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Tribunal de Justiça
Regional da Barra da Tijuca 586
Cartório da 3ª Vara Cível
Av. Luiz Carlos Prestes, s/nº 2º andarCEP: 22775-055 - Barra da Tijuca - Rio de Janeiro - RJ Tel.: 3385-8700 e-mail:
btj03vciv@tjrj.jus.br
Fls.
Processo: 0009984-60.2020.8.19.0209
Processo Eletrônico
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Em 01/12/2020
Despacho
Trata-se de ação de título executivo extrajudicial proposta por Peixinho, Cacau e Pires Consultores
e Advogados Associados em face de BENDAL S.A, Ariadne da Cunha Lima e Espólio de Jair
Coelho.
O título executivo é um contrato de prestação de serviços de advocacia - art. 784, III do CPC, fls.
34/40.
É o relatório.
Agora observo que a parte embargada já havia oferecido resposta prematura aos embargos, como
se observa de fl. 393. A resposta aos embargos também deve ser desentranhada, porque não
existe referido ato processual previsto no processo de execução.
Cumpra-se.
110 LFNEGRAO
Estado do Rio de Janeiro Poder Judiciário
Tribunal de Justiça
Regional da Barra da Tijuca 587
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Recorde-se que DIVIDENDOS, pela lei brasileira, são uma parcela do lucro apurado por uma
sociedade anônima, distribuída aos acionistas por ocasião do encerramento do exercício social.
No Brasil, são definidos no § 2º do art. 202 da Lei das Sociedades Anônimas.
Portanto, seria uma ideia sem qualquer fundamento se supor que haveria um crédito titularizado
pela 1ª executada junto ao fundo, denominado DIVIDENDOS. Isso é muitíssimo improvável, para
não se afirmar quase impossível, pois em se tratando de fundo de investimentos, o corriqueiro é
que o cotista detenha duas espécies de direito de créditos, os RENDIMENTOS e as COTAS, estas
últimas na medida (e nos prazos) em que sejam liquidáveis em dinheiro ou outro ativo financeiro.
Assim sendo, em primeiro lugar deverá o exequente melhor delinear ao juízo qual o tipo e a
natureza do CRÉDITO que a 1ª executada detém junto ao referido fundo com sede no estrangeiro,
para que aí bem se decida acerca de como (a forma legal e a execução) se aperfeiçoará o ato
processual de penhora, que provavelmente será uma penhora de crédito (artigo 855, inciso I, do
CPC), mas envolvida em alguma peculiaridades.
Em segundo lugar, o exequente deverá também esclarecer e provar quem é o representante legal
do fundo (se houver, no Brasil) ou no exterior, o que haverá de fazer por meio de documentos.
Note-se que penhora de crédito (art. 855, inciso I, do CPC), como parece ser o caso, JAMAIS
pode se ultimar por 'ofício', como requereu o exequente, sendo obrigatório que o ato processual se
ultime por INTIMAÇÃO DO CREDOR DO EXECUTADO.
Pelo que se lê dos autos, então, a depender de onde se encontre o representante legal indicado
no ato constitutivo do fundo estrangeiro, a penhora se ultimará por intimação de alguém em
território nacional ou, eventualmente, por intimação de alguém fora do Brasil, caso em que se
imporia a expedição de carta rogatória.
Assim, para proferir-se a decisão que se pretendeu, versando sobre a penhora, deverá o
exequente esclarecer que é o representante legal do fundo, sua completa qualificação e o
endereço em que deverá ser INTIMADO.
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Em ____/____/_____
110 LFNEGRAO