Orientacoes Gestaolocal

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Orientações para o

aperfeiçoamento da
gestão local
Cadastro Único e Programa Bolsa Família

Uma publicação da Secretaria Nacional de Renda de Cidadania, do Ministé-


rio do Desenvolvimento Social e Agrário, coordenado pela Coordenação-
Geral de Acompanhamento e Fiscalização, do Departamento de Operação,
com orientações à gestão local para o saneamento das constatações acer-
ca da gestão do Programa Bolsa Família feitas pela Controladoria-Geral
da União a partir de Sorteios Públicos.
Apresentação
Com o objetivo de alcançar maior racionalidade e Depois da decisão em cada processo administrati-
celeridade no tratamento das constatações apre- vo, para aquelas situações em que ficar caracteri-
sentadas nos relatórios produzidos no âmbito do zada a prática prevista no art. 14-A, acima referi-
Programa de Fiscalização por Sorteios Públicos do, de declaração falsa ou qualquer outro ato ilíci-
relativas ao Cadastro Único para Políticas Sociais to para ingressar ou permanecer indevidamente
do Governo Federal (Cadastro Único) e ao Pro- como beneficiário do PBF, será enviada notifica-
grama Bolsa Família (PBF), a Secretaria Nacional ção para apresentação de defesa e, após sua
de Renda de Cidadania (Senarc), juntamente com análise, permanecendo a caracterização de irregu-
a Assessoria de Controle Interno (AECI) do Minis- laridade, o beneficiário será notificado da decisão
tério do Desenvolvimento Social e Agrário para devolução dos recursos, atualizados na forma
(MDSA), iniciou o desenvolvimento de metodologia da legislação, junto com a respectiva Guia de Re-
mais efetiva para tratamento dos relatórios de colhimento da União – GRU.
fiscalização exarados pela CGU. Diante da per- Para as constatações que não tratem dos tipos
cepção de que o volume das constatações relaci- infracionais previstos na Lei nº 10.836, de 2004,
onadas à necessidade de melhorias nos proces- sendo antes apontamentos que indicam a neces-
sos e na gestão local do Programa estaria se so- sidade de aperfeiçoamento na gestão local do
brepondo às atividades de apuração das irregula- PBF, a gestão local será orientada sobre como
ridades relativas aos art. 14 e 14-A da Lei nº proceder à necessária melhoria de seus processos
10.836, de 2004, tal estratégia – que já estava de trabalho de execução e gestão local do Pro-
sendo adotada por outras Secretarias do MDSA – grama Bolsa Família e da versão 7 do Cadastro
propôs a reestruturação da forma de análise e Único para Programas Sociais do Governo Fede-
instrução dos referidos procedimentos. ral.
Ao iniciar o tratamento das constatações, é identi- A aplicação desta nova metodologia foi iniciada
ficado se estas se referem a indícios de recebi- com o tratamento dos relatórios do 34º Sorteio
mento indevido de benefício ou à necessidade de Público e será estendida às demais etapas dos
melhoria da gestão local do PBF ou do Cadastro sorteios públicos efetuados pela CGU. Para o 34º
Único. Sorteio Público”, foram produzidos os textos orien-
Para constatações que identifiquem indício de tativos que agora são compilados nesta publica-
recebimento indevido de benefício, será feita dili- ção da Secretaria Nacional de Renda de Cidada-
gência junto à gestão municipal, com solicitação nia (Senarc), do Ministério do Desenvolvimento
de providências para obtenção de informações Social e Agrário (MDSA), sob a condução da Co-
quanto a esses itens. As constatações serão tra- ordenação-Geral de Acompanhamento e Fiscali-
tadas de acordo com os procedimentos próprios zação (CGAF), do Departamento de Operação
da fiscalização, previstos nos artigos 33 a 35 do (DEOP). Ao encaminhar a presente publicação a
Decreto nº 5.209, de 2004. Após a análise da ma- uma gestão PBF e do Cadastro único de um muni-
nifestação da gestão local do PBF, os casos em cípio, embora seja solicitada a leitura atenta das
que porventura houver indícios de dolo implicarão orientações relativas às constatações que lhe fo-
a abertura de processo administrativo específico ram apontadas pela CGU, recomenda-se a leitura
para cada beneficiário, a ser tratado nos termos da integral da cartilha, pois todos os seu textos apre-
Lei nº 9.784, de 1999, com base na atual redação sentam orientações imprescindíveis não só para o
do art. 14 e no novo art. 14-A da Lei 10.836, de tratamento das constatações da CGU, mas tam-
2004, bem como no art. 34 do Decreto nº 5.209, bém para a melhoria da atuação do município na
com a nova redação dada pelo Decreto nº 7.852 gestão local do Programa Bolsa Família e do Ca-
de 2012, garantindo-se o devido processo legal dastro Único.
com a possibilidade do exercício do contraditório e
da ampla defesa, nos termos do inciso LV do art. Boa leitura!
5º da Constituição Federal.
abreviaturas e siglas
Assessoria de Controle Interno – AECI
Cadastro de Pessoa Física – CPF
Carteira de Identidade – CI
Carteira de Trabalho e Previdência Social – CTPS
Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS
Controladoria-Geral da União – CGU
Coordenação-Geral de Acompanhamento e Fiscalização – CGAF
Fundação Nacional do Índio – FUNAI
Fundo Municipal de Assistência Social – FMAS
Fundo Nacional de Assistência Social – FNAS
Índice de Gestão Descentralizada – IGD
Índice de Gestão Descentralizada Municipal – IGD-M
Instância de Controle Social – ICS
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP
Ministério da Educação – MEC
Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário – MDSA
Ministério Público Federal – MPF
Número de Identificação Social – NIS
Programa Bolsa Família – PBF
Registro Administrativo de Nascimento – RANI
Responsável pela Unidade Familiar – RF
Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão – Secadi
Secretaria Nacional de Renda de Cidadania – Senarc
Sistema de Benefícios ao Cidadão – SIBEC
Sistema de Condicionalidades – SICON
Sistema de Gestão do Programa Bolsa Família – SIGPBF
Sistema de Informações Sociais – SIISO
Sistema Único de Assistência Social – SUAS
Versão 7 do Sistema de Cadastro Único – Sistema V7
sumário
1. Cadastro Único para Programas Sociais do Governo 3.2 Precariedade na oferta de serviços e estruturas institu-
Federal cionais na área da saúde para o devido acompanhamento
1.1 Procedimento de cadastramento 04 das condicionalidades da saúde 20
1.1.1 Capacitação e material de apoio 04 3.3 Acompanhamento incompleto do conjunto de ações da
1.1.2 Documentos necessários para o cadastramen- saúde relativas às condicionalidades do PBF e desconhe-
to/atualização cadastral 05 cimento das regras e procedimentos devidos 20
1.1.3 Coleta de dados diretamente no Sistema de Cadastro 3.4 Dados de frequência no Sistema Presença/MEC em
Único 05 desacordo com os registros identificados nos diários de
1.1.4 Arquivo 05 classe 21
1.1.5 Responsabilização da equipe municipal 06 3.5 Alunos beneficiários do Programa Bolsa Família com
1.2 Atualização e Revisão Cadastral 06 frequência escolar inferior à estipulada pelo Programa 21
1.3 Complementos para os tópicos abordados pela CGU 3.6 Alunos não localizados 22
envolvendo a constatação especificada de “Atualização 3.7 Aluno com ensino médio concluído 22
Cadastral” 07 3.8 Acompanhamento de condicionalidades 22
1.3.1 Falecimento de Beneficiários 07 a) Dificuldades de acesso à escola por falta de oferta
1.3.2 Alimentação do Cadastro Único (endereços incom- de transporte escolar
pletos/informações contraditórias) 07 b) Inexistência de registro administrativo (ex.: diário
1.3.3 Famílias não localizadas 08 de classe) devidamente preenchido e assinado pelo res-
1.3.4 Beneficiário com NIS diferente do informado no Ca- ponsável
dastro Único/em duplicidade cadastral 08 c) A prefeitura do município não designou um técnico
1.3.5 Pessoas distintas cadastradas com o mesmo número para a gestão do acompanhamento das condicionalidades
de CPF gerando inconsistências no Cadastro Único 08 da educação
1.4 Análise de denúncias sobre registros inverídicos no d) Inconsistências em lançamentos dos motivos de
Cadastro Único 09 baixa frequência no Sistema Presença
e) Indicação de desconhecimento, por parte dos
2. Benefícios dirigentes de escolas, quanto às regras e ao processo
2.1 Procedimentos de ingresso no Programa Bolsa devido para o acompanhamento da frequência escolar dos
Família 11 beneficiários do PBF
2.1.1 Habilitação de Famílias 11 f) Atualização do código INEP de escolas de alunos
2.1.2 Seleção e concessão de benefícios 11 beneficiários do PBF (aluno transferido)
2.2 Administração de benefícios do Programa Bolsa Fa- 3.9 O município não possui estratégia de mobilização e
mília 11 sensibilização das famílias beneficiárias do PBF para o
2.2.1 Falecimento de Beneficiários 11 cumprimento das condicionalidades do Programa 23
2.2.2 Averiguação cadastral de beneficiários 12 3.10 Considerações Finais 24
2.2.3 Desligamento Voluntário / Retorno Garantido 12
2.3 Revisão Cadastral do Programa Bolsa Família 12 4. Gestão Local do PBF
2.3.1 Descumprimento dos procedimentos de revisão ca- 4.1 Ausência de ações complementares ao Programa Bolsa
dastral das famílias beneficiárias do Programa Bolsa Famí- Família 25
lia 13 4.2 Deficiência na atuação da coordenação municipal 25
2.4 Regra de Permanência do Programa Bolsa Família 13 4.3 Não constituição da coordenação do Programa Bolsa
2.5 Sistema de Benefícios ao Cidadão (SIBEC) 13 Família 25
2.5.1 Descredenciamento de usuários do Sistema de Be- 4.4 Não divulgação dos beneficiários do PBF 26
nefícios ao Cidadão (SIBEC) 14 4.5 Deficiências na estrutura física e de pessoal para a
2.6 Gestão de pagamentos do Programa Bolsa Família 14 execução do PBF 27
2.6.1 Beneficiários do Programa Bolsa Família que não
receberam o cartão 14 5. Controle Social
2.6.2 Saque de benefícios PBF por terceiros 15 5.1 Inexistência de Instância de Controle Social 28
2.6.3 Retenção de cartão por terceiros, em estabeleci- 5.2 Atribuições da Instância de Controle Social / Conselho
mento comercial ou bancário 15 de Assistência Social 28
2.6.4 Emissão de segunda via de cartão Bolsa Família 16 5.3 Capacitação 29
2.6.5 Cartão com NIS diferente do registrado na folha de 5.4 Infraestrutura 30
pagamentos 16 5.5 Ausência de Paridade ICS/CMAS 30
2.6.6 Beneficiários do Programa Bolsa Família que não 5.6 Considerações Finais 30
estão sacando benefícios 16
2.6.7 Pagamento de benefício em conta simplificada 16 6. Índice de Gestão Descentralizada
6.1 Baixa Execução Financeira 31
3. Condicionalidades 6.2 Gestão Orçamentária 31
3.1 Introdução -Problemas na gestão e no acompanhamen-
to das condicionalidades do PBF (saúde e educação) 18 Anexo I – Modelo de Termo de Declaração 33
1. Cadastro Único para Programas
Sociais do Governo Federal

1.1 Procedimento de cadastramento 1.1.1 – Capacitação e material de apoio

A gestão do Cadastro Único tem por princípio o com- Primeiramente, é fundamental que a
partilhamento de esforços e de responsabilidades Gestão Municipal capacite todos os
entre a União, os Estados, os Municípios e o Distrito entrevistadores e operadores do Siste-
Federal. Esse modelo fundamenta-se na cooperação ma de Cadastro Único, bem como técni-
e na parceria entre as três esferas de governo, que cos e gestores, fazendo uso constante do material de
atuam conjuntamente para fortalecer e consolidar o instrução fornecido pela Senarc, principalmente do
Cadastro Único como principal instrumento de en- Manual de Gestão do Cadastro Único para Progra-
frentamento da pobreza e das desigualdades sociais. mas Sociais e do Manual do Entrevistador, cujas
A participação dos municípios na gestão do Cadastro informações permitem o bom desenvolvimento das
Único ocorre por adesão voluntária e é formalizada atividades pelas quais é responsável.
por meio da assinatura de Termo Específico, instituí-
Tendo como foco o preenchimento dos formulários
do pela Portaria nº 246/2005 do Ministério de Desen-
do Cadastro Único, o MDSA, em parceria com as
volvimento Social e Combate à Fome (MDS). Com a
Coordenações Estaduais do Cadastro Único, fornece
adesão formal, os municípios assumem uma série de
a capacitação para formação de entrevistadores, cujo
responsabilidades que visam à boa gestão do Cadas-
material instrucional é composto por dois kits:
tro Único.
a) o Kit Entrevistador, que subsidia os técnicos
Cabe salientar que, de acordo com o Decreto n°
responsáveis pelas entrevistas do Cadastro Único
6.135, de 2007, o Cadastro Único é um instrumento
nos municípios, e
de identificação e caracterização socioeconômica
das famílias brasileiras de baixa renda, ou seja, b) o Kit Instrutor, que visa a auxiliar os técnicos
aquelas com renda per capita mensal de até meio que atuam como instrutores na capacitação dos en-
salário mínimo ou três salários mínimos no total, trevistadores do Cadastro Único.
podendo ainda ser incluídas no Cadastro Único famí- Com vistas à adequada gestão local do Cadastro
lias com renda superior ao limite máximo, desde que Único e do Programa Bolsa Família, o MDSA, em
essa inclusão esteja vinculada à seleção e acompa- parceria com as Coordenações Estaduais do Cadas-
nhamento de programas sociais de iniciativa de qual- tro Único, promove ainda a capacitação para forma-
quer dos três entes da Federação. ção de gestores, para o que também disponibiliza
A qualidade do registro das informações do Cadastro dois kits:
Único coletadas na entrevista com o Responsável a) o Kit Gestor, que subsidia os gestores e
pela Unidade Familiar (RF) depende fundamental- técnicos do Cadastro Único nos municípios, e
mente do correto preenchimento dos formulários do
Cadastro Único e da digitação das informações no b) o Kit Instrutor, que visa a auxiliar os técnicos
Sistema de Cadastro Único . Nesse sentido, e consi- que atuam como instrutores na capacitação dos ges-
derando as constatações feitas pela CGU no proces- tores do Cadastro Único.
so de cadastramento de famílias, solicita-se que a Esses kits são utilizados durante os processos de
Gestão Municipal do Cadastro Único e do Programa capacitação, que são padronizados e obedecem a
Bolsa Família fique atenta às orientações a seguir regras específicas de certificação. Para capacitar sua
descritas. equipe e ter acesso a esse material, o município
deve se articular junto à Coordenação do Cadastro
Único de seu Estado para informar a necessidade de
formação de entrevistadores, técnicos e gestores. O

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MDSA também oferta capacitações e tutoriais para coleta das informações, o entrevistador pode solicitar
ensino a distância e disponibiliza material instrucional ao RF a apresentação de:
por meio do portal http://www.mds.gov.br/ead/.
a) comprovante de endereço e
A Caixa Econômica Federal (CAIXA) também provê
b) comprovante de matrícula escolar das crianças e
uma capacitação específica para os operadores do
adolescentes entre 6 (seis) e 17 (dezessete) anos,
Sistema de Cadastro Único. Para acessá-la, o muni-
caso haja componentes dessa faixa etária frequen-
cípio deve também fazer solicitação à Coordenação
tando a escola.
Estadual do Cadastro Único. Está disponível para
download no site da CAIXA o Manual Operacional do Porém, a ausência destes comprovantes não deve
Sistema de Cadastro Único, que deve ser fonte de impedir o cadastramento da família, não sendo tam-
consulta para os gestores e operadores municipais, bém necessário o arquivamento de cópias desses
para auxiliar nos procedimentos operacionais e de documentos.
gestão que serão realizados pela Prefeitura no Sis- O município não deve obrigar a família a apresentar
tema. outros documentos não exigidos pela legislação nem
deve utilizar qualquer razão não prevista nos norma-
tivos para impedir ou dificultar o cadastramento ou a
1.1.2 Documentos necessários para o cadastra-
atualização cadastral das famílias.
mento/atualização cadastral

Destaca-se que, conforme o disposto no


artigo 7º da Portaria MDS nº 177/2011, 1.1.3 Coleta de dados diretamente no Sistema de
para a realização da entrevista e da cole- Cadastro Único
ta dos dados é necessário que a família No caso de coleta de dados realizada
apresente os seguintes documentos: eletronicamente, com preenchimento
I ‒ obrigatoriamente para o Responsável pela Unida- direto no Sistema de Cadastro Único,
de Familiar (RF): deve-se efetuar a impressão dos for-
mulários preenchidos ou da folha resumo, que
a) o Cadastro de Pessoa Física ‒ CPF ou
devem ser assinados pelo entrevistado, pelo en-
b) o Título de Eleitor. trevistador e pelo responsável pelo cadastramen-
to. Recomenda-se ao município optar pela impressão
II ‒ para os demais componentes da família, um dos
do formulário completo sempre que possível, a fim de
documentos de identificação previstos no formulário
garantir que a família possa conferir e atestar, por
de cadastramento.
meio da assinatura do RF, todas as informações
Caso algum componente da família não possua do- constantes do formulário.
cumento de identificação ou a Certidão de Nascimen-
to, o município/Distrito Federal deverá encaminhá-lo
aos serviços de registro civil de pessoas naturais ou 1.1.4 Arquivo
para os serviços de emissão de documentação civil.
Conforme previsto no artigo 9º da Portaria
No caso de famílias quilombolas e indígenas, segun- MDS nº 177/2011, a Gestão Municipal de-
do o artigo 24 da Portaria MDS nº 177/2011, não é verá manter os formulários preenchidos e
obrigatória a apresentação de CPF ou Título de Elei- as folhas resumo arquivados em local
tor por parte do RF, podendo ser apresentado qual- adequado, por, no mínimo, cinco anos, contados
quer documento de identificação previsto no Formu- da data de encerramento do exercício em que
lário Principal de Cadastramento. Para os indígenas ocorrer a inclusão ou a atualização dos dados
que não possuírem documento, pode ser apresenta- relativos às famílias cadastradas. O município
do o Registro Administrativo de Nascimento de Indí- poderá também optar por arquivo digital dos formulá-
gena (RANI), expedido pela Fundação Nacional do rios e/ou folhas resumo, desde que digitalizados com
Índio (FUNAI). a assinatura do RF.

Além dos documentos indicados para qualificar a

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1.1.5 Responsabilização da equipe municipal trais sempre que houver alteração nas informa-
ções relativas à composição familiar, endereço,
Vale lembrar que os entrevistadores,
escolaridade e renda, ou no prazo máximo de
operadores, técnicos e o gestor muni-
dois anos, contados a partir da data de inclusão
cipal podem ser responsabilizados por
ou da última atualização cadastral.
condutas de má-fé relativas ao preen-
chimento dos formulários e uso do Sistema de Entre as ações visando à contínua atualiza-
Cadastro Único, uma vez que o Código Penal (De- ção do Cadastro Único, as visitas domici-
creto-lei nº 2.848/1940) tipifica as seguintes condutas liares são um ponto central, na medida em
como crimes: que permitem uma avaliação mais precisa da situa-
ção socioeconômica das famílias cadastradas, ao
Art. 299 ‒ Omitir, em documento público ou particu-
mesmo tempo em que favorecem o acesso das famí-
lar, declaração que dele devia constar, ou nele inserir
lias em situação de maior vulnerabilidade às políticas
ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que
públicas.
devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar
obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridica- O artigo 5º da Portaria MDS nº 177 estabelece que
mente relevante; os municípios e o Distrito Federal devem verificar,
por meio de visita domiciliar, as informações coleta-
Art. 305 ‒ Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício
das de pelo menos 20% (vinte por cento) das famílias
próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio, docu-
cadastradas, nos casos em que os cadastramentos
mento público ou particular verdadeiro, de que não
sejam realizados exclusivamente em postos de cole-
podia dispor;
ta fixos ou itinerantes, a fim de avaliar a fidedignidade
Art. 313-A ‒ Inserir ou facilitar, o funcionário autori- dos dados coletados nesses postos de atendimento.
zado, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir
As visitas domiciliares são também indicadas para
indevidamente dados corretos nos sistemas informa-
situações em que haja suspeita ou indícios de pres-
tizados ou bancos de dados da Administração Públi-
tação de informações inverídicas ou incompletas.
ca com o fim de obter vantagem indevida para si ou
Nessas circunstâncias, a visita deverá ser realizada
para outrem ou para causar dano; e
por servidor ligado à gestão do Cadastro Único, que
Art. 314 ‒ Extraviar livro oficial ou qualquer documen- deverá elaborar relatório técnico ou parecer. Nos
to, de que tem a guarda em razão do cargo; sonegá- casos em que restarem dúvidas sobre a veracidade
lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente. das informações declaradas pela família, mesmo
após a visita domiciliar, deve-se solicitar à pessoa
que é Responsável pela Unidade Familiar (RF) a
1.2 Atualização e Revisão Cadastral assinatura de termo específico em que ela assuma a
Conforme prevê o art. 12 da responsabilidade pela veracidade das informações
Portaria MDS nº 177, de 16 de que tiver prestado.
junho de 2011, “os procedimen- Já nos casos em que se confirme a prestação de
tos de atualização e revalidação informações falsas ou a omissão de informações por
dos registros cadastrais pelo má-fé, o gestor poderá excluir o cadastro da família,
município e Distrito Federal têm como objetivo asse- sendo necessário o preenchimento da ficha de exclu-
gurar a unicidade, a completude, a atualidade e a são da família, conforme modelo existente no anexo
fidedignidade dos dados cadastrais”. É fundamental o III da Portaria MDS nº 177/2011.
estabelecimento, por parte dos municípios, de rotinas
de atualização das informações cadastrais, incluindo No processo de atualização cadastral, deve ser dada
a necessária e contínua comunicação com as famí- especial atenção às informações relacionadas à ren-
lias, lembrando-as do compromisso da atualização da e à composição familiar, por estarem diretamente
periódica de seus cadastros e da responsabilidade relacionadas ao cálculo da renda familiar per capita,
com a veracidade das informações prestadas. que indicará se a família se enquadra como público-
alvo dos programas sociais que fazem uso do Cadas-
Todas as famílias incluídas no Cadastro Único tro Único, garantindo a qualidade dos dados inseri-
devem ser orientadas a atualizar os dados cadas- dos, a continuidade do recebimento dos benefícios e

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a possibilidade de inclusão de novas famílias nos das no Cadastro Único, bem como de famílias em
programas, em especial no PBF. processo de revisão cadastral, contribui para garantir
que a base de dados do Cadastro Único reflita a
A Senarc desenvolve diferentes estratégias para a
realidade socioeconômica das famílias cadastradas
promoção da qualidade da gestão do Cadastro Úni-
em sua localidade.
co, sendo as principais os processos de averiguação
cadastral e de revisão cadastral. Anualmente, a Adicionalmente, cabe alertar que a atualização ca-
Senarc realiza um processo de averiguação ca- dastral tem reflexos sobre o Índice de Gestão Des-
dastral, que consiste no cruzamento dos dados centralizada (IGD). Ela aumenta a taxa de atualiza-
inseridos no Cadastro Único com os de outras ção, que é um dos fatores de cálculo dos recursos
bases de dados federais, com vista a identificar financeiros transferidos por meio desse índice.
possíveis inconsistências nas informações decla-
radas. Dessa forma, o gestor municipal deve acom-
panhar esses processos, utilizando as instruções 1.3 Complementos para os tópicos abordados
operacionais publicadas para orientar seu trabalho. pela CGU envolvendo a constatação especificada
de “Atualização Cadastral”
Além do processo de averiguação cadastral, a partir
de 2009 foi instituído o processo de revisão cadas- 1.3.1 Falecimento de Beneficiários
tral, que verifica se as famílias beneficiárias do Para os casos de falecimento da pessoa que é Res-
Programa Bolsa Família, com cadastros sem atu- ponsável Familiar (RF), a Gestão Municipal deve
alização há mais de dois anos, continuam dentro observar o 14 da Portaria nº 177/2011. Um compo-
das regras para recebimento dos benefícios. nente da família maior de 16 anos deve procurar a
Esse processo foi regulamentado pela Portaria MDS Gestão Municipal do Cadastro Único e solicitar a
nº 617, de 11 de outubro de 2010, que estabeleceu a substituição da RF, mediante apresentação da Certi-
competência da Senarc de realizar o planejamento dão de Óbito e o preenchimento da ficha de exclusão
anual da revisão cadastral. A referida Portaria tam- (anexo II da Portaria nº 177/2011). Neste momento,
bém definiu as fases do processo, que abrangem: (i) também deve efetuar a atualização cadastral.
a publicação, pela Senarc, de listas das famílias por Se a família for beneficiária do PBF, a Gestão Muni-
município convocadas para a revisão cadastral; (ii) a cipal deve primeiro substituir a pessoa RF anterior
convocação dessas famílias, por meio de mensagens pela nova, e só então efetuar a exclusão por motivo
nos comprovantes de pagamento, para que atuali- de falecimento, coletando as informações da Certi-
zem suas informações no Cadastro Único; (iii) a atua- dão de Óbito. As alterações cadastrais vão repercutir
lização dos cadastros pelo município; e (iv) o blo- no Sistema de Benefícios ao Cidadão (SIBEC), alte-
queio e o cancelamento dos benefícios das famílias rando a titularidade do benefício e o valor percebido,
que não realizaram a atualização cadastral ou daque- quando for o caso.
las que, ao atualizarem seus dados, deixaram de
apresentar o perfil para o Programa Bolsa Família. Caso não haja nenhuma pessoa na família que pos-
Além da legislação de referência, todos os anos são sa assumir o papel de RF, a família permanecerá no
publicados instruções operacionais e informes para Sistema de Cadastro Único, mas deverá ser encami-
orientar os trabalhos referentes à revisão cadastral. nhada para acompanhamento pelos serviços da As-
sistência Social, devido a sua vulnerabilidade.
O gestor do PBF deverá, portanto, criar um conjunto
articulado de procedimentos de rotina no seu traba-
lho, como atualização das informações cadastrais, 1.3.2 Alimentação do Cadastro Único (endereços
comunicação contínua com as famílias, realização de incompletos/informações contraditórias)
visitas domiciliares e solicitação de formulários para
Com vistas ao correto preenchimento do formulário
cadastramento ao MDSA, entre outras ações. Toda
do Cadastro Único para evitar o comprometimento de
essa metodologia, aliada às instruções operacionais
sua fidedignidade, desde 2009 a Senarc vem capaci-
que divulgam os procedimentos para averiguação e
tando técnicos indicados pela Coordenação estadual
atualização cadastral de famílias identificadas com
do Cadastro Único e do PBF, visando a torná-los
indícios de inconsistências nas informações declara-
agentes instrutores para a capacitação de entrevista-

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dores do Cadastro Único nos municípios. 1.3.3 Famílias não localizadas

Tendo como foco o preenchimento dos formulários Com relação aos casos de famílias não localizadas
do Cadastro Único, o MDSA, em parceria com as no endereço constante no Cadastro Único, a orienta-
Coordenações Estaduais do Cadastro Único, fornece ção é de que o gestor do PBF e do Cadastro Único
a capacitação para formação de entrevistadores, cujo tente localizar essas famílias e promova a atualiza-
material instrucional é composto por dois kits: ção cadastral. Caso a família não seja localizada
por período igual ou superior a quatro anos con-
a) o Kit Entrevistador, que subsidia os técnicos
tados da inclusão ou da última atualização, desde
responsáveis pelas entrevistas do Cadastro Único
que a Gestão tenha registros de que a família foi
nos municípios, e
procurada por pelo menos duas vezes
b) o Kit Instrutor, que visa a auxiliar os técnicos nesse período, o cadastro da família
que atuam como instrutores na capacitação dos en- deverá ser excluído conforme o que
trevistadores do Cadastro Único. dispõe o artigo 18, inciso VI e § 3º, da
Com vistas à adequada gestão local do Cadastro Portaria MDS n° 177, de 2011. Desde janeiro de
Único e do Programa Bolsa Família, o MDSA, em 2015, o MDS passou a excluir logicamente os cadas-
parceria com as Coordenações Estaduais do Cadas- tros cuja data da última atualização ou inclusão ocor-
tro Único, promove ainda a capacitação para forma- reu há mais de 48 meses.
ção de gestores, para o que também disponibiliza
dois kits:
1.3.4 Beneficiário com NIS diferente do informado
a) o Kit Gestor, que subsidia os gestores e no Cadastro Único/em duplicidade cadastral
técnicos do Cadastro Único nos municípios, e
Com a finalidade de garantir que o Cadastro Único
b) o Kit Instrutor, que visa a auxiliar os técnicos mantenha sua qualidade e sirva adequadamente aos
que atuam como instrutores na capacitação dos ges- programas sociais que o utilizam, a Senarc orienta
tores do Cadastro Único. continuamente os municípios quanto à importância
Esses kits são utilizados durante os processos de da atualização cadastral, por meio de sua legislação,
capacitação, que são padronizados e obedecem a informativos e instruções operacionais.
regras específicas de certificação. Para capacitar sua Com relação à duplicidade de NIS, salienta-se que, a
equipe e ter acesso a este material, o município deve partir da implantação da versão 7 do Sistema de
se articular junto à Coordenação do Cadastro Único Cadastro Único, existe uma rotina de validação exe-
de seu Estado para informar a necessidade de for- cutada diariamente para identificar possíveis duplici-
mação de entrevistadores, técnicos e gestores. O dades de NIS na base nacional. Quando isso ocorre,
MDSA também oferta capacitações e tutoriais para o cadastro mais atual fica no estado “cadastrado” e o
ensino à distância e disponibiliza os materiais instru- mais antigo, no estado “excluído”. No Sistema de
cionais por meio do portal Cadastro Único não existem bases locais, somente
http://www.mds.gov.br/ead/. uma base nacional on-line. Isso minimiza a ocorrên-
A Caixa Econômica Federal (CAIXA) também oferta cia de duplicidades e divergências cadastrais, con-
uma capacitação específica para os operadores do forme esclarecido no manual operacional do referido
Sistema de Cadastro Único. Para acessá-la, o Muni- sistema.
cípio deve também fazer solicitação à Coordenação
Estadual do Cadastro Único. Está disponível para
1.3.5 Pessoas distintas cadastradas com o mes-
download no site da CAIXA o Manual Operacional do
mo número de CPF gerando inconsistências no
Sistema de Cadastro Único, que deve ser fonte de
Cadastro Único
consulta para os gestores e operadores municipais,
para auxiliar nos procedimentos operacionais e de Com a implantação da versão 7 do Sistema de Ca-
gestão que serão realizados pela Prefeitura no Sis- dastro Único, entrou em vigor uma nova rotina de
tema. verificação de titularidade do CPF. Essa rotina verifi-
ca, na base da Receita Federal, se o número de CPF
informado no sistema de fato pertence à pessoa

8
cadastrada. A verificação é feita por meio do nome informações cadastradas, mesmo com a rea-
completo e da data de nascimento da pessoa, ou lização de visita domiciliar, o servidor vincu-
seja, caso as informações sejam divergentes entre as lado ao Cadastro Único deverá solicitar ao
duas bases o sistema não permite a inclusão do Responsável pela Unidade Familiar que as-
referido registro. sine termo específico, previsto no art. 23 da
portaria 177/2011, a fim de confirmar a vera-
Além disso, com a implantação do Cadastro NIS, que
cidade das informações coletadas. O modelo
substituiu o antigo Sistema de Informações Sociais
desse termo é disponibilizado nas Instruções
(SIISO), a CAIXA desenvolveu uma nova Regra de
Operacionais de Averiguação Cadastral. Es-
Localização e Unicidade Cadastral, que modernizou
se documento deverá ser anexado ao formu-
a entrada de dados cadastrais e a geração dos Nú-
lário de cadastramento da família, e arquiva-
meros de Identificação Social (NIS). Com a nova
do durante o período de cinco anos.
regra, minimizaram-se as ocorrências de CPFs ou
Títulos de Eleitor em duplicidade, pois, ao se deparar c) confirmação da denúncia: quando compro-
com estas situações, o Cadastro NIS não atribui o vada a denúncia sobre registros inverídicos,
NIS ou não valida os dados informados. o servidor da gestão do Cadastro Único deve
emitir parecer contendo os elementos que a
Em caso de dúvidas, acesse o site do MDSA
comprovem e que evidenciem a existência
(www.mds.gov.br) ou utilize a Central de Relaciona-
de má-fé por parte do RF, se houver. Caso
mento do MDSA (0800 707 2003, opção 1 – Progra-
se comprove má-fé, o gestor municipal deve-
ma Bolsa Família; depois opção 1 para Beneficiário
rá preencher a Ficha de Exclusão da Família
PBF, e opção 4 para Gestor).
e efetuar a exclusão do cadastro no Sistema
de Cadastro Único. A Ficha de Exclusão e o
1.4 Análise de denúncias sobre registros inverídi- parecer devem ser anexados ao formulário
cos no Cadastro Único da família e arquivados por cinco anos. Ca-
so a gestão do Cadastro Único constate a
Nos casos de denúncias existência de registros inverídicos, mas
sobre registros inverídicos no verifique que não houve má-fé por parte
Cadastro Único, o primeiro da família, o cadastro da família deverá
procedimento a ser adotado é ser atualizado para a correção das infor-
a realização de visita domici- mações.
liar para apuração dos indí-
cios. A visita domiciliar reali- O município deve lembrar-se de informar à família,
zada por servidor vinculado à gestão do Cadastro no momento da entrevista, sobre conceitos e regras
Único possibilitará confirmar ou não se ocorreu al- de cadastramento e esclarecer a pessoa RF sobre as
gum registro inverídico e se houve má-fé por parte da penalidades a que se sujeita caso omita ou preste
família. informações falsas.

Neste caso, três situações são possíveis: Se durante o processo de apuração de denúncia
a família se recusar a prestar informações, o ser-
a) não confirmação da denúncia: caso seja ve- vidor da Gestão do Cadastro Único deve informar à
rificado que as informações prestadas pela pessoa RF a importância de esclarecer os fatos e
família durante a entrevista estão corretas, que o cadastro da família poderá ser excluído caso
deverá ser elaborado um parecer indicando ela insista em não prestar informações.
a improcedência da denúncia. Como forma
de otimizar a qualidade dos dados do Ca- Persistindo a recusa, o servidor vinculado ao Cadas-
dastro Único, indica-se ainda a realização da tro Único deverá emitir parecer relatando a ocorrên-
atualização cadastral. O parecer deverá ser cia. Neste caso, o gestor municipal deverá preencher
anexado ao formulário da família e arquivado a Ficha de Exclusão da Família e efetuar a exclusão
durante o período de cinco anos. do cadastro da família no Sistema do Cadastro Úni-
co. A Ficha de Exclusão e o parecer devem ser ane-
b) impossibilidade de confirmar a denúncia: se xados ao formulário da família e arquivados por cinco
persistirem dúvidas quanto à veracidade das

9
anos. mento dos valores pagos indevidamente. Para infor-
mações sobre tratamento de denúncias relacionadas
ATENÇÃO: Se ocorreu recebimento indevido de
ao Programa Bolsa Família e procedimentos de fisca-
benefícios do Programa Bolsa Família, devem ser
lização, consulte o informe Bolsa Família Informa nº
adotados procedimentos adicionais para o recolhi-
354, de 28 de fevereiro de 2013.

10
2. Benefícios

2.1 Procedimentos de ingresso no Programa das pelos critérios de menor renda e maior quanti-
Bolsa Família dade de crianças e adolescentes.

2.1.1 Habilitação de Famílias Os procedimentos operacionais necessários ao


ingresso de famílias no PBF (habilitação, seleção e
Os procedimentos de entrada de famílias no Pro-
concessão) estão regulamentados pela Portaria
grama Bolsa Família são definidos por três etapas:
GM/MDS nº 341, de 7 de outubro de 2008. Ressalta-
habilitação, seleção e concessão de benefícios. A
se que as atividades de cadastramento e atualiza-
Habilitação consiste em identificar entre as famílias
ção cadastral são de competência do gestor munici-
inscritas no Cadastro Único aquelas que apresen-
pal, que tem a responsabilidade de informar e orien-
tam cadastro atualizado e vivem em situação de
tar as famílias sobre o Cadastro Único e o Programa
pobreza e extrema pobreza em cada município. A
Bolsa Família, conforme dispõem o Decreto nº
inclusão no Cadastro Único por si não gera direito
6.135, de 26 de junho de 2007, a Portaria GM/MDS
ao benefício do Programa. De acordo com o Decreto
nº 177, de 16 de junho de 2011, a Portaria GM/MDS
n° 8.794, de 29 de junho de 2016, os limites máxi-
nº 555, de 11 de novembro de 2005, com suas alte-
mos de renda para o ingresso no PBF foram atuali-
rações, e o termo de adesão firmado entre o muni-
zados para R$ 170,00 per capita (pobreza) para
cípio e o Ministério do Desenvolvimento Social e
famílias que possuam crianças e adolescentes até
Agrário (MDSA).
17 anos em sua composição, e R$ 85,00 (extrema
pobreza) com qualquer composição familiar.

2.2 Administração de benefícios do Progra-


ma Bolsa Família
2.1.2 Seleção e concessão de benefícios
2.2.1 Falecimento de Beneficiários
A partir do processo de habilitação de
famílias, são realizados os processos Para os casos de falecimento do Responsável pela
de seleção e de concessão de benefí- Unidade Familiar (RF) de família beneficiária do
cio no PBF. Estes são realizados de forma impesso- PBF, a Gestão Municipal deve realizar a sua substi-
al, por meio de sistema informatizado. Na seleção tuição, conforme artigo 14, da Portaria nº 177, de
de famílias para o PBF são considerados dados de 2011. É importante primeiro substituir a pessoa
quantidade de cadastros habilitados, a quantidade Responsável Familiar anterior pela nova, e só
de famílias atendidas pelo Programa, em cada mu- então efetuar a exclusão por motivo de falecimento,
nicípio, e o percentual de cobertura da estimativa mediante apresentação da cópia da Certidão de
oficial de famílias pobres (cada município possui Óbito e o preenchimento da ficha de exclusão (ane-
uma estimativa de famílias pobres, definida segundo xo II da Portaria nº 177, de 2011). As alterações
estudos do IBGE com base no Censo Demográfico cadastrais vão repercutir no Sistema de Benefícios
de 2010), sendo priorizado o atendimento aos muni- ao Cidadão (SIBEC), conforme calendário operacio-
cípios com baixa cobertura. nal do PBF e Cadastro Único, alterando a titularida-
de do benefício e o valor percebido, quando for o
São priorizadas no processo de seleção de famílias
caso.
para o PBF as famílias habilitadas que em seu regis-
tro do Cadastro Único sejam identificadas como Caso não haja nenhuma pessoa na família que pos-
indígenas e quilombolas e pessoas resgatadas de sa assumir o papel de RF, a família ficará no Siste-
trabalho análogo ao escravo, catadoras de material ma de Cadastro Único Versão 7 com uma sinaliza-
reciclável ou que tenham criança em situação de ção de pendência e deverá ser encaminhada para
trabalho infantil. As demais famílias serão ordena- acompanhamento pelos serviços de Assistência

11
Social, devido à sua vulnerabilidade. Essa pendên- fícios das famílias que não realizaram a
cia terá reflexo no benefício da família do PBF, uma atualização cadastral ou daquelas que,
vez que o cadastro nessa condição é posto como ao atualizarem seus dados, deixaram
inválido e, conforme estabelecido pelo art. 8º da de apresentar o perfil para o Programa
Portaria GM/MDS nº 555/2005, o benefício será Bolsa Família.
cancelado.

Nos demais casos de falecimento de integrante de


2.2.3 Desligamento Voluntário / Retorno Ga-
família inscrita no Cadastro Único, a Gestão Munici-
rantido
pal deve realizar a atualização cadastral, que poderá
ter reflexo no benefício da família do PBF. As famílias beneficiárias do PBF que não
mais necessitam receber o benefício e
Além do reflexo de alteração cadastral pela exclusão
desejam interromper o recebimento do
de integrante falecido, destaca-se que a Caixa reali-
benefício devem solicitar o desligamento voluntário
za periodicamente processo de identificação das
do programa por intermédio da Gestão Municipal,
famílias beneficiárias do PBF que tenham integran-
manifestando formalmente sua decisão de se desli-
tes identificados no Sistema de Controle de Óbitos –
gar do Programa, o que é feito por meio de uma
SISOB. Como efeito desse trabalho, são realizados
declaração escrita, assinada pelo Responsável da
bloqueios preventivos dos benefícios do PBF de
Unidade Familiar (RF). Essa ação é regulamentada
famílias e comunicações com vistas a induzir a atua-
pelo art. 8º da Portaria nº 555, de 11 de novembro
lização das informações cadastrais dessas famílias.
de 2005.

A família que teve o benefício cancelado


2.2.2 Averiguação cadastral de beneficiários por este motivo tem a oportunidade de
voltar ao Programa pelo chamado Retor-
A Senarc desenvolve diferentes estratégias para a
no Garantido, que é a possibilidade de uma família
promoção da qualidade da gestão do Cadastro Úni-
que saiu do programa por Desligamento Voluntário
co, sendo as principais os processos de Averigua-
retornar imediatamente ao Programa, desde que
ção Cadastral e de Revisão Cadastral. Anualmente,
atendidas as regras de recebimento do benefício do
a Senarc realiza um processo de averiguação que
PBF. Para isso, basta que o RF procure o Setor
consiste no cruzamento dos dados inseridos no
Responsável pelo PBF no município para atualizar o
Cadastro Único com os de outras bases de dados
cadastro, em especial o campo de renda, e solicitar
federais, com vistas a identificar possíveis inconsis-
a reversão do cancelamento do benefício no Siste-
tências nas informações declaradas. Nesse sentido,
ma de Gestão de Benefícios (SIBEC). O retorno
o gestor municipal deve acompanhar esses proces-
ocorre independentemente da estimativa de famílias
sos, utilizando as instruções operacionais publica-
pobres no município, desde que o RF faça a solici-
das para orientar seu trabalho. As etapas da Averi-
tação em até 36 meses, contados da data do cance-
guação Cadastral são:
lamento do benefício por desligamento voluntário.
(i) a publicação, pela Senarc, de listas das
É importante destacar que o beneficiário não precisa
famílias por município convocadas para
descartar o cartão PBF, devendo manter sua guarda
a averiguação cadastral;
para o caso de necessitar usá-lo futuramente.
(ii) a convocação dessas famílias, por meio
de cartas e mensagens nos compro-
vantes de pagamento, para que atuali- 2.3 Revisão Cadastral do Programa Bolsa
zem suas informações no Cadastro Família
Único;
Em 2009, foi instituído o processo de Revisão Ca-
(iii) a atualização dos cadastros pelo muni- dastral, que verifica se as famílias beneficiárias do
cípio, em alguns casos com visita do- Programa Bolsa Família com cadastros sem atuali-
miciliar; e zação por mais de dois anos continuam dentro das
regras para recebimento dos benefícios.
(iv) o bloqueio e o cancelamento dos bene-

12
Esse processo foi regulamentado pela Portaria MDS capita superior aos limites de renda estipulados no
nº 617, de 11 de outubro de 2010, que estabeleceu artigo 18 do Decreto nº 5.209, de 17 de setembro de
a competência da Senarc de realizar o planejamento 2004, desde que inferior a 50% do salário mínimo
anual da revisão cadastral. A referida portaria tam- por pessoa, pode continuar a receber o benefício do
bém definiu as fases do processo, que abrangem: PBF por até dois anos, contados da data de atuali-
zação do cadastro.
(i) a publicação, pela Senarc, de listas das
famílias por município convocadas para Visando a apoiar de forma consistente a superação
a revisão cadastral; das vulnerabilidades das famílias de baixa renda, no
que tange à garantia de renda, foi regulamentada a
(ii) a convocação dessas famílias, por meio
regra de permanência, conforme a Portaria nº 617,
de cartas e mensagens nos compro-
de 11 de agosto de 2015. Considerando que é ca-
vantes de pagamento, para que atuali-
racterística da pobreza a instabilidade da renda – já
zem suas informações no Cadastro
que por vezes os integrantes das famílias apresen-
Único;
tam aumento de renda mas ficam sujeitos à redução
(iii) a atualização dos cadastros pelo muni- ou mesmo perda dessa renda na sequência dos
cípio; e meses, voltando à situação de pobreza –, essa me-
(iv) o bloqueio e o cancelamento dos bene- dida visa a garantir a renda e a segurança alimentar
fícios das famílias que não realizaram a das famílias beneficiárias do PBF.
atualização cadastral ou daquelas que, A regra de permanência não se aplica às famílias
ao atualizarem seus dados, deixaram que:
de apresentar o perfil para o Programa
Bolsa Família.

Além da legislação de referência, todos os anos são (i) estejam em processo de revisão cadas-
publicados Instruções Operacionais e informes no tral do PBF;
site do MDSA, para orientar os trabalhos referentes (ii) estejam sujeitas a processo de audito-
à Revisão Cadastral. ria do Cadastro Único ou a procedimen-
to de fiscalização da Senarc; ou

2.3.1 Descumprimento dos procedimentos de (iii) estejam em situação de irregularidade


revisão cadastral das famílias beneficiárias do identificada pelas auditorias menciona-
Programa Bolsa Família das nas instruções operacionais da Se-
narc de nº 30, de 14 de maio de 2009,
O descumprimento dos prazos estabelecidos para a
e nº 31, de 17 de julho de 2009, poden-
atualização cadastral acarretará o bloqueio e, caso o
do ocorrer o cancelamento do benefício
cadastro permaneça desatualizado por mais dois
assim que encerrados os prazos fixa-
meses, também o cancelamento do benefício. Além
dos nessas instruções operacionais.
disso, famílias que atualizarem o cadastro e apre-
sentarem perfil incompatível com o Programa tam-
bém terão os benefícios bloqueados e, posterior-
2.5 Sistema de Benefícios ao Cidadão (SI-
mente, cancelados.
BEC)

O Sistema de Benefícios ao Cidadão (SIBEC) é um


2.4 Regra de Permanência do Programa Bol- sistema informatizado que permite a gestão de be-
sa Família nefícios do Programa Bolsa Família, como a realiza-
ção de bloqueios, desbloqueios, cancelamentos e
Existe a possibilidade de que família cuja renda per
reversões de cancelamentos de benefícios, com a
capita supere os valores estabelecidos para o Pro-
possibilidade de consultas e de emissão de relató-
grama continue a receber o benefício do PBF. A
rios gerenciais. Disponibilizado via Internet pela
família que, de forma voluntária, atualiza os seus
CAIXA, que é responsável pela manutenção do
dados cadastrais e passa a apresentar renda per
sistema, o Sibec foi construído em cumprimento a

13
disposição legal contida no Decreto nº 5.209, de 17 simplificada ou guia de pagamento off-line, em caso
de setembro de 2004, e ao que determina a Portaria de indisponibilidade do cartão. A operacionalização
GM/MDS nº 555, de 11 de novembro de 2005. dos pagamentos é feita pela CAIXA, responsável
por disponibilizar canais, garantir numerário e emitir
Para terem acesso ao SIBEC, os gestores munici-
cartões para os beneficiários incluídos no Programa.
pais, bem como as pessoas que devem ser creden-
ciadas para acessá-lo, devem fazer a leitura da
Instrução Operacional nº 66, de 6 de setembro de
2.6.1 Beneficiários do Programa Bolsa Família
2013, para saberem os procedimentos necessários
que não receberam o cartão
a serem adotados. A referida instrução operacional
está disponível no Portal do MDS O beneficiário que foi incluído no pro-
(www.mds.gov.br/bolsafamilia), opção Legislação, grama e ainda não recebeu o Cartão
localizada na parte inferior da tela. PBF pode realizar o saque do benefí-
cio em agências CAIXA, com a apresentação de
O Manual do SIBEC está disponível no URL
documento com foto.
www.beneficiossociais.caixa.gov.br. Após o for-
necimento do Número de Identificação Social (NIS) O processo de ingresso de famílias resulta em pro-
e da senha, deve-se entrar em Infraestrutura, Utilitá- cedimentos de comunicação, emissão e entrega de
rios, Download de arquivos e, em seguida, Manual Cartões PBF e compreende um conjunto de ações
Operacional PBF. detalhadas a seguir. Inicialmente, é enviada pela
Caixa uma correspondência via mala direta ao novo
beneficiário do PBF, pelos Correios, avisando-o da
2.5.1 Descredenciamento de usuários do Sis- inclusão de sua família no programa e orientando-o
tema de Benefícios ao Cidadão (SIBEC) para, em caso de não recebimento do cartão em sua
residência no prazo de até 20 dias, entrar em conta-
Para descredenciar um usuário nos casos de troca
to com a CAIXA para saber sua localização.
na Gestão local, deve-se utilizar o mesmo modelo
da FICUS/E utilizado para credenciamento. Para Em seguida, já a partir da emissão do cartão pela
realizar o descredenciamento do usuário, deve-se Caixa, os Correios fazem três tentativas de entrega
proceder conforme o que se segue: do cartão nos locais onde ocorrem entregas domici-
liares. A correspondência fica disponível pelo perío-
a) marcar o campo Exclusão da FICUS/E e pre-
do de 20 dias em uma agência local dos Correios
encher os mesmos campos relativos ao cadastra-
nas localidades onde não existe entrega domiciliar,
mento;
ou caso as tentativas de entrega não tenham suces-
b) colher na FICUS/E a assinatura do represen- so. Após esse período, o cartão é devolvido à CAI-
tante da Entidade Externa, ou do preposto que este- XA, que o envia para a agência mais próxima da
ja habilitado a responder juridicamente pela entidade residência da família beneficiária.
de que faz parte; e
Para saber o endereço da agência onde se encontra
c) entregar a FICUS/E na unidade da CAIXA de- o cartão, o beneficiário deve entrar em contato com
finida no item 5.3 a CAIXA pelo telefone 0800 726 0207. O Gestor
Em até 2 (dois) dias úteis, a CAIXA informará o Municipal deve realizar articulações junto aos bene-
representante da Entidade Externa ou preposto ficiários para que retirem seus cartões na CAIXA
sobre o descredenciamento do usuário. caso as entregas pelos Correios não sejam bem
sucedidas. Para isso, conta com a possibilidade de
fazer download no SIBEC de relatórios de “cartões
2.6 Gestão de pagamentos do Programa emitidos” e de “cartões não entregues” (devolvidos à
Bolsa Família CAIXA). Existe também a possibilidade de realizar
ações especiais de entrega de cartões, em parceria
O pagamento do benefício do Programa Bolsa Fa-
com a CAIXA.
mília é feito através de saque bancário em agências,
correspondentes lotéricos e correspondentes CAIXA
Aqui, com o uso do Cartão PBF, depósito em conta

14
2.6.2 Saque de benefícios PBF por terceiros cios e a venda de produtos casada com o saque nos
estabelecimentos comerciais que pagam o benefício
De acordo com o § 1º, do art. 23, do De-
(correspondente bancário). Caso seja comprovada a
creto nº 5.209, de 17 de setembro de
retenção de cartões, o agente pagador poderá ser
2004, o Cartão PBF é de uso pessoal e
descredenciado como prestador de serviços à CAI-
intransferível. Sua apresentação é obri-
XA. Tal restrição também se aplica aos demais es-
gatória em todos os atos relativos ao Programa
tabelecimentos comerciais não credenciados pela
perante as instâncias gestoras do Cadastro Único e
CAIXA.
do PBF. Conforme orientado no Bolsa Família In-
forma n°175, de 02/06/2009, nenhum lembrete da Adicionalmente, o § 5º do art. 1º-C da Porta-
senha deve ser guardado junto ao cartão, para evi- ria 555, de 11 de novembro de 2005, dispõe que é
tar o seu uso por outras pessoas. Já nas agências vedado à Gestão Municipal:
da CAIXA, nas lotéricas ou em estabelecimentos
I – manipular o cartão magnético;
comerciais credenciados pela CAIXA nos municí-
pios, como mercados, armazéns, padarias e outros II – guardar o cartão magnético;
– parceiros facilmente identificados pela marca III – reter o cartão magnético; e/ou
“CAIXA AQUI” –, o cartão deve ser utilizado exclusi-
vamente para saque dos benefícios. IV – armazenar o cartão magnético.

Os canais de pagamento CAIXA são orientados a


não permitir o uso do cartão por terceiros. Portanto, É oportuno mencionar o que consta no art. 20 da
o cartão deve ser de posse e uso exclusivo do Res- Portaria nº 204, de 8 de julho de 2011, segundo o
ponsável pela Unidade Familiar. Destaque-se ainda qual os Cartões PBF emitidos que não sejam entre-
que somente com a posse do cartão é possível ter gues ou estejam sem cadastramento de senha ele-
acesso às mensagens enviadas para as famílias trônica serão cancelados automaticamente pelo
beneficiárias, via extrato de pagamento, pelas quais Agente Operador em 180 (cento e oitenta) dias, a
a família terá conhecimento de situações e valores partir da emissão, desde que existam registros sis-
de benefícios pagos, bem como orientações ou têmicos analíticos das tentativas de entrega do car-
convocações de atualização cadastral, quando for o tão, previstas no art. 16 e seus incisos, ou mediante
caso. solicitação formal ao MDSA.
Há registro de situações em que a família em situa- Nos casos de retenção de cartão em estabelecimen-
ção de vulnerabilidade entrega seu cartão para ter- tos comerciais que não são da Rede CAIXA, o
ceiros como forma de reduzir o custo de desloca- MDSA orienta que deve ser feita a denúncia à Polí-
mento de saque, entre outros arranjos feitos pelos cia Civil (ou a Polícia Federal no caso de beneficiá-
beneficiários. O MDSA orienta para que as famílias rios indígenas) ou ainda ao Ministério Público.
não entreguem o cartão a terceiros, para garantir o
Por último, conforme orienta o Bolsa Família Informa
recebimento integral dos valores. Além disso, o uso
n°175 (http://www.mds.gov.br/ bolsafami-
do cartão por terceiros vai de encontro à regulamen-
lia/informes/informe-gestores), cabe ao gestor infor-
tação da atividade bancária. O cartão só pode ser
mar o telefone 0800 726 0207 para que o beneficiá-
usado para saque por terceiros em caso de existên-
rio ligue gratuitamente para a CAIXA em caso de
cia de procuração autorizando uma pessoa a utilizar
roubo, perda ou dano do cartão, ou ainda para soli-
o cartão alheio.
citar o cancelamento do cartão antigo e a emissão
de um novo cartão, bem como esclarecer que, além
2.6.3 Retenção de cartão por terceiros, em esta- de telefonar, o beneficiário pode se dirigir à agência
belecimento comercial ou bancário da CAIXA mais próxima de sua residência e indicar
onde deseja receber seu novo cartão – se na agên-
Está proibido, nos termos das normas supracitadas, cia ou na residência.
em qualquer hipótese, a retenção do cartão do Bol-
sa Família como forma de pagamento de contas, a
cobrança de taxas ou tarifas para saque de benefí-

15
2.6.4 Emissão de segunda via de cartão Bolsa gamentos por três meses, conforme prazo determi-
Família nado pelo Decreto nº 5.209, de 2004. Após este
prazo, o valor da parcela é restituído ao MDSA. No
Caso ocorra qualquer tipo de extravio do cartão
entanto, o beneficiário segue tendo novas parcelas
Bolsa Família, a reemissão deve ser solicitada à
geradas, caso mantenha o cumprimento das regras
CAIXA pelo beneficiário através do telefone 0800
de recebimento do benefício.
726 0207. Esta ação é garantida e sem custos para
o beneficiário. O beneficiário que não realizar o saque de seis par-
celas consecutivas terá o benefício cancelado, sen-
A segunda via do cartão é enviada para o beneficiá-
do excluído do Programa, conforme o art. 8º da
rio pelos Correios. São realizadas três tentativas de
Portaria nº 344 do MDS, de 2009.
entrega do cartão nos locais onde ocorrem entregas
domiciliares. A correspondência fica disponível pelo O MDSA e a CAIXA monitoram a efetividade de
período de 20 dias em uma agência local dos Cor- pagamentos, para realizar melhorias no acesso ao
reios nas localidades onde não existe entrega domi- pagamento em locais em que seja verificada dificul-
ciliar, ou caso as tentativas de entrega não tenham dade de acesso. Em municípios sem presença de
sucesso. Após esse período, o cartão é devolvido à canais de pagamento, em que não há oferta de
CAIXA, que o envia para a agência mais próxima da canal a menos de 30 km de distância, a CAIXA pode
residência da família beneficiária. oferecer alternativas, como o pagamento por inter-
médio de equipe volante. Essas ações são realiza-
Para saber o endereço da agência onde se encontra
das em parceria com a Gestão Municipal, e com a
o cartão, o beneficiário deve entrar em contato com
mediação do MDSA.
a CAIXA pelo 0800 726 0207. O gestor municipal
deve realizar a articulação junto aos beneficiários As informações de parcelas não pagas no município
para que retirem seus cartões na CAIXA caso as são disponibilizadas para a Gestão Municipal atra-
entregas pelos Correios não sejam bem sucedidas. vés do SIBEC. O gestor deve buscar formas de
Para isso, conta com a possibilidade de fazer down- alertar as famílias que tenham parcelas próximas do
load no SIBEC de relatórios de “cartões emitidos” e vencimento, especialmente aquelas que já se en-
de “cartões não entregues” (devolvidos à CAIXA). contram em situação de reiterada ausência de sa-
Existe também a possibilidade de realizar ações que e que, com isso, correm risco de cancelamento.
especiais de entrega de cartões, em parceria com a
A CAIXA envia aos novos beneficiários uma carta de
CAIXA.
inclusão, na qual apresenta as principais informa-
ções sobre o Programa. No entanto, essa carta,
como o cartão, pode não ser recebida por morado-
2.6.5 Cartão com NIS diferente do registrado na
res de locais de difícil acesso. Nesses casos, a Ges-
folha de pagamentos
tão pode procurar formas de comunicar as famílias
Quando o Responsável pela Unidade Familiar (RF) diretamente sobre a inclusão. O saque pode ser
tiver o NIS alterado, pela exclusão de duplicidade ou feito em agências da CAIXA mesmo antes do rece-
pela conversão de NIS realizada pelo Cadastro Úni- bimento do cartão, desde que o beneficiário apre-
co, o cartão Bolsa Família pode trazer impresso NIS sente documento com foto no ato do pagamento.
diferente daquele associado ao benefício na folha de
pagamentos. Nesses casos, o beneficiário deve
solicitar emissão de novo cartão, para utilizar o car- 2.6.7 Pagamento de benefício em conta simplifi-
tão com a informação atualmente válida. O novo cada
cartão será emitido sem custo para o beneficiário.
O beneficiário do Programa Bolsa Família pode
optar pela abertura de uma conta bancária simplifi-
cada, com a opção de depósito do benefício direta-
2.6.6 Beneficiários do Programa Bolsa Família
mente na conta. A conta simplificada funciona como
que não estão sacando benefícios
uma conta corrente normal, no entanto não há co-
Os benefícios do Programa Bolsa Família ficam brança de taxa, desde que respeitados os limites
disponíveis para saque na plataforma social de pa- operacionais estabelecidos para esta modalidade de

16
conta. Família. Caso não o possua mais, deve entrar em
contato com o Atendimento CAIXA ao Cidadão, pelo
O beneficiário que assim desejar, pode solicitar a
número 0800 726 0207, e solicitar emissão de se-
abertura da conta em uma agência ou correspon-
gunda via do cartão PBF. Essa emissão é garantida
dente CAIXA e passará a receber o benefício credi-
ao beneficiário e não há custo para realizá-la.
tado diretamente na sua conta pessoal, e não mais
na plataforma social. O valor ficará disponível na A partir de março de 2016, os beneficiários que
plataforma bancária, com possibilidade de saque possuem a conta Poupança CAIXA Fácil, outra mo-
parcial e uso de cartão de débito. dalidade de conta simplificada, receberão os benefí-
cios nesta conta, não sendo necessária nenhuma
O beneficiário que optar por abrir a conta simplifica-
solicitação.
da receberá um cartão especial, com as marcas do
Além de todas as características de uma conta pou-
Programa Bolsa Família e da CAIXA. Este cartão
pança, o cartão da Poupança CAIXA Fácil poderá
poderá ser usado para as operações da conta e
ser utilizado para fazer compras e realizar saques,
para o pagamento em estabelecimentos com má-
além de permitir consultar o extrato da conta. O
quina de cartão de débito.
saque poderá ser realizado em qualquer caixa ele-
Caso a conta não seja movimentada por 90 dias, o trônico da CAIXA, lotéricas, estabelecimentos co-
benefício voltará a ser depositado na plataforma merciais com a marca CAIXA Aqui ou agências
social. As parcelas depositadas na conta simplifica- CAIXA.
da continuarão disponíveis apenas nesta conta, e os Caso o beneficiário não queira receber pelo crédito
benefícios gerados posteriormente serão deposita- em conta Poupança CAIXA Fácil, ele deverá ligar
dos na conta simplificada. O benefício voltará a ser para o atendimento da CAIXA, pelo número 0800
depositado na conta simplificada quando a situação 726 0101, e solicitar a mudança.
desta for regularizada. Para abrir a conta Poupança CAIXA Fácil, o benefi-
Assim como qualquer outro produto oferecido por ciário deve procurar uma lotérica ou um Correspon-
agências e correspondentes bancários, a abertura dente Caixa Aqui. A Poupança CAIXA Fácil e a Con-
da conta simplificada é opção do beneficiário, não ta CAIXA Fácil não podem ser abertas em agências,
sendo obrigatória a adesão a ela. Da mesma forma, apenas em lotéricas e correspondentes.
o beneficiário que já recebe o benefício em conta Os casos em que o beneficiário se sinta forçado a
simplificada pode optar por encerrar a conta e voltar abrir ou manter conta simplificada corrente ou pou-
a receber o benefício na plataforma social, ou voltar pança devem ser comunicados à ouvidoria da CAI-
a recebê-lo na plataforma social e manter a conta XA, pelo número 0800 725 7474, e à ouvidoria do
separadamente. Nesses casos, o beneficiário deve MDSA, pelo número 0800 707 2003 – Opção 5.
voltar a utilizar o cartão social do Programa Bolsa

17
3. Condicionalidades

3.1 Introdução ‒ Problemas na gestão e no Além disso, o Ministério da Saúde e o Ministério da


acompanhamento das condicionalidades do PBF Educação trabalham regularmente junto aos Esta-
(saúde e educação) dos e municípios, em encontros e capacitações,
para manter os responsáveis pela gestão do acom-
Tendo em vista as constatações apresentadas pela
panhamento das condicionalidades atualizados
Controladoria-Geral da União (CGU), quanto ao não
quanto às rotinas e à importância da correta marca-
atendimento das regras de acompanhamento das
ção do resultado do acompanhamento do público
condicionalidades, previstas no Decreto nº
específico.
5.209/2004, com destaque para os incisos I, IV, V e
VIII do art. 14, e as Portarias Interministeriais Vale reforçar que um dos objetivos da exigência do
MDS/MEC nº 3.789/2004 e MDS/MS nº 2.509/2004, cumprimento de condicionalidades no Programa
que disciplinam as atribuições e competências para Bolsa Família é elevar o grau de efetivação de direi-
o acompanhamento da frequência escolar e das tos sociais, por meio do acesso aos serviços sociais
condicionalidades de saúde dos beneficiários do básicos de saúde, de educação e de assistência
PBF, bem como na Portaria nº 251/2012, que regu- social por parte das famílias beneficiárias. Para isso,
lamenta a gestão das condicionalidades do PBF, o parágrafo único do art. 27 do Decreto nº
sugere-se que seja realizada uma análise, em ação 5.209/2004 prevê que “caberá às diversas esferas
conjunta com os responsáveis municipais pela ges- de governo garantir o acesso pleno aos serviços
tão do acompanhamento da saúde e da frequência públicos de saúde, de educação e de assistência
escolar, para a identificação e superação da(s) cau- social, por meio da oferta desses serviços, de forma
sa(s) do(s) problema(s) detectado(s). a viabilizar o cumprimento das contrapartidas por
parte das famílias beneficiárias do Programa Bolsa
Como esclarecimento, ressalta-se que, além da
Família”.
legislação vigente sobre as regras e normas para o
devido acompanhamento das famílias, estão dispo- O outro objetivo é ser um indicador, pois as situa-
níveis no sítio eletrônico de cada ministério respon- ções que estejam em desacordo com o previsto no
sável diversas publicações com orientações deta- art. 3º, parágrafo único, da Lei nº 10.836/2004, po-
lhadas para auxiliar o trabalho das equipes munici- dem indicar que a família está em situação de vulne-
pais. O endereço eletrônico do Sistema Bolsa Famí- rabilidade agravada, o que afeta ou impede o aces-
lia na Saúde (Ministério da Saúde) é so das famílias beneficiárias aos serviços públicos a
http://bolsafamilia.datasus.gov.br/w3c/bfa.asp, aba que têm direito, conforme dita o inciso II do art. 27
Documentos. Destacam-se o Manual dos Gestores do Decreto nº 5.209/2004. Além disso, o descum-
do Bolsa Família na Saúde, um guia passo a passo primento da condicionalidade gera efeito gradativo
do trabalho a ser realizado e o Modelo do Mapa de sobre o benefício e é aplicado de acordo com os
Acompanhamento. descumprimentos identificados no histórico da famí-
lia, inclusive o cancelamento, conforme o que obriga
O endereço do Sistema Presença (Ministério da
a Portaria MDS nº 251/2012.
Educação) é
http://frequenciaescolarpbf.mec.gov.br//presenca. A gestão de condicionalidades do PBF envolve o
Destaca-se o Tutorial Multimídia do Sistema Pre- exercício de atribuições complementares e coorde-
sença, disponível no endereço nadas no âmbito da União, Estados e municípios e é
http://tutorialpresenca.mec.gov.br/, com todas as realizada por meio da conjugação de esforços entre
orientações para o devido acompanhamento da os entes federados, observada a descentralização, a
frequência escolar de crianças e adolescentes bene- intersetorialidade e os compromissos assumidos na
ficiários do PBF na faixa etária de 6 a 17 anos. adesão ao PBF, conforme a Portaria MDS nº
251/2012. Assim, os complexos ciclos de acompa-

18
nhamento de condicionalidades do PBF – saúde e lar, de crianças e adolescentes de seis a
educação – pressupõem uma gestão compartilhada quinze anos, e à de setenta e cinco por cento
entre os entes federativos (federal, estadual e muni- da carga horária escolar mensal de jovens
cipal). Este desenho demanda uma intersetorialida- com idade de dezesseis a dezessete anos”; e
de ativa, dinâmica e efetiva, pois restringe e deter- ao Ministério da Saúde, “no que diz respeito
mina a cada órgão as ações da sua área de atuação ao acompanhamento do crescimento e de-
nos três níveis. senvolvimento infantil, da assistência ao pré-
natal e ao puerpério, da vacinação, bem co-
Apesar de serem informações cujo conhecimento
mo da vigilância alimentar e nutricional de cri-
prévio é necessário para o desenvolvimento das
anças menores de sete anos”.
atividades inerentes ao PBF, é importante que se
destaquem as competências previstas para os en- · Aos municípios cabe, segundo o art. 14 do
volvidos na gestão das condicionalidades do Pro- Decreto nº 5.209/2004, entre outras
grama: obrigações, disponibilizar serviços e
estruturas institucionais da área da
Assistência Social, da Educação e de Saúde
· Ao MDSA compete, entre outras ações, prover na esfera municipal, garantir apoio técnico-
apoio institucional, consolidar os resultados institucional para a gestão local do programa,
do acompanhamento das condicionalidades, promover, em articulação com a União e os
com a ação de identificar os beneficiários em Estados, o acompanhamento do cumprimento
situação de descumprimento e iniciar a apli- das condicionalidades e constituir órgão de
cação de efeitos sobre o beneficio, e, conso- controle social, disponibilizando a ele todas
ante o § 1º do art. 28 do Decreto nº as informações do acompanhamento geradas
5209/2004, apoiar a articulação intersetorial e pelo município.
a supervisão das ações governamentais para
o cumprimento das condicionalidades do
PBF. O Ministério também atua na dissemi- Além disso, a título de orientação, recomenda-se
nação de informações, visando a manter os que a equipe responsável pelo PBF nos municípios
responsáveis pela gestão estadual e munici- utilize o Sistema de Condicionalidades (SICON), um
pal do PBF atualizados quanto às especifici- instrumento de apoio à gestão disponibilizado pelo
dades do processo de gestão das condiciona- MDSA. A partir desse sistema, é possível ter acesso
lidades. No portal do MDSA, em a um conjunto de informações sobre todas as famí-
http://www.mds.gov.br/bolsafamilia, estão lias inscritas no Cadastro Único, mesmo aquelas
disponíveis os informes semanais do PBF, não beneficiárias do PBF, aos dados de acompa-
bem como publicações com orientação para nhamento das condicionalidades de todos os mem-
melhor compreensão dos processos referen- bros das famílias que são ou foram público específi-
tes aos acompanhamentos devidos, além da co e à geração de relatórios com filtros diversos,
legislação vigente. Nas ações de capacitação sendo ainda possível registrar recurso nos casos em
regulares, promovidas pelo MDSA, o tema que a verificação do descumprimento de determina-
das condicionalidades está presente em to- da condicionalidade ocorreu por motivo não geren-
das as suas especificidades. ciável pela família. O SICON contém ainda um mó-
dulo de acompanhamento familiar, onde é possível
· Para os Ministérios setoriais que têm responsabili-
registrar todo o trabalho desenvolvido pelo profissio-
dades no processo de acompanhamento e
nal da área de assistência social com a família.
fiscalização do cumprimento das condiciona-
Nesse módulo, é possível solicitar a interrupção
lidades vinculadas ao PBF, está previsto no
temporária dos efeitos do descumprimento, enquan-
art. 28 do mesmo Decreto nº 5.209/2004 que
to a família estiver sendo acompanhada pela área
cabe ao Ministério da Educação atuar “no que
de assistência social, permitindo a integração entre
diz respeito à frequência mínima de oitenta e
serviços e benefícios. O acesso ao SICON se dá por
cinco por cento da carga horária escolar
meio do Sistema de Gestão do Programa Bolsa
mensal, em estabelecimentos de ensino regu-
Família (SIGPBF) (http://www.mds.gov.br/mds-

19
sigpbf-web/). saúde

Esses são desafios de todas as áreas envolvidas, As situações de deficiência de infraestrutura, de


nos níveis federal, estadual e municipal, para que a recursos humanos e físicos podem interferir no de-
oferta de serviços sociais seja garantida e os impe- sempenho municipal do acompanhamento das con-
dimentos que não estejam sob a governabilidade dicionalidades de saúde.
das famílias sejam superados, tendo, quando ne-
A operacionalização do acompanhamento das con-
cessário, o apoio da área da Assistência Social.
dicionalidades demanda a instituição de rotinas de
Reitera-se que a importância de se ter um acompa-
trabalho paralelas ao que é realizado, como o pre-
nhamento de condicionalidades, com qualidade das
enchimento de mapas de acompanhamento e a
informações coletadas, vai muito além do registro de
inserção dos dados em um sistema específico da
uma informação em um sistema, sendo antes um
saúde para esse fim – o Sistema de Gestão do Pro-
instrumento importante para reforçar o acesso das
grama Bolsa Família na Saúde. Por isso, as equipes
famílias aos serviços de saúde e educação e identi-
de saúde devem estar bem preparadas e orientadas
ficar vulnerabilidades sociais enfrentadas pelas fa-
para esse processo.
mílias.
Ressalta-se que o município, ao aderir ao PBF,
Por fim, o gestor do PBF e os responsáveis pela
assumiu, entre outras responsabilidades, a de dis-
frequência escolar e pelas ações de saúde no muní-
ponibilizar serviços e estruturas institucionais.
cipio dispõem de diversos canais para dirimir dúvi-
das quanto aos procedimentos para a coleta e o Como está previsto na Portaria Interministerial
registro das informações do acompanhamento das MDS/MS nº 2.509, de 2004, compete às Secretarias
condicionalidades: Municipais de Saúde indicar um responsável técnico
– profissional de saúde – para coordenar o acompa-
nhamento das famílias do Programa Bolsa Família
MEC no âmbito da saúde, sendo recomendado que este
seja, de preferência, um nutricionista.
Telefone: (61) 2022-9171
Essa mesma norma também menciona que compete
Fax: (61) 2022-9105
à secretaria setorial a coordenação do processo de
E-mail: frequenciaescolar@mec.gov.br inserção e atualização das informações de acompa-
nhamento das famílias do Programa Bolsa Família
nos aplicativos da Vigilância Alimentar e Nutricional,
MDSA que atualmente é feita pelo Sistema de Gestão do
Central de Relacionamento: 0800 707 2003 Programa Bolsa Família na Saúde.

E-mails: gestorpbf@mds.gov.br para demandas


sobre o PBF e cadastrounico@mds.gov.br para 3.3 Acompanhamento incompleto do conjunto de
demandas sobre o Cadastro Único. ações da saúde relativas às condicionalidades
do PBF e desconhecimento das regras e proce-
dimentos devidos
Ministério da Saúde
O município deve incentivar os gestores a consultar,
Atendimento PBF na Saúde: (61) 3315-9033
sempre que necessário, a legislação vigente sobre
Suporte ao Sistema do PBF na Saúde: (61) 3315- as regras e normas para o devido acompanhamento
9015 das famílias beneficiárias.

E-mail: bfasaude@saude.gov.br O conjunto de regras e normas


está disponível no sítio eletrônico
do Sistema de Gestão do Progra-
3.2 Precariedade na oferta de serviços e estrutu- ma Bolsa Família na Saúde, do Ministério da Saúde
ras institucionais na área da saúde para o devido (http://bolsafamilia.datasus.gov.br/w3c/bfa.asp), com
acompanhamento das condicionalidades da orientações detalhadas para auxiliar o trabalho das

20
equipes municipais. O Ministério da Educação (MEC) trabalha junto aos
Estados e municípios para manter os responsáveis
Dentre os materiais, destacam-se o Manual dos
pela gestão do acompanhamento da frequência
Gestores do Bolsa Família na Saúde, que contém
escolar atualizados quanto às rotinas e à importân-
um roteiro do trabalho a ser realizado, o Modelo do
cia da marcação do motivo que represente a situa-
Mapa de Acompanhamento e a Portaria nº 2.509, de
ção da criança ou adolescente que não atenda à
18 de novembro de 2004, que dispõe sobre as atri-
condicionalidade prevista em lei.
buições e normas para a oferta e o monitoramento
das ações de saúde relativas às condicionalidades Além do Tutorial Multimídia do Sistema Presença,
das famílias beneficiárias do PBF. disponível no endereço
http://tutorialpresenca.mec.gov.br/, o Ministério tam-
Além do adequado conhecimento da legislação que
bém disponibiliza no portal eletrônico, em
rege o tema, o município deve acompanhar a agen-
http://portal.mec.gov.br/, abas SECADI e Webconfe-
da de encontros e capacitações regularmente pro-
rências, diversas gravações de conferências reali-
movida pelo Ministério da Saúde junto aos estados e
zadas regularmente, quando são repassadas as
aos municípios, para isso viabilizando a participação
informações sobre o acompanhamento e o reforço
dos responsáveis pela gestão do acompanhamento
sobre a importância dessa ação junto às famílias
das condicionalidades da saúde, a fim de atualizá-
beneficiárias do PBF.
los quanto às rotinas e à importância da correta
marcação do resultado do acompanhamento do
público específico.

Nesse sentido, deve-se atentar para a necessidade


3.5 Alunos beneficiários do Programa Bolsa Fa-
de uma articulação com o responsável pela gestão
mília com frequência escolar inferior à estipula-
das condicionalidades da saúde no município, para
da pelo Programa
equacionar pontos que estejam comprometendo o
correto processo de acompanhamento das ações de No tocante à constatação de alunos
saúde e de registro das informações no Sistema de com frequência escolar inferior à estipu-
Gestão do Programa Bolsa Família na Saúde e nos lada pelo Programa, sugere-se que seja
instrumentos específicos da área da saúde, como a verificado o fato relatado pela CGU e
caderneta de vacinação, tendo em vista que o muni- realizada uma ação conjunta com a área de Educa-
cípio, ao aderir ao PBF, assumiu, entre outras res- ção do município para evitar tal situação, tendo em
ponsabilidades, a de disponibilizar serviços e estru- vista as competências descritas na Portaria Intermi-
turas institucionais e promover o acompanhamento nisterial MEC/MDS nº 3.789/2004.
do cumprimento das condicionalidades1. Como fer- A Instrução Operacional nº 36, publicada pela Se-
ramentas, podem ser utilizados os relatórios dispo- narc em 21 de julho de 2010, atualiza as orientações
níveis no sítio eletrônico do Ministério da Saúde e no para o registro dos motivos de baixa frequência
Sistema de Condicionalidades (SICON/MDS). realizado pelas escolas e pelo coordenador munici-
pal do PBF na Educação. Além disso, aponta as
medidas que podem ser adotadas pelos gestores
3.4 Dados de frequência no Sistema Presen-
municipais do PBF quando esses motivos estiverem
ça/MEC em desacordo com os registros identifi-
relacionados a situações de risco e vulnerabilidade
cados nos diários de classe
social das famílias, já que a interação entre a unida-
Reforçando as responsabilidades, atri- de escolar, o coordenador municipal do PBF na
buições e competências dos entes en- educação, o gestor do PBF e a própria família é
volvidos no acompanhamento das con- muito importante para se identificar, com a máxima
dicionalidades, ressalte-se que a Porta- precisão, o motivo que levou o aluno à baixa fre-
ria Interministerial MDS/MEC nº quência e para enfrentar suas causas.
3.789/2004 trata especificamente do tema da fre-
quência escolar dos beneficiários do PBF.

1 Incisos IV e VII do art. 14 do Decreto nº 5209/2004.

21
nalidades (SICON).

3.6 Alunos não localizados Como esta é uma ação anual, está prevista para
maio de 2016, a publicação de nova Instrução Ope-
Considerando que os beneficiários
racional para a ação dos não localizados, com vi-
não localizados nem chegam a ser
gência até o mês de fevereiro de 2017.
acompanhados pelas escolas, não
é possível monitorar ou identificar,
pelo acompanhamento tradicional
3.7 Aluno com ensino médio concluído
das condicionalidades, os motivos relacionados à
não localização dessas crianças e adolescentes. Em Nos casos em que o aluno tenha con-
virtude disso, paralelamente às rotinas de acompa- cluído o ensino médio antes de comple-
nhamento bimestral da frequência escolar, no pri- tar 18 anos, pelas regras de geração do
meiro semestre de cada ano letivo o Ministério do público de acompanhamento da educação ele conti-
Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA), em par- nuará incluído no público para acompanhamento da
ceria com o Ministério da Educação (MEC), publica frequência escolar. Entretanto, há para esses casos
instrução operacional com orientações e procedi- uma opção na tabela de motivos do Sistema Pre-
mentos a serem adotados pelos gestores municipais sença/MEC para a marcação da infrequência do
e estaduais do Programa Bolsa Família (PBF) sobre aluno, que figura com o código 6 (concluiu o ensino
a busca de famílias beneficiárias com integrantes médio) e que, ao ser marcada, faz cessar o efeito da
em idade escolar (faixa etária de 6 a 17 anos) sem infrequência para a família, excluindo o beneficiário
informação da escola em que estudam. dos acompanhamentos seguintes.

A ação consiste em divulgar aos municípios a rela-


ção dos beneficiários nessa situação, recomendar 3.8 Acompanhamento de condicionalidades
que seja feita a busca ativa a fim de localizá-los e
promover a atualização dos dados da escola dos a) Dificuldades de acesso à escola por falta de ofer-
integrantes de 6 a 17 anos no Cadastro Único e no ta de transporte escolar.
Sistema Presença/MEC . b) Inexistência de registro administrativo (ex.: diário
A Instrução Operacional n° 23, de 29 de maio de de classe) devidamente preenchido e assinado pelo
2015, reeditada em 21 de outubro de 2015, orientou responsável.
a ação em 2015. O público da ação envolvia 91.250 c) A prefeitura do município não designou um técni-
beneficiários pertencentes a 83.947 famílias, englo- co para a gestão do acompanhamento das condici-
bando todo o público que estava sem informação de onalidades da educação.
escola desde 2013 e em todo o ano de 2014 e aque-
d) Inconsistências em lançamentos dos motivos de
les identificados como não localizados no 37º e 38º
baixa frequência no Sistema Presença.
sorteios da Avaliação da Execução de Programas
de Governos realizada pela Controladoria-Geral da e) Indicação de desconhecimento, por parte dos
União (CGU). dirigentes de escolas, quanto às regras e ao proces-
so devido para o acompanhamento da frequência
É importante que os técnicos envolvidos nas ações
escolar dos beneficiários do PBF.
do PBF se mobilizem para localizar as famílias e
atualizar a informação do código INEP da escola no f) Atualização do código INEP de escolas de alunos
Cadastro Único e no Sistema Presença/MEC, en- beneficiários do PBF (aluno transferido).
caminhando para a matrícula escolar as crianças e
As responsabilidades, atribuições e competências
adolescentes que estão fora da escola.
dos entes envolvidos no acompanhamento das con-
As famílias em situação de vulnerabilidade devem dicionalidades foram listadas anteriormente neste
ser encaminhadas à Assistência Social para inser- documento e a Portaria Interministerial MDS/MEC nº
ção na rede de atendimento do Sistema Único de 3.789/2004 trata especificamente do tema da fre-
Assistência Social (SUAS) e registro no Módulo de quência escolar dos beneficiários do PBF. O Minis-
Acompanhamento Familiar do Sistema de Condicio- tério da Educação (MEC) trabalha, junto aos Esta-

22
dos e aos municípios, para manter os responsáveis desconhecimento das atribuições dos diretores,
pela gestão do acompanhamento da frequência contidas nos normativos legais. A referida portaria
escolar atualizados quanto às rotinas e à importân- interministerial está disponível no portal do MDSA
cia da marcação do motivo que traduza a situação na Internet e pode ser acessada no endereço
da criança ou adolescente que não atenda à condi- www.mds.gov.br/bolsafamilia/legislacao-
cionalidade prevista em lei. Está disponível no ende- 1/portarias/2004.
reço http://tutorialpresenca.mec.gov.br/ o Tutorial
Cabe esclarecer, ainda, quanto à atualização do
Multimídia do Sistema Presença, com todas as ori-
código INEP, que as fontes para a geração do públi-
entações para o devido acompanhamento da fre-
co de acompanhamento de condicionalidades do
quência escolar de crianças e adolescentes benefi-
PBF, tanto da Educação quanto da Saúde, são o
ciários do PBF na faixa etária de 6 a 17 anos.
Cadastro Único e a folha de pagamento do Progra-
O Ministério disponibiliza, ainda, em seu portal ele- ma. Dessa maneira, as alterações na realidade das
trônico, http://portal.mec.gov.br/, abas SECADI (em famílias que não forem atualizadas no Cadastro
Secretarias) e Webconferências, diversas gravações Único não serão assimiladas nos dados do público
de conferências realizadas regularmente, quando de acompanhamento.
são repassadas as informações sobre o acompa-
Entretanto, no caso da geração do público para o
nhamento e o reforço sobre a importância desta
acompanhamento da educação existe uma funcio-
ação junto às famílias beneficiárias do PBF. Além
nalidade que possibilita ao responsável pela gestão
disso, o gestor do PBF e o responsável pela fre-
municipal do acompanhamento da frequência esco-
quência escolar no munícipio dispõem de diversos
lar atualizar os dados no Sistema Presença/MEC
canais para dirimir dúvidas:
que serão mantidos nos futuros públicos para
acompanhamento.

MEC Além disso, caso os dados ainda não tenham sido


atualizados no Cadastro Único, o Sistema de Condi-
Telefone: (61) 2022-9171
cionalidades (SICON) disponibiliza, na aba Educa-
Fax: (61) 2022-9105 ção, a informação da escola e o respectivo código
E-mail: frequenciaescolar@mec.gov.br INEP registrados no Cadastro Único e aqueles iden-
tificados pelo operador da Educação, no momento
da coleta da informação da frequência escolar.
MDSA Diante disso, sugere-se que se construa uma rotina
Central de Relacionamento: 0800 707 2003 de trabalho que inclua a consulta regular ao SICON
para a identificação de beneficiários do PBF que,
E-mails: gestorpbf@mds.gov.br para demandas
sendo público para o acompanhamento da frequên-
sobre o PBF e cadastrounico@mds.gov.br para
cia, estejam com informações divergentes sobre o
demandas sobre o Cadastro Único.
código INEP da escola, o que tornará possível atuar
e reduzir esse tipo de inconsistência.

Adicionalmente, quanto à constatação “Indicação de


desconhecimento por parte dos dirigentes de esco-
3.9 O município não possui estratégia de mobili-
las quanto às regras e ao processo devido para o
zação e sensibilização das famílias beneficiárias
acompanhamento da frequência escolar dos benefi-
do PBF para o cumprimento das condicionalida-
ciários do PBF”, recomenda-se verificar o fato rela-
des do Programa
tado pela CGU e realizar uma ação conjunta com a
área de educação, além de entrar em contato com Vale lembrar que, de acordo com o desempenho da
os dirigentes das escolas onde estudam os alunos gestão, o que inclui o acompanhamento das condi-
beneficiários do Programa Bolsa Família no municí- cionalidades, o município terá acesso aos recursos
pio, a fim de alertar sobre as competências descritas financeiros federais calculados por meio do Índice
na Portaria Interministerial MEC/MDS nº 3.789/2004, de Gestão Descentralizada (IGD).
visto que o fato relatado pela CGU refere-se ao Assim, o município deverá atentar na necessidade

23
de uma articulação com os responsáveis pela ges- recursos financeiros com base no Índice de Gestão
tão local das condicionalidades, a fim de equacionar Descentralizada (IGD).
pontos que estejam comprometendo o correto pro-
Assim, reitera-se que esses são desafios de todas
cesso de acompanhamento das ações de saúde e
as áreas envolvidas, nos níveis federal, estadual e
da coleta e registro das informações no Sistema
municipal, para que a oferta de serviços sociais seja
Bolsa Família na Saúde, bem como a coleta e o
garantida e os impedimentos que não estejam sob a
registro da frequência escolar, tendo em vista que,
governabilidade das famílias sejam superados. Por
ao aderir ao PBF, o município assumiu, entre outras
isso a importância da institucionalização do diálogo
responsabilidades, a de prover serviços e estruturas
entre as áreas setoriais, considerando os impactos
institucionais e promover o acompanhamento do
de se ter um acompanhamento de condicionalidades
cumprimento das condicionalidades.
com qualidade das informações coletadas.

Esta Secretaria dará ciência desses fatos ao Minis-


3.10 Considerações Finais tério da Educação e ao Ministério da Saúde, quando
for o caso, visando contribuir para o aprimoramento
Vale lembrar que, de acordo com o desempenho da
do planejamento de capacitação dos referidos ór-
gestão, o que inclui o acompanhamento das condi-
gãos.
cionalidades, o município terá acesso ao repasse de

24
4. Gestão Local do PBF

4.1 Ausência de ações complementares ao Pro- com o que prevê a Lei de Acesso à Informação (Lei
grama Bolsa Família nº 12.527, de 18 de novembro de 2011).

Sobre o mencionado item, orienta-se para que o


município busque estabelecer parcerias para a ofer-
4.3 Não constituição da coordenação do Pro-
ta de programas complementares, celebrando ter-
grama Bolsa Família
mos de cooperação com outros entes federados,
conforme dispõe o Decreto nº 5.209, de 2004, em A Lei nº 10.836/2004, de criação do Programa Bolsa
relação àqueles municípios que aderiram ao Pro- Família (PBF), define em seu artigo 8º que a execu-
grama Bolsa Família (PBF). ção e a gestão do Programa são públicas e gover-
namentais e que se darão de forma descentralizada,
Adicionalmente, cabe esclarecer que é atribuição do
por meio da conjugação de esforços entre os entes
Governo Federal articular a implementação de pro-
federados, observados a intersetorialidade, a parti-
gramas complementares e sua formulação em nível
cipação comunitária e o controle social.
nacional. Aos Estados, cabe atuar de maneira simi-
lar em seu território, enquanto os municípios, além Para tanto, o prefeito deverá designar um servidor
de se mobilizarem para a articulação e implementa- para assumir as responsabilidades de execução das
ção de programas complementares em seu territó- atividades de Gestão do PBF e do Cadastro Único.
rio, podem também criar programas em nível muni- O gestor torna-se, portanto, a referência para o
cipal. MDSA sobre os temas relacionados ao Programa no
âmbito municipal, com a articulação necessária para
Para mais informações, sugere-se consultar a pági-
o bom andamento das ações intergovernamentais.
na do Observatório de Boas Práticas no portal ele-
trônico do MDSA, em que está disponível, também, Em razão das atividades a serem desenvolvidas, o
a publicação Prêmio Rosani Cunha de Desenvolvi- gestor municipal do PBF e do Cadastro Único é o
mento Social – Catálogo de Práticas e Estudos Ven- profissional que, além da aptidão para coordenar
cedores, que traz a síntese de ações e projetos equipes técnicas e as ações intersetoriais, tem a
premiados cujas experiências podem ser úteis para capacidade de exercer a liderança voltada para a
o município, acessível no endereço obtenção de resultados promissores. É a pessoa
http://www.mds.gov.br/biblioteca (clicar em Avalia- que tem amplo conhecimento sobre a realidade do
ção e Gestão da Informação e, em seguida, Cader- município e o desenvolvimento da Política de Trans-
nos). ferência de Renda no Brasil, as diretrizes definidas
pelo MDSA e o avanço das discussões, ao longo
dos anos, sobre os temas do PBF, a legislação vi-
4.2 Deficiência na atuação da coordenação mu- gente e, sobretudo, os processos operacionais do
nicipal Cadastro Único e do PBF.

Se os dados da Gestão e da equipe de gestão do O Decreto nº 5.209/2004 regulamenta o PBF, sendo


município estiverem desatualizados, recomenda-se fundamental que o município observe o artigo 14,
que sejam atualizadas as informações no SIGPBF, em que estão dispostas as atividades relacionadas
conforme a orientação prestada no Bolsa Família ao Programa – gestão de condicionalidades, benefí-
Informa nº 313, de 19 de abril de 2012. Essa ação é cios, acompanhamento de famílias, programas
importante não somente para que o gestor federal complementares e gestão e fiscalização do PBF e
(MDSA) possa contatar os atuais gestores locais, do Cadastro Único – e que assim consistem na pró-
mas também para garantir a transparência ao pro- pria execução do Programa.
grama, proporcionando aos cidadãos o conhecimen-
É importante que o município esteja atento à reda-
to sobre os agentes públicos que nele atuam em
ção dada pelo Decreto nº 7.852, de 2012, ao inciso I
todos os municípios brasileiros, em conformidade

25
do art. 14 do Decreto nº 5.209/2004, que estabelece aprovar a prestação de contas do IGD-M, mas ele
a necessidade de que esse ente designe área res- deverá atuar em conjunto com a ICS responsável
ponsável pelas ações de gestão e execução do PBF pelo controle social do PBF e do Cadastro Único, se
e pela articulação intersetorial das áreas, entre ou- houver uma específica. O gestor municipal que iden-
tras as de Saúde, de Educação, de Assistência So- tificar essa realidade no município deve estar atento
cial e de Segurança Alimentar, quando existentes. para convocar ambos os Conselhos para o planeja-
mento da aplicação dos recursos e acompanhamen-
O município deve ter clareza de que efetivou a ade-
to das atividades do PBF e do Cadastro Único. Cabe
são ao PBF, assinando um termo cujo modelo cons-
então esclarecer que o CMAS e as demais ICS do
ta no anexo I, da Portaria nº 246/2005. Aí estão
PBF possuem funções fiscalizadora, mobilizadora,
descritas as atividades que devem ser executadas
deliberativa e consultiva.
por esse ente na gestão descentralizada do PBF.
A fim de fortalecer a ICS, definiu-se no artigo 11 da
Outro ponto fundamental a ser observado pelo mu-
Portaria nº 754/2010 que o município deverá desti-
nicípio e pelo gestor municipal consta no § 3º do
nar, pelo menos, 3% (três por cento) dos recursos
artigo 11 do Decreto nº 5.209/2004, que trata das
transferidos com base no IGD-M para o financia-
condições necessárias para a adesão ao PBF. São
mento de atividades de apoio técnico e operacional
elas:
do controle social envolvido com a gestão do PBF.
I ‒ a existência formal e o pleno funcionamento de Recomenda-se ao gestor municipal a leitura e com-
Instância de Controle Social (ICS) na respectiva preensão do Caderno do IGD, em especial as se-
esfera federativa, na forma definida no art. 29, e ções A Gestão Municipal do PBF e do Cadastro
II ‒ a indicação de gestor municipal do Programa. Único (p. 17), Principais Atribuições do Gestor Muni-
cipal do PBF e Cadastro Único (p. 18) e Algumas
A ICS é fundamental para o adequado funcionamen- Orientações Importantes Acerca do Controle Social
to do PBF, pois é por intermédio dela que se dará a (pp. 47 e 48).
participação do cidadão no acompanhamento da
gestão, na fiscalização, no monitoramento e no con-
trole das ações da Administração Pública local no 4.4 Não divulgação dos beneficiários do PBF
que se refere ao Programa.
A Lei nº 10.836/2004, de criação do
De acordo com a Portaria nº 246/2005, a ICS do Programa Bolsa Família (PBF), defi-
PBF pode ser criada ou designada, ou seja, pode-se ne em seu artigo 8º que a execução e
criar uma instância exclusiva para o acompanha- a gestão do Programa são públicas e
mento do PBF e do Cadastro Único ou ser designa- governamentais e que se darão de forma descentra-
do um conselho, se existente, para exercer essa lizada, por meio da conjugação de esforços entre os
atribuição. entes federados, observada a intersetorialidade, a
Cabe ao gestor municipal do PBF e do Cadastro participação comunitária e o controle social. O artigo
Único, além de divulgar aos cidadãos a existência 14 do Decreto nº 5.209/2004 e o anexo I da Portaria
da ICS, subsidiar o Conselho Municipal de Assistên- nº 246/2005 (que consiste no Termo de Adesão do
cia Social (CMAS) e a ICS específica do PBF município ao PBF) descrevem as atividades que
(quando existir) com informações a respeito das devem ser executadas por esses entes na gestão
atividades desenvolvidas no município. descentralizada do PBF. Tais atividades estão rela-
cionadas à gestão de condicionalidades, benefícios,
Já que esses Conselhos devem apreciar as contas acompanhamento de famílias, programas comple-
prestadas pelos gestores, é interessante, também, mentares e gestão e fiscalização do PBF e do Ca-
que eles participem desde o planejamento das dastro Único.
ações. Quanto maior o envolvimento dos conselhei-
ros com o planejamento da destinação dos recursos Ao exercer a gestão do PBF, o município tem obri-
do IGD-M nas ações do Cadastro Único e do PBF, gação de divulgar a lista de beneficiários do PBF, de
mais segurança institucional haverá para o gestor. maneira ampla. Isso está previsto no artigo 13 da
Lei nº 10.836/2004, segundo o qual será de acesso
Nesse sentido, vale lembrar que caberá ao CMAS público a relação dos beneficiários e dos respectivos

26
benefícios do Programa. O parágrafo único do cita- 4.5 Deficiências na estrutura física e de pessoal
do artigo 13 esclarece que a relação a que se refere para a execução do PBF
o caput terá divulgação em meios eletrônicos de
É fundamental que o gestor municipal compreenda o
acesso público e em outros meios previstos em
artigo 8º, da Lei nº 10.836/2004, segundo o qual a
regulamento.
execução e a gestão do Programa Bolsa Família
No mesmo sentido, o § 1º do artigo 32 do Decreto nº são públicas e governamentais e dar-se-ão de forma
5.209/2004 determina a ampla divulgação da lista de descentralizada, por meio da conjugação de esfor-
beneficiários do PBF, sob pena de fiscalização, por ços entre os entes federados, observada a interseto-
parte do ente Federal (Ministério Público Federal – rialidade, a participação comunitária e o controle
MPF e Controladoria Geral da União – CGU, entre social. Nesse mesmo artigo, no § 3º, está definido
outros) e a aplicação das sanções cabíveis. Enfati- que a União transferirá, obrigatoriamente, aos entes
za-se que essa divulgação poderá ser feita pela federados que aderirem ao PBF recursos para apoio
Internet, no sítio do município, ou mediante listas financeiro às ações de gestão descentralizada, des-
impressas, afixadas em locais de amplo e fácil de que alcancem desempenhos mínimos no IGD-M.
acesso público. O Informe nº 276, de 14 de julho de
Para a correta implementação do PBF em âmbito
2011, que trata desse assunto, deve ser lido e com-
municipal, é necessário que o gestor e o município
preendido pelo gestor municipal.
cumpram com o que determinam os incisos IV e V
O Informe nº 349, de 6 de novembro de 2014, traz do artigo 14 do Decreto nº 5.209/2004, quanto às
detalhes sobre como acessar a lista de beneficiários suas responsabilidades em destinar serviços e es-
no Sistema de Benefícios ao Cidadão (SIBEC), truturas institucionais das áreas da Assistência So-
quais informações estão autorizadas para divulga- cial, da Educação e da Saúde na esfera municipal e
ção – que são o Nome do(a) Responsável Familiar de garantir apoio técnico-institucional para a gestão
(RF), o Número de Identificação Social (NIS) e o local do programa. Isso quer dizer que a administra-
Valor do Benefício – e como tais listas estão dispo- ção municipal deve dispor de infraestrutura e equipe
níveis para a população na página do MDSA. técnica suficientes em qualidade e quantidade a fim
de executar o PBF de maneira adequada.
É importante, ainda, que o município cumpra a Lei
Complementar nº 131, que acrescentou novas dis- O município deve estar atento para o que está des-
posições à Lei de Responsabilidade Fiscal. O ponto crito no § 1º do artigo 11 do Decreto nº 5.209/2004.
essencial desse normativo é que os entes da fede- Tal dispositivo condiciona a adesão dos entes fede-
ração passaram a ser obrigados a dar transparência rados, inclusive os municípios, à observância dos
sobre despesas e receitas. Assim, a União, os Esta- critérios, condições e procedimentos estabelecidos
dos, o Distrito Federal e também os municípios são pelo MDSA quanto às competências e responsabili-
obrigados a divulgar, em tempo real e na Internet, dades na gestão e na execução do PBF e à possibi-
informações detalhadas sobre sua execução orça- lidade de recebimento de recursos do MDSA para
mentária e financeira. apoiar a gestão do programa. Dessa maneira, ao
realizar a adesão ao PBF, o município compromete-
É necessário que o gestor municipal esteja ciente de
se a implementá-lo com estruturas e com recursos
sua obrigação de promover a comprovação de gas-
humanos locais, para receber os recursos de apoio
tos para a população. A Gestão Municipal e a Prefei-
à gestão local do Programa. A Portaria nº 246/2005
tura devem regularmente divulgar o que fazem,
traz, no anexo I, o modelo do Termo de Adesão que
como fazem, por que fazem e quanto gastam e
foi assinado pelo prefeito do município e pelo minis-
apresentar o planejamento dos gastos que se tem
tro do MDS, em que estão estabelecidas as respon-
em vista realizar. A transparência e o acesso à
sabilidades das partes envolvidas. Devem-se obser-
informação são essenciais para a consolidação do
var as atividades a serem desenvolvidas pelos entes
regime democrático e para a boa gestão pública e
municipais, devendo haver estruturas, equipamentos
possibilitam a participação popular e o controle soci-
e equipes técnicas correspondentes às necessida-
al. A garantia da transparência e do acesso à infor-
des locais para a realização do Programa.
mação está presente na Constituição Federal de
1988, conforme o que definem os artigos 5º e 37.

27
5. Controle Social

5.1 Inexistência de Instância de Controle Social  Contribuir com a Gestão, nas ações
de Busca Ativa, identificando as famílias e
Quanto à constatação da CGU, o Decreto n°
solicitando à Gestão Municipal a inclusão
5209/04, em seu art. 11, aponta como condição para
no Cadastro Único e atualização cadastral
adesão ao Programa Bolsa Família – PBF a exis-
de todas as famílias extremamente pobres,
tência formal e o pleno funcionamento de instância
assim como o encaminhamento dessas fa-
de controle social no seu município. Consta do
mílias aos serviços da rede de proteção so-
mesmo decreto a opção do poder público municipal
cial;
de decidir se o controle social do PBF será realizado
por instância designada ou pelo Conselho de Assis-  Acompanhar, avaliar e propor melhorias no
tência Social. O Conselho Nacional de Assistência preenchimento do Cadastro Único junto ao
Social (CNAS), seguindo as deliberações das confe- gestor ou gestora responsável;
rências nacionais de Assistência Social de 2009 e
 Articular-
2011, disciplinou o tema, com a publicação das
ais existentes;
Resoluções CNAS de nº 18/2013 e nº 15/2014, em
que estabelece a meta de regularizar todos os Con-  Estimular representantes de outros órgãos
selhos Municipais de Assistência Social – CAS co- ou entidades públicas, bem como da soci-
mo instância de Controle Social do PBF e orienta os edade civil, a participarem das reuniões
CAS quanto a sua organização e a seu funciona- dos Conselhos de Assistência Social;
mento como tal.  Acompanhar e fiscalizar, junto à Gestão lo-
cal, as estratégias de busca ativa de poten-
ciais beneficiários do PBF, sobretudo das
5.2 Atribuições da Instância de Controle Social /
famílias em maior grau de pobreza e daque-
Conselho de Assistência Social
las que integram grupos de populações tra-
São atribuições do Controle Social dicionais e em situações específicas de vul-
do Programa Bolsa Família no Mu- nerabilidade e de risco social e pessoal;
nicípio:
 Estimular a integração e a oferta de servi-
 Disseminar informações entre os usuários ços para as famílias beneficiárias do PBF,
sobre seus direitos, objetivos, regras e me- em especial daquelas em acompanhamento
canismos de funcionamento do Programa familiar, junto ao órgão gestor;
Bolsa Família e do Cadastro Único;
 Acompanhar e fiscalizar a gestão e a apli-
 Incentivar a participação da sociedade, bem cação dos recursos do apoio financeiro
como articular iniciativas conjuntas; (IGD-PBF); e

 Mobilizar os usuários para participarem das  Apreciar e deliberar sobre as prestações de


reuniões dos conselhos; contas da aplicação dos recursos do IGD,
enviadas pelo Fundo Municipal de Assis-
 Zelar pelo caráter público das reuniões ple-
tência Social (atribuição exclusiva dos Con-
nárias dos Conselhos de Assistência Social;
selhos Municipais de Assistência Social –
 Encaminhar as atas das reuniões das ple- CMAS)
nárias ao gestor e responsável pelo Pro-
grama Bolsa Família, para publicação e
disponibilização nos respectivos sítios ele- Ressalta-se que, para o desenvolvimento das ativi-
trônicos; dades de apoio técnico e operacional do controle

28
social voltado para a gestão do PBF, serão destina- Municipal (IGD-M);
dos, no mínimo, 3% dos recursos do IGD-PBF.
 Sistema de Gestão do Programa
Ademais, os conselheiros devem solicitar ao gestor Bolsa Família (SIGPBF), com os
a senha de acesso, com perfil de consulta, aos se- aplicativos:
guintes sistemas:
o Transmissão de Arquivos:
 Sistema de Gestão de Benefícios (SIBEC): Upload/Download de Arqui-
sistema que permite acompanhar as ações vos,
dos gestores municipais em relação a can-
o Adesão Municipal,
celamento, reversão de benefício etc. (ges-
tão do benefício). o Controle de Acesso,

 Sistema de Gestão do Programa Bolsa Fa- o Formulários (SASF) e


mília (SIGPBF): disponibiliza dados atuali- o Integração de Sistemas no
zados das equipes que participam da ges- SIGPBF
tão do Programa, nas três esferas de go-
verno.
No portal EAD/MDSA, estão disponibilizados tam-
 Sistema de Condicionalidades (SICON): re-
bém tutoriais de livre acesso, ou seja, que não pre-
úne diversas informações sobre os resulta-
cisam de senha. Eles orientam o usuário quanto a
dos do acompanhamento das condicionali-
procedimentos específicos do Cadastro Único e do
dades, entre elas se as crianças, adoles-
Bolsa Família. São eles:
centes e gestantes estão ou não acessando
os serviços de educação e de saúde.  Tutorial de boas-vindas aos(às) Ges-
tores(as) Estaduais (2015);

5.3 Capacitação  Tutorial de boas-vindas aos(às) Ges-


tores(as) Municipais (Atualizado
Quanto ao fato apontado pela CGU, 2015);
a Senarc orienta no sentido de seja
divulgado para os membros do Con-  Tutorial sobre recuperação da senha
trole Social do município que o da V7 do Cadastro Único;
MDSA disponibiliza em seu portal na Internet  Tutorial sobre o Desligamento Volun-
(www.mds.gov.br/ead) diversos cursos a distância tário – Retorno Garantido;
com o objetivo de capacitar gestores e técnicos
 Tutorial CECAD (Consulta, Seleção e
estaduais e municipais, bem como os membros do
controle social. Para realizar os cursos, é necessá- Extração do CadÚnico);

rio que todos os conselheiros possuam cadastro no  Tutorial TABCAD (Tabulador de In-
Sistema de Gestão do Programa Bolsa Família formações do Cadastro Único);
(SIGPBF). A atualização dos dados no SIGPBF é
 FAQ (Perguntas Frequentes) ‒ For-
de responsabilidade do gestor municipal.
mulários do Cadastro Único; e
Os cursos oferecidos no Portal EAD/MDSA, atual-
 Curso livre sobre Gestão do Tempo.
mente, são:
Ainda estão em desenvolvimento, com previsão de
 Fiscalização de Recebimento Indevi-
lançamento para 2016/2017, os cursos:
do de Benefícios do PBF;
 Índice de Gestão Descentralizada Municipal
 Sistema de Condicionalidades (SI-
(IGD-M) – Atualizado
CON);
 Índice de Gestão Descentralizada Estadual
 Introdução ao Sistema de Gestão de
(IGD-E) – Atualizado
Benefícios (SIBEC);
 Prestação de Contas do IGD-M e IGD-
 Índice de Gestão Descentralizada

29
E.Operacionalização do Programa Bolsa 5.4 Infraestrutura
Família;
Quanto à disponibilização dos meios adequados
 Entrevistadores do Cadastro Único para o pleno exercício do controle social do Progra-
ma Bolsa Família, salienta-se que o Decreto nº
5.209, de 17.9.2004, prevê a utilização dos recursos
Os tutoriais e cursos livres com previsão de lança- do IGD-PBF (mínimo de 3%) para apoio financeiro
mento para 2016 são: às ações de gestão e execução descentralizadas do
Programa, vinculada, entre outras atividades, ao
 Conceitos Básicos do Cadastro Úni-
apoio técnico e operacional às atividades dos conse-
co;
lheiros, cabendo à Gestão Municipal, obrigatoria-
 Revisão e Averiguação Cadastral; mente, por preceito legal, destinar ao Conselho de
 Curso livre sobre Atendimento ao Ci- Assistência Social recursos repassados pelo Gover-
dadão; e no Federal (IGD-M), para aprimoramento de suas
ações.
 Curso livre sobre Ética no Serviço
Público.
5.5 Ausência de Paridade ICS/CMAS

Quanto à constatação da CGU, orienta-se que seja


O MDSA, em parceria com as Coordenações Esta-
atualizada a tela correspondente à aba “Controle
duais do Cadastro Único e do PBF, oferece o curso
Social” dentro do Sistema de Gestão do Programa
presencial Gestão do Cadastro Único e do Progra-
Bolsa Família (SIGPBF) sempre respeitando a pari-
ma Bolsa Família, do qual podem participar os
dade entre sociedade e governo, pois essa forma de
membros do Controle Social. Para que essa partici-
composição possibilita compartilhar responsabilida-
pação ocorra, os conselheiros deverão solicitar ao
des e proporciona transparência às ações do poder
gestor municipal a inscrição no curso. O gestor mu-
público, garantindo o acesso das famílias mais po-
nicipal encaminha a solicitação para o Coordenador
bres à política de transferência de renda.
Estadual e, de acordo com a disponibilidade de
vagas e o cronograma de oferta de turmas pelo
Estado, a solicitação será atendida.
5.6 Considerações Finais
O Ministério recentemente disponibilizou, no âmbito
Ressalta-se o papel fundamental do município para
do CapacitaSUAS, uma capacitação específica para
o fomento do controle social como mecanismo im-
conselheiros municipais, estaduais e do Distrito
portante de fortalecimento da cidadania. O controle
Federal, com o objetivo de desenvolver conheci-
social possibilita ao cidadão contribuir na formulação
mentos, habilidades e atitudes necessários ao exer-
de políticas públicas, verificar o atendimento das
cício do controle social do SUAS, qualificando a
necessidades da população e a fiscalização perma-
atuação política e institucional e contribuindo para o
nente da aplicação dos recursos públicos. Sendo
protagonismo dos Conselhos no desenvolvimento
assim, o município deve garantir a atuação plena
da política de Assistência Social.
das atividades do Conselho, observando se o res-
pectivo colegiado é composto por igual quantidade
de representantes da sociedade civil e do governo e
se há independência no funcionamento, de modo
que as ações não sofram interferência de interesses
alheios aos do público-alvo do Programa.

30
6. Índice de Gestão Descentralizada

6.1 Baixa Execução Financeira do IGD-M sobre sugestões para o planejamento de


ações com o uso do IGD-M (pp. 26 a 39).
O gestor do PBF e do Cadastro Úni-
co no município deve estar ciente de
que o IGD-M vem contribuir para que
6.2 Gestão Orçamentária
os municípios busquem, de forma
continuada, aprimorar a gestão do programa. As O gestor do PBF e do Cadastro Úni-
ações a serem realizadas com esses recursos estão co no município deve estar ciente de
expressas no Decreto nº 5.209/2004 e na Portaria nº que o IGD-M vem contribuir para que
754/2010. Neste último normativo, está expresso os municípios busquem, de forma
também que ao gestor municipal cabe a responsabi- continuada, aprimorar a gestão do programa. As
lidade sobre a correta aplicação desses recursos, ações a serem realizadas com esses recursos estão
nas finalidades a que se destinam. expressas no Decreto nº 5.209/2004 e na Portaria nº
754/2010. Neste último normativo, está definido
Cabe a ele, juntamente com representantes das
também que ao gestor municipal cabe a responsabi-
áreas de Assistência Social, de Educação e de Saú-
lidade sobre a correta aplicação desses recursos.
de, entre outras (inclusive os responsáveis pelo
controle social e os próprios beneficiários), a res- Assim, é importante que o gestor municipal do PBF
ponsabilidade e a decisão sobre as ações em que e do Cadastro Único saiba que, no processo orça-
deve ser aplicado o recurso do IGD-M. É importante mentário, a despesa é classificada em três etapas:
ainda que o gestor municipal observe a correta apli- Planejamento, Execução e Controle e Avaliação. O
cação dos recursos, de acordo com a Lei nº 8.666, Planejamento abrange, de modo geral, a fixação da
de 21 junho de 1993, para os procedimentos de despesa orçamentária, a programação orçamentária
licitação e contratação, observando ainda o que e financeira e o processo de licitação e contratação.
dispõem a esse respeito as legislações estadual e Os estágios da Execução da despesa orçamentária
municipal. pública, na forma prevista na Lei nº 4.320/1964, são
o de empenho, o de liquidação e o de pagamento.
O Termo de Adesão, que consta no anexo I da Por-
Já a etapa de Controle e Avaliação consiste na fis-
taria nº 246/2005, define uma série de responsabili-
calização realizada pelos órgãos de controle e pela
dades para as partes envolvidas na execução do
sociedade, visando à avaliação da ação governa-
programa: o MDSA, a CAIXA e o município. Assim,
mental, da gestão dos administradores públicos e da
é necessário que a Gestão Municipal esteja ciente
aplicação de recursos públicos por entidades de
das atribuições ali definidas como de sua responsa-
direito privado, por meio da fiscalização contábil,
bilidade. No mesmo sentido, o gestor municipal deve
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial.
conhecer e dominar o artigo 2º da Portaria nº
754/2010. Nele estão dispostas as áreas em que o Concluído o planejamento, o gestor municipal do
município deve desenvolver atividades para a me- PBF e do Cadastro Único deverá definir, juntamente
lhoria do PBF e do Cadastro Único no município, com a área de Contabilidade, Orçamento e Finanças
utilizando os recursos do IGD-M. São atividades de da Prefeitura, em quais modalidades de aplicação
desenvolvimento e aprimoramento da gestão de (custeio/investimento) os recursos serão inseridos
condicionalidades, benefícios, acompanhamento no orçamento municipal. Além da conciliação entre o
familiar, ações complementares, cadastramento de planejado e o que efetivamente será incorporado ao
famílias e fiscalização do programa. orçamento do exercício em curso, deve ser obser-
vado se os recursos foram alocados em funcional
Recomenda-se a leitura e a compreensão dos cita-
programática própria da Assistência Social, na ação
dos normativos, bem como do capítulo do Caderno
denominada “Gestão do Programa Bolsa Família”.

31
Caso isso não tenha ocorrido, deve-se criar essa 3 ‒ Recursos recebidos e empenhados, mas não
rubrica e realizar o devido remanejamento dos valo- liquidados/pagos no final do exercício anterior: os
res orçados. Outra questão importante a ser obser- municípios que realizaram ações a serem pagas
vada é se a funcional programática tem, no seu com recursos do IGD e já empenharam os valores
descritor, a abrangência de todas as atividades po- mas até o final do exercício não efetivaram o paga-
tenciais a serem custeadas com os recursos recebi- mento devem inscrever os valores empenhados e
dos. não pagos como restos a pagar. A Lei de Respon-
sabilidade Fiscal estabelece que o limite a ser inscri-
Seguem orientações de como lidar com os recursos
to como restos a pagar será o valor financeiro dis-
recebidos:
ponível para pagamento dentro do exercício (art. 36
1 ‒ Recursos recebidos, incorporados ao orçamento da Lei nº 4.320/64). Os valores inscritos em restos a
e não utilizados no exercício anterior: se o município pagar deverão ser caracterizados como processa-
recebeu os recursos financeiros e os incorporou ao dos (documento fiscal recebido e atestado para
orçamento municipal, mas não efetuou gastos parci- pagamento, não pago no exercício) ou não proces-
ais ou totais, esses recursos deverão ser reprogra- sados (documento fiscal ainda não recebido, que
mados no orçamento do exercício seguinte como será pago ou não no exercício seguinte).
crédito adicional suplementar (art. 41, inciso I, da Lei
4 ‒ Saldo de recursos: o saldo dos recursos finan-
nº 4.320/64), a título de superávit financeiro (art. 43,
ceiros repassados pelo FNAS aos FAS dos municí-
§ 1º, inciso I, e § 2º, da Lei nº 4.320/64).
pios, Estados e Distrito Federal, decorrente de trans-
2 ‒ Recursos recebidos e ainda não incorporados ao ferências para apoio financeiro à gestão do Progra-
orçamento vigente: se o município recebeu os re- ma Bolsa Família, existente em 31 de dezembro de
cursos financeiros mas ainda não os incorporou ao cada ano poderá ser reprogramado no exercício
orçamento municipal, esses recursos serão conside- seguinte, desde que não esteja comprometido, nos
rados no orçamento vigente como excesso de arre- termos do art. 73 da Lei nº 4.320/64.
cadação (art. 43, § 3º, da Lei nº 4.320/64) e deverão
Recomenda-se a leitura do Manual do Índice de
ser programados como crédito adicional suplemen-
Gestão Descentralizada Municipal do Programa
tar ou especial (art. 41, incisos I e II, da Lei nº
Bolsa Família e do Cadastro Único - Caderno do
4.320/64).
IGD-M, de abril de 2012 (pp. 39 a 43).

32
anexo I

MODELO DE TERMO DE DECLARAÇÃO

1) Eu,____________________________________________________,NIS _____________________,
declaro, sob as penas da lei, que todas as pessoas listadas abaixo moram no meu domicílio e possuem o
seguinte rendimento total detalhado para cada pessoa, incluindo remuneração de doação, de trabalho ou de
outras fontes:

RELAÇÃO DOS COMPONENTES DA UNIDADE FAMILIAR MORADORES DO DOMICÍLIO


Data de
Nº NOME Ocupação Renda Bruta Mensal
Nascimento
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12

2) Declaro estar ciente de que:


 As famílias que podem participar do Programa Bolsa Família são aquelas com renda mensal por
pessoa de até R$ 85,00 ou aquelas com renda mensal por pessoa até R$ 170,00 que possuem crianças ou
adolescentes de 0 a 17 anos, mulheres grávidas ou que estão amamentando;
 É ilegal deixar de declarar informações ou mesmo prestar informações falsas para o Cadastro Úni-
co, com o objetivo de participar ou de se manter no Bolsa Família, ou em qualquer outro programa social.
As famílias que fraudam o Bolsa Família terão o benefício cancelado e serão obrigadas a devolver todos os
valores recebidos indevidamente, além de responder penal e civilmente pelas fraudes cometidas; e
 A qualquer tempo poderei receber visita domiciliar de Servidor do município para avaliar se a situa-
ção socioeconômica da minha família está de acordo com as informações prestadas no Cadastro Único.

Assumo o compromisso de atualizar o cadastro sempre que ocorrer alguma mudança nas informações ou
condições de minha família, como endereço, rendimento e trabalho, nascimento ou óbito, entre outras.

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Local e data

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Assinatura do Responsável pela Unidade Familiar

33
SENARC

Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário


Secretaria Nacional de Renda de Cidadania
Departamento de Operação
Coordenação-Geral de Acompanhamento e Fiscalização
OUTUBRO DE 2016

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