Você está na página 1de 33

Emergências com pacientes

Queimados
objetivos
• Ao final da aula o aluno deverá ser capaz de:
– Entender a importância Do atendimento paciente
queimado na unidade de emergência e seu
impacto na sociedade;
– Compreender a papel do profissional de
enfermagem neste tipo de atendimento
– Diferenciar os Graus de queimaduras
– Saber utilizar a regra de reposição volêmica
FUNÇÃO DA PELE

•PROTEÇÃO CONTRA LESÕES E INFECÇÕES

•CONTROLE DAS PERDAS LÍQUIDOS


CORPORAIS

•CONTROLE DA TEMPERATURA

•CONTATO SENSORIAL COM MEIO AMBIENTE


CONCEITO

Pode ser definido como uma lesão dos tecidos


orgânicos em decorrência de um trauma de origem
térmica.
Podendo variar de uma simples flictena na pele, até
grave agressão, capaz de desencadear um grande
número de respostas sistêmicas proporcionais à
extensão e a profundidade dessas lesões (GOMES-
2006).
Classificações
• Quanto ao agente causal
 Físicos: temperatura: vapor, objetos aquecidos, água quente,
chama, as ulcerações por frio.

Eletricidade : corrente elétrica, raio, etc.

Radiação : sol, aparelhos de raios X, raios ultra-violetas, nucleares,


etc.

 Químicos: ácidos, bases, álcool, gasolina, etc. Através de


inalação, ingestão e contato direto.

 Biológicos: animais: lagarta-de-fogo, água-viva, etc. e vegetais : o


látex de certas plantas, urtiga, etc.

 Mecânicas: pela fricção ou abrasão


Classificação das Queimaduras
(quanto a profundidade)
• I GRAU

• II GRAU

• III GRAU

• IV GRAU
Queimadura de I Grau

É aquela que atinge a camada mais externa da


pele, a epiderme. Clinicamente a lesão é
hiperemiada, dolorosa.
Ex: lesão por raios solares.
I Grau
Não sangra , geralmente seca
Rosa e toda inervada
Não passam da Epiderme
Queimadura de Sol (exemplo)
Hiperemia (Vermelhidão)
Dolorosa
Cicatrização em geral rápida.

Obs: Normalmente não chega na emergência


Queimadura de II grau

É aquela que atinge tanto a epiderme como parte


da derme. Clinicamente a lesão apresenta a
formação de bolhas ou flictemas.

Ex: lesão térmica causada por líquidos super


aquecidos.
II Grau
Atinge epiderme e derme
Úmida
Presença de Flictenas (Bolhas) - Retirar ou
não?
Rosa, Hiperemia (Vermelhidão) e exsudato
líquido.
Dolorosa
Cura espontânea mais lenta, com possibilidade
de formação de cicatriz hipertrófica.
Queimadura de III grau
• É aquela que acomete a totalidade das
camadas da pele (epiderme e derme) e, em
muitos casos, outros tecidos, tais como tecido
celular subcutâneo, músculo e tecido ósseo.
Clinicamente apresenta um aspecto
esbranquiçado ou marmóreo; há redução da
elasticidade tecidual. Ex: queimadura
elétrica, térmica.
III Grau
* Atinge todos os apêndices da pele, ossos,
músculos, nervos , vasos
* Pouca ou nenhuma dor
* Úmida
* Cor Branca, Amarela ou Marrom, não clareiam
quando pressionadas.
* Não cicatriza espontaneamente, necessita de
enxertos cutâneos.
* Ocorre maior desequilíbrio hidroeletrolítico.
IV Grau

 Necrose Total
 Carbonização
 Tecido negro
Resposta Cardiovascular

 O processo de edema, perda de líquidos e APC (Aumento


da Permeabilidade Capilar) geram dois riscos ao paciente
queimado.

 1º Risco – Choque Hipovolêmico (perda imediata de


líquidos resultando em perfusão e aporte de oxigênio
diminuídos) DC diminuído. (aumenta a FC por diminuição da
resistência vascular periférica)

 2º Risco - SNC (catecolamina: hormônio liberado pela


supra renal em situação de estresse) vasoconstrição e a
contratilidade miocárdica pode ser suprimida pela
liberação citocina (mediador inflamatório).
Resposta Pulmonar ( Lesão por Inalação)

A queimadura das vias aéreas provoca uma lesão


progressiva:

• Broncoespasmo intenso, conforme agravamento do edema


da mucosa brônquica lesionada, levando a um quadro de
insuficiência respiratória;
• O edema progressivo é que determina a obstrução da via
aérea.
Resposta Pulmonar ( Lesão por Inalação)

A queimadura das vias aéreas provoca uma lesão


progressiva:

• Broncoespasmo secundário a irritantes inalados,


mudanças na permeabilidade capilar pulmonar
resultando em edema pulmonar;

• Redução da função imunitária, facilitando o crescimento


bacteriano e pneumonia;
Respostas sistêmicas

• Função Renal alterada: a mais


significativa é a necrose tubular aguda
(NTA), podendo ser evitada com
reposição volêmica adequada.

• Sinais de disfunção renal: Redução do


débito urinário.

• esprendimento do tecido mucoso.


Resumo

CHOQUE
HIPOVOLEMICO
Exposição 1º Risco
Agressão ao De PERDA DE
tecido
Colágeno ELETRÓLITOS
2º Risco

Alterações no Sistema
Perda da Barreira Imune SEPSE
Mecânica Invasão de Bactérias

Aumento do Catabolismo ACIDOSE


Resposta Metabólica Liberação de Hormônios
Uso das reservas energéticas
QUEIMADURA POOR EXTENSÃO
Calculando a área queimada

Regra dos Nove


Importância:
• Prognóstico
• Hidratação
 Rápido
 Prático
 Fácil de memorizar
 Pouco preciso

OBS: Não devemos


levar em conta as
queimaduras de I
Grau para o cálculo da
hidratação
*****
QUANTO MAIOR A EXTENSÃO MAIOR O
RISCO

ARÉAS COM GRANDE EXTENSÃO DE QUEIMADURAS

MAIOR A CHANCE DE FALECIMENTO

Quanto à localização:
são consideradas graves quando envolvem
orelhas, face, mãos pés, períneo, articulações e
região cervical anterior, vias aéreas superiores
devido ã inalação de gases aquecidos.
Hidratação

• Fórmula

Baxter e Parkland

2 ml de Ringer de Lactato
ou Soro Fisiológico
kg Área queimada

Composição do
Ringer
Sódio A solução deverá ser administrada nas primeiras 24
Cloro
horas
Potássio
Cálcio ½ nas 8 h após trauma e o restante na próximas 16
Lactato horas
Hidratação

• Fórmula
Baxter e Parkland

2 ML
80 kg 40 %
AREA QUEIMADA
Composição do
Ringer
Sódio A solução deverá ser administrada nas primeiras 24
Cloro
horas
Potássio
Cálcio ½ nas 8 h após trauma e o restante na próximas 16
Lactato horas
Reanimação Líquida

• Corrigir a deficiência de líquido


• Manter equilíbrio hídrico
• Evitar a formação excessiva do edema
• Manter débito urinário em adulto com fluxo
horário de 30 a 70ml/h
Gravidade da Lesão
• Doença de base;
• Agente causal ( eletricidade e químicas)
• Traumas associados a lesão;
• Idade do paciente (crianças menores de 2 anos e
adultos com idade superior a 65 anos);
• Lesão de vias áreas e face;
• Profundidade da lesão e queimadura de genitália
• Extensão da superfície corporal queimada.
Condutas -
Histórico
Avaliando a queimadura
1. Avaliando a SCQ

2. Conhecendo a profundidade, localização anatômica

3. Avaliando lesão por inalação

4. Idade e doenças associadas

5. Anamnese clínica e outros traumas associados


Manifestações clínicas e achados do exame
físico
Intoxicação por Monóxido de Carbono

O monóxido de carbono tem sobretudo efeitos negativos nas


pessoas ao combinar-se com a hemoglobina para
formar carboxihemoglobina (HbCO) no sangue, o que evita a
ligação do oxigénio à hemoglobina pela redução da
capacidade de transporte de oxigénio pelo sangue. O efeito
grave que tal provoca é a hipóxia.
Lesão Inalatória – objetivo do tratamento:

1. Melhorar a oxigenação
2. Diminuir o edema intersticial
3. Manter Permeabilidade das VAS
Perfusão Tecidual

• Monitorização dos gases sanguíneos


• Oximetria de pulso

Escarotomia : para liberação


Fasciotomi
de edema circular e a

restritivo
IMOBILIDADE

• Prevenção do TEP.
• Alinhamento corporal no leito, com alívio das
compressões sobre as saliências ósseas
• Utilização de colchões piramidais
• Manutenção de fixação adequada de tubos
endotraqueais ou sondas nasogástricas ou
nasoenterais.
• Manutenção de MMSS elevados em rampas.
Assistindo a dor

• Administração de analgésicos e narcórticos


prescritos.
• Monitorização dos sinais de choque
• Avaliação da resposta.
Tratamento de Enfermagem na fase de
Emergência e Reanimação
• Monitorar SSVV
• Monitorização do estado respiratório rigorosamente
• Monitorização Cardíaca
• Punção venosa de grande calibre
• Balanço hídrico rigoroso – DU e Ph
• Estar ciente sobre quantidade de infundida na terapia
venosa
• Realizar anamnese completa
• Avaliação neurológica – nível de consciência
• Apoio ao estado psicológico, emocional do paciente.
• Avaliar níveis de dor e ansiedade
• Explicar ao paciente e família quanto ao tratamento
Referencias:

Santos RMM, Nobre MO, Lima OS “et al” – Sufentanil em infusão contínua em
queimados:Avaliação hemodinâmica e da analgesia residual. Revista Científica do IJF
2001; 2:19-24

Feijó FCS – Paciente queimado, em: Lima Jr, EM, Serra, MCVF – Tratado de
Queimaduras. SãoPaulo 1ª edição. Ed. Atheneu, 2004; 123-9

Almeida Jr JS – Anestesia no queimado, em: Manica J e cols – Anestesiologia –


Princípios e Técnicas. Porto Alegre 3ª edição. Artmed 2004; 1106-1119

Você também pode gostar