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Quando sobreviver à Pandemia

Mirtzi Lima Ribeiro


João Pessoa/Paraíba/Nordeste/Brasil

Ao sobreviver a essa Pandemia (eu espero e torço para sobreviver), vou RESSIGNIFICAR toda a minha
vida e os conceitos aos quais, aderi anteriormente como verdades inalienáveis.
Atualmente uma avassaladora maioria de pessoas, ALÉM de NÃO RECONHECEREM nossos
VALORES, ENERGIA, bondade, nossa maneira aberta e cortada de manter a franqueza, sinceridade,
lealdade, verdade e o fluxo saudável de comunicação e das corretas relações pessoais, NÃO TÊM
RESPEITO pela pessoa que somos, que construímos com muita disciplina e critérios.
Aqui, a palavra “Respeito”, está no sentido de nos demonstrar gentileza genuína, sem afetações, sem
omissões, de modo generoso e sem entraves, nos ouvir quando tivermos dúvidas, nos amparar com
palavras elucidativas quando apresentarmos alguma fraqueza, nos apoiar quando estivermos afligidos
por temores (fundados ou infundados).
Respeito é, ainda, em qualquer circunstância, ter um olhar amoroso conosco, entendendo nossas dores
e aflições, nos oferecendo sempre uma mão amiga que nos faz sentir segurança e amor.
Respeito é nos trazer firmeza e clareza quando todas as circunstâncias nos endereçam incertezas.
Respeito é dizer com verdade e sentimento: “eu estou aqui”, “conte comigo”, “serei sempre verdadeiro
com você”.
Essas questões, tidas como irrelevantes para muitos na atualidade, representam o zelo e o cuidado que
qualificam o que é SER HUMANO, SER da CLAREZA, SER da LUZ, SER da COOPERAÇÃO, SER da
UNIÃO, SER da COESÃO.

Então, ao sobreviver a essa Pandemia (AMÉM), serei mais reservada do que antes, me fechando em
uma bolha muito mais restrita, para não me expor às ações egoístas alheias, para que não se aproveitem
de minha alma generosa, solícita e sempre proativa para a ação construtiva. Irei me desvincular de muitos
grupos e de pessoas que sempre extraíram o melhor de mim e na balança de dar e receber, o meu lado
ficou mais leve por não me endereçarem nenhum ou pouquíssimo de seus agrados.

Refazer planos, olhar para aquilo que me apraz e me presentear a mim mesma. Equilibrar minha balança
sendo eu própria a doadora de preciosidades e mimos. Irei me acalentar muito mais porque eu me
mereço, eu me amo e devo me resguardar.

Quando todo esse pesadelo passar (e eu espero que passe), de tantas mortes, tanta insensibilidade,
tanta ignomínia, onde presenciamos tanta desconsideração pelos outros, eu quero respirar fundo, quero
dizer a mim mesma que venci os maiores monstros. Que eu mesma matei o dragão e me libertei da Torre.
Serei ao mesmo tempo meu próprio príncipe encantado a resgatar a princesa, que também sou eu.
Ao finalizar toda essa situação vexatória, de exceção, de inquietação, de horrores e torpores diários, - e
eu quero estar do outro lado do tempo bem viva e inteira -, amando muito mais a mim mesma, como
nunca antes, usando todas as coisas que aprendi em meu próprio benefício, ser um pouquinho egoísta,
menos certinha, se importando praticamente nada com aqueles que não se importaram comigo. Será a
hora de viver uma nova vida, livre da pecha de ser tão correta, íntegra, solícita, gentil e tolerante com os
outros.

Eu darei a mim mesma o meu próprio valor, que excede a qualquer riqueza material, a qualquer capricho
ou clichê ultrapassado. Como escrevi certa vez, "Não amamos um CORPO, mas, a ESSÊNCIA ou a
ALMA que se EXPRESSA através de um CORPO" (Mirtzi). Se alguém não for capaz de me LER enquanto
essência e pela LUZ que eu emano, ela não será digna para interagir dentro desse contexto.

Iremos dar preferência a LUZES semelhantes às nossas, generosidade que tenha conexão com a nossa,
bondade e decência como as nossas, fluidez e honradez de alma como a nossa.

Essa, no meu entender, será o início de uma Era de Luz, que reunirá em propósitos, aqueles que têm
generosidade no coração, brilho dos olhos que vem da ALMA e chama divina que habita em nosso ser.
Aos sobreviventes dessa atual hecatombe, haverá a dignidade e a bondade como guias, semelhantes
que jamais se olvidariam de nos olhar com o AMOR DIVINO numa Terra resgatada do egoísmo e do
individualismo crasso.

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