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Quem são os reconstrutores do mundo?

Mirtzi Lima Ribeiro


mirtzi@gmail.com

À mente, me veio um insight sobre os nossos papéis diante de nós mesmos, da vida e do mundo.
Nós, os que nascemos entre os anos de 1959 e 1969, década de 60, viemos predispostos a empreender
mudanças significativas e trabalhar na consolidação de novos padrões de comportamento coletivos.
Alguns se desviaram de seus propósitos, permanecendo nas superficialidades, nas ilusões e desejos,
muitas vezes optando até mesmo pelo lado obscuro de vícios em diversos níveis, como fuga da realidade.
Entretanto, a maioria se mantém firme naquilo que veio executar como grupo de almas reconstrutoras e
renovadoras para o mundo.
Um considerável contingente humano desta década, continuam a agir diferentemente, construindo e
reconstruindo, erguendo, fomentando pensamentos de vanguarda que resultam em ações pontuais para
a melhoria da coletividade.
SIM: somos catalisadores para um IMPULSO em direção a premissas do próximo período: Séc. XXII.
Observo que tivemos um avanço considerável a partir do início do Século XX, já desde o seu primeiro
ano: 1901, quando foram incrementados inúmeros ramos da ciência, a exemplo de:
Albert Einstein: Físico teórico alemão de origem judaica; Prêmio Nobel da Física em 1921; expositor da
Teoria da Relatividade e Teoria Geral da Relatividade; Demonstrador do movimento browniano e do efeito
fotoelétrico; um dos maiores nomes da física teórica ao lado da física quântica; estabeleceu a fórmula
mais famosa do mundo, da equivalência massa-energia (E = mc²);
Carl Gustav Jung: Psiquiatra e psicoterapeuta suíço; fundador da psicologia analítica; forneceu rico
material para psiquiatria, psicologia, ciência da religião, literatura e demais áreas correlatas; foi o primeiro
a expor sobre as ideias de arquétipo, inconsciente coletivo, análise de sonhos, simbolismo,
sincronicidade; criou os conceitos de Anima e Animus – Animus como o lado masculino inconsciente de
uma mulher, e a Anima como o lado feminino inconsciente de um homem, cada um transcendendo a
psique pessoal; correspondente em trocas de ideias com Sigmund Freud;
Niels Fabian Helge von Koch: Matemático sueco que deu seu nome ao famoso fractal conhecido como
o “floco de neve Koch”, um dos primeiros fractais de curvas a ser descrito (Artigo: “Une méthode
géométrique élémentaire pour l'étude de certaines questions de la théorie des courbes plane”, publicado
em 1906). Embora o termo “fractal” tenha sido dado em 1975, foi Koch que o evidenciou através de seus
estudos no início do Século XX, na descoberta do objeto em que suas partes separadas repetem os traços
e a mesma aparência do todo completo (padrão repetitivo);
Podemos citar também:
Santos Dumont, com seu primeiro voo em 23 de outubro de 1906, por sessenta metros de distância, a
uma altura de dois a três metros com o avião “Ave de Rapina” (Oiseau de Proie), em Paris/França.
Sigmund Freud: 1900 – Psicanálise;
Diversos cientistas: Invenção do transistor; terceira e quarta lei da termodinâmica; teoria da informação;
eletrodinâmica quântica; incremento e avanço de muitas vacinas no mundo, inclusive poliomielite; avanço
da aviação e do automobilismo; avanços na biologia molecular; difração de raios “x”; definição do número
atômico; desenvolvimento da semiótica (sistemas de significação); descoberta de que a Via Láctea é uma
entre milhares de galáxias (1924 – Edwin Hubble); Teoria do Big Bang (1927 – Georges Lamaître);
avanços nas descobertas da química orgânica e inorgânica; descoberta que o DNA é material genético
do cromossomo (1943 – Oswald Avery);
No campo do comportamento do mundo ocidental, tivemos no início da década de 50 a grande
propaganda americana para um moralismo rígido, via “o sonho americano”, que ao final desse período
trouxe os movimentos libertários de jovens e mulheres, principalmente através da música, nos ritmos do
rock e diversas manifestações culturais de renovação.
Logo, nós que viemos entre 1959/1969, éramos crianças quando a juventude daquela época vivenciou o
início dos Beatles e as excentricidades psicodélicas, com viés revolucionário, contra a cultura moralista.
O primeiro “Festival Eurovision da Canção” ocorreu em 1956, por sua vez, o “Festival Woodstock” foi
realizado em 1969, em Nova York/EUA. Eram os gritos por novos tempos, de modo rebelde. O Brasil
estava na vanguarda, porque a “Semana de Arte Moderna”, com viés cultural expressando ideias
inovadoras, ocorreu em 13/02/1922. Já os “Festivais da Canção” no Brasil, que sempre eram de vozes
progressistas, tiveram seu auge no final dos anos 60.
Quando esses novos jovens estavam em ebulição, nós, os que viemos entre 1959/1969, éramos bebês
ou criancinhas novas.
Ponto digno de nota é que esses ciclos moralistas falsos e a consequente ruptura deles, são
inevitáveis.
A desconstrução que identificamos hoje em pleno ano de 2022, tenderá a ser modificada também, em
atos construtivos. Invariavelmente, cada período desses, mesmo nos retrocessos, ocorrem avanços na
consciência coletiva, porque expõe o lodo humano, toda mesquinhez, hipocrisia, pensamentos daninhos
e elitizados, e, tomando consciência desses abusos, se procura limpar tudo isso nos períodos
subsequentes.
O pensamento mesquinho hoje dominante, faz com que haja exploração e invasão de direitos em relação
a pessoas desassistidas, países pobres e aqueles que têm potencial de desenvolvimento.
Os reconstrutores do mundo, trabalharão para que haja um despertar coletivo de consciências, à
semelhança de todos os movimentos libertários que constam dos anais de toda história humana, alguns
ocorridos de modo sangrento. Quem diria que as monarquias absolutistas iriam ser extintas (hoje
sobrevivem aquelas que estão no oriente, no viés religioso) e os regimes totalitários, que existem em
minoria nos dias de hoje? Esses sistemas retrógrados tendem a ser extirpados.
As pessoas do mundo inteiro, de quaisquer raças ou religiões, em sua maioria, não querem se submeter
a esse tipo de abuso. Logo, embora haja movimentos retrógrados lutando para se perpetuar com algum
êxito, eles morrerão porque não há mais lugar para esse modelo obscuro. O mundo evoluiu e não aceita
mais essa onda de retrocessos, de privilégios de poucos e de miséria para tantos.
Não serão alienígenas ou anjos que farão essa mudança substancial, mas, o próprio ser humano
maduro que se responsabilizará por seus atos e promoverá o impulso necessário para consolidar
novos parâmetros.
Chega de terceirizar a “salvação” da humanidade. Chega de falsos “messias”, de salvadores do mundo,
de ícones falsos que prometem mudar as circunstâncias, mas, só possuem clichês e demagogias
daninhas, visando se locupletar com o que é do povo.
O tempo atual requer o nosso próprio avanço consciencial, via expansão e ampliação do nosso cone
de percepção e ação, no viés da INCLUSÃO, da COOPERAÇÃO MÚTUA, da PARCERIA, da
CONCILIAÇÃO de INTERESSES DIFUSOS, no estabelecimento de uma corrente de ajuda conjunta e de
interconexão, para que todos progridam sem tanto desequilíbrio social e desajuste financeiro.
São os novos construtores do mundo que farão e implementarão essas mudanças dia a dia, alicerce a
alicerce, tijolo a tijolo, numa edificação igualitária. Utopia? Não, apenas constatação que o mundo avança
entre retrocessos e progressos, sempre agregando novos valores e ressignificando circunstâncias e
tendências.
Eu li certa vez que antes do dia amanhecer, temos o período de mais densa escuridão. Semelhantemente,
para a humanidade funciona do mesmo jeito: após as mais difíceis e mais obscuras fases, vieram as
renascenças, a iluminação, a fase de crescimento e florescimento.
Com isso em mente, nós, os reformadores, não podemos e nem devemos esmorecer. Estamos às portas
do raiar do mais translúcido novo dia, do nosso novo tempo. E nós seremos os atores principais desse
drama que nunca termina, que sempre se recicla e se reinicia com a força e o impulso de quem é
destemido e toma a ação necessária, conjuntamente.
Portanto, sigamos, com coragem, força, determinação e muito discernimento!

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