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As Necessidades
Educativas Especiais
Auditivas e Visuais
AS NECESSIDADES
EDUCATIVAS ESPECIAIS
AUDITIVAS E VISUAIS
Os alunos com necessidades educativas especiais são aqueles que, por exibirem
determinadas condições específicas, podem necessitar de apoio de serviços de educação
especial durante todo ou parte do seu percurso escolar, de forma a facilitar o seu
desenvolvimento académico, pessoal e sócio-emocional.” (CORREIA, 1997).
Tal como refere AFONSO (2008), para se entender melhor a deficiência auditiva deve-
se ter em conta a formação do ouvido do homem. O ouvido humano é constituído por
três partes: Ouvido externo, ouvido médio e ouvido interno. A parte externa do ouvido
envolve a orelha e o canal auditivo externo. Os músculos do martelo e do estribo atuam
como rudimentos protectores do ouvido. O ouvido interno trabalha como analisador
temporal.
Afonso (2008) afirma que o som é captado pelo ouvido externo, sendo amparado pela
orelha e canal auditivo externo. O som é alastrado à cadeia ossicular, até comparecer ao
ouvido interno, onde se situa o órgão de corte, com células sensoriais e de suporte
encontradas sobre a membrana essencial. Partindo da competência da acção da
constituição do ouvido humano e da audição, pode-se descrever a Surdez. Faz parte do
ouvido externo, o pavilhão auricular e o canal auditivo que tem funções de recolher e
encaminhar as ondas sonoras até ao tímpano.
A produção de cera dá-se no canal auditivo. A cera ajuda a reter partículas de pó,
sujidade e microorganismos. O ouvido médio é uma cavidade com ar, que fica atrás da
membrana do tímpano. A energia das ondas sonoras é transmitida, do ouvido externo
até à janela oval na cóclea que se encontra no ouvido interno. Essa transmissão de
energia é efetuada através de três ossos minúsculos (o martelo, a bigorna e o estribo).
Quanto a origem, a deficiência auditiva pode ser de dois tipos: congénita ou adquirida.
Como a criança não consegue ouvir não usa a linguagem oral para comunicar mas sim a
língua gestual para comunicar (NIELSEN, 2003).
As lesões pós natais levam a uma surdez adquirida. Um dos factores que leva a este tipo
de surdez é a meningite ou outras doenças contraídas durante a infância como: papeira,
sarampo ou tosse convulsa que nos dias de hoje já é possível combater recorrendo à
vacinação. Os ruídos muito altos, medicamentos e traumatismos cranianos graves
podem também causar Surdez (ALMEIDA, et al. 2004).
Capa e Rego, em 1999 assumem que a inclusão dos surdos no ensino regular obriga à
criação de condições que facilitem o desenvolvimento social e escolar do aluno,
situação esta que passa pela sensibilização de todos os elementos da comunidade escolar
e pelo desenvolvimento de um plano educativo individual, flexível e adequado a cada
aluno.
1.2.6. Recursos auditivos que uma criança com problemas auditivo pode recorrer
Segundo NUNES (1999), a criança portadora de deficiência auditiva deve recorrer
ao uso de aparelhos auditivos o mais precocemente possível tanto para a adaptação
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O Implante Coclear é inserido por via da cirurgia. Este altera a energia sonora em
sinais eléctricos que, posteriormente, são interpretados no córtex auditivo ( BERRO et
al. 2008). O uso do implante coclear é a utilização de uma “ prótese auditiva
elétrica, complexa, que utiliza a estimulação direta do nervo auditivo, ultrapassando a
cóclea, para produzir sensações auditivas” (ALVES, & PACHECO, 2003:234).
Fig. 2: Prótese auditiva analógica (lado esquerdo) e Prótese auditiva digital (lado direito).
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Fonte: http://Pixabay.com/pt.
A cegueira é entendida como a perda total da visão, até a ausência da percepção da luz.
Ela pode ocorrer desde o nascimento e, nesse caso, se classifica como congénita e ainda
pode ser adquirida ao longo da vida da pessoa – sendo, dessa forma, denominada como
adquirida. Conhecer a origem da cegueira pode ser importante para fins educacionais,
isso porque qualquer resquício de memória visual pode auxiliar o trabalho do professor
na alfabetização do estudante cego (AMIRALIAN, 1997).
1) Na acuidade visual
2) No campo visual
Acuidade visual entende-se como a capacidade que a pessoa tem para perceber
e discriminar pormenores de um objecto a uma determinada distância.
Campo visual entende-se como a distância angular que o olho consegue
abranger, sendo o da pessoa normovisual de cerca de 180º sem mover a cabeça.
possível prevenir 60% dos casos de deficiência visual – é possível que tal número tenha
aumentado ainda mais hoje, vinte anos depois da publicação desse estudo.
O exame pré-natal diminui o risco de má formação do bebê, uma vez que a gestação
será acompanhada. Quanto às causas congénitas de deficiência, a maioria delas é
proveniente de um ou mais dos seguintes factores: gestação precoce, desnutrição da
mãe, mãe usuária de drogas ou álcool, infecções durante a gravidez (rubéola, sífilis,
AIDS, toxoplasmose e citomegalovírus) (BRASIL, 2006); logo, é possível prevenir tais
situações se houver o acompanhamento adequado das mulheres com possibilidade de
gestação.
Há, também, cuidados durante o parto que podem evitar a deficiência visual, bem como
a vacinação da criança, que pode evitar doenças, como o sarampo e a meningite, as
quais podem causar deficiência visual. Por fim, por meio do diagnóstico precoce,
triagem em berçários, creches e pré-escola, é possível evitar o agravamento de quadros
de deficiência visual. Dessa forma, o professor possui um papel fundamental nessa
etapa da prevenção (BRASIL, 2006).
É também papel do professor, bem como dos pais, evitar acidentes que, por sua vez,
também podem causar deficiência visual. Quanto aos médicos, cabe a liderança de
programas de prevenção (RODRIGUES, 1997; TEMPORINI; KARA-JOSÉ, 2004),
sendo que a elaboração de tais programas demanda uma equipe multidisciplinar, o que
inclui, dentre outros, os professores (RODRIGUES, 1997). Diagnosticar precocemente
a deficiência visual é primordial para que o desenvolvimento da criança não seja
prejudicado (BRASIL, 2006). Sendo assim, cabe ao professor estar atento aos sinais que
podem estar relacionados a algum tipo de deficiência visual.
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No comportamento da criança
Corpo rígido ao ler ou olhar para um objecto distante;
Inclinar a cabeça para a frente ou para trás ao olhar para objectos distantes;
Giro da cabeça para usar um só olho;
Inclinação lateral da cabeça;
Colocação da cabeça muito próximo do livro ao ler ou escrever, manter o
material muito perto ou muito longe;
Franzir constantemente as sobrancelhas ao ler ou escrever;
Piscar os olhos em excesso;
Esfregar excessivamente os olhos;
Fechar, cobrir uma vista ou inclinar a cabeça;
Falta de gosto pela leitura ou falta de atenção;
Fadiga incomum ao terminar uma tarefa visual;
Uso do dedo ou lápis como guia;
Não gosta, evita, pestaneja muito, tem dificuldade em actividades que requerem
a utilização da visão;
Esbarra em objectos.
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Ao guiar um(a) cego(a) para uma cadeira, guie a sua mão para o encosto da
mesma, e informe, se a cadeira tem braços ou não.
Num restaurante, é de boa educação que você leia o cardápio e os preços.
Uma pessoa cega deve ser tratada com o mesmo respeito que os “não cegos”.
Figura 4. Lupas
Figura 5: Prancheta de plástico com uma reglete de metal e uma punção azul (lado
esquerdo); Máquina de escrever em braile mecânica na cor cinza (lado direito).
Incluir a pessoa com deficiência no ambiente social é uma perspectiva válida quando se
pensa que é no meio social que o desenvolvimento ocorre mais significativamente.
Porém, é nesse momento que a deficiência passa a se tornar uma realidade reforçada
pela ausência de estrutura para atender essas pessoas. E, no âmbito educacional, deve-se
priorizar a escolarização de todos os alunos (com e sem deficiência) no ambiente da
classe comum, sendo que é preciso contemplar as especificidades dos alunos com
deficiência para que eles consigam alcançar sucesso escolar. No Brasil, como já relatado
anteriormente, tal apoio acontece no contra-turno da classe comum, através do AEE.
A criança com deficiência visual, quando inicia suas actividades educacionais, pode
sofrer problemas relacionados à adaptação ao novo ambiente, principalmente se este não
estiver adaptado para atender suas necessidades. Entende-se que mais importante do que
incluir uma criança na sala de aula regular é incluir também todos os recursos
necessários para que ela desfrute das oportunidades como os demais estudantes.
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2. Conclusão
Contudo, podemos concluir que a deficiência visual caracteriza-se por uma limitação
sensorial no órgão da visão. As pessoas que possuíam tal limitação, ao longo da história,
foram tratadas com distinção, uma vez que suas características divergiam do “padrão”
da normalidade estabelecido socialmente. Nos dias atuais, pode-se observar certo
avanço no sentido de garantia de direitos sociais, colaborando para que não sofram mais
grandes e frequentes discriminações devido às suas especificidades.
Mas as maiores barreiras responsáveis pelas dificuldades enfrentadas pelas pessoas com
deficiência visual estão na organização social. No caso, as barreiras arquitectónicas, que
dificultam a livre locomoção e mobilidade dessas pessoas; e, ainda, as barreiras
educacionais, nas quais estão as adaptações e o desenvolvimento de materiais que
garantam o acesso à leitura e à escrita.
Portanto, dentro dos objectivos previamente traçados pode se afirmar que foram
concretizados uma vez que ao longo do trabalho é referido que dentro dos problemas
auditivos podemos encontrar varias fases que caracterizam esta perturbação sendo
necessária a aplicação de algumas estratégias que o grupo propôs para a minimização
deste tipo de perturbação na sala de aulas bem como na tomada de decisão sobre o
processo educativo. É importante salientar que o professor dentro do seu espírito
inclusivo deve assumir a heterogeneidade da classe para melhor levar a cabo as suas
actividades de docência.
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3. Referências Bibliográficas
ALMEIDA, F., ANTUNES, I., CAEIRO, M., CUNHA, I., MONTEIRO, L.,
MOREIRA, I., Varão, L. Tempo de mudança: Compreender a surdez. Lisboa:
Associação Internacional de Clubes Lions, 2004.
OMS. Visual Impairment and Blindness. UN oficial report Fact Sheet nº 282.
Disponível em: http://www.who.int/mediacentre/factsheets/ fs282/en/.
Acesso em: 09 de Maio de 2020.