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REVISTA DA G∴L∴L∴P∴/G∴L∴R∴P∴
O Aprendiz
Coimbra
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Ø
Junho de 6020
GRANDE LOJA LEGAL DE PORTUGAL / GRANDE LOJA REGULAR DE PORTUGAL
REVISTA DA G∴L∴L∴P∴/G∴L∴R∴P∴
COMISSÃO DE HONRA:
Conselho Editorial
Manuel Caldeira
António Jorge
Nuno Raimundo
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ÍNDICE
PÁGINA
2 – COMISSÃO DE HONRA
3 – ÍNDICE
4 – EDITORIAL – ARMINDO DE AZEVEDO
5 – TEMOS DE AGIR – ARMINDO DE AZEVEDO
7 – DAS CRISES GLOBAIS: DINAMISMO E VALORES MAÇÓNICOS – JÚLIO MEIRINHOS
11 – TEMPOS DE MUDANÇA – JOSÉ FRANCISCO MORENO
14 – A MAÇONARIA – MÁRIO MARTIN GUIA
16 – MAÇONARIA… E AMANHÃ? – ALBERTO TROVÃO DO ROSÁRIO
20 – A MAÇONARIA NA PRESENTE EMERGÊNCIA – JOSÉ MANUEL MORAIS ANES
21 – “O APRENDIZ" – JOSÉ MANUEL PEREIRA DA SILVA
24 – MAIS UM ELO DA TRANSMISSÃO DE UM TESTEMUNHO – LUÍS NANDIN DE CARVALHO
26 – LIMITES DA INTERVENÇÃO MAÇÓNICA NO MUNDO PROFANO – FERNANDO TEIXEIRA
28 – RITO ESCOCÊS RECTIFICADO – JOÃO OLIVEIRA E SILVA
34 – RITO DE YORK 5.0 MISTÉRIOS | CAMINHOS – GONÇALO RIBEIRO
40 – A ACADEMIA MAÇÓNICA DA G∴L∴L∴P∴/G∴L∴R∴P∴ – ARMANDO FERREIRA ANACLETO
44 – A ORIENTE DE COIMBRA
46 – R∴L∴ BRASÍLIA N.º 11
48 – R∴L∴CONIMBRIGA N.º 47
50 – R∴L∴ VÉRITAS N.º77
52 – R∴L∴ SÃO JOÃO BAPTISTA N.º82
54 – R∴L∴UNIVERSITAS N.º 143
56 – LOJAS DE SÃO JOÃO - RAZÕES HISTÓRICAS – N∴N∴
58 – EU SOU – R∴ L∴ V IMPÉRIO
60 – A CORDA DE 81 NÓS
63 – O SETE – JOÃO A. FERREIRA
67 – A VIDA A PASSAR – LUÍS MIGUEL NOGUEIRA ROSA DIAS
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EDITORIAL
MENSAGEM “O APRENDIZ”
Esta nova edição de “O Aprendiz” - que próxima edição, não deixaremos de dis-
nesta fase deverá privilegiar o formato di- correr sobre os restantes Ritos pratica-
gital - há muito desejada, irá preencher dos na nossa GL.
um espaço editorial único, no âmbito das
atividades da Academia Maçónica da
GLLP/GLRP, coordenada por uma BOAS
equipa de Irmãos dedicados e compe- E PROFÍCUAS LEITURAS.
tentes, a quem penhoradamente desde
já agradeço, e que são merecedores do ARMINDO AZEVEDO
nosso respeito e admiração. GRÃO-MESTRE DA GLLP / GLRP
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TEMOS DE AGIR!
transigir quanto aos direitos, liberdades e
garantias das pessoas,
ARMINDO AZEVEDO
GRÃO-MESTRE DA GLLP / GLRP “TEMOS DE AGIR”
Agir sempre e sem hesitações quanto ao
dever de ter de fazer o possível dentro do
á cerca de dois meses poucos po- necessário, para salvar vidas e mais
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DAS CRISES GLOBAIS: DINAMISMO E VALO- delas, funcionando por avanços e re-
RES MAÇÓNICOS cuos, embora a panóplia dos especialis-
tas iluminados, constitua sempre uma
enorme oferta!
Sobretudo durante uma crise, as neces-
sidades são sempre muitos superiores
aos recursos, e os mecanismos da livre
formação dos preços fica completamente
agitado.
Bem ou mal, a gestão de todas as crises,
é feita por quem está na conjuntura, le-
galmente mandatado para liderar os Es-
tados e as instituições!
Independentemente dos humores dos in-
divíduos serem otimistas, pessimistas,
realistas, ou mistos, é fundamental que
não sejam apenas a misericórdia e a
compaixão a nortear os vários caminhos
JÚLIO MEIRINHOS que nos devem levar para fora da crise,
ANTIGO GRÃO-MESTRE DA GLLP / GLRP mas que sejam sobretudo os valores fun-
dadores da Maçonaria, a Liberdade, a
. Crise é um colapso. Desde que o Justiça, a Equidade, a Fraternidade, a
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ção de poderes, com todas as suas im- apenas mais uma crise, uma crise glo-
perfeições, corrupções, desvios e entro- bal do nosso tempo, que também nos
pias, que deve ir sempre à frente: com a pode estar a dar tempo para refletir,
bandeira, com todas as decisões da go- atestando-nos que não somos assim
vernança, mas sobretudo sempre enqua- tão donos do mundo quanto isso. E se
drada pelos valores pugnados pela ma- a essa frigideira, que se chama crise
çonaria. Os países democráticos são os ambiental global, se somar uma crise
que atingiram maiores níveis de desen- biológica global como a Covid-19, e a
volvimento e bem-estar, conseguiram ela acrescentarmos uma crise global
melhor repartição dos recursos e da ri- de valores, então significa que a ma-
queza gerada pela economia, embora çonaria não tem conseguido passar a
saibamos que há tanta variabilidade de essência da sua mensagem, dos seus
padrões de democracia, como países valores fundadores, e quando assim é, a
que a adotaram para regime político, história já nos ensinou que tudo pode
acrescentando ainda a enfase que lhe é correr ainda muito pior.
dada pelo estilo de cada governante Aprendemos com Albert Einstein, que o
eleito. A parte que cabe à maçonaria, há tempo condiciona toda a coisa física, que
de ser sempre a de olho vigilante e o tempo se cumpre sempre de forma ab-
atento, para que os valores que pugna- soluta, mas por outro, aprendemos com
mos, não sejam esquecidos ou deturpa- Charles Darwin, que a dialética evolutiva
dos. das espécies é o único motor que move
O objetivo da arte política é fazer boas inexoravelmente o mundo vivo, mas
escolhas: como e onde se devem afetar nesse mundo vivo, o homem maçon
os recursos, suprindo necessidades e pensa, e tem o dever de intervir: essa in-
aumentando paulatinamente os níveis de tervenção deve a maçonaria guiá-la no
bem-estar das populações. Resumindo sentido da afirmação dos seus grandes
muito grosseiramente: o ato de governar valores: Liberdade, Justiça, Equidade,
é “gastar” dinheiro! Fraternidade.
Aqui chegados, sabemos que quem gera
o dinheiro, é o MERCADO. Ora o objetivo 3. Felizes os simples, porque deles é o
da arte do mercado é o lucro! E no en- reino dos céus! Esta não é exatamente
calço louco dessa senda, o mercado não uma “Bem-aventurança”, mas há uma
se pode transformar na única religião fa- que fala dos pobres de espírito, ou me-
nática de todos os políticos e economis- lhor dizendo, dos que têm sede de espí-
tas, e o dinheiro, o único deus fanático rito!
para todos os terráqueos. Por isso deve- Se de premissa estabelecermos uma
mos evitar dar substância ao terrível pa- equivalência entre céu e felicidade,
radoxo: quem manda afinal em democra- percebemos que tanto o primeiro,
cia: a POLÍTICA ou o MERCADO? como a segunda se ganham com as
Vemos lavrar a tendência, por vezes com coisas simples, rotineiras, aquelas a
teorias validadas pelas grandes universi- que todos os dias damos menos im-
dades do mundo, que pretende submeter portância, mas que em todas as nos-
a política ao mercado, que no seu desva- sas sessões maçónicas pugnamos
rio total de acumulação de riqueza e ma- por elas: o Amor, a Paz, a Alegria; a
ximização dos lucros, o mercado paulati- Força, a Beleza, a Sabedoria. Pode-
namente tem vindo a transformar o pla- mos, portanto, colocar em cima da mesa
neta numa imensa frigideira onde nos vai os verbos: abraçar, beijar, acarinhar,
colocando todos a fritar. E a Covid-19 é
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convidar, visitar, repartir, ajudar…; e con- globo, porque este pode albergar vários
tinuar com as expressões: fazer prazer, mundos e outros tantos submundos!
estar com os amigos, comer e beber jun- As duas Grandes Guerras do século XX,
tos, ir em conjunto ao restaurante, dar receberam também o adjetivo de Mundi-
um passeio, andar pela rua, beber um ais, ainda que haja vários autores, nome-
copo com amigos, rir em grupo, ir apa- adamente o grande pensador George
nhar ar, ir dar uma volta, ir ver alguém, Steiner, que dizem tratar-se de uma só
debater em grupo, no contexto das nos- Guerra, que teve um largo armistício de
sas sessões pugnar juntos pelos valores vinte anos pelo meio! E eu concordo com
maçónicos. ele, porque vendo bem, os motivos que
Se não estivéssemos agora no olho do levaram à primeira, não ficando bem re-
furação Covid-19, esta seria prosa algo solvidos, à próxima nova encruzilhada,
rançosa, que a liberdade tem sempre deram guerra novamente! Por isso o sé-
mais valor quando não se tem, mas o culo XX, ficou conhecido como o século
verbo pensar e refletir, para se exercita- das grandes guerras mundiais: as que ti-
rem, necessitam de sossego, de tempo veram lugar, a primeira e a segunda, e as
livre e das mãos também algo vazias de que não tiveram lugar, designadamente
afazeres. a terceira!
Muitos dizem que depois desta imundice A “mundialização” podemos dizer que foi
passar, o mundo nunca voltará a ser o um processo histórico muito lento que se
mesmo, mas nestas coisas, eu sou algo foi dando à medida que o Homo sapiens
como o discípulo Tomé: terei que pri- saiu da África Oriental, por volta de 300
meiro meter três dedos na chaga grande! mil anos atrás, para colonizar o mundo
Dentro e fora da loja maçónica, sei que inteiro, provocando depois um processo
precisarei continuar todos os dias a pra- de trocas culturais que se acelerou muito
ticá-las, a pugnar por elas. Porque sem- com os descobrimentos portugueses do
pre o ódio espreita em todas as esqui- século XV, e que culminou na segunda
nas. metade do século XX.
Como já disse, o tempo é a mais abso- Por seu lado a globalização, dá-se a par-
luta das realidades, que nunca parará de tir do último quartel do século XX, e tem
escorrer, mas concluía o grande mate- mais a ver com processos económicos, o
mático Edward Lorenz já algo mais de que chamamos hoje a "aldeia global": so-
cinquenta anos, que por vezes, basta bretudo ligada à descentralização da
que uma frágil borboleta bata as asas, produção, graças aos mercados finan-
para que o caos se estabeleça, e aí, tal- ceiros e à Internet. É aqui que nos damos
vez o caminho do tempo do Homem conta que o mundo é verdadeiramente fi-
vença mais uma pequena reviravolta. nito e totalmente interdependente, e que
Que a maçonaria seja sempre esse leve quando a tal borboleta bate as asas no
bater de asas da borboleta que enquadra polo norte, pode provocar grandes efei-
sempre o Homem nos mais nobres valo- tos no polo sul.
res maçónicos. Ainda que o tempo escorra de forma
igual, nós viajamos cada vez mais, e
4. Como diria Jacques de La Palice, a pa- cada vez mais rápido! Por essa razão, o
século XXI, vai ser o século das grandes
lavra “mundial” refere-se ao mundo, e a
pandemias sanitárias: ambientais, finan-
palavra “global” refere-se ao globo. Pela ceiras, informáticas, biológicas! E todas
parte que me toca, não tenho dúvidas estão interligadas.
que o mundo é mais pequeno que o Depois da segunda Grande Guerra, ala-
vancado pela maçonaria, a criação de
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várias instituições supranacionais, so- pangolins que foram mordidos por mor-
bretudo as Nações Unidas, foi a melhor cegos!? E aqui está a prova, tal como
resposta que se pode dar para impedir disse John Maynard Keynes, “os ciclos
novas guerras mundiais. económicos são determinados por um
Com esta primeira pandemia biológica suposto "espírito animal"!
verdadeiramente global, qual primeira E se muitos pensam que a globalização
“Grande Revelação” da finitude e fragili- é uma coisa do outro mundo, que se de-
dade global, chegou o tempo de enten- senganem, porque a globalização é
dermos que estes problemas precisam mesmo o nosso mundo de todos os dias:
instituições globais muito mais fortes, rapazes a traficar “créditos hipotecários”
que possam controlar e regular todas es- e depois nós perdermos as nossas eco-
tas questões de forma assertiva, vigo- nomias e parte dos nossos salários; fazer
rosa e absoluta, porque de outra forma, as mais baratas compras no eBay ou
as várias pandemias, tal um boomerang, Amazon e em tempos de crise o nosso
irão suceder-se ao ritmo das estações do país não ter acesso a bens fundamen-
ano, com alguns armistícios pelo meio. tais; os nossos filhos poderem trabalhar
Por isso o melhor, é mesmo resolver as noutro país, e depois Portugal ficar sem
coisas bem à primeira, porque caso con- a massa crítica dos melhores profissio-
trário: a segunda, a terceira, e muitas ou- nais; abusar sem limites das viagens de
tras pandemias, vêm já a caminho. A Ma- carro, de avião, de barco, e depois ver o
çonaria deverá, portanto, aprofundar o nível do mar a subir em todo o mundo;
seu papel histórico, no sentido de ajudar morcegos a morder pangolins e depois
a concretizar estes nobres desideratos nós termos que ficar em casa fechados,
de Liberdade, Paz, Justiça e Harmonia e para voltarmos a sair, ter que andar an-
globais. gustiados, de máscara, de luvas, …
A maior problemática do nosso globo, é
5. Diz-se em bom mirandês, a língua da que não pode girar para trás, porque é
terra que me criou: “L mundo ye redondo uma roda gigante que completa uma
i tando anda, cumo zanda”. Para que não volta elíptica ao redor do sol, a uma velo-
seja muito longe, basta-nos recuar até cidade contínua de 1800 quilómetros por
2007: crise financeira do “subprime” e minuto e nós todos a rodar com ele. Es-
subsequente falência em 2008 do tamos, portanto, todos triplamente liga-
grande banco americano Lehman dos: pela nossa condição de terrenos,
Brothers. A este fenómeno também po- pela nossa condição biológica, pela
díamos chamar “pandemia financeira”, nossa condição humana.
provocada pelo azar introduzido por uns Apesar da nossa história, enquanto via-
bichos raros, uns rapazes muito esper- jamos a alta velocidade, a única, e a me-
tos, que faziam “transferência dos crédi- lhor forma que temos para nos ajudar, é
tos hipotecários (CDS, CDO…). sermos mais cidadãos, é sermos mais ir-
E nós que já nos tínhamos habituado a mãos, é pensar mais e melhor, é fazer
pensar que coisa de falência de bancos com que os valores maçónicos incutam
nunca mais ia acontecer, ficamos todos todos os dias mais Humanidade à nossa
muito admirados. Muita gente perdeu as querida Terra Azul.
economias que tinha colocado nos sítios
mais seguros: os bancos! Do dia para a Júlio Meirinhos
manhã, o mundo entrou em crise, e em Antigo Grão-Mestre
Portugal, muitos milhares de pessoas vi-
ram parte do seu ordenado cortado! Miranda do Douro, Maio de 2020
Muita gente sofreu, muita gente alucinou,
e passado pouco mais de dez anos, os
que sobrevivemos, estamos aqui. Outra
vez diante de mais uma pandemia que
ninguém pensava que iria acontecer, que
desta vez foi provocada pelo encontro
azarento entre uns bichos raros, uns
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Continuarei a ser, apenas, mais um! Meus Irs. Um TAF para todos extensivo
às vossas famílias e votos de esperança
A partir pedra ao Vosso lado... a bem da num mundo melhor, solidariamente to-
Ordem. das as dificuldades serão vencidas.
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Maçonaria, nada fazemos para que nos É na busca incessante dos valores da
agradeçam e que nem sequer espera- Solidariedade que praticamos e que alar-
mos agradecimentos porque, por muito gamos a esse mesmo Mundo, que reside
que façamos, apenas estaremos a cum- uma das nossas maiores forças.
prir com os deveres das nossas cami-
nhadas, e das caminhadas ao lado de Se lhe juntarmos a busca sistemática da
outros Maçons. tolerância ou, talvez melhor, se lhe jun-
tarmos a busca da nossa compreen-
Tristes aqueles que, dizendo-se Maçons, são pelos outros, teremos encontrado
trabalham nas suas oficinas com o objec- certamente a razão tanto individual
tivo de serem glorificados ou para que se como colectiva da nossa existência.
lhes agradeça o bem que fizeram. As
suas catedrais interiores não passam, Peço-vos, por isso, meus Irmãos, que
ainda, de projectos de caboucos de mi- apertemos ainda a nossa Cadeia de
núsculas capelas. União e que a alarguemos ao mundo pro-
fano em que nos inserimos.
Quem se humilha será exaltado e
quem se exalta será humilhado. Um abraço Fraterno
As nossas obras e todo o bem que prati- Mário Martin Guia
camos devem ser discretos. Nada faze- Ano 8, número 34, Equinócio de 6008
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procuraram bordões nas Ordens Religio- erigira à Igreja e, porque, pela mesma ra-
sas Militares, em particular na Ordem zão, baseada na menor ocupação do
Templária ou na própria construção do Norte pelas cortes romanas, a influência
Templo de Salomão e em livros sagra- da Igreja, de Roma, seria, como é, me-
dos. nor.
Desta bem urdida tessitura emergiu uma Como facilmente reconhecemos, perma-
cultura própria que, para surpresa dos necem na actualidade as diferenças que
profanos não rejeita a herança das cor- separam duas perspectivas e que estive-
porações de canteiros; continuou a res- ram na origem de guerras e de milhares
peitar graus -aprendiz, companheiro, de mortos.
mestre- e a atribuir carga simbólica aos
instrumentos que utilizavam -compasso, Celeremente, com a chama soprada pe-
esquadro, nível, prumo,…-, o que muito los ventos atiçados pela História e pelo
contribuiu para a coesão e para a carac- Iluminismo e pelo desabrochar de cor-
terização da identidade da Maçonaria. rentes culturais emergentes desperta-
vam, a Maçonaria foi espraiando a sua
Entretanto, corria o ano de 1717, se- implantação e as suas formas de inter-
gundo as fontes mais respeitadas, venção. Não só no respeito pela missão
quando foi criada em Londres, a primeira a que se propusera, como constituindo-
Loja Maçónica e, passados poucos anos, se como veículo que seria utilizado por
em 1723, surgiriam as Constituições de movimentos revolucionários e contesta-
Anderson, redigidas por um pastor pro- tários.
testante que se viriam a tornar para a
maior parte do mundo maçónico uma É a altura de realçarmos que a Maço-
verdadeira Magna Carta. naria provou nesse período que a sua
face operativa estava bem viva e que
Foram duas as consequências da en- estava disposta a ser, na defesa dos
trada em cena da Maçonaria Especula- seus valores, útil, não se quedando
tiva como estrutura assente em alicerces em torres de marfim ou em encena-
sólidos: ções apelidadas de esotéricas. E, tão
útil foi que a História seria hoje contada
Numa face, tornou-se patente que reunia de forma diferente, mormente no tocante
meios espirituais, culturais e sociais que às Américas, se a Maçonaria não tivesse
se ofereciam ao pensamento livre e que lutado como lutou. Com empenho, com
eram armas poderosas na luta contra sacrifício, esteve na primeira linha do
despotismos e saberes anquilosados; na combate pela construção de sociedades
outra face, e como se aguardaria, os de- mais justas, onde o Homem pudesse
tentores de privilégios e os guardiães de ocupar o lugar que, por direito, era o seu.
saberes inquestionáveis contra-ataca-
ram com ferocidade, entrincheirados em Este período da vida maçónica coincidiu
intolerâncias e medos. com a emergência da Idade Contempo-
rânea, o que não pode ser visto como um
Esta resistência, tingida de sangue, tor- acaso, já que se conjugaram nesta
nou-se mais ostensiva nos países do Sul época os desafios que a Maçonaria acei-
da Europa, onde o Império Romano tinha tou, mas que todavia não durariam senão
cedido o belo e imponente edifício que algumas décadas.
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Embora na fase seguinte tenha continu- - Que entrega se dispõem a fazer de si-
ado a pugnar pelos mesmos valores, as próprios à Maçonaria e aos seus futuros
solicitações e as motivações foram rare- II∴ ?
ando e a ampulheta, inexorável, foi tra-
zendo alterações nos comportamentos e Ainda que se tenha sentido, nos tempos
nas atitudes. mais próximos, vontade em arrepiar ca-
minho, não podemos iludir que são mui-
A participação, que tanto a honrara, em tos, designadamente entre os maçons
confrontos bélicos e ideológicos, foi-se com maior experiência e mesmo entre os
desvanescendo e os maçons foram-se que foram iniciados há menos tempo, os
acomodando prestando atenção cres- que sentem uma certa desilusão criada
cente a ritos e rituais deixando a Maço- em grande parte por um tipo de facili-
naria para segundo plano temas como a tismo que contrasta com a imagem de
justiça social ou a liberdade dos povos. seriedade e de exigência que tem de ser
associada à cultura maçónica.
Em boa medida, a forma foi-se sobre-
pondo ao conteúdo, o que se traduziu em Se é justo realçarmos a melhoria da
que o crescendo do cuidado posto na de- qualidade do trabalho maçónico que é
coração da moldura empalideceu a bela produzido em muitas Lojas, também
mensagem do quadro. não podemos ignorar que noutras im-
pera a rotina sem que a espirituali-
Os que foram atraídos pelos mais nobres dade seja objecto de grande atenção.
valores que foram a razão de ser da Ma-
çonaria e que por estes lutaram foram, Se quisermos aprofundar a análise, fi-
paulatinamente, sendo substituídos pe- caremos até com dúvidas relativa-
los que pretenderam integrar-se numa mente ao empenho com que são esti-
associação com respeitáveis propósitos muladas a solidariedade e a fraterni-
e aparente poder, desde que da adesão dade.
não adviessem riscos profissionais nem
familiares. A discrição de que o maçon se Importa que, julgo com oportunidade,
munira para atingir elevados desígnios, nos recordemos sem tibiezas, de que a
passou a servir a muitos para encobrirem honra de pertencermos à nossa Ordem
perante os profanos a sua qualidade de acarreta o compromisso de respeitarmos
obreiros da Ordem. normas e regulamentos que são bem ex-
plícitos. Por exemplo e em termos claros:
Os que defendem, e não serão poucos, não é conjecturável que aceitemos,
o respeito pela pureza dos princípios da numa atitude aparentemente tolerante,
Maçonaria, temem que ela se desvirtue como maçónicos grupos que não são for-
progressivamente. Condenam a exibição malmente reconhecidos.
do elevado número de obreiros e de Lo-
jas que desde há alguns anos tem sido Uma leitura atenta dos referidos textos
alardeada e interrogam-se: impede que sejam cometidos atropelos
- Será que o recrutamento tem sido tão que colidem com a especificidade da
rigoroso como é exigível? nossa cultura, com as nossas tradições
- Porque motivo alguns candidatos que- e, o que não é de menos, com os com-
rem ser iniciados? promissos que temos com as Ordens de
outros países. Aliás, é conhecido que o
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reconhecimento formal de que nos ufa- que mais não são do que imitações que
namos não pode ser posto em causa por são praticadas desmotivadamente.
atitudes pautadas pela ligeireza ou pela
ignorância. Chegados a este ponto, algumas dúvi-
das podem insinuar-se: estamos em con-
Na fase ensombrada por interrogações dições de continuarmos a ser úteis à so-
que a Humanidade se vê forçada a enca- ciedade a que pertencemos? De sermos
rar não podemos esquecer que somos úteis aos nossos II∴? De sermos úteis a
herdeiros, portadores e transmissores de nós próprios?
um conjunto de saberes espirituais, cul-
turais e sociais que devemos, como tan- A resposta parece clara: poderemos es-
tas vezes já sucedeu, colocar ao serviço tar mas, para tal, há que seguir e gene-
dos nossos semelhantes, sempre com a ralizar o exemplo dos obreiros de algu-
intenção de dar e nunca buscando elo- mas Lojas que trabalham e estudam, as-
gios ou compensações. sumindo plenamente a sua responsabili-
dade, concedendo maior importância à
Há que combater a tentação de olharmos espiritualidade, à solidariedade e à fra-
a Maçonaria como uma carreira, em que ternidade do que à decoração dos aven-
uma boa parte da motivação dos obreiros tais, dos colares, dos diplomas e das me-
resida na subida de grau e na decoração dalhas.
do avental -cujo simbolismo muitos igno-
ram-. Também a mudança de posição no Quero acreditar nos prenúncios de um
Quadro de Oficiais da Loja deve ser novo tempo que nos dizem que amanhã
olhada como um convite ao desempenho a Maçonaria não será recordada como
de funções tão responsáveis como uma associação que foi e deixou de ser
quaisquer outras e nunca fonte de vaida- e que ficou na memória colectiva pelo
des nem, muito menos, de ressentimen- muito que fez pela justiça social e pela
tos. dignidade do Homem enquanto foi coe-
rente com os seus princípios e que pouco
A simbologia usada em Maçonaria é a fez quando deixou de se bater por eles.
sua linguagem própria, apurada e trans- O caminho desafia-nos. É chegado o mo-
mitida ao longo de muitos anos; respei- mento de avançarmos. Os nossos valo-
tada e, em momentos de maior intransi- res guiar-nos-ão como fizeram com
gência, resguardada de ódios e incom- quem nos antecedeu. Com o nosso sa-
preensões. É a guardiã do nosso código ber e com o nosso querer.
genético; é o mais sólido e duradouro elo
entre gerações de maçons. Se são in-
questionáveis quer a sua valia cultural Trovão do Rosário
quer a indispensabilidade do cumpri- Palmela, 8 de Julho de 6019
mento dos ensinamentos que veicula, há
que, sempre que para tal surja oportuni-
dade, explicar aos obreiros o significado
mais profundo dos sinais, passos, pala-
vras, toques,… que identificam cada
grau.
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Durante este período que levou ao can- “Nous sommes de êtres finis ouverts sur
celamento do nosso convívio presencial l’infini… Je peux ajouter : des êtres
recusaram os Irmãos prescindir de “estar éphémères, ouverts sur l’éternité ; des
com os outros”; recusaram suspender a êtres relatifs, ouverts sur l’absolu. Cette
Maçonaria, enquanto experiência convi- ouverture, c’est l’esprit même. La mé-
vial de partilha, e multiplicaram-se as ini- taphysique consiste à la penser ; la spiri-
ciativas que mantiveram em contato não tualité, à l’expérimenter, à la exercer, à la
só os II∴ de cada Loja mas, e talvez pela vivre. “ (Comte-Sponville, 2006, p. 145)
primeira vez, inventaram-se iniciativas
que trouxeram ao nosso convívio II∴ de Sim, não somos um clube. Somos, en-
outras Obediências por esse mundo fora. quanto coletivo, uma circunstância em
que cada um se pode abrir a esse infinito,
O recurso às novas tecnologias abriram- a essa eternidade e a esse absoluto na
nos horizontes de futuro no alargamento prática duma espiritualidade que nos
da egrégora maçónica. Mostraram-nos permite experimentar, exercer e viver
como podemos estar mais próximos ape- uma outra realidade que nos separa,
sar das distâncias geográficas; ultrapas- mesmo que não nos afaste, do mundo a
sámos os limites do espaço físico e apro- que chamamos profano.
ximámo-nos na descoberta de inquieta-
ções comuns. Para todos os II∴ que tor- Ainda que nos seja difícil perceber, por
naram possível esta nova realidade, esta falta do necessário distanciamento do
excelente oportunidade de sermos mais momento atual, abrem-se novas pers-
universalmente fraternos, ficará sempre pectivas de futuro. Sairemos desta crise
curto e insuficiente o nosso muito devido mais fortes e em grande medida diferen-
e agradecido reconhecimento. tes. E é nessa incerteza que temos que
assentar uma reflexão sobre o futuro.
Mas, apesar de toda esta maravilhosa Pensando-o e desejando-o melhor. E
novidade, confrontamo-nos com aquele para ele trabalhar com determinação e
sentimento de perda do convívio real; to- afinco.
dos sentimos a falta de estarmos juntos;
daqueles abraços, da nossa Cadeia de Mas, a minha visão da tradição maçónica
União. Sentimos essa inquietante neces- tem-me conduzido, pela reflexão ao
sidade, que se mantém indizível, e que longo dos anos, a uma conceção da ma-
não sendo um profundo vazio é algo que çonaria como uma organização ou, me-
queremos, com brevidade, preencher. lhor, como um método marcado pela sua
Porque, agora podemos constatá-lo, ela atemporalidade. Não porque ignore o
é a essência da nossa experiência que tempo, mas porque nele se suspende.
dizemos iniciática e espiritual onde, no Porque se sustenta da radicalidade do
encontro face a face, nos descobrimos a ser humano. Radicalidade que se com-
nós próprios, nos e com os outros. prova na surpreendente atualidade que
Numa excelente síntese da essência e temos que reconhecer no pensamento
condição do ser-se humano, Comte- expresso pelas figuras maiores da nossa
Sponville, na sua confessada mas, para espécie. Mas esta atemporalidade não
mim, duvidosa declaração de ateísmo nos remete para um tempo estagnado,
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REVISTA DA G∴L∴L∴P∴/G∴L∴R∴P∴
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REVISTA DA G∴L∴L∴P∴/G∴L∴R∴P∴
Na realidade, na I série o Aprendiz, era É altura de cada vez ser mais necessá-
apenas um boletim com base numa tem- rio, que o mundo material das coisas, e o
plate de newsletter, executado esforça- mundo da discussão das pessoas, deva
damente em computador, e editado por sujeitar-se à sua subordinação, ao
fotocópias, em tiragem quase confiden- Mundo Superior das Ideias, da Mente, e
cial. Cumpriu porém a função, pela qual do Espiritual. É tempo, de assumirmos o
fui responsável, por incumbência do I Dever de Mestria, simultaneamente com
MRGM, Fernando Teixeira, - registar, a humildade do Aprendiz, e com a solida-
para efeitos internos, e curta divulgação riedade dos Companheiros. Tempo, de
externa, alguns eventos e informação de acertarmos o passo do nosso compasso,
uma Obediência Maçónica em fase de para maior abrangência do Círculo de In-
afirmação e instalação. clusão, de Tolerância, e de Consciência
Posteriormente, já eleito como II MRGM, da Responsabilidade, e da Solidariedade
da nossa Grande Loja, em 2006, no Sols- Fraterna.
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REVISTA DA G∴L∴L∴P∴/G∴L∴R∴P∴
“
NECESSÁRIO, QUE O MUNDO
MATERIAL DAS COISAS, E O
MUNDO DA DISCUSSÃO DAS
PESSOAS, DEVA SUJEITAR-SE À
SUA SUBORDINAÇÃO, AO MUNDO
SUPERIOR DAS IDEIAS, DA MENTE,
E DO ESPIRITUAL.
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REVISTA DA G∴L∴L∴P∴/G∴L∴R∴P∴
Um facto parece evidente. Com a pro- Para nós resulta confrangedor que a Ma-
gressiva integração das mais diversas çonaria se alheie de todas estas situa-
actividades e dos mais diversos aconte- ções sem pensar que muitas serão até
cimentos na esfera das preocupações do consequência do progresso que ela pró-
homem de hoje, torna-se extremamente pria impulsionou.
difícil saber em relação a qualquer tema
o que é ou não é político. Talvez se com- De facto, os nossos maiores procederam
preenda melhor o que pretendo dizer por de forma oposta, e a eles se deve que o
um exemplo baseando-nos em argumen- avanço social e espiritual da humanidade
tação inversa. Hoje verificamos constan- se tenha processado em formas mais ou
temente que as disputas eleitorais para a menos correctas. Mas não será que o
direcção de um simples Clube Recrea- nosso actual laxismo está possibilitando
tivo ou uma Associação de Beneficência o primado da tecnologia sôbre a ética
constituem sempre, ou quase sempre, que tanto ameaça o futuro da Humani-
um prolongamento do combate das for- dade? A resposta é vossa.
ças políticas que se digladiam no campo
real. Fernando Teixeira
09/09/1996
Por outro lado, ao fazer beneficência
qualquer homem hoje faz política.
Quando se dá uma esmola pode-se con-
“DE RESTO, BASTA NOTAR QUE
siderar que automaticamente se estão a A CONSTITUIÇÃO DOS USA,
suprir ou a criticar deficiências do Sis- UM DOS MAIS
tema de Segurança Social. E se o pro- IMPORTANTES DOCUMENTOS
blema considerado isoladamente pode POLÍTICOS QUE A
parecer caricato, deixa de o ser se pen- HUMANIDADE CONHECE, FOI
sarmos que o acto esmoler é um incen- OBRA DE
tivo à mendicidade e que esta por sua
VÁRIOS MAÇONS. QUEM
vez constitui quando em número consi-
derável uma chaga social berrante e de-
TIVER DÚVIDAS QUE VISITE OS
primente. DIFERENTES MEMORIALS QUE
EXISTEM EM WASHINGTON
Mas interessa talvez mais considerar D.C. ONDE A QUALIDADE DE
aqueles raros campos em que dificil- MAÇON NÃO É ESCONDIDA
mente se pode considerar uma implica- MAS SIM ORGULHOSAMENTE
ção política na questão. Refiro por exem- ATRIBUÍDA A MUITOS DOS
plo os problemas da eutanásia, do suicí-
FUNDADORES DOS USA.
dio, do aborto, da pedofilia e tantos ou-
tros, designadamente problemas inacre-
ditáveis na esfera dos direitos humanos ”
ou ainda questões verdadeiramente pre-
mentes no campo da ecologia.
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REVISTA DA G∴L∴L∴P∴/G∴L∴R∴P∴
Tradição, para trabalharem em fraterni- Pórtico que faz parte do Templo, não de-
dade e com amor para a mesma finali- vemos mesmo assim usar o termo Tem-
dade. plo para designar a Loja. No modo de
pensar do rito Rectificado, o termo de
Enquanto entidade espiritual é consa- Templo está reservado para a designa-
grada desde o momento da sua criação ção do Santuário, o qual constitui a sua
ou fundação. parte central.
Todas as Lojas são chamadas Lojas de Sobre o altar do Venerável Mestre, a Bí-
São João, para lembrar aquele que foi blia deve estar aberta no Prólogo do
eleito pelo Ser Supremo (G.A.D.U.) para Evangelho de São João, com o texto vol-
anunciar a grande Luz, e que todos os tado na direcção do Ocidente.
Maçons reconhecem como patrono.
2 - O Esquadro e o Compasso
A palavra Loja significa também, e ao
mesmo tempo, o local onde a Loja se Estão sempre entrelaçados em todos os
graus no rito Rectificado, o braço direito
do compasso por cima do esquadro e o
braço esquerdo por debaixo. O esquadro
e o compasso estão colocados no altar à
direita do Venerável Mestre entre a Bíblia
e o candelabro de três braços; a cabeça
do compasso está voltada na direcção do
Oriente.
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REVISTA DA G∴L∴L∴P∴/G∴L∴R∴P∴
- Três luzes à volta do tapete de Loja Luzes. Cada Grau tem o seu Quadro de
(que não são “colunas”) Loja sobre o Pavimento de Mosaico
6 - O Dossel ou Baldaquino
mesmo galão bordado no meio, com a O Venerável Mestre entra na Loja prece-
ponta do esquadro apontada na direcção dido pelo Portador da Luz (Irmão que
do Ocidente. Ao ajoelhar, o joelho direito transporta o candelabro de três braços),
no interior do esquadro deve ficar entre o pelos dois Vigilantes e eventualmente
esquadro e o compasso. pelos Irmãos que ele quiser honrar, fa-
zendo-os entrar juntamente com ele.
Neste caso, os Irmãos são colocados por
III - PREPARATIVOS PARA A EN- ordem crescente da sua graduação entre
TRADA EM LOJA os Vigilantes e o Portador da Luz., de-
vendo este último
O Venerável Mestre acende com as lu-
vas vestidas e no exterior da Loja o can- preceder sempre o Venerável Mestre.
delabro de três braços (este não é de Todos têm o chapéu na cabeça (tricór-
forma triangular e as suas velas devem nio) e a espada ao Iado, salvo os dois Vi-
estar alinhadas). gilantes que têm a espada na mão direita
com a ponta apontando para o chão.
Tendo em conta o mais alto significado,
torna-se claro que em caso algum o can- O cortejo é conduzido pelo Mestre-de-
delabro de três braços pode ser deslo- Cerimónias que tem também o chapéu
cado do Oriente, uma vez os trabalhos na cabeça e a espada na mão direita
abertos e até ao seu encerramento, salvo com a ponta virada para cima e o braço
se o MR Grão-Mestre se dignar participar em esquadro.
na sessão
2 - Entrada em Loja
Na altura da visita de Dignitários ou Ofi-
ciais da GLLP/ GLRP, por exemplo para Todos os Irmãos Companheiros e Mes-
uma Instalação ou Recepção, o Venerá- tres (os Aprendizes já estão levantados)
vel Mestre perguntará de que modo de- levantam-se, e os Mestres descobrem-
sejam entrar na Loja, seja com o Vene- se. Todos guardam a espada na bainha
rável Mestre e seus Oficiais, como exige e seguram o chapéu na mão direita,
o costume do Rito Escocês Rectificado, braço estendido na direcção do chão, li-
seja após a abertura dos trabalhos, se- geiramente afastado do corpo, de modo
gundo o costume inglês adoptado tam- a nunca mostrar ao Venerável Mestre o
bém pela GLNF; de outra forma solicitam interior do chapéu.
oficialmente a entrada na Loja após a
abertura dos trabalhos.
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os Mestres, até à saudação do Venerá- dá ordem pela mesma via, que verifique
vel Mestre. quem bateu.
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arte, integrando com o caminho que efe- interna corporis, ensinado como um de-
tuamos em Portugal e com o contexto ver moral de todo maçom, vem com a re-
que vivemos, possamos ter resposta comendação: “de que os modos de reco-
para as questões levantadas. nhecimento - palavras, sinais e toques,
os verdadeiros segredos maçônicos -
Para se compreender o Rito de York, que uma vez banalizados, abririam as portas
atualmente praticamos na G∴L∴L∴P∴ / dos templos para aproveitadores seden-
G∴L∴R∴P∴, temos de explorar o sistema tos de benesses ou espiões desejosos
Preston-Webb, que é a obra chave do de perseguir os maçons.”
Rito de York, tal como se pratica nos Es-
tados Unidos, sendo a 1ª edição do mo- O princípio do homem comum, prudente,
nitor de 1797. que aprende o valor de lidar virtuosa-
A sua mais-valia, é que a sua antigui- mente com os problemas práticos da
dade reforça a sua qualidade. O resul- vida, aliado à união dos homens e o cul-
tado foi a preservação dos ensinamentos tivar do amor fraterno, por si validam a
partilhados, de uma tradição esotérica importância da nossa ordem, na constru-
depurada, simplificada e estruturada, ção de uma sociedade justa e perfeita,
para que faça sentido quando comuni- de homens livres de bons costumes.
cada.
O difícil é ser simples!
Existem 2 pontos chaves, que realço ***
como sendo fundamentais para o exercí- No que diz respeito aos Mistérios, Webb
cio que estamos fazer. Por um lado o Ma- volta-nos a indicar o caminho, pois se-
çom que emerge da obra de Webb di- gundo ele: “Fossem os segredos particu-
verge do que lhe era contemporâneo, lares ou formas peculiares prevalentes
evoluindo para o que para nós hoje, faz entre os maçons a essência da Arte, po-
ainda mais sentido. der-se-ia de fato, alegar que nossas prá-
Emerge assim na obra maçónica de ticas são frívolas e nossas cerimônias,
Webb, o “spoudaios aristotélico”, o ho- superficiais. Mas não é o caso. A prática
mem maduro que venceu suas paixões, as preserva. E delas um maçom culto
submeteu suas vontades e equilibra sa- pode extrair importantes lições.”
biamente seu temor a Deus com as fer-
ramentas da razão por Ele concedidas. Renovo neste prancha, o método, base-
ado nos 7 níveis da consciência dos prin-
O outro ponto chave é descrito nos prin- cípios filosóficos para ter acesso ao Mis-
cípios universais da nossa Arte, “que térios, suportada pelos ensinamentos de
unem os homens das mais opostas ten- Webb:
dências, dos mais distantes países e das
mais contraditórias opiniões, em um laço 1.º Passo – O Caminho - O primeiro nível
indissolúvel de afeto, para que um ma- de consciência será o de saber qual o ca-
çom encontre um amigo em cada nação minho a seguir, será um Mundo Físico
e uma casa em cada latitude.” – Webb. em que o indivíduo materializa essa sua
sede de conhecimento. É um mistério
Webb também alertava sobre os "privilé- que nos leva a essa inquietude e que nos
gios" em Maçonaria, associado ao princi- deixa sem dormir, errando em busca da
pio da união dos homens. Esse privilégio, resposta, ganhando forma, sendo guia-
do companheirismo e do auxílio mútuo,
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REVISTA DA G∴L∴L∴P∴/G∴L∴R∴P∴
dos por essa mão que nos apara e con- ou dispensadas ao bel-prazer. Sob estas
duz nessa nossa nova existência, entrar premissas falsas, temo-los visto avan-
na Maçonaria. çando celeremente pelos graus, sem
atentar para o conteúdo de cada passo
“É uma fraqueza conhecida da natureza ou mesmo sem possuir um único requi-
humana o gosto que os homens têm pela sito para esse avanço.”
novidade, e não pelo valor intrínseco das
coisas. O gosto pelo novo influencia nos- 4.º Passo – A Emoção - Entramos no 4º
sas ações e propósitos. O que é novo ou patamar, escolhemos o caminho, nos ini-
difícil de se obter, não importa se frívolo ciamos nos mistérios antigos, trabalha-
ou insignificante, rapidamente cativa a mos ritualmente, arduamente na perce-
imaginação e garante uma admiração ção dos mesmos mistérios e neste
temporária, ao passo que o que é familiar quarto patamar encontramos a Emoção,
ou de fácil obtenção, pouco importa se uma Mente de Desejos, limitada e condi-
nobre ou de utilidade eminente, tende a cionada partilhando, o mundo do Espírito
ser desprezado e a cair no esquecimento da Vida, num Plano Etéreo.
pelos tolos.” Este é um ponto de viragem, os quatro
primeiros passos estão dados com isso
2.º Passo – A Iniciação - O dia da nossa os principais quatro elementos na natu-
iniciação é marcante, é o virar da página reza: Terra, Ar, Fogo e Água. Somos in-
de um livro, com a perceção que já antes vestigadores da natureza e do seu ser. É
o havíamos folheado. É nos transmitido necessário pois dar um salto num plano
simbolicamente no primeiro grau os mis- evolutivo.
térios, mas sobretudo apesar de os rece-
bermos ainda não possuímos a consci- “É a Maçonaria uma arte igualmente útil
ência da pureza do seu significado. e extensa. Em toda arte há um mistério
que requer uma progressão, gradual de
“Cerimónias, assim simplesmente consi- conhecimento para que se possa atingir
deradas, não são mais que representa- um patamar, de perfeição. Sem instrução
ções, mas seus efeitos são importantes. e prática nenhum homem pode ser um
Quando capazes de imprimir espanto e bom artífice.”
reverência na mente, a sua forma exte- 5.º Passo – O Altruísmo - Entramos no
rior é capaz de fixar a atenção”, “em cada Plano Espiritual no Mundo do Espírito Di-
coração há um mistério.” vino. Para nele entrar é necessário uma
Mente pura e altruísta, ilimitada e incon-
3.º Passo – O Ritual - Passamos então a dicionada.
um plano mental que é governado pelo
Mundo do Pensamento. Aprofundamos “Cultivai o amor fraterno, pedra angular,
os Mistérios ritualistas, o que está por de- cimento e glória desta antiga Fraterni-
trás, da obra, o Mundo Emocional que se dade, evitando assim o rancor, a intriga,
pretendeu criar, as respostas ocultas nas a maledicência, as rixas, não permitindo
palavras e ações. a difamação contra um irmão honesto,
mas defendendo seu caráter e prestando
“Muitos maçons se iludem em suas su- seus bons ofícios, não indo além do que
posições de que nossos mistérios são seja consistente com sua honra e sua se-
meramente nominais, que as práticas es- gurança. Sendo assim, todos poderão
tabelecidas entre nós são frívolas e que ver a influência benigna da Maçonaria,
nossas cerimônias podem ser adotadas como tem sido feito por todos os bons
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Qual será pois a nossa marca, que per- Quis o G∴A∴D∴U∴ que nos encontrásse-
dure na Humanidade, com a esquadria e mos nesta oficina e que no caldeirão da
retidão dos seus atos, pois a pedra que vida, as nossas matérias fossem sujeitas
os construtores rejeitaram, tornou-se a às forças cósmicas. É um processo de
pedra angular principal dom templo. transformação, perturbando a ordem da
matéria, com temperaturas altas e bai-
Se pensarmos em termos histórico, a li- xas, até a verdadeira essência ser reve-
derança desenvolveu-se maioritaria- lada, na temperatura certa, na medida
mente em momentos de adversidade, de certa, no tempo certo.
caos, e foi nesse caos, que alguém teve
a coragem de liderar um processo de Tudo na vida tem um propósito, um prin-
mudança, influenciando os outros a su- cípio e um fim, antes que o pó regresse
perar esses desafios e fazendo nascer à terra e o sopro do espirito, ao Criador.
uma nova ordem. O Maçom faz o caminho para o Encontro
Final.
É nesse processo interior de necessi-
dade de sair para fora, que o Maçom se A Maçonaria pode Ser Tudo e pode Ser
transforma no Líder que deseja ser. E é Nada.
nesse momento, através da sua Lide-
rança pelo exemplo, que inspira os ou- Onde vos deixei espero-vos encontrar,
tros a serem líderes desses processos, assim seja essa, a vossa e a Sua von-
conseguindo transformar e gerar resulta- tade.
dos duradouros no tempo.
A nossa arte deve ser elogiada por A Maçonaria é um Encontro
perdurar nos séculos, influenciando .
os homens resolvendo desafios com- A Oriente de Santarém, ao 7º dia do mês de
plexos da sociedade, de forma dis- Maio no anno luccis de 6020,
creta.
Gonçalo Madeira Ribeiro
Como Maçons da Arte Real pelo exercí-
cio do amor fraterno, somos ensinados, Obreiro e um dos Fundadores da R∴L∴ Uni-
que cada ser humano, rico ou pobre, de versitas n.º 143
diferente nacionalidade, raças ou sexo,
Todo percurso no Rito de York na R∴L∴ Aris-
fazemos parte de toda a família criada tides de Sousa Mendes n.º 32
pelo G∴A∴D∴U∴, e habitantes deste pla-
neta e portanto devemos ajudar, auxiliar Antigo Grande Inspetor do Rito de York e An-
e proteger-se mutuamente. tigo Grande Orador da
G∴L∴L∴P∴/G∴L∴R∴P∴
Claramente que nós pensadores livres e
conhecedores da Arte Real, ao longo dos Excelentíssimo Grande Sumo Sacerdote Su-
séculos, decidimos sobre o empower- premo Grande Capítulo do Arco Real de Por-
ment do Homem, através do seu desen- tugal
volvimento e atuação na sociedade, bem
como por uma Solidariedade Global, re-
presentada numa egrégora de fraterni-
dade entre povos, independente de cre-
dos, raças ou geografias.
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REVISTA DA G∴L∴L∴P∴/G∴L∴R∴P∴
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REVISTA DA G∴L∴L∴P∴/G∴L∴R∴P∴
A Academia pretende continuar a fazer Para dar corpo à visão traçada, foram
um trabalho sistematizado, com o obje- contactados todos os Antigos MRGM e
tivo de manter elos de continuidade te- todos os Veneráveis Mestres que assu-
mática e programática, em matérias nu- miram funções em 6018/6019.
cleares. Porque há projetos que poderão ser in-
temporais, deixo mais alguma informa-
Assim, elegeu-se um conjunto de iniciati- ção para a sua continuidade e participa-
vas que permitirão a continuidade para o ção dos Irmãos:
futuro, nomeadamente:
Organização digital da Academia Tios & Primos AMIGOS, tem como
no Site na GLLP/GLRP; objetivo apoiar uma Sobrinha ou Sobri-
Bibliografia recomendada para nho com explicações sobre uma disci-
Aprendizes, Companheiro e Mes- plina/tema.
tres;
Cadernos de Formação para Com- 7 Sábados / 7 Artes Liberais, tem como
panheiros e Aprendizes; objetivo dar maior robustez ao nosso co-
Cadernos de formação universais; nhecimento. Pretende despertar o es-
Artigos de Investigação; tudo das Sete Artes Liberais e Ciências
Ações de Formação com os se- da antiguidade, que são gramática, retó-
guintes projetos: rica, lógica, aritmética, geometria, mú-
o Tertúlia entre colunas sica e astronomia, no grau correspon-
o 7 Sábados – 7 Artes Liberais dente.
o Pós- Graduação em estudos TERTÚLIA ENTRE COLUNAS, é um es-
Maçónicos: Herança Espiritual, paço de debate e partilha livre sobre te-
Filosófica e Simbólica, Proto- mas variados que pretende divulgar, par-
colo assinado com a Universi- tilhar, propor o diálogo na busca da ver-
dade Lusófona a 25 de Outubro, dade que há no interior de cada um de
com o início do curso a 8 de fe- nós. Um espaço livre entre Irmãos que se
vereiro de 2020; reconhecem como tal e que é um exce-
o Academia de Verão; lente instrumento “educativo”, uma vez
o Tios & Primos AMIGOS; que a primeira coisa que se aprende é o
o Tardes em Família da desenvolvimento do sentido crítico e a to-
GLLP/GLRP. lerância para com as ideias alheias. Por
o Outros projetos foram eleitos outro lado, pretende fomentar a amizade,
que serão nucleares para o fu- estreitar as relações sociais e enriquecer
turo e já materializados, nomea- a cultura entre os Irmãos.
damente: Academia de Verão - Partilha de Boas
o Biblioteca Digital; Práticas, é um projeto destinado aos Ir-
o Revista “O Aprendiz” mãos a exercerem funções no ciclo se-
guinte, deverá ter uma periodicidade
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REVISTA DA G∴L∴L∴P∴/G∴L∴R∴P∴
anual. Com o crescimento da nossa Au- Neste período sentimos a nossa respon-
gusta Ordem, torna-se pertinente desen- sabilidade a aumentar, e isso tem sido vi-
volver uma iniciativa que promova o ali- sível nas variadíssimas ações da
nhamento e normalização de práticas GLLP/GLRP, em sintonia com as Res-
que conduzam a um crescimento susten- peitáveis Lojas e em parceria com os cor-
tado e em harmonia entre todas as par- pos rituais.
tes.
No momento em que vos escrevo esta-
A Revista “O Aprendiz”, publicação da mos a viver tempos que não esperáva-
nossa memória que teve a sua desconti- mos, situações que não imaginávamos e
nuidade em 2011, porque nos faz falta para as quais tivemos que encontrar so-
este instrumento de comunicação, de luções, onde todos coubessem.
formação e partilha entre todos, vai apa-
recer renovado, pela mão da Academia, Com a suspensão das atividades pre-
no Solstício de Verão de 6020. senciais, a Academia Maçónica da
GLLL/GLRP, encontrou soluções para
No Aprendiz do Solstício de Verão de manter os Irmãos a participar ativamente
5998, nas notas da redação pode ler-se: na partilha de conhecimento, levando
“O Aprendiz é e será sempre, um instru- mais luz a todos, incluindo aos Irmãos
mento de divulgação e comunicação en- que por razões de saúde e outras não
tre Irmãos. Para tal, contamos com a conseguiriam participar em iniciativas
vossa colaboração” . presenciais.
Passado 22 anos sentimos o mesmo e
fazemos o mesmo apelo, enviem os vos- Por fim, uma palavra de esperança para
sos trabalhos e nós proporcionamos a todos.
sua partilha.
BOAZ - Folha Informativa da Academia Que esta seja apenas uma fase menos
Maçónica da GLLP / GLRP, tem por obje- boa das nossas vidas e que consiga-
tivo ser um instrumento de comunicação mos retirar dela os ensinamentos ne-
regular da Academia com todos os Ir- cessários para um futuro bem melhor,
mãos onde será feito um resumo do tra- sobretudo para aqueles que mais ne-
balho realizado, informação sobre novas cessitam.
atividades da Academia e das Respeitá-
veis Lojas, bem como outras informa- Ninguém dever ser deixado para trás.
ções neste ou outro âmbito.
A Academia Maçónica… são todos os Ir-
Biblioteca Digital – pretende ser uma mãos.
ferramenta de disseminação, uso e pre-
servação de dados, informação e conhe- Visitem o Site da Grande Loja… Colabo-
cimento. A divulgação das obras obede- rem.
cerá aos normativos do Direito de Autor
e dos Direitos Conexos. Recebam com muita saúde,
Um Tríplice Abraço Fraternal.
Foi e é importante sentir que a Academia Armando Ferreira Anacleto
da nossa Grande Loja, continua na Secretário-geral da Academia Maçónica
senda do aperfeiçoamento, e com capa- da GLLP/GLRP
cidade de se adaptar a formatos diferen-
tes, como este que nos obrigou a pande-
mia COVID – 19; aumentou a responsa-
bilidade de todos, trabalhando de forma
articulada, apoiando os irmãos nas suas
atividades, acompanhando da melhor
forma possível todos os que necessitam
de ajuda.
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ARMANDO ROCHA
M∴M∴
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s colunas da RL Véritas estão atu- O Projeto inicial teve como referência es-
Tem como Mestres Honorários José Go- Em 6016 e sendo obreiros da RL Véritas,
mes, José Paixão, Armando Anacleto, houve a saída de vários irmãos da nossa
Carlos Antunes, Albano Janelas, Pedro Augusta Ordem, incluindo o irmão funda-
Coelho e José Moreno. dor Paulo Cardoso. No entanto, apesar
A embriogénese da Respeitável Loja Vé- da nostalgia da saída e sem haver uma
ritas nº77 dá-se na Beira Interior, a 16 de relação direta com a loja em si, a RL Vé-
outubro de 6010, tendo como progenito- ritas manteve o mesmo espírito de união
res as Respeitáveis Lojas Egitania e Pe- e edificação, com a consciência que a
dro Alvares Cabral. atual sociedade precisa de ação e que o
agir isoladamente com uma expressão
O despertar do interesse pela criação individual, normalmente é limitativo, re-
desta nova loja nos Vales do Mondego, forçando o estímulo de intervenção pa-
deve-se a alguns obreiros destas duas tente neste grupo.
lojas, residentes em Coimbra, a quem
surgiu no espírito uma vontade de cria- Com a constante preocupação de um
ção de uma loja com ligação estreita ao crescimento harmonioso e de valoriza-
meio académico e à área da saúde.
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N
ão é fácil falar da história da Res-
peitável Loja São João Baptista, R∴I∴Rui informou o R∴I∴ Bruno que os
nº82! Muito ficará por dizer. Falar Obreiros que tinham abandonado a
da história da SJB nº82 é falar de parte GLNP seriam um tubo de ensaio à reuni-
da história da GLLP/GLRP. É falar de ou- ficação da GLLP e da GLRP.
tras obediências e de muitas outras Res-
peitáveis Lojas. Fruto da visão do R∴I∴Rui Clemente Lelé
que já “contagiara” o R∴I∴ Bruno Lou-
Corria o ano de 6010 quando a GLNP reiro Gonçalves foram sendo desenvolvi-
(Grande Loja Nacional Portuguesa – dos alguns contactos, juntando a este
uma dissidência da GLRP com alguma projecto mais e mais Maçons, espalha-
expressão em Trás-os-Montes) levan- dos pelo país fora, que já tinham aban-
tava colunas da R.L. Estrela do Oriente donado a GLNP ou se preparavam para
na Mealhada. O Templo foi totalmente o fazer.
projectado e construído a expensas dos
obreiros de tal Loja, da qual era Venerá- A adesão à GLLP ficou selada num al-
vel Mestre o respeitável Irmão Bruno moço, no restaurante Serra da Estrela no
Loureiro Gonçalves. Arrábida Shopping em Vila Nova de Gaia
entre os RR∴II∴ supra citados.
No final desse ano, todos os obreiros da
Loja Estrela do Oriente, por motivos que Esta adesão que começou por ser ape-
aqui não interessam dissecar, pediram o nas de uma dúzia de Irmãos de uma Loja
atestado de quite e abandonaram a da Mealhada, rapidamente alastrou aos
GLNP. distritos de Bragança, Braga, Coimbra,
Castelo Branco, Leiria, Porto e Viseu.
Desde o início uma coisa era clara, estes
Obreiros queriam continuar a trabalhar Havia sido acordado que, por uma ques-
segundo a regularidade. Neste sentido, e tão de logística, uma dúzia e meia de Ir-
sabendo que apenas a GLLP detinha o mãos seria de imediato regularizada na
reconhecimento da UGLE, o R∴I∴ Bruno Respeitável Loja Fernando Teixeira, nº
Loureiro Gonçalves contactou o saudoso 79, que tinha acabado de levantar colu-
Respeitável Irmão Rui Clemente Lelé, na nas, e posteriormente seriam regulariza-
altura Grande Secretário da GLLP, que dos os restantes.
se prontificou de imediato para uma reu-
nião. Assim aconteceu! Com o Rui era assim!
Depois de estudados os rituais pratica-
A reunião teve lugar na antiga sede da dos na GLNP, foram reconhecidos os
GLLP em Alvalade. No final da conversa, Graus, a todos os Irmãos regularizados.
o R∴I∴Rui partilhou com o R∴I∴Bruno
que estavam a ser dados os primeiros Passados cerca de três meses levantou
passos para a reunificação da GLLP e da então colunas a Respeitável Loja São
GLRP, vendo com muito bons olhos a João Baptista, nº82 sendo nomeado Ve-
adesão à GLLP de todos os Maçons que
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R∴L∴UNIVERSITAS N.º 143 mãe R∴ Lj∴ Acácia n.º 34, a Or∴ de Lis-
A ORIENTE DE COIMBRA boa nasce a Universitas.
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O
mais mortos, de todos os rios poluídos e
fim e a sua síntese na sustenta-
despojados de vida e à qual alimentavam
ção. Nesta trindade alegórica a
as terras e árvores por onde corriam
criação era o verbo ser e a pala-
como o sangue nas nossas veias, do ar
vra perdida (Jeová) o que era, é e será,
pesadamente contaminado em nome de
ou por outras palavras Eu Sou o que Eu
uma cega evolução, de crianças à fome
Sou. Nesta transcendência do tempo e
ou desenvolvendo doenças que lhes mu-
espaço o G∴A∴D∴U:: planeia a recons-
tilam o corpo interiormente, e sente a dor
trução do templo no eterno agora.
de cada um deles, sofre e sangra com
eles.
E talvez o verdadeiro propósito maçónico
seja a implementação da evolução espi-
No entanto, nós já não o reconhecemos
ritual àqueles que desejam e aspiram o
‘Em todas as escolas os mestres o dese-
aperfeiçoamento e transmutação da sua
nham no quadro negro, a mãe sonha-o
natureza. Contudo a precipitação da ac-
enquanto amamenta o filho, cochicham-
ção social e caridosa não deve ser redu-
no os que se abraçam, o sacerdote grita-
zida à niilidade.
o em seu sermão, os historiadores veem
o acontecido há muito tempo e descre-
Quando a sabedoria é dada ao homem
vem-no sem cessar, exuma-se nas cida-
ela toma-o consciente de que a soma to-
des desaparecidas e o elevador sobe
tal de tudo o que ele é, é o resultado das
com ele ao tecto do arranha-céus. Mas
suas acções. Uma Maçonaria criada
antes ainda o gritam os selvagens; está
para ser o cordão de vidas estáveis e
escrito nas estrelas e os mares devolvem
ideias preenchidas, não é criada como
seu reflexo. E tu homem estás aí sentado
mariposas destinadas a caírem na
e o que perguntas’ ... Nosso destino é um
chama ilusória do poder social.
mistério?
Somos electrons girando em tomo da
O que vamos ensinar às nossas crian-
presença do núcleo e pela nossa von-
ças? Não respeitamos a nossa mãe? Jul-
tade inata em nosso interior iremos ex-
gamo-la sempre garantida e iremos cho-
pandir a energia consciente do ser na
rar quando estiver moribunda procu-
carga de luz consciência do Grande Sol
rando alternativas espaciais?
Central para sermos livres e verdadeiros
filhos do Sol.
O homem não teceu a teia da vida e sua
harmonia é simplesmente um fio nela,
ALTERNATIVA DE REDENÇÃO À REINTEGRAÇÃO
tudo o que fizer ao equilíbrio faz a ele
NA NATUREZA próprio. Submetemo-nos assim a estes
ciclos destrutivos, e testemunhamos a
Julgo que a Natureza Ama verdadeira- crueldade das consequências sem uma
mente o homem ao ver espelhado na sua reacção práctica e racional, ignorando as
original forma Deus. Recebeu-o e abra- suas lágrimas e desilusão. Estaremos a
çou-o associando-se, ligando-se a até trair todas as nossas lutas e toda a qua-
confundindo-se com este como amantes lidade existencial que temos direito? Não
ou como uma mãe ama seu recém nas- é a razão uma dadiva da nossa mãe? A
cido. Contudo o homem infantilmente chave de desvendar todos os mistérios?
não é capaz de reconhecê-lo. Criou seus “De volta a natureza” disse Rousseau
próprios deuses de barro para os quais,
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S
ete são os dias da semana, são os
duceu original; sete é o número por ex-
dias que dura cada fase da Lua,
celência da Criação, quando entendido
são os dias que medeiam entre as
como a soma do número três, o número
marés dos quartos lunares; sete é o nú-
divino por excelência, com o número
mero dos raios solares; é o número dos
quatro, o número dos quatro elementos
sete primeiros Deuses; sete são as coli-
essenciais da matéria, sem a qual não
nas de Roma; sete são as cores do arco-
existiria o Homem. SETE!
íris, 7 são as cores básicas, quando so-
madas as três cores primárias às quatro
Sete são as ciências naturais: a Gramá-
cores delas combinadas; sete são os fi-
tica, a Lógica, e a Retórica, e ainda a Arit-
lhos espirituais de Brahma; sete são os
mética, a Geometria, a Astronomia e a
planos astrais da existência do Homem
Música.
na cultura Hindu; sete foram os pães ini-
cialmente distribuídos pelos discípulos
São elas divididas em dois grupos, um de
de Jesus pelas cerca de 5000 pessoas;
3 e outro de 4: As três primeiras formam
sete são os corpos celestes conhecidos
um trivium ligado ao pensamento e à co-
visíveis a olho nu; O grande Templo Su-
municação, enquanto que o segundo
mério, datado de 2500 a.C., tinha sete
forma um quadrivium ligado a algo mais
pórticos e sete portas, e para a sua con-
material, apesar da sua grande beleza.
sagração foram sacrificados 7 animais
sete vezes; sete eram as cordas da lira
Sete são as virtudes também divididas
de Orpheu, sete as hespérides, sete os
em dois grupos, um de três, as virtudes
filhos de Neobe, sete os reis que ataca-
sobrenaturais, e um de quatro, as carde-
ram Tebas e sete os reis que a defende-
ais. Assim, as três virtudes sobrenaturais
ram; sete são os deuses da Sorte no fol-
são a Fé, a Esperança e a Caridade, en-
clore japonês; sete são as Devas budis-
quanto que as quatro virtudes cardeais
tas responsáveis pelo bem-estar do Ho-
são a Prudência, a Justiça, a Fortaleza e
mem; sete foram os punhados de terra
a Temperança. Os sete pecados mortais,
de sete cores diferentes com que Adão
também eles divididos em dois grupos de
foi criado; sete são os paraísos existen-
3 e de 4 respectivamente, são os peca-
tes na cultura religiosa Maometana; sete
dos do Espírito: a Soberba, a Ira e a In-
são os braços do candelabro Hebreu;
veja; e os pecados do Corpo: a Luxúria,
sete são as hierarquias celestiais da Ca-
a Gula, a Avareza e a Preguiça.
bala; sete são as ciências naturais; sete
Novamente vamos encontrar dois grupos
são as virtudes e sete os pecados mor-
de 3 e de 4 entre os 7 Sacramentos ca-
tais; sete os sacramentos e sete as peti-
tólicos: os 3 sacramentos da Vida Espiri-
ções; sete são os pilares da Sabedoria;
tual, o Baptismo, a Confirmação e a Eu-
O jubileu é comemorado após sete vezes
caristia, e os 4 sacramentos da Vida
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longevidade; Hstei, deus da generosi- Domingo, que é o primeiro dia, tem o Sol
dade. como planeta regente. Sol = Sun, em In-
glês. Sunday, dia do Sol é domingo;
Os 7 planos da existência humana, no
pensamento hindu: Sensação; Emoção; Segunda-feira, Monday em Inglês, é o
Inteligência; Intuição; Espiritualidade; dia da Lua, Moon, em inglês. Em Fran-
Vontade; Intimações do divino. cês, Lua é Lune, Lundi, e em espanhol
diz-se Lunes, por ser o dia da Luna (Lua);
As 7 colinas de Roma: Palatino; Capitó-
lio; Aventino; Caeliano; Esquilino; Vimi- Terça-feira, é o dia do combate, do nór-
nal; Quininal. dico deus da guerra, Tiw, que deu origem
Os 7 paraísos diferentes dos Maometa- ao inglês Tuesday. Em Francês é Mardi
nos: Primeiro, de prata pura, morada de e em espanhol Martes, derivados de
Adão e Eva, e onde estão todas as estre- Marte, também ele Deus da Guerra;
las; Segundo, de ouro puro, é a mansão
de João Baptista e de Jesus; Terceiro, de Quarta-feira, é o dia de Mercúrio, donde
Madrepérola, é onde vive José. É neste Mercredi em Francês e Miércoles em Es-
paraíso que Rafael, o anjo da morte, es- panhol. Em Inglês, Wednesday, o dia de
creve e apaga num livro muito grande os Woden (Deus alemão), equivalente a
nomes dos homens; Quarto, de Ouro Odin (Deus nórdico), equivalente a Tote
branco, é o domínio de Henoch, onde o (Deus egípcio), equivalente a Hermes,
anjo das lágrimas chora os pecados dos Deus grego, que equivale a Mercúrio,
homens; Quinto, de prata, é onde vive Deus romano;
Aarão e o Anjo Vingador, aquele que pre-
side ao fogo elementar; Sexto, de Rubis Quinta-feira, dia de Thor, deus nórdico
e Granadas, é a casa de Moisés; Sétimo da trovoada. Daí derivou o Thursday em
paraíso, é o domínio de Abrão, feito de Inglês. O mesmo deus da trovoada na
Luz divina. mitologia romana é Júpiter, sendo
quinta-feira Jeudi em francês e Jueves
As 7 hierarquias celestiais da Cabala: em espanhol;
Sol, residência de Miguel, o anjo da Luz;
Lua, residência de Gabriel, anjo da Espe- Sexta-feira, Friday em inglês, deriva de
rança e dos sonhos; Mercúrio, Residên- Freya, a deusa nórdica do amor, à seme-
cia de Rafael, anjo Civilizador; Vénus, re- lhança do espanhol Viernes e do francês
sidência de Anael, anjo do Amor; Marte, Vendredi, que se referem à mesma
residência de Samael, anjo da Destrui- deusa romana do amor, Vénus;
ção; Júpiter, residência de Zachariel,
anjo da Administração; Saturno, residên- Sábado, Saturday em inglês, vem de Sa-
cia de Oriphiel, anjo da Solicitude. turno, o deus romano da agricultura.
Os 7 anjos santos são: Miguel; Gabriel;
Rafael; Uriel; Chamuel; Jophiel; Zadkiel. RI João A. Ferreira/RL Estrela da Manhã
Os 7 chakras são: Raiz ou sexual; Um-
bilical; Plexo Solar; Coração; Garganta;
Frontal ou Terceira Visão; Coronário ou
da Coroa.
Os 7 dias da semana:
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