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Ijui - RS
2015
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ONEIDA GONÇALVES DOS SANTOS
Ijui – RS
2015
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RESUMO
A música é uma linguagem universal que desperta sentimentos e faz parte de nossa
vida em todos os momentos. Considerando essencial para a formação da criança
pela sua riqueza de experiências que proporciona, possibilitando vivencias de
aprendizagens e desenvolvimento em todos os sentidos, trago para esta monografia
a música como elemento de apropriação cultural do sujeito e que proporciona
crescimento pessoal além de abordar as passagens musicais que me constituíram.
Faço ainda as considerações sobre as experiências em observação e pratica de aula
na Educação Infantil, olhando o aspecto musical ao qual era desenvolvido.
RESUME
Music is a universal language that arouses feelings and part of our life at all times.
Whereas it is essential for the formation of children by their wealth of experience it
provides, enabling vivencias learning and development in every way, I bring to this
monograph music as cultural appropriation element of the subject and providing
personal growth as well as address the musical passages that formed me. I also
considerations about the experiences in observation and practice class in
kindergarten, watching the musical aspect which was developed.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 5
7 E EU PROFESSORA! .......................................................................................... 42
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INTRODUÇÃO
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1 PASSEIO PELO ESTÁGIO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
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Após desenvolver estágio na Educação Infantil e visualizar como acontece o
processo de musicalização numa escola específica, optei por este tema, por não
concordar como estava sendo desenvolvido esse processo nas instituições de
ensino.
Fiz observações mais detalhadas quando observei a turma de pré I, turno da
tarde e pela manhã no 2º ano, no período de setembro e outubro de 2014, nesta
cidade de Ijuí – RS. Fato que proporcionou-me uma inquietação com o modo que
era desenvolvida, a frequência em que acontecia e duração das aulas, no caso, e
em particular com a turma em que me encontrava.
Realizei visita junto à referida turma para fins de conhecimento das crianças
e da professora, familiarizações e entendimento de suas rotinas e espaço, portanto,
um período de diagnóstico da situação precedeu o que na oportunidade não
levantou curiosidade do processo de musicalização, pois não presenciei nessa esta
fase, nada que viesse a incomodar o meu pensar e olhar a respeito desse tema.
No decorrer da primeira semana de observação, não houve aula de música
no dia e horário pré-estabelecido, como a coordenadora não se encontrava na
escola naquela tarde e minhas informações sobre o processo eram somente o
horário, não fui buscar explicações para o não cumprimento da agenda estabelecido
para a turma.
Na oportunidade seguinte, quando foi efetivamente desenvolvida a aula,
observei a rigidez da professora que administrava o período, pois ela não tinha nada
de simpatia com as crianças, gritava, era dura e seca, exigiu para antes de começar
a aula, que a turma em horário determinado por ela, antes de começar a sua parte
da aula, estivessem todos organizados em círculo, esperando-a.
As crianças ansiosas pela aula de música, faceiras com a nova atividade,
empolgadas, cheias de esperança, entusiasmo, alegria, contentamento, esperança...
“Agora meu pai e minha mãe não precisam mais pagar aula de música pra mim,
porque tenho na escola,” dizia uma menina... Outra que ela “podia cantar as músicas
que aprendera na escolinha da igreja”. Era muita empolgação por parte das crianças
em ambas as turmas que observei, só que as atitudes da professora, tanto numa
sala de aula, quanto na outra, eram as mesmas, tanto no decorrer da aula quanto
com a outra professora que estava com as crianças antes de começar o período
designado à música.
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Acho que a minha decepção está com a situação que pelas crianças eu via
sua motivação para as aulas de música e a professora desenvolvendo aquilo ali,
sem maior envolvimento, com tudo cronometrado, falando bem alto, chegava à sala
colocando o CD de músicas no aparelho de som e começava a cantar com as
crianças... Exigia 45 minutos de silêncio, tinham que ficar em completo domínio e
absorção com as músicas que ela tinha estabelecido de cantar, não poderiam
levantar da classe, fazer barulho e nem conversar com o colega, tinham de fazer
exatamente o que ela queria. Tanto que numa situação, na turma de pré 1, que
estava comigo em sala de aula, uma das crianças estava mais salientes, ela parou o
que estava fazendo de cantoria, disse para criança parar, sentar e que não ia
continuar a aula, e que a professora que estava em sala (na ocasião eu) que fosse
acalmar o aluno em questão, para ela continuar a aula, que ela se recusava
prosseguir.
Então, a minha inquietação está nesse sentido, às crianças cheias de
expectativa pelas aulas e a professora como se estivesse descontente, pois as suas
atitudes não demonstravam que fazia a atividade com gosto e interesse. Em uma
das oportunidades, ela até disse que tinha instrumentos musicais para as crianças
explorarem, mas como estava chovendo ela resolveu por não levar para a sala de
aula naquela manhã.
Percebi a importância das minhas atitudes perante a turma para mante-los
envolvidos com a proposição da aula e controlar as crianças para atenderem as
expectativas que ela tinha, evitando maiores transtornos a todos, e que viessem a
perder os únicos 45 minutos semanais que possuíam.
Tudo isso me incomodou profundamente. As crianças não tinham a noção
do que acontecia e tudo para eles era novidade e encanto. Resumia-se como aula
de música, a professora entrar na sala, colocar o CD e ensinar as canções que ela
tinha estabelecido canções de bom dia, boa tarde, despedida e assim por diante.
Nos bastidores da situação, acreditava que as aulas de música poderiam ser bem
mais do que estava sendo apresentado. Eu tinha a dualidade da situação, da
expectativa das crianças.
Eu acredito que tudo isso que vivenciei se transformou numa forma de
terrorismo pois ela não transparecia contentamento algum com o que estava
acontecendo. Por uma oportunidade fomos visitados por um rapaz que veio observar
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a aula de música da educação infantil e suas atitudes mudaram drasticamente, o
que evidencia uma falta de compostura desta profissional pois na frente de um
estranho, ela tinha atitudes muito agradáveis e no momento que esta pessoa se
ausentava do espaço, sua conduta se transformava, passando a ser ríspida, seca e
com atitudes não muito amigáveis.
Nossas crianças têm direitos de ser atendidas a contento, que o profissional
que vai administrar esta tarefa seja alguém competente, que goste do trabalho que
faz e o faça da melhor forma possível. A minha experiência é pouca com sala de
aula, mas acredito que o professor não possa ser um leigo para a sensibilidade que
ele precisa ter em trabalhar com crianças pequenas.
Para as crianças existe a lei que determina que seja dada a elas a educação
musical ou musicalização. A Secretaria da Educação oferece a seus professores a
capacitação necessária para alcançar este objetivo. Resta ao profissional designado
a receber esta formação, dar o destino adequado de suas aprendizagens no
momento em que está em sala de aula, e passa a ser o provedor das experiências.
A partir do que foi aprendido, temos de levar para a escola as informações
com a disponibilidade de um professor pesquisador, montar aulas que sejam
interessantes de troca de experiências com os materiais que estão disponíveis nas
escolas e que servem de apoio.
Nas escolas, encontramos vícios que determinam as características das
mesmas. São atitudes de seus professores que determinarão o envolvimento e as
aprendizagens a serem alcançadas. A alegação de estar chovendo para não levar
para a sala de aula material disponível para musicalização pode ser uma justificativa
aceita momentaneamente mas que isso nunca vire rotina.
A coordenadora pedagógica precisa ficar atenta ao que está sendo
desenvolvido e a que materiais estão tendo acesso e disponibilidade, pois só assim
terá condições de fazer as devidas cobranças ao professor competente.
Kelly Werle, no seu artigo A educação musical na formação e nas práticas
de professora dos anos iniciais: analisando repercussões de oficinas musicais, cita
Foi também nesse estágio que visualizei cadernos amarelados pelo tempo
que as professoras ainda usam para montar seus planos novos de aula,
esqueceram que o tempo passou, as crianças mudaram comunidade escolar,
sociedade, tudo são outros tempos e exigem inovações e aprendizados mais
efetivos para o que se vive hoje.
Como ter a atenção da criança, despertar o interesse com uma situação que
não condiz com suas expectativas? A inquietação das crianças para a “aula de
música” pode ser justificada pela falta de atender as suas necessidades.
Uma aula de música interessante, proporcionará envolvimento o que não
acarretaria na falta de atenção de algumas crianças. Aula de música é movimento,
alegria, agito, constrói sentidos a partir da convivência e interações, e para isso
acontecer, ela precisa se movimentar para interagir e construir conhecimentos, não
tem como ser diferente suas atitudes, pois a música envolve e produz sentidos em
nossas ações.
Rebuscando as memórias, acredito que a citação de Maria da Graça Souza
Horn ajuda-nos a ilustrar como enxergava a situação:
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2 ABRINDO MEU BAÚ DE MEMÓRIAS
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madeira. As corridas de pega-pega com meus primos, a visita dos primos de Santa
Maria do lado do pai e do lado da mãe.
As músicas no rádio de fim de tarde ou das que tocavam logo após o
almoço. Meu pai sempre foi muito cultivador das tradições gauchescas, apreciava
bastante a música, os bailes, e queria também uma filha tocando acordeom como a
irmã dele, coisa que nunca me interessei em fazer.
Meu interesse é por música sim, aprecio a música gaúcha, gosto de várias
músicas MPB, eu diria que sou eclética, mas não integralmente, preciso fazer umas
considerações que tem certas aberrações musicais, sonoridades que acabam com
qualquer apreciação, mas como vivemos num mundo civilizado, é preciso respeitar
os gostos de cada pessoa.
Uma lembrança mais antiga pode ser anterior aos oito anos, eram as
músicas gaúchas, tocadas no toca discos do meu pai, acho que essas músicas que
embalaram a minha infância, antes de chegar à escola, pois esta recordação eu
tenho dos inúmeros discos que tínhamos em casa e que eram tocados no toca
discos laranja e preto, quando o pai estava em casa.
Lembrar-me da infância musical passa pelas cantigas de roda na primeira
série o que aumenta o sentido e traz significado para o meu aprendizado pessoal,
pois foi uma fase boa da infância que os compromissos maiores são infinitamente
menores do que hoje se assume como adulto, mas foi fase bastante importante de
qualquer jeito.
Foram às cantigas de roda de quando estudava no interior de Tupanciretã
que aprendi na escola, como “atirei um pau no gato, roda cotia, ciranda cirandinha”
depois quando mudei para a cidade “passa passará, escravos de jó, fita e renda,”
que me embalaram nas brincadeiras de escola e nas junções de rua de final de dia.
Outras brincadeiras também fizeram parte como “andar de bicicleta, pular corda”,
com um pouco mais de idade.
A partir destas constatações, aflora na memória uma experiência em escola
rural antes mesmo de entrar na escola aos 7 anos. Uma vez, visitei uns parentes no
interior, (eu morava no interior, mas eles mais adiante ainda) que na casa onde
estávamos a filha mais velha do casal, era professora numa escolinha ali perto, não
tinha magistério e fazia cursos por correspondência .
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Na manhã seguinte, fui com ela para a escola onde eram as aulas e as
coisas transcorriam da forma citada anteriormente, onde uma professora era
responsável por vários alunos em séries diferentes. O meu processo de
alfabetização foi na 1ª série na época, numa escola multiseriada que tinha até 4ª
série na escola, depois disso tinha de ir morar na cidade se quisesse continuar
estudando.
Depois de terminar a primeira série, que modificações familiares
aconteceram e acabei indo morar na cidade e estudar numa escola particular. A
partir dai, novas recordações e experiências nortearam os estudos, pois meus
primos ainda permaneceram na escola multiseriada e eu caia numa sala de aula que
não mais era desta forma, me sentindo estranha com tanta novidade.
Após esta fase escolar, tem as lembranças da adolescência onde as
músicas MPB embalavam os dias e as noites, os primeiros bailinhos na casa dos
amigos, a festa da escola, a dança das cadeiras e a da vassoura, pura diversão e
risadas. Tem a música do rádio, o caderno de coleção das músicas, os programas
de tv no sábado a tarde onde apareciam os sucessos musicais da semana, ainda
para compensar, as músicas sertanejas melosas e cheia de sofrimento que saiam
pelos tocas fitas e programas de rádio, todos os dias, às 18 horas, que eu acabava
escutando não por escolha, mas por não ter opção na casa que morava.
Também marcaram as músicas de igreja as quais eram cantadas nas
missas que fazia parte, nos encontros de família, novenas, encontro de jovens da
comunidade católica, tais como “Maria de Nazaré”, “Noite Feliz”, “A barca” e
“Quando eu era pequeno”. As orações cantadas foram novidades para mim quando
comecei a frequentar as missas na comunidade de São Geraldo, de Ijui, RS.
Outras memórias remetem as brincadeiras de professora com as colegas
onde fazíamos a lateral do roupeiro um quadro para brincarmos de aula. Eu
procurava ser sempre a professora, pois não gostava de ser a aluna, dai ia
ensinando as demais continhas de matemática, português, jogos e cantos... As
brincadeiras de pula corda também eram apreciadas e cantadas conforme evoluíam
os pulos.
Sofremos influências da TV, pois tínhamos como ídolos na época: Xuxa com
suas botas brancas que nunca pude ter, Angélica que também embalava as nossas
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cantorias com suas músicas. Apreciávamos a turma do Balão Mágico, Jairzinho e
Simony e descobri o gosto também pelas músicas do Roberto Carlos.
Na adolescência as músicas dos Menudos, Polegar, Dominó, Roupa Nova,
Radio Taxi, Blitz, Barão Vermelho, Paralamas do Sucesso, Titãs, Ultraje a rigor,
RPM, Legião Urbana, Kid Abelha, Capital Inicial, Ira, Biquíni Cavadão, Erasmo
Carlos e o Coração de Estudante de Milton Nascimento não poderia faltar.
Era a apreciação da sonoridade que se fazia parte no nosso cotidiano que
recriávamos a realidade, buscando para marcar o nosso gosto por registros que
aconteciam nos cadernos de músicas que fazíamos e nos trocava para todas as
amigas ter, linhas e linhas escritas. Hoje me faço uma pergunta: como
conseguíamos ter as cópias dessas músicas já que o acesso a esse tipo de fonte
era bem mais difícil? Não lembro para explicar, mas sei que fez parte da minha
história musical, o que proporcionava um significado muito importante para todas, e
fazia parte do jogo e das brincadeiras de convivência e interação, o que para Brito
(2007, p.69) são “formas de experienciar, de desenvolver recursos e construir
conhecimentos”.
Nos programas de rádio da cidade, ligávamos pedindo as músicas preferidas
e mandávamos músicas para nossos amigos e familiares, claro que por detalhe para
família, pois nosso interesse era dedicar certa música a certa pessoa e participava
do programa, em outros momentos, uma cartinha ou ligação para algum programa
ao vivo, com as solicitações de músicas e as dedicatórias.
Sou apreciadora da música nacional. A internacionais somente para as
baladinhas românticas com os amigos para dançar. Gosto, tenho minhas
preferências ainda, mas a dificuldade com o idioma pode me desestimular.
Então, concluo que com as experiências que tive e as que visualizo hoje são
de relevante importância, pois como Werle (2015, p.48) diz “as experiências na
infância se constituem através do brincar. A brincadeira e os jogos protagonizados
da criança proporcionam suas experiências com o mundo, incluindo experiências
estéticas e musicais”.
Antigamente a imprensa tipográfica havia separado esses dois mundos,
definindo o papel da escola e o da família com relação à criança. A criança não tinha
acesso ao que era escrito para o adulto. Hoje, ao contrário, assim como o adulto, ela
vive uma vida cheia de compromissos e estresse.
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Hoje vejo as influências que a música faz na vida do meu filho, pois foi uma
forma que ele encontrou de estudar é escutando música, em momentos mais
descontraídos ensaia umas danças e coreografias, mas é muito tímido no meio dos
pais, quando em roda de amigos, as companhias levam a se soltar um pouco mais.
Percebo também as influências que os amigos proporcionam com aquisição
de materiais que julgam de necessidade e os adultos com suas bagagens e
experiências, não veem o consumismo com bom olhos, pois identificamos a
sociedade com forte apelo comercial, não que não existisse nas épocas passadas,
mas hoje a gente vivenciando o outro lado da história, percebe diferente.
Os apelos musicais são sensuais e as crianças não veem maldades em
certas coreografias, o que passa aos olhos como sendo tudo tão bonitinho para uma
criança tão pequena estar fazendo.
As memórias viajam pelo tempo, passam pelo período de magistério quando
trabalhávamos com a música para apresentações na escola. Uma que foi marcante
foi na disciplina de espanhol que tínhamos de escolher uma música espanhola,
caracteriza-la, dançá-la numa apresentação. Para mim, a pior parte foi o momento
das coreografias, pois me acho um caos para movimentos coordenados, acho que
deva ter interferência de algum momento da infância que tenha ocasionado algum
bloqueio.
Na faculdade, tenho lembranças de algumas aulas que num momento,
fizemos a socialização dos nossos aprendizados com uma apresentação para
nossos filhos na sala de materiais da pedagogia. Claro que esses anos todos de
faculdade não se resumiram a isso em contato com a música, mas acredito que por
ter sido um momento especial que compartilhei com meu filho, tenha sido de mais
valia. As oficinas oferecidas pelo Departamento de Habilidades e educação na
semana acadêmica também foram bastante interessantes e didáticas para o
aprendizado.
Outra situação interessante e foi bastante emocionante foi no inicio de um
semestre, na aula de linguagens expressivas II, onde fomos recepcionadas no
auditório da sede, pelo Prof. Oséias da EFA tocando para nós violino, foi muito legal
entrar neste espaço com esta surpresa agradável.
Aos acontecimentos particulares pode-se pegar para ilustração, a partir da
ideia de que o bebê na barriga ouve e sente as mesmas coisas que a mãe.
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Presenciei na minha gestação, pela situação de susto quando um cliente chega até
minha sala e bate com a carteira no balcão, o que me induz a um sobressalto, o que
pode ser exemplo de que as crianças no ventre, também sentem as mesmas coisas
que as mães.
Um caso particular aconteceu comigo quando minha irmã estava grávida do
terceiro filho, pois o bebê iria nascer num período em que eu estaria cheia de
atividades e aquilo estava me angustiando, pois eu queria compartilhar, estar junto
com minha irmã quando nascesse a bebê já que dos outros eu não estava presente.
Um dia eu disse pra bebê na barriga da mãe que ela precisava nascer antes, sei que
foi um momento de egoísmo meu vendo hoje o que fiz, mas não pensei que seria
atendida tão prontamente, pois ela acabou vindo de parto normal. Uns cinco dias
antes de começar a contar o período que o médico previu e ainda, ela esperou que
eu chegasse à maternidade para ela nascer, o que tem de intervenção divina ou o
que quer que seja não sei dizer, só sei que as coisas aconteceram dessa forma.
Então, isso é mais um motivo para eu acreditar que
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Quantas vezes é possível estar escutando uma música e não gostar dela e
procurar uma forma de mudar de estação, avançar mais uma música ou duas, caso
não venha encontrar algo que se identifique melhor para o momento, venha desligar
o aparelho e mudar de atitude diante da música.
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3 POR QUE AS CRIANÇAS BRINCAM?
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sociais. O brincar potencializa o desenvolvimento, já que assim aprende a conhecer,
aprende a fazer, aprende a conviver e, sobretudo, aprende a ser. Brincar tem um
viés que vai muito além da simples fantasia, pois através da brincadeira, as crianças
ultrapassam a realidade, transformando-a através da imaginação. Desta forma,
expressam o que teriam dificuldades em realizar através do uso de palavras.
Enquanto um adulto vê apenas uma criança empilhando bloquinhos, para o pequeno
aquilo significa experimentar as possibilidades de construir e conhecer novas cores,
formatos e texturas. Para a criança, brincar é um processo permanente de
descoberta. É um investimento, é coisa seria.
A criança que brinca vai ser mais esperta, mais interessada e terá mais
facilidade de aprender - tudo isso de forma natural, seu poder de concentração será
melhor, sua autoconfiança e determinação. O brincar e estimular a criança
proporciona um melhor desempenho em suas atividades educativas e motoras, pois
tudo será a partir da exploração, confirmação, tirando suas próprias conclusões sob
os aspectos que se fizerem necessário.
Através do jogo, da brincadeira, a criança compreende o mundo à sua volta,
aprende regras, testa habilidades físicas, como correr, pular, aprende a ganhar e
perder. O brincar desenvolve também a aprendizagem da linguagem e a habilidade
motora. A brincadeira em grupo favorece alguns princípios como o compartilhar, a
cooperação, a liderança, a competição, a obediência às regras. O jogo é uma forma
da criança se expressar, já que é uma circunstância favorável para manifestar seus
sentimentos e desprazeres. Assim, o brinquedo passa a ser a linguagem da criança.
Brincar tem três grandes objetivos para as crianças: o prazer, a expressão
dos sentimentos e a aprendizagem. Brincando, a criança passa o tempo, mostra aos
pais e professores sua personalidade e descobre informações, e é a partir dessa
exploração que ela demonstra o interesse por certas atividades mais que outras,
explorando a brincadeira com maior interesse e define estratégias para conseguir a
manipulação do brinquedo de outras formas, é neste momento que podemos
interferir se vier a proporcionar algum risco a sua integridade, sendo necessário um
ambiente propício para a exploração sem ser um lugar que precise o adulto estar
interferindo constantemente devido ao fato de ocorrer risco para com a criança.
Para crianças pequenas se faz necessário e preciso que sejam brincadeiras
que estimulem os sentidos o que determina por assim dizer, que cada faixa etária
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que a criança se encontra, as possibilidades e habilidades a serem desenvolvidas.
Através deles, elas exploram e descobrem cores, texturas, sons, cheiros e gostos.
Brincar envolve movimento e é uma forma saudável e atraente de explorar a
música nas atividades, pois proporciona conhecimentos novos pelo prazer que
desperta. Música possibilita interação e troca entre os pares, é felicidade, pois
podemos nos descobrir explorando e conhecendo o corpo e tirando dele sons que
podem aumentar as nossas experiências sensoriais.
Brinca-se com ritmo, som, silêncio, com o barulhar explorativo ou
contemplativo. São as experiências sensoriais e motoras que proporcionarão
curiosidades que gerarão dúvidas e aprendizagens, pois tudo o que nos proporciona
perguntas interpelativas, produziu algum significado na nossa bagagem cultural. Só
vai significar algo para mim quando eu tiver a curiosidade de explorar e resignificar o
meu saber.
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4 O QUE DIZEM AS LEIS?
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Art. 1º As unidades de Educação Infantil mantidas e administradas
por universidades federais, ministérios, autarquias federais e
fundações mantidas pela União caracterizam-se, de acordo com o
art. 16, inciso I, da Lei nº 9.394/96, como instituições públicas de
ensino mantidas pela União, integram o sistema federal de ensino e
devem:
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XI – indique as formas previstas de articulação da unidade
educacional com a família, com a comunidade e com outras
instituições que possam colaborar com o trabalho educacional; e
XII – descreva o processo de acompanhamento e registro do
desenvolvimento integral da criança, sendo que os processos de
avaliação não têm a finalidade de promoção.
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traduz em movimento os diferentes sons que percebe. Os
movimentos de flexão, balanceio, torção, estiramento etc., e os de
locomoção como andar, saltar, correr, saltitar, galopar etc.,
estabelecem relações diretas com os diferentes gestos sonoros.
(BRASIL, 1998, p. 61).
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a interação das crianças com diversificadas manifestações de música, artes
plásticas e gráficas, cinema, fotografia, dança, teatro, poesia e literatura”.
As aulas do curso de pedagogia proporcionaram que eu mudasse os meus
conceitos e pude visualizar o que acontece dentro do espaço escolar. Aprendi em
sala de aula o que os livros sugerem e as experiências que cada um tem para o
desenvolvimento da formação pedagógica contribuíram para proporcionar a
verdadeira visão do que é o processo educativo e como está a sua verdadeira
realidade.
Visualizar as duas realidades me proporcionou crescimento e troca de
experiências, não estamos vivendo uma utopia de que tudo é perfeito fora da
faculdade e dentro da escola. Sabemos das diferenças que acontecem e o quão em
alguns momentos são negligenciadas responsabilidades tanto familiares quanto
escolares, mas estamos dispostos a enfrentar o desafio para o bem maior que são
as nossas crianças.
Não saio desta instituição com aprendizado completo, pois a nossa profissão
exigente estudos constantes, atualizações diárias por que o processo é dinâmico e
precisa ser acompanhado.
As experiências de estágio em primeiro momento aconteceram em
observações e após com práticas, juntamente com os aprendizados e trocas de
informações em sala de aula, proporcionou-me um olhar critico e observador, pois
determinou a minha visão ao que deveria ser olhado com atenção.
Assim como Lilian Lopes Martin da Silva, escreve no prefácio do livro,
Culturas infantis em creches e pré-escolas: estagio e pesquisa, considero suas
palavras muito sabias e oportunas para estes momentos de estágio ao qual estive
envolvida
“O olho esta presente em muitas operações de um sujeito. Pode ser
um olho que mira. Encara. Contempla. Perde-se no vazio. Pisca.
Flerta. Vislumbra. Observa. Vê. E, embora acreditemos muito no
olhar (queremos ver para crer!) é bom lembrar que o olhar também
pode nos enganar. E, embora muitos dos encontros do homem com
o mundo se deem pela visão, é bom que se diga que não só. Nos
encontramos com a realidade do mundo através de todos os outros
sentidos: audição, paladar, tato etc. todo o nosso corpo é envolvido
na experiência de explorar aquilo que esta fora de nos, que é
diferente de nós, que se oferece ao conhecimento. Entretanto, em
nossa cultura e nosso tempo, impõe-se a visão como faculdade
privilegiada para esse encontro.” (SILVA, 2011. p.7)
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E assim, se processou os dias que estive compartilhando da experiência de
ter contato como estagiária em várias escolas da rede estadual, municipal e privada,
com observações e registro do que estava acontecendo. Foi dessa forma que tentei
me comportar, como expectadora da realidade escolar. Foram momentos de
atividades direcionadas, brincadeiras, cumprindo o que a lei determina nos tempos
adequados, favorecendo os intervalos e interferências nas atividades quando se
julgava necessidade.
No desenvolvimento dos estágios pude comprovar os aprendizados
encontrados em sala de aula, justificando certas leituras as quais tivemos
oportunidade de em mãos, escritos como Formosinho (2007) quando percebi o
significado do estar diz em seu trabalho quando afirma que
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I – promovam o conhecimento de si e do mundo por meio da
ampliação de experiências sensoriais, expressivas, corporais que
possibilitem movimentação ampla, expressão da individualidade e
respeito pelos ritmos e desejos das crianças;
(...)
V- ampliem a confiança e a participação das crianças nas atividades
individuais e coletivas;
VII – possibilitem situações de aprendizagem mediadas para a
elaboração da autonomia das crianças nas ações de cuidado
pessoal, auto-organização, saúde e bem-estar;
VII – possibilitem vivencias éticas e estéticas com outras crianças e
grupos culturais, que alarguem seus padrões de referencias e de
identidades no dialogo e reconhecimento da diversidade. (BRASIL,
2009)
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Aprendi bastante e pude comprovar na prática, situações de aprendizagem e
estudo desenvolvidas em sala de aula, no processo de formação pedagógica.
Conheci novas pessoas e convivi com as diferenças e empatias do ambiente de
trabalho, o que me proporcionou crescimento pessoal, período que pude obter um
amadurecimento tanto profissional quanto pessoal que será extremamente
importante para mim no futuro.
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5 MÚSICA? PRESENTE! ESTOU NA EDUCAÇÃO INFANTIL
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Chegou a hora da escola pública de educação infantil fazer sua parte, uma
vez que tem uma população diferenciada da rede privada devido às condições e
acesso a materiais que venham a proporcionar experimentos e trocas entre os
iguais, o que não limita e nem exime de suas responsabilidade e direitos às duas
instituições de ensino.
A criança é energia e por isso ela produz muita história e cultura. É com as
suas interações com a sociedade que revela significados a sua existência, portanto
ela não deve ser negligenciada ou negado ao seu direito de acesso a esse bem
cultural chamado música que está conectada a arte, que nos proporciona
sentimento, reflexão, imitação, criação, motivação, pois aguça nossos sentidos e nos
proporciona imaginação o que pode acarretar mudança de atitude e comportamento.
Encontramos na nossa comunidade, diferentes situações de escolas pois
algumas oferecem o material para ser usado com as crianças e outras não, o que
obriga o professor a desenvolver de outra maneira as aulas de musicalidade,
partindo desde então da confecção dos materiais que poderão ser utilizados,
mudando os planejamentos e reconstruindo sua proposta.
Bom, a música está na escola e precisa ser trabalhada desde Educação
Infantil, o professor possui alguma disponibilidade de material para montar o seu
projeto sobre música, mas, como está esse espaço para recebe-los?
Qual é a sala? Que espaço é esse? Como está distribuído este material?
Tem material para todos? Como podemos explorar? O que fazer com o que temos
disponível?
Mais uma vez entra o bom senso para planejar um trabalho adequado. As
escolas com a necessidade de abranger grande número de crianças na educação
infantil, muitas vezes, encontra-se com seus espaços sobrecarregados o que
ocasiona falta de espaço para desenvolver atividades que exijam maior movimento,
dificultando a circulação e exploração do espaço.
Então, é uma necessidade, que este espaço seja adequado para poder ser
promotor de conhecimento e aprendizado na hora de trocas com seus pares, o que
não acontece na escola em questão, pois os materiais ficam longe do acesso das
crianças, encontrando dificuldade para o seu manuseio, conforme o caso observado.
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Considero que ganhar o direito a ter a musicalização na educação infantil
não garante que seja um trabalho realmente efetivado com as devidas qualidades
que se julga necessário para desenvolver os aprendizados na interações.
Encontramos numa escola, uma turma de crianças com diversidade de
culturas e com condições de aprendizagens diferentes, pois cada um tem o seu
ritmo, cabe ao professor desenvolver a melhor forma de aproveitar isso a favor das
aprendizagens.
Conforme Werle
Se tal fato não acontecer, o barulhar explorativo das crianças que deveria
produzir momentos de contemplação e aprendizado, experiências e musicalizações,
perde o significado, pois determina-se metas e tempos de exploração, pois não
permite o tempo suficiente para que ela produza os conhecimentos adequados e
necessários.
Dinamizar as atividades, proporcionar um tempo maior de exploração e
espaços melhor organizados facilitariam bastante as explorações e trocas de
experiências com os pares, usufruindo do espaço e tempo que esta entidade tem
durante o período que a crianças passam a seus cuidados.
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O professor, como mediador, facilitador, responsável pela organização do
espaço, deve sempre considerar que tudo o que ele precisa fazer, tem de ter um
objetivo entre tantos outros, que é o de proporcionar o desenvolvimento das
crianças, são essas horas que ele passa em convivência com esta instituição escolar
que ajudarão na formação da criança na integralidade. Maria da Graça Souza Horn
escreve sobre esta situação, onde afirma
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6 O QUE FAZER COM A MÚSICA?
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Usar adequadamente as atividade para não matar o tempo e proporcionar
uma aprendizagens, mesmo considerando os momentos de maior excitação das
crianças, ou seja, usar das músicas mais calmas quando estão agitados ou as
canções mais agitadas para movimentar a turma quando precisam dar uma
reanimada no espaço escolar.
Assim como a música nos proporciona lembranças para toda a vida,
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descontextualizadas, práticas muito frequentes no ambiente educacional, ela deve
ser um suporte de trabalho diário aos professores com a finalidade de integrar as
diversas áreas do conhecimento que necessitam ser desenvolvidas no decorrer do
período, o que pode proporcionar diversos usos e funções dentro do cotidiano
escolar, mas precisa ser valorizada e não somente como um apoio.
Por considerar a música essencial para crianças na educação infantil, pois
elas se encontram com o cérebro em pleno desenvolvimento e suas condições de
aprendizagem são as melhores possíveis, vai promover interações e laços além de
ser um poderoso meio de integração e desenvolvimento de habilidades, uma fonte
de riqueza, infelizmente, pode-se estar sendo negligenciada a sua aplicação dentro
do espaço escolar ou até mesmo não sendo dado o seu devido valor, tudo
considerando as realidades de instituições que temos a nosso dispor para exercitar o
processo de pesquisa.
Portanto, por acreditar que a música tem sua presença constante em nossa
vida, independente da classe, ela surge com suas características peculiares
inclusive nas várias culturas, cada um cultivando-a dentro de seus aprendizados e
experiências.
Quando a música vem para a turma de educação infantil, a criança precisa
vivenciar situações concretas, pois parte-se da ideia que ela venha promover a
interação nos aspectos afetivos, estéticos, sensíveis e cognitivos do sujeito, pois
desperta a criatividade desde que seja estimulada para tal, proporcionando seu
contato com materiais que possa manusear e que produza sonoridade, o que não
tem por objetivo a formação de possíveis músicos.
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O uso de materiais alternativos (sucatas) para explorar o som também deve
ser incorporado ao planejamento de exploração musical que o professor está
propondo, o que garante a validade da música enquanto ferramenta pedagógica,
pois a consciência ecológica também é trabalhada, gerando também um processo
de interdisciplinaridade.
A investigação/percepção do som é muito útil para as crianças perceberem
a diferença entre som e silêncio, os diferentes sons que podemos produzir de
diferentes materiais e com variedades de combinações entre eles; é uma forma de
incrementar as possibilidades de exploração e criatividade, além é claro da criação
de objetos sonoros.
Outro fator que acho muito interessante a ideia é a exploração de sons do
corpo, aqueles que são emitidos por nós mesmos sem auxilio de outro material que
venha a proporcionar o barulho. Escutar o coração do colega ou até mesmo o
próprio, o estalar de dedos, palmas, passos, o barulho da barriga quando estamos
com fome, barulho de gases, são alguns sons que acontecem no nosso corpo que
em alguns momentos podem proporcionar constrangimento e em outros,
considerarmos brincadeiras de exploração e divertimento.
A exploração do ambiente também é de grande valia para o trabalho com a
educação infantil. Parar e observar os sons que temos a nossa volta e imaginar do
que se trata também, é uma atividade bastante interessante e desafiadora. É este
jogo entre som e silêncio que nos fará diferenciar as situações e nos aguçará nas
explorações.
Partimos para as propriedades do som, usando qualificações determinantes
como duração, intensidade, altura e timbre, característica de cada instrumento. Na
ausência de som encontramos quando nossos ouvidos não conseguem captar por
ser de tão baixa intensidade o som, o que privilegia animais como o cachorro a ter o
ouvido mais aguçado e escutar barulhos inaudíveis ao homem. As vibrações
sonoras e gestos também são inaudíveis para nós.
O gosto musical de cada indivíduo se determina pelas influências da cultura
familiar, gostando primeiramente destes e depois quando aumenta seu círculo de
convivências e contato com outros estilos musicais, vai se definindo seus gostos e
estilos e definindo a sua personalidade, o que vai acontecer na fase da
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adolescência. Ouvir com frequência desperta apreciação seja por música de boa
qualidade ou não.
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O envolvimento das criança nas atividades propostas também é considerado
pois isso proporciona conhecimentos novos, ampliando vocabulário, autonomia e
socialização.
Um mundo sonoro está a nossa disposição, o que temos de fazer é aprender
a classificar, elaborar critérios para selecionar o som que educa, que é fonte de
riqueza e saudável e que visa a transformar e proporcionar o crescimento integral da
criança daquele que não oferece nada de produtivo e sequer soa bem ao ouvido.
Porque por mais sensíveis que somos a este ou aquele som, a criança no
seu lar tem acesso aos sons e músicas que sua família costuma ouvir, o que não
quer dizer que estes sejam os mais adequados para a sua faixa etária, mesmo
porque o que encontramos na mídia televisiva, muitas vezes tem apelo erótico, o
que estimula precocemente a sexualidade da criança.
A construção de saberes acontece com as interações com outras
crianças mediadas pelas brincadeiras que desencadearão troca de culturas e
protagonizarão suas experiências musicais, estabelecendo regras e
questionamentos. São estas interações que proporcionarão vínculos de amizade
e cumplicidade entre os pares que possibilitam e favorecem que sejam
produzidas interações musicais a partir de suas próprias experiências,
construindo saberes e troncando experiências e proporcionando aprendizagens.
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7 E EU PROFESSORA!
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8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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lúdica no ambiente familiar e escolar, lembrando que rico não quer dizer ter
brinquedos caros, mas fazer com que elas explorem as diferentes linguagens que a
brincadeira possibilita (musical, corporal, gestual, escrita), fazendo com que
desenvolvam a sua criatividade e imaginação.
É brincando que se aprende o que mais ninguém lhe pode ensinar. É dessa
forma que ela se estrutura e conhece a realidade. Além de estar a conhecer o
mundo, está-se a conhecer a si mesma. Ela descobre, compreende o papel dos
adultos, aprende a comportar-se e a sentir-se como eles, são as oportunidades e a
criatividade que vão gerar uma criança sadia, pois o ato de brincar pode incorporar
valores morais e culturais, em que as atividades podem promover à autoimagem, a
autoestima, a cooperação, já que o lúdico conduz à imaginação, fantasia,
criatividade e à aquisição dum sentido crítico, entre outros aspectos que ajudam a
moldar as suas vidas, como crianças e, futuramente, como adultos.
É através da atividade lúdica que a criança se prepara para a vida,
assimilando a cultura do meio em que vive, integrando-se nele, adaptando-se às
condições que o mundo lhe oferece e aprendendo a competir, cooperar com os seus
semelhantes: a conviver como um ser social.
Portanto, por tudo que o brincar favorece a criança, no espaço que ela se
encontrar, seja em escola ou na família, é preciso que seja valorizado o ato, seu
futuro depende desse momento, desses aprendizados, dessas experiências para se
tornar um adulto sensato, coerente, digno.
A escola e seus professores, não pode somente buscar o aprendizado da
matéria, precisa ir mais além, são marcas que são cravadas na infância que não são
percebidas mas que na idade adulta, você encontra barreiras a superar, traumas a
transpor.
Este trabalho me proporcionou uma viagem pela música que me constituiu.
Viajar pelo tempo em busca de minha história e que faz parte de minhas lembranças
adormecidas, as suas transformações no decorrer da vida, o que com o passar do
anos, proporcionou a vivencias de vários ritmos, servindo de aprendizado.
As canções estão presentes na vida de todas as pessoas, em todas as
culturas, nos variados momentos, em todas as épocas, sendo uma linguagem
universal que supera a barreira do tempo e do espaço.
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Conhecer as concepções de criança, educação infantil trazendo para o
campo musical também é interessante, pois nos leva a valorizar mais as atitudes
que devemos tomar quando nos propomos o desafio de trabalhar com criança da
educação infantil a música.
É a valorização da importância e conhecimento adquiridos que vem a somar
contribuições para elaborar novos aprendizados, a partir da mediação e
consideração da bagagem advinda das famílias.
Por achar a maneira como está sendo apresentada a música na escola
como uma forma inadequada o que leva a inquietação a mim como observadora,
diante da oportunidade de ser diferente pois acredito que existe a possibilidade de
maior aprendizado e exploração além do que esta sendo feito.
Devo considerar ainda que de um ano para outro, novas medidas e
aprendizagens tenham sido elaboradas, novas experiências absorvidas, o que me
leva a acreditar que para este ano letivo, a aulas sejam aplicadas de forma diferente
e mais enriquecedora.
O professor é peça chave no desenvolvimento de suas atribuições dentro da
educação infantil e é a partir do que ele propõe como prática pedagógica que levará
a música a contemplar os seus benefícios na aprendizagem, o que proporciona
desenvolver habilidades e ampliar seus conhecimentos.
Ter a consciência de que a criança
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
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