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1. Introdução
Devo falar sobre o Amor, mas como usar palavras perecı́veis para falar do que é eterno?
Que Deus nos ajude... Assim, a estrutura a que me proponho buscará reconhecer a
humanidade apenas no amor, ”sem ele nada somos”. Defenderá também, o Amor como
não originado no próprio ser transitório, nós homens, mas no Ser de Deus como um
atributo inerente a sua liberdade...
3. αγαπη
Agape no Novo Testamento denota o Amor tendo como impulso e origem a liberdade que
lhe foi dada, a origem não está em si mesma mas do alto.
Por isso falamos de eternidade com sotaque de transitoriedade, por isso o Amor é
demonstrado e não explicado. Amo demonstrando.
Liberdade, algo que em nós mesmos é totalmente estranho, é uma liberdade
totalmente nova para o outro. Liberdade para o outro, em função do outro. Esta liberdade
que nos foi presenteada não tem qualquer necessidade de amar o outro e também não o
faria, mas por ter recebido permissão de amá-lo, o ama.
Por ser livre para o outro o ama, não por necessidade para sua auto-realização. O
Amor gratuitamente nada quer dele, não quer ser gratificada, apenas quer estar ali para
ele.
Agape também é procurar o outro, mas não procurar de maneira interesseira.
Agape é paciente e benigno, não se ufana, não se ensoberbece não se conduz
inconvenientemente, não procura seus interesses, regozija-se com a verdade, tudo sofre,
tudo crê, tudo espera, tudo suporta... sempre visando o outro.
Amor, o evento onde o grande Deus, na liberdade que lhe é originalmente própria,
se entregou para ser o Deus do pequeno humano, mas na qual também o pequeno ser
humano se prestou e se entregou, na liberdade que lhe foi dada por Deus, para ser o
humano do grande Deus.
O Agape só poderá ser recebido e posto em prática como presente, por quem quer
que seja, em Cristo Jesus. O Amor Agape está onde Cristo estiver, agir e falar.
EM Cristo, a aliança foi cumprida. Ali o Amor permanece. Jesus, o modelo de
humanidade, é o homem voltado para o próximo. Cristo só o é em função do outro...
Aı́ é demonstrado a diferença entre Jesus e os outros seres humanos. Diferença
fundamental, nenhum outro ser humano está aqui especificamente voltado para o outro.
A humanidade de Jesus consiste em ser para o homem. Em sua humanidade, Deus
manifesta que livremente decidiu fazer do homem o objeto de seu Amor. Assim, vemos
em Jesus a perfeita humanidade.
Ele veio para nos ensinar a humanidade, a verdadeira, que não existe separada da
existência de seu próximo. Aı́ está posto um erro conceitual, ver o homem em si por si.
E viu que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, desejável para dar
entendimento.
Superar a tentação de fé sozinho, na Igreja um deve servir o outro “segundo a
medida de fé que Deus repartiu a cada um” (Rm 12.3). Agora vemos o homem tal como
ele aparece à luz do homem Jesus. O homem foi feito para existir com seu próximo. Isso
é humanidade. O Amor nos abre esta possibilidade, agora também, o homem pode ser
por seu próximo.
O homem sem o próximo é completamente estranho ao homem Jesus e este não
poderia em nenhum caso ser seu salvador.
Pecado, postura que conduz o ser humano a sair do caminho que lhe foi indicado,
este Amor que nos é exigido. O Amor direcionado ao outro que frente ao nosso modelo,
arquétipo, nos devolve à humanidade.
Amor, sem ele nada somos.