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Coronavírus

Fake News e como


identificá-las
Autores: Wasim Syed, Camila Magalhães, Artur Acelino,
Eduarda A. Moreira, Rayane G. Valez, Francisco Moro, Isabela
Gonzaga, Vitor Serrão, Maurício Gardini e Carlos Simonetto.

1
@vidyaacademics | @phmuchscience
Introdução
Este material foi criado a partir do conteúdo
criado pelos grupos de divulgação científica Vidya
Academics e Pretty Much Science.

Ao reunir dicas sobre como se prevenir das fake


news e explicações de por que elas estão erradas,
procuramos criar uma imunidade informativa
contra a epidemia de desinformação que ocorre
em meio à pandemia da COVID-19.

O material é de livre circulação! Só pedimos que


nossas páginas sejam indicadas pelos usuários
deste material.

Acesse nosso canal no telegram com conteúdo


compartilhável para Whatsapp e outras redes
sociais: t.me/covidya

Veja nosso manual também em inglês e espanhol.

Sem ciência, a escuridão.

2
Sumário
1. Definições
2. Tipos de Fake News
3. Identificando fake news
4. Anatomia das fake news
5. Fake News
→ Clima frio e neve.
→ Regiões quentes e úmidas.
→ Mosquitos
→ Secadores de mãos.
→ Lâmpadas de desinfecção por radiação ultravioleta (UV).
→ Álcool e cloro no corpo.
→ As vacinas contra pneumonia
→ Lavar o nariz regularmente com soro fisiológico
→ Alho.
→ Antibióticos.
→ Gargarejo com água morna e sal.
→ Medicamentos
→ Álcool em gel 90%.
→ Gargarejo com água morna, sal ou vinagre.
→ Vitamina C.
→ Chá de limão quente.
→ Ozonioterapia.
→ Homeopatia.
→ Criado em laboratório.
→ Crianças e jovens.
→ Álcool em gel caseiro.
→ Animais de estimação.
→ Imunidade de rebanho.
→ É só uma gripezinha.

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Definições
Autor: Carlos Simonetto

4
Fake news
Fake news são notícias
manipuladas com um interesse
específico de quem as produziu
para fazer com que outras
pessoas acreditem que é verdade;

1. Pode ser criada com base em um conteúdo inventado ou por conteúdo


verdadeiro que se torna falso em virtude do contexto no qual foi inserido;
2. Para convencer usuários e torná-los seguidores, são utilizadas várias
técnicas, desde a inserção, teor emocional do texto, título atrativo, fotos
chamativas e, claro, valores notícia de seleção para chamar a atenção de
quem deseja enganar;
3. O produtor de fake news busca vantagem para lançar a mentira. Retorno
financeiro, prestígio, causar mudanças políticas, criar uma imagem
inexistente referente a uma pessoa, marca ou instituição ou
simplesmente denegrir a imagem de terceiros.

Fake news, o vírus


Há fontes que bombardeiam as redes sociais de notícias falsas deixando
os usuários mais vulneráveis nesses ambientes. Estas notícias falsas ficam
perambulando nas redes como se fossem gotículas com vírus a infectar
pessoas. Estes indivíduos passam a compartilhar conteúdo fake e podem
“infectar” outros indivíduos.

As redes sociais são terrenos férteis para a propagação das fake news,
assim como uma grande aglomeração sem máscaras de proteção é para os
cidadãos hoje. As políticas de uso das redes sociais nem sempre são seguidas
assim como as recomendações da Organização Mundial da Saúde muitas
vezes também não é. A fiscalização também carece de instrumentos para
diminuir a circulação das fake news. Nesse caso, não é necessário “não
acessar as redes”, mas os usuários devem ficar atentos para perceber que
estão diante de uma notícia falsa. Na dúvida, não repasse, e se informe melhor
com especialistas.
5
https://stories.freepik.com/tcoronavirus Illustration by Stories by Freepik
Pós-verdade
A pós-verdade é uma opinião que foi
tão reforçada a ponto de ser
considerada pelo público que a
absorveu como mais relevante do que o
próprio fato.

● Para que dada “realidade” chegue à escolha de uma pessoa, ela é


alimentada em um processo por meio de discursos inflados de
convencimento;
● Se uma notícia, falsa ou não, agregar à convicção da pessoa, essa sim
tem lugar reservado na percepção do indivíduo;
● Pensamento crítico e checagem não são prioridades.

Pós-verdade, a doença
Após a pessoa ser receptível a uma alta carga de fake news de
determinada bolha sem combatê-la, essa mesma pessoa contrai a
pós-verdade. Os sintomas aparecem quando o usuário enfermo refuta o
conhecimento científico para se apegar a algum conteúdo de
desinformação que reforça a sua opinião.

É uma “doença” altamente contagiosa, visto que a pessoa tomada


pela pós-verdade vai repassar os conceitos em que acredita adiante em
seus argumentos. O paciente pode se recuperar através de tratamento com
eficácia comprovada cientificamente, buscando fontes confiáveis para dar
suporte a sua opinião.

https://stories.freepik.com/tmedicine Illustration by Stories by Freepik


6
Fact-checking
É uma tarefa que envolve investigação
de uma afirmação de interesse público
lançada em algum meio de comunicação
para checar sua veracidade, evitando
falácias em ambientes de consulta
pública.

● A IFCN (International Fact-checking Network) regula as agências


de checagem no mundo. No Brasil há 4 agências signatárias
(Lupa, Aos Fatos, Agência Pública e Estadão Verifica). Porém, isso
não impede que a desinformação online seja confrontada com
dados científicos por outros projetos, entidades e pessoas.
● A checagem define a posição de uma afirmação diante de fatos
e a classifica de acordo com as regras pré-estabelecidas
disponibilizadas em suas páginas. Essas posições podem
corresponder a “verdadeiro”, “falso”, “contraditório”, “distorcido”,
“exagerado”, “subestimado” ou até ter outras qualificações;
● Não há emissão de opinião na verificação dos fatos nem na
classificação do objeto de análise.

Fact-checking, o remédio
Para uma pessoa infectada com fake news há uma solução. O
fact-checking. O usuário tem a uma opção de continuar portando a
doença da pós-verdade ou esclarecer seus entendimentos. A tarefa
de checagem apresenta o fato real, a comprovação de que
determinada afirmação possa ser verdade ou não. E a boa notícia é
que este fármaco anti fake news é recomendado para qualquer
usuário das redes sociais com ou sem suspeita de contágio.

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7
Jornalismo de dados
É a busca da verdade dos fatos por
meio de informações precisas em
bancos de dados que darão
suporte à notícia.

● Páginas e portais que possuem credibilidade não inventam informações.


Dão créditos às fontes confiáveis;
● Diferente do fact-checking, o jornalismo de dados não analisa
declarações, ele consulta a raiz de dados publicados;
● Indicadores econômicos e sociais, Diário Oficial, balanços de empresas
públicas e privadas e portais da transparência são alguns exemplos de
bases de dados;
● Um jornalismo de dados consistente precisa encontrar informações,
extraí-las e comunicá-las com clareza;
● O jornalista de dados traduz documentos, tabelas e pesquisas para a
realidade do leitor, transformando um material bruto mais claro e
transparente para os públicos de interesse.

Jornalismo de dados, a vacina


Se o usuário das redes sociais está bem informado, ele estará menos vulnerável
as fake news que cruzarem o seu caminho. A imunidade é adquirida com mais
informação. Quanto mais a pessoa procurar fontes confiáveis (especialistas,
dados oficiais e páginas de confiança) mais estará imune ao vírus da
desinformação.

Referência: TRAQUINA, Nélson. Teorias do jornalismo. Florianópolis. Editora Insular, 2008.Se o


usuário das redes sociais está bem informado, ele estará menos vulnerável as fake news que
cruzarem o seu caminho.

https://stories.freepik.com/tvaccines Illustration by Stories by Freepik


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Tipos de Fake
News
Autor: Carlos Simonetto

9
Uma fake news pode não ser
apenas uma notícia
inventada!
Segundo a First Draft News, iniciativa que combate a desinformação online, há
várias formas que as notícias falsas podem aparecer em nossos feeds. Nas notícias
relacionadas à área da saúde não é diferente. Você já deve ter se deparado com
uma ou mais tipos de fake news (que podem aparecer juntas ou isoladas)
apresentadas em seguida:

Contexto falso
Ao divulgar a notícia falsa, é incluída uma imagem ou vídeo de um fato
passado, ao qual a situação atual pode não ser a mesma.

Exemplo:
Dráuzio Varella publicou um vídeo sobre o coronavírus no mês de
janeiro, dizendo que levava uma vida normal. Em meados de março,
aumentaram os casos de pessoas contaminadas pelo vírus no Brasil. As
orientações conforme as autoridades sanitárias e a Organização Mundial
de Saúde já eram diferentes de janeiro.

O vídeo verdadeiro de Dráuzio, publicado em janeiro, foi usado por


pessoas contrárias ao isolamento social em março, para defender que
não havia motivos para distanciamento.

Ou seja, o vídeo foi retirado de seu contexto original que era quando
ainda não existiam casos de Covid-19 no país para um cenário diferente,
dois meses depois da publicação.

Referência: Flávio Bolsonaro e Ricardo Salles publicam vídeo antigo de


Drauzio Varella sobre coronavírus

Conexão falsa
Há um link de uma notícia verídica na rede social, porém no título ou
acompanhado do título há uma informação falsa que não se refere ao conteúdo da
matéria.

10
Exemplos:

Uma notícia comprovada cientificamente com a chamada “Medicamento


X não tem eficácia comprovada no tratamento de doença Y” pode ser
acompanhada de uma frase de um usuário das redes sociais ao compartilhar:
“Medicamento X salva pessoas no tratamento de doença Y”

Um portal compartilha um vídeo verídico sobre os testes da vacina ou


efeito de algum medicamento, mas acrescenta título que não se refere ao teor
do vídeo.

Contexto manipulado
Quando pode ser usada a edição de áudio, vídeo e imagens para recortar
respostas para outras perguntas ou para acrescentar elementos inventados.

Exemplo:

Circulou nas redes sociais um vídeo de um pronunciamento do


Diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom alertando que máscaras vindas da
China e Índia estavam contaminadas pelo coronavírus.
O vídeo foi editado. A narração e as legendas não condiziam com as
palavras do real discurso de Tedros, conforme checagem realizada pela
Agência Lupa.

Sátira
Uma notícia ironicamente falsa usada para causar humor.

Exemplo:
A página humorística do “Jornal Sensacionalista – isento da verdade”
criou uma notícia “Embalagem de cloroquina virá com foto de Bolsonaro como
alerta”. Trata-se apenas de uma sátira do fato de Bolsonaro ser defensor da
Cloroquina, pois a embalagem do medicamento não possui a imagem do
presidente.

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Conteúdo impostor
Quando é inventado conteúdo referente a alguma atitude, posicionamento
ou fala de alguma pessoa ou marca.

Exemplo:
Mensagens circularam nas redes sociais de que personalidade X
contraiu Covid-19 e foi curado através de tratamento protocolado com
medicamento Y. A informação é desmentida pela assessoria de comunicação
da personalidade X e do hospital em que o paciente desenvolveu o
tratamento.

Conteúdo enganoso
Quando atribui responsabilidade de determinado fato para outra
pessoa/organização.
Exemplos:

Atribuir mérito a uma pessoa ou organização por controlar a


disseminação de um vírus, criar uma vacina ou gerir um cenário favorável de
crise sanitária, sem que de fato tenha ocorrido

Atribuir culpa a uma pessoa ou organização por disseminar um vírus,


sem apresentar provas suficientes pra isso.

Conteúdo fabricado
Conteúdo novo, criado para levantar boatos e prejudicar pessoas e
organizações.
Exemplos:

Atribuir a um laboratório X a criação de um vírus, sem apresentar


provas suficientes pra isso

Informar que vacina causa algum transtorno ou doença sem apresentar


provas suficientes pra isso.

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Identificando
as Fake News
Passo-a-passo e dicas

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1. Espere um momento e
pense.
Não acredite imediatamente e saia compartilhando por aí.

2. Suspeite de conteúdos que


te causem reações
emocionais muito fortes.
As notícias inventadas são feitas para causar surpresas ou rejeição.

3. O conteúdo confirma uma


crença sua? Desconfie.

4. A notícia pede para você


confiar, porque a “mídia” quer
esconder o fato? Desconfie.

5. Confie em especialistas da
área.
14
6. Leia toda a matéria, não
somente o título
Muitas notícias falsas têm erros gramaticais ou de digitação. Também podem
fazer afirmações absolutas sem citar fontes ou informações que se contradizem.

7. Pesquise o título no Google.


Se for verdade, é provável que outras mídias já tenham compartilhado. Se for
falso, alguns sites verificadores de dados já podem ter checado a veracidade.

Sites: Fato ou Fake, Agência Lupa, Aos fatos, Boatos, etc.

8. Descubra a fonte.
É uma corrente do whatsapp sem autoria? Cita uma fonte legítima? Pesquise o
nome da mídia ou do autor no Google para ver o que mais essa pessoa fez e em
qual mídia trabalha. Preste atenção se o site que publicou as notícias tem um viés
fortemente ideológico. Sempre verifique se o site da fonte é mesmo o site que diz
ser. Há sites irônicos e réplicas de sites originais.

9. Confira os dados.
Se há depoimento de uma autoridade, resultados de pesquisa, datas, números e
índices, essas informações podem ser conferidas no Google e provavelmente outros
veículos já os tenham divulgado.

10. Verifique o contexto e a


data
Algumas fake news divulgam informações do passado como acontecimentos
atuais. Observe se o contexto faz sentido.

11. Recebeu uma foto que


conta uma história?
Você pode fazer uma pesquisa “inversa” de imagens e ver se outros sites a
reproduziram. Salve a foto no seu computador e faça o upload no
images.google.com ou no reverse.photos. 15
12. Recebeu um áudio ou
vídeo?
Tente pesquisar o conteúdo na internet usando palavras-chave e “whatsapp” ou
a plataforma que você recebeu essa mídia.

13. Desconfie de experiências


pessoais.
As experiências pessoais (evidências anedóticas) não têm validade científica
alguma em comparação a estudos com um grande número de pessoas, porque
podem ter ocorrido ao acaso ou a conclusão tirada pelo autor está errada.

14. Correlação não é causa.


Geralmente, em experiências pessoais ou até em alguns estudos, uma correlação
é estabelecida entre eventos comuns: “quanto mais eu tomo isso, menos mal eu fico”.
No entanto, correlação não implica causa.

Assim como o lançamento de foguetes nos EUA seguem o número de


doutoramentos em ciências sociais, essas correlações são simplistas e insuficientes
para implicar que quanto mais doutores em ciências sociais, mais foguetes os EUA
irão lançar.

15. Denuncie a publicação ou


o contato
As redes sociais, como Twitter, Facebook, Instagram e Whatsapp estão
melhorando suas políticas de checagem de conteúdo. Denuncie a postagem ou o
contato (Whatsapp) para a própria rede social ou compartilhe a postagem em
grupos de checagem de fatos.

16
16. Desconfie de textos com
muita CAIXA ALTA.
Textos com palavras em caixa alta ou Caps Lock têm o objetivo de chamar a
atenção e dar um senso de urgência ao leitor.

17. Conheça as principais


pseudociências.
Por mais estranho que pareça, conhecer as principais pseudociências e teorias
da conspiração podem te ajudar a identificá-las para combatê-las. Indicamos a
Revista Questão de Ciência para conhecê-las.

18. Participe de grupos sobre


ciência nas redes sociais.
Os grupos de discussão sobre ciência no Facebook e no Reddit são excelentes
lugares para tirar dúvidas sobre temas que você não conhece. Não tenha medo: os
cientistas adoram tirar dúvidas!

19. Desconfie do uso excessivo


de emojis.
Assim como essas mensagens buscam chamar a atenção do leitor, os autores
utilizam muito da linguagem em emojis para atingir a população mais carente.

20. Desconfie de afirmações


inéditas demais.
As fake news em geral buscam decredibilizar toda informação, instituição e
autoridade profissional já consolidadas e reconhecidas internacionalmente.

17
Anatomia das
fake news

18
Anatomia de uma
fake news - 1
Muito expressivo
Emojis

ACABOU...!!!👏🏼👏🏼👏🏼

👉 ITALIA FOI A CURA PARA O CORONAVIRUS


Não nomeia Os médicos italianos desobedecem à lei mundial da saúde
Busca por
sequer algum comportamentos
da OMS, para não realizar autópsias em pessoas que
deles não-convencionais
morreram de coronavírus, descobrindo que NÃO é um
VÍRUS, mas sim uma BACTÉRIA, que causa a morte. Isso
causa a formação de coágulos sanguíneos e causa a
morte do paciente.

A Itália derrota o chamado Covid-19, que nada mais é do


que "Coagulação intravascular disseminada" (trombose)
Mau uso da
E a maneira de combatê-lo, ou seja, sua cura, é com os pontuação.
"antibióticos, anti-inflamatórios e anticoagulantes".
ASPIRINA, indicando que esta doença foi mal tratada. Esta
notícia sensacional para o mundo, foi produzida por
médicos italianos, realizando autópsias em cadáveres
produzidos pelo Covid-19.

Algo mais, de acordo com patologistas italianos. "Os


ventiladores e a unidade de terapia intensiva nunca foram Descredibilização
necessários." total das convenções
adotadas.
Portanto, na Itália, começou a mudança de protocolos.
Na ITÁLIA, a pandemia global tão conhecida é revelada e
já levantada pela OMS. Essa cura já era conhecida pelos
chineses que não a relataram, PARA PODER FAZER
NEGÓCIOS E LUCRAR!
Discurso que apela às
Caps lock Apelo ao massas e a um suposto
Fonte: Ministério da Saúde da Itália.
excessivo “lucro sujo” “roubo” feito por um grupo.
COMPARTILHE! Não raro, é usado por
pautas nacionalistas
também.

Pede para Não disponibiliza o link


compartilhar
(em Caps Lock)
19
Anatomia de uma
fake news - 2

Relato pessoal ou
de terceiros
Não cita informações
completas sobre o
local

Caps lock

Mau uso da
pontuação.

Erros de português e
de pontuação

20
Anatomia de uma
fake news - 3
Boas notícias: Informações para todos, o
Confusão COVID-19 é imune a organismos com um PH
conceitual
grosseira maior que 5,5.

Apelo
VIROLOGY Center, Moscou, Rússia. naturopata
Precisamos consumir mais alimentos “A cura simples e
absolutamente
alcalinos que nos ajudem a aumentar o ocorre pela natureza
e hábitos saudáveis”
nível de PH, para combater o vírus. Alguns
dos quais são:
✓Limão .............. 9,9 PH ✓Abacate ....... 15,6 PH
Erros conceituais ✓Alho ................. 13,2PH ✓Manga ............. 8,7 PH
grosseiros.
✓Tangerina ....... 8,0 PH ✓Abacaxi
Os valores da escala de pH,
neste caso, foram ............12,7PH ✓Laranja ........... 9.2 PH
escolhidos arbitrariamente.

Não guarde essas informações apenas,


para você.
Passe para toda a sua família e amigos.
Tome cuidado e Deus te abençoe.

Apelo religioso e paternalista

21
Anatomia de uma
fake news - 4

Conspiração contra o Apelo à “submissão


Bill Gates das massas”

Ironia

Conspiração
antivacinas

“Controle das
massas”

Sem fontes

Alusão à “Nova
Ordem Mundial”

Apoiadores dessa teoria conspiratória


acreditam que há uma conspiração de
governos para criar um único governo
mundial. Geralmente, citam Bill Gates,
Illuminatis e alienígenas.

22
Anatomia de uma
fake news - 5
Não cita
nome.
Diretor do HC (Hospital das Clínicas)
de SP preocupado com a nova gripe Erro de
digitação
que vai matar muita gente... Fazer do
Apelo emocional álcool gel o nossso aliado. Comecem a
tomar vitamina C urgente, cuidem das
crianças. Lavar as mãos muitas vezes. Apelo à
Uso de informações “urgência”
Orienta:
corretas misturadas
a falsas para - evitar ir a locais onde haja multidão;
aumentar a - tomar vitamina C;
credibilidade - comer figado de boi; Apelo
- ingerir sucos de acerola e laranja. naturopata

“A cura simples e
absolutamente ocorre
Vamos repassar? pela natureza e hábitos
saudáveis”
ERVA-DOCE
O chá de erva-doce tem a mesma
substância que o medicamento
Erro de
TAMIFLU, remédio que todas as vítimas português
da gripe A - H1N1 toma. Uma médica,
Apelo à descobriu no seu laboratório, que uma
autoridade
sem citar substância que tem o famoso
nome TAMIFLU, aparece no CHÁ DE
ERVA-DOCE. Aconselha-se tomar o chá
como se fosse café, após as refeições.
Uso excessivo Um infectologista do hospital São
de Caps Lock. Domingos, recomenda tomar de 12 em
12/horas o chá de erva doce, ela mata
o vírus da influenza. É da erva-doce
que é feito o TAMIFLU. * Repasse para
Sem fontes seus famíliares e amigos pois é muito
importante.

23
Fake News

24
X Clima frio e neve matam o
vírus.
Não há razão em acreditar que clima frio e neve poderiam matar o novo
coronavírus, uma vez que o vírus tem se espalhado em países de clima muito frio,
como a Noruega e Islândia, e o corpo humano sempre se mantém, em condições
normais, entre 36.5°C to 37°C, independente da temperatura externa ou do tempo.
Fonte: Organização Mundial da Saúde

X O vírus não pode ser


transmitido em regiões
quentes e úmidas.
Pelas evidências científicas mostradas até agora, o vírus pode ser transmitido em
todas as regiões do mundo. Fonte: Organização Mundial da Saúde.

X O vírus pode ser


transmitido por mosquitos.
Não há evidências científicas que indicam que o vírus pode ser transmitido por
mosquitos, como os vírus da dengue e da zika. Fonte: Organização Mundial da
Saúde.

X Secadores de mãos são


eficazes contra o novo
coronavírus.
Os secadores de mãos somente são efetivos para secar as mãos. Uma vez que suas
mãos estiverem limpas, seque-as com toalhas de papel, de pano ou secadores de
mãos com ar quente. Fonte: Organização Mundial da Saúde.

25
ㅡ Lâmpadas de UV matam o
vírus.
As lâmpadas de UV são eficazes contra o vírus, mas não devem ser usadas
para esterilizar mãos ou outras áreas da pele, uma vez que causam irritação na
pele e podem causar câncer. Fonte: Organização Mundial da Saúde.

X A pulverização de álcool ou
cloro em todo o corpo pode
matar o coronavírus
A pulverização de álcool ou cloro em todo o corpo não mata vírus que já
entraram no corpo. A pulverização de tais substâncias pode ser prejudicial para
roupas ou membranas mucosas (ou seja, olhos, boca). Fonte: Organização Mundial
da Saúde.

X As vacinas contra
pneumonia protegem contra
o novo coronavírus
As vacinas contra pneumonia, como a vacina pneumocócica e a vacina contra
o Haemophilus influenza tipo B (Hib), não oferecem proteção contra o novo
coronavírus. O vírus é tão novo e diferente que precisa de sua própria vacina. Os
pesquisadores estão tentando desenvolver uma vacina contra 2019-nCoV, e a OMS
está apoiando seus esforços. Embora essas vacinas não sejam eficazes contra
2019-nCoV, é altamente recomendável a vacinação contra doenças respiratórias
para proteger sua saúde. Fonte: Organização Mundial da Saúde.

X Lavar o nariz com soro


ajuda a prevenir.
Não há evidências de que lavar o nariz regularmente com soro fisiológico
tenha protegido as pessoas da infecção pelo novo coronavírus. Existem evidências
limitadas de que lavar o nariz regularmente com solução salina pode ajudar as
pessoas a se recuperarem mais rapidamente do resfriado comum. Fonte:
Organização Mundial da Saúde. 26
X Comer alho ajuda a
prevenir.
O alho é um alimento saudável que pode ter algumas propriedades
antimicrobianas. No entanto, não há evidências do surto atual de que comer alho
tenha protegido as pessoas do novo coronavírus. Fonte: Organização Mundial da
Saúde.

X Antibióticos são eficazes


no tratamento e prevenção
do novo coronavírus.
Antibióticos não funcionam contra vírus, apenas bactérias. O novo
coronavírus é um vírus e, portanto, os antibióticos não devem ser usados como
meio de prevenção ou tratamento. No entanto, se você estiver hospitalizado para o
2019-nCoV, poderá receber antibióticos porque a coinfecção bacteriana é possível.
Fonte: Organização Mundial da Saúde.

X Já existem medicamentos
para tratar especificamente
o novo coronavírus.
Até o momento, não há nenhum medicamento específico recomendado para
prevenir ou tratar o novo coronavírus. Alguns tratamentos específicos estão sob
investigação e serão testados através de ensaios clínicos. A OMS está ajudando a
acelerar os esforços de pesquisa e desenvolvimento com diversos parceiros.
Fonte: Organização Mundial da Saúde.

X Álcool em gel 90% é melhor


do que 70%.
Formulações com mais de 50% de álcool já trazem algum efeito antisséptico
discreto, embora o recomendado seja investir nas que contêm entre 70 e 85%.
PRodutos ainda mais concentrados eliminam os germes, porem são caros,
agressivos à pele, altamente inflamáveis e com evaporação mais rápida. Fontes:
27
Saúde Abril e Conselho Federal de Química.
X “O vírus, antes de alcançar o pulmão,
permanece na garganta por 4 dias, esse
é o tempo que a pessoa começa a tossir e
ter dor na garganta. Se ela tomar muita
água e fizer gargarejo com água morna,
sal ou vinagre, o vírus é eliminado.”
A temperatura do corpo humano é de pelo menos 36°C, assim, beber água a
uma temperatura de 26 a 27 °C não traz benefício algum em relação à prevenção ou
eliminação do Coronavírus (COVID-19), uma vez que no corpo humano o vírus tolera
temperatura de pelo menos 36°C. O período médio de incubação da infecção por
coronavírus é de 5.2 dias, com intervalo que pode chegar até 14 dias. Fonte:
Ministério da Saúde.

X Vitamina C aumenta a
imunidade contra o
coronavírus.
Os pesquisadores ainda não encontraram nenhuma evidência de que os
suplementos de vitamina C possam tornar as pessoas imunes à infecção por
COVID-19. De fato, para a maioria das pessoas, tomar vitamina C extra nem mesmo
evita o resfriado comum, embora possa encurtar a duração de um resfriado se você
o pegar. Fontes: Live Science. e Instituto Questão de Ciência.

X Chá de limão quente é


eficaz na prevenção.
Não há evidências científicas que apontam a eficácia de chá de limão na
prevenção do coronavírus, nem contra outras doença, como o câncer. Fontes:
Ministério da Saúde. e Sibele Oliveira.

28
X A ozônioterapia é eficaz
para prevenir e curar o vírus.
A ozonioterapia não tem embasamento científico. Não há evidências que
indiquem que a terapia previne ou cura a doença causada pelo novo coronavírus. O
gás ozônio é altamente tóxico e pode causar inflamação, câncer e até a morte.
Fontes: Ministério da Saúde e Forbes.

X Homeopatia aumenta sua


imunidade e previne o
coronavírus.
Não há evidências científicas que embasem o uso de produtos homeopáticos
para a prevenção ou cura do novo coronavírus e outras enfermidades. Fontes:
Ministério da Saúde. e AMHB.

X O vírus foi criado em


laboratório.
Não há nenhuma evidência que isso seja verdade. O novo coronavírus se
parece mais com os vírus das SARS e MERS, que causaram surtos nas últimas
décadas e tiveram origem em morcegos. No entanto, a origem exata do vírus não foi
definida, mas seu genoma indica que teve origem na recombinação de um
coronavírus de morcego com um de pangolim. Fontes: Live Science e Tang, X. et al.
On the origin and continuing evolution of SARS-CoV-2.

X O vírus não infecta e mata


jovens e crianças.
Apesar de 2% das infecções em um estudo com mais de 70 mil chineses, feito
pelo CDC da China, ocorrer em menores de 20 anos, os resultados na saúde nessa
faixa etária foi de leve a moderada. No entanto, deve-se considerar que crianças
podem não apresentar sintomas da doença e, mesmo assim, transmití-la a outras
pessoas. Fonte: Characteristics of and Important Lessons from The Coronavirus
DIsease 2019 (COVID-19) Outbreak in China. JAMA Network. 29
X O álcool em gel caseiro
substitui o comercial.
As receitas caseiras que estão circulando na internet recomendam a
produção do álcool em gel a partir do álcool líquido concentrado. Quando se utiliza
álcool líquido em elevadas concentrações, aumenta-se bastante o risco de
acidentes que podem provocar incêndios, queimaduras de grau elevado e irritação
da pele e mucosas. Além disso, a depender do que se utiliza como espessante, ao
invés de eliminar microrganismos pode-se potencializar sua proliferação. Fonte:
Conselho Federal de Química.

X Animais de estimação
transmitem a doença.
Apesar de um cachorro ter apresentado resultado positivo para o novo
coronavírus em Hong Kong, não há evidências que provem sua transmissão para
humanos. Por precaução, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC)
recomendam que as pessoas com COVID-19 mandem outra pessoa andar e cuidar
de seus animais de companhia enquanto estão doentes. E as pessoas sempre
devem lavar as mãos depois de se aconchegarem com os animais, pois os animais
de companhia podem espalhar outras doenças para as pessoas. Fontes: G1 Globo.
e Centers for Disease Control and Prevention.

X Imunidade de rebanho: Se
todos pegarem, acabaremos
com a pandemia.
Na teoria, se 70% da população tivesse anticorpo contra o vírus haveria a
imunidade de rebanho. Mas sem uma vacina, não se sabe qual o nível ou quanto
tempo duraria a imunidade adquirida através da transmissão entre os indivíduos.
Ainda, se deixarmos a transmissão natural agir para induzir anticorpo na
população, veríamos um número muito alto de mortes. Por isso é importante ter em
mente que somente através da vacinação há comprovação científica da imunização
em massa eficaz e duradoura.
30
X A gripe suína (2009) foi pior
do que a de COVID-19.
A Influenza A(H1N1)pdm, também conhecida como Gripe Suína, causou uma
pandemia em 2009. No entanto, aqui no Brasil, os maiores números de casos
ocorreram em 2016, devido a uma mutação no vírus que circulava em 2009. Somente
na 14ª, a COVID-19 já havia superado em 316 vezes o número total de casos no ano
de 2009. No mesmo período, já havia superado em 98,5 vezes o total no ano de 2016.
Fontes: Flunet e Ministério da Saúde. Veja mais sobre a gripe e a Covid-19 aqui!

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