Mostre em que medida a imagem do Escudeiro corresponde ao ideal de
marido de Inês.
Inês procura, no casamento, uma forma de escapar a vida enfadonha que
tem com a mãe. Deste modo, a característica que mais valoriza nos seus potenciais mardos e a capacidade de a divertir (“como tiver descrição / nam lhe quero mais proveito. / e saiba tanger viola”). Idealiza um marido com um discurso eloquente e sedutor e com dotes musicais, não tendo qualquer outra exigência. Para atender aos seus pedidos, os Judeus apresentam-lhe o Escudeiro, que tratam logo de elogiar exageradamente. Este entra, de imediato, lisonjeando Inês, servindo-se de um discurso composto como Inês procurava (“Deos vos salve, fresca rosa, / e vos dê por minha esposa”). Não só as suas maneiras refinadas e mentiras impressionantes, mas também as suas enumeras capacidades (“Sei bem ler, / e muito bem escrever, / e bom jogador de bola / e quanto a tanger viola”), principalmente a de tocar viola, iludem Inês de que este pretendente teria todas as características que procurava e mais algumas, completamente ignorando os seus evidentes defeitos. 2. Dois dos maiores objetivos da farsa são a crítica às classes sociais mais elevadas e, essencialmente, o de fazer rir. A personagem do Moço utiliza o humor nos seus apartes para contribuir na enorme crítica social por de traz da farsa. Começa por insinuar uma certa falsidade da parte do Escudeiro, condenando o culto das aparências, frequente na altura, principalmente nas classes mais altas como a nobreza (.