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A Informática aplicada à Educação envolve a aplicação de diferentes ferramentas computacionais para

apoiar os processos de ensino e de aprendizagem nas mais variadas áreas e disciplinas, tais como
Matemática, Física, Química, Língua Portuguesa, enfim, em todas as áreas do conhecimento humano.
Você, como futuro Licenciado em Ensino de Informática, poderá actuar em escolas de ensino secundário
e médio técnico profissional ou mesmo superior, lecionando aulas específicas de Informática, o que
conhecemos como Educação em Informática (TIC, programação, redes, etc.), mas também auxiliando os
professores de diferentes disciplinas a utilizarem ferramentas informatizadas para apoiar suas aulas.
Para que isso tudo ocorra de forma harmônica e suave, precisas de conhecer a estrutura do Sistema
Nacional de Educação (SNE), é este sistema que estabelece as bases e directrizes da educação em
Moçambique.
A Lei do SNE - Lei nº 18/2018 de 28 de Dezembro

• Esta Lei estabelece o regime jurídico do Sistema Nacional de Educação na


República de Moçambique e aplica-se à todas as instituições de ensino
públicas, comunitárias, cooperativas e privadas que implementam SNE.
• O SNE foi estabelecido em 1983 no intuito de proporcionar educação para
todos em Moçambique
• 1ª adequação: em 1992 com a introdução da Lei 6/92 de 6 de Maio
• 2ª adequação: através da Lei nº 18/2018 de 28 de Dezembro.
Objectivos
• São objectivos gerais do SNE (Artigo 5, Secção III):

• Erradicar o analfabetismo ….

• Garantir a educação básica inclusiva a todo cidadão ….

• Assegurar a todo cidadão o acesso à educação e à formação profissional …

• Formar o cidadão com uma sólida preparação científica, técnica, cultural e física ….

• Promover o uso das TIC;

• Formar o professor como educador e profissional consciente ….

• Formar cientistas e especialistas devidamente qualificados ….

• Desenvolver a sensibilidade técnica e capacidade artística da criança ….

• Valorizar as línguas, cultura e histórias moçambicanas ….

• Desenvolver as línguas nacionais, ….

• Desenvolver o conhecimento da língua portuguesa como língua oficial ….

• Promover o acesso à educação e a retenção da rapariga ….


Estrutura do SNE
• O SNE está estruturado em subsistemas da seguinte forma (Artigo 9, Secção I):
• Subsistema de Educação Pré-Escolar
• Subsistema de Educação Geral
• Subsistema de Educação Profissional
• Subsistema de Educação de Adultos
• Subsistema de Educação e Formação de Professores
• Subsistema de Ensino Superior

• Subsistema de Educação Pré-Escolar;


• A educação pré-escolar é a que se realiza em creches e jardins de infância para crianças com
idade inferior a 6 anos (Artigo 10).
Estrutura do SNE
• Subsistema de Educação Geral;
• O subsistema de Educação Geral é o eixo central do SNE que confere a formação integral base para o ingresso
em cada nível subsequente dos diferentes subsistemas e compreende (Artigo 11, Secção III):

• Ensino Primário;
• O ensino primário é o nível inicial de escolarização da criança na aquisição de conhecimentos, habilidades,
valores e atitudes fundamentais para o desenvolvimento harmonioso da sua personalidade.
• O ensino primário realiza-se em duas modalidades:
• (i) modalidade monolingue, em língua portuguesa e

• (ii) modalidade bilingue em uma língua moçambicana, incluíndo a língua de sinais e em lingua portuguesa e, compreende seis
classes organizadas em dois ciclos de aprendizagem:
• 1º ciclo, de 1ª a 3ª classe;

• 2º ciclo, de 4ª a 6ª classe.
Estrutura do SNE
• Ensino Secundário.
• O ensino secundário compreende seis classes organizadas em dois ciclos de aprendizagem:
• 1ºciclo, da 7ª a 9ª classes;

• 2º ciclo, da 10ª a 12ª classes.

• Subsistema de Educação Profissional;


• A educação profissional constitui o principal instrumento para a formação profissional da força de trabalho
qualificada, necessária para o desenvolvimento económico e social do país (Artigo 15, Secção V).

• A educação profissional compreende:


• Ensino Técnico Profissional;

• Formação Profissional;

• Formação Profissional Extra-Institucional;

• Ensino Superior Profissional.


Estrutura do SNE
• Subsistema de Educação de Adultos;
• A educação de adultos é o subsistema em que se realiza a alfabetização e educação para o jovem e
adulto, de modo a assegurar uma formação científica geral e o acesso aos vários níveis de educação
técnico-profissional, ensino superior e formação de professores (Artigo 14, Secção IV).
• Este subsistema compreende:
• (i) O ensino primário e
• (ii) O ensino secundário.
• Tem acesso a este subsistema:
• O indivíduo com idade a partir dos 15 anos, para o nível primário;

• O indivíduo com idade a partir dos 18 anos, para o nível secundário.

• A educação de adultos realiza-se em duas modalidades, a monolingue e a bilingue.


Estrutura do SNE

• Subsistema de Educação e Formação de Professores;


• Este subsistema regula a formação de professores para os diferentes
subsistemas (Artigo 16) e é ministra por instituições de ensino legalmente
estabelecidas, cabendo ao ministério que tutela a área de educação, a definição
de normas gerais da educação e formação de professores.
Estrutura do SNE

• Subsistema de Ensino Superior.


• A este subsistema compete assegurar a formação ao nível mais alto nos
diversos domínios do conhecimento técnico, científico e tecnológico
necessário ao desenvolvimento do país.

• O ensino superior destina-se aos graduados da 12ª classe do ensino geral ou


equivalente (Artigo 17, Secção VII).
“Não existem Políticas Públicas neutras, elas carregam sempre concepções
científicas, ideológicas, correlações de forças. As Políticas Públicas
carregam ideários da realidade, visões sobre o mundo e sobre o que precisa
ser criado ou modificado nele. ”
O Percurso
• A entrada de Moçambique na Sociedade de Informação começou na década 90
com os primeiros serviços de Internet dialup fornecidos pelo CIUEM, a partir de
1993.

• O modelo de inclusão digital promovido pela política pública moçambicana foi a


promoção de competências e manuseamento de ferramentas informáticas.

• Para tal, foram mobilizados alguns actores nacionais.

• CPI – CIUEM – UTICT – UTRAFE – INCM - GABINFO – MT - MCT


Entidades Envolvidas

• Comissão para a Política Informática – CPI: Elaborar a política informática do


país;
• Ministério da Ciência e Tecnologia - MCT;
• Ministério dos transportes e Comunicações - MTC;
• Unidade Técnica de implementação da Política de informática - UTICT;
• Unidade Técnica de Reforma da Administração Financeira do Estado, UTRAFE;
• Instituto Nacional de Comunicações de Moçambique - INCM,
• Gabinete de Informação - GABINFO e
• Centro de Informática da Universidade Eduardo Mondlane - CIUEM.
Atribuições

• As principais tarefas destes actores de política nacional de informática consistiam


em:
• impulsionar e supervisionar a elaboração da Política de Informática;
• formulação e coordenação de Políticas e Estratégias de Ciência e Tecnologias;
• normalização e regulamentação;
• promoção da valorização de conhecimento local; protecção de direitos de propriedade; elaboração
de Políticas de Comunicação e de Acesso Universal;
• implementação da Política Informática, elaboração de projectos de legislação e regulamentação;
regular a interligação das redes e a interoperacionalidade dos serviços públicos de
telecomunicações, atribuição de licenças; garantir o apoio ao desenvolvimento do sector de
comunicação social em Moçambique e formação de quadros superiores do sector das TIC
• SchoolNet Mozambique
• MoRENet
• Telecentros
• CPRD - Centros Provinciais de Recursos Digitais
• Centros Multimédia Comunitários (CMC)
• Vilas do Milénio
• Rede Electrónica do Governo
• Praças Digitais
O Percurso
• Estas intenções foram operacionalizadas por meio de diferentes acções e projectos,
entre eles:
• Projecto SchoolNet Mozambique
• Iniciado em 1998 sob o nome de “Internet para as Escolas”, como o primeiro e mais relevante
projecto nacional para introduzir as TIC nas escolas.

• NEPAD eSchools Mz
• A Nova Parceria para o Desenvolvimento de África (NEPAD) desenvolveu uma iniciativa
denominada eSchools que teve como objectivos desenvolver competências no âmbito das TIC
nos jovens africanos
O Percurso
• Projecto “Um computador por aluno”

• A associação One Laptop per Child, em parceria com o Ministério da Educação,


desenvolveu um projecto homónimo que em Português é denominado “Um computador
por aluno”.

• Iniciado em 2010, tem como objectivo munir todas as crianças de um computador de


baixo custo «netbook»,

• Foram distribuídos 3000 computadores vocacionados para o ensino primário que foram
alocados a 3 escolas do país (uma da zona sul, uma da zona centro e uma da zona norte)
pela 3ª, 4ª e 5ª classe.
O Percurso
• MoRENet
• A MoRENet é uma das iniciativas do
Ministério de Ciência e Tecnologia no âmbito
das TIC e tem como principal objectivo
estabelecer uma rede de dados nacional que vai
interligar as diversas instituições de
investigação, pesquisa e ensino superior em
Moçambique.
O Percurso
• Telecentros

• Telecentro é um espaço público onde pessoas


podem utilizar computadores, internet e outras
tecnologias digitais que permitem coletar
informações, criar, aprender e comunicar-se
com outras pessoas, enquanto desenvolvem
habilidades digitais essenciais do século XXI.
O Percurso

• Centros Provinciais de Recursos Digitais

• Os Centros Provinciais de Recursos Digitais podem ser vistos como


um apoio à extensão da GovNet às províncias.

• Trata-se de mecanismos organizacionais que permitem localizar, num


determinado local, um conjunto de infra-estruturas e conhecimentos
necessários para ligar os vários organismos às TIC.
O Percurso
• Centros Multimédia Comunitários (CMC)
• Os Centros Multimédia Comunitários (CMC) são
uma tipologia particular de telecentros, estes
possuem o telecentro e a componente de rádio
comunitária.
• A rádio geralmente transmite os seus programas
na língua local da região onde está instalada e na
língua oficial
O Percurso

• Vilas do Milénio

• Outra tipologia relevante de acesso às TICs em Moçambique são as


chamadas Vilas do Milénio, trata-se de uma iniciativa que explora um
modelo focado em apoiar as comunidades rurais, combinando meios
locais sustentáveis e os avanços na ciência e tecnologia.
O Percurso
• Rede Electrónica do Governo

• A Rede Electrónica do Governo, denominada GovNet, é uma iniciativa que foi


desenvolvida pelo INTIC, sob a alçada do Ministério da Ciência e Tecnologia,
tendo sido iniciada em 2003.

• Este projecto consiste no desenvolvimento de uma rede de comunicação de dados


do Estado que tem por objectivo interligar todas as instituições públicas.

• Actualmente todas as províncias de Moçambique estão ligadas à GovNet.


O Percurso
• Praças Digitais

• Praças Digitais são espaços públicos que podem ser jardins, praças, praias ou outro
tipo de espaço onde a população pode aceder gratuitamente ao serviço de Internet.

• As Praças funcionam diariamente, permitindo a população aceder à Internet a


qualquer hora do dia.

• Em cada Praça podem estar conectados simultaneamente 180 utilizadores, com um


tempo de utilização de 1 hora.

• Todas as Praças estão ligadas a um acesso em fibra óptica assegurando uma


velocidade mínima de 10Mbps dedicados

• Compete ao INCM fazer a gestão remota das Praças


Informática e Currículo

• Tem sido difícil para a Informática estabelecer-se enquanto disciplina de


direito próprio no currículo escolar

• No nosso país, a Informática (entenda-se TIC) enquanto disciplina escolar


surge pela primeira vez como resultado do processo de Transformação
Curricular do Ensino Secundário Geral (TCESG) ocorrida em 2010

• As TIC foram introduzidas na 10ª classe como disciplina, visando


desenvolver no aluno habilidades relacionadas com a busca e sistematização
metódica de informação, com recurso a vários meios de comunicação.
Disciplinas Profissionalizantes do ESG
Disciplinas profissionalizantes
Disciplinas Conhecimentos, Habilidades Valores
Utilizar as TIC´s de forma interactiva no acesso à informação e ao conhecimento; Usar as
TIC’s
TIC´s na busca, sistematização de informação e na pesquisa.
Desenhar um plano de acções para a implantação de uma actividade de rendimento, a Igualdade liberdade
Noções de partir da identificação de oportunidades locais; Utilizar as competências desenvolvidas Justiça
Empreendedorismo nesta disciplina na identificação de oportunidades relacionadas com a agro-pecuária, Solidariedade
turismo, entre outros. humildade
Aplicar novas técnicas de produção agro-pecuária e de gestão de recursos naturais na Honestidade
comunidade; Aplicar as competências desenvolvidas nesta disciplina para a resolução dos Tolerância
Agro-pecuária
problemas da segurança alimentar nas comunidades; Conceber microprojectos de Responsabilidade
produção. Perseverança Amor
Conhecer as perspectivas de desenvolvimento do turismo, produtos e destinos turísticos de à pátria Amor à
Turismo
Moçambique; Discutir o impacto do turismo no ambiente e no desenvolvimento do país; verdade Respeito
Intrdução à Psicologia e Reconhecer a importância da docência. Aplicar as noções básicas relacionadas com o
Pedagogia processo de ensinoaprendizagem; Conhecer conceitos básicos da didáctica geral.
Objectivos por Classe
• Objectivos da 10ª classe

• Ao terminar a classe os alunos devem ser capazes de:

• Realizar a manutenção adequada dum sistema operativo;

• Identificar o aplicativo adequado para o tratamento de cada tipo de informação;

• Rentabilizar as Tecnologias de Informação e Comunicação nas tarefas de construção do conhecimento em diversos contextos do mundo actual;

• Mobilizar conhecimentos relativos à estrutura e funcionamento básico dos computadores;

• Utilizar as funções básicas do sistema operativo de ambiente gráfico, fazendo uso das aplicações informáticas usuais;

• Evidenciar proficiência na utilização e configuração de sistemas operativos de ambiente gráfico;

• Configurar e personalizar o ambiente de trabalho;

• Utilizar as potencialidades de pesquisa, comunicação e investigação cooperativa da Internet, do correio electrónico e das ferramentas de comunicação em

tempo real;

• Utilizar um processador de texto e um aplicativo de criação de apresentações;

• Aplicar as suas competências em TIC em contextos diversificados.


Objectivos por Classe
• Objectivos da 11ª classe

• Ao terminar a classe os alunos devem ser capazes de:

• Selecionar, recolher e organizar informação;

• Desenvolver a autonomia, a criatividade, a responsabilidade, e a capacidade de realização de trabalhos em equipa;

• Promover abertura à mudança, à diversidade cultural e ao conhecimento de uma cidadania responsável através das TIC;

• Promover o desenvolvimento de competências na utilização das tecnologias de informação e comunicação;

• Desenvolver a capacidade de pesquisar, tratar, produzir e comunicar informação;

• Promover as práticas que estejam relacionadas com os condicionalismos das profissões da área de Informática;

• Utilizar as TIC no processo de interação com a comunidade para o levantamento de necessidades, ouvir opiniões e propor

projectos;
Objectivos por Classe

• Objectivos da 12ª classe

• Ao terminar a classe os alunos devem ser capazes de:

• Dominar os conceitos básicos de Base de dados, programação e segurança;

• Criar e usar a base de dados no tratamento e armazenamento da informação;

• Conhecer as principais fases da elaboração de um projecto e saber implementa-lo

• Avaliar convenientemente um projecto;

• Aplicar os conhecimentos sobre a segurança de computadores.


Plano Tecnológico da Educação

• Em 2011 foi aprovado o primeiro Plano Tecnológico da Educação em


Moçambique para um horizonte de 15 anos (2011-2026), que de alguma forma
constituiu um marco importante para o estabelecimento de um programa
integrado de introdução de TIC's na Educação.
• O Plano abarcava os principais aspectos que concernem ao sector da Educação,
nomeadamente as questões de acesso às tecnologias, através do apetrechamento
das instituições com equipamentos, do currículo e dos conteúdos.
• A implementação do Plano não teve o êxito desejado.
O Novo Plano Tecnológico – PTE 2018

• O MINEDH optou em redesenhá-lo, tendo elaborado uma nova versão, com


a seguinte missão:

“Modernizar as escolas moçambicanas, através da criação e melhoria


das infraestruturas, acesso à internet e conteúdos digitais,
desenvolvendo competências inovadoras e uma gestão eficaz e
eficiente do processo de ensino-aprendizagem.” (PTE, 2018:17)

• Esta missão é consubstanciada em cinco pilares, a saber:


O Novo Plano Tecnológico – PTE 2018

• Pilar 1: ambientes de aprendizagem seguros e baseados nas necessidades escolares


• Cobrindo entre os aspectos o O apetrechamento em equipamentos, sua segurança, manutenção e reposição. O
acesso à conectividade é tratado neste pilar. Priorizando as escolas secundárias e IFPs,

• Pilar 2: desenvolvimento de recursos educacionais de qualidade e acessíveis


• Este pilar cobre as estratégias para o acesso inclusivo (produção e partilha) de conteúdos digitais e
adaptação/adopção de Conteúdos Educacionais Abertos (REA).

• Pilar 3: capacitação de recursos humanos Para o sector da educação


• Este pilar parte do pressuposto de que os professores e directores de escolas são a chave para a
implementação com sucesso da PTE, por isso, sua capacitação em TIC´s é prioritário.
O Novo Plano Tecnológico – PTE 2018

• Pilar 4: desenvolvimento de competências e habilidades digitais inovadoras


entre os estudantes
• Nesta área, serão priorizadas acções para a formação dos alunos, em particular do ESG e da
FP em uso dos equipamentos, softwares informáticos mais comuns, pensamento
computacional, pensamento crítico e metodologias de trabalho colaborativo, baseado em
projectos e resolução de problemas – ingredientes fundamentais para a inovação e
criatividade.

• Pilar 5: sistema de informação e gestão Para a educação


• Priorizada a formação e capacitação de gestores escolares e do sistema de ensino.
Professor de TIC ensinando seus alunos o MS Word, sem nenhum computador
1. Elabore um plano de aula para a cadeira de TIC, 12ª classe sobre a
“Introdução à Base de Dados.
Boa aprendizagem!

Medir é saber!

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