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TESE DE DEFESA:

Muito bem, como dito por parte da defesa, não cabe ao Estado sair por aí
distribuindo sanção penal arbitrariamente, pois precisamos de segurança
jurídica cabível aos fatos, a promotoria diz que devemos seguir e respeitar a lei,
concordo plenamente, mas temos que respeita-la como um todo, não somente
a parte que convém para acusar injustamente esses pobres homens,
precisamos observar todos os instrumentos do código penal, antes da
discussão avançar, é preciso frisar, para que algo seja considerado crime não
basta a tipicidade do fato, é necessário também que o mesmo seja antijurídico,
e ao entrarmos nesse aspecto, fica mais nítido que não podemos condenar
estes homens, uma vez que se encontravam em Estado de Necessidade,
Estado esse que é excludente de ilicitude, pois nenhum dos exploradores tinha
a intenção de matar ninguém, mas na verdade se não o fizessem, morreriam
todos de fome.

Então a solução ali encontrada por Roger, foi um meio Legal em seu
consciente e talvez uma resposta em que todos tinham o pleno Direito de
concordar ou não, por início, mas uma vez que aceito por todos e enfim
realizado, não era Lícito se abster do acordo, afinal, não era um simples
contrato de bens materiais que estava em jogo e sim o Direito a vida. Portanto,
as circunstâncias que rodearam o momento criminal, pede que não existia
outra alternativa, mesmo porque, se não fizessem essa escolha, em principio
punível, todos poderiam morrer de fome. A morte de Roger, foi o refúgio e
talvez o socorro para os réus aqui acusado. Considerando então que não
tinham ali mais alimentos para mantê-los em sã consciência e vivos. PEÇO AO
SENHORES A ABSOLVIÇÃO DOS ACUSADOS. ENCERRO COM MINHA
PALAVRA. OBRIGADO A TODOS!!
O estado de necessidade, regulado pelo Artigo 24[82] de nosso Código Penal,
o trata conjuntamente como causa de justificação e causa de exculpação,
conhecida como teoria unitária do estado de necessidade[83].

Em uma análise preliminar, podemos acreditar que os exploradores quando


assassinaram Roger Whetmore, o fizeram para salvar as suas vidas da
inanição e da morte iminente. Eles não puderam evitar o estado em que se
encontravam porque não havia nenhuma outra forma de sobreviverem, senão
pela utilização do corpo como alimento. Por conseguinte, não provocaram tal
situação e não podiam agir de outra forma que não esta. O caput do artigo aqui
se encaixa com perfeição.   ‘Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade
quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua
vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo
sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se”  Assim, em
determinadas situações -como esta-, socorre a exclusão da culpabilidade do
agente por inexigibilidade de outra conduta: em se tratando de bens
equivalentes ou de maior valor[84].

ESTADO DE NECESSIDADE>

O agente que pratica o fato em estado de necessidade terá o benefício da


excludente de ilicitude referida por se tratar de caso extraordinário, conforme
previsão legal no Código Penal Brasileiro:
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: I - em estado de
necessidade; II - em legítima defesa; III - em estrito cumprimento de dever
legal ou no exercício regular de direito. Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses
deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Estado de necessidade>CULPOSO

Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para


salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de
outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias,
não era razoável exigir-se.

Ainda de acordo com o texto do art. 26 - É isento de pena o agente que, por
doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao
tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Entende-se que no período em que estavam afastados da sociedade, os
acusados sofreram variações mentais causadas pelas circunstâncias do meio
em que se encontravam o que influenciou no comportamento psicossocial
deles. Não possuía desta forma, o discernimento mental mínimo necessário
para tornar o sacrifício punível.

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