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Conhecimento proposicional:
Teoria de Descartes:
Descartes foi um filósofo racionalista, uma vez que considerava a razão a fonte
principal do conhecimento e a única origem para o verdadeiro conhecimento. Descartes
deposita uma grande confiança na razão e, por essa razão, procurou nela os
fundamentos metafísicos do conhecimento. Pois, só assim, julgava estabelecer os
fundamentos de todo o conhecimento. A Teoria do Conhecimento cartesiana (ou de
Descartes) é desenvolvida em várias obras.
O Método:
A dúvida cartesiana é uma suspensão do juízo, liberta o espírito dos erros que o
podem perturbar ao longo do processo de indagação da verdade e apresenta as seguintes
características: - metódica e provisória: é um meio para atingir a certeza, não
constituindo um fim em si mesma (esta última atitude seria típica dos filósofos céticos);
- hiperbólica: é exagerada, rejeita como se fosse falso tudo aquilo em que se note a
mínima suspeita de incerteza; -universal e radical: incide não só sobre o conhecimento
em geral, como também sobre os seus fundamentos, as suas raízes.
O Cogito:
Ainda que quase nenhuma das nossas crenças seja indubitável, Descartes pensa
que há algo de que não podemos duvidar. Afinal, se estamos a colocar as nossas crenças
em dúvida, estamos a duvidar, e duvidar é uma forma de pensar. E, se estamos a pensar,
então existimos. Cada um de nós pode então afirmar com toda a segurança:
A existência de Deus:
Círculo cartesiano:
Teoria de Hume:
David Hume perseguiu o objetivo de desenvolver uma teoria da natureza
humana, por meio da qual pretendia explicar o funcionamento da nossa mente. A sua
epistemologia empirista, que é a parte fundamental dessa teoria, encontra-se
essencialmente no Livro I do Tratado da Natureza Humana (1739) e na Investigação
sobre o Entendimento Humano (1748), mas ao contrário de Descartes, defende que o
ceticismo não pode ser totalmente refutado e que as nossas pretensões ao conhecimento
devem ser bem mais modestas. Hume escreveu na Investigação sobre o Entendimento
Humano que a dúvida radical e universal, recomendada por Descartes, não permite
reconstruir o edifício do conhecimento depois de o destruir. Se duvidarmos das
capacidades racionais, como exige a dúvida cartesiana, deixamos de poder recorrer a ela
(ao cogito) para deduzir o que quer que seja.
As impressões e as ideias:
Hume fala de perceções para se referir aos conteúdos da nossa mente. De acordo
com a sua perspetiva, as impressões e as ideias são as duas únicas espécies de
perceções. Estas diferem de uma forma puramente qualitativa: as impressões são mais
vívidas e intensas do que as ideias. As impressões são sentidas e as ideias são pensadas.
As impressões abrangem as nossas sensações externas (visuais, auditivas, tácteis, etc),
bem como os nossos sentimentos internos (emoções, desejos, etc). As ideias são as
perceções que constituem o nosso pensamento. Por exemplo, se estamos a ver um
objeto vermelho, estamos a ter uma impressão de vermelho, ao passo que se estivermos
a imaginar ou a recordar um objeto vermelho, estamos a ter uma ideia de vermelho. A
ideia de vermelho é menos intensa e vívida do que a respetiva impressão.
Se todas as ideias têm uma origem empírica, então não há conhecimento a priori
do mundo. Todo o conhecimento acerca do mundo é a posteriori. Hume diz-nos que as
relações de ideias e as questões de facto são os dois tipos fundamentais de objetos da
razão ou da investigação humana. Assim, se disser que o quadrado da hipotenusa não é
igual à soma dos quadrados dos catetos, cometer-se-á uma contradição, afirmar-se-á
algo que é logicamente impossível. Porém, se disser que o sol não irá nascer amanhã,
estar-se-á a afirmar algo que é logicamente possível, apesar de parecer muitíssimo
improvável. A ideia de o sol não nascer amanhã não envolve qualquer contradição, já
que consegue conceber perfeitamente essa hipotética situação. Podemos dizer, então,
que no domínio das relações de ideias conhecemos verdades necessárias, enquanto no
domínio das questões de facto conhecemos apenas verdades contingentes.
O ceticismo moderado:
Os resultados céticos de Hume são muito fortes. Não podemos ter uma crença
justificada na uniformidade da Natureza nem na realidade do mundo exterior. Um cético
pirrónico extrairia daqui a conclusão radical de que devemos deixar de acreditar que a
Natureza é uniforme e que o mundo exterior é real. Hume recusa-se a extrair esta
conclusão e é por isso que o seu ceticismo é mitigado ou moderado. Segundo Hume,
não podemos deixar de acreditar que a Natureza é uniforme e que o mundo exterior é
real. Estas crenças fazem parte da natureza humana e na vida quotidiana nós não
conseguimos pensar nem agir na sua ausência. Os argumentos céticos são impotentes
para as destruir.