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1.

Aspectos teóricos, criação e experimentação da comunicação em rede

Comunicação pelo equívoco: anotações para uma teoria plana e em rede

Introdução
A digitalização e o acesso aos aparelhos de decodificação, como os computadores e os
dispositivos móveis, mudou consideravelmente a maneira como produzimos, distribuímos e
consumimos conteúdo, ou seja, a maneira como se faz comunicação. Vozes pouco ouvidas ate é
então passaram a ter mais projeção, ao mesmo tempo, a distribuição do que se produz ficou mais
simples. Do ponto de vista fenomenológico, há que se levar em consideração que qualquer
conteúdo agora é a mesma coisa: algoritmo. E os objetos técnicos entraram de vez nas nossas
vidas, tomando lugares essenciais, como é o caso do telefone celular, por exemplo.
O que vemos na comunicação é, frequentemente, uma abordagem que repete o paradigma
da metafísica, separando sujeitos de objetos, e neste caso, a produção humana da tecnologia que
a torna possível, que a agencia. Neste seminário, partimos do pressuposto de que não é possível
pensar a comunicação em rede, de maneira satisfatória, com as ferramentas que até agora foram
mais comumente usadas no campo da Comunicação, esta ciência pós-disciplinar fundada sob as
bases das Ciências Sociais. E é na antropologia que buscamos ainspiração para este empreitada, a
partir da Teoria-Ator-Rede (LATOUR, XXXX e XXXX; LEMOS, 2013) e do conceitos de
equívoco (VIVEIROS DE CASTRO, XXXX e XXXX).
Bruno Latour (XXXX) explica que a Teoria Ator-rede é uma sociologia das associações,
em contraposição à Sociologia clássica, e que a TAR está para as Ciências Sociais assim como a
Teoria da Relatividade está para a Mecânica de Newton. (melhorar esta explicação) Antes de
entrar neste assunto, propriamente, vou mostrar alguns exemplos de como os fenômenos
comunicacionais têm extrapolado o âmbito das Teorias da Comunicação.

Da Mídia Ninja à apropriação do tecnobrega paraense


Ainda durante os dedobramentos das manifestações d ejunho de 2013., o Papa Francisco
visitou o Brasil ara participar da Jornada Mundial da Juventude, realizada o Rio de Janeiro. O
primeiro compromisso do pontífice no Brasil foi uma audiência com o então governador do Rio
de Janeiro, Sérgio Cabral, no Palácio Guanabara, sede do governo do estado, no dia xx de
agosto. Quando o Papa chegou ao local, já havia uma multidão de pessoas em protesto contra o
governo, contra a realização da Copa do Mundo, contra a igreja católica e com uma série
infindável de outras demandas. Como de praxe, houve enfrentamento, houve cobertura midiática
e houve cobertura da mídia independente. A Mídia Ninja (fazer um parêntesis para explicar a
Mídia Ninja), coletivo de transmitiu o acontecimento ao vivo, via livestreaming, pelo aplicativo
Twitcasting. Naquele dia, XX pessoas foram detidaspela POlçiia Militar e levadas para a
delegacia, entre eles, XX, ativista da Mídia Ninja que continuou transmitindo ao vivo, da
delegacia, e o estudante Bruno Telles, suspeito de carregar uma ochila com coquetérias molotov.
No dia seguinte, havia fotos e vídeos que mostravam o estudante Bruno Telles sendo
detido pela Polícia Militar sem a mochila em que foram encontrados os coquetéis molotov.. À
noite, o Jornal Nacional levou ao ar uma reportagem de xxx minutos refazendo o caminho do
estudante Bruno Telles, desde a sua chegada à manifestação, por meio d eimagens enviadas por
telespectadores, de câmeras de segurança da região e ainda, com imagens das transmissões da
Mídia Ninja. O videoteipe mostrava que o estudante já havia chegado à manifestação sem
carregar uma mochila. E que uma mochila foi encontrada por policias militares,próximo a uma
banca d ejornal, em local onde não havia regisytro da passagem d eBruno. XXX minutos
dareportagem foram feitos com imagens produzidas fora da TV Globo e fora do padrão Globo de
Qualidade. Sintomático isso, a meu ver. Na mesma noite o estudante foi solto, por meio d eum
habeas corpus.
Esta uso do telefone celular tem relação com o que vemos acontecer em junho de 2013 no
Brasil. O que por sua vez te uma relação com um movimento mais amplo, que Manuel Castells
(2013) chamou de “redes de indignação e esperança”. O movimento começou em meados de
2010, durante a revolta em massa que tomou conta do mundo árabe, depois d e uma série d
eautoimolações públicas (gravadas com câmeras d ece;ular e postadas no Youtube), fruto de uma
insatisfação com décadas de governos ditatoriais. A ocupação da Praá Tahir, no egito, foi o
momento máximo do que ficou conhecido como Primavera Árabe. Neste contexto, o telefone
celular, conectado à internet, foi usado para registrar e divulgar abusos de poder, abusos policias,
enfrnetamento em manifestações, oferecedo ao mundo outras versões dos fatos. Paula Daibert,
jornalista freelancer, trabalho como estagiária da TV árabe Al Jazeera durante a primavera árabe
e conta que os mais diversos materiais chegavam as suas mão, para que passassem por uam
triagem. A dificuldade esta saber o que era falso ou não. Sarah Rafsky, no Comittee to Protect
Journalism, sediado em Nova Iorque, também me contou sobre o ocorrido: de acordo com ela,
houve uma série de mortes d ejornalistas profuissionais e de outros atores d arede-jornalismo,
justamente por gravarem e mostrarem o que acontecia.
Em 2011 foi a vez da Europa ser sacudida. Na Espanha, CAstells (2013) acompanhou
ocupações em Madrid e em Barcelona e conta que o movimento conhecido como Indignados, ou
15M, organizou protestos, organizou ocupações e organizou também o que ele chamada de
“comunicação auto-mediada”, um sistema de comunicação independente das grande mídia, no
qual era possível mostrar como funcionava o moc=vimento e ainda a versão dos fatos a partir do
movimento, a partir do uso daa Intenet, das redes sociais, e dos dispositivos móveis. Estes
movimento não tinha uma lidera’nca central, era horizontal e em rede, da mesma maneira que o
Occuppy Wall Street, que surgiu meses depois em Nova Iorque, nos Estados Unidos. O
Occuppy, que tinha como leitmotiva frase “somos os 99%” instalou-se no Zchotti Park, em
Lower Manhattan, próximo à Wall Street, onde fica a olsa de Valores de Nova Iorque. Foram
meses de ocupação, com transmissão de assembleias e dasmanifestações ao vivo, via streaming.
O movimento espalhou-se por todo o país e hou mais de 100 ocupçõesnasprincipais cidades dos
Estados Unidos, todas com as mesmas características: sem lidera’nca central, sem um propósito
claramente definido, com pessoas das mais diversas possíveis e com os discursos mais diversos
possíveis, todos insatisfeitos com a democracia representativa. (CASTELLS EXPLICA ISSO –
produção de conhecimejto em rede – rede para castells)
Nas duas situações houve registros de violência policial contra manifestantes e a câmera
do telfone cleular acabou funcionando como uma garantia de segurança para quem participava
do movimento. Assim, em junho de 2013, quando eclodiu uma série de manifestações, com as
mesmas características, acompanhos o crescimento das transmissões via internet. (NÚMEROS
DA FGV) A Mídia Ninja foi o primeiro coletivo “famosos”por fazer este tipo de cobertura, d
emaneira voluntária e colaborativa: muitos integrantes do grupo foram presos durante
transmissões. Val;e a pena levar em consideração também, neste contexto em rede, a formação e
o funcionamento deste grupo, que apareceu com uma proposta que, no discurso, apresentava-se
horizontal, sem liderança d efinida (não foi o que aconteceu na prática). Neste sentido, a
apropriação do approach da mídia indpednente marcou os meses seguintes na produção de
conteúdo pelos meios d eocmunicaçxão o Brasil. A TV Globo, por exemplo, usou da estratégia
das câmeras pequenas para colocar cinegrafistas camuflados, já que não era bem-vinda nas
manifestações. Vimos a estratégia do WhatsAp sendo usada por Tvs, mastambém por rádios e
jornais: todos passaram a ompetir pela imagem na hipermídia. O livestreaming passou a ser
usada para todos tipo d etransmissão, desde entrevistas em redações de jornais impressos, até os
bastidores d anovela. Tudo sob a estética do precário, definida a partir da experiência
destastransmissões.

UM BREVE EXEMPLO DISSO TUDO EM VÏDEOS DA MINHA TESE

Comunicação digital em rede


O soci’ologo Alvin Toffler crou o termo Prosumer para se referir ao consumiotr que ‘e
tamb’em produtor de informa’c~ao. Esta lógica de produção horizontal e em rede, diz ele, é a
terceira onda na história da produção de bens: tudo começou com a manufatura, os ateliês,
quando produtor e rteceptor estavam próximos, passou pela Revolução Industrial que separou
radicalmente as duas pontas do processo, para chegar ao momento atual, quando o consumidor, s
enÃo é d efato tabém produtor, ao menos pode interferir claraente no processo de produção. Isso
fica mais verdadeiro quando pensamos na Indústria da Informação e do entretenimenmto: a
produção de conteúdo, antes primazia de alguns poucos iniciados, com acesso às feramtas para
produção dos bens (salve, Marx!), agora está ao alcance de qualquer um. São muitos, mas qui
podemos pensar em qpaenas dois motivos para isso: barateamento das máquina, acesso a elas, e
ao mesmo tempo,a digitalização na distribuição e depois na produção de conteúdos, dos mais
diversos: fotos, imagens, sons e palavra escrita.
Suzana Kilpp (XXXX), na introdução do livro “O novo estatuto da imagem”, nos lembra
que a digitalização trouxe um desafio para a produção d eteaorias da imagem, já que ela
fenomenolohgicamente é diferente agora do que era até algum tempo atrás: a fotografia e o
cinema, que dependiam da película, que precisava ser afetada pelo raio d eluz entrando pela
abertura da câmera, por exemplo, agora são nada mais que uma série gigantesca de números
zeros e uns, organizados d emaneira que o computador traduza, por meio dos algoritmos, como
sendo uma imagem com aquelas características. Com o texto é assim, e com os sons tamém, ou
seja, tudo é agora são números, operações smatemáticas, que só vão performar como uma coisa
ou outro depois d epassar pelo computador. O que vemos, no formato que vemos, deve-se o que
Bolt (XXX) chama de Remddiação: é aquela velha histyória já contada pelo McLuhan (XXX) de
que um meiod e ocmunicação sempre toma o seu anterior como referêcia narrativa, até que tenha
uma linguagem própria (mesmo que seja uma colagem adaptada de outras, como por exemplo,
Eisenstein (XXXX) diz que a linguagem de cortes no cinema retoma do teatro kabuki, a história
em quadrinhos e outras referências...).
A convergência midiática tem relação total com a ideia de digitalização e dos algoritmos:
Henry Jenkins (2005) diz que a convergência já existia antes da digitalização, é uma ilusão
pensar que não. O que aconteceu é que a digitalização fez tudo caber, sem muita dificuldade, em
uma máquina de calculas, que consegue fazer as codificações e decodificações quase tão
rapidamente quanto o cérebro humano. Ele define três condições para a convergência: 1) a
convergência dos aparelhos, das máquinas, 2) a cultura participativa e 3) a inteligência coletiva.
Da primeira característica já falamos. A segunda, diz respeito justamente à participação do
consumidor (ou espectador, chame como quiser aqui) no rocesso de produção e de distribuição
do conteúdo. Jenkins usa exemplos de fãs de séries que criam comunidades de spoilers, de ãs que
criam fan-fictions tão boas (tecnicamente e narrativamente) quanto as histórias originais e até de
spin-offs de histórias produzidos a partir da relação com fãs. No Brasil, o Obitel (XXXX) traz
como exemplos experiência em telenovelas, como a Cheias de Charme, com o clipe das
empreguetes. Alguns deste exemplos apontam para o que ele vai chamar de Narrativa
TRansmidiática. Mas nem tudo que é convergente é transmidiático, é precis refor;car. Há lguns
outros exemplos importates também no ornalismo, como o que já mostramos: a rodução d
epautas a partir deimages do WhatsApp (como no caso Cláudia, pelo Jornal Extra – USAR
FOTO).
Um bom exemplo aqui também é o caso Eric Garner, em Nova Iorque. Garner foi pego
em flagrante, em julho de 2014, vendendo cigarros contrabandeados, em uma rua do Brooklyn.
O policial Daniel Pantaleo fez a abordagem. Eric tentou fugir e Panteleo aplicou-lhe uma
gravata, golpe já banido do NYPD desde a décadade 1980. Eric caiu ao chão gritando “I can’t
breathe!” por onze vexzes, até desmaiar, enquanto Pantaleo continuava aplicando o golpe.
Garner foi levado ao hospital, mas morreu depois d éter todo um infarto em decorrência da
abordagem policial, considerada excessiva por parte d elagumas autoridades, a partir dasimagens
gravadas por uma pessoa que passava pelo local, com um telefone celular. Estasimagens, que
foram enviadas a u jornal impresso de NYC, forma usadas exaustivamente em edições d
telejornais e em stes noticiosos do mundo inteiro. Erica Garner era negro e o caso fazi aparte de
um estatística grande ecrecscente nos Estados Unidos: a depessoa negras atacadas por
autoridadesbrancas. Em dezembro de 2014 PAntaleo foi absolvido e o caso gerou um onda onda
d eprotestos no país, danod origem ao movimento B;ack LIves Matter, em ação até hoje. A
imagem feita pelo telefone cleular alterou a lógica d eprodução d eotícias, construindo uma
história, mas também mudou a realidade do mundo. Neste caso os rastros ficam claros, fic mais
fácil enxergar. Um único ator mudou a rede inteira, com agenciamento do objeto telefone
cleular, essencial neste rocesso (mas este é um assunto pra daqui a pouco...)
Aqui temos uma convergência entre mídia massivas epós-massivas, de caordo com
André Lemos (XXXX), que chama esta modalidade d emassiva, já que mistura a convergência
de mídias massivas (como por exemplo, a matéria da Rvista Veja que vira reportagem do Jornal
Nacional, ou a reportagem da Tv Alterosa que se transforma em notícia do Estado de Minas)
com a convergência de mídia pós-massivas (como por exemplo, o compartilhamento d evídeos
do Youtube no Facbook). Temos aqui, mais uma vez, os exemplos de apropriações e
reapropriações, que vão desde o exemplo da reportagem do Jornal Nacional, com imagens do
Mídia inja e recompartilhamentos posteriores na rede, até os personagens da novela PAssione, de
2009, por exemplo, que possuíam conta no Twitter e usavam a rede para refletir sobre
acontecimentos do capítulo do dia, possibilitando a interações dos telespectadores d emaneira
mais p’roxima. Podemos camar isso d ehorizontalização (não sme problematizar o conceito,
claro) já que aponta para uma legitimidade deprodução compartilhada entre os conglometrados
de comunicação e os produtores-consumidores nesta rede sociotécnica de produção-consumo.
Faço uma dendo aqui para reforçar a smudanças provocadastambem na Publicidade, que agora
precisa absorver e se apropriar destes modelos ameergentes, além de criar perspectivas d
einteração, além das mudanács nas Relações Públicas: de quem ;e a legitimidade dos dicureso
em uma caso de crise, por exemplo? É possível “fugir” da grande mídia, usando, por exemplo,
estratégias d livestreaming ou de comunicados-virais espalhados na sredes sociais.
RP e PP e JOR se fazem 24 horas agora, na rede. Ou seja, o modelo d enegócios também
mudou, como nos mostrou Chris Anderson (XXXX), com a sua já clássica Teoria da Cauda
Longa. Anderson explica que a redemundial de computadores fez aperecer um mercado fértil
para a produção independente, experimental e criativa, fora dos padrões considerados até d
emercado. Ele usa o exemplo do iPod para mostrar como este apaerlo da Apple, lançado em
XXXX mudou a lógica do mercado da música, a partir do compartilhamento de arquivos no
formato .mp3. (MOSTRAR O GRÄFICO DA CAUDA LONGA) Se antes havia um número de
hits, aquelas bandas e artistas sucessos de venda pelas gravadoras, agora há um numero bvem
menor de sucessos e venda e mesmo este sucesso não é mais o mesmo: as vendas caíram. Em
compensação, do outro lado, muitos outros artistas tiveram a oportubidade de aparecer, postando
material na rede e também disponibilizando suas músicas em .mp3 para download gratuito ou
pago. Estes “pequenas”venda, reunidas, em determinado momento, passaram a representar tanto
quanto ou mais que as vendas dos hits das grande gravadoras, criando um ráfico de vendas no
qual o negócio dos nichos aparece como uma “cauda longa”que tende para o infinito. O motivo
disso é econômico também: não vale apena, para as lojas físicas do varejo, manter em estoque
um número grande de discos físicos de bandas e músicos pouco procurados. Mas na Internet isso
é possível, em cópias físicas emais ainda em arquivos digitais, o que torna esta plataforma uma
fonte infindável de possibilidades. O Spotfy está ai para provar isso, oferecendo, por meio d
ealgoritmos, a possibilidade de enviar ao ouvinte produções que têm relação com seu osto
musical, mas que são “desconhecidas”. O serviço d estreaming de vídeos funciona assim
também, vide a Netflix.
Estes exemplos apontam, se não uma horizontalização, ao menos uma comunicação
menos dominada pelos grandes conglomerados, a princípio. Mas o maior importante e o que
mais nos interessa aqui é reforçar o fato de que esta configuração deixa à mostra a fragilidade
dos conceitos que tentam enquadrar a comunicação me gêneros e formatos estabelecidos a partir
da formação da indústria da informação e do entretenimento. É preciso que estes modelos entrem
em desconstrução para que vejamos que eles são construções, arranjos temporários que ganham
nomes também temporários. Henry Jenkins (2005) diz que a condição da comunicação
contemporânea, no contexto das redes difgitais, éa gamboarra, já que tanto os
produtoresindpedndnetes quanto os “tradicionais”estã tentando s eadaptar. Sugiro extender esta
reflexão para todo o processo de comunicação, que no fim das contas, é um processo de tradução
intersemiótica: a gambiarra é criação e experimentação, é o rearranjo e a adaptação, portanto, diz
muito da condição da produção de linguagem para o que chmamos de ocmunicação. Asredes
digitais só deixaram à mostra a trama das redes sociotécicas.
A comunicação das coisas
“Gambiologia” foi o termo cunhado pela Mídia Ninja para se referir às reflexões acerca
do fazer comunicacional envolvido na prática diária deles, a partir das experiências de
transmissão ao vivo, via streaing, que começaram em 2013, em São Paulo, sob inspiração em
rede de ouyrosmovimentos como o Occupy Wall Street. Tudo foi feito por exeperimentação,
como por exemplo, na história do carrinho de supermercado (contas a história), contada pelo
Filipe Peçanha, ou ainda no rocesso d eescolha dos aparelhos e dos aplicativos adequados para o
rabalho. Tudo é movimento neste processo, nada é definitivo numa lógica que está s efzendo,
construindp-se na frente dos nossos olhos, os arranjos vão s efzanedo e se refazendo. Alguns
modelos já oferecem esta visão. O primeiro deles éo Atlas Mnemosyne, Aby Warburg (XXXX),
o historiador da arte (sqn) que levou a vida pesquisando uma outra maneira de organizar a
produção artística fora dos pdrões cronológicos. Ele usava como documentos pesquisa tanto
obras d earte reconhecidas como pinturas rupestres, documentos, rabiscos, propagandas, fotos,
páginas d ejornal e o que mais levasse a marca da Pathelsformn, a quintessência da ccccc. Diz a
lenda que Warburg morreu louco, tentando reorganizar e organizar o seu enorme aqrquivo todos
os dias, de acord com um novo critério. Na prática: a realização d euma nuvem d etags
fiscamente. Imaginem o trabalho! Lev MAovich (XXXX), mais recentemente, com a sua Teoria
dos Nurbs, ofereceu um novo modelo d eorganização da História da Arte por algoritmos que
fazem a leitura visual da obra. Por exemplo, você pode escolher organizar das cores quetes par as
cores frias. Ou do número d erotsos presentes na pintura. Ou da dimensão das paidagens. Tudo
meticulamente escaneado e transformado em seque6necia numéricas que serão codificadas e
depois decodiicadas, em movimento infinito, à medida que uma nova obra entra para o acervo.
(EXEMPLOS VISUAIS DISSO)
Esta é a loógica da ocmunicação em rede, uma eternma construção, readequação, uma
gambiarra que se faz realidade a cada momento, assim como os conceitos, que Gilles Deleuze
(XXXX) chama de “pontes móveis, estrutura precárias que noslevam à outra margem (ou à
terceira margem) sem garantia d ertorno, já que se colocam em outros pontos, ou são levados
pela correnteza, reconfigurando relações na rede. Cabe aqui trazermo o conceito de devir
(EXPLICAR EM DELEUZE E GUATTARI), esta rede não-metafísica na qual dois entes,
juntos, formam uma terceira entidade temporária, sem ponto d einício nem ponto d efim extaos.
Na relação homem-máquia, como denominada pela ciência metafísica, o devir aparece como o
ciborgue d eDOnna Haraway (XXXX), aquele ser no qual já não é lossível distibguir o que é
orgânico e o que é máquinico, o que humano ou máquina. Para Haraway, o ciborgue é uma
metáfora da condição humana, um eterno devir, mas também um exemplo concreto de devires os
quais as fronteitras não são definidas. Por exemplo: na junção do homem com o carro, quem é
dirigido e quem dirige? As máquinas os usam, nos ensinam uma moralidade, os brinquedos nos
ensinam a brincar, como lembra o antropólogo Roy Wagner (2010). Quem manda em quem na
relação entre o telefone celular e o adolescente (e nós também?)?
A dinâmica da rede sociotécnica, em contraposição ao conceito de sociedade, independe
do ponto de ação, até porque não é possível definí-lo: o que consegi,os fazer é traçar os rastros
dos atores, sejam eles humanos ou não-humanos. É uma perspectiva que secontrapoem a
metafísica ociental, fundamento das sociedades ocidentais, desde a Grédia Antiga: aqui não há
diferença entre sujeit e objeto, importa mais discutir a re;lação entre os atores, sejma eles apenas
homens ou homens e m conexão com telefones celulares. Neste sentido, Bruno LAtour (XXXX)
nos explica que a TAR funciona como uam sociologia da associações e a contrapõem à
socieologia clássica, dizendo que esta está para outra assim como a Mecânica de Newton está
paraa Física QuÂntica. Esta é aideia d eontologia plana (LEMOS explica), ponto de saí da TAR.
A TAR teve in;cio... (HISTóRIA DA TAR...)
Junto a isso, temos urs conceitos essenciais para definir esta proposta: conceitos da tar

Neste contexto, os aparelhos técnicos ainda nos aparecem como agenciadores


derealidades, eles próprios definidores de direções. Tomando este tipo d eprodução com
exemplo, penso na grand emídia, nos carrosde vivo das TVs, nas câmeras, que são essenciais
para o fazer ornalístico, mas que não aparecem como parte do processo, no resultado final. Os
objetos são calados. Aqui vale fazermos a diferen’ca entre tradu’c~ao e urficacao. Em Jamais
fomo moderno, LAtour nos mostra que a purificação ‘e o funcamnto do que ele chamada de
Constttuicao Moderna, que ele divide me quatro princ’ipios b’asicos: XXXXXX. A purficacao
tem o apel de retirar a gência do objeto e ... Está a;i a base da ciência emprírica moderna, a partir
das definições do fazer cienficoc por Robert Boyle (contar historinha do Boyle), a definição d
ecorte epistemológico (usar a metáfora da arvore, de David-Bird). Mas existem outrso modo,
como Michel Foulcalt (XXXX) mostra em As palaras e as coisas, na ciência pré-modeno, de
epistemologia relacional. Esta é a tradução, a maneira como as coisas são construída no mundo:
de fato, sem barreira, sem docotomis. Latour propõe retomar este conceito para avançar no
sentido de trazer de volta a subjetividade dos objetos, conferindo agencia a eles. Assim seria feita
a emenda da contiuicao moderna, sem deixar de lado a modernidade, sem retorna a pre-
odernidae, mas tb sem assumir a pos-modernida, que para ele não passa d eum reedição mal-feita
da modernidade. Esta emenda aconteceria da segintemaneira: XXXX.
Isso implica aind a retomado dos conceitos d efetichismo e de animismo, abandonados
pel;as ciências sociais. Ele porpoe uma revisão destes conceitos de Deuses Fe(i)tiches, contando
a hostorinha dos portugueses na costa africana (lembrara a hstoria). Nós também não fazemos
assim, como o telefone cleular, por exemplo? Ou com o marca passao? Ouainda quando
escolhemos acreditar que alguns bichos têm humanidade e outros não? É retomando a
possiilidade de agencimantos múltiplos entre humanos e não humanos que vamos fazer os
objetos oltarem a falar, de maneira aleva-los m conta neste ecossistema. Por exemplo: arede
canal de tv, satélite, microfone, carro, reportget, editr,... que produz o que chamamos d
ejornalismo é diferente quando entram os indeoendtes com smartphjes registrando
tudo, :”furando” as TVs: ainda podemos ca=hamar isso d ejornalismo? Os velhos cânones ainda
servem para pensar isso? E as fan fictions, os perfis de personagens em redes sociais, as velhas
teorias da comunicação ainda nosservem? Rrspondemos como latur: sim, mas funcionamcomo a
física de newton para física quântica. Éprecis recuperara agencia dos objetos para reiventar o
humanismo que de conta de exemplos cmo estes:

- Bjork
- cantora islandesa, que grava letras em inglês, considerada uma vituose da voz – começou com
experimentações na voz, criando com o corpo sons que se confundiam com sintetizadores
eletrônicos
- partiu para a experiência com o corpo, nos seus clipes e nas suas roupas, criando uma persona
que ela chamou de pós-humana -musica e performance, borrando fronteiras – Hunter
- chegou ao clipe que mostro: Al lis full, of love, quandp mostra uma emolucao de um ser umano
para mostrar a relação entre maquinas, ou para maquinizar a relação entre humanos
- até chegar ao Biphilia, quando o corpo some e o que vale são as formas, que se fazem e se
refazem de cordo com a interação – não precisa ser musico para fazer (exemplo de game-arte
mas também publicitário) – Virus
- outros games – or próprio site dela mostra isso
- Exposição no MoMA: retriospetiva e exeprimentacoes – Black lake com as 49 caixas de som e
tb Stonemilker, com o culos 3D de RV – antes do Youtube lancar
- Peça publicitaria de Blake Lake – é arte, é publicidade, é documento

- Jaloo
- cantor/perfomer paraense que começou sintetizando musicas em programas baixados na
Inteernet, sem nunca ter estudado nem programação nem msica
- remixou musicas do para, funk e ficou famoso fora do pais pela net, quando mudou seu nome
de Jaime melo para Jaloo – o o é para atender aos a;goritmos – seu nome poderia ser achado no
primeiro lugar das buscas do Google
- foi para São Paulo e gravou seu primeiro disco – uma persona feminia, mas sem usar um
identidade d egênero feminina – fronteiras borradas
- disseq que a sua relação com a mjsica passa interiamente pelo computador – só sabe fazer
música assim, contraraiando a ideia clássica de muisca
- exemplo de Ah Dor, o clipe

- POkemon Go – qual é a diferença entre homem e maquina


- qual é a diferença entre o “real”e o produzido pela máquina? Os biv=chos aparecem de fato na
realidade e mudam a realidade – engarrafamentos, crianças não sendentárias, mortes
- as abordagens par este estudo são todas metafisicas, quase moralistas
- a minha proposta dá conta disso, como exemplo, mancahndo as fronteirtas ainda entre
jornalismo, publicidade e relações publicas
- proposta de uma etnografia do pokemon gho, nas ruas da cidade, o que poderia gerar uma
cartografia d econtroversias sobre este jogo, mapeando algo em contrcao, que ainda não s
efechou em caixa preta

A comunicação pelo equívoco


Retomo o cibotgue de Donna Haraway, agora sob a perspectiva da Teoria Ator Rede,
para caminhar um pouco mais rumo a um modelo teórico de comunicacap que nos permita
colocar as ciências dacomunicacao em sintonia com os fenômenos disponíveis para refelxao
acadêmica. Este ser anti-edípico, nas palavras de Haraway, não oferece pistaspara distinção entre
o humano e o maquinico, para a cisão fundaetal entre sujheto e objeto. A indistinção enre homem
e máquina faz coro a um rocesso generalizado de indistinções, como a que vemos entre os
diferentes tipos d eimagens e sons, que agora são dados interligados por algoritmos. Esta
horizontalizacao dos modos de existência, aontologia plana, aponta para o que latour chama de
Simetria.
Na prática, na antropologia, a Simetria parte do princípio de que, numa relação
etnoggrafica, não só o pesquisador produz um olhar sobre o nativo (que ele hama d eciência),
mas o nativo também produz um olhar sobre o pesquisador. Roy Wagner chama isso de
Reversibilidade, a capacidade donativo de produzir um análogo doconceito de cultura, que nada
mais é do que a precipitação causada pela reação de desconforto no encontro com o outro, lida a
partir dos meus porpiros hábitos e ponto d evista. Não faria o menor sentido chamar de cultura o
que éproduzido pelo nativo, já que este não compartilha do mesmo ambiente do pesquisador.
Mas podemos dizer que é um aálogo da culra (citar caso do Road Belong Culture). Tanto LAtour
quanto Wagner usam o os seus conceitos para tratar a relação ntre etnógrafo e nativo. Porpomos
uma extensão destas abordagens para pensa o processo de criação e exeprimentacao na
comunicação em rede: o prosumidor, esta fiura desenhada por Alvin Toffler é simétrico e
reverso, ou seja, é o consumidor que também produz, ouo produtor que também consome, ele
produzum ponto d evista, uma bordagme para o mundo, mas também é produzido pelo ligar que
ocupa. Esa aproximação me apermite caminhar um pouco mais, no sentido de chegar a uma
abstração maior, rumo a um modelo de comunicação.
“O meu equívoco sobre o outro não é o mesmo equívoco do outro sobre mim”. Esta frase
de Roy Wagner (2010) éo motor para o desenvolvimento d euma teoria perspectivista da ultura,
pelo anropologo brasileiro Eduardo Viveiros de Castro. Ele passei por Latour e Wagner, e se
inspira imensamente em Deleuze e Guattari, para criar um conceito que de conta da relação entre
antropólogo e nativo nas comunidades ameríndias, pesquisadas por ele. A ideia é que nativo e
pesquisador fazem parte de cosmos diferentes, portanto, nemse mpre, uma mesma palavra poe
significar a mesma coisa, nestas realidades distintas. O exemplo é o da “cerveja de mandioca”:
Viveiros conta a história de um nativo que encontrou um homem na floresta que o
ofereceucerveja d emandioca. Ele aceitou. Quando foi beber, percebeu que acerveja, na verdade
era sangue: quem havia conversado com ele foi um animal, que ele viu como sendo um homem.
Ou seja: ele foi capturado pela perspectiva do animal, ele o olhou primeiro e o capturou, ele
estava perdido, morto ou alo parecido, a partir de ent~ao. Um nome, dois significados: cerveja ‘e
cerveja para n’os animais humanos, mas para os animais não humanos, daquele especia
espeficicamente, cerveja ‘e o que n’os vemos como sangue.
A isto Viveiros de Castro chamou de Perspectiismo Ameríndio, uma teoria antropológica
consederada inovadora, justamente por, a partir de Latour e Roy Wagner, propor uma etnografia
não-interpretativa. Viveiros afirma que, no fim das contas, o equívoco é a condição de toda
relação social, abrindo espaço para a extensão do conceito de equívoco para asrelações
sociotécicas em geral. Propus, então, na minha tese, encaracar o perspectiviso como uma Teoria
da Comunicação, a Comunicação pelo Equívoco, o que, d ecerta forma, já havia sido apontado
pelo próprio Viveiros de Castro. Esta seria uma comunicação na qual a diferença não é reduzida
à identidade, ou seja, uma ontologia plana que respeite os modos diversos e por vezes
intraduzíveis de existência, e ao mesmo, tempo, em rede, já que a entrada, saída ou movimento
de um ator tranforma toda a configuração deste ambiente sociotécnico. A comuniaccao pelo
equívoco não é a comunicação por repertório: aqui é o que se diferencia que comunica, e não o
que tem identidade, o que cria repertório. Esta roposta d eteria foge do parão funcionalista
comum àsterias dacomunicação e ao meu ver pode ser uma contribuição notável para relevância
deste campo como ciência.
Exemplos da tese e retomando os que já mostrei

O qeuívoco faz parte da lógica da predação, conceito central na construção do cosmos


nativo ameríndio, de acordo com Viveiros. O único ser capaz de acessar outros cosmos, outras
perspectivas e voltar para contar é o xamã, por meio do que os ocidentais chamam de transe, um
tipo d einvenção diferenciante, para Roy Wagner. A invenção coletivizante é o que cria regras,
padrões, mais forte no Ocidente. O diferenciante é o que cria ranhuras, o que marca a diferença
total, sem reduções. Em todas as sociedades humanas há traços d eum e de outro. Na cultura
ameríndia, a marca é o da diferenciação. O xamã, diferenciando-se, consegue acessar e volar
para contar o que viu, sem reduzir a diferença a padrões, criando um relato não interpretativo, ou
assumidamente interpretativo, já de saída. Fazendo um exercício deeversibilidade e Simetria,
Viveiros aponta o modo de existência do xamã como uma análogo a um cientista, por exemplo,
que acessa uma perspectiva e tamb;em vai traduzi-la, criar soluções, desfazer feitiços, alterar a
configuração d euma rede.
Eu porponho enxergar o comunicador como um xamã. Na minha tese, especificamente o
jornalista, aquele que acessa os mais diversos univcersos, diferentes cosmos, na perspectiva de
criaruma um relato, uma tradução, a partir do que viu e ouviu. Mas por mais que ele se empenhe
em fazer uma ta=raducao honesta, não esta livre do equívoco. Até então, nos parece que éo
repertório que counica: opor isso é necessário crar manuais que definam de forma estreita a
linguagem, o homem comum, obart Simpson do wiliam bonner. Mas o que importa, para gente, é
pensar na diferença: enquanto o jornalista pensa estra fazendo uma tradução (na hipótese de
querer faze-la honestamente) darealidade, a mais legítima delas, na verdade está criando uma
série de equívoco, pis uma palavra pode significar coisas absolutamente diferentes, dependendo
“do lado do espelho”onde é dita. O jornalismo em euqívoco seri justamente aquele que mante a
diferença como diferença, sem tentaiva de redução.
Exemplos da tese

Conclusões
Para mapear estes equívocos porponho que seja usado o métoo de cartografia de
Constrovérsias, justamente a roposta de Bruno Latour para a Teria Ator Rede,como explicada
por André Lemos, com bons exemplos dealicacao na comuniaccao. A etnografia é o approach
para isso, como fiz em duas vivência etnográficas, uma no Rio de Janeiro, durnate Copa do
Mundo e Outra em Nova Iorque, no movimento Black LIves Matter. Acompanhei a rede em
torno da palavra jornalismo, nos dois lugares, tentado abri ao máximo possível este abito de
atuação, como propõe LAtour. Foi a partir disso que sódepois teorizei sobre o assunto, chegando
as conclusões que aqui apresento. Propoho usar este caminho para mapear outras redes
sociotécnicas nas quais o jornalismo, a publicidade, as relações publicas e a comunicação
estejam presentes. É preciso retomar as ciências sociais como inspiração e apontar no sentido a-
moderno, fundando uma perspectiva de estuds nas quais não haja separações entre as disciplinas,
entre os saberes, cumprindo o papel da comuniaccao como ciência ós-disciplinar, cmo porpoe
Muniz Sodré.
Traduzir é trair, não podeos falar em nome dos outros como se falássemos uma língua
geral, um tipo de esperanto que exclui, na construção do discurso, uma série de outros atores, na
tentiva que esconder controvérsias que apontam para caixas-pretas abertas, evidenciando todas
arede sociotécnica cmo um ente heterogêneo, em constante transformação. Mostrei isso no
jornalismo, que se constitui como o mais legítimo dos dicursos, por isso acabou excluindo, já de
sáida, desde a Revolucao Francesa,uma serie de vizes que noa tinham acesso nem linguagem
para acessar os seu meios. Agoracomeça a mudar, a partir dos exemplos mostrados, e estas
alterações, agenciadas por aparelhos técicos quepormovem a comunicação, entre eles otelefone
celular, reconfiguram a rede, abrindo caixas pretas o tempo todo. Que deixam à mostraa
fragilidade do jornalismo cmo conceito, como essência. Fica ai uma publicidade, ou reações
publicas em equívoco por s efazer, e outros equívocos ainda por se fazer também, já que esta é
uma proposta que retorna ao genciamneot coletivo’, aplicando -se a questões contemporâneas
como o aquecimento gobal, o terrorismo em rede, o vegetarianismo, as ocupações, como esta que
vemos aqui neste prédio, quando entramos. Fica a dica e a inha disposição em dar continuidade a
isso.

Caso – Santiago Andrade – controvérsia mor

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