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Consciência
Pemba, 2021
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Consciência
Docente:
Pemba, 2021
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Índic
e
Introdução......................................................................................................................3
Consciência (vigilância)................................................................................................4
Consciência psicológica.................................................................................................4
Ser consciente como uma qualidade..............................................................................5
Vigilância.......................................................................................................................5
Lucidez de consciência..................................................................................................5
Campo da consciência...................................................................................................5
Alterações quantitativasfisiológicas..............................................................................5
Sono...............................................................................................................................6
Alterações quantitativas patológicas..............................................................................6
Rebaixamento do nível deconsciência...........................................................................6
Obnubilação simples......................................................................................................7
Obnubilação oniroide.....................................................................................................7
Coma..............................................................................................................................7
Alterações qualitativas fisiológicas...............................................................................8
Sonhos............................................................................................................................8
Alterações qualitativas patológicas................................................................................8
Estreitamento do campo da consciência........................................................................8
A formação da consciência em Vygotski......................................................................9
Consciência como função de origem social que regula o contacto com outros
indivíduos.....................................................................................................................10
Consciência e sua relação com sentido e significado..................................................10
Consciência e signo.....................................................................................................11
Consciência como mecanismo que filtra o mundo......................................................12
Conclusão.....................................................................................................................13
Bibliografia..................................................................................................................14
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Introdução
O presente trabalho versa sobre a consciência, e visa estudar alguns aspectos ligados a
mesma. Entretanto este trabalho está organizado de seguinte maneira: introdução
(apresentação do tema, objectivos do tema e metodologia utilizada); abordagem do tema
e subtítulos no sentido geral (conceitos, abordagem do geral do trabalho); finalmente a
conclusão que o estudante tirou em relação ao tema e as referências bibliográficas.
Em nossa vida cotidiana, “talvez nenhum aspecto da mente seja mais familiar ou mais
enigmático do que consciência em nossa experiência, consciente do eu e do mundo”,
Apesar do nível de expressão da consciência diferenciar o homo sapiens primitivo do
contemporâneo nem por isso se estaria a tratar de um fenômeno diferente do actual, mas
de um patamar de consciência que aparece como pressuposto e base primordial e
indispensável para que o ser humano chegasse a se exprimir de um modo consciente tão
“complexo” (e talvez privilegiado) e “sofisticado” como hoje é reconhecido.
Consciência (vigilância)
A etimologia da palavra “consciência” possui suas raízes na língua latina, cum scientia,
que, por sua vez, é uma tradução da palavra grega syneidesis e, se refere ao saber em
comum. Ou seja, é um saber que as pessoas em geral podem compartilhar, aprofundar e
transmiti-lo aos demais que integram seus grupos de convívio.
Gulik (2014) indica que embora as palavras “cônscio” e “consciência” sejam usadas de
forma completamente diferente na atualidade, foi provavelmente a ênfase da reforma
Protestante, sobre a noção de “consciência” como uma fonte interna de verdade, que
exerceu algum papel na virada para dentro do sujeito assim característico da visão
reflexiva moderna do eu. Isso contribuiu amplamente para uma mudança qualitativa no
entendimento do significado do fenômeno da consciência, tornando-se um grande passo
para a humanidade na dimensão filosófico-científica.
Consciência psicológica
Segundo Jaspers, consciência é “o todo momentâneo da vida psíquica”. Em outras
palavras, constitui uma síntese ou integração de todos os processos mentais em
determinado momento. As características da consciência psicológica são as seguintes:
Vigilância
Vigilância é um termo criado por Head, em 1923, definido como “uma capacidade
fisiológica (do sistema nervoso) que serve de suporte a uma actividade adaptativa,
qualquer que seja a modalidade desta”. Trata-se de uma acepção de consciência mais
particular, que corresponde ao conceito de activação ou atenção tônica. Refere-se a um
estado de consciência, no sentido neurofisiológico. Aqui, estar consciente significa que
o indivíduo está vígil, desperto, alerta, com o sensório claro.
Lucidez de consciência
A lucidez constitui um estado de consciência clara, ou de vigilância plena – a
consciência teria uma função iluminadora quanto aos conteúdos mentais. Na lucidez, os
processos psíquicos são experimentados com suficiente intensidade; os estímulos são
adequadamente apreendidos; e os conteúdos mentais possuem nitidez e são claramente
delimitados e identificados. Em oposição à lucidez estão o sono e o coma. Entre esses
extremos, há diversos níveis de clareza da consciência, o que representa a dimensão
vertical da consciência.
Campo da consciência
O campo (ou amplitude) da consciência refere-se à quantidade de conteúdos que a
consciência abarca em determinado momento, e representa a dimensão horizontal da
consciência.
Alterações quantitativasfisiológicas
As alterações quantitativas da consciência (vigilância), que podem ser normais ou
patológicas, referem-se à intensidade da clareza das vivências psíquicas. No estado
normal, o indivíduo desperto está constantemente apresentando oscilações na
intensidade de sua consciência, em geral pequenas. Há certa diminuição no nível de
consciência quando o indivíduo está cansado ou sonolento, quando se encontra num
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Sono
O sono pode ser definido como um estado de inconsciência do qual a pessoa pode ser
despertada por estímulos sensoriais. O sono profundo (sem sonhos) constitui um estado
fisiológico de abolição da consciência.
amência, entre outras. Uma opção é dividir esses estados em que o nível da consciência
está diminuído em: obnubilação simples e obnubilação oniroide.
Obnubilação simples
caracteriza-se pela ausência de sintomas psicóticos. O paciente apresenta, além de
intensa sonolência, hipoprosexia (diminuição global da atenção), desorientação no
tempo e no espaço, pensamento empobrecido e alentecido (às vezes, mutismo),
dificuldades de compreensão e de raciocínio, hipoestesia (alteração quantitativa da
sensopercepção), hipomnesia de fixação e de evocação (distúrbio da memória), apatia e
inibição psicomotora (às vezes, estupor).
Obnubilação oniroide
caracteriza-se pela presença de sintomas psicóticos, especialmente ilusões e
pseudoalucinações visuais (menos frequentemente, de outras modalidades sensoriais),
além de ideias deliroides (muitas vezes, persecutórias). Há ainda dificuldade de
concentração (com exacerbação da atenção espontânea), desorientação temporoespacial,
desagregação do pensamento, dificuldade de compreensão e de raciocínio, amnésia de
fixação e de evocação, exaltação afetiva (muitas vezes, ansiedade), perplexidade e
agitação psicomotora. Esse quadro corresponde à amência, termo introduzido por
Meynert em 1890. O delirium tremens, um quadro grave de abstinência alcoólica,
costuma cursar com obnubilação oniroide. O indivíduo encontra-se agitado e assustado,
sem saber onde está e não conseguindo identificar corretamente as pessoas ao seu redor.
Com grande frequência, ele vê ou sente sobre sua pele pequenos animais repugnantes –
como baratas, aranhas, lagartixas ou ratos –, os quais não estão realmente presentes.
Coma
O termo coma vem do grego e significa sono profundo. O quadro caracteriza-se por
abolição da consciência. Nesse estado, o indivíduo não pode ser despertado nem por
estímulos dolorosos muito intensos. Ocorre perda total da motricidade voluntária e da
sensibilidade. Embora a vida somática prossiga, não há sinal de atividade psíquica.
reflexão; mudanças súbitas quanto a tempo, lugar e pessoas; uma estrutura narrativa;
forte colorido emocional; comportamentos instintivos; atenuação da vontade;
dificuldade de se lembrar de seu conteúdo após ter despertado (Hobson, 1999).
Para Molon (2003), a subjetividade seria uma dimensão humana fundamental para o
estudo em Vygotski, do qual fazem parte os elementos da consciência, da vontade e da
intenção que constituem o ser humano como alguém único capaz de construir seus
significados e sua cultura. O processo de formação da consciência, por meio da
internalização, constitui a subjetividade através das situações de intersubjetividade,
possibilitadas pela mediação simbólica, em que a linguagem assume papel principal na
formação do sujeito. Nesse sentido, podemos compreender o conceito de consciência
em Vygotski como uma função de origem social, em que os signos possuem papel
imprescindível em sua formação. Sua transformação implica em motivações mediadas
por emoções, sentidos e significados, constituídos e, dessa forma, como um processo
que filtra o mundo e coordena as ações humanas.
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Consciência como função de origem social que regula o contacto com outros
indivíduos
Ao considerarmos os seres humanos, encontramos a intenção, a afectividade, o
pensamento e a consciência. Em Vygotski (1924/2004), a consciência pode ser definida
como um entrelaçamento de sistemas reflexos. No entanto, a consciência não se
confunde com reflexo, do mesmo modo que não é um “mecanismo interno”. Segundo o
autor, o significado da palavra seria detentor das propriedades da consciência. Esses
significados são convertidos em sentidos pessoais, de acordo com as necessidades e
emoções que motivaram o seu uso. Dessa forma, o sentido é soma de todos os eventos
psicológicos que a palavra desperta na consciência. A palavra, como detentora de
significado, ao mesmo tempo em que desperta eventos na consciência, é base para a sua
formação. Nesse sentido, a consciência possui origem social, já que os reflexos
reversíveis originados da palavra servem de fundamento para a comunicação social e
para a coordenação coletiva do comportamento.
Dessa forma, a unidade de análise do comportamento humano que pode incluir todas as
manifestações psicológicas seria o signo. Barros et al. (2009) afirmam que existe uma
implicação do conceito de sentido à investigação psicológica ao poder contribuir para o
alargamento das possibilidades de estudos das interações sociais e dos processos de
significação nelas inscritos. Portanto, abrem vias para que se levem em conta não só
recorrências e regularidades das interações e dos contextos pesquisados, mas também
seus dinamismos, emergências e heterogeneizações, tendo em vista que, na composição
de sentidos, se articulam dialeticamente zonas de estabilidade e instabilidade.
Essa perspectiva trazida por Vygotski será útil como base para a formulação de uma
metodologia que possa ter acesso aos conteúdos da consciência, fundamentando, assim,
uma importante contribuição para a Psicologia no que diz respeito a uma perspectiva
teórica que traga em seu bojo uma proposta metodológica coerente com seu estudo. Para
Vygotski (1924/2004), a consciência se reflete na palavra, a qual poderia ser
considerada como um microcosmo daquela. Góes (2000) apresenta a análise
microgenética, a partir dos estudos de Vygotski, como uma forma de construção de
dados que requer o recorte de episódios interativos, com ênfase nas relações
intersubjetivas e um relato minucioso do processo. Esse estudo denomina-se micro,
porque está pautado em minúcias, e é genético ou socio genético, pois relaciona os
eventos observados com outros planos da cultura, buscando sua gênese.
Consciência e signo
Segundo Riviére (1985), a constituição da consciência e sua transformação se dão
graças a uma classe especial de ferramentas: os signos. Estes são proporcionados pela
cultura e medeiam a transformação da catividade reflexa em consciência. Nesse sentido,
o factor fundamental para o desenvolvimento humano seria definido pela internalização
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De acordo com Vygotski (1924/2004), a consciência é constituída por signos que são
estímulos instrumentais de natureza social que formam o ser humano por meio da
convivência social. Os signos atuariam sobre o sujeito e estariam intimamente
relacionados a sua capacidade de criação e imaginação, que, por sua vez, se manifestaria
por igual em todos os aspectos da vida cultural.
Toassa (2006) apresenta os signos em Vygotski como forma de dominar a conduta, por
meio da qual a realidade pode ser representada na ausência dela própria, podendo
tornar-se consciência dos impasses e relações do real. Este só é alcançado com o
desenvolvimento de funções superiores, que só aconteceria mediante as transformações
do sistema capitalista e de seu caráter opressor, que transforma o indivíduo em objeto,
mera fonte de lucro, e favorece relações de alienação e subjugação. Esse é o intento de
uma nova sociedade pautada na superação da divisão de classes, da exploração do
homem pelo homem e da alienação do trabalho.
Zanella (2004) afirma que, mediante os signos, a dupla direção da atividade humana se
processa, pois, na medida em que, por seu intermédio, o sujeito se objetiva e transforma
a realidade, ao mesmo tempo transforma a si mesmo. Continua referindo que a relação
que se estabelece com a realidade é necessariamente mediada pela cultura, pelos valores
característicos do momento social e histórico em que vivemos, bem como pela nossa
história de vida e o que, decorrente dela, consideramos significativo.
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Conclusão
Feito o trabalho de pesquisa, cheguei ao consenso que o processo de formação da
consciência, por meio da internalização, constitui a subjectividade através das situações
de intersubjectividade, possibilitadas pela mediação simbólica, em que a linguagem
assume papel principal na formação do sujeito, também a consciência é um mecanismo
que filtra o mundo, tornando possível a actuação do sujeito, ela filtra a realidade e a
modifica.
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Bibliografia
BARROS, J. P. P. et al. O conceito de “sentido” em Vygotski. Psicologia & Sociedade,
Florianópolis, v. 21, n. 2, p. 174-81, 2009. Disponível em:
<http://www.ufrgs.br/seerpsicsoc/ojs/include/getdoc.php?id=2418&article>.Acesso em:
14 fev. 2021.