Sociologia I
Material Teórico
Os PCN e o Conteúdo em Ciências Sociais no Ensino básico
Revisão Textual:
Profa. Ms. Luciene Oliveira da Costa Santos
Os PCN e o Conteúdo em Ciências
Sociais no Ensino básico
· Introdução
· Os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN
· Formulação
· Ciências Sociais em sala de aula
Concentração e dedicação são elementos fundamentais para uma boa hora de estudo. É
preciso se dedicar inteiramente à atividade de leitura, para melhor compreensão dos textos
e concentração para aproveitar melhor o tempo. Evitar elementos que possam nos dispersar
na hora dos estudos, como celular, televisão, barulho etc., ajuda nesse processo.
Procure um lugar calmo, organize o espaço que utilizará e concentre-se no que está fazendo.
Assim, o conteúdo se tornará mais claro, pois você estará focado naquilo que lê.
Realize a leitura do conteúdo sobre os Parâmetros Curriculares, realize as atividades propostas e
utilize as indicações de leitura oferecidas na unidade para aprofundar seu conhecimento, explore
o que puder sobre o tema e busque novas informações, que possam enriquecer seus estudos.
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Unidade: Os PCN e o Conteúdo em Ciências Sociais no Ensino básico
Contextualização
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Introdução
Você já ouviu falar dos PCN – Parâmetros Curriculares Nacionais? Eles são documentos
elaborados pelo MEC (Ministério da Educação e do Desporto) para servirem de referência aos
professores sobre os conteúdos a serem abordados em sala de aula. Vamos ver nesta unidade
um pouco sobre esses documentos, analisando sua elaboração e sua aplicação nas salas de
aula e discutir a obrigatoriedade do ensino de Ciências Sociais, mas especificadamente, de
Sociologia e Filosofia nas escolas.
Explore
Todos os PCN encontram-se em versão online no site do MEC (http://portal.mec.gov.
br/seb/arquivos/pdf/livro01.pdf). A leitura do documento é interessante para melhor
compreensão dos objetivos e princípios propostos pelo MEC.
Mas, afinal, o que diz esses documentos? Para que servem? Por que e como foram elaborados?
Vamos dividir nossa análise em dois pontos: elaboração e objetivos.
A definição do que é o PCN está bem clara no próprio documento:
Os Parâmetros Curriculares Nacionais constituem um referencial de qualidade
para a educação no Ensino Fundamental em todo o País. Sua função é orientar
e garantir a coerência dos investimentos no sistema educacional, socializando
discussões, pesquisas e recomendações, subsidiando a participação de técnicos
e professores brasileiros, principalmente daqueles que se encontram mais
isolados, com menor contato com a produção pedagógica atual. (BRASIL,
1997, p.13).
A elaboração desses parâmetros está ligada às politicas e leis educacionais vigentes no Brasil.
Sua criação entre 1995 e 1996 foi o resultado de estudos, pesquisas e análises feitas nos estados
e municípios do país. Para entender um pouco melhor o porquê de sua criação vamos recorrer
às leis educacionais.
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Até o final de 1996, Ensino Fundamental esteve estruturado na Lei Federal n. 5.692, de 11
de agosto de 1971 que, ao “definir as diretrizes e bases da educação nacional, estabeleceu como
objetivo geral, tanto para o Ensino Fundamental quanto para o Ensino Médio, proporcionar aos
educandos a formação necessária ao desenvolvimento de suas potencialidades como elemento
de auto-realização, preparação para o trabalho e para o exercício consciente da cidadania”
(BRASIL, 1997, p.13). Essa lei estabelecia um currículo obrigatório em âmbito nacional,
mantendo a diversidade para atender às diferenças locais, mas ainda não garantia o modelo
educacional que se procurava obter.
Visando atender às mudanças necessárias na educação brasileira, o Ministério da Educação
e Desporto elaborou o Plano Decenal de Educação para Todos (1993-2003), “concebido
como um conjunto de diretrizes políticas em contínuo processo de negociação, voltado para a
recuperação da escola fundamental, a partir do compromisso com a equidade e com o incremento
da qualidade, como também com a constante avaliação dos sistemas escolares, visando ao seu
contínuo aprimoramento” (BRASIL, 1997, p.14). Nesse plano, firmava-se a necessidade do
Estado elaborar um currículo nacional, com um núcleo e parâmetros que atendesse a todos.
As Leis de Diretrizes e Bases da Educação (LDB, Lei Federal n. 9.394), aprovada em 20 de
dezembro de 1996, chega com o objetivo de “consolidar e ampliar o dever do poder público para
com a educação em geral e em particular para com o Ensino Fundamental”. (Brasil, 1997, p.14).
Essa LDB reforça a necessidade de se propiciar a todos a formação básica
comum, o que pressupõe a formulação de um conjunto de diretrizes capaz de
nortear os currículos e seus conteúdos mínimos, incumbência que, nos termos
do art. 9º, inciso IV, é remetida para a União. Para dar conta desse amplo
objetivo, a LDB consolida a organização curricular de modo a conferir uma
maior flexibilidade no trato dos componentes curriculares, reafirmando desse
modo o princípio da base nacional comum (Parâmetros Curriculares Nacionais),
a ser complementada por uma parte diversificada em cada sistema de ensino e
escola na prática [...]. (BRASIL, 1997, p.14).
Assim, fica determinado o que o currículo escolar deve garantir aos alunos, uma educação de
qualidade com oportunidades de estudos nas diversas áreas, que hoje se encontra no currículo
escolar, como português, matemática, todas as ciências etc.
A elaboração dos PCN foi o resultado de estudos, dos currículos já existentes nos Estados e
Municípios, além da análise do Plano Decenal de Educação, do qual falamos anteriormente.
Uma proposta foi formulada entre 1995 e 1996, contando com a participação de especialistas na
área da educação. Nesse momento, foi elaborada uma proposta educacional onde a qualidade
na formação dos estudantes fosse prioridade, assim como as práticas educativas fosse adequada
às necessidades de cada região brasileira (BRASIL, 1997, p.27), considerando a diversidade
cultural existente no país, ao mesmo tempo um núcleo comum para o currículo nacional.
[os PCN] São uma referência nacional para o Ensino Fundamental; estabelecem
uma meta educacional para a qual devem convergir as ações políticas do Ministério
da Educação e do Desporto, tais como os projetos ligados à sua competência
na formação inicial e continuada de professores, à análise e compra de livros e
outros materiais didáticos e à avaliação nacional. Têm como função subsidiar
a elaboração ou a revisão curricular dos Estados e Municípios, dialogando com
as propostas e experiências já existentes, incentivando a discussão pedagógica
interna das escolas e a elaboração de projetos educativos, assim como servir de
material de reflexão para a prática de professores. (BRASIL, 1997, p.28).
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Como referencial, o documento traz instruções aos professores a respeito dos conteúdos
a serem explorados. Não há rigidez nas propostas, devido às diferenças regionais, assim
professores e escolas podem adequar o conteúdo às suas necessidades. O ideal é que todos aos
alunos possam ter os conteúdos básicos de modo uniforme, ou seja, independente da região,
determinados temas, ou disciplinas devem constar em todos os currículos, pois o vestibular
cobrará de forma única para todos.
Visto esses primeiros pontos gerais a respeito dos PCN, vamos entrar agora na questão das
competências referentes a cada disciplina, principalmente a que nos interessa: competências
direcionadas às Ciências Sociais.
Chamados PCNEM (Parâmetros Curriculares Nacionais para Ensino Médio), esses parâmetros
são direcionados ao Ensino Médio, onde efetivamente há aulas especificas de Ciências Sociais.
O documento traz para cada disciplina competências e habilidades que auxiliarão o professor
durante as aulas. Aquele voltado para nossa disciplina, engloba todas as chamadas ciências
humanas, o que podemos considerar uma forma de aplicar a interdisciplinaridade das matérias.
Explore
Os PCNEM de Ciências Humanas e suas tecnologias encontram-se online no site do
MEC: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/cienciah.pdf. É interessante a leitura,
não só da disciplina de Ciências Sociais, mas a introdução do documento, que traz
mais informações sobre as propostas presentes nele.).
O documento apresenta uma proposta para o ensino de ciências humanas, mas diferente
do que antes havia nas escolas, onde o positivismo predominava. Segundo o histórico presente
no PCNEM, as ciências humanas ao longo da historia da educação brasileira teve períodos
de dificuldade pelo crescimento do pensamento positivista das ciências naturais, que eram
consideradas mais importantes.
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BORTOLI, Lurdes de. Educação moral e cívica. São Paulo: Ed. Nacional, p.126, 1980.
Pense
Pensando nas salas de aula atualmente, sabemos que houve mudanças, mas as ciências
humanas são valorizadas nas escolas? Há disciplinas consideradas mais importantes?
Uma das propostas dos PCN é colocar as ciências humanas no currículo escolar usando da
interdisciplinaridade, para que ambas as ciências, exata e humana complementem uma a outra.
Formulação
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São elas:
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O ensino de Ciências Sociais
Fonte: quino.com.br
Atrair os alunos pra as questões sociais e fazê-los compreender a importância dessas questões
é uma das tarefas mais difíceis para os professores. Colocá-las junto às disciplinas outras só fará
sentido quando todos compreenderem que o as ações sociais vão influenciar também no campo
da Matemática, Física, Química etc.
A obrigação do ensino de Sociologia reforça a necessidade da formação de cidadãos conscientes
da realidade em que vivem. Porém, ainda há um longo caminho a se percorrer para que o ideal
se torne real na educação brasileira. Há questões que ainda estão em debate nessa área, como por
exemplo, a formação do professor, o conteúdo, o material didático e a carga horária, que muitas
vezes não permite incluir as aulas de Sociologia e Filosofia. Essas questões estão diretamente ligadas
à adoção dos Parâmetros Curriculares Nacionais, uma vez que, para colocar a proposta que eles
oferecem em prática, é preciso pensar no preparo do professor responsável pela aula, nos materiais
que ele terá à disposição, e se a escola implantará as aulas no horário concorrido da grade escola, e
isso não se restringe somente à disciplina de Sociologia.
A formação do professor é sempre uma questão complicada e debatida, pois se espera desses
profissionais muito mais do que o curso de licenciatura pode oferecer. Cobra-se que ele deve
se atualizar, mas não há respaldo nem estruturas oferecidas que o auxiliem nessa atualização.
Além disso, há a questão da área de formação. Quem poderá dar aulas de Sociologia? Todos
da área de Humanas? Historiadores, Filósofos ou somente os Sociólogos? Atualmente, muitos
profissionais, não formados em Ciências Sociais, são levados para salas de aula para suprir
a falta desses professores de Sociologia. Como em todas as outras áreas de conhecimento, é
preciso discutir continuamente o preparo dos professores, principalmente em relação à realidade
que esse encontrará nas salas de aula.
O conteúdo e metodologia é outra questão. O PCN sugere algumas abordagens, temas e
formas de aplicar, mas há muita discussão a respeito das competências e habilidades. Muitas
vezes, o que é proposto não condiz com a realidade do aluno e da escola.
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Material Complementar
Há diversos trabalhos que nos permitem saber mais sobre os PCN e levantam questões a
seu respeito, discutindo seu uso e o conteúdo. Abaixo há algumas indicações para leitura, que
complementaram seus estudos sobre o tema.
“De Cabeça aberta para educação”. Entrevista com Heloisa Dupas Penteado, cedida à
revista da Universidade de São Paulo, Comunicação e Educação. Disponível em: http://www.
revistas.usp.br/comueduc/article/view/37472
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Referências
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Anotações
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