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PROJETO DE LEI N.º _ / V / (3.ª)

CRIA O FUNDO PARA O DESENVOLVIMENTO DO PARQUE ESCOLAR

EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS

Enquanto direito fundamental do cidadão constitucionalmente consagrado, a educação


constitui o principal instrumento para o desenvolvimento intelectual, cognitivo e social
das crianças e jovens timorenses, contribuindo, ainda, de forma inequívoca, para a
superação das desigualdades económicas, sociais e culturais existentes no país e,
consequentemente, para a criação de uma sociedade que se pretende justa e igualitária.

Compete ao Estado, a remoção das consideráveis barreiras que ainda subsistem neste
domínio, assegurando que todas as crianças e jovens timorenses possam usufruir de um
ensino de qualidade, independentemente da sua condição socioeconómica ou localização
geográfica, reconhecendo, ainda, os variados talentos e as múltiplas capacidades que
todos seguramente possuem.

Para além da melhoria dos índices no acesso à educação - que se pretende inclusiva e
universal - Timor-Leste necessita incrementar a qualidade das infraestruturas, dos
equipamentos e dos serviços escolares que no ensino básico e secundário são
disponibilizados por forma a alcançar resultados de aprendizagem que se julguem
adequados e que a todos possam orgulhar.

Torna-se, assim, evidente, a necessidade de expandir o investimento no sistema de


educação, apoiado na criação de um mecanismo de financiamento que permita a
implementação de um conjunto de projetos ao nível das infraestruturas, equipamentos e
serviços escolares, capazes de, per si, estimular o desenvolvimento do Parque Escolar
destinado ao ensino básico e secundário, bem como a capacidade intelectual, cognitiva e
social, nas suas variadas vertentes, das crianças e jovens que frequentam os níveis de
ensino referidos.

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Neste sentido e face ao exposto, os Deputados abaixo assinados apresentam, em


conformidade com o disposto na alínea a), n.º1, do artigo 97.º, da Constituição da
República Democrática de Timor-Leste, alínea b), n.º1, do artigo 9.º, artigo 90.º e n.º 1
do artigo 91.º do Regimento do Parlamento Nacional, o seguinte projeto de lei:

LEI N.º /

de de

CRIA O FUNDO PARA O DESENVOLVIMENTO DO PARQUE ESCOLAR

(ENSINO BÁSICO E SECUNDARIO)

A educação constitui um direito fundamental do cidadão e o principal instrumento para o


desenvolvimento económico e social de Timor-Leste, favorecendo a criação de uma
sociedade que se pretende justa e igualitária, facilitando, ainda, a superação das
desigualdades económicas, sociais e culturais que ainda subsistem no país.

Como garantia do direito à educação e em conformidade com o estatuído no artigo 59.º


da Constituição da República Democrática de Timor-Leste, impõe-se ao Estado a criação
de um sistema público de ensino universal, obrigatório e, na medida das suas
possibilidades, gratuito, garantindo, ainda, o direito a uma justa e efetiva igualdade de
oportunidades no acesso e sucesso escolares capaz de, per si, por fim ao ciclo de pobreza
intergeracional existente no país.

Compete ao Estado, a remoção das barreiras no acesso à educação e assegurar que todas
as crianças e jovens timorenses possam aceder a um ensino de qualidade,
independentemente da sua condição socioeconómica ou localização geografia,
promovendo o tão desejável desenvolvimento equitativo e sustentável do país, o respeito
pela diversidade, reconhecendo, ainda, os variados talentos e as múltiplas capacidades
que todos seguramente possuem.

Para além da melhoria no acesso à educação - que se pretende inclusiva e universal -


Timor-Leste necessita incrementar a qualidade das infraestruturas escolares destinadas ao

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ensino básico e secundário, possibilitando, ainda, o acesso dos estudantes com


necessidades especiais, por forma a alcançar resultados de aprendizagem que sejam
mensuráveis e por todos reconhecidos.

Torna-se, assim, evidente, a necessidade de expandir o investimento no sistema de


educação, designadamente na criação de um mecanismo de financiamento que permita
implementar um conjunto de projetos de construção, manutenção e reabilitação
infraestruturas escolares básicas, linhas de distribuição de eletricidade, provisão de água
e saneamento, aquisição de equipamentos, implementação e manutenção de bibliotecas,
ação social escolar e fornecimento de serviço de internet, entre outros, de modo a
proporcionar a todos as crianças e jovens timorenses a frequência de um ensino básico e
secundário de qualidade que permita o seu desenvolvimento intelectual e cognitivo, nas
suas variadas vertentes, bem como, a participação ativa no desenvolvimento económico,
social e político do país.

Considerando o exposto, o Parlamento Nacional decreta, nos termos da alínea d) do n.º 3


do artigo 95.º e do n.º 1 do artigo 145.º da Constituição da República, para valer como
lei, o seguinte:

Capítulo I

Disposições gerais

Artigo 1.º

Objeto e âmbito

1. O presente diploma cria o fundo denominado Fundo para o Desenvolvimento do Parque


Escolar, abreviadamente designado por “Fundo”.

2. O objeto da presente lei abrange a natureza, fins, objetivos, administração, gestão


administrativa, financeira, patrimonial e operacional do Fundo, bem como o
aprovisionamento e a fiscalização administrativa e financeira.

3. Para efeitos do presente diploma, a designação “Parque Escolar” compreende os


estabelecimentos públicos destinados ao ensino básico e secundário.

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Artigo 2.º

Natureza

1. O Fundo para o Desenvolvimento do Parque Escolar é um fundo autónomo integrado


na administração indireta do Estado, dotado de personalidade jurídica, autonomia
administrativa, financeira e patrimonial, e com receitas próprias.

2. O Fundo é presidido pelo Ministro da Educação, Juventude e Desporto e tutelado nos


termos da lei.

Artigo 3.º

Regime jurídico

O Fundo rege-se pelas disposições do presente diploma e pela Lei n.º 13/2009, de 21 de
outubro, alterada pela Lei n.º 9/2001, de 17 de agosto e pela Lei n.º 4/2013, de 7 de agosto,
Orçamento e Gestão Financeira.

Artigo 4.º

Fins

1. O Fundo para o Desenvolvimento do Parque Escolar destina-se a financiar projetos de


aquisição, construção, manutenção e reabilitação de:

a) Infraestruturas escolares básicas, incluindo estabelecimentos públicos de ensino


básico e secundário, espaços para a prática desportiva, laboratórios e bibliotecas;
b) Infraestruturas e serviços escolares de cariz social, incluindo refeitórios, postos
médicos e transporte escolar;
c) Infraestruturas e serviços escolares vocacionados para o desenvolvimento da
expressão artística, incluindo atividades de pintura, desenho, música e artes
plásticas;
d) Infraestruturas e serviços escolares vocacionados para o ensino das línguas
oficiais de Timor-Leste, incluindo a promoção e valorização da língua e cultura
timorenses e portuguesas;

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e) Linhas de distribuição de eletricidade e geradores de energia;


f) Provisão de água e saneamento;
g) Equipamento informático com acesso a internet;
h) Acessibilidades para estudantes portadores de deficiência física ou motora;
i) Outras infraestruturas, equipamentos ou serviços que promovam o
desenvolvimento do Parque Escolar destinado ao ensino básico e secundário, bem
como o desenvolvimento da capacidade intelectual, cognitiva e social das crianças
e jovens timorenses através do ensino e da aprendizagem.

2. O capital e demais receitas do Fundo, só podem ser alocados aos fins mencionados no
n. º1 do presente artigo.

Artigo 5.º

Objetivos

São objetivos do Fundo:

a) Assegurar a aquisição, construção, manutenção e reabilitação de infraestruturas


escolares básicas, infraestruturas de cariz social, equipamentos e serviços
escolares destinados aos estabelecimentos públicos de ensino básico e secundário
em função da política de investimento do Fundo, reconhecendo, ainda, os
procedimentos capazes de proporcionar a efetiva integração no processo
educativo;
b) Garantir a adoção de padrões uniformes sobre as infraestruturas, equipamentos e
serviços destinados aos estabelecimentos de ensino básico e secundário em função
da política de investimento do Fundo e a sua efetiva adequação ao contexto local
onde se inserem;
c) Assegurar a implementação de programas educativos, de carater didático e
cultural, através de meios próprios ou em parceria com entidades relacionadas,
em conformidade com o conteúdo dos programas do currículo nacional;
d) Promover a eficiência, transparência e a responsabilidade relativamente à
execução dos projetos financiados pelo Fundo;

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e) Assegurar a gestão, monitorização e fiscalização dos projetos contratados sob


financiamento do Fundo;
f) Fomentar os investimentos nas áreas de intervenção do Fundo, que contribuam
para o desenvolvimento do Parque Escolar, bem como, o desenvolvimento da
capacidade intelectual, cognitiva e social das crianças e dos jovens timorenses.

Artigo 6.º

Capital

1. O capital do Fundo é constituído e pode ser reforçado mediante proposta do Conselho


de Administração, devidamente aprovada pelo Conselho de Ministros.

2. O capital do Fundo é inscrito em sede de Orçamento Geral do Estado.

Artigo 7.º

Âmbito territorial

O Fundo para o Desenvolvimento do Parque Escolar tem âmbito territorial nacional.

Capítulo II

Estrutura orgânica

Secção I

Disposições gerais

Artigo 8.º

Órgãos

O Fundo para o Desenvolvimento do Parque Escolar integra os seguintes órgãos:


a) Conselho de Administração;
b) Conselho Fiscal;
c) Conselho Consultivo;
d) Secretariado Técnico do Desenvolvimento do Parque Escolar.

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Artigo 9.º

Vinculação

1. O Fundo para o Desenvolvimento do Parque Escolar obriga-se nos termos da lei.


2. Para atos de mero expediente é bastante a assinatura do responsável do Secretariado
Técnico de Desenvolvimento do Parque Escolar ou daquele a quem tal faculdade tenha
sido expressamente conferida por deliberação do Conselho de Administração.

Secção II

Conselho de Administração

Artigo 10.º

Natureza

1. O Conselho de Administração é a entidade responsável pelas operações do Fundo para


o Desenvolvimento do Parque Escolar, o qual é composto pelo membro do Governo
responsável pela educação, juventude e desposto, que preside, pelo membro do Governo
responsável pelas obras públicas, pelo membro do Governo responsável pelos transportes
e comunicações e pelo membro do Governo responsável pelas finanças.

Artigo 11.º

Competências

1. Compete ao Conselho de Administração a prática de todos os atos concernentes ao


objeto e à prossecução dos fins e objetivos do Fundo para o Desenvolvimento do Parque
Escolar, designadamente:

a) Assegurar a implementação e execução da política e estratégia definidas para os


projetos subordinados ao fins e objetivos do Fundo;
b) Definir os critérios de aprovação de projetos a financiar pelo Fundo e a
consequente estimativa de custos;
c) Aprovar as opções de financiamento para cada projeto a implementar;

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d) Coordenar a preparação da proposta de orçamento anual do Fundo e aprová-la


para submissão ao Conselho de Ministros e consequente inscrição em sede de
Orçamento Geral do Estado;
e) Aprovar planos e relatórios de atividades, de gestão e contas anuais do Fundo;
f) Autorizar pagamentos a serem processados através do Fundo;
g) Assegurar a monitorização e fiscalização da implementação e execução dos
projetos a financiar pelo Fundo, aprovando, ainda, os relatórios de execução por
projeto e contrato;
h) Aprovar a organização interna do Fundo;
i) Praticar os demais atos necessários à gestão do Fundo.

2. O Conselho de Administração pode delegar em qualquer dos seus membros as


competências previstas nas alíneas f) a i) do número anterior, mediante instrumento de
delegação que indique expressamente as competências delegadas.

Artigo 12.º

Funcionamento

1. O Conselho de Administração reúne mediante convocação do seu Presidente ou pela


maioria dos seus membros.

2. As deliberações do Conselho de Administração são tomadas por maioria simples dos


membros presentes, tendo o Presidente voto de qualidade em caso de empate.

3. Qualquer um dos membros pode fazer-se representar nas reuniões do Conselho de


Administração por outro membro, mediante comunicação escrita ao Presidente.

4. Quando convocado pelo Presidente, o responsável pelo Secretariado Técnico de


Desenvolvimento do Parque Escolar, pode participar nas reuniões do Conselho de
Administração, sem direito a voto, assumindo as funções de Secretário da Reunião.

5. Pode ainda participar nas reuniões do Conselho de Administração, sem direito a voto,
qualquer outra pessoa, que o Conselho de Administração delibere convidar a participar.

6. As deliberações do Conselho de Administração são fundamentadas e lavradas em ata.

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Artigo 13.º

Presidente do Conselho de Administração

1. Compete, em particular, ao Presidente do Conselho de Administração:

a) Convocar e presidir às reuniões do Conselho de Administração e assegurar o


cumprimento das respetivas deliberações;
b) Representar o Fundo para o Desenvolvimento do Parque Escolar;
c) Exercer as competências que lhe sejam delegadas pelo Conselho de
Administração.

2. O Presidente do Conselho de Administração é substituído nas suas ausências ou


impedimentos pelo membro que designar.

3. O Presidente do Conselho de Administração pode delegar as competências próprias


noutro membro do Conselho de Administração.

Secção III

Conselho Consultivo

Artigo 14.º

Natureza

1. O Conselho Consultivo é o órgão de consulta do Fundo para o Desenvolvimento do


Parque Escolar, ao qual cabe pronunciar sobre matérias de caráter científico, pedagógico
e de interação com a sociedade, em geral, relativamente aos projetos por aquele
financiados.

2. O Conselho Consultivo é presidido pelo Presidente do Conselho de Administração,


sendo composto, no máximo, por cinco membros, singulares ou coletivos, nacionais ou
estrangeiros, de reconhecido mérito nos domínios da sua atividade.

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Artigo 15.º

Competências

Compete ao Conselho Consultivo:

a) Reforçar a cooperação e a interação institucional entre o Fundo para o


Desenvolvimento do Parque Escolar e a comunidade;
b) Contribuir para a melhor orientação e definição estratégica na seleção dos projetos
e atividades a desenvolver e financiar pelo Fundo;
c) Elaborar estudos, propostas, pareceres e relatórios relacionados com a relevância
social e educativa dos programas e atividades a desenvolver pelo Fundo;
d) Emitir recomendações e formular sugestões sobre todos os assuntos de interesse
para o Fundo para o Desenvolvimento do Parque Escolar e que lhe sejam
remetidos pelo Conselho de Administração.

Artigo 16.º
Funcionamento

1. O Conselho Consultivo reúne mediante convocação do seu Presidente.

2. As deliberações do Conselho Consultivo são tomadas por maioria simples dos


membros presentes, tendo o Presidente voto de qualidade em caso de empate.

3. Qualquer um dos membros pode fazer-se representar por outro membro nas reuniões
do Conselho Consultivo mediante comunicação escrita ao Presidente.

4. Nas faltas ou impedimentos do Presidente do Conselho Consultivo, este designa o seu


substituto de entre os restantes membros do Conselho de Administração.

5. As deliberações do Conselho Consultivo são fundamentadas e lavradas em ata.

Secção IV

Conselho Fiscal

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Artigo 17.º

Natureza

1. O Conselho Fiscal é o órgão de fiscalização do Fundo de Desenvolvimento do Parque


Escolar, ao qual cabe velar pelo cumprimento das normas legais, aplicáveis e fiscalizar a
sua gestão económica e financeira.

2. O Conselho Fiscal é constituído por três membros designados pelo Conselho de


Administração, não podendo os mesmos integrar qualquer outro órgão do Fundo.

3. Os três membros do Conselho Fiscal designam entre si o seu Presidente.

Artigo 18.º

Competências

1. Compete ao Conselho Fiscal:

a) Fiscalizar a gestão económico-financeira do Fundo, nomeadamente através da


promoção de auditorias, emitindo parecer fundamentado ao Conselho de
Administração;
b) Examinar contas, balanços e documentos da contabilidade, emitindo parecer
fundamentado ao Conselho de Administração;
c) Exercer o controlo interno, podendo, para tanto, proceder ao exame de livros,
documentos, escrituração contabilística e administrativa, demais providências que
sejam consideradas necessárias;
d) Deliberar sobre as contas respeitantes ao ano fiscal anterior;
e) Deliberar periodicamente sobre o balancete das contas acompanhadas de
informações sumárias sobre as atividades do Fundo;
f) Exercer quaisquer outras competências, nos termos das normas legalmente
aplicáveis.

2. Para o exercício das suas competências, o Conselho Fiscal requer ao Conselho de


Administração documentos, informações e esclarecimentos sobre as atividades do Fundo.

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3. O Presidente do Conselho Fiscal pode assistir ou fazer-se representar por um membro


nas reuniões do Conselho de Administração do Fundo.

Artigo 19.º

Funcionamento

1. O Conselho Fiscal reúne mediante convocação do seu Presidente ou pela maioria dos
seus membros.

2. As deliberações do Conselho Fiscal são tomadas por maioria simples dos membros
presentes, tendo o Presidente voto de qualidade em caso de empate.

3. Qualquer um dos membros pode fazer-se representar nas reuniões do Conselho Fiscal
por outro membro, mediante comunicação escrita ao Presidente.

4. Nas faltas ou impedimentos do Presidente do Conselho Fiscal, este designa o seu


substituto de entre os restantes membros do Conselho.

5. As deliberações do Conselho Fiscal são fundamentadas e lavradas em ata.

Secção V

Secretariado Técnico do Desenvolvimento do Parque Escolar

Artigo 20.º

Natureza

1. O Secretariado Técnico do Desenvolvimento do Parque Escolar é o órgão de apoio


técnico e administrativo do Conselho de Administração do Fundo responsável pela
coordenação técnica, acompanhamento e monitorização dos projetos implementados no
âmbito do Fundo.

2. O Secretariado Técnico do Desenvolvimento do Parque Escolar é dirigido por um


diretor, nomeado pelo Conselho de Administração do Fundo.

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Artigo 21.º

Competências

Compete ao Secretariado Técnico do Desenvolvimento do Parque Escolar, na pessoa do


seu diretor:

a) Assessorar tecnicamente o Conselho de Administração acerca da relevância dos


projetos a implementar no âmbito da prossecução das atribuições e objetivos do
Fundo;
b) Assegurar os atos de gestão corrente do Secretariado e do Fundo;
c) Assegurar o regular funcionamento dos serviços;
d) Submeter a aprovação ou autorização do Conselho de Administração todos os atos
que dela careçam;
e) Secretariar as reuniões do Conselho de Administração, quando assim solicitado
pelo Presidente;
f) Exercer as demais competências que lhe forem delegadas pelo Conselho de
Administração.

Capítulo III

Gestão patrimonial e financeira

Secção I

Orçamento e património

Artigo 22.º

Orçamento do Fundo

A proposta de orçamento do Fundo é apresentada ao Parlamento Nacional como parte


integrante do Orçamento Geral do Estado, nos termos da Lei n.º 13/2009, de 21 de
outubro, alterada pela Lei n.º 9/2011, de 17 de agosto e pela Lei n.º 4/2013, de 7 de agosto,
Orçamento e Gestão Financeira.

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Artigo 23.º

Receitas

Constituem receitas do Fundo:

a) A dotação orçamental atribuída anualmente em sede de Orçamento Geral do


Estado;
b) Os rendimentos dos bens afetos pelo Estado ou pertencentes ao património
próprio do Fundo e que sejam por este utilizados no âmbito dos fins patrimoniais
da sua utilização;
c) Comparticipações ou donativos de entidades públicas ou privadas, nacionais ou
internacionais, no âmbito da prossecução das atribuições e objetivos do Fundo;
d) Outros rendimentos ou formas de financiamento resultantes de contratos, acordos
ou quaisquer outros legalmente admitidos.

Artigo 24.º

Despesas

Constituem despesas do Fundo:

a) As decorrentes do normal funcionamento do Fundo, bem como das competências


dos seus órgãos de administração, técnicos e de fiscalização;
b) As relativas à preparação, monitorização e fiscalização de contratos contraídos;
c) As decorrentes do uso e gestão de bens e equipamentos da responsabilidade do
Fundo;
d) Os encargos com pessoal, aquisição de bens ou serviços, próprios ou por
contratação de terceiros, bem como despesas de capital;
e) Quaisquer outras despesas necessárias no âmbito da prossecução das atribuições
e objetivos do Fundo.

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Artigo 25.º

Património

1. O capital do Fundo, bem como a universalidade do seu património, são passiveis de


constituir garantias das suas obrigações, nos termos da legislação em vigor.

2. Integram o património do Fundo os bens e direitos que resultem da prossecução das


suas atribuições e objetivos ou que lhe tenham sido atribuídos com essa afetação.

3. O património do Fundo responde pelas suas dividas e seus encargos nos termos
legalmente admitidos.

Secção II

Execução do orçamento e fiscalização

Artigo 26.º

Conta do Fundo

1. O Fundo tem uma conta oficial na qual são creditadas as receitas e debitadas as
despesas do Fundo, nos termos do disposto no diploma sobre execução orçamental.

2. Ressalvando as necessárias adaptações em virtude da natureza jurídica do Fundo, a


conta oficial cumpre as disposições legais aplicáveis às contas oficiais bancárias.

Artigo 27.º

Autorização da despesa

A execução da despesa, bem como o processamento de pagamentos no respetivo ano


financeiro depende de prévia autorização do Conselho de Administração, ou de quem este
delegar a competência para o efeito.

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Artigo 28.º

Aprovisionamento

O processo de aprovisionamento no âmbito do Fundo é realizado nos termos previstos no


Regime Jurídico do Aprovisionamento.

Artigo 29.º

Controlo financeiro

O controlo da execução do orçamento e do exercício das responsabilidades financeiras do


Fundo ficam sujeitas ao regime previsto na Lei 13/2009, de 21 de outubro, alterada pela
Lei n.º 9/2011, de 17 de agosto e pela Lei n.º 4/2013, de 7 de agosto, Orçamento e Gestão
Financeira.

Artigo 30.º

Fiscalização administrativa e financeira

A fiscalização e inspeção administrativa e financeira do Fundo é assegurada, nos termos


da lei, pela Câmara de Contas do Tribunal Superior Administrativo, Fiscal e de Contas.

Capítulo IV

Disposições finais

Artigo 31.º

Quadro de pessoal

1. O Fundo possui um quadro de pessoal próprio, aprovado pelo Conselho de


Administração e devidamente ajustado às necessidades justificadas pela atividade.

2. O Fundo pode, ainda, recorrer à modalidade de contratação a termo certo ou às


modalidades de transferência e destacamento nos termos estatuídos no Estatuto da Função
Pública.

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3. O disposto nos números anteriores não prejudica a contratação de serviços com recurso
ao Regime Jurídico do Aprovisionamento.

Artigo 32.º

Regulamentação

A tramitação dos processos relativos à aprovação dos projetos a financiar no âmbito do


Fundo, à definição dos prazos e à articulação com outras entidades é regulamentada em
Diploma a aprovar pelo membro do Governo responsável pela educação, juventude e
desposto, sob proposta do Conselho de Administração.

Artigo 33.º

Liquidação do Fundo

Em caso de liquidação do Fundo, o Governo recebe todo o capital e reservas acumuladas


do mesmo após a sua liquidação.

Artigo 34.º

Entrada em vigor

O presente diploma legal entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação.

Aprovado em (...).

O Presidente do Parlamento Nacional,

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Aniceto Longuinhos Guterres Lopes

Promulgado em (...)

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Publique-se.

O Presidente da República,

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Francisco Guterres Lu-Olo

Díli, de de 2021

Os Deputados proponentes,

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