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ITINERÁRIOS TURÍSTICOS ACESSÍVEIS

DE PORTUGAL
A acessibilidade é um elemento central de qualquer política de turismo
responsável e sustentável. Constitui simultaneamente um imperativo dos
direitos humanos e uma oportunidade de negócio excecional. Acima de
tudo, temos que começar a compreender que o turismo acessível não
beneficia apenas as pessoas com deficiência ou com necessidades
específicas, beneficia todos.

Taleb Rifai, Secretário-Geral da OMT


TURISMO ACESSÍVEL: CONCEITO

Envolve todos os processos colaborativos entre os stakeholders, de forma a permitir às


pessoas com necessidades especiais, (…) fruírem dos destinos e da sua oferta de forma
independente, com equidade e dignidade, através de produtos turísticos universalmente
concebidos (Buhalis, 2010).

OPORTUNIDADE
DEVER SOCIAL DE NEGÓCIO
AS ESTATÍSTICAS DO TURISMO ACESSÍVEL

7000M
População Mundial

15%
11% População 22%
+ 60 anos com alguma +60 anos
incapacidade

2011 2050
O PERFIL DO TURISTA COM NECESSIDADES ESPECIAIS

O grupo das pessoas com necessidades especiais incluí, não só, as pessoas com deficiências
permanentes, assim como as pessoas com incapacidade temporária e os idosos, obesos, as
famílias com crianças, pessoas com alergias, tanto quanto todos os turistas que por diversas
razões vêm a sua mobilidade reduzida (Deville, 2009; Borda, 2009; García-Caro, Wall e Buhalis,
2012).

Incapacidade Incapacidade Incapacidade Incapacidade Incapacidade


Cognitiva Visual Auditiva Motora Temporária
127M
Europeus com
necessidades
específicas que
viajam Famílias com
Crianças Obesos Idosos Alergias
Pequenas

Aproximadamente 200 milhões de europeus constituem o segmento de mercado do turismo


acessível, se contabilizarmos que cerca de 50% das pessoas com mobilidade reduzida viajam
acompanhadas.
A ENTREGA DE UMA EXPERIÊNCIA SISTÉMICA PATA TODOS

ALOJAMENTO RESTAURAÇÃO ESPAÇO PÚBLICO PONTOS DE


INTERESSE

SERVIÇOS DE
TRANSPORTE ENTRETENIMENTO INFORMAÇÃO
APOIO
A EVOLUÇÃO INTERNACIONAL DO TURISMO ACESSÍVEL

Fundação da ENAT

Um Mundo para
Accessibility ACT
Convenção dos Todos – Declaração
(2015/2016)–
artº7º Direitos das Pessoas da Cimeira Mundial
Proposta de Diretiva
Código de Ética para com Deficiência dos Destinos para
Comunitária
o Turismo – OMT (ONU- 2006) Todos – Montreal

1975 1999 2003 2006 2011 2013 2014 2015 2016

A Declaração dos 2010: Uma Europa Relatório Mundial Recomendações Declaração de San Dia Mundial do
Direitos das Pessoas acessível a todos – sobre as Pessoas sobre Turismo Marino sobre Turismo - Turismo
com deficiência – Comissão Europeia com Deficiência – Acessível para Turismo Acessível para Todos,
ONU OMS Todos – OMT promovendo a
Acessibilidade
Norma ISO: 21542 Universal – OMT
Acessibilidade e
usabilidade dos
espaços construídos
e sua envolvente.
A EVOLUÇÃO NACIONAL DO TURISMO ACESSÍVEL
PENT (2013-2015) Guia de Boas
Definição Práticas na
estratégica:“… Acessibilidade:
Tornar Portugal Turismo Ativo –
num destino Turismo de Portugal
acessível para
todos…” NP Norma 2015/2016
Portuguesa Lançamento dos
4523/2014, julho de primeiros Planos
Guia de Boas
2014, Turismo Estratégicos/Ação
Constituição da 2009/2013 Práticas de
Rede de Cidades e acessível em de Turismo
República Portuguesa Planos de Promoção Acessibilidade na
Vilas com Mobilidade Estabelecimentos Acessível à escala
da Acessibilidade/ Hotelaria – Turismo
Hoteleiros. regional
RAMPA de Portugal

1976 1997 2003 2006 2009 2010 2013 2014 2015 2016

DL 123/1997 DL 163/2006 Documento Plano de Ação Programa All for All


Enquadramento em Define as condições Turismo Acessível Turismo 2020 inclui – Turismo de
matéria de de acessibilidade a em Portugal: lei, projeto “Tornar Portugal (Itinerários
acessibilidade e satisfazer no projeto oportunidades Portugal um destino Turísticos Acessíveis
mobilidade para e na construção de económicas e acessível para de Portugal)
Todos tratado pela espaços públicos, informação todos”
primeira vez. equipamentos
coletivos e edifícios
públicos e
habitacionais
AS ESTATÍSTICAS DO TURISMO ACESSÍVEL EM PORTUGAL

6%
Possui
Deficiência

10M 3,4M
Segmento de
População Mercado Turismo
Acessível
Total 27%
+ 60 Anos
O PROJETO “ITINERÁRIOS TURÍSTICOS ACESSÍVEIS DE
PORTUGAL”
Análise ao Ponto de Situação Nacional – Início do Projeto
 Aumento da Procura Turística em Portugal;
 Crescimento do número de pessoas com mobilidade reduzida a viajar em/para Portugal;
 Maior consciencialização pela Oferta Turística da necessidade de adaptação dos seus
serviços;
 Melhoria das condições de acessibilidade dos Espaços Públicos e Edifícios;
 Maior qualificação do atendimento dos profissionais de Turismo;
 Transportes públicos mais inclusivos e eficazes;
 Aparecimento dos primeiros produtos e serviços turísticos destinados para pessoas com
mobilidade reduzida;

Porém, ausência de informação e de uma oferta integrada e sistémica.


O PROJETO “ITINERÁRIOS TURÍSTICOS ACESSÍVEIS DE
PORTUGAL”
SISTEMA TURÍSTICO
Objetivos
 Aumento da Procura Turística em Portugal Destino Emissor
de Turistas
 Explorar o segmento de mercado das
pessoas com mobilidade reduzida;
 Melhorar a qualidade das experiências
REGIÃO DE
turísticas em Portugal; TRÂNSITO

 Tornar acessíveis os principais destinos


turísticos nacionais;
Destino Recetor
 Analisar o Espaço Público e os Pontos de de Turistas
Interesse Turístico (POI) das cidades;
 Identificar os percursos acessíveis e OFERTA TURÍSTICA DO DESTINO

analisar as condições de acessibilidade  Espaço Público  Agências de viagens,


Operadores e Guias
dos POI;  Pontos de Interesse
Turístico Turísticos
 Serviços Culturais
 Alojamento
 Recreação e Lazer
 Entretenimento
 Entre outros…
 Restauração e Bebidas
 Transporte de Passageiros
CRITÉRIOS DE SELEÇÃO DOS DESTINOS TURÍSTICOS

Para integrar este projeto piloto foram definidos 20 destinos turísticos, de acordo com 4
critérios de seleção.

Presença de Presença de Iniciativas/Projetos Iniciativas/Projetos


Património da Património de promoção das já existentes em
Humanidade Construído condições de Turismo Acessível
classificado pela Classificado acessibilidade e
UNESCO mobilidade para
todos
DESTINOS TURÍSTICOS SELECIONADOS PARA O PROJETO
FASEAMENTO DO PROJETO

FASE 1 PLANEAMENTO FASE 2 VISITAS DE FASE 3 ITINERÁRIOS


DO PROJETO RECONHECIMENTO TURISTICOS ACESSÍVIES

 Análise ao Estado da  Visitas de  Definição dos percursos


Arte; Reconhecimento aos acessíveis a integrar nos
destinos selecionados; Itinerários dos
 Benchmarking; Municípios;
 Identificação dos
 Identificação dos POI a percursos acessíveis  Descrição das condições
analisar; e inacessíveis dos de acessibilidade dos
destinos; destinos, identificando as
 Seleção prévia dos barreiras/obstáculos dos
percursos;  Promoção dos Inquéritos destinos;
às condições de
 Definição da metodologia Acessibilidade dos POI.  Análise e caracterização
de levantamento. das condições de
acessibilidade dos POI
(presencial ou inquérito).

Outubro – Dezembro Janeiro – Março Abril - Julho


2015 2016 2016
ITINERÁRIOS TURÍSTICOS ACESSÍVEIS DE PORTUGAL

O projeto possui três vertentes de análise complementares na ótica da experiência turística


nos destinos. Esta divisão permite aprofundar a análise efetuada, e oferecer ao turista
informação mais específica relativamente ao destino a visitar.

Mapas dos Itinerários Descritivos de Apoio à visita Caracterização dos POI


MAPAS DOS ITINERÁRIOS TURÍSTICOS ACESSÍVEIS DE
PORTUGAL
 Referência para análise: Decreto-Lei n.º
163/2006 de 8 de agosto; Deficientes cognitivos
Surdos | Cegos |Grávidas
 Oportunidade de planear a sua experiência de
Obesos |Idosos |Crianças
forma informada;

 Identificação dos percursos acessíveis e a


localização dos principais pontos de interesse
turístico;
Pessoas em cadeira de rodas
 Representação dos percursos através da cor Pessoas com moletas
verde; Pessoas com andarilho
Carrinhos de Bebé
 A linha verde contínua simboliza os percursos Pessoas com Malas
totalmente acessíveis a Todos;

 A linha verde tracejada simboliza os percursos


parcialmente acessíveis;
Definição de Percursos Totalmente ou Parcialmente
Acessíveis

O Percurso apresenta uma fragilidade ao Percurso contínuo, regular sem obstáculos


nível de um dos seguintes elementos: e que permite a circulação confortável da
• Pavimento Irregular; pessoa.
• Passeio com dimensão reduzida;
• Inclinação elevada;
• Atravessamentos que não garantem a
continuidade;
• Obstáculos móveis.
MAPAS DOS ITINERÁRIOS TURÍSTICOS ACESSÍVEIS DE
PORTUGAL
MAPAS DOS ITINERÁRIOS TURÍSTICOS ACESSÍVEIS DE
PORTUGAL
MAPAS DOS ITINERÁRIOS TURÍSTICOS ACESSÍVEIS DE
PORTUGAL
MAPAS DOS ITINERÁRIOS TURÍSTICOS ACESSÍVEIS DE
PORTUGAL
DESCRITIVOS DE APOIO À VISITA TURÍSTICA

Com o objetivo de complementar a informação apresentada nos mapas foram produzidos


descritivos de apoio à visita turística, atentando para situações frequentes no destino turístico.
Esta análise incidiu sobre os seguintes pontos:

BARREIRAS A ACESSO PONTOS DE


TIPO DE RUA CONSIDERAR INTERESSE TURÍSTICO INFORMAÇÕES ÚTEIS

 Tipo de Exemplo  Autónomo;  Posto de


pavimento;  Estacionamento Turismo;
abusivo;  Não Autónomo.
 Inclinação das  Transportes
ruas;  Ocupação dos Públicos,
passeios por Empresas de
 Dimensão dos esplanadas. Animação
Passeios; Turística.

 Atravessamento.
EXEMPLOS

Os materiais do pavimento utilizados com mais frequência nas ruas da área

1
analisada são: as lajetas em granito, o cubo granítico cerrado e o paralelepípedo
em basalto. (Viana do Castelo)

Ao nível dos passeios, a área analisada, apresenta espaços amplos, regulares e

2
contínuos que permitem a circulação autónoma do turista com mobilidade
reduzida. (Viseu)

O principal obstáculo que se verifica no Itinerário Turístico Acessível de Belém, e

3
que deverá ser considerado pelo turista no momento do planeamento da
viagem é o facto de não existir uma travessia acessível entre a Avenida de
Brasília e Avenida da Índia. (Lisboa- Belém)

4
O turista que se desloca em cadeira de rodas poderá solicitar o equipamento
swisstrac que o permitirá ter uma visita mais autónoma e independente. (Sintra)
CARACTERIZAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE ACESSIBILIDADE DOS
POI DOS ITINERÁRIOS TURÍSTICOS ACESSÍVEIS DE PORTUGAL

De forma a permitir a melhor caracterização dos POI identificados nos Itinerários foram definidas
duas vertentes de análise que se complementam: a acessibilidade física do espaço, e o
atendimento inclusivo prestado.

Acessibilidade Física
Determinou-se 5 grandes grupos de limitações, que
incluem a maioria dos turistas com mobilidade
reduzida

Atendimento Inclusivo
Foram identificados 7 elementos essenciais para os
turistas com mobilidade reduzida, capaz de aumentar
o nível de autonomia nas suas experiências.
CARACTERIZAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE ACESSIBILIDADE DOS
POI DOS ITINERÁRIOS TURÍSTICOS ACESSÍVEIS DE PORTUGAL

Para efeitos de análise no Projeto, foram considerados os POI – Pontos de Interesse Turístico
para integração nos Itinerários, que se enquadrassem nas seguintes tipologias:

Edificado Espaço Público


• Monumentos • Elementos Históricos em
Espaço Público
• Museus
• Ruas Históricas/Comerciais
• Igrejas/Mosteiros
• Praças Públicas Históricas
• Mercados, Teatros,
Bibliotecas Municipais • Jardins Públicos

• Outras Tipologias • Outras Tipologias


SIMBOLOGIA DESENVOLVIDA
Face à variedade de símbolos utilizados em Portugal, para identificar as condições de
Acessibilidade, entendeu-se necessário adotar uma simbologia própria, que se pretende
padronizar a nível nacional.

Acessibilidade Física

Acessível a Acessível a Acessível a Acessível a Acessível a


pessoas com pessoas surdas pessoas em pessoas pessoas com
limitações ou com cadeira de cegas ou com limitações
cognitivas incapacidade rodas ou com baixa-visão temporárias
auditiva incapacidade e/ou a idosos
parcial motora
SIMBOLOGIA DESENVOLVIDA

Atendimento Inclusivo

Permite a Possui recursos Disponibiliza Garante Permite Promove Disponibiliza


entrada de humanos equipamentos atendimento tatear os atividades informação em
cães de qualificados e e conteúdos e/ou visitas elementos em adaptadas para Braille
assistência formados no áudio guiadas em exposição ou pessoas com
atendimento adaptados Língua Gestual possui áreas necessidades
e/ou nas visitas Portuguesa destinadas especiais
guiadas para o efeito
adaptadas
EXEMPLOS DE BOAS PRÁTICAS – Paço dos Duques de Bragança

PT
EXEMPLOS DE BOAS PRÁTICAS – Torre dos Clérigos

PT
EXEMPLOS DE BOAS PRÁTICAS – Museu Nacional Machado de Castro

PT
EXEMPLOS DE BOAS PRÁTICAS – Pavilhão do Conhecimento

PT
EXEMPLOS DE BOAS PRÁTICAS – Torre de Belém

PT
RESULTADOS DO PROJETO

186km
Percursos
Avaliados

148km
107km Itinerários 41km
Totalmente Parcialmente
Acessíveis Acessíveis
Acessíveis
RESULTADOS DO PROJETO

98% Limitações Auditivas


96% Limitações Cognitivas
90% Incapacidade Temporária/Idosos
73% Limitações Visuais
188 53% Limitações Motoras
POI
Edificado

276 97% Permite Cães Assistência


PT

POI 68% Visitas Guiadas Adaptadas


Selecionados 31% Qualificado no atendimento a PMR
88 19% Apoio Áudio/Digital
9% Braille
POI
Espaço 6% Permite o Toque
Público
2% LPG
DESAFIOS PARA O FUTURO

MONITORIZAÇÃO DOS RESULTADOS

 Garantir a manutenção e/ou a melhoria


das condições de acessibilidade
apresentadas no projeto;

 Assinatura do Protocolo de Compromisso


com as Câmaras Municipais;

 Reavaliação constante dos Resultados.

AMPLIAÇÃO DO PROJETO
ITINERÁRIOS TURÍSTICOS ACESSÍVEIS

 Ampliar o projeto e implementar a mesma


metodologia de trabalho noutras cidades
nacionais;

 Desenvolver Rotas Turísticas Acessíveis


(eixos de 2 ou mais municípios promovidos
em conjunto) que estimulem o envolvimento
de todos os players turísticos do destino.
Portugal,
Um destino de Todos para Todos.

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