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INTRODUÇÃO
Por fazer parte do cotidiano das relações empregatícias, têm crescido os estudos
relacionados ao trabalho doméstico e suas peculiaridades no direito positivo pátrio.
Definir as origens históricas do trabalho doméstico não é das tarefas mais fáceis,
podendo-se encontrar referências do mesmo na mitologia grega, em passagens bíblicas e,
ainda, em textos referentes à antigüidade clássica, que revelam a presença “de trabalhadores
livres ocupados na prestação gratuita ou remunerada de serviços dessa natureza1”.
Há, no entanto, um vínculo bastante estreito entre o trabalho doméstico e os
regimes da servidão e da escravidão. Isso porque, principalmente na Idade Média, muitos
escravos, capturados em guerras ou vendidos pelos pais em detrimento da miséria acometida,
chegavam às cidades européias, como Barcelona, Veneza e Gênova, e passavam à condição de
servos das famílias feudais.
Já àquela época, era perceptível a predominância de mulheres, em relação aos
homens, no trabalho dentro dos lares, posto que as mulheres servas conservavam-se dentro das
casas, ocupando-se de tarefas tipicamente domésticas, além de cuidar dos recém-nascidos e
crianças e fazer companhia à mulher do senhor feudal, enquanto este não se encontrava dentro
de casa.
Inexistia, porém, na Antigüidade e na Idade Média, qualquer documento que se
assemelhasse à figura do contrato de trabalho doméstico, sendo que a única obrigação do
patrão era apenas manter o servo ou escravo para que não morresse, dando-lhes abrigo,
alimentação e rudimentar vestuário.
No Brasil, situação semelhante ocorreu. A princípio, os índios foram a mão-de-
obra escrava mais utilizada, servindo para executar tarefas que já estavam acostumados a
realizar, como caçar e pescar. Posteriormente, negros africanos, trazidos pelos portugueses,
1 DAVIS, Roberto apud BARBOSA, Ayres D’Athayde Wermelinger. Trabalho Doméstico: Comentários,
Legislação, Jurisprudência e Temas Polêmicos. Curitiba: Juruá Editora, 2007, p. 17.
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passaram a ser vendidos como escravos aos senhores de engenho, a fim de que trabalhassem
nas fazendas de açúcar, recebendo apenas o mínimo fisiológico vital.
Os escravos negros eram tidos como verdadeiros objetos de quem os comprava,
sem que possuíssem qualquer direito ou proteção legal. A lei se preocupava, apenas, em
assegurar a sujeição total ao seu senhor.
Aqueles escravos que se destacavam por sua sociabilidade eram então elegidos à
função de “escravos domésticos”, responsabilizando-se pelo funcionamento e organização da
casa grande, sendo predominante a presença de mulheres nesse contexto.
Abolida em 1888, a escravidão, no Brasil, ainda se mostra presente nos dias atuais,
embora de maneira um pouco distinta, refletindo-se, desta feita, no trabalho doméstico, já que,
na maioria dos lares brasileiros, os domésticos residem no próprio ambiente de trabalho, não
se submetendo à à jornada de trabalho e ao regime de horas extras, etc.
As duas principais diferenças entre o regime de escravidão vigente no
colonialismo e o trabalho doméstico da atualidade é que, os empregados domésticos são livres
e percebem, em regra, salários.
José Alberto Couto Maciel afirma que o empregado doméstico nos dias de hoje é
o resultado do trabalho escravo da Antigüidade, com influências democráticas paternalísticas,
demonstrando seu posicionamento com as seguintes indagações:
“O que fazia o escravo? Trabalhava para o seu senhor, mesmo que seu
trabalho não resultasse em qualquer finalidade lucrativa, e recebia, em
razão do trabalho, a alimentação e demais vantagens que lhe eram
concedidas em razão dos sentimentos de seu proprietário. Como trabalha o
empregado doméstico atual? Trabalha para seu patrão, segundo a lei, em
serviço cuja finalidade não é lucrativa, recebendo o salário por ele
combinado, a alimentação e demais vantagens concedidas, dependendo da
bondade de quem o emprega.”2
2 MACIEL, José Alberto Couto. O Progresso Atual e o Contrato de Trabalho do Empregado Doméstico.
São Paulo: LTr, 1978.
3 FERRAZ, Fernando Basto. Empregado Doméstico. São Paulo: LTr, 2003, p. 33.
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também, na ausência de leis que os amparem, que garantam a proteção e efetivação de seus
direitos.
Apesar disso, especialmente no Brasil, a contratação de domésticos para
executarem as tarefas dos lares é considerada, pela maior parte das famílias, como uma
despesa indispensável, mesmo que isso venha influir consideravelmente no orçamento
familiar.
O regulamento de que trata o supracitado artigo nunca foi expedido, o que fez com
que a doutrina questionasse acerca da aplicabilidade do Decreto-Lei nº 3078/41, surgindo,
assim, três posicionamentos a respeito.
Para J. Antero de Carvalho, diante da falta de regulamentação, o Decreto-Lei nº
3078 nunca foi aplicado. Octacílio P. Silva4, nesse sentido, disse que referido decreto caducou
por nunca ter sido regulamentado, acrescentando ainda que, com o advento da CLT:
Alice Monteiro Barros, por sua vez, entende que, com a entrada em vigor da CLT,
não houve revogação do Decreto-Lei nº 3078. Também aderiu a este posicionamento Amauri
Mascaro Nascimento, segundo o qual o Decreto-Lei nº 3078 trata-se de norma especial e que
4 BARROS, Alice Monteiro. Curso de Direito do Trabalho. Estudos em memória de Célio Goyatá. 2ª Ed. Vol. I.
São Paulo: LTr Editora, 1994, p. 367.
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o propósito da CLT em seu artigo 7º foi o de não estender aos domésticos seus preceitos, sem
excluí-los da regulamentação vigente.
Por fim, havia quem sustentasse a idéia de auto-executoriedade naquilo que fosse
possível.
Apesar de a discussão ter perdurado por vários anos, o entendimento majoritário,
especialmente na jurisprudência, é o da revogação do Decreto-Lei nº 3.078, pelo artigo 7º,
alínea “A”, da Consolidação das Leis do Trabalho.
Finalmente, os domésticos tiveram sua profissão regulamentada pela
Lei nº 5.859, de 11 de dezembro de 1972, que também lhes outorgou o ingresso no sistema
geral da Previdência Social.
Muito embora sucinta, a legislação do empregado doméstico supramencionada
representou significativa conquista para a classe, que, até então, não detinha de proteção legal,
em razão da exclusão expressa do artigo 7º, alínea “a” da CLT.
Em detrimento do artigo 7º da Lei nº 5.859/72, sua eficácia se restringiu à edição
de norma regulamentadora, o que ocorreu com a edição do Decreto nº 71.885, de 09 de março
de 1973, pelo qual foram definidos os conceitos de empregado e empregador domésticos,
além de terem sido assegurados alguns direitos, especialmente relativos à Previdência Social,
tais como auxílio doença e aposentadoria por invalidez.
Posteriormente, a nº Lei 5.859/72 foi acrescida pela Lei nº 10.208, de 23 de março
de 2001, no sentido de conceder a faculdade para o empregador em garantir o acesso do
empregado doméstico ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS e ao Seguro-
Desemprego, dispondo da forma que segue, in verbis:
Por fim, outra importante alteração na Lei nº 5859/72 foi estabelecida pela Lei Nº
11.324, de 19 de julho de 2006, que assim dispôs:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em
virtude de lei;
5MORAES FILHO, Evaristo de; MORAES, Antônio Carlos Flores de. Introdução ao Direito do Trabalho. 6ª
Ed. São Paulo: Editora LTR, 1993, p. 217
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Maurício Godinho Delgado critica a conceituação da lei uma vez que essa não
indica os elementos integrantes do contrato empregatício, nem o laço que os mantém
interligados. Assim, define contrato de trabalho como sendo:
6BARROS, Alice Monteiro de. Curso de Direito do Trabalho. 3ª Ed. São Paulo: Editora LTr, 2007, p. 229.
7DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 7ª Ed. São Paulo: Editora LTr, 2008, p. 491 e
492.
8MARANHÃO, Délio; CARVALHO, Luiz Inácio B. Direito do Trabalho. 17ª Ed. Rio de Janeiro: Editora da
Fundação Getúlio Vargas, 1993, p. 45 e 46
21
9 BARROS, Alice Monteiro de. Curso de Direito do Trabalho. 3ª Ed. São Paulo: Editora LTr, 2007, p. 232
22
10MARANHÃO, Délio; CARVALHO, Luiz Inácio B. Direito do Trabalho. 17ª Ed. Rio de Janeiro: Editora da
Fundação Getúlio Vargas, 1993. Pág. 83
11DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 7ª Ed. São Paulo: Editora LTR, 2008, p. 497
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fixar limites, sem que para isso seja necessário controlar continuamente o
valor técnico dos trabalhos efetuados. Direção e fiscalização, tais são então
os dois pólos da subordinação jurídica12.”
12 COLIN, Paul apud MORAES FILHO, Evaristo de e MORAES, Antônio Carlos Flores de. Introdução ao
Direito do Trabalho. 6ª ed: LTR, 1993, p. 224.
13DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 7ª Ed. São Paulo: Editora LTR, 2008, p. 498
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Atividade lícita, por sua vez, é aquela desenvolvida de acordo com os ditames
legais, além de estar em consonância com a ordem pública.
Nesse ínterim, convém ressaltar a diferença entre atividade ilícita e atividade
proibida. Na primeira hipótese, o direito não aprova a realização da mesma, em favor dos
interesses sociais e dos bons costumes, consequentemente, o contrato de trabalho que envolve
a atividade ilícita não produz efeitos. É o caso, por exemplo, de pessoa que presta serviços em
banca de “jogo do bicho”. Será, no entanto, atividade proibida, quando não há observância
dos preceitos legais, mas, com o escopo de se preservar o interesse do trabalhador, conservam-
se alguns efeitos do contrato. Aqui, pode-se citar como exemplo o trabalho realizado por
menores de 14 anos.
Caso o empregado tenha menos de 16 anos e não seja contratado como aprendiz,
mesmo proibido, o contrato de trabalho, ainda assim, gera efeitos jurídicos.
Alice Monteiro Barros, nesse caso, não admite o vínculo empregatício entre o
empregador e o menor, alegando que, por se tratar de contrato nulo, ao trabalhador somente
será devido a retribuição pelos dias trabalhados, e que a contraprestação mensal tome como
parâmetro aquela que seria paga a um trabalhador autônomo que exercesse o mesmo ofício.
Tal posicionamento embasa-se no fato de que a força do9 trabalho do menor fora utilizada em
prol de outrem, sendo impossível restituí-la ao estado anterior.
Maurício Godinho Delgado, adotando opinião diversa, diz que o contrato
celebrado com menor de 16 anos e que não seja na condição de aprendiz, apesar de
absolutamente nulo, deverão ser assegurados todos os direitos trabalhistas, admitindo-se,
inclusive o enquadramento da resolução contratual como rescisão indireta. (Págs. 509 e 1145)
Forma, no Direito do Trabalho, é a maneira elegida pelas partes para
instrumentalizar a relação de emprego, perante a qual irão pactuar os direitos e obrigações
recíprocos.
Como regra, empregado e empregador podem dispor livremente sobre o contrato
de trabalho, ante sua natureza consensual, podendo ser ajustado inclusive tacitamente;
entretanto, em situações excepcionais, como já dito anteriormente, há que prevalecer um
mínimo de instrumentalização da forma.
Ainda, para que o contrato seja válido, é necessário que se a vontade entre as
partes seja manifestada livre e regularmente, sem que nela paire qualquer vício de
consentimento.
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3. CONTRATO DE EXPERIÊNCIA
15 GOMES, Orlando; GOTTSCHALK, Élson. Curso de Direito do Trabalho. 13ª Ed. Rio de Janeiro: Editora
Forense, p. 183
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Dentre os contratos a termos previstos pela CLT, pode-se se dizer, com segurança,
que o contrato de experiência é o mais recorrente no cotidiano das relações trabalhistas. Isso
possivelmente se deve ao fato de que a CLT o regulou sucintamente, sem especificar, pelo
30
16DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 7ª Ed. São Paulo: Editora LTR, 2008, p. 544
31
“Art. 481 Aos contratos por prazo determinado, que contiverem cláusula
assecuratória do direito recíproco de rescisão antes de expirado o termo
ajustado, aplicam-se, caso seja exercido tal direito por qualquer das partes,
os princípios que regem a rescisão dos contratos por prazo indeterminado.”
Ressalta-se, ainda, que por força de sua própria natureza, o empregador não
precisa justificar a não-continuidade do ajuste ao empregado, e vice-versa. Tal entendimento,
contudo, não prevalece se o contrato de experiência romper-se antes do prazo fixado, por parte
do empregador e do empregado, em consonância com o disposto nos arts. 479 e 480 da CLT.
Senão, veja-se:
“Art. 479. Nos contratos que tenham termo estipulado, o empregador que,
sem justa causa, despedir o empregado, será obrigado a pagar-lhe, a título
de indenização, e por metade, a remuneração a que teria direito até o termo
do contrato.”
previsto pela Lei de Trabalho Rural (art. 14 da Lei nº 5889/73), aquele contrato possui as
mesmas características básicas dos contratos a termo celetistas, sendo autorizado em face de
“serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo” (art. 443,
§2º, “a”, da CLT).
Seu termo pode ser estabelecido “pela execução de serviços especificados”
relativos à safra (plantio, colheita, etc.), pela realização de “certo acontecimento suscetível de
previsão aproximada” (extinção do período de safra) ou pelo termo cronológico.
Também é previsto na legislação trabalhista o contrato de obra certa (Lei nº
2959/56), que é o ajuste empregatício urbano a prazo, cuja principal característica é “a
presença de um construtor em caráter permanente no pólo empresarial da relação e pela
execução de obra ou serviço certo como fator ensejador da prefixação do prazo
contratual”17.
Há ainda, o contrato por temporada, cujo direcionamento se dá à prestação de
trabalho em lapsos temporais determinados e específicos, em razão da atividade empresarial.
Segundo o artigo 2° da Lei n° 6.019/74, trabalho temporário é aquele prestado por uma pessoa
física a uma empresa, com o escopo de suprir uma necessidade transitória de substituição de
seu pessoal regular e permanente ou um acréscimo extraordinário de serviço.
Assim como o contrato de experiência, o contrato de trabalho temporário também
tem prazo máximo de 90 dias em relação a um mesmo empregado, salvo autorização do
Ministério do Trabalho.
A mais recente forma de contratação a termo é o chamado contrato provisório,
previsto na Lei n° 9.601/98. Esta estabelece dois requisitos de validade do contrato nela
previsto, quais sejam: que seja o contrato de trabalho instituído por negociação coletiva, com a
participação do respectivo sindicato dos trabalhadores, e que seja celebrado para pactuar
admissões que representem acréscimo no número de empregados.
4. POSSIBILIDADE DE CONTRATO DE EXPERIÊNCIA DOMÉSTICO
18 MARTINS, Sérgio Pinto. Manual do Trabalho Doméstico. 9ª Ed. São Paulo: Atlas, 2007, p. 35
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445, 451 e 452. São disposições que atendem interesses de ambas as partes -
principalmente facilitando a admissão no emprego - e não nos parece que a
aplicação dessas normas possam violar qualquer dispositivo legal, de
alcance geral ou particular" (ISIS DE ALMEIDA, in Manual de Direito
Individual do Trabalho, LTr., 1998, págs. 551/552).(Processo RO - 6556/98
Data de Publicação 30/01/1999 DJMG Página: 13 Órgão Julgador
Quarta Turma Relator Convocada Taísa Maria Macena de Lima Revisor
Fernando Eustáquio Peixoto de Magalhães 3ª região) (grifou-se)
Art. 4° - Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a
analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
individual de trabalho do empregado doméstico, além de outros direitos não extensíveis a essa
classe de trabalhadores, tais como horas extras, jornada de trabalho, etc.
Urge que a interpretação do art. 7º, a, da Consolidação das Leis do Trabalho deve
ser conforme à atual realidade da categoria dos empregados domésticos, a fim de que sejam
atendidos os fins sociais a que se destina e as exigências do bem comum, considerando que a
atual Constituição Federal ampliou, significativamente, o rol de direitos aplicáveis a esses
operários do lar.
Vale ressaltar, todavia, que apesar de a jurisprudência dominante se inclinar pela
aplicabilidade do preceito estabelecido no art. 443 da CLT, os julgadores pátrios devem
utilizar o contrato de experiência com cautela, a fim de evitar abusos, especialmente no que se
refere à ocorrência de fraudes relacionada às parcelas devidas quando do momento da
extinção contratual a prazo indeterminado e em ocultação à real duração do contrato, evitando,
assim, o desvirtuamento dos objetivos dessa forma de contrato.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Consolidação das Leis do Trabalho. 35ª ed. atual. e ampl. – São Paulo: LTr, 2008.
40
DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 7ª Ed. São Paulo: Editora
LTr, 2008
GOMES, Orlando; GOTTSCHALK, Élson. Curso de Direito do Trabalho. 13ª Ed. Rio de
Janeiro: Editora Forense.
MARANHÃO, Délio; CARVALHO, Luiz Inácio B. Direito do Trabalho. 17ª Ed. Rio de
Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1993.
MARTINS, Sérgio Pinto. Manual do Trabalho Doméstico. 9ª Ed. São Paulo: Atlas, 2007.
MORAES FILHO, Evaristo de; MORAES, Antônio Carlos Flores de. Introdução ao Direito
do Trabalho. 6ª Ed. São Paulo: LTr, 1993.