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ffiffiis8,n

(...) the ara of N* Ì'ort and its environs


Notns may b lìakend to tb tbr spce of a fac-
,', :;::,,,;rl
l. No original, ÁavatÍes.N' T. tory. Regional plaaaing destnates Íáe best use
of this llor sra.cc- the rr-aper adjustment of
2. Commitee of the Regional Plan of New York and
its Enviroos, Regional Survey of New York a-nd ÍtÍezs to Its6.
its Environs, New York: regional plan of Ne*' 7. Jacob Riis, cirado por ÁIbioa F. Bacon, IVàat
Íork and i* environs,v. l, 1929,p. 3l: bad housiag Eeans ao tk cwauaity, Depart-
(...) The assignementof the land to the various ment of Social and PubÌb SeÍvice, Social Service
Bullerin n" 13. Bosron: ,lftÍicatr Utilitarian As-
As maquinariasinglesasdo conforto.
uses seemsto the superficial observer to have
been made by the Mad Hatter at Alice's tea sociaúon, 1910,p. 12:
party. fume of the poorest people live in con-
François Beguin
You can"t let rrlo.ple Ilrc à.}e pigs and expeas
venientlylmted slumson high-pricedLand(...) them to mal;e god üri-ãs- Tradução: Jorge Hajime Oseki
A stone'sthrow from the stock exchangethe Revisão:SuzanaPasternak
8. Jack London. 1903. Ii}3 people of the Abyss,
air is íÍlled wìth the aroma of roasting coffee; a
New Yor\, I{acmiüan- Chs:l..{ Booth, labour
few hundred feet from Times Square *ith the As grandespesquisas
stenchoí slaughter-àouses(...)Such a situation and lìfe of the pople a"i Lo*Jor- London, vol. l, de 1840-1850 tribuição dos poderes no seio do empreen-
outragesone's senseof order. Ever!,thing seems t9 8 9 , p p . 9 + 1 0 5. dimento3urbano.
9. Henry S<llier. "Les aipÈ:t-( soïïeau\ du proble-
Entre 1840 e 1845, duas grandes pesquisas
misp)aced. One yearns to rearrange the hodge- De fato, se a arquitetura aparece como um
foram efetuadasna Inglaterra pela adminis-
. podge and to put things wherethey belong. me de I'habirarion dans i= aAs.iomérarions urbai-
componenteimportante destesprogramas de
nes", La rie uràarne. n' 15. ar:-J 1923, p 86. tração pública sobre o que chamaríamosho-
3. Patrick Geddes,"Civics: as concÍele and applied je o habitat.r Denominação sem dúvida mal higienee de salubridade,estasempréé reduzi-
Sociology. Pan II", in SociologicalPapers,voì 2. 10. Ele obsena. a respeiroda ri:a de Cradock, Virgi- da às apridõesfísicasdas formas utilizadasna
1906,p. 95: nia: "it dos representú:4;e oforganized com- escolhidajá que o interessedessaspesquisas
e Justamentemostrar como o habitat se cons- habitaçâo e dos efeitos produzidos por esras
(...) even to recogníse, much Ìess treat, the munir-r'uâir'i ca:r tr: es*arsraC. in contrast wìth
titui, administralivae recnicamente,
como um Íormas sobreos fluidosou sobreum modo de
abnormal, we must knou' something of the the indef;rite evensior of :,?: rlpi'cal suburb"
(Arthur C- Come-v. \tan q, \Ã'ehrll', "Planned novo dominio de intervençãopolítica. E, por- distribuição de pessoase serviços.Efeitos cuja
normal courseoI evolution.
Communities". il .\arirlc,a ResourcesComitee, tanto, somente a posterioÍi que podemos en- particularidadeé seremelespróprios subordi-
4. Manuel Casrel)s,La questionuròaine,Paris. Fran-
Urbanism Coamitee. Su.{sc:*;ar_r' Report, v ol. contrar nessaspesquisasos primeiros desen- nados a outros órgãos de maquinaria urbana -
ço is M as pér o .1 9 7 2 .p . 4 4 0 .
2, Urban Pianning ard La-a: Policies, Washing- volvimentos de uma politica do habitat e is- os esgotos,o aparelhode distribuiçãode água-.
5. Léon Jaussell', "Avenissemen!",in RaymondUn-
win, L'érude pratique des plans de vl,[e. Paris: to n , D. C.. 1 9 3 9.p. 6l i . to porque as questõesque foram abordadas e estarem assim intimamente ligados às carac-
Librairie Centraledes BeauxArrs, 1922,p. IIl. ll. No originaì. enqueteuiri:rg-:air- N. T. e o tratamenlo que lhes foi imposto caracte- terísticas ambientais do objeto arquitetônico.
ó. Commitee of the Regional Plan of Neu York. 12. Claude Leti-Sr;auss. ki** r-rei-ruios,
Paris, PIon, rizam bem o que hoje, para nós, englobaria Entre estesaparelhose estesespaços,uma con-
RegionalSurrel', v. l, p 18: 1955,reedirionlülS. 196:. r. -ì{ó-347. uma política do habitat. tinuidade foi estabelecida,o que faz com que
Bem decepcionantespara quem procurava o habitat seja alguma coisa bem diferente da
grandes visões arquitetônicas da habitação, construção de habitaçõese bem próximo de
estaspesquisasreferem-semais à doença e à uma sériede normas técnicasque definemas
delinqüência,à água, ao ar, à luz e aos es- condiçõesgerais de habitabilidade. Não pro-
gotos, às formas físicasatravés das quais os c_uremos portanto nestaspesquisasum grande
fluidos e as práticaspoderàoser canáÌizados discursosobrea espaciaÌiãadê, tentemoì anr*s
e regulados;mas também o cruecusta tratá- ver como nelas novos saberes,novos apare-
los, assistí-los
ou reprimí-lose o oue cusra- lhos e novos atoresdefinemum novo resirne
ria reduzir estasdespesasagindo sóbre a sé- para o ambientedo pobre a partir dos corir;.r,-
rle de componentesfísicos que constituem o nentesmaismateriaisdesteambiente.Nào lir
ambiente do pobre. mos nos decepcionarsenão enconlrarmosuma
grande visão da cidade ou da casa e se. ao
, Nada degrandesprogramasarquitetônicospor- invés,pudermosver como categorias medicas,
tanto - nestaépocao habìtatinteressava pou- econômicase a aritmética reduzema cidade e
co aos arquitetos -. mas uma gigantesca a casaa dadospuramentetécnicos,a números.
empreitada2que visavaa reduzir o a-nibienrea
cladostécnicoscuja incidênciasobre o com-
portamentoe a doençafosseestabelecidaesra_
e, calculadaem seusefeiÍos e com- O preçodo desconforto
semprea esteoutro.modo de funciona-
do ambiente possibilitado pelos mais A montante destasinvestigações,
uma muhi-
progressostecno!ógicose pela redis- dão depesquisaspontuais
realizadasa partir do
,- } :
As maquinãÍiasingtesasdo conÍodç
Espry & Debst€6nq 34 - 1991

dinheiro em prÍì?tres egoístas: ele entra em devidos atualmente à própria doença e suas dos serviços que asseguram o funcionamento
fim do s&ulo XVilI sobre cidades e bairros conseqüênciasimediatas:interrupção do tra- de uma cidade, semos quais ela não existiria.
casaesgotado, aspira à tranqüilidade' tem ne-
evidenciam já o carâter vicioso de ceÍtos am- balho e perda do salário".ro No FirsÍ reporÍ
cessidadede repousar: a sujeira, a miséria, o
bientes. A úo se sorrtâm as nuúerosas infor- (Primeiro relatório), vários quadros compa- Ëste movirnento, podemos examinálo em vá-
desconforto sob todas as formas o cercam, ele
mações recolhidas graças ao esquadrinhamen- rativos dão forma a esta idéia bem concreta rios niveis: considerando sua dimensão técni-
direrentes aparelhos só desejaentão ir embora, sepuder".t ca , i sto é , e xa m i n a n d o so b r e q u a i s
t" ã*-póU.ço"t-pdos colocando frente a frente o cálculo das des-
à; ã s"gioiaaat social a partir dos O que diferencia claramente estas pesquisas pesasocasionadasdireta e indiretamente pela mecanismosr3ou quase-mecanismosse apóia
quais s€ afirmam czrdavez mais claramente as
"*iiád" daquelas realizadas na França no final do sé- doença e as despesasde instalação e funcio- a empreitada sanitária e de higiene e quais
ã.Oo *tt" apobrvz, a falta de higiene e a culô xvIU, no âmbito da SociedadeReal de namento do aparelho de salubridade.rr foram as conseqüênciasda introdução destes
àãá *tt" o áesconÍorto e as formas diver- Medicina, é esteperpétuo vaivém entre a des- aparelhossobre as normas de habitabilidade
sas Ae íeganaade e de imoralidade' crição de ambientes físicos viciosos e os pró- e a concepção de conjunto do espaço urba-
prios efeitos corporais que têm uma incidên- no; considerando sua dimensão politica já
Se a grande pesquisa dirigida por.Chadwick O habitat: um novo regime da economia que a instalaçãodesteaparelho supunha uma
õrfrit" a .èlação enre insalubridade e as òia sobre diversas engrenagensda economia
social.De um lado, o que produz ou favorece urbana e doméstica transferênciasensivelde responsabilidadeno
urás condições de habicação e nma taxa oe seio do empreendimento urbano e que esta
monalidâde elevada, uma baixa esperança a doença, a imoralidade e a ilegalidade' de
Uma vez passadas,cidadese casas,pelo cri- instalação era, enquanto tal, uma condição
de üda e a doença, sua originalidade repou- outro, os efeitos destascondutas sobre o equi-
vo dos números, pouco resta. E no entanto, necessáriada reforma da economia domésti-
sa na arenção dedicadaao custo econômico líbrio familiar, o rrabalho, os sistemasde as- :i
:,
se devêssemosdefinir o que torna possível ca pretendida pelos poderes püblicos.
r".i.t dó desconfono. "... Os fatos de- sistênciaou repressão,o exército' ,i
uma política do habitat, sem dúvida seria
"monstr:ìm a imponância política e moral des- necessáriocomeçarmospor levar em conta o
Com relação às descrições médicas anterio- 1*
tas consideraçôes,a saber: que os ambientes res. uma outra diferençaque pode ser notada próprio fato de ser possivel efetivar uma tal
fisicos insalubres deterioram a saúde e o es- Novos aparelhos para fazer ig
é a redução do ambiente a seuscomponentes redução. Por conseqüência,é necessáriole- iF
rado Í"rsicoda populacão; que' por isso mes- var em consideração operações teóricas que funcionar a casa
. ìl
mais técnicos:os esgotos,o sistemade drena- il
mo, eles agem como obstáculos à educação gem, o modo de limpar as ruas e coletar o permitam relacionar, cadavezcom maior pre-
XVIII havia reconhecidoa existên- i
e ao desençolvimento moral; que diminuin- iiro, a distribuição da água, as falhas arqui- cisão, as doenças de insalubridade e certas Seo século ,i
patologiaurbana, o que caracteri-
do a esperançade r-ida da populaçâo.operá- tetônicas."Em cada bairro onde a febre rea- formas de transgressão a alguns fatores téc- cia de uma
do séculoXIX é um desenvolvi-
ria adulta, eles interrompem o cÍescrmento parece freqüentementee se propaga' encon- nicos implicados na economiadomésticados za o começo que
das capacidadesprodutivas e diminuem o ca- iramos tegúlarmente um mau sistema de dre- pobres; levar em consideração também ope- mento sempÍecedentesdos meiostecnicos
pital úcial e moral da comunidade; que.eles que permitam o custo econô- vão permitir frear as doenças da insalubrida-
nageme água em quantidade insuficiente, pou- iações calcular
substitueo uma popuiação que acumula e Duchateletnotava, em 1824, a pro-
coi tarredores, um grande acúmulo de sujei- mico e social do desconfortoe operaçõesque de. Parent
conserra a instrução. que melhora consÌan- pósito dos novos esgotosconstruidosem Paris
ra; e eu observei isto com ral regularidade estabeleçam uma relação positiva em favor
temente, por uma população que é jovem, que habituei-me a apresenlar os fatos desta da prevenção. E preciso não esqueceras li- e considerados
por ele como os monumentos
iporante, crédula, apaixonada e perigosa, que souberam tirar mais úteis, "como é pequeno o número de
maneira. Se desenharmosum mapa dos lo- ções Chadwick e outros
como resultado de sua inclinaSo permanen- pessoas que refletem um pouco sobre as con-
cais atingidos pela febre e compararmos este da experiênciasanitária conduzida por mui-
de tal obra!. Porque esta obra es-
ï te à degradaçãofisica e moral".'
mapa com o ãa Comissão encarregadados to tempo no exçrcito.12Mas o essencialseria seqüências
nossosolhos,ignoramospor quemeio
que é traduzido ranro igual- esgotos,descobriremosque onde os esgotos a própria possibilidadeque se abre a partir capaaos
Custo econômico
uma ten- nossa saúde se conserva, como o ar que nos
de então, ao Estado, de reverter
i mente pelo cáiculo das jornadas de trabalho não passaram,a doença se espaÌhoubastan- cerca é respirável,por que milagre uma região
perdidÀ por causa de doenças como pelas re, inversamente, onde elespassaram.a doen- dência patológica e moral, acentuando seu
que era há pouco um charco infeclo seencon-
despesas das instituicões,5 pelascifras que me- ça é comparativamente quaseausente".' controle sobre os aparelhosda salubridadee
palácios e de magníficos tea-
:i
, dem o que cusÌa à sociedadecuidar das viú- da higiene para domesticar os efeitos e mo- tra coberta de
pode ser enunciado em tros, porque a causa de todos estesbeneficios
vas e dos órfãos. Sir James \{c Crigor' o Se o custo da doença dificar assim as normas de funcionamento
termos cada vez mais.concretos e mensura- da casa. estáescondidasob a terra; não pensamos1am-
diretor do Serviço \{édico do Exército, com- bém nos infelizesque dedicaram suasvidas a
problema
parando os méritos respecÌivos dos recrutas veis, a própria saúde torna-se um
que podemos controlar com a aiuoa De modo que se o habitat não diz respeito essasobras,porquenão os vemos.porquenâo
originários das cidades e do campo' estabele- técnico em primeiro lugar à construçãode casas,do- temoscom elesnenhumarelação...;enquan{o
sanitários.
cerá um balanço amplamente positivo em fa- de engenheirose artefatos mínio que há muito tempo caia sob a esfera que com relação às fossas de nossashabita-
vor dos ultimos e sublinhará a pouca resls- pesquisas, uma vontadq legislativa, é porque o habitat diz respeito ções, nós sentimos melhor do que ninguem
No horizonre destas
tência e a inferioridade fisica e moral dos de atacar as causase nâo os efeitos' a toeta mais ao modo pelo qual quer-sefazer funcio- ianto os inconvenientescomo asvantagens".ra
soldados recnrtados nas cidades.6
l.'
de oue é melhor prevenir do que curar ou .nar a casa, os aparelhos, as competênciase As idéias implícitas na organização salubre
, O cu*o sociat do desconforto, sobre o qual reprimir, e a ceneía de que os investimentos as fontes de financiamento que esta emprei-
da casa e de seu entorno são simplese, para
poderão ser realizados para melh-orara tada deverá mobilizaf .
,;,in"is*irao as pesquisasposteriores, é a desa- que alguns, conhecidashá muito tempo - drenar
.grçgâção das familias, a dissolução da saluúridade e desenvolvera higieneserãofar-
manrgaqe",' de nao!-
hábi- tamente recuperados por outro lado, sob.a Para situar esta tarefa, é preciso recuar um a ãgua estagnadaresponsávelpela umidade
Àttunanidade".? o cescnvolvrmento
desenvolvimento oe .pouco.Porquese,deum lado,estaspesquisas das habitações,distribuir água pura a domi'
d t€od€nciâs anti-sociais. "'A influência ióitnà a. um'ganho em saúde e uma aptidão
da arjeira e do desconforto nunca foi melhor ao trabalho. "Ao invés de novos
tm- ser vistas como o ponto de Partida cilio e organizar a evacuação das âguas servi-
levada em consideração. Esta poìioiO"ttin"dos a melhorar as condições
de uma política do habitat, por outro, pode- das. tornar mais eficazes os métodos de lim-
q.iâ é anü-social no mais alto grau, o 'nãúìi"çao, o sistemade esgotosea Ylubrida- também considerálas como um marco do peza de ruas e coleta do lixo, garantir umâ
e
gflc€çáyd de sua casa é uma das causas de dai casas podem ser consideradoscomo histórico onde convergem processos circulação tão livre quanto possível do ar
pnduz um homema gastarseu ..iãs qut *.ititem reduzìr os custos etevados amplos de redistribuição e reorganização da luz. O que faz a originalidade das conce-
41
i:, ,
Espaço& Debabs no g4' 199Í
As maguinariasinglesasdo conïortò
pções d€ salubridade que s€rão desenvolvidas dáveis, que serão, por sra vez, responsáveis mecanismoscanaliZam fluxos e mantêm nos_
por odores Íerriveis erâlados..."-17 junto de pontos de apoio naturais
na primeira metade do seculo XIX não são s.asaúde. O habitável então não tem mais da consrru-
portanto c principios que, em essência,per- çao. Lrllerentementedos planos utilizados no
Dedicando aliás a rodos os deralhesdesta ma- limites naturais e sim limites técnicos,econô_ passado,e que serviam sòbrerudop"r.
manecemos da reflexão dos médicos do sécu- micos e políticos. i.eu-
lo XVIII, rniui seu investimento em grandes
quinaria um espaço coasiderável - cálculos a lamentar alinhamentos,pu.. .ir.u'n i.i.u.? -o
obras obcdecendo a uma nova lógica da salu- respeito da velocidade da água nas canaliza- desenvolvimentodas construções,ou ainda
Outra conseqüência importante: a redefini_ vezespara às
bridade. Assim, não é mais ao arquiteto que é ções, a forma e as dim€osões dos dutos. os certostrabalhos de embelezamento_
diversos procedimenroe de fiÌtragem e de dis- ção dos modos de apreensãodo espaçourba_ funçõ^esnegativas ou ornamentais
confiada a tarefa de extrair, a partir de sua no e do próprio desenhourbano qüe vai ope_ modjfica -, o lui"ãy
própria experiência e das lições de Vitrúvio, as tribuição de água sob pressão -, e$as pesqui- o regime geral da construçâo inscú
sas não permitem duridar da imponância ca- rar sobre uma basede informaçõèse de con_ venoo-a
num novo
normas que devem orientar as construções,
pital que assumem.n€$ã epoca, estesnovos dições necessáriasao funcionámento ótimo nentes geológicos ambiente feito de compo-
nem mais os habitantes seriam obrigados a e órgãos tecnicos. São as
órgãos, na gestào do s..?a;o urbano e, em destesnovos órgãos. Um dos pontos sobre oi JÌrnÇões positivasdo survey, o faro de que ele
realuar certos atos de limpeza, como ainda quals os engenheirosinglesesmais insistem
era o citso no fim do século XVIII (varredura particular, no funciona*:nio da habitação. dá a todos os construtoresuma sériedelnfor_
Não se trata someaÌe da qtiensão deste dis- refere-seao_papelessencialque devem ter, de mações
e lavagem das ruas, por exemplo), nem se úteis à economia da construção,que
positivo, dos recursos e;noìógicos e econô- agora em diante, os dados topográficos em fazem
tratava de deixar aos pequenosofícios (de car- dele uma configuração mais o'pe.aüã_
micos utilizados nã sua con;epção, da possi- todos os rrabalhos ligados à-iníralaçâo do nal oo que
regadoresde água, de removedoresde lodo, os antigosplanos.
bilidade, que se abrirã po: ssu intermédio, de sistema sanitário. As funções conferidas ao
de limpa-fossa) as tarefas que sempre fizeram. surveysãomúltiplas. O conhecimentodas cur_ P.or um
No séculoXIX, uma nova lógicade saiubrida- atingir o habitante Fala alem de [mites ina- outro lado, reduzidaa dadosgeoló_
vas de nível e das principais linhas de drena_ grcos
de seimpõe" Esta lógica tem a parricularidade cessíveisaté então. ma-<também o desafio e Í.ecnlcos,a densidadehistórica dl ci_
que está no fund*mmtc ri:sta empreitada. gem natural devepermitir organizar com maior
de ser ao mesmo tempo inspirada pelasgnan- dade entra em curto-circuito, o apelo aos da-
São todos estes farores o_uerecolocam num eficiênciae maior economiã a drenagemarti_ dos sensiveis
des obras da Roma Anriga, pelasdescoberras fjcial, uma.complementandou outral suprin_ fica descartado,o irbano fica
de Harvey sobre a circulacâosangüíneae pe- outro nivel de e:iperiet;ia c' que foi tratado banalizadoem benefício de novas configurà_
no passado,seja po: .'orFanhias. seja atra- do suas faÌhas. Além disso, por ocasiã-oda
los mais recentesprogressosda tecnolo,eia. ções operacionais.
vésde pequenosofício: sda p:ópria população. abertura de novas ruas e graçàsa tal projeto
"o engenheiropoderá imediatamentj tomar Esta dissolução
Rendendouma inreressantehomenagemà Har- da cidade em beneficio de
vey: "a descoberta feita pelo imonaÌ Harvel' Quanto à imponância *ioôaì destesnovos dis- conhecimento da declividade e das caracterís_ uma concepção
do urbano como meio, onde
positivos no pensarneülourbano da primeira ticas do terreno e verá quais as linhas de se entrecruzam
da circulaçãoque opera no corpo dos indiví- os órgãos da maquinaria ur_
metade do século XL\. nai.a inelhor para ava- drenagemmelhor adaptadàs',.reIgualmente, oana e os
duos nos preparou para admitir uma desco- componentesfisicos de um terreno.
liáìa que quando engenb*lros tàiam em "be- com base nestasinformações, serão orienta_ parece.ter
sido freqüentementenegligencia_
berta tão rica e análoga: aquela da circulação
leza" a propósito riexe sisi:ma circulatório das as.canalizaçõesde água e gás. do. Sobretudo na França, onde oJ giancles
que se opera no corpo social",rr F. O. rÀ'ard euanto
aosdados geológicos,cuja impoitâncià e su_ trabalhos
ou de pintoresque. coúo Join \{artin, o ilus- haussmannianosdeslocarami aren-
condensounuma imagem,resumindobem suas blrnhada muitas vezes,eles servirão nâo so_
trador do Paraíso pe,tüco cie \{iìton, dese- ção para as obras monumentais,que não pa-
caracÍeristicasmaiores,o sistemasanitário ur- mente a todos os trabalhos de viabilização. recemcaracterizar
nham mil projeros de :a:aiüacÕes de água e com mais pertinênciao que
bano: "sistema cuja baseessencialé uma cir- mas tambem à consrruçãodos novos eáifí_ constitui
esgoto para a cidaci: c: l-onires, atraindo o a originalidade do urbanismo nìo_
culaçãoincessantede água: água pura que clos: "A escolharacionaldo terrenode uma derno.
público a invesrir na-. que eles Mas é preciso se perguntar se o urba-
chegaà cidade e água servidaque, em movi- --.:n:anhis-s
próprios organizaran. ;crni e líetropolitan nova construçãoé tão dependentedo conhe_ nismo
mento perpeluo, sai, rambém, da casa e da haussmanniano,pela própria impor_
Ser.rzgeÌvíanure Cori:_:a::,:tCompanhia Me- clmentoque se pode ter dos dados relativos tância que
cidade sem ter engendradocloacasou reser- arribuiu ao espetáculo;nãofoi, na
tropolitanade Esgo:*. : Esi::.'os).is as tormaçõesgeológicase das facilidadesque ongem.
vatórios que sâo, como já assinalamos,for- uma dupla confusão.
elaso,erecem, que o geômetra deverá recor_
mas congênitasde estagnacâopestilenra".ró As conseqüôncias ciesie.i-ervolvimentos téc- rer ao geólogo a fim de completar seu plano Uma primeira
nicos são importan:ei : l-ri.-por r'áriasra- confusão liga-seà imagem es_
a esterespeito".20para o arquiteto, a uiilida_ petacularque
Foi desenvolvendoconcepçÕes cada vez mais zões. Por um lado. a-. :o:lì-'òes de habitabi- Napoleâo III e Haussmãnnde-
próximas deste modelo que os engenheiros lidade não estarão rnai-. ci:;unscritas pelas de maior destesdados será poder óonsiaeiãr ram
a obras.sanitárias que, em outros luga-
oe antemão ',todas as futuras relações da res,
inglesesconvocadospara as pesquiias preci- caracteríslicasde urn iar=-: s:a-<não remetem e na lnglaterranotadamente.foram re:i_
poder
saram as modalidades de aplicacão do sisre- mais às qualidadesd: us. so-"r.de um clima, 1.r3"'' g assimajusrarseu p.ojero aos lizadas independentementede qualquer pro-
cladostecnicose geológicosdo.ambiánre. cura por efeitos visuais e mesmo sem aoelar
ma sanitárioe sublinharam'ainrerdependên- nem a uma localizacão cie-r;:isas, dos bairros
cia dos componentes:..euando um sisrema e das cidadesnum eniors.o quaìirarivamente Frentea tantaspossibilidadesabertaspelo sur-
para nenhumdado sensivel.portanro. o que
assumesua função, um outro deve comole- diferenciado. A pani ci!ì se:ulo XIX, estes faz a originalidadee a modernidadedas cón-
veysó podemos estranhar que ele não o"up.
mentá-lo, e a utilização da água, mesmo ior- principios de localiza€o e de disrribuição, cepçõesurbanasinglesas- esta ruptura com-
um melhor lugar nas históriasdo urbanismo.
necrdaeItrgrande quanridade,será limirada e que tinham no século pre-'red:nteuma grande Dleta com o sensível,tanto ao nivel dos mo-
talvez pela razâo negativa de que com ele
re$nta por todo problema relativo à sua eva- importância, deram luga: a principios teóri- tivos que decidiram estas obras sanitárias.
;'desaparècetooã uú-íõte de dados sensíveis quanto a
Saçâo. Sua udlização como insrrumenro de cos e técnicos referemes à gestào dos fluidos. nÍvel dos meios empregadospara
evacuação dos dejetos graças aos Não habitamos, ponaÍxo, rneis em um lugar !u.,.por muito tempo tiveram um papel não atingi{as - é mascaradana Fránçá, por uma
W,e ciável nos trabalhos de planejamento procura de visibilidade
1v.- e*a úrÍetamente ligada ao estado dos definido pela proximidade de um charco ou
qTos guiandoassima implantàçãoáascons- ca que mais de ordem arcai-
' de evacuaçâo. Se estesdutos esrâo mal de um hospital, pela direçao dos ventos, pela moderna. A oútra confusão Drovoca-
dol mal ssn511r16os Não somenreo surveypérmite, inde- da pelas obras
?@pt ou mal enterÍa- alternância das estaç-Òes c crrhuras, pela pas- :nqentementede todo contato sensívelcom próprio hausmannianasé que, pelo
. dooqg so[o,um fluxo suficiente fato de suas dimensõesespetacula-
nã; ;ã;;;r sagem de meteoros. pei;ascaracteristicas do
..,qT?oq da& que as sujeirasse acumularão céu ou pela dessecaçàorit um lago; habita- le-rleno,a implantação de um edifício e (...) res, freqüentementetendeu-sea somente re- :
$ej.proje-to, mas ainda, eliminando tòdó gistrar
obstruçõesdesagra- mos formas técnicas Do inlerior das quais seusefeitosnegativos:demolições,des- i
sensivel,permiteutilizar um con- truição da velha Paris erc...
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Esp4o A DebaFs ôo 34 - ï991 " ,t '
As maquinariasingtesasOàcor*úo

O que oão foi mtão notado é gue esta perceP Novos atores Evolução que possui também um caráter eco- tavam mais limpas e que as doenças eram
çâo sô nostraüm aspecto menor e quase mar- nômico, pois quanto mais o investimento é menos freqüentes. Uma outra vantagem foi a
ginat do urbanisoo moderno e que o urbanis- Apenas seguindo o movimento mais aparen- pesado,mais o Estado tende a ter um papel supressão dos amontoamentos de gente em
mo moderno Dão nasce com estes avanços' te, nota-se que o desenvolvimento do apare- maior no seio da empreitada26 vo l ta d o s ch a fa r i ze s p ú b l i co s. Em
urbana, visto
mas com as tecnicasque permitem compreen- lho de saneamento somente se opera se um que dispõede facilidadesfinanceirase poderes Newcastle-on-Tyne, onde há chafarizes e on-
der e quantificar certos fenômenos urbanos, número imponante de serviços tradicional- que os grupos privados não têm. Na épocadas de as mocinhas são obrigadas a se espremer
fabricú novas imagens da cidade, captar e mente assegurados por pêc;uenos oficios ou pesquisas,os principios sobre os quais estava entre desconhecidos, o resultado é
distribúr âgva, organizar a drenagem' mas pelos próprios habitantes for assumido por baseadaa intervençãodo poder público eram degradante".2sPor outro lado, os pesquisa-
também iluminar as nras, vigiar os habitantes novos atores. Numa primeira etapa, trata-se de três ordens. De ordem técnica: somenteo dores analisarão as vantagens deste dispositi-
etc. Deve-se,portanto, pergunar se' de fato, freqüentemente de companhias privadas que Estado era capaz de coordenar os diversos vo (água corrente) em relação ao sistemàclás-
a história da cidade, Paris, Londres ou Ber- obtêm ou pelo menos procuram obter mono- setorese os diversosórgãosdo sistemasanitá- sico dos carregadores de água: ..a casa fica
lim, não foi muito freqüentemente confundi- pólios e, numa segundaetapa, do Estado que rio. "A questão da drenageme a questão de expostaaos carregadoresa qualquer hora do
da com a história do urbanismo, abrindo as- mútas vezessubstitui as companhias priva- aduçãode águasão... tão dependentesuma da dia, eles podem se ligar aos empregadose
sim a possibilidade de uma leitura negativa da das e torna-seo principal gestor destesserviços. outra que eu não posso compreendercomo é assimseapropriar das sobrasde comida,quan-
história urbana. Para evitar uma tal confu- Esta evolução assume um aspecto técnico, possivel encaráìas separadamente;o estado do não servem como intermediários de cor-
são, nos peÍÌsamosque é preciso distinguir econômico e político. Não se pode, a princí- das vias, assim como o que custa mantê-las, respondênciasproibidas. Eles lotam as ruas
mais claramenteo desenvolvimentode um sa- pio, encará-laindependentementeda sua di- dependemde tal maneira de uma drenasem para a inconveniênciados transeuntesassim
ber e de uma tecnologiado urbano, a partir do mensãotécnicajá que a transferênciade res- eficazque há, ao nível mesmodos dadosTísi- como as escadariassão constantementeper-
fim do seculoXVIII, dos seusefeitossobre a cos do problema, uma razão evidente para '
ponsabilidade é freqüentemente favorecida pe- turbadaspela sua passagem..."2s
materialidade urbana encarada em sua densi- lo desenvolvimentode aparelhos que inter- combinar tudo como uma só direção".2i De
dade histórica e seu contorno sensivel. ordem econômica:estacoordenaçãodeveper- A reorganização de um serviço permite aqui
vêm na economia de um serviço. A tendência
mitir reduzir o custodo financiamentodo aoa- operar uma reforma sensívelnos hábiros do-
à mecanização. que é geral, não se manifesta
Por todas estasrazões, é ainda interessante semque intenenham novas competências,no- relho de saneamentoe conseoüentementê mésticose extra-domesticos:são favorecidos
o gestose hábitos cujos efeitos sobre a preser-
notar que se, mesmo na Inglaterra.o desenho vos saberes,novas fontes de financiamento. preço dos serviçosoferecidosaos habitantes;
urbano não é externo à empreirada de sanea- sem esquecerque o Estado dispõe de capitais .vaçãoda saúdesão constatados,conrola-se a
mento, nunca é em relaçãoa uma procura por No que concerneà concepçãomesmade salu- com taxasde juros menores.De ordem políti- circuÌaçãodas pessoasprivatizando a circula-
efeitosvisuaisque ele se transiorma, mas sim bridade,é possívelnotar que se, na primeira ca enfim: só o Estado dispõe do poder neces- ção da água. Enquanto a antiga polícia urba-
em relaçãoeslrita com um conjunto de dados metadedo séculoXIX. os médicoscontinuam sArlopara lmpor aos proprietáriose aos cons- na visava sobretudo à vigilância das práricas
técnicos e econômicos ligados ao modo de a ter um papel importante no desenvolvimen- trutores novasnormas de saneamento. e funcionava sob o regime do proibido e da
funcionamento deste aparelho. Por ocasião to de uma nova sensibilidadeem relação ao tolerância, a nova polícia investesempremais
das pesquisas,um engenheiro,\\'. Butler, ao urbano e às habitaçõesem particular, são os Compreende-seagora melhor porque o nas- no interior dos dispositivostécnicos, onde o
ser convidado a emitir sua opinião sobre a engenheiros.contudo, aqueies que são res- cimento do habitat como domínio de inter- controle e o funcionamento dos serviços ne-
maneiraconvenienÌede organizara futura ex- ponsáveispor trazer uma respostaprática aos vençãopolítica traduz de fato a mudança pro- cessáriosà existênciados habitantestendema
pansãoda cidade,dirá: "eu ptnso que o plano problemasdesencadeados pela falta dehigiene. funda de um largo setor da economia urba- tornar-seuma só e mesmacoisa.
de sir Christopher \\'ren para a reconstrução Por isso, é do saberdelesque dependeessen- na, todo um processode reorganizaçãodos Nos anos 1840e 1850,um modelo permitia
de Londrespode servir de exemplo.ilustrando cialmenteo novo modo de gestãourbana que serviçose rediitrìbuiçâode respõnsabiiidades. pensar as condiçõese os efeitos de uml re-
as vantagensde uma planiiica:ão racional dos se esboçanÈsiaepoca: "As grandes medidas Considerandoo habitat anenassob a forma forma das práticas domésticaspela melhilria
subúrbios e dos novos bairros. Ele permite de um empreitadavisando a construçàode do conforto das habitações: e aquela pro-
de prevenção - a drenagem, a viabilização
reduzir distânciasinstaurando um sistemade casas,perde-seportanto o essencial,este no- posta por alguns industriais e agricuhores
das ruas e das casasgraçasà água e à melho- in-
comunicaçÕes por vias diagonais.E estasvias vo regime que se impõe a toda economia ur- gìesesque, há mais de um século,explora-
ria do sistema de esgotos, a adoção de um
diagonais, penetrando todas as zonas cons- bana e aos serviçosque intervêm na econo- vam o habirat.
sistema mais eficaz de coleta de lixo - são
truídas, facilitam a circulacão dos ventos e mia doméstica,em particular. E pelo canal
operaçõesque recorrem à ciência do enge-
dos raios benéficos do sol".:3 Nos anos destesnovos serviÇosque o Estado vai se
nheiro e não do medico, que tinha cumprido
184G1850,enconÌramos por roda parte esta apoderarda organiiaçãó das práricasdomés- O conforúo: uma disciplinâ
sua tarefâ quando assinalouquais as doenças suave
exigênciade adequaçãodo desenhourbano à que ticas e saberconduzÍ-lasna direcão deseiada.
resultaram de carênciasneste domínio e
lógica desteselemenÍos - o ar e a luz - e dos Assim,no momento em que os'pesquisaãores :
quando alir-iou o sofrimento das viÌimas".2a
condutores deelementos- canaìizaçõesde água inglesesrefletiram sobre ãs vantaeensde uma A experiência dos .
e esgotos - sem esquecero fluro de pessoase Como conseqüênciada importância crescente distribuição de água sob pressão,a domici- empregadores-senhorios .1
veículos. Se, de um lado, o piano de Wren que tomou o aparato científico no funciona- Ito, as incidênciasdesta técnica serão avalia- lÌ
permite conjugar harmoniosamenteas exigên- mento da cidade, numerososoutros atorestam- das sob um duplo ponto de vista. De um O que agricultores e industriais inglesesdo
cias de salubridade e a comunicação, de ou- bém sãosubsrituídospor engenheiros:"os tra- lado, eles procurarão medir a influência da séculoXVIII e começo do séculoXIX desco-
j
.!ro,_o-survgy permite con ugar os componen_- balhos de drenagem são muito freqüentemen- agua corrente sobre os hábitos domesticos: briram e que outros vieram a perceber no
tes fhims do soto e o regimãda construção.E te consideradoscomo não podendo mais se' Em que os hábitos dos operários foram in- momento das pesquisasé uma prática que
a autonomia deste modo de gerar formas ur- rem aprimorados pela aplicaçaode princípios pela introdução de água corrente consisteem assegurar.amoradia para os em-
em reliaçãoà cidade histórica e sensivel científicos, e de fato caem em mãos de comer- suas casas?Em Nottingham, a melhoria pregados,prática que já era amplamenteco-
r$Êreoe ser Botada, ainda mais que esta ciantese outras fontes interessadas,na maio- asseiopessoalfoi a principio muito clara, nhecida em publicações do tipo "relatórios
gra se relaciona com as grandes obras de ria das vezesincapazesde conceber ou execu-
constatar de maneira evidente nas para melhoria dos pobres":0 a que numero-
introduzidas em volta das casas. tar o trabalho de maneira realmenteúti1".25 , Os médicos relataram que as casas es- sas obras fazem referência, John Aikin. em
jiï
r45
.. r-.
Espaço& Debdes no 34 - 1991 As maquinarias
inglesâsdo conÍono

seu estsdo sobre a região de Manchester, re- nem distinção individual foi feita, nunca fo- em que se tem o domínio sobre certas se- objetos que oferecem um domínio sobre sua
lata que Robert Peel, um estampador de te- ram consideradascomo intrusÕes;geralmente qüênciasde seu modo de satisfaçãocorporal, vida, de modo que torna-sepossivelcontrolá_
cidos de algodão, que utilizava técnicas de anunciadascom uma semanaou duas de ante- este indivíduo poderá muito bem se tornar o la por meio deles. O conforto é destinadoa
produção as mais modernas, tinha construi cedência, provocam uma competição interes- melhor vigilante de si mesmo. Tais foram em reformar a economia do bem-estar,não proi_
do casaspam seüsoperários "formando ruas sante entre aqueles cujo móveis ou roupas de todo caso as lições que foram partilhadas, bindo, nem reprimindo, mas substituindôum
que têrn ã aparência de uma aldeia".3r Em c:tma estavam em melhores condições..."34 antes mesmo do fim do século XVIII, pelas modo de satisfação corporal cujos instrumen_
Blanchard, em Northumberland, os Crewe, associaçõesinglesasinteressadasna melhoria tos e efeitoseram incontroláveis,por um bem-
em1752, construiram uma aldeia modelo pa- Em 1842,W. Cooke Taylor sublinhara a efi do conforto dos pobres. "A livre proprieda- estar cujos meios de produçâo e os efeitos
ra seus empregados, onde os Quakers cuida- cáciado sistemaelaboradopor H, Aschworth. de dos cottages e dos jardins não somente possamser controlados e utilizados.
yem das escolas, das lojas e do seguro-doen- "Os operários me disseram que a autorização tende a fixar os proprietáriosà sua terra, mas
para alugar w cottage era considerada um também é a melhor segurançae melhor ga- Duas anedotasrelatadaspor médicosdurante
ça. Entre 1745 e 1845, mais de 150 novas privilégio e um favor e que de fato era uma as pesquisasdão uma idéia bem concrerades-
aldeias aparecem na Escócia. Morrisron r a n t i a d e s u a c o n d u ta ".3 6
(1790-1796),outra aldeia modelo, foi obra de reconipensaao zelo, à honestidade, ao come- sas duas formas de bem-estar.O primeiro{r
dimento e que todo locatário acusadode vicio nos conta que uma mulher cujo serviço era
um industrial, sir John Morris, e de um en-
genheiro civil que trabalhou sob suasordens, e imoralidade era imediatamentedespejado" .35 vender legumescaiu doente um dia e preferiu
Do conforto selvagem ao conforto
William Edwards.A aldeia foi construidaten- sublocar a metade do leito que ela ócupaua
Como obsen'ará mais além W. Cooke Ta- civilizado num quarto onde já moravam a proprietáriae
do por base um plano em xadrez e previa o ylor, a eficácia de um tal sistema repousa,
loteamento padrào dos terrenos a construir. vários outros locatários,a ir setratar em um
antes de mais nada, no duplo vínculo que "Visitando e examinando numerosas cida- dispensário.Esta pequenahistória
Os terrenos e o direito de construir habita- populares, nos permi-
sujeita o empregado a seu patrão-senhorio: des tanto no curso das pesquisas te compreenderduas
coisas: primeiro, queuma
çõescabiam piiorirariamente aos melhoresope- "O interessedo proprietário quanto à saúde, promovidas pela Comissão de Saúde, como
categoriacomo o encortiçamento
rários; os "récni:os superiores"beneficiaram-
à moralidade e à prosperidadedaquelesque em outras ocasiõesanteriores,notei como os fato essencial: possibilidade encobreum
se de terrencs maiores "que deleriam ser su- a de se reduzir
empregaé evidentee imediato; a maioria dos hábitos morais, as condutas domésticase o sempre gasto
ficientespara criai uma vaca"; alem disso, a o de um aluguel; mas também
trabalhadoresse liga a ele como empregadoe comportamento do conjunto dos pobres são que o
aldeia dispunha de rede de esgotos.32 "desencortiçamento" tende a tornar
como locatário, duas partes de seu capital influenciadospor seuentorno imediato e, an- impossível
uma tal tática, individualizandosem-
são invesridasem cada familia e toda injusti- tes de qualquer coisa, pelo conforto e des- pre cada vez
Henri Aschs'onh. um industrial entrevistado mais a moradia, aumentandoao
comeridana fábrica tem repercussões ime- conforto...".3e
duranie a enquetede Chadn'ick, expiicou co- ça mesmotempo as responsabilidades do locatá-
diatas na locação do cottage.36
mo foi levado a se interessarpeia moradia de O que deixam antever as pesquisasinglesas rio e osefeitosde suadoençaou desuapreguiça.
seus operárics. Ele disse que sobretudo no O que dá um caráter extremado às experiên- são as mil facetas de um conforto corooral Robert Willis, que nos conta outra
anedola.
inicio da era indusrrial, aquelesque se lança- cias de Ne*-Lanark (1800)e Mellors (1787)é "selvagem": o calor do encortiçamentoe do foi entrevistado pelos pesquisadoressobre o
ram na inriústria do algodão só dispunham terem querido multiplicar ao infinito os vín- confinamento, as drogas e o álcool, a vadia- horror que os pobres tinham em relação
às
de um capital reciuzido que eles investiram culos suscetiveisde consolidar a solidarieda- gem pela rua, a promiscuidade,o anonimato correntes de ar frio.
Depois de reconhecer
prioritariamente eal máquinas. As famílias de dos operários em relação à empresa de das lodging-houses (pensões),a preguiça que que os pobres tratam cuidadosamente
de evi-
atraidas peìa es;,e:ancade um emprego se seuspaÌrões. R. Owen fez construir em New- elegea sujeira mais do que o esforço. Ima- tá-las diz: "Meu veÌho mestre".
dr. Gresorv
amontoavam enràc onde bem oodiam. como Lanark não somente habitações, mas tam- gem negra para tbdos aquelesque, desconhe- de Edimburgo, quando
visiravaos pobrei co-
podiam, se-cuniuo que havia na vizinhanca. bém escolas,lojas, igrejas, salões de dança, cendo os hábitos do pobre e suas táticas. só meçava sempre sua consulta quebrando
um
Aconteceu que proprietários locais construi- salasde leirura, de artesanatoe um instituto vêem a miséria e deìerioracâodos coroos. ou duasvidraçascom a
bengala...".arE pre-
ram então moraiiias de aluguel: "em tais oca- para a formação do caráter onde sem dúvida Para os médicosque enrreianroconfesìam ferivel o ar frio vindo
jamais ter escutadoalguémsequeixar - ..qual- de fora ao calor do
siões, a considr;aiào que prevalecianão era aplicava-sea teoria segundoa qual "o cará- apinhamentoe do confinamento, porque nãc:
a melhoria da saúde e do confono dos ocu- ter é formado para e não pelo indivíduo, e a quer que seja a miséria e o desconforto do-
somenteeste calor prejudica a saúdee a mo-
pantes, mas a possibilidadede construir um sociedadedispõe méstico, eu nunca ouvi uma só oueixa em raìidade do pobre como
agora de meios e poder su- também não cria a
maior número de corrage.s possivelcom o mí- ficientespara formar, como convém, o cará- dozeanosde prá1is6"ro- os efeitosàesrecon- necessidade de nenhum dispositivotecnicooue
nimo de terreno e despesas".J3 ter de cada um".37 forto selvagemsào, sob rodos os ponros de possibiliteo domínio
sobre sua vida.
vista, negativos.Nào somente,dizem. por-
Mas, diz H. Aschuorth, tais casasnão podiam Afirmação cujo discreto cinismo coloca bem que estesartifícios desagregamãs relaçõesso- lnversamente, o conforto civilizado propõe
nunca se tornar confortáveis e qualquer que em evidência um dos desafios que pareciam ciaise familiares,maisa'indã,os pobrei, trans- um modo de satisfaçãocorporal cujo princi-
fosse o salário dos ocuoantes estes últimos animar estesprimeiros programas de habita- formados em seresletáreicosou doentes.tor- pio fundamental é a troca. Trocas afetivas
preferiam os bares a suâs casas; sem contar ção popular. Programascuja importância de- nam-selogo incapazesd-errabalhar e devem, no interior da moradia familiar, trocas eco-
que nada era feito pela educaçãodas crianças. veria se situar no nivel do que eles permltl' Itortanto, ser mantidos pela sociedade. nômicas visto que o crescimentodo bem-es-
Nos anos 1830" H. Aschworth propôs, por ram aprender sobre as reações do pobre em tar domésticoe sensaçõesresultantessão sen-
€sÍasrazões, nofiìs casas,melhor construídas, relação a diversos meios de pressão. Tudo O que visa o conforto que se deseja instalar saçõesúteis. Pouco a pouco, pensamos,o
a 6eusempregados,e comparandoas antigase faz pensarque estashabitaçõesexperimentals na vida do pobre, melhoiando suascondições bem-estarcorporal torna-se indissociávelde
as nov:ui habiraçõesdo ponlo de vista de sua funcionaram como verdadeiros laboratÓrtos moradia, é reverter esta duola tendência. uma vida em família, e a própria familia as-
inÍluência sobrea saúdede seusmoradorese de psicologia onde se aprendeu que, entre o de outra maneira. reuertei o sentido das sociadaà idéia de um óasalimpa e bem equi-
da eoonomia doméstica,eleexperimentou con- outras coisas, para controlar o compoúamen- curvasmateriaisque, no seu ambiente, pada, esta casa vai se constituir no indutor
nte as vantagensde umas em relacão a to de um indiúduo, o mais eficaz dos instru- como ladeirasonde ele sedeixa escorresar principal de múltiplos prÍrzeres regulados e
l'Estas visitas periódicas foram repeti- mentos não está necessariamente fora dele; t certas satisfações corporais; fazer cõm fortalecer aquele que, numa casa pobre, as-
flc en aoo e como nenhuma seleção, dito de outra maneira. a Dartir do momento a procura por estassatisfaçõespassepor pira a üver melhor. "O marido vê suamulher

47
As maquinarias
ingles:sdo onforíó
EspP & Debae no 34 - 19Íf1

pos- na medida em que o espaço e as técÍIicasque que são propostos para produzí-lo; um con- primeiros a, ressaltar, quando deÍïne o que
e sua família melhor insalados que antes' trole político visto que, passandopara o cam- torna uma habitação popular cômoda, .,õô-
permitem assumir tal recusa tendem a desa-
ú ua" ca." e um jardim mais agradáveis' po dos que têm alguma coisa a perder, os moda devido à proporção que deve ser obser-
que pa.ecer sob o efeito de pressõesmúltiplas. O
isto o eocor.ja a trabalhar e, à medida em pobres tornam-se acessiveis,quando não soli- vada entre o tamanho do cottagee o tamanho
ele se torna mais respeitável' torna-se cons- êonfono é portanto um processo de invasão
ao qual não se pode resistir, mas cujos efei- dários de políticas de defesa da propriedade de família que o habita: deve-seter um quarto
q* tem alguma coisa a perder' Então'
tos são modulados segundo o lugar que ocu- ou da "qualidade de vida". Controles cujos para os pais, um outro para as filhas e um
"i"ot" p&t" importante é aringida' Tendo ad-
pamos na sociedade. No nivel mais baixo, a limites não são percebidos,já que o conforto terceiropara osmeninos".aePrincipioqueorien-
ouiriáo oertas vantâgens, ele se Preocupa em
"íi
nunca provoca um fenômeno qualquer de sa- ta também um plano de habitação coletiva
pressão é máxima.
õnser"a+s e em melhorá-las".a3O conforto turação,semprehá novos elementospara com- concebido por John Loudon para solteiros em
propaga um modo de vida que, sabemos' com-
materiais para fi- Se o conforto é uma disciplina doce é porque pletá-lo, intensificá-lo, aperfeiçoáJo,diversi- 1818: "Cada andar conterá oito apartamen-
ãà-óáãuncientessatisfações
xar ouem seacostumaaos melosque sao pro- as sensaçôesde bem-esÍar autorizadas por seu ficá-lo. Os equipamentosdomésticos,cuja sé- tos separados, e cada apartamento disporá de
intermédio e que ele tem a função de incitar rie sem fim constitui o registro autorizado de uma sala de estar..., um quarto de dormir e
postõspara produzí-lase reproduzí-las'
são sensaçõescujos meios de produção são todas as modalidades de conforto possivel, um banheiro com um lavatório e um WC... "50
Por estasrazões,os meios suscetiveisde orien- possiveisde serem dominados e cujos efeitos são outras tantas linhas de fuga interioresem
üu um certo modo de satisfação do corpo podem ser utilizados, porque pode-se prever torno das quais se faz e se reconstrói sem Por um outro lado, uma separaçãodas famí-
devem estar ao alcance da mão' ser' por Írs- a que o conforto vai reduzir aquele que o cessar"a casa", lias cujas modalidades são muito mais com-
sim dizer, uma inciinação do corpo antes mes- procura e a ele se acostuma' Asslm' os equl- plexas e com relação à qual se defrontam
mo de ser uma inclinação do espírito. A água pamentos do conforto (casa, água corrente, partidários de casas individuais e partidários
corrente a domicílio permite ganhar tempo, àquecimento etc...) têm efeitos cuja produ- Arquitetura: um mundodeefeitosfísicos de imóveis coletivos (blocos de apartamen-
economizar forças, evitar o caminho que e ção escapa em grande parte àqueles que os tos). Os defensoresdo sistemade casasindi-
oreciso percorreÍ sempre para buscar água utilizam- porque apenas o dinheiro e' conse- Se, no séculoXVIII, a questãoda arquitetura viduais ressaltam,em geral, que um tal siste-
iora. "Ë um fato geral e bem conhecido: qüentementepara o pobre, o trabalho, -têm das habitaçõesfigurava como uma dimensão ma tem o duplo mérito de melhor responder
mesmo se a disrância a percorrer é desprezi- um poder sobre eles. O que não quer dizer da política urbana, era somentede forma obli- às aspirações da população e de tornar inúril
vel, isto e suficiente para contrariar o uso que òs meios tradicionais utiÌizados peìospo- qua e negativa.Tratava-seentãode limitar ora a cuslosa vigilância,-difícil devido à reunião :i
regular de água".# São as economias de tem- bres para controlar seu ambiente e viver na a altura, ora os desenvolvimentos externosdos das várias famílias. E notadamenrea opinião
po-,de energiae de tensõesque vão desenhar cidadepelo menor custo não passempelo di- edificios. ou ainda circunscrever o crescimen- de Chadwick no final de sua pesquisasobre as il
iiì
a rampa onde se pode fazer escorregaro po- nheiro. mas sim, que sempre foi possívelcon- ro da cidade e de sua população, coibindo a condiçõessanitáriasda populaçãoinglesa."Du-
bre em direçãoa oulros comportamentos;não
proíbir nada. mas substituir o que servia de
trolar ou colocar esta relação em curto-clr-
cuito. De outro modo, enquanto foi possivel
expansãodas habitaçõesnos subúrbios.
No séculoXIX, os problemas arquitetônicos
rante esta pesquisa, pudemos constatar, em
várias ocasiões,asdesordensadvindasda gran- rii
suporte aos maus hábiros por um ambiente sublocar a metade de uma cama para evitar que vão surgir com a questãoda moradia são de proximidade das residências.No que con-
que consolide os bons hábitos. Mais água' o hospiml, ou o trabalho' aquecer-secom de uma natureza completamentediferente. Pri- cerne aos prédios alugados mobiliados e as
um interior fâcil de limpar, aerar e aquecer' álcool ou com outros corpos' reduzir tensões meiro, porque serão funções positivasas que casas de aluguel habitadas
por várias famí-
é isto que abre o caminho para novas práticas' inseparár'eis da coabitação,consumindoópioo' serãoagora confiadas ao espaçoarquitetôni- lias... a experiênciatende a mostrar que para
ou vivendo na rua, poder ir buscar água no preservar a ordem em tais comunidades,e
Dar a cada um mais espaco,mais intimidade. co, mas tambem porque estasfunções com-
rio, os pobres ofereciam a todos aquelesque preendemtambem a concepçãodo conjunto preciso um poder e uma disciplina quasetão
limpeza, confono. nào constitui a famíiia,
oueriam conrrolálos menos possibilidadesde do edifício e de seu entorno imediato. Se es- severos como no exército, e enquanto esta
mas cria o ambiente falorável a seu desen- população permanecermal educada.é prefe-
dominar suas vidas. Daí, pelo menos no co- tas questõesmobilizam um certo saberarqui-
volvimento. "Uma casaiimpa, bem arruma-
meço. a desconfiançamanifestadapor alguns tetônico, e preciso tambem notar que este rivel evitar toda disposiçãoque resultenum
da, exercesobre seusocupantesnão somente
com relaçãoaos múltiplos atores interessados
,
uma influência física, mas também moral que saber, porque repousa sobre novos procedi- contato muito estreito entre as famílias".5r
conduz cada membro da família a tornar-se
na melhoria de suas condições.Comentando mentosde apreensãodo espaço,vai se desen- Quanto aos partidários da habitaçãocoletiva, ,
mdis moderado,calmo. mais preocupadocom
um anigo do Morning Chronicle. de 1849' volver fora das normas e modelos tradicio- eles visam também à economia, mas econo-
oue rerminava com estas frases: "E bem ver- nais e freqüentementecontra eles,subverten- mia dos equipamentos e do espaço,já que um
os senlimentose a feiicidadede cada um"'{5
dade que neste século XIX, sob a proteção do assim toda a economia do saber arouiÌe- tal sistema oferece a possibilidadede distri-
O que o conforto traz aqui é uma possibili-
das leii inglesase na cidade mesma da liber- tônico anlerioÍ. buir um número de serviçosa um custo infe-
dade de trocas afetivas reguiadas, o que ele
dade civitl a opressão mais insustentávelé rior ao referente a moradias separadas,con-
tenta bloquear é o que a promiscuidade favo- Quais são estasfunções posirivas?Primeiro, sumindo menos espaço. Quando entrevista-
recia, entre outros, os prazeres sexuais anô- ainda praticada em grande escala. Opressão
que por ser praticada sob a forma mais insi uma função que poderia se qualificar de dis- ram o arquiteto W. Hosking, os pesquisado-
nimos e fáceis. "Eu mesmo tive oportunida- cruel", W. M' tributiva. O que se esperado espaçoarquire- res inglesesque participaram de segundagran-
de de ver um jovem de 20 anos que diüdia dioú, ne* por-"E isso é menos
Shaw dizia: esta opressão não é também tônicoé que eleorienteuma distribuiçãoorde- de pesquisasobre estesproblemaspergunta-
seu leito com sua irmã de 16 ou 17 anos. Não nada dos indivíduos uns em relacão aos ou- ram se era possível conceber um espaçoonde
é de se espa.ntarque relaçõesincestuosasexis- exercida pelos ministros de sua Majestade?
oelos bispose pelo clero? pelos magistrados? os, tanto em reÌacão a moradias destinadas a individualização das moradias fossecompa-
tâm' n€stas circunstâncias, quando solteiros,
, homem e mulheres dividem o mesmo quarto pelos comitês e sociedadesbíblicas?Sim' por solteiros, onde caãa individuo deve poder se tivel com esta economia dos serviços. "O se-
àqueles mesmo que são nomeados e indica- dos outros, como em relação a distri- nhor não vê obstáculo maior em se manter a
,,1.dé dormir: é evidente então oue as mulheres dos indivíduosno inreriorda habita- independência de cada família se forem intro-
' se €ntrçg:rssemaos homens."k dós como guardiãesdos Pobres?".4
..1.,: .
familiar e das familias umas em relação às duzidas certasmelhorias, certo conforto?".12
tutras. De um lado, uma separaçãoentre se-
1,.Seo coúorto é uma arma poderosa, é por- Opressãodoce e insidiosa, o conforto vai su-
4tinge uma forma de bem-estar que jeitar os pobres a um duplo controle: um , idades, pais e filhos óuja importância De maneira geral, parece portanto que a fun-
&eja nem tem meios de recusar, controle econômico pelo viés dos instrumentos n Wood, um arquiteto inglês,seráum dos ção distributiva da arquitetura repousa sobre

49
As maguinariasinglesasdo conÍoÍto

mascom-
de auto-assistência' mento de pertinência a um lugar: "os mó- trução nas pesquisasinglesas de 1844 e 1845,
oduDlopoderqueo6paçoarquitetônicotem ryttgt@ raiutm porque os efeitosplenos veis decorativos, ainda que não sejam de uso duas tratam da circulação do.ar.
p*ttï rt-ã;;
de orientaro modo d" di#i"ïá;;; desremg:aniso permanecem subordinados à indispensável, têm entretanto uma utilidade
Se a questão da incorporação de um sistema
atravésda partiçâod. lo""i;ã;ãi'i'iuoiç"o indiiiã""1;-;ao espacialdos serviçosdistri- real. Mesmo aqueles que são apenas simples
esoacialdos serviçoc.r-l"iit-" pÃãiipio.iut de distribuição e evacuação da água no corpo
hridm poÍ ÊstÈaparelho' ornamentos, não devem ser excluídos do qua-
arquitetônico da habitação ítão traz uma re-
iustifïca a oarti@o a* *p"óí'i"Jtqot* 5 dro da economia doméstica, se pensarmos
é definição tão sensíveldas formas arquitetôni-
 sryunda à arquitetura
confiada
função que tudo o que contribui para tornar o 'seu
cas, é que as casasantigas são freqüentemen-
;rm*s.*Hïsri:#j:ïffiËã: do es-
,*"-ru"ça" p.átic". o que se espera lar' agradável, por unir de novo o chefe da
te julgadas como incapazesde suportar uma
das quais fala cbadwick;^--..1, i"iir"ia"oó ú""er'onico-da moradiae
que ele fa- família à sua casa, por fazer com que retor-
tal instalação.E o que é assinaladopor P. S.
oaracadaum e trocÍlsu"ti"u' ãiotnãã"' "n- 5c"
orire a rèatiza*o dos gestosdomesticosque ne a ela com prazer, exerce sobre o bem-
Girard, engenheiro chefe do serviço munici-
ire todos-, o principioqt;';;i";;;;;;ãt-;'t descmserdesenrolvidos' notadamenteosges- estar e a felicidade do casal uma influência pal da cidadede Paris, em 1831."A natureza
distribuiçãodosrerriço, eïï;;;;i;;;;*- incontestável".Ó
.* 1iï-".T: :ï S"Tffi--t"$|;Ì;t"'JiL; :3"3:"Ï:
suuiacenreiiSg
queosmotivos dos materiais que nós utilizamos na constru-
Contradição,enlle,l:3n^ :';
dida contraditórios- casa deve ser cômódo da Da introdução da água corrente nas habita- ção de nossas habitações, a maneira como
;psrdãào
tade de economizar 9 '*"o1. g:arde para que os móveis que se çÕesa outros serviçosque, conjugando-secom elas são distribuídas, os costumese os hábi
"sPuç91 ll-ltÍ:i:^t apa- a arquitetura e com aparelhos domésticos, tos dos locatários que moram nessas casas
custo de instalação e funcionamento oo *,.tt" oão ocupem muito lugar e im-
i"no Oo confono, e a vontade aç t:9".* i9 i'-t a*" que deue manterl limpe- constituem a seqüência técnica necessáriaà são... também caÌrsasque se opõem ao esta-
#ã- -io=. belecimento da distribuição de água a domi-
rni"i-o possivelo disposirivo.dt"ieilii:iifi " principalmenteos ân- higiene, pode-se, portanto, traçar uma linha
âË,;;;pon,àr, que mostraria como os gestosde higiene são cílio em seus andares. Toda quantidade de
favorecero investimentoaletlvo na naDlraçau s.uloi e rebairos..-. os pisos devem ser execu-
pelos seusocuparìtesdando-lhes uma maroÍ favorecidos, incitados, assegurandoassim, água que excederàquela necessáriaàs neces-
ird.t .r* mareriais sóìidos e que permitem
através do mais banal, uma ascendênciaso- sidades individuais e que somos obrigados a
independência.Porque nào nos esqueçamos ,'mz ra-iu--a fáciI".56 Em outro texÌo le-se fazer escoar como supérflua, só servirá no
que é antes de tudo desta ligação clo po.Dre À. "* l.r=r-s obscuros, os quaninhos, os
bre o mais cotidiano.
interior das casas de aluguel para acelerar
ôrn t.u domicíiio que se espe-raos etellos ã,* . ,.."'tos. tudo o que necessitarde A terceira função que se atribui à arquitetura sua ruína e acarretar reparações dispendiosas
oe
corretivos: quanÌo mais o trabalhaclor,Iaz q-a_nle=t-:iciados diários deve ser evitado.' é uma função climática. Função que vai se para seus proprietários".s Girard faz aqui
sua
sua casa o seu lar, melhor será para ete' * fra11a c:il: a lìmpeza e mais genericamente referir tanto ao ar e à luz. como a essescon- referência aos desgastes possíveis ocasiona-
família e toda a com,'lidade".5o.Q.ra'como iú* g:*os de iimpeza constituemas prin- dutores de fluidos que são as canalizaçõesde dos pela umidade nos tubos de metal e pela
sublinhava C. J. B. Adlis. um médico entre- Soars -ajì:j,aJgs que se reconheceno interior água e gás. De um lado, vemos o projeto da ruptura freqüente de materiais que resistem
vistado no FirsÍ repon (Primeiro relatorto)' d auU**". des não são os únicos a ter a habitação se redefinir para permitir a capta- mal a tais influências.
aferivo da casanão deve ser ã."ào <i..a:qútero. Para Ersam, um cômo- ção e circulação da luz, enquanto que, de Destas
"rt.ìnu.rtirn.nro
contrariado por uma organizaçãodo.espaço ;;-'1g* ij'rminado não e somenteútil à saú- outro lado, são pensadasas modalidadesde três funções,distributiva, prática e cli-
que não permita a impressão"do sentir-seem &:. i.a-i p=mìll geralmenlea seusOcupantes incorporação das diversas canalizaçõesà es- mática, nós deduzimos
portanto a maneira
àsa", "ão desenroiver-se"."Diversas.tenta- ujl::a: rja instanre "para se ocupar com trutura do edifício.
pela qual o corpo arquitetônico das habita-
.ren:h:io
ii"* :â foram feiras no senrido-de semelhorar rt-* . de súas ocupações.úteis: çõesvem sereorganizandoem torno do corpo
u .õiãiçao dos pobres e pode-seperguntaÍ l"i. rti:+,* ou o que for-que convenhame- Separa o dr. Voillot "o primeiro princípio em orgânico e familiar, em torno das funçÕese
po.qu* àlas fracassaram. lr4asa razão destes 1:e: ac g:>:tt da'q pessoas"'sE matériade saúìleé a fruição do ar e da luz",6r gestosdestescorpos, autorizados sob a egide
ìracâssosparecesef simplesmenteque a inde- este principio é amplamente compartilhado das necessidades, e que o espaçoarquitetônico
se
pÃJe".iu-a"t locatirios não foi respeitada' Es;: l:aiia:ia do espaçoarquitetônico em por todos aquelesque intervêm à época, na deveráregular em relaçãoao que a medicina e
Êitisinstituições foram concebidassob o mo- ::=::ie: irÍÌo dos gestosdomesticospara questãoda habitação, e nunca se insistirá de- a teoria dos fluidos definem como principios e
ãelo de hospiìais e outras instituições de cari- :ar-t:g-=:'asu: ::alização tem relação com'ou- mais na importância que estasconsiderações normas. De um lado a captação,a circulaçào
ãade. Os WCr, o, banheiros,a água e outras =o :qo.jfi3L:o que se esboça.nuP.t*u 9l^:: tiveram ao longo da primeira metadedo sécu- e a evacuaçãodos fluidos, de outro, a distri-
comodidadessendo de uso comunitário e os Ja: qu- ris: à introdução.de obJeto,s'ulers lo XIX, tanto no que concerneà arquitettrra buiçãodaspessoas.Sãoestasfunçõesque cons-
uttaiiót sempre esbarrando uns nos outros sratoia-'a-'i-luçÕesdomésticas' Ducpettaux" como em relaçãoao entorno da habitação. tituem a habitaçãocomo envoltória ampliada
ptãno.uu"* problemas contínuos e' conse- d:fi:dr:' n"Ír' anigo consagrad,o^aot:ïïtÏ: do corpo orgânico e familiar e que unem sua
Não existeuma só obra de arquitetura ou de materialidadeaos órgãos da maquinaria urba-
iti.nt"À.nt., surgiu a necessidadede se esta- ie e--ono::ri: doméstica e d-ehigiene' os oDJe-
higieneque não dedique um ìugar preponde- na e a seu entorno espacialimediato.
belecer um controle-..
'fais instituições para :o. utris à riia domestica. Na categoria "mÓ-
rante a esta função fisica das formas e as
obter um resulado devem se desvencilhar de 'r:ei; e alrard.hos domésticos" encontram-se
l.minárias, t,?":it]"t^g:^11"1; ;. pesquisasrealizadasna Inglatera contêmmúl-
toda aparência ae carioããe ãu puürn.tirrno. uç
ierra' colnn-a e louças' movels' oDjeros
"õ*ió.* : !1Plasanálisesa respeiro da circulação dos Parauma históriado universodoméstico
o objãtivo deve ser tornar o locatário rão .;fluidos no inrerior dè formas habiradas.Cir-
quanto possivel' finpeza e higicne e material para consertos€
independente . .op"o*tti crrlação_que
mãuien.ao- L.tensilios *1"*::lid,:,*: obriga a repensarnão somentea A dificuldade que encontramos ao longo des-
os interesses. o, i"auiõ, pirro"g, is rrns e Li
outrosS Ua(,
(,UlIt não (ISVçU rçrll . Tudo
inrerferir.
devem Ulçr r uuv que for são descritas por Ducpel,laux: f9rma dos cômodos - "é precisotanto quan- te estudo vinha da incerteza a respeito das
'ressirias ï
ou
,,! - '.^!
^,,^t, possívelevitar aqui os cantos e os recan- próprias fronteiras de nosso objetivo. Deve-
necettá*6 pú-seu conforto estandoà sua pmiso qw-todo móvel
^Tllillt";"q,i*Ï
qu.r que seja' ap^resente cï?llt^1^"?":ii': nos quais o ar circula mal"62 - sua altu- ríamos procurar apreender a evolução da ca-
fazero locatáriosentirque
disposiçao,deve-se " Iaur ç as proporçõesdo edifício com relaçãoaos sa na transformação de suas formas arquite-
tuìo depeaderainteirâmente de sua boa rida lonla- uso cômodo' manutençao
ios interiores, a largura e a distribuição tônicas e, neste casor como fazer falar as
onduta'f.55Compreeua.-i.prtr.ii..entece barara-"-'{o-mesmotÌmp9:,et:-t:::1*:T:;
impacto
o" poìioaeïi'iuaoseu janelas,8 más igujmentè o entorno do formas, que no caso das habitaçÕestradiçio-
'ffi;:fuanï#ï#H;ïffiffiõ"'ì; áted"o 'ãõ**
*un BE'neádasPessoa,s,e d^",:tÌi1:ïi arquitetônico.Dentre as cinco reco- nais são freqüentemente mudas; deveriamos
". *;,tr#ãiË;ã;
tro investimento
Uç uvçDtrltrçu.u 4rLu'v
que concluem o capítulo sobrecons- admitir que a evoluçâo da casa não coincide
de srs " efeirç sobre a consolldaçao oo 51
gnti_
p9ÍtÂnto di auto-vigilância e, en
51
Espaço& Deb€[e6no 34 ' 19Í11 As maquinariasinglesasdo coífofio

e ooeradores de domesticação. Dentre estesope- esta função de domesticação da sexualidade


inteiramente com a evolução de suas formas r€nte, pode-senotar uma interdependênciaca-
em direção a quais objetivos nossa rádo.et, a arquitetura, é lógico, maslambém que lhe é atribuída, no começoda era moder- da vez mais sensível entre o frn.ionãmi"ü
*iiè."to
6.ria sé orientar? 0 universo do- a arte da jardinagem, o sistema de distribui- na. De tal maneira que seu regime de funcio- de todos os equipamentos domésticos e os
*;"it"
cão de água a domicílio, o banheiro, o aque- namento parece aquì indissociável do regime
ilitii.o é dificil de ser circunscrito e se seus mega-aparelhos urbanos. A distribuição de
definem bem uma fron- óedor. as tecnicas de ventilação e iluminação; ao qual estão submetidos os outros órgãos e água corrente, e depois de gás e de eletricida-
ii-ìiài ú"it.tônicos
esseslimites como o que cons- hoje, a garagem, o telefone, o rádio e a tele- os outros espaçosque compõem a cidade. E de, o telefone, o rádio e á televisão. tradu-
teira. considerar
não seria, de saída, se condenar a viáo e ioda-a série dos equipamentos da ca- a sexualidadeé apenasuma prática entre ou- zem bem este processo lento de investimento
;iilÍ t."*
tudo a partir das formas? Mas sa. Técnicas e aparelhos que não foram, na tras a sofrer esta repressãode fora para den- nos por aparelhos que permitem
"ã*-onã., esta unidade fácil e.quase evi- maioria dos casos, inventados para a casa tro. Que se penseem todas formas de ocupa- -interiores
satisfazernecessidades ou desejos,Íìxando cor-
iJìã.o-*ot
õ;;ãããt, o que sobra? Quais limites atri- .ut qut deram lugar a aplicações domésti- ção das vias públicasque subsisremno sécülo pos e reorganizando assim docemente toda
positivos cas. Dìstribuia-se a água nas cidadespor meios XVIII, de que são testemunhasos relatose as
uuii a ..o e quãis outros objetos vida doméstica e extra-doméstica.
mecânicos, bem antes que se sonhassecom imagenssobre a cidade. Quer se trate de ma-
escolher?Supondo que se procuÍe,-em outro
uma distribuição de água em cada domicílio; teriais ou de mercadorias que era costume S-ea. questão da âgua tem aqui uma impor-
úÃát. urn limite' qual dominio ele deverácir-
o imóvel que engloba o apana- èxistiam banhos públicos, cinemas e meios de serem estocadasnas ruas, de jogos infantis, tância particular é porque ela marca o ponro
o entorno do imóvel? Deriva-se rapi-
".r-ns.t.u.t, comunicação aperfeiçoados, bem antes-q-ue de mulheres que estendiam a roupa em pra- de partida destanova história da casa.Hisró-
ãurn.nt. para a conclusão de que a história da os banheiios, alelevisão, o rádio ou o telefo- ças públicas e que envolviam vizinhos e pas- ria caracterizadade um lado por uma auto-
-éntof
e tuàUe. a história da cidade e a tarefa ne tivessem invadido todas as casas' santes em suas brigas íntimas. A habitação nomia cada vez mais aparente da célula do- l
*ru méstica, a p_ar1irda qual se pode captar a
iõtnu-t., então,desmedida.Porque como não vai pouco a pouco acolher o que se situãva I
Fazer a história do universo doméstico seria fora, mas de um modo bem diferente, visto energia, os fluidos, as mensagense as ima- .
admitir que o universo doméstico é igualmen-
então fazer a história dos múltiplos operado- que todas as atividades se desenvolvemem gens de fora e viver assim uma quase-autÍu-
te constiiuido por todos os aparelhos que.o
iazem funciona. e semos quaisele não exitiria res de domesticação; estudar em quais. cir- família ou pelo menos num cenário onde a quia; por outro, uma dependêncìacada vez
na forma que o conhecemos? cunstâncias, para responder a quais exigên- conjunção das pessoase das atividades obe- mais acentuada do habitante em relação a ,
cias, técnicas e aparelhos deram lugar a ver- dece a uma lógica completamente diferente aparelhosque lhe permilem controlar seüam-
Mas talvez o problema permaneçamal Ìormu- sõesdomésticas e quais circuitos prestaram-se daquela que existia entre os homens e seus_ biente e sem os quais ele estaráperdido, mas
lado e insolúvelenquantonós conservarmosa à sua difusão. O limite do universo doméstico desejos, nas ruas. As formas arquitetônicas, cujo funcionamento lhe escapano essencial.
itn"*.* material dã casa, que todas as crian- não seria mais dado pela arquitetura' ou ao o modo de distribuição dos serviçosvão dis-
menos, somente pela arquitetura' mas por tu- O que desfaz a cidade é, sem dúvida. esta
cas ãonhecembem e em direção à qual conver- sociar o que era indiscriminado, privatizar o
privatização cadavez mais sensiveldas práti- :
á.m e r. cristalizam ainda tantos desejos' pa- do oue permite operar a domesticaçãodo uni- que era público, confinar o que se fanaao ar
verso. Ìrata-se também de definir o que se cas do habitante, através de rodas as obera-
íedes e janelas englobando um espaço e obje- livre e modificar assim, pouco a pouco, todo
tos. uIILcontinentee um conteúdo' Em outras esoera do funcionamento organizado destes o regimedas práticasdo habitante. A função çõesda domesticaçâo;a ruptura de, um após
palavras. não seria necessáriocomeqar por o outro, todos os elos que asseguravama
oóeradoresno meio do séculoXIX: a água,os domesticadoradas formas e dos serviçosde-
comunicação de dentro e de fora. paradoxo
õontestar esta imagem, nos desfazer de sua eigotos, as formas arquitetônicas'Poder-se-ia ve portanto ser relacionadacom um grande
de um universo domesticoem expansào,do-
oreqnância:em uma paiaura,des-enrijecer a ieialmente descrevero processode domesti- empreendimentode reorientação autoritária
mesticandopouco a pouco todo o fora. todo
õusã.nuilificar, desconstruí-la. Ìr{as hesita- cãçãodessesoperadores',seguiro circuito que' de todo o terrirório urbano.
o universo, mas sob uma forma controlada e
mos em liquidar com este suporte enquanto no oue concerneaos métodos de ventilação'
estereotipada,enquanto a cidade continua a
nos Dareceque para além e para aquem tuoo e niãiáor barcos aos hospitais, dos hospitaisàs i, Estudar o funcionamento dos operadoresda
Todaviaa históriada ca- se tornar mais estrangeira,já que nada de
só vãzio,tagarelice. casas.Analisar as condiçõesde funcionamen- dom.esticaçâo seriaenfim considèraro regime
essencialaconlecemais nela.
sa no começodo séculoXIX nos ensinaa que to destesoperadores:a função cìimátjca das f, técnicoao qual sesubmetem.Assim, a função
Dontoa disrribuiçãoda água,do gás' a circu- formasarquitetônicas é, no séculoXIX' indis- I climáticada arquitetura sedilui na medida em Podemos prever deste então o dia em que a
lacão do ar e da luz foram decisivose maÍca- sãciáveldé uma organizaçàodo tecido urba- que aparecemos oDeradoresde controle am_ casa que se tornou uma nave espacial, vai
- bjental:
ram uma etapaimponante de sua evolução' no; a água correntè a domicílio, da introdu- a venrilação mecânica,a iluminação permitir atingir rudo o que queremosbuscar
cão na c-idadede gigantescosaparelhosde cap- .. elétrica, a climatizacão.Novas
máouinasLm fora, inclusiveo ar. "Você quer dizer com
Um dominio de estudo não se esboçariades- iação e distribuição, e a maioria de nossos relaçàoàs quaisas formas arquiterônicas de- issogue companhiascriadasespecialmenre pa-
de logo a partir disto?, se se admite nào mais eãuipamentosdomésticosmodernos,da do- : vem sereajustar, até por vezesperderem
'considerar o universo doméstico como uma toda ra isso fornecerão ar para as casas?..."ós
rnesiicacãode novas fontes de energia' funçãoclimáricaprópria.No'limiredesrepro-
coisa, mas como um processo:o processod-e cesso,a,arquiteturadesaparece para dar lugar
"domesticação"? Domesticaçãodessesflui- Ouanto à domesticaçãodas práticas sexuals ;
dos que são o ar, a água, o calor, a luz; ls envoltóriasplásricascomo mosrra bem ìo- Notas
èria necessárioconsideráìa, talvez, de um .da uma sériedè experiênciasrecenres.
domesticação das práticas: higiene, vida fa- duolo ponto de vista: positivamente'fazendo l. Chadwick, Repon to herMajesty,sprincipal secre-
miliar, sexualidade.Domesticação destasprá- o inventário de tudo o que foi feito para dizer então que o universo domésti- tary of state for the home deoanment from the
ticas, através da domesricação destes fluidos
tornar a sexualidade doméstica fácil; negau- une, comunicando-ose domesticando-os. poor law commisioners on an inquiry into the
ê destesÍIuidos atraves de novas formas e de
vamente, considerando todas as formas oe me.ga-aparelhosurbanos - água, esgoto, sanìtary condìtion of the labouring population of
noüos aparelhos. Processono interior do qual
j.'h aÍquitetura tem um papel diferente do que ;i;iiâ";iã, d. controle e de proibição que, de , eletricidade - às formas arquiietOãicaó G. 8., London, 1842. (Relatório apresenradoao
por- secretáriodo Interiõr de Sua Majestadepelosdele-
foia, tornam impossíveistais práticas' b a-arquitetônicase a longa sériede ma-
frlilha aatcriormente,mas onde ela é apenas que Írs ruas, aÌsmargens dos rios' os espaços oe usÍu a moradia. por isso. sua evo-
gados da lei da mendicância a respeito de uma
coÊponente, entre outros. investigaçãosobreas condiçõessanitáriasda popu-
; J"iiot t vagos não podem mais funcionar e_sua expansão seguem o desenvolvi- laçãotrabalhadorada Grã,Breranha,Londres,I 842).
aotes considerar o universo do- como terrenós propícios a multiplos compor- tlos dados técnicos que a constiruem First report of the commissionen for inquiring
se constituindo através de multiplos tamentos, que a habitação pode preencner o movimento mais apa- into the state of large towns and populous dis-

53
Espaço& Debatesno 34 - 1991

dos co- 34. Ibid.


tricts, london, 1E44.(Primciro relatório grandes
ffi;tt ;ï;-i"""ttig"ìtt a situação de 35. \\I, Cooke Ta-vlor'Notes of a tour in the manu'
.iàãa*. ústritos populares, Londres' 1844)' facturing districtsof l-ancashire(Notas sobre uma
London, 18.45' viagemãos distriros industriais de Lancashire)'
SecondrePort...,
Londres, 1842.P. 32-
2. Entre4riseno original (N'T')'
(N'T)' 36. W. Cooke Taylor, op. cit.' p. 163'
3. EntrePtix no original
37. Cf. Colin and RoseBell, op. ci,.' p' 251'
4. Reprt rc her Maiesty's"'' p' 2O3'
38. The reportsof the societyfor bettering the condi'
5. ReWÍt to her Majesty's"'' 9' 225' tion and increasingthe comforts of the poor.(Re'
p'
6. SecondreporL.., pane II, apêndice' 305' laiórios da sociedadepara melhoria das condições
7. FirstreporÍ..., dr. SourhwoodSmirh, 82'
p' e aumentodo conforto dos pobres)'vol' 2' Lon-
8. Firstreport..., dr. Southwood Smith' p' 75' dres, 1798,P. 5?, aPêndice.
9. Firstrepon..-' dr. SouthwoodSmith' 68'
p' 39. Secondreport..., apêndice'pp' l3-14'
10. ReporÍ to her Majesry's-..'p' 225' 40. FìrstrePort..-,P.7!-
l l . F i r s t r e p o rt...'a p ê n d icem . u n icip iod e Bo r o u g h ' 41. Fìrstreport....P .332.
relarórió sobre sua condição sanitáriafeito pelo 42. First reporÍ..., P. 203.
reverendoJ' Cla-v. 43. Reportrc herltlajestl/s...' p.262'
12. "A Alemanha,dizem, conseguiu,pela aplicaçã.o 41. First repon.-.' P. 302.
da ciênciasanitária. reduzir a taxa de mortalidade 45. Fi rstrepon....P .81.
do erércitoa 5 por 1.000por ano, isto e. a menos
repon...,P .82.
da meradeda tana de mortalidade que prevalecla 46. Fi rst
uriliz:do em grande
na mesmaépocaentrea populaçàociviÌ" - Chad- 47. "O ópio não estaria sendo que poderiasupor
wick, in fhe health of nations, a revteÃol tne escalaï- escalabem maior do
worksof Ed. Chads'ick (A saúdedas nações'uma quem neo a par desra realidade"' First re'
-esrá
revisàodas obras de Ed. Chadwick), B' \\'' Ri- P Ort.-.,P . i s.
chardson,Londres,1887' P' 270 48. w. M. Shaq. -'ln affectionatefleading for En-
13. Organes machiniquesno original (N'T )' sland'soppressed female worker Nma defesaca-
Duchatelet, Ensaio sobre as cloacas ou es' i orosa da'óperari aopri mi dai ngl esa)'1850'p' l 9'
14. Parenr
gorosda cidade de Paris' 1824. 49. J. Wood, A seriesof plans for cottagesor habfta-
tions of the labouter... (Uma serie de projeros
15.F. O. \\'ard, "Circulation or stagnation", 1856'
(A saúde das naçÕes"')' para coÍragesouhabitaçõesparao trabalhador"')'
in The healthof naúons-..
Londres, 1793.P .4.
op. cir.. p. 297. (O
16. Ibid, p. ZSt. 50. The builder' d*-elling for the working classes
construÌoÍ, moiadia para as cìassesrrabalhado-
17. FÍrstÍeport..., P. 3 19.
ras),dez. l t{1. P . 33.
18.Cf. FrancisD. Klingender,Art and the industrial 5l . Report to lìet .\íaiesl.r's...'p' 271'
revolution(Arte e a revoluçãoindustrial), 1968'
p. l0?. 5). Fi rstreP on....P . 1).
19. First repon..., P. 365. 53. ReportÍo ler ìía.iesÍl''s...,p' l3l'
20. Firsrrepon..., 3 '15. p. 5+. Robert Rarvlinson.ia Journal of the Societr of
Á rts. mai .. l E -1.
21. First reporÍ..., p. l4E.
(N'T.). 55. Firsr /'ePon....P. '1f,0.
22. Parasitage no original
56. Departamentodo Sena,RelatoriotobÍe a saluorc
23. First report..., p. 381. dadedas habitações' 1832.
24. Repon to her Majest)''s...,p. 341.
57. Bouchard Huzard, Traité des constructtonsrura'
25. Fint Êport..., p. 321. /es(Tratado das construçÕes rurais)' 1863,p l-i'
26. Entreprisenooriginal (N.T.) 58. E/sam's desìga for couages (Projeios para cotta-
27. First report..., p. 386. gespor Elsam). Londres, 1816,P 19'
28. First report...,p.302. 59. Ducpétiaur. "\{useus permanentesde economta
2 9 , F i r s tr e p or t...,p .3 6 1 . domésricae de higiene".
3O. The repons of the societyfor beuering the condì' 60.A rt. ci t.,9. 330.
tion and increasingthe comforts of tàe poor (Re- 61. Dr. Voillor, Cartas sobre a imponância de uma
latórios da sociedadepara melhoria das condições habitaçãosalubre 1841.
e aumento do conforto dos pobres), Londres 62. Piorry, Habitações1838' P E9'
(1798-1E05). sobÍeo
63. Cf. M' E. de la Querière,"ObserYações
3l.John Aikin, Á dacription of the coúntry from regulamentoda prefeiturade Ruâo", in Ret ue
oe
' thirty to fony milesround Manchester(Descrição
I'ãrchìtectureet destraraur puàlics' 1845,p' 26-
dr rcSião compreendida entre trinta e quarenta
milhrs ao rcdor de Manchesler),1795,p. 268. - P.
64. S. Girard, SimplescomunicaÇàosobreo estedo
-^ì*J
ii is"o píblicas de Paris,Paris, 183l' p' 34'
32. Colin rnd Rosc Bcll, Cily íathcrs (Os pais da
cldrdc). 1972,p. 217. 65. First report..., 9. 235.
It. fcport ao her Müerry'r..., p. 238.

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