Você está na página 1de 1

FICHAMENTO SINTÉTICO

Qual o problema enfrentado pelo autor?

O Presidente da Câmara dos Deputados, ao poder adiar o julgamento de um pedido de impeachment, possui
realmente o poder de controla-lo? É um poder legítimo?

Qual a tese do autor para esse problema?

Não é um poder, é apenas fruto da ausência da ação de outros agentes para coibi-lo. Há outras alternativas para
driblá-lo.

Quais os argumentos são utilizados para afirmar sua tese?

Primeiro, o autor afirma que tal poder é fruto dos costumes e práticas dos Presidentes da Câmara dos Deputados. E
isso é demonstrado através de um perpasse histórico de como o tempo de averiguação dos pedidos de
impeachment aumentou através do tempo. Isso pois o que impera é a “pequena política”, a política mesquinha.

Depois, o autor argumenta que a própria legislação e Constituição, assim como o próprio direito, são bastante claras
sobre o prazo razoável de averiguação dos pedidos. Pensar que o tempo da “próxima sessão” na qual o pedido deve
ser colocado em pauta para comissão especial fosse ao bel prazer do Presidente da Câmara seria algo logicamente
absurdo, dado seu caráter apenas preliminar – algo que indica um prazo relativamente breve. Outro ponto seria que,
pela analogia, a comissão especial tem o prazo de dez dias para analisar um pedido – um trabalho muito mais
complexo do que o feito pelo Presidente da Câmara, então por que supor que seu prazo deva ultrapassar essa
proposta?

Por último, o autor explicita que há formas de obrigar o Presidente da Câmara a cumprir seu dever, de forma que
seu “poder”, se é que exista, não é absoluto. De um lado, pela ação do Comitê de Ética e Decoro Parlamentar, que,
apesar de não impor uma punição na maioria das vezes, obriga outros parlamentares a se posicionarem diante do
comportamento do líder. E, por outro lado, pela possibilidade legítima – e dever – de ação do STF perante o
adiamento arbitrário da análise do pedido de impeachment: primeiro, por tratar-se de uma afronta à deliberação
legal (Lei do Impeachment – “próxima sessão”) e não uma situação interna da Câmara dos Deputados, mesmo que
regulado por seu regimento interno também; e, segundo, por tratar-se um crime, em especial pois relacionam-se
com o Presidente da República e, portanto, que exigem máxima diligência e, se necessário, reformas dos órgãos
competentes.

Cabe salientar que o autor também reconhece que tal poder – alternativa – é importante para tentar driblar a
burocracia envolvida em ter uma comissão especial analisando cada um dos pedidos de impeachment.

Você também pode gostar