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Resumo: Auditoria – por Professor Miguel Junior

Resumo de Auditoria

Assunto:

Auditoria

Autor:

Professor MIGUEL JUNIOR

Resolução nº 820, de 17/12/97

NBC T 11 – NORMAS DE AUD.

INDEP. DAS DEMONST. CONTÁBEIS

11.1 – Conceituação e disposições gerais

11.1.1 – Conceituação e Objetivos da Auditoria Independente

Objetivo: Emissão de Parecer sobre adequação das


demonstrações Contábeis mediante os princípios e normas legais.

Limite do Parecer do Auditor: Os próprios objetivos da auditoria.

Responsabilidade: Exclusiva de Contador registrado no C.R.C.

11.1.2 – Procedimentos de Auditoria: São as técnicas utilizadas


para obter provas para fundamentar sua opinião

Técnicas: Testes de Observância: Obter segurança dos


procedimentos de controle interno.( contido no 11.2.6 )

Testes Substantivos: Obter evidencia da suficiência, exatidão e


validade dos dados (contido no 11.2.6 )

Testes de Transações: (Contido no 1.2.1)

Testes de Revisão Analítica: (contida no item 11.2.6 )

11.1.3 – Papéis de trabalho: Documentos e apontamentos


Responsabilidade e propriedade: do Auditor, responsável por sua
guarda e sigilo.

11.1.4 – Fraude e Erro:

Fraude: Ato intencional das transações

Erro: Ato não intencional das transações

Responsabilidade Primária: da administração

Obrigação do Auditor: de comunicar à administração. Caso não


sejam tomadas as providência informar no parecer.

11.2 – Normas de Execução dos Trabalhos

11.2.1 – Planejamento da Auditoria:

Requisitos para um bom planejamento: Auditor deve Ter


adequado nível de conhecimento sobre as atividades

Devem ser considerados todos os fatores relevantes

Conhecimento das práticas contábeis adotadas pela entidade

“ dos sistemas contábeis

“ dos riscos de auditoria

Natureza, oportunidade e extensão dos procedimento a serem


aplicados

Existência de entidades filiadas, filiais e partes relacionadas

Necessidade de atender prazos

Preparar programas de trabalho

Quando incluir equipe técnica, deve prever a supervisão do auditor

Quando realizada pela primeira vez: Obter evidências de que os


saldos de abertura sejam consistentes

Comparação entre os saldos

Se as práticas contábeis são uniformes

Identificação de fatos relevantes


“ de eventos subsequentes

11.2.2 – Relevância

Determinar a natureza, oportunidade e extensão dos


procedimentos; avaliação dos efeitos das distorções e da
apresentação.

Das demonstrações contábeis.

11.2.3 – Risco de Auditoria: possibilidade de emitir opinião


tecnicamente inadequada.

Níveis: Geral: Considera as Demonst. Contábeis em seu conjunto.

Específico: Saldo das contas ou natureza e volume de transações.

Avaliação dos riscos: Função e envolvimento dos Admin. Nas


atividades da empresa.

Estrutura Organizacional

Política de pessoal e divisão de funções

Limitação ao acesso físico e ativos e registros.

Comparação e análise dos resultados

11.2.4 – Supervisão e Controle de Qualidade: Avaliar a realização


dos trabalhos de modo geral para apresentar boa qualidade dos
mesmos

Requisitos para se Ter controle de qualidade:

Competência do pessoal designado;

Independência do pessoal designado;

Supervisão do Auditor em todas as etapas do trabalho;

Capacidade do atendimento ao cliente em face da estrutura

Integridade dos administradores do cliente

Pode-se determinar atendimento do cliente pela soma das horas


disponíveis
11.2.5 – Estudo e Avaliação do Sistema Contábil e de Controles
Internos

Plano de organização e conjunto de métodos e procedimentos


adotados pela entidade

Considerar: O tamanho e complexidade das atividades da


empresa;

Sistemas de informação contábil;

Áreas de risco de auditoria;

Grau de descentralização da decisão.

11.2.6 – Aplicação dos Procedimentos de Auditoria

Será realizada, em razão da complexidade e volume das operações


utilizando:

Provas seletivas

Testes: (de observância e substantivo) com os seguintes


procedimentos:

Inspeção: exame de registos, documentos e ativos tangíveis;

Observação: acompanhamento de processo;

Investigação e confirmação: Obtenção de informações dentro ou


fora da entidade;

Cálculo: Conferência da exatidão aritmética;

Revisão Analítica: Verificação através de índices, quocientes, quant.


absolutas, etc.

Testes de observância: Verificar a existência, efetividade e


continuidade do controle interno.

Testes substantivos:

Deve-se observar:

Existência real do componente patrimonial em certa data

Direitos e obrigações: se existe em certa data


Se a transação ocorreu de fato

Se as ações estão registradas

11.2.7 – Documentação da Auditoria

Papéis de trabalho: abrangendo detalhe suficiente para realização


do trabalho

Serão elaborados, organizados e arquivados de forma sistemática e


racional

11.2.8 – Continuidade normal das atividades da entidade

Normalidade pelo prazo de um ano é suficiente para caracterização


da continuidade.

Na constatação de risco de continuidade normal, o auditor deverá


mencionas em seu parecer (parágrafo de ênfase)

Pressupostos na análise de continuidade:

Financeiros: 1- Passivo a descoberto; 1 – posição negativa do


CCL; 3 – índices financeiros adversos de forma continuada; 4 –
dificuldades de acertos com credores , etc.

De Operação: 1 – Perda de elementos-chaves na administração; 2


– perda de mercado; 3 – dificuldade de manter mão-de-obra
essencial.

Outros: 1 – não cumprimento de normas legais; 2 – contingências


capazes de não serem cumpridas; 3 – mudança das políticas
governamentais.

11.2.9 – Amostragem: Estabelecimento de normas e orientação


sobre os projetos de seleção de uma amostra de auditoria e sobre a

avaliação dos resultados da amostra.

Fatores: População da amostra: Conjunto inteiro dos dados que o


Aud. deseja tirar a amostra p/ tomar decisão

Estratificação da amostra:Dividir população em subpopulações


homogêneas.

Tamanho da amostra: Considerar o Risco da amostragem, o erro


tolerável e o erro esperado.
Seleção da amostra: Seleção aleatória: assegura que todos os
itens da população têm igual chance de seleção porém podem obter
resultados diferentes;

Seleção sistemática: Seleção de itens usando um intervalo


constante entre as seleções e

Seleção casual: a critério do auditor, baseada em experiência


profissional.

11.2.10 – Processamento Eletrônico de Dados – PED

Grau mínimo de conhecimento do auditor:

Conhecer suficientemente o sistema de contabilidade

Estabelecer e supervisionar o nível de provas de controle e de


proced. substantivos p/ assegurar a confiabilidade.

11.2.11 – Estimativas Contábeis

Responsabilidade: da administração da entidade e se baseiam em


fatores substantivos e subjetivos.

Quando a comparação entre as estimativas evidenciar variações


significativas o auditor deve verificar se houve o competente ajuste
nos procedimentos.

11.2.12 – Transações com Partes Relacionadas

“Entidades, físicas ou jurídicas, com as quais uma companhia tenha


possibilidade de contratar, no sentido lato deste termo, em
condições que não sejam as de comutatividade e independência
que caracterizam as transações com terceiros à companhia, ao seu
controle gerencial ou qualquer área de influência”.

Exemplos: alienação ou transferência de propriedade industrial

Saldos decorrentes de operações e quaisquer outros saldos a


receber ou a pagar

Avais, fianças, hipotecas, depósitos, penhores ou quaisquer outras


formas de garantias.

Quaisquer transferências não remuneradas.

Limitações mercadológicas e tecnológicas.


O auditor deve verificar aquelas que pareçam normais ou não sejam
identificadas como partes relacionadas quando do planejamento.

11.2.13 – Transações e Eventos Subseqüentes: Ocorridos entre


a data do término do exerc. Social e data da emissão do parecer

Ocorridos depois do término do trabalho de campo

Ocorridos após a divulgação das demonstrações contábeis.

Deve considerar em seu parecer eventos que possam demandar


ajustes nas demonstrações contábeis ou a divulgação de
informações nas notas explicativas.

11.2.14 – Carta de Responsabilidade da Administração

Deve ser emitida com a mesma data do parecer do auditor.

11.2.15 – Contingências ( as passivas relevantes devem ser


consideradas)

Decorrentes de: processos judiciais, reivindicações e reclamações,


lançamento de tributo em disputa.

11.3 – Normas do Parecer dos Auditores Independentes

11.3.1 – Generalidades

Condições do parecer: Normais: é dirigido aos acionistas,


quotistas ou sócios, ao conselho de administração ou à diretoria da
entidade.

Em circunstâncias próprias: É dirigido ao contratante do serviço

Espécies: Parecer Sem Ressalva : Demonstrações contáb. estão


corretas ( pode incluir parágrafo de ênfase em face de incerteza que
não seja extremamente relevante, após o parágrafo de opinião.

Parecer com ressalva : Quando houver discordância por parte do


auditor ou restrição na extensão de seu trabalho (vem antes do
parágrafo de opinião).

Parecer adverso: : Quando as demonstrações não estiverem


adequadamente representadas (incorretas ou incompletas de tal
forma que impossibilite emissão do parecer com ressalva) , nas
datas e períodos indicados.
Parecer com abstenção de opinião: Quando o auditor não obtém
comprovação suficiente para fundamentar opinião sobre as
demonstrações contábeis.

11.3.9 – Parecer quando Demonstrações Contábeis de Controladas


e/ ou Coligadas são Auditadas por Outros Auditores

O auditor deve assegurar-se de que as demonst. Das controladas


e/ou coligadas estejam de acordo com as Normas Contábeis.

Deve-se destacar a participação de outros auditores quando


ocorrer.

11.3.10 – Parecer sobre Demonstrações Contábeis Condensadas

Após emitir opinião das demonstrações originais de demonst.


Condensadas o auditor poderá expressar opinião sobre as
demonstrações condensadas.

CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE

Resolução nº 821, de 17/12/97

NBC P 1 – NORMAS PROFISSIONAIS DE AUDITOR


INDEPENDENTE

 – Competência Técnico Profissional

Antes de aceitar o trabalho o auditor deverá obter conhecimento


preliminar das atividades da empresa em sentido amplo.

 – Independência

Não pode deixar que fatores estranhos ao objetivo do trabalho


interfiram nos trabalhos.

Exemplos: Vínculo conjugal ou parentesco com administ. Sócios,


etc.

Relação de trabalho como empregado, administ. E etc. nos últimos


dois anos.

Ter participação direta ou indireta como acionista

Ter algum interesse financeira na empresa auditada


Não estar apto, por algum motivo, para exercer o trabalho de
auditor

Condicionar ou fixar honorários incompatíveis com a atividade,


dentre outros.

 – Responsabilidades do Auditor na Execução dos


Trabalhos

Cuidado

Zelo

Imparcialidade

Não Ter por objetivo principal a descoberta de fraudes, embora seja


importante considerar tal probabilidade

 - Honorários

Estabelecer os honorários considerando:

Relevância, vulto, complexidade dos serviços e custo do serviço a


executar

Número de horas estimadas

Qualificação técnica dos profissionais

Os honorários deverão constar em carta proposta ou documento


equivalente tendo:

Descrição dos serviços a serem realizados

Prazo para realização do mesmo

Relatórios a serem emitidos

Condições de pagamento de honorários

 - Guarda da Documentação (todos os papéis de


trabalho)

(cinco) anos, a partir da data da emissão do parecer.

1.6 - Sigilo

Do auditor em relação à entidade auditada


“ em relação a outros auditores

“ em relação a organismos reguladores

“ em relação a demais terceiros

Divulgação de informações a terceiros:

Somente caso seja autorizado, por escrito, pela administração da


entidade

 - Responsabilidade pela Utilização do Trabalho do


Auditor Interno – (nunca será modificada)

 - Responsabilidade pela utilização do Trabalho de


Especialistas – (total somente se contratado diretamente pelo
auditor)

 - Informações Anuais aos Conselhos Regionais de


Contabilidade - (até 30 de junho de cada ano)

Informação sobre clientes: Cias Abertas, Inst. Financeiras, Fundos


de Investimento, Administradores de Consórcios, etc.

Relação dos nomes do pessoal técnico existente em 31 de


dezembro no ano anterior

De clientes cujos honorários representam mais de 10% do


faturamento bruto anual

Quando solicitado o auditor deverá fornecer, no prazo de 30 dias,


relação de seus clientes e outras informações necessárias.

 Educação Continuada – (Deverá ser comprovada.)

 Exame de Competência Profissional - (Deverá


submeter-se a exame de competência profissional.)

======================= F I M
=========================

Examinamos a seguir, de acordo com os dispositivos da legislação


vigente e em consonância com a Jurisprudência Administrativa, os:

Procedimentos adotados pelo Fisco para efeito de apuração e


tributação de receitas omitidas pelas pessoas jurídicas.
1. CARACTERIZAÇÃO DA OMISSÃO DE RECEITA

 
O Regulamento do Imposto de Renda dispõe que se caracteriza
como omissão no registro de receita, a ocorrência de: 
a) indicação, na escrituração, de saldo credor de Caixa; 
b) falta de escrituração de pagamentos efetuados; 
c) manutenção, no passivo, de obrigações já pagas ou cuja
exigibilidade não seja comprovada. (Como ele pagou sem
registrar, de onde veio o dinheiro? Note a omissão é
determinada pelo “Efetivo pagamento e a impossibilidade de
comprovação da origem dos Recursos.)
Em qualquer dessas hipóteses, será sempre ressalvada ao
contribuinte a prova da improcedência da presunção.

2. SALDO CREDOR DE CAIXA

 
O fato de a escrituração do contribuinte indicar saldo credor de
Caixa constitui presunção legal de omissão de receitas. Dentre
as inúmeras decisões do Conselho de Contribuintes a respeito da
matéria, destacamos:

Acórdão 108-07993 – 1º CC-MF/8ª Câmara – de 20-10-2004 


É correto procedimento de verificação de saldo credor de caixa
mediante a recomposição após a exclusão dos valores de cheques
compensados em favor de terceiros. O saldo credor corresponde à
omissão de receitas.

Acórdão 107-07026 – 1º CC-MF/7ª Câmara – de 18-3-2003 


Excluídos da conta caixa os valores dos cheques que lá não
ingressaram, porque liquidados via compensação bancária,
resultando saldo credor em virtude de outras saídas de caixa não
vinculadas aos destinos dados aos referidos cheques, presume-se
omissão de receitas, pela utilização de recursos à margem da
escrituração contábil, para fazer face às saídas de caixa.

Acórdão 105-13389 – 1º CC-MF/5ª Câmara – de 5-12-2000 


Não logrando o contribuinte comprovar a inexistência de saldo
credor de caixa, cabível a presunção de omissão de receitas, em
montante equivalente. O saldo credor de caixa, devidamente
apurado através de fluxo de caixa, realizado em procedimento de
ofício, caracteriza omissão de receitas.
Acórdão 108-06360 – 1º CC-MF/8ª Câmara – de 23-1-2001 
Tendo sido o auto de infração lavrado por omissão de receita com
base em saldo credor de caixa apurado exclusivamente em face do
Livro Razão (conta Caixa) e tendo o contribuinte demonstrado
não ter havido saldo credor através do Livro Auxiliar de Caixa,
não há como subsistir a presunção de omissão de receita.

Acórdão 101-94866 – 1º CC-MF/1ª Câmara – de 24-2-2005 


Constatado que as quantias tributadas a título de omissão no
registro de receitas, por ocorrido movimentação de recursos através
de conta corrente bancária, sem comprovação da origem, também
figuram na base de cálculo do tributo exigido por caracterizado
saldo credor da conta Caixa, devem as mesmas serem excluídas de
uma das exações, para se evitar a dupla tributação.

Acórdão 105-14512 – 1º CC-MF/5ª Câmara – de 17-6-2004 


Os cheques emitidos pela contribuinte, compensados por instituição
bancária, lançados a débito da conta “Caixa” como recurso, deverão
ter seu correspondente registro a crédito desta conta, pela saída de
caixa para o pagamento do gasto, para que se opere a neutralidade
da sistemática contábil adotada, vulgarmente chamada de
“lançamento cruzado na conta Caixa”. Não comprovando a empresa
o registro desta saída, é legitima a recomposição do saldo da conta
“Caixa”, com a exclusão dos valores indevidamente registrados
como ingressos. A conseqüente apuração de saldo credor evidencia
a pratica de omissão de receitas.

Acórdão 108-07366 – 1º CC-MF/8ª Câmara – de 17-4-2003 


Se os dizeres de escritura de compra e venda de títulos não
possibilitam aferir-se com a necessária certeza o momento do
pagamento, impossível considerar pago um determinado valor para
expurgá-lo do saldo de caixa e apurar eventual saldo credor.

Acórdão 101-91.896 – 1º CC-MF/1ª Câmara – de 18-3-98 


Os valores contabilizados a débito de Caixa devem estar
suficientemente comprovados, caso contrário devem ser
expurgados para fim de averiguação dos saldos da conta.
Suprimentos de numerário alegadamente efetuados por pessoa
física não integrante do quadro societário e não efetivamente
comprovados devem ser expurgados. Revelando a conta Caixa
saldo credor, autoriza-se a presunção de omissão de receitas.

Acórdão 104-14.451 – 1º CC-MF/4ª Câmara – de 27-2-97 


A simples suspeita de que cheques emitidos pela empresa para
pagamentos de seus compromissos tenham servido a outros
objetivos, em verdade, é um indício de ilícito fiscal mas não é
elemento que, por si só, justifique o procedimento de exclusão
de tais valores questionados da conta Caixa, para eventual
determinação de saldo credor de Caixa e superveniência ativa.

Acórdão 107-04.709 – 1º CC-MF/7ª Câmara – de 08-1-98 


O levantamento fiscal que comprova o saldo credor de Caixa
existente na contabilidade do contribuinte deverá estar acostado
aos autos para demonstrar o trabalho fiscal efetuado. Padece de
certeza e seriedade o crédito tributário apurado quando não
constam dos autos os documentos que apontam a falta
cometida pelo contribuinte.

3. FALTA DE ESCRITURAÇÃO DE PAGAMENTOS

 
A não escrituração de pagamentos efetuados pela pessoa jurídica
(compras omitidas) caracteriza omissão de receitas. Dentre as
diversas decisões sobre a matéria, emanadas do Conselho de
Contribuintes, destacamos as seguintes:

Acórdão 105-12.815 – CC-MF/5ª Câmara – de 12-5-99 


A falta de escrituração ou a escrituração a menor de pagamentos
autorizam a presunção simples de que os pagamentos foram
efetuados com receitas não registradas na contabilidade,
configurando omissão de receitas. Presunção não infirmada pela
defendente.

Acórdão 1.044 CSRF-MF/1 ª Turma – de 26-11-90 


A falta de registro contábil e fiscal de aquisição de mercadorias
autoriza a presunção de omissão de receita, em montante
correspondente ao custo dessas mercadorias, ressalvada prova em
contrário (tributação que se solidifica quando o contribuinte não
apresenta prova que descaracteriza a presunção).

Acórdão 103-12.162 – 1º CC MF/3ª Câmara – de 9-11-93 


A falta de contabilização de compras autoriza a presunção de
que os valores dos respectivos custos foram pagos com
recursos mantidos à margem da escrituração, omitidos,
portanto, dos resultados da empresa.

Acórdão 107-04.144 – 1º CC-MF/7ª Câmara – de 14-5-97 


Acrescenta-se ao lucro real, para efeito de tributação do imposto de
renda pessoa jurídica, o valor das compras omitidas dos registros
contábeis.

4. PASSIVO FICTÍCIO

Caracteriza omissão de receita a manutenção, no Passivo, de


obrigações cuja efetiva exigibilidade não seja comprovada (Passivo
Fictício), ou seja, quando existe indício de que tais obrigações
foram pagas com recursos cujo ingresso não foi contabilizado
pela pessoa jurídica.

Acórdão 105-15676 – CC-MF/5ª Câmara – de 27-4-2006 


A existência de aquisições à vista e constantes do rol do passivo ao
final do período requerem prova a ser efetivada pelo contribuinte de
que os pagamentos ocorreram no período seguinte, à falta do que é
de se manter a exigência, já que se trata de presunção legal que
somente pode ser afastada mediante prova.

Acórdão 105-15478 – CC-MF/5ª Câmara – de 9-12-2005 


Não configura omissão de receita pagamentos registrados na
contabilidade dentro do ano calendário, na empresa que apure o
lucro pelo real anual. O passivo fictício aflora por situação
exatamente contrária, ou seja, a existência real de um pagamento,
provada por documentação, dentro do ano calendário e a baixa da
obrigação no ano seguinte. 
Estando o credor devidamente identificado, a presunção legal
somente se configura se em diligência ficar provada a inexistência,
de fato do credor ou da dívida. Tendo sido provada a existência de
dívida junto ao credor em diligência determinada por este Conselho,
descabe a presunção de omissão de receitas. (Art. 40 Lei 9.430/96).

Acórdão 1.025, DRF/Fortaleza/3ª Turma – de 4-4-2002 


Tendo o contribuinte logrado comprovar parcialmente, através de
documentação hábil e idônea, a existência de créditos de acionista,
valores que ensejaram a caracterização do passivo fictício objeto da
ação fiscal, procede, em parte, a exigência consubstanciada a este
título.

Acórdão 01-1.650 – CSRF – de 25-3-94 


A diferença entre o valor constante da conta Fornecedores, quando
do levantamento do balanço, e a soma das importâncias
efetivamente comprovadas através de documentação hábil,
constitui passivo fictício, indicando o fato omissão de receitas.
Recurso a que se nega provimento.
Acórdão 107-03.877 – 1º CC-MF/7ª Câmara – de 25-2-97 
Também caracteriza omissão de receitas a liquidação de
obrigações para com fornecedores no ano-base, porém ainda
constantes em aberto no seu balanço de encerramento.

Acórdão 107-04.368 – 1º CC-MF/7ª Câmara – de 16-9-97 


A falta de comprovação, através de documentação hábil, das
obrigações mantidas junto a fornecedores, registradas no balanço
patrimonial, autoriza a presunção de omissão no registro de receita,
ressalvado ao contribuinte a prova de sua improcedência. Se em
razão de diligência fiscal o sujeito passivo logra comprovar a
veracidade dos registros contábeis, mediante documentos
irrefutáveis, impõe-se a exclusão do respectivo valor da matéria
tributada de ofício.

Acórdão 103-18.893 – 1º CC-MF/3ª Câmara – de 17-9-97 


A comprovação, em primeira instância, da existência de mais 99%
das obrigações afasta a presunção de omissão de receitas em
relação as parcelas de valores ínfimos tidas como não
comprovadas.

Acórdão 101-91.813 – 1º CC-MF/1ª Câmara – de 17-2-98 


A elisão da presunção de omissão de receitas por passivo fictício
não pode se dar sem a apresentação de provas objetivas de que os
saldos eram devidos nas datas a que se referem.

5. SUPRIMENTOS DE CAIXA 

A legislação do Imposto de Renda determina que uma vez provada,


por indícios na escrituração do contribuinte ou qualquer outro
elemento de prova, a omissão de receita, a autoridade tributária
poderá arbitrá-la com base no valor dos recursos de Caixa
fornecidos à empresa por administradores, sócios da sociedade não
anônima, titular da empresa individual, ou pelo acionista controlador
da companhia, se a efetividade da entrega e a origem dos recursos
não forem comprovadamente demonstradas. 
O Conselho de Contribuintes tem se manifestado repetidas vezes a
respeito das operações de reforço de Caixa de empresas mediante
empréstimos ou aumento do capital social por parte de dirigentes. 
Ressaltamos, entre as inúmeras decisões:

Acórdão 107-08229 – CC-MF/7ª Câmara – de 11-8-2005 


Se a contribuinte conseguiu demonstrar a efetiva entrega do
numerário, com o que concordou a própria DRJ, e, em sede de
Recurso Voluntário, trouxe declaração de rendimentos do sócio que
demonstra condições financeiras deste para suprir o caixa daquela,
não há que se falar em omissão de receita.

Acórdão 105-14800 – CC-MF/5ª Câmara – de 10-11-2004 


Para afastar a presunção de omissão de receita, não basta a prova
de que os sócios dispunham de origem regular para suprir o caixa
da sociedade, sendo necessária, também, prova plena, objetiva e
inquestionável, mediante documentação idônea e coincidente, da
efetividade da entrega do numerário pelos sócios à sociedade.

Acórdão 104-15.225 – 1º CC-MF/4ª Câmara – de 19-8-97 


Cabe à pessoa jurídica provar, com documentos hábeis e idôneos,
coincidentes em data e valor, os registros de sua contabilidade,
inclusive os de efetivo ingresso no Caixa da empresa e da efetiva
entrega pelos subscritores de numerário para a integralização de
aumentos de capital, bem como deverá fazer prova de sua
respectiva origem, presumindo-se, quando não forem produzidas
essas provas, que os recursos tiveram origem em receita omitida na
escrituração. Sendo irrelevante a capacidade econômica do sócio
da empresa, titular de crédito por suprimentos, se não for
comprovada, plena, objetiva e inquestionavelmente, a origem do
numerário creditado, mediante documentos idôneos e coincidentes,
e que, igualmente, se comprove a efetividade da entrega dos
recursos supridos, exibindo-se prova indubitável de que eles se
transferiram para o patrimônio da pessoa jurídica.

Acórdão 103-19.190 – 1º CC-MF/3ª Câmara – de 18-2-98 


Os suprimentos de Caixa efetuados pelos sócios, e
comprovadamente ingressados no patrimônio da pessoa jurídica,
impõem a prova hábil e idônea da origem do numerário suprido, eis
que a regra prevista no § 3º do artigo 12 do Decreto-Lei nº 1.598/77
– origem e entrega – são cumulativos e indissociáveis. Não
comprovada a origem, cabe à autoridade tributária efetuar o
lançamento do imposto com base no valor dos recursos de Caixa
fornecidos. Incabível a recomposição da conta “Caixa” para excluir
os suprimentos efetuados e provocar o saldo credor de Caixa,
hipótese de tributação prevista em outro dispositivo legal.
Insuficiência da caracterização da infração.

Acórdão 103-19.261 – 1º CC-MF/3ª Câmara – de 17-3-98 


Configura-se como omissão de receita a não comprovação da
origem e efetiva entrega do numerário destinado a aumento de
capital.
Acórdão 107-04.371 – 1º CC-MF/7ª Câmara – de 16-9-97 
O simples não registro na contabilidade de suprimentos feitos à
empresa por sócio e de empréstimo bancário não autoriza, sem o
aprofundamento da ação fiscal, a conclusão de que teria havido
omissão de receitas, mormente quando as receitas supostamente
omitidas foram apuradas em simples confronto com extratos
bancários.

6. FALTA DE EMISSÃO DE NOTAS FISCAIS 

Caracteriza omissão de receita, inclusive ganhos de capital, a falta


de emissão da Nota Fiscal, recibo ou documento equivalente, no
momento da efetivação das operações de: 
a) venda de mercadorias; 
b) prestação de serviços; 
c) alienação de bens móveis; 
d) locação de bens móveis e imóveis; 
e) quaisquer outras transações realizadas com bens e serviços. 
Ficará ainda caracterizada a omissão de receita se for verificada
emissão de nota fiscal, recibo ou documento, em valor inferior ao da
operação (subfaturamento).

Acórdão 101-92.246 – CC-MF/1ª Câmara – de 19-8-98 


Comprovado documentalmente que foram preenchidos as Ordens
de Serviços, com o modelo impresso, com data de entrega e de
faturamento definida e, ainda, registrada palavra “Pago”, “Pg” ou
“0k” , permite presumir que a nota fiscal de prestação de serviços
não foi emitida e nem contabilizada a receita correspondente.

Acórdão 107-04.123 – 1º CC-MF/7ª Câmara – de 13-5-97 


A falta de emissão de Notas Fiscais de vendas de mercadorias e
serviços no momento da sua efetivação evidencia a prática de
omissão de receitas e autoriza o lançamento de ofício dos tributos
correspondentes, sobretudo se os respectivos valores não foram
registrados na contabilidade oficial da pessoa jurídica.

Acórdão 101-91.899 – 1º CC-MF/1ª Câmara – de 18-3-98 


A prática de emitir Notas Fiscais de apenas parte das vendas
realizadas configura omissão de receitas ao crivo do tributo,
caracterizando, evidente intuito de fraude e ensejando a aplicação
da multa exasperada.

Acórdão 107-03.877 – 1º CC-MF/7ª Câmara – de 25-2-97 


Legítima a apuração de diferenças caracterizadoras de saídas de
produtos do estabelecimento industrial sem emissão de Nota Fiscal,
fulcrada em levantamento de utilização de matérias-primas efetuado
a partir da documentação fiscal e contábil do contribuinte. Este pode
impugnar diferenças consideradas pela fiscalização com base em
critério adequado, apresentando, se for o caso, laudo de órgão
técnico competente.

Acórdão 104-15.124 – 1º CC-MF/4ª Câmara – de 8-7-97 


No silêncio da manifestação da autoridade, prevista no artigo 1º, §
2º, da Lei nº 8.846/94, se o contribuinte utiliza outro documento que
sirva à escrituração da receita e determinação do fato gerador do
Imposto de Renda (CTN, artigo 43), não há concretização da
presunção de omissão de receita, prevista no artigo 2° do diploma
legal.

Acórdão 104-15.127 – 1º CC-MF/4ª Câmara – de 8-7-97 


A não emissão de nota fiscal na venda de combustível ao
consumidor não enseja a aplicação da multa prevista na Lei nº
8.846/94 ao Posto Revendedor, tendo em vista que o mesmo está
sujeito ao Registro Diário de suas vendas no LMC – Livro de
Movimento de Combustíveis –, instituído pela Portaria nº 26, de
novembro de 1992, do Departamento Nacional de Combustíveis.

7. DEPÓSITOS BANCÁRIOS 

Constituem, também, presunção legal de omissão de receita, os


valores creditados em conta de depósito ou de investimento
mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular
pessoa jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante
documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados
nas respectivas operações. 
Essa norma, que não prejudica a proteção do sigilo bancário, tem
por objetivo, a partir da obtenção legítima das informações, a
caracterização e quantificação do ilícito fiscal, sem nenhum arbítrio,
mas de forma justa e correta, haja vista que a metodologia permite
a mais ampla defesa por parte do contribuinte.

Acórdão 107-03.874 – 1º CC-MF/7ª Câmara – de 25-2-97 


Configura-se omissão de receita a existência de depósitos
bancários não escriturados quando não provada a sua origem. A
mera alegação de que tais valores foram devolvidos ao cliente, sem
prova efetiva da devolução, não tem o condão de afastar a
exigência do crédito tributário.
Acórdão 107-04.282 – 1º CC-MF/7ª Câmara – de 9-7-97 
A falta de comprovação de que os recursos depositados em contas
bancárias da empresa provêm de receitas registradas na
contabilidade oficial ou de fontes externas autoriza a presunção de
que os mesmos têm origem em receitas omitidas.

Acórdão 103-18.893 – 1º CC-MF/3ª Câmara – de 17-9-97 


Improcedente o lançamento fundado exclusivamente em extratos ou
comprovantes de depósitos bancários escriturados pela empresa
porque a infração não restou suficientemente demonstrada nos
autos.

7.1. DETERMINAÇÃO DOS VALORES OMITIDOS

 
As receitas ou os rendimentos omitidos serão considerados
auferidos ou recebidos no mês do crédito efetuado pela instituição
financeira. 
O valor cuja origem houver sido comprovada, que não tiver sido
computado na base de cálculo do imposto, será tributado de acordo
com a legislação vigente à época do respectivo fato gerador.
Para efeito de determinação da receita omitida, os créditos
bancários serão analisados individualizadamente, observado que
não serão considerados os decorrentes de transferências de outras
contas da própria pessoa jurídica.

8. ARBITRAMENTO DA RECEITA OMITIDA 

Verificada por indícios a omissão de receita, a autoridade tributária


poderá, para efeito de determinação da base de cálculo sujeita à
incidência do imposto, arbitrar a receita do contribuinte, tomando
por base as receitas, apuradas em procedimento fiscal,
correspondente ao movimento diário das vendas, da prestação
de serviços e de quaisquer outras operações.

8.1.CRITÉRIO DE ARBITRAMENTO

 
Para fins de arbitramento da receita mínima do mês, a autoridade
tributária identificará os valores efetivos das receitas auferidas
pelo contribuinte em três dias alternados desse mesmo mês,
necessariamente representativos das variações de funcionamento
do estabelecimento ou da atividade. 
A renda mensal arbitrada corresponderá à multiplicação do
valor correspondente à média das receitas apuradas pelo
número de dias de funcionamento do estabelecimento naquele
mês. 
O critério em exame poderá ser aplicado a, pelo menos, três
meses do mesmo ano-calendário. Nesse caso, a receita média
mensal das vendas, da prestação de serviços e de outras
operações correspondentes aos meses arbitrados será considerada
suficientemente representativa das receitas auferidas pelo
contribuinte naquele estabelecimento, podendo ser utilizada, para
efeitos fiscais, por até doze meses contados a partir do último
mês submetido ao arbitramento pelo critério de três dias
alternados. 
A diferença positiva entre a receita arbitrada e a escriturada
será considerada na determinação da base de cálculo do
imposto. 
O tratamento examinado não dispensa o contribuinte da emissão de
documentário fiscal, bem como da escrituração a que estiver
obrigado pela legislação comercial e fiscal.

Vedação de incentivos fiscais 

A diferença positiva apurada não integrará a base de cálculo de


quaisquer incentivos fiscais previstos na legislação tributária.

8.2. CRITÉRIO ALTERNATIVO 

É facultado à autoridade tributária utilizar quaisquer outros métodos


de determinação da receita, para efeito do arbitramento a que se
refere o subitem 8.1., quando ficar constatado qualquer artifício
utilizado pelo contribuinte com o intuito de frustrar a apuração da
receita efetiva do seu estabelecimento.

9. LEVANTAMENTO QUANTITATIVO POR ESPÉCIE 

A legislação vigente estabelece outra hipótese de presunção legal


de omissão de receitas, que consiste na identificação de receitas
omitidas através de levantamento, por espécie, das quantidades de
matérias-primas e produtos intermediários utilizados no processo
produtivo da pessoa jurídica.

9.1. DETERMINAÇÃO DA OMISSÃO DE RECEITA


 
Para efeito de determinação da receita omitida será apurada a
diferença, positiva ou negativa, entre as somas das seguintes
quantidades:

A) B)

 Estoques de produtos, no início  Produtos vendidos


do período de apuração, escriturados no Diário   
constantes no Registro de + 
Inventário  Estoques, no final do período
+  de apuração, constantes no
Produtos fabricados  Registro de Inventário

Matérias primas e produtos
intermediários utilizados no
período

Diferença positiva

 
Se a soma de “A” for maior do que a de “B” ficará configurada a
presunção da venda de produtos sem a emissão ou sem registro de
notas fiscais.

Diferença negativa

 
Se, ao contrário, “A” resultar menor que “B", presumir-se-á que
houve compra de matérias-primas ou produtos intermediários com
recursos de ingresso não escriturado. 
Considera-se receita omitida o valor resultante da multiplicação das
diferenças de quantidades de produtos ou de matérias-primas e
produtos intermediários pelos respectivos preços médios de venda
ou de compra, conforme o caso, em cada período de apuração
abrangido pelo levantamento. 
O critério de apuração de receita omitida aplica-se, também, às
empresas comerciais, relativamente às mercadorias adquiridas para
revenda.

10. TRIBUTAÇÃO DA RECEITA OMITIDA NA PESSOA


JURÍDICA 

Uma vez verificada a omissão de receita, a autoridade tributária


determinará o valor do Imposto de Renda e do adicional a serem
lançados, de acordo com o regime de tributação a que estiver
submetida a pessoa jurídica no período de apuração a que
corresponder a omissão.

10.1. LUCRO REAL

O valor submetido à incidência do imposto deve corresponder


à totalidade da receita desviada da escrituração, sendo
inadmissível deduzir quaisquer custos ou despesas a ela
inerentes, de vez que estes já estarão, por pressuposto,
computados no resultado.

10.2. LUCRO PRESUMIDO OU ARBITRADO

 
No caso de pessoa jurídica com atividades diversificadas tributadas
com base no lucro presumido ou arbitrado, não sendo possível a
identificação da atividade a que se refere a receita omitida, esta
será adicionada àquela a que corresponder o percentual mais
elevado.

10.3. CSLL – COFINS – PIS/PASEP

 
O valor da receita omitida será considerado na determinação da
base de cálculo para o lançamento da Contribuição Social sobre o
Lucro Líquido, da Contribuição para a Seguridade Social (COFINS)
e da Contribuição para os Programas de Integração Social e de
Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/PASEP).

11. NÃO INCIDÊNCIA PARA O BENEFICIÁRIO DA RECEITA


OMITIDA 

A omissão de receitas verificada em relação a fatos geradores


ocorridos a partir de 1º de janeiro de 1996 não acarreta tributação
para o sócio, acionista ou titular da pessoa jurídica, seja na
fonte ou na declaração de rendimentos deste.

12. LANÇAMENTO DE OFÍCIO

 
A administração tributária procederá ao lançamento de ofício
quando, dentre outras razões, o sujeito passivo omitir receitas ou
rendimentos, nas hipóteses examinadas neste trabalho. 
O lançamento de ofício poderá ser realizado, também, arbitrando-se
os rendimentos com base na renda presumida, mediante utilização
dos sinais exteriores de riqueza.

12.1. SINAIS EXTERIORES DE RIQUEZA 

Considera-se sinal exterior de riqueza a realização de gastos


incompatíveis com a renda disponível do contribuinte. 
Constitui renda disponível a receita auferida, diminuída das
deduções, admitidas pela legislação do Imposto de Renda, e do
imposto pago pelo contribuinte.

 
Verificando a autoridade tributária sinais exteriores de riqueza,
o contribuinte será notificado para o devido procedimento fiscal de
arbitramento, para o qual serão tomados por base os preços de
mercado vigentes à época da ocorrência dos fatos ou eventos,
podendo, para tanto, ser adotados índices ou indicadores
econômicos oficiais ou publicações técnicas especializadas.

12.1.1. Posse ou Propriedade de Bens Incompatíveis com a


Renda Disponível

 
O contribuinte que detiver a posse ou propriedade de bens que,
por sua natureza, revelem sinais exteriores de riqueza, deverá
comprovar, mediante documentação hábil e idônea, os gastos
realizados a título de despesas com tributos, guarda, manutenção,
conservação e demais gastos indispensáveis à utilização desses
bens. 
Nesse caso, consideram-se bens representativos de sinais
exteriores de riqueza automóveis, iates, imóveis, cavalos de
raça, aeronaves e outros bens que demandem gastos para sua
utilização. 

I – Arbitramento dos Dispêndios

 
A falta de comprovação dos gastos, ou a verificação de indícios de
realização de gastos não comprovados, autorizará o arbitramento
dos dispêndios em valor equivalente a até 10% do valor de
mercado do respectivo bem, observada necessariamente a sua
natureza, para cobertura de despesas realizadas durante cada
ano-calendário em que o contribuinte tenha detido a sua posse ou
propriedade. 
Para esse efeito, serão tomados como base os preços de mercado
vigentes em qualquer mês do ano-calendário a que se referir o
arbitramento. 

II – Determinação da Renda Presumida

 
O valor arbitrado (I), deduzido dos gastos efetivamente
comprovados pelo contribuinte, será considerado renda presumida
nos anos-calendário relativos ao arbitramento. 
III – Determinação da Omissão de Rendimentos 
A diferença positiva, apurada entre a renda arbitrada (II) e os gastos
efetivamente comprovados, será tributada da forma examinada no
item 10 deste trabalho.

12.2. MULTA DE LANÇAMENTO DE OFÍCIO

 
A multa de lançamento de ofício aplicável aos casos em que a
autoridade tributária constatar evidente intuito de fraude, definido
nos artigos 71, 72 e 73 da Lei 4.502/64 é de 150%,
independentemente de outras penalidades administrativas ou
criminais cabíveis.

 Os artigos citados definem, respectivamente:

Sonegação – é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir


ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da
autoridade fazendária:

 – da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária


principal, sua natureza ou circunstâncias materiais; 
 – das condições pessoais de contribuinte, suscetíveis de
afetar a obrigação tributária principal ou o crédito tributário
correspondente.

Fraude  – é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou


retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato gerador da
obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar as suas
características essenciais, de modo a reduzir o montante do
imposto devido, ou a evitar ou diferir o seu pagamento. 

Conluio – é o ajuste doloso entre duas ou mais pessoas naturais


ou jurídicas, visando qualquer dos efeitos de sonegação ou fraude.

12.2.1. Agravamento da Penalidade

 
Se o contribuinte não atender, no prazo marcado, à intimação para
prestar esclarecimentos, a multa de lançamento de ofício por
evidente intuito de fraude passará a ser de 225%.

12.2.2. Redução da Penalidade

 
Será concedida redução de 50% ao contribuinte que, notificado,
efetuar o pagamento do débito no prazo legal de impugnação.

13. MICROEMPRESAS E EMPRESAS DE PEQUENO PORTE

 
Aplicam-se às microempresas e empresas de pequeno porte todas
as presunções de omissão de receitas existentes nas legislações de
regência dos impostos e contribuições referidos na Lei 9.317/96,
desde que apuráveis com base nos livros e documentos a que
estiverem obrigadas aquelas pessoas jurídicas.

FUNDAMENTAÇÃO LEGAL: Lei 4.502, de 30-11-64 (DO-U de 30-


11-64); Lei 5.172, de 25-10-66 – Código Tributário Nacional – artigo
106 (Portal COAD); Lei 9.249, de 26-12-95 – artigos 24 e 36, IV
(Informativo 52/95); Lei 9.430, de 27-12-96 – artigo 44 (Informativo
53/96); Medida Provisória 303, de 29-6-2006 – artigo 18
(Informativo 27/2006); Decreto 3.000, de 26-3-99 – Regulamento do
Imposto de Renda – artigos 199, 281 a 288, 528, 537, 672, 673,
841, 844 a 850, 957, 959 e 961 (Portal COAD); Ato Declaratório 1
COSIT, de 7-1-97 (Informativo 02/97).

Mudanças nas Normas de Auditoria (2016)


“VIDE PDF Normas Atualizadas 2016 na pasta Auditoria”
NORMAS DO NOVO RELATÓRIO DO AUDITOR
INDEPENDENTE SÃO PUBLICADAS PELO CFC
 NORMAS DO NOVO RELATÓRIO DO AUDITOR INDEPENDENTE SÃO
PUBLICADAS PELO CFC

Por Maristela Girotto


Comunicação CFC

As auditorias de demonstrações contábeis para períodos que se encerram em 31 de


dezembro de 2016, ou após essa data, estarão sujeitas a um novo conjunto de Normas
Brasileiras de Contabilidade de Auditoria Independente (NBC TA). As seis primeiras
Normas que compõem esse conjunto, chamado de Novo Relatório do Auditor
Independente (NRA), foram publicadas nesta segunda-feira (4), no Diário Oficial da União
(DOU), pelo Conselho Federal de Contabilidade.

As seis normas publicadas são: NBC TA 260 (R2) – Comunicação com os Responsáveis


pela Governança; NBC TA 570 – Continuidade Operacional; NBC TA 700 – Formação da
Opinião e Emissão do Relatório do Auditor Independente sobre as Demonstrações
Contábeis; NBC TA 701 – Comunicação dos Principais Assuntos de Auditoria no Relatório
do Auditor Independente; NBC TA 705 – Modificações na Opinião do Auditor
Independente; e NBC TA 706 – Parágrafos de Ênfase e Parágrafos de Outros Assuntos no
Relatório do Auditor Independente.

O NRA é constituído por normas convergidas das International Standards on


Auditing (ISAs), emitidas pela Federação Internacional de Contabilidade (Ifac, na sigla em
inglês). Após a tradução das ISAs, feita pelo CFC e pelo Instituto dos Auditores
Independentes do Brasil (Ibracon), as minutas passaram por audiência pública no site do
CFC. O processo de avaliação das sugestões recebidas na audiência foi realizado pela
Câmara Técnica e, na reunião plenária do dia 17 de junho, os conselheiros aprovaram as
seis NBCs.

Com a aprovação dessas novas normas, segundo explica o vice-presidente Técnico do


CFC, Zulmir Ivânio Breda, houve a necessidade de se alterar um conjunto de outras que
estavam em vigência. Por isso, foram colocadas em audiência pública 17 NBCs
(acesse AQUI).

O Novo Relatório do Auditor é composto por normas que haviam sido alteradas durante
processo de revisão das ISAs, realizado pela Ifac em 2015. Como as alterações efetuadas
pela Ifac foram substanciais, Breda explica que têm ocorrido vários debates para preparar
as empresas e os auditores para a aplicação do NRA.

O vice-presidente Técnico destaca que, entre as principais alterações previstas no


relatório, está a inclusão dos pontos-chave de auditoria, que são os principais assuntos
encontrados na empresa em análise. “Tudo o que o auditor achar de importante, vai ter
que colocar no relatório”, explica Breda.

Ainda segundo ele, o NRA responde a uma necessidade de maior transparência nas
informações emitidas ao mercado, pois os investidores e outros usuários serão
beneficiados com dados que antes não eram de conhecimento público

NBC TA 220 (R2)


[ATUALIZAÇÃO AUDITORIA 2016]: NBC TA 220 – Controle de
Qualidade12-10-2016 , por Lucas Salvetti
  
Fala galera,

Dando continuidade nos artigos das atualizações das normas de auditoria em 2016, neste artigo vamos
tratar da Revisão 2 (R2) da NBC TA 220.

A norma começa com os ajustes nas definições, vamos lá:

b) Revisão de controle de qualidade do trabalho é um processo estabelecido para fornecer uma


avaliação objetiva, na data ou antes da data do relatório, dos julgamentos relevantes feitos pela equipe de
trabalho e das conclusões atingidas ao elaborar o relatório. O processo de revisão de controle de qualidade
do trabalho é somente para auditoria de demonstrações contábeis de companhias abertas e de outros
trabalhos de auditoria para os quais a firma tenha determinado a necessidade de revisão de controle de
qualidade do trabalho.
b) Revisão de controle de qualidade do trabalho é um processo estabelecido para fornecer uma
avaliação objetiva, na data ou antes da data do relatório, dos julgamentos relevantes feitos pela equipe de
trabalho e das conclusões atingidas ao elaborar o relatório. O processo de revisão de controle de qualidade
do trabalho é somente para auditoria de demonstrações contábeis de entidades listadas e de outros
trabalhos de auditoria para os quais a firma tenha determinado a necessidade de revisão de controle de
qualidade do trabalho. (Alterada pela NBC TA 220 (R2))
 
Coaching on-line 100% personalizado
Bom, parece pouco mas não é... agora no lugar da obrigatoriedade de revisão de controle de qualidade do
trabalho ser para as companhias abertas, passou a ser para entidades listadas! E o que é entidade listada?
Vamos lá:

n) Companhia aberta é uma entidade que tem ações ou outros instrumentos cotados ou registrados em
bolsas de valores ou negociados de acordo com os regulamentos de uma bolsa de valores reconhecida ou
outro órgão equivalente. (Eliminado pela NBC TA 220 (R2))
n) Entidade listada é a entidade que tem ações, cotas ou dívidas cotadas ou registradas em bolsas de
valores ou negociadas de acordo com os regulamentos de bolsa de valores reconhecida ou outro órgão
equivalente. (Incluído pela NBC TA 220 (R2))
 

Conseguiram ver a diferença? Agora a norma considera a Entidade Listada a que tem ações, cotas ou
dívidas cotadas/registradas/negociadas em bolsas de valores!!

Simulados GRÁTIS focados no edital


Adiante, temos apenas uma inclusão de texto na norma:

“A28.     Quando a NBC TA 701 – Comunicação dos Principais Assuntos de Auditoria no Relatório do
Auditor Independente se aplica, as conclusões obtidas pela equipe de trabalho ao elaborar o relatório do
auditor incluem:

 a determinação dos principais assuntos de auditoria a serem incluídos no relatório do auditor;

 a determinação dos principais assuntos de auditoria que não serão comunicados no relatório do
auditor, de acordo com o item 14 da NBC TA 701, se houver; e

 se aplicável, dependendo dos fatos e circunstâncias da entidade e da auditoria, a determinação de


que não há nenhum principal assunto de auditoria a ser comunicado no relatório do auditor.”
Além disso, a revisão do relatório proposto do auditor, de acordo com o item 20(b), inclui a consideração
do texto proposto a ser incluído na seção “Principais assuntos de auditoria”. (Incluído pela NBC TA 220
(R2)) “
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Isto é REFLEXO da nova norma editada (NBC TA 701), e é bem simples, basta ler o que deixei
destacado que já será o suficiente para compreender claramente =)

Pessoal, todas as demais mudanças feitas nesta revisão dizem respeito única e exclusivamente para a
substituição do termo “companhia aberta” para “entidade listada”.

Lucas Salvetti
Prof. Auditoria
<https://www.exponencialconcursos.com.br/atualizacao-auditoria-2016-nbc-ta-220-controle-de-
qualidade/

RESOLUÇÃO CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE - CFC


Nº 1.022 DE 18.03.2005

D.O.U.: 22.04.2005

Aprova a NBC T 11.15 - Contingências

O Conselho Federal de Contabilidade, no exercício de suas atribuições legais


e regimentais,

Considerando que as Normas Brasileiras de Contabilidade e suas


Interpretações Técnicas constituem corpo de doutrina contábil, que estabelece
regras de procedimentos técnicos a serem observados quando da realização de
trabalhos;

Considerando a constante evolução e a crescente importância da auditoria, que


exige atualização e aprimoramento das normas endereçadas a sua regência, de
modo a manter permanente justaposição e ajustamento entre o trabalho a ser
realizado e o modo ou o processo dessa realização;

Considerando que a forma adotada de fazer uso de trabalhos de instituições


com as quais o Conselho Federal de Contabilidade mantém relações regulares
e oficiais está de acordo com as diretrizes constantes dessas relações;

Considerando que o Grupo de Estudo para Auditoria instituído pelo Conselho


Federal de Contabilidade, em conjunto com o IBRACON - Instituto dos
Auditores Independentes do Brasil, atendendo ao que está disposto no Art. 3º
da Resolução CFC nº 751, de 29 de dezembro de 1993, que recebeu nova
redação pela Resolução CFC nº 980, de 24 de outubro de 2003, elaborou a
NBC T 11.15 -Contingências;

Considerando que por se tratar de atribuição que, para adequado desempenho,


deve ser empreendida pelo Conselho Federal de Contabilidade em regime de
franca, real e aberta cooperação com o Banco Central do Brasil (Bacen), a
Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o IBRACON - Instituto dos
Auditores Independentes do Brasil, o Instituto Nacional de Seguro Social
(INSS), o Ministério da Educação, a Secretaria Federal de Controle, a
Secretaria da Receita Federal, a Secretaria do Tesouro Nacional e a
Superintendência de Seguros Privados, resolve:

Art. 1º Aprovar a NBC T 11.15 - Contingências.

Art. 2º Esta Resolução entra em vigor a partir de 1º de janeiro de 2006, data


em que ficará revogado o item 11.2.15 da NBC T 11 - Normas de Auditoria
Independente das Demonstrações Contábeis e deverá ser aplicada aos exames
e às revisões das Demonstrações Contábeis, cujos exercícios sociais se
encerrem em/ou após 31 de dezembro de 2005.

NORMA BRASILEIRA DE CONTABILIDADE NBC T 11 - NORMAS DE


AUDITORIA INDEPENDENTE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS NBCT
11.15 CONTINGÊNCIAS

11.15.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS

11.15.1.1 Esta norma estabelece procedimentos mínimos que o Auditor


Independente deve considerar na realização de um exame, de acordo com as
normas de auditoria para identificar passivos não registrados e contingências
ativas ou passivas relacionados a litígios, pedidos de indenização ou questões
tributárias, e assegurar-se de sua adequada contabilização e/ou divulgação nas
Demonstrações Contábeis examinadas.

11.15.1.2. A administração da entidade é a responsável pela adoção de


políticas e procedimentos para identificar, avaliar, contabilizar e/ou divulgar,
adequadamente, os passivos não-registrados e as contingências.

11.15.1.3. Quando da execução de procedimentos de auditoria para a


identificação de passivos não-registrados e contingências, o Auditor
Independente deve obter evidências para os seguintes assuntos, desde que
relevantes:

a) a existência de uma condição ou uma situação circunstancial ocorrida,


indicando uma incerteza com possibilidade de perdas ou ganhos para a
entidade;
b) o período em que foram gerados;

c) o grau de probabilidade de um resultado favorável ou desfavorável; e

d) o valor ou a extensão de perda ou ganho potencial.

11.15.2. PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA

11.15.2.1. Os eventos ou as condições que devem ser considerados na


identificação da existência de passivos não-registrados e de contingências para
a avaliação de sua adequada apresentação nas Demonstrações Contábeis são
questões de direto conhecimento e, freqüentemente, objeto de controle da
administração da entidade e, portanto, seus administradores constituem-se em
fonte primária de informação sobre esses eventos ou essas condições. Dessa
forma, os seguintes procedimentos devem ser executados pelo Auditor
Independente com respeito aos passivos não-registrados e às contingências:

a) indagar e discutir com a administração a respeito das políticas e dos


procedimentos adotados para identificar, avaliar e contabilizar e/ou divulgar
os passivos não-registrados e as contingências;

b) obter, formalmente, da administração uma descrição das contingências na


data de encerramento das Demonstrações Contábeis e para o período que
abrange essa data e a data de emissão do parecer de auditoria sobre essas
demonstrações, incluindo a identificação dos assuntos sob os cuidados
profissionais de consultores jurídicos;

c) examinar os documentos em poder do cliente vinculados aos passivos não-


registrados e às contingências, incluindo correspondências e faturas de
consultores jurídicos;

d) obter representação formal da administração, contendo a lista de


consultores ou assessores jurídicos que cuidam do assunto e representação de
que todas as contingências potenciais ou ainda não formalizadas, relevantes,
foram divulgadas nas Demonstrações Contábeis.

11.15.2.2. O Auditor deve pedir à administração do cliente para preparar carta


de solicitação de confirmação de dados (circularização) aos consultores
jurídicos encarregados dos processos e litígios em andamento, para que o
auditor a encaminhe a esses como forma de obter e evidenciar o julgamento
desses profissionais acerca do grau da probabilidade de um resultado
favorável ou desfavorável e do montante envolvido. Caso considere
necessário, o Auditor, baseado nas informações obtidas dos consultores
jurídicos, tendo em vista eventuais incertezas e relevância do assunto, deve
solicitar à administração a opinião de outro consultor jurídico independente.
11.15.2.3. Um exame de auditoria inclui outros procedimentos executados
para propósitos diferentes que também podem fornecer informações sobre
passivos não-registrados e contingências. Exemplos de tais procedimentos
são:

a) leitura de atas de reuniões de acionistas ou quotistas, de diretores e dos


conselhos e dos comitês ocorridas durante e subseqüentemente ao período
examinado;

b) leitura de contratos, acordos de empréstimos, contratos de arrendamentos e


correspondências recebidas de autoridades fiscais ou de agências reguladoras
e documentos similares;

c) obtenção de informações relativas a garantias de empréstimos ou


financiamentos provenientes das circularizações de bancos; revisão da conta
"Honorários Advocatícios", "serviços prestados por terceiros" ou título
similar, objetivando confirmar para quais advogados serão enviadas as cartas
de circularização, além daqueles, formalmente comunicados pela
administração;

d) leitura do livro fiscal Termo de Ocorrências ou equivalente;

e) leitura ou exame de qualquer outro documento que inclua possíveis


garantias dadas pelo cliente.

11.15.3. CIRCULARIZAÇÃO DOS CONSULTORES JURÍDICOS

11.15.3.1. A circularização dos consultores jurídicos é uma forma de o auditor


obter confirmação independente das informações fornecidas pela
administração referentes a situações relacionadas a litígios, pedidos de
indenização ou questões tributárias. As respostas recebidas do departamento
jurídico da entidade, ou de seus consultores internos, quando estes não forem
os patronos das causas, mas as acompanham, servem de evidência para o
auditor avaliar se a administração adotou os procedimentos adequados para a
contabilização e/ou divulgação dos passivos não-registrados e/ou das
contingências (ativas ou passivas). No entanto, essas respostas não devem ser
consideradas como evidências definitivas ou substitutas, no caso da recusa dos
consultores jurídicos externos em responder ao pedido, principalmente, se
formalizadas. Quando advogados internos (ou o departamento competente)
forem os patronos da causa, todavia, é adequado que respondam às cartas
referidas no parágrafo seguinte.

11.15.3.2. A extensão da seleção dos consultores jurídicos a serem


circularizados depende do julgamento do Auditor, que deve levar em
consideração sua avaliação da estrutura de controles internos mantida pela
entidade auditada para identificar, avaliar, contabilizar e\ou divulgar questões
relativas a contingências, bem como a natureza e a relevância dos assuntos
envolvidos. Por exemplo, o Auditor pode aplicar técnicas de amostragem
(incluindo estratificação) na seleção dos consultores a serem circularizados
que estejam envolvidos com grande volume de questões, de natureza similar e
de pequeno valor individual.

11.15.3.3. Os assuntos que devem ser abordados em uma carta de


circularização de consultores jurídicos, conforme modelos sugeridos nos
anexos a esta norma, incluem, mas não se limitam ao seguinte:

a) identificação da entidade, inclusive controladas, quando aplicável, e a data


das Demonstrações Contábeis sob auditoria;

b) pedido da administração para que o consultor jurídico prepare a relação das


questões em andamento com as quais o consultor jurídico esteve ou está
envolvido, contendo as seguintes informações:

I - descrição da natureza do assunto, o progresso do caso até a data da resposta


e, conforme aplicável, as ações que se pretende adotar para o caso;

II - avaliação da probabilidade de perda da questão, classificada entre


provável, possível, ou remota e uma estimativa, caso seja praticável de ser
efetuada, do valor e outras eventuais conseqüências da perda potencial,
incluindo uma estimativa dos honorários profissionais a serem cobrados pelo
consultor jurídico;

III - identificação da natureza e das razões para qualquer limitação na sua


resposta.

c) em circunstâncias especiais, o Auditor pode complementar a resposta para


assuntos cobertos na carta de circularização em uma reunião que ofereça
oportunidade para discussões e explicações mais detalhadas que uma resposta
escrita. Uma reunião pode ser apropriada quando a avaliação da necessidade
de contabilização de provisão ou divulgação de uma contingência envolva
interpretações da legislação, existência de informações divergentes ou outros
fatos de julgamento complexo. O Auditor deve documentar as conclusões
alcançadas relativas à necessidade de contabilização de provisão ou
divulgação de contingências e considerar a solicitação da concordância dos
consultores jurídicos para as conclusões.

11.15.3.4. O Auditor revisa eventos passíveis de potencial ajuste ou


divulgação nas Demonstrações Contábeis ocorridas até a data de seu relatório.
Portanto, a última data do período coberto pela resposta do advogado (data da
carta) deve se aproximar, ao máximo possível, da conclusão do trabalho de
campo.

11.15.4. LIMITAÇÕES NA EXTENSÃO DA RESPOSTA DO


CONSULTOR JURÍDICO

11.15.4.1. O consultor jurídico pode fazer remissão na sua resposta a assuntos


por ele já informados anteriormente, validando-os.

Esse procedimento não representa uma limitação na extensão da auditoria.

11.15.4.2. A recusa de um consultor jurídico em fornecer a informação


solicitada, por meio de circularização ou em reunião (veja parágrafos
11.15.3.3. e 11.15.3.4.), ou a ausência de opinião de outro consultor jurídico
independente nas condições consideradas necessárias (veja parágrafo
11.15.2.2.) é uma limitação na extensão da auditoria suficiente para impedir a
emissão de um parecer sem ressalvas, conforme definido na norma sobre
Parecer dos Auditores Independentes sobre as Demonstrações Contábeis.

11.15.4.3. A recusa do consultor jurídico em responder deve ser distinguida de


outras limitações na resposta de um consultor jurídico discutidas no item
11.15.5 desta norma. Em tais circunstâncias, o Auditor deve exercer seu
julgamento profissional para determinar se procedimentos alternativos
adequados podem ser aplicados para atender aos requerimentos desta norma.

11.15.5. OUTRAS LIMITAÇÕES NA RESPOSTA DE UM CONSULTOR


JURÍDICO

11.15.5.1. Um consultor jurídico pode não concluir quanto à probabilidade de


resultado desfavorável de uma contingência ou quanto ao valor e outras
eventuais conseqüências da perda potencial, por causa de incertezas inerentes.

11.15.5.2. Fatores que influenciam a probabilidade de um resultado


desfavorável, às vezes, podem não ser da competência ou do conhecimento do
consultor jurídico, por exemplo:

a) a experiência da entidade em contingência semelhante;

b) as experiências de outras entidades podem não ser aplicáveis ou não


estarem disponíveis;

c) o valor e as outras eventuais conseqüências da possível perda,


freqüentemente, podem variar amplamente em fases diferentes de um
processo, impedindo o consultor jurídico de concluir sobre esse valor ou sobre
outras eventuais conseqüências da perda;
d) a inexistência de jurisprudência sobre o assunto.

Em tais circunstâncias, o Auditor pode concluir que as Demonstrações


Contábeis estão afetadas por uma incerteza relativa ao resultado de um evento
futuro que não é suscetível de ser, razoavelmente, estimado.

11.15.6. JULGAMENTO DO AUDITOR

11.15.6.1. O Auditor deve avaliar todas as circunstâncias e as evidências


obtidas durante a aplicação de seus procedimentos de auditoria para passivos
não-registrados e contingências para formar o seu julgamento quanto à
adequação às práticas contábeis adotadas na elaboração e na apresentação das
Demonstrações Contábeis sob exame.

11.15.6.2. Uma inadequação relevante na elaboração ou na divulgação das


Demonstrações Contábeis, bem como a existência de incertezas relevantes,
impede que o Auditor emita um parecer sem ressalvas. Nessas situações, o
Auditor deve avaliar a extensão do problema em relação às Demonstrações
Contábeis consideradas em seu conjunto, para concluir sobre a emissão de
parecer com ressalva, adverso ou com parágrafo de ênfase quanto a uma
possível incerteza.

11.15.6.3. A existência de uma limitação relevante na execução dos


procedimentos previstos nesta norma deve levar o Auditor a avaliar a
necessidade de emitir um parecer com ressalva relacionada a essa limitação
ou, ainda, emitir parecer com abstenção de opinião sobre as Demonstrações
Contábeis tomadas em conjunto.

11.15.7. DAS SANÇÕES

11.15.7.1. A inobservância desta norma constitui infração aplicável ao Código


de Ética Profissional do Contabilista e, quando aplicável, sujeita às
penalidades previstas nas alíneas "c", "d" e "e" do art. 27 do Decreto-Lei nº
9.295, de 27 de maio de 1946.

ANEXO A NBC T 11.15 - CONTINGÊNCIAS

Senhores Advogados data

Prezados Senhores:

Em conexão com o exame das Demonstrações Contábeis do exercício a


findar(findo) em (data --base das demonstrações contábeis), da Companhia
ABC, solicitamos que Vossas Senhorias forneçam diretamente aos nossos
Auditores Independentes, endereço, uma posição sobre as questões das áreas
cível, trabalhista e/ou tributária sob seus cuidados, em (data--base das
demonstrações contábeis) , a favor ou contra a Companhia ABC, bem como
os eventuais desfechos ou as novas questões surgidas entre essa data-base e a
data da elaboração da informação.

Ao fornecer essas posições, solicitamos que Vossas Senhorias informem, além


de uma breve descrição da questão e sua evolução no período: (i) se existe
depósito judicial (e seu valor, caso disponível); (ii) o valor atual, efetivamente,
discutido em cada causa, independentemente do valor atribuído ao feito para
fins meramente processuais, ou uma estimativa do valor e/ou indicação da
inclusão, ou não, de juros, multas e correção; (iii) valor estimado dos
honorários de êxitos, quando aplicável (iv) um prognóstico quanto à
possibilidade de perda no desfecho das questões, classificando-a como
provável, possível ou remota.

O prognóstico quanto ao desfecho das causas é a base para que observemos a


necessidade de registro contábil (provisionamento da potencial perda como
uma obrigação no passivo) e/ou de divulgações das questões em notas
explicativas às Demonstrações Contábeis.

Os significados dos termos utilizados entre os profissionais de contabilidade,


para fins da classificação solicitada, estão descritos a seguir.

O termo provável em relação a possível indica que há maior probabilidade de


o fato ocorrer. Geralmente, em um processo, cujo prognóstico é provável
perda, há elementos, dados ou outros indicativos que possibilitam tal
classificação, como por exemplo: a tendência jurisprudencial dos tribunais ou
a tese já apreciada em tribunais superiores para questões que envolvam
matéria de direito, e a produção ou a facilidade de se dispor de provas
(documental, testemunhal - principalmente em questões trabalhistas - ou
periciais) para questões que envolvam matéria de fato. Por sua vez, se o
prognóstico for possível perda, esta pode acontecer; todavia, esse prognóstico
não foi, necessariamente, fundamentado em elementos ou dados que permitam
tal informação. Ou, ainda, em um prognóstico possível, os elementos
disponíveis não são suficientes ou claros de tal forma que permitam concluir
que a tendência será perda ou ganho no processo.

Adicionalmente, é importante notar que as decisões judiciais favoráveis de


primeiro ou de segundo grau podem não ser tão importantes quando há
desfecho (julgamento final) desfavorável em tribunal superior ou de última
instância. Também, a menos que do ponto de vista processual já exista
problema que possa acarretar determinado desfecho, no prognóstico não
devem ser levados em conta essas eventuais circunstâncias, tais como
eventuais perdas de prazos, etc. a que estão sujeitos quaisquer processos.
Por fim, a perda classificada como remota, como o próprio nome diz,
remotamente trará perdas ou prejuízos para a entidade, ou são insignificantes
as chances de que existam perdas.

Caso Vossas Senhorias entendam haver alguma limitação em sua resposta,


solicitamos que sejam citadas as devidas razões. Aguardamos e agradecemos
suas providências e colocamo-nos à disposição para esclarecimentos julgados
necessários.

Atenciosamente,

Representante da Companhia ABC.

Ata CFC nº 869

JOSÉ MARTONIO ALVES COELHO

Presidente de Conselho

http://www.portaldecontabilidade.com.br/nbc/nbct11_15.htm
Quando a obrigação for classificada pelo setor jurídico da
empresa como de provável realização financeira, de
acordo com sua experiência em transações semelhantes
Obrigação provável
se se for possível estimar seu valor com segurança; neste
caso a empresa provisiona o montante e evidencia o fato
em notas explicativas.
Apenas é feita divulgação em notas explicativas, não
Obrigação possível
sendo necessária a correspondente provisão.
Não são adotados quaisquer procedimentos a respeito
Obrigação remota
(nem provisões, nem divulgação em notas explicativas).

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