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A Viagem Astral
A Viagem Astral
No dia 21 de setembro de 1774 o fundador da ordem redentorista, padre Afonso Ligório, estava se
preparando para celebrar a missa na cidade italiana de Arezzo, quando um fenômeno extraordinário
lhe aconteceu. Entrou numa espécie de transe por quase duas horas e ao voltar a si contou que havia
assistido à morte do papa Clemente XIV, em Roma. Quatro dias depois chegou a Arezzo a notícia
de que o papa falecera. O mais incrível é que vários curas, que estiveram ao lado do papa, durante
seus derradeiros instantes, juravam ter visto o padre Afonso e com ele conversado. Este, inclusive,
havia dirigido orações pelo agonizante. Os contemporâneos do padre Afonso, como ainda hoje
fazem muitos cientistas, preferiram a explicação da coincidência. Fenômenos como este acontecem
aos milhares em todo o mundo todos os dias. Explicá-los e ensinar como se pode dirigi-los à
vontade é o propósito deste capítulo.
EXPERIÊNCIAS AMERICANAS
Em 1968 o jornal da Sociedade para Pesquisa Psíquica publicou uma reportagem feita por Célia
Green na Universidade de Southampton. Ela perguntou a centenas de estudantes se já tinham tido
alguma experiência em que estivessem se sentindo “fora do corpo”. Um em cada 5 estudantes
(20%) respondeu positivamente. Um ano depois, a mesma pergunta foi feita a 380 estudantes da
Universidade Oxford. Desses, 33% responderam que sim. A maioria dos estudantes entretanto
conseguia se lembrar de apenas uma experiência. A minoria (20%) lembrava-se de até 6 ou mais.
Alguns responderam poder induzir o estado de “sair do corpo” voluntariamente ou, pelo menos, ter
algum controle sobre o processo, sendo que a hora mais comum para esse tipo de “saída” sempre
fôra ou ao dormir ou ao acordar. Após a publicação dessa reportagem muitos casos vieram à
público. O mais famoso deles é o de Robert Monroe, publicado em 1971, em Nova Iorque, em
forma de livro (Journeys
(Journeys out of the body).
body).
UM CASO CIENTÍFICO
Até onde possuímos informações queremos crer que a primeira vez que o assunto “viagens fora do
corpo” foi tratado ou abordado no meio científico aconteceu em 1927. Nesse ano, sir Aukland
Gedds descreveu um episódio acontecido com ele próprio à Real Sociedade de Medicina de
Londres. Resumo do episódio: certa noite Geddes sofreu um ataque, tendo como causa provável
intoxicação alimentar. O mal foi tão agudo, e repentino, que nem teve tempo de telefonar pedindo
socorro médico. Prostrado em seu leito não perdeu a lucidez, mas, aos poucos, percebeu que nele
coexistiam duas formas de consciência. Uma ele denominou A e identificou como sendo a mente. A
outra, que chamou B, pertencia ao corpo. Como sua condição física piorasse, a consciência B
começou a se desintegrar, “parecendo estar fora do corpo”. “Gradualmente, descreve Geddes,
percebi que podia ver não apenas meu corpo e a cama onde estava, mas a casa inteira, o jardim e
todas as coisas em Londres e na Escócia. Vi, depois, que alguém entrava em minha casa, correndo
ao telefone quando me viu deitado, chamando um médico. Quando este chegou, aplicando uma
injeção, senti que voltava ao corpo à medida em que o ritmo do coração aumentava”.
YOGA DO SONO
Até agora nos limitamos a discorrer sobre as maravilhas da experiência direta, do êxtase, da viagem
astral. Agora é chegado o momento de dizer, em forma prática e direta, o que fazer para conseguir
tudo isso. Todo estudante gnóstico deve aprender a ser exigente consigo mesmo e criar condições
favoráveis para a recordação e compreensão das experiências íntimas, acontecidas durante o sono.
Assim, à noite, no momento de se deitar, deve o estudante colocar especial atenção ao seu estado
psicológico. Todos os estudantes que, por motivos profissionais ou outros levam uma vida
sedentária, ganharão muito se, antes de dormir, fizerem um pequeno passeio ao ar livre e em passo
ligeiro. A finalidade dessa caminhada é relaxar os músculos.
Outra providência para aqueles que anelam experiências astrais é fazer a última refeição de forma
leve, ou seja, não ingerir nada pesado, de difícil digestão, nem ingerir estimulantes. A atitude
mental de quem se propõe a seguir tal disciplina é a de que “a forma mais nobre de pensar é não
pensar”. Quando a mente está livre de suas tarefas diárias, quando ela está calma e receptiva, então
tudo favorece o desdobramento.
A música costuma ser um auxiliar muito importante para o desdobramento. As sinfonias de
Bethoven são excelentes para fazer vibrar os centros superiores do homem. Também as músicas de
Wagner, Chopin e Mozart entre outros, produzem elevados sentimentos de devoção.
Outro cuidado altamente recomendável diz respeito ao quarto de dormir. Este deve ser decorado de
modo agradável. A cor azul é a mais recomendada por sua tonalidade repousante. O quarto de
dormir, desnecessário dizer, deve sempre estar muito limpo, perfumado e ventilado.
A cama deveria (deve) estar sempre voltadda para o norte magnético; quer dizer, devemos sempre
dormir com os pés voltados para a direção sul. O colchão não precisa ser duro como o chão de
madeira ou concreto, mas também não deve ser excessivamente macio.Os colchões ortopédicos são
os mais aconselhados.
As roupas de dormir (pijama, lençóis, cobertas) devem sempre estar em boa ordem, limpas e
perfumadas com a fragrância preferida. A última providência para aqueles que querem levar
seriamente a disciplina do yoga do sono: ter debaixo do travesseiro um caderno de anotações e um
lápis (ou caneta).
O INICIADOR DO SONHO
Mensalmente deve-se repassar o caderno de anotações. Qualquer possibilidade de esquecimento de
um sonho deve ser eliminada. O estudante não deve passar às práticas seguintes enquanto não
houver alcançado perfeita memória onírica. Nos sonhos torna-se especialmente interessantes os
dramas que parecem sair de outro século ou que acontecem num ambiente que nada tem a ver com
o atual.
Nessa disciplina é extremamente importante cuidar dos detalhes que incluam questões específicas,
como reuniões, atividades inusitadas, conversas, templos ou casas antigas ou diferentes. Quando o
estudante tiver bem desenvolvida sua memória onírica, então o processo de simbolismos abrirá
caminho à revelação. A ciência básica de interpretação de sonhos, devemos, como se disse, buscar
nas analogias filosóficas, nas analogias dos contrários, na lei das correspondências matemáticas, na
numerologia, etc..
As imagens astrais refletidas no espelho mágico da mente jamais devem ser entendidas literalmente,
pois são apenas representações simbólicas das idéias arquetípicas. Elas devem ser usadas de modo
análogo ao que faz o matemático com os símbolos algébricos. Não é exagero dizer que estes
símbolos são provenientes do mundo do espírito puro (o plano dos arquétipos, como dizia Platão).
Logicamente que as idéias provenientes do mundo do Ser são verdadeiros achados sobre nosso
estado psicológico interior e profundo. Esses símbolos muitas vezes nos advertem de certos perigos;
outras vezes nos assinalam êxito em determinada iniciativa. Desvendar seguramente o conteúdo
dessas mensagens só é possível com intuição ou com a meditação lógica e confrontativa do Ser.
Isso é dado aos Iniciados dos Mistérios Maiores.