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Câmara dos
Deputados
LEGISLAÇÃO
SOBRE PESSOA
COM DEFICIÊNCIA
INCLUI
Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (LBI)
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência
Lei do Atendimento Prioritário
Lei da Acessibilidade
Lei da Língua Brasileira de Sinais (Libras)
Lei do Cão-guia
Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa
com Transtorno do Espectro Autista
Lei Orgânica da Assistência Social (Loas)
edições
câmara
Câmara dos
Deputados
LEGISLAÇÃO
SOBRE PESSOA
COM DEFICIÊNCIA
Câmara dos Deputados
55ª Legislatura | 2015-2019
1º Vice-Presidente Diretoria-Geral
Fábio Ramalho Lúcio Henrique Xavier Lopes
1º Suplente
Dagoberto Nogueira
2º Suplente
César Halum
3º Suplente
Pedro Uczai
4º Suplente
Carlos Manato
Câmara dos
Deputados
LEGISLAÇÃO
SOBRE PESSOA
COM DEFICIÊNCIA
8ª EDIÇÃO
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© 2019 Edições Câmara
Nota do editor: as normas legais constantes desta publicação foram consultadas no Sistema de Legis-
lação Informatizada (Legin) da Câmara dos Deputados.
Série Legislação
n. 265 ebook
Dados Internacionais de Catalogação-na-publicação (CIP)
Coordenação de Biblioteca. Seção de Catalogação.
Débora Machado de Toledo – CRB1: 1303
Legislação sobre pessoa com deficiência [recurso eletrônico] / Symone Maria Bonfim (organizadora). –
8. ed. – Brasília: Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2018.
159 p. – (Série legislação; n. 265 e-book)
Versão E-book.
“Atualizada até 17/12/2018”.
Título até 7. ed.: Legislação brasileira sobre pessoas com deficiência.
Disponível, também, em formato digital (E-book).
ISBN 978-85-402-0471-3
1. Pessoa com deficiência, legislação, Brasil. 2. Inclusão social, legislação, Brasil. 3. Direitos e garantias
individuais, Brasil. I. Bonfim, Symone Maria. II. Série.
CDU 364-056.26(81)(094)
1 Consultora legislativa da Câmara dos Deputados com atuação na área XXI (previdência, assistência social e direito previdenciário).
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CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
Art. 203. A assistência social será prestada a quem § 2º A lei disporá sobre normas de construção
dela necessitar, independentemente de contribui- dos logradouros e dos edifícios de uso público e
ção à seguridade social, e tem por objetivos: de fabricação de veículos de transporte coletivo, a
[...] fim de garantir acesso adequado às pessoas por-
IV – a habilitação e reabilitação das pessoas por- tadoras de deficiência.
tadoras de deficiência e a promoção de sua inte- [...]
gração à vida comunitária; TÍTULO IX
V – a garantia de um salário mínimo de bene- DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS GERAIS
fício mensal à pessoa portadora de deficiência e [...]
ao idoso que comprovem não possuir meios de Art. 244. A lei disporá sobre a adaptação dos
prover à própria manutenção ou de tê-la provida logradouros, dos edifícios de uso público e
por sua família, conforme dispuser a lei. dos veículos de transporte coletivo atualmente
[...] existentes a fim de garantir acesso adequado às
CAPÍTULO III pessoas portadoras de deficiência, conforme o
DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO disposto no art. 227, § 2º.
Seção I
Da Educação CONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOS
[...] DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
(Aprovada pelo Decreto Legislativo nº 186/2008 e promul-
Art. 208. O dever do Estado com a educação será
gado pelo Decreto nº 6.949, de 25/8/2009)
efetivado mediante a garantia de:
[...] PREÂMBULO
III – atendimento educacional especializado aos Os Estados Partes da presente Convenção,
portadores de deficiência, preferencialmente na a) Relembrando os princípios consagrados na
rede regular de ensino; Carta das Nações Unidas, que reconhecem a dig-
[...] nidade e o valor inerentes e os direitos iguais e
CAPÍTULO VII inalienáveis de todos os membros da família hu-
DA FAMÍLIA, DA CRIANÇA, DO mana como o fundamento da liberdade, da justiça
ADOLESCENTE, DO JOVEM E DO IDOSO e da paz no mundo,
(Denominação do capítulo com redação dada pela b) Reconhecendo que as Nações Unidas, na De-
EC nº 65, de 2010) claração Universal dos Direitos Humanos e nos
[...] Pactos Internacionais sobre Direitos Humanos,
Art. 227. [...] proclamaram e concordaram que toda pessoa faz
§ 1º O Estado promoverá programas de assis- jus a todos os direitos e liberdades ali estabeleci-
tência integral à saúde da criança, do adolescente dos, sem distinção de qualquer espécie,
e do jovem, admitida a participação de entidades c) Reafirmando a universalidade, a indivisibi-
não governamentais, mediante políticas específi- lidade, a interdependência e a inter-relação de
cas e obedecendo aos seguintes preceitos: (Pará- todos os direitos humanos e liberdades funda-
grafo com redação dada pela EC nº 65, de 2010) mentais, bem como a necessidade de garantir
[...] que todas as pessoas com deficiência os exerçam
II – criação de programas de prevenção e aten- plenamente, sem discriminação,
dimento especializado para as pessoas porta- d) Relembrando o Pacto Internacional dos Di-
doras de deficiência física, sensorial ou mental, reitos Econômicos, Sociais e Culturais, o Pacto
bem como de integração social do adolescente Internacional dos Direitos Civis e Políticos, a Con-
e do jovem portador de deficiência, mediante o venção Internacional sobre a Eliminação de Todas
treinamento para o trabalho e a convivência, e a as Formas de Discriminação Racial, a Convenção
facilitação do acesso aos bens e serviços coletivos, sobre a Eliminação de todas as Formas de Discri-
com a eliminação de obstáculos arquitetônicos e minação contra a Mulher, a Convenção contra a
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CONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
pessoas com deficiência igual e efetiva proteção ciência e fomentar o respeito pelos direitos e pela
legal contra a discriminação por qualquer motivo. dignidade das pessoas com deficiência;
3. A fim de promover a igualdade e eliminar a b) combater estereótipos, preconceitos e práti-
discriminação, os Estados Partes adotarão todas cas nocivas em relação a pessoas com deficiência,
as medidas apropriadas para garantir que a adap- inclusive aqueles relacionados a sexo e idade, em
tação razoável seja oferecida. todas as áreas da vida;
4. Nos termos da presente Convenção, as me- c) promover a conscientização sobre as capaci-
didas específicas que forem necessárias para ace- dades e contribuições das pessoas com deficiência.
lerar ou alcançar a efetiva igualdade das pessoas 2. As medidas para esse fim incluem:
com deficiência não serão consideradas discrimi- a) lançar e dar continuidade a efetivas campa-
natórias. nhas de conscientização públicas, destinadas a:
i) favorecer atitude receptiva em relação aos di-
Artigo 6 – Mulheres com deficiência
reitos das pessoas com deficiência;
1. Os Estados Partes reconhecem que as mu-
ii) promover percepção positiva e maior cons-
lheres e meninas com deficiência estão sujeitas
ciência social em relação às pessoas com defi-
a múltiplas formas de discriminação e, portanto,
ciência;
tomarão medidas para assegurar às mulheres e
iii) promover o reconhecimento das habilida-
meninas com deficiência o pleno e igual exercício
des, dos méritos e das capacidades das pessoas
de todos os direitos humanos e liberdades fun-
com deficiência e de sua contribuição ao local de
damentais.
trabalho e ao mercado laboral;
2. Os Estados Partes tomarão todas as medidas
b) fomentar em todos os níveis do sistema edu-
apropriadas para assegurar o pleno desenvolvi-
cacional, incluindo neles todas as crianças desde
mento, o avanço e o empoderamento das mulhe-
tenra idade, uma atitude de respeito para com os
res, a fim de garantir-lhes o exercício e o gozo dos
direitos das pessoas com deficiência;
direitos humanos e liberdades fundamentais es-
c) incentivar todos os órgãos da mídia a retratar
tabelecidos na presente Convenção.
as pessoas com deficiência de maneira compatí-
Artigo 7 – Crianças com deficiência vel com o propósito da presente Convenção;
1. Os Estados Partes tomarão todas as medidas d) promover programas de formação sobre sen-
necessárias para assegurar às crianças com defi- sibilização a respeito das pessoas com deficiência
ciência o pleno exercício de todos os direitos hu- e sobre os direitos das pessoas com deficiência.
manos e liberdades fundamentais, em igualdade
Artigo 9 – Acessibilidade
de oportunidades com as demais crianças.
1. A fim de possibilitar às pessoas com deficiên-
2. Em todas as ações relativas às crianças com
cia viver de forma independente e participar ple-
deficiência, o superior interesse da criança rece-
namente de todos os aspectos da vida, os Estados
berá consideração primordial.
Partes tomarão as medidas apropriadas para as-
3. Os Estados Partes assegurarão que as crian-
segurar às pessoas com deficiência o acesso, em
ças com deficiência tenham o direito de expressar
igualdade de oportunidades com as demais pes-
livremente sua opinião sobre todos os assuntos
soas, ao meio físico, ao transporte, à informação
que lhes disserem respeito, tenham a sua opinião
e comunicação, inclusive aos sistemas e tecnolo-
devidamente valorizada de acordo com sua idade
gias da informação e comunicação, bem como a
e maturidade, em igualdade de oportunidades
outros serviços e instalações abertos ao público
com as demais crianças, e recebam atendimento
ou de uso público, tanto na zona urbana como na
adequado à sua deficiência e idade, para que pos-
rural. Essas medidas, que incluirão a identificação
sam exercer tal direito.
e a eliminação de obstáculos e barreiras à acessi-
Artigo 8 – Conscientização bilidade, serão aplicadas, entre outros, a:
1. Os Estados Partes se comprometem a adotar a) edifícios, rodovias, meios de transporte e
medidas imediatas, efetivas e apropriadas para: outras instalações internas e externas, inclusive
a) conscientizar toda a sociedade, inclusive as escolas, residências, instalações médicas e local
famílias, sobre as condições das pessoas com defi- de trabalho;
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CONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
2. Para a realização desse direito, os Estados zação de modos, meios e formatos apropriados
Partes assegurarão que: de comunicação aumentativa e alternativa, e téc-
a) as pessoas com deficiência não sejam excluí- nicas e materiais pedagógicos, como apoios para
das do sistema educacional geral sob alegação pessoas com deficiência.
de deficiência e que as crianças com deficiência 5. Os Estados Partes assegurarão que as pes-
não sejam excluídas do ensino primário gratuito soas com deficiência possam ter acesso ao en-
e compulsório ou do ensino secundário, sob ale- sino superior em geral, treinamento profissional
gação de deficiência; de acordo com sua vocação, educação para adul-
b) as pessoas com deficiência possam ter tos e formação continuada, sem discriminação e
acesso ao ensino primário inclusivo, de qualidade em igualdade de condições. Para tanto, os Estados
e gratuito, e ao ensino secundário, em igualdade Partes assegurarão a provisão de adaptações ra-
de condições com as demais pessoas na comuni- zoáveis para pessoas com deficiência.
dade em que vivem;
Artigo 25 – Saúde
c) adaptações razoáveis de acordo com as ne-
cessidades individuais sejam providenciadas; Os Estados Partes reconhecem que as pessoas
d) as pessoas com deficiência recebam o apoio com deficiência têm o direito de gozar do estado
necessário, no âmbito do sistema educacional de saúde mais elevado possível, sem discrimi-
geral, com vistas a facilitar sua efetiva educação; nação baseada na deficiência. Os Estados Par-
e) medidas de apoio individualizadas e efetivas tes tomarão todas as medidas apropriadas para
sejam adotadas em ambientes que maximizem o assegurar às pessoas com deficiência o acesso a
desenvolvimento acadêmico e social, de acordo serviços de saúde, incluindo os serviços de reabili-
com a meta de inclusão plena. tação, que levarão em conta as especificidades de
3. Os Estados Partes assegurarão às pessoas gênero. Em especial, os Estados Partes:
com deficiência a possibilidade de adquirir as a) oferecerão às pessoas com deficiência pro-
competências práticas e sociais necessárias de gramas e atenção à saúde gratuitos ou a custos
modo a facilitar às pessoas com deficiência sua acessíveis da mesma variedade, qualidade e pa-
plena e igual participação no sistema de ensino drão que são oferecidos às demais pessoas, inclu-
e na vida em comunidade. Para tanto, os Estados sive na área de saúde sexual e reprodutiva e de
Partes tomarão medidas apropriadas, incluindo: programas de saúde pública destinados à popu-
a) facilitação do aprendizado do braille, escrita lação em geral;
alternativa, modos, meios e formatos de comuni- b) propiciarão serviços de saúde que as pessoas
cação aumentativa e alternativa, e habilidades de com deficiência necessitam especificamente por
orientação e mobilidade, além de facilitação do causa de sua deficiência, inclusive diagnóstico e
apoio e aconselhamento de pares; intervenção precoces, bem como serviços proje-
b) facilitação do aprendizado da língua de sinais tados para reduzir ao máximo e prevenir deficiên-
e promoção da identidade linguística da comuni- cias adicionais, inclusive entre crianças e idosos;
dade surda; c) propiciarão esses serviços de saúde às pes-
c) garantia de que a educação de pessoas, em soas com deficiência, o mais próximo possível de
particular crianças cegas, surdocegas e surdas, suas comunidades, inclusive na zona rural;
seja ministrada nas línguas e nos modos e meios d) exigirão dos profissionais de saúde que dis-
de comunicação mais adequados ao indivíduo e pensem às pessoas com deficiência a mesma
em ambientes que favoreçam ao máximo seu de- qualidade de serviços dispensada às demais
senvolvimento acadêmico e social. pessoas e, principalmente, que obtenham o con-
4. A fim de contribuir para o exercício desse di- sentimento livre e esclarecido das pessoas com
reito, os Estados Partes tomarão medidas apro- deficiência concernentes. Para esse fim, os Es-
priadas para empregar professores, inclusive tados Partes realizarão atividades de formação e
professores com deficiência, habilitados para o definirão regras éticas para os setores de saúde
ensino da língua de sinais e/ou do braille, e para público e privado, de modo a conscientizar os pro-
capacitar profissionais e equipes atuantes em fissionais de saúde acerca dos direitos humanos,
todos os níveis de ensino. Essa capacitação incor- da dignidade, autonomia e das necessidades das
porará a conscientização da deficiência e a utili- pessoas com deficiência;
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LEGISLAÇÃO SOBRE PESSOA COM DEFICIÊNCIA
2. Os Estados Partes assegurarão que as pessoas des com as demais pessoas, diretamente ou por
com deficiência não serão mantidas em escravi- meio de representantes livremente escolhidos,
dão ou servidão e que serão protegidas, em igual- incluindo o direito e a oportunidade de votarem
dade de condições com as demais pessoas, contra e serem votadas, mediante, entre outros:
o trabalho forçado ou compulsório. i) garantia de que os procedimentos, instala-
ções e materiais e equipamentos para votação
Artigo 28 – Padrão de vida e proteção social
serão apropriados, acessíveis e de fácil compreen-
adequados
são e uso;
1. Os Estados Partes reconhecem o direito das
ii) proteção do direito das pessoas com defi-
pessoas com deficiência a um padrão adequado
ciência ao voto secreto em eleições e plebiscitos,
de vida para si e para suas famílias, inclusive ali-
sem intimidação, e a candidatar-se nas eleições,
mentação, vestuário e moradia adequados, bem
efetivamente ocupar cargos eletivos e desempe-
como à melhoria contínua de suas condições de
nhar quaisquer funções públicas em todos os ní-
vida, e tomarão as providências necessárias para
veis de governo, usando novas tecnologias assis-
salvaguardar e promover a realização desse di-
tivas, quando apropriado;
reito sem discriminação baseada na deficiência.
iii) garantia da livre expressão de vontade das
2. Os Estados Partes reconhecem o direito das
pessoas com deficiência como eleitores e, para
pessoas com deficiência à proteção social e ao
tanto, sempre que necessário e a seu pedido, per-
exercício desse direito sem discriminação ba-
seada na deficiência, e tomarão as medidas apro- missão para que elas sejam auxiliadas na votação
priadas para salvaguardar e promover a realização por uma pessoa de sua escolha;
desse direito, tais como: b) promover ativamente um ambiente em que
a) assegurar igual acesso de pessoas com defi- as pessoas com deficiência possam participar efe-
ciência a serviços de saneamento básico e asse- tiva e plenamente na condução das questões pú-
gurar o acesso aos serviços, dispositivos e outros blicas, sem discriminação e em igualdade de opor-
atendimentos apropriados para as necessidades tunidades com as demais pessoas, e encorajar sua
relacionadas com a deficiência; participação nas questões públicas, mediante:
b) assegurar o acesso de pessoas com deficiên- i) participação em organizações não governa-
cia, particularmente mulheres, crianças e idosos mentais relacionadas com a vida pública e política
com deficiência, a programas de proteção social do país, bem como em atividades e administração
e de redução da pobreza; de partidos políticos;
c) assegurar o acesso de pessoas com deficiên- ii) formação de organizações para representar
cia e suas famílias em situação de pobreza à as- pessoas com deficiência em níveis internacional,
sistência do Estado em relação a seus gastos oca- regional, nacional e local, bem como a filiação de
sionados pela deficiência, inclusive treinamento pessoas com deficiência a tais organizações.
adequado, aconselhamento, ajuda financeira e Artigo 30 – Participação na vida cultural e em
cuidados de repouso; recreação, lazer e esporte
d) assegurar o acesso de pessoas com deficiên-
1. Os Estados Partes reconhecem o direito das
cia a programas habitacionais públicos;
pessoas com deficiência de participar na vida cultu-
e) assegurar igual acesso de pessoas com defi-
ral, em igualdade de oportunidades com as demais
ciência a programas e benefícios de aposentadoria.
pessoas, e tomarão todas as medidas apropriadas
Artigo 29 – Participação na vida política e para que as pessoas com deficiência possam:
pública a) ter acesso a bens culturais em formatos aces-
Os Estados Partes garantirão às pessoas com síveis;
deficiência direitos políticos e oportunidade de b) ter acesso a programas de televisão, cinema,
exercê-los em condições de igualdade com as de- teatro e outras atividades culturais, em formatos
mais pessoas, e deverão: acessíveis; e
a) assegurar que as pessoas com deficiência c) ter acesso a locais que ofereçam serviços ou
possam participar efetiva e plenamente na vida eventos culturais, tais como teatros, museus, cine-
política e pública, em igualdade de oportunida- mas, bibliotecas e serviços turísticos, bem como,
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LEGISLAÇÃO SOBRE PESSOA COM DEFICIÊNCIA
tanto quanto possível, ter acesso a monumentos que possam formular e implementar políticas
e locais de importância cultural nacional. destinadas a por em prática a presente Conven-
2. Os Estados Partes tomarão medidas apropria- ção. O processo de coleta e manutenção de tais
das para que as pessoas com deficiência tenham a dados deverá:
oportunidade de desenvolver e utilizar seu poten- a) observar as salvaguardas estabelecidas por
cial criativo, artístico e intelectual, não somente lei, inclusive pelas leis relativas à proteção de
em benefício próprio, mas também para o enri- dados, a fim de assegurar a confidencialidade e
quecimento da sociedade. o respeito pela privacidade das pessoas com de-
3. Os Estados Partes deverão tomar todas as ficiência;
providências, em conformidade com o direito in- b) observar as normas internacionalmente acei-
ternacional, para assegurar que a legislação de tas para proteger os direitos humanos, as liberda-
proteção dos direitos de propriedade intelectual des fundamentais e os princípios éticos na coleta
não constitua barreira excessiva ou discriminató- de dados e utilização de estatísticas.
ria ao acesso de pessoas com deficiência a bens 2. As informações coletadas de acordo com o
culturais. disposto neste Artigo serão desagregadas, de ma-
4. As pessoas com deficiência farão jus, em neira apropriada, e utilizadas para avaliar o cum-
igualdade de oportunidades com as demais pes- primento, por parte dos Estados Partes, de suas
soas, a que sua identidade cultural e linguística obrigações na presente Convenção e para identi-
específica seja reconhecida e apoiada, incluindo ficar e enfrentar as barreiras com as quais as pes-
as línguas de sinais e a cultura surda. soas com deficiência se deparam no exercício de
5. Para que as pessoas com deficiência partici- seus direitos.
pem, em igualdade de oportunidades com as de- 3. Os Estados Partes assumirão responsabili-
mais pessoas, de atividades recreativas, esporti- dade pela disseminação das referidas estatísticas
vas e de lazer, os Estados Partes tomarão medidas e assegurarão que elas sejam acessíveis às pes-
apropriadas para: soas com deficiência e a outros.
a) incentivar e promover a maior participação
Artigo 32 – Cooperação internacional
possível das pessoas com deficiência nas ativida-
1. Os Estados Partes reconhecem a importância
des esportivas comuns em todos os níveis;
da cooperação internacional e de sua promoção,
b) assegurar que as pessoas com deficiência te-
em apoio aos esforços nacionais para a conse-
nham a oportunidade de organizar, desenvolver e
cução do propósito e dos objetivos da presente
participar em atividades esportivas e recreativas
Convenção e, sob este aspecto, adotarão medidas
específicas às deficiências e, para tanto, incentivar
apropriadas e efetivas entre os Estados e, de ma-
a provisão de instrução, treinamento e recursos
neira adequada, em parceria com organizações in-
adequados, em igualdade de oportunidades com
ternacionais e regionais relevantes e com a socie-
as demais pessoas;
dade civil e, em particular, com organizações de
c) assegurar que as pessoas com deficiência te-
pessoas com deficiência. Estas medidas poderão
nham acesso a locais de eventos esportivos, re-
incluir, entre outras:
creativos e turísticos;
a) assegurar que a cooperação internacional,
d) assegurar que as crianças com deficiência
incluindo os programas internacionais de desen-
possam, em igualdade de condições com as de-
volvimento, sejam inclusivos e acessíveis para
mais crianças, participar de jogos e atividades
pessoas com deficiência;
recreativas, esportivas e de lazer, inclusive no sis-
b) facilitar e apoiar a capacitação, inclusive por
tema escolar;
meio do intercâmbio e compartilhamento de in-
e) assegurar que as pessoas com deficiência te-
formações, experiências, programas de treina-
nham acesso aos serviços prestados por pessoas
mento e melhores práticas;
ou entidades envolvidas na organização de ativi-
c) facilitar a cooperação em pesquisa e o acesso
dades recreativas, turísticas, esportivas e de lazer.
a conhecimentos científicos e técnicos;
Artigo 31 – Estatísticas e coleta de dados d) propiciar, de maneira apropriada, assistência
1. Os Estados Partes coletarão dados apropria- técnica e financeira, inclusive mediante facilitação
dos, inclusive estatísticos e de pesquisas, para do acesso a tecnologias assistivas e acessíveis e
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CONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
seu compartilhamento, bem como por meio de 4. Os membros do Comitê serão eleitos pelos
transferência de tecnologias. Estados Partes, observando-se uma distribuição
2. O disposto neste Artigo se aplica sem prejuízo geográfica equitativa, representação de diferen-
das obrigações que cabem a cada Estado Parte em tes formas de civilização e dos principais sistemas
decorrência da presente Convenção. jurídicos, representação equilibrada de gênero e
participação de peritos com deficiência.
Artigo 33 – Implementação e monitoramento 5. Os membros do Comitê serão eleitos por
nacionais votação secreta em sessões da Conferência dos
1. Os Estados Partes, de acordo com seu sistema Estados Partes, a partir de uma lista de pessoas
organizacional, designarão um ou mais de um designadas pelos Estados Partes entre seus na-
ponto focal no âmbito do Governo para assuntos cionais. Nessas sessões, cujo quórum será de dois
relacionados com a implementação da presente terços dos Estados Partes, os candidatos eleitos
Convenção e darão a devida consideração ao esta- para o Comitê serão aqueles que obtiverem o
belecimento ou designação de um mecanismo de maior número de votos e a maioria absoluta dos
coordenação no âmbito do Governo, a fim de facili- votos dos representantes dos Estados Partes pre-
tar ações correlatas nos diferentes setores e níveis. sentes e votantes.
2. Os Estados Partes, em conformidade com 6. A primeira eleição será realizada, o mais tar-
seus sistemas jurídico e administrativo, mante- dar, até seis meses após a data de entrada em
rão, fortalecerão, designarão ou estabelecerão es- vigor da presente Convenção. Pelo menos quatro
trutura, incluindo um ou mais de um mecanismo meses antes de cada eleição, o Secretário-Geral
independente, de maneira apropriada, para pro- das Nações Unidas dirigirá carta aos Estados Par-
mover, proteger e monitorar a implementação da tes, convidando-os a submeter os nomes de seus
candidatos no prazo de dois meses. O Secretário-
presente Convenção. Ao designar ou estabelecer
-Geral, subsequentemente, preparará lista em
tal mecanismo, os Estados Partes levarão em
ordem alfabética de todos os candidatos apre-
conta os princípios relativos ao status e funcio-
sentados, indicando que foram designados pelos
namento das instituições nacionais de proteção
Estados Partes, e submeterá essa lista aos Estados
e promoção dos direitos humanos.
Partes da presente Convenção.
3. A sociedade civil e, particularmente, as pes-
7. Os membros do Comitê serão eleitos para
soas com deficiência e suas organizações repre-
mandato de quatro anos, podendo ser candidatos
sentativas serão envolvidas e participarão plena- à reeleição uma única vez. Contudo, o mandato
mente no processo de monitoramento. de seis dos membros eleitos na primeira eleição
Artigo 34 – Comitê sobre os Direitos das expirará ao fim de dois anos; imediatamente após
Pessoas com Deficiência a primeira eleição, os nomes desses seis membros
serão selecionados por sorteio pelo presidente da
1. Um Comitê sobre os Direitos das Pessoas com
sessão a que se refere o parágrafo 5 deste Artigo.
Deficiência (doravante denominado “Comitê”)
8. A eleição dos seis membros adicionais do Co-
será estabelecido, para desempenhar as funções
mitê será realizada por ocasião das eleições regu-
aqui definidas.
lares, de acordo com as disposições pertinentes
2. O Comitê será constituído, quando da en-
deste Artigo.
trada em vigor da presente Convenção, de 12 peri-
9. Em caso de morte, demissão ou declaração
tos. Quando a presente Convenção alcançar 60 ra-
de um membro de que, por algum motivo, não
tificações ou adesões, o Comitê será acrescido em poderá continuar a exercer suas funções, o Estado
seis membros, perfazendo o total de 18 membros. Parte que o tiver indicado designará um outro pe-
3. Os membros do Comitê atuarão a título pes- rito que tenha as qualificações e satisfaça aos requi-
soal e apresentarão elevada postura moral, com- sitos estabelecidos pelos dispositivos pertinentes
petência e experiência reconhecidas no campo deste Artigo, para concluir o mandato em questão.
abrangido pela presente Convenção. Ao desig- 10. O Comitê estabelecerá suas próprias normas
nar seus candidatos, os Estados Partes são insta- de procedimento.
dos a dar a devida consideração ao disposto no 11. O Secretário-Geral das Nações Unidas pro-
Artigo 4.3 da presente Convenção. verá o pessoal e as instalações necessários para
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LEGISLAÇÃO SOBRE PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Artigo 5 Artigo 8
O Comitê realizará sessões fechadas para exa- Qualquer Estado Parte poderá, quando da as-
minar comunicações a ele submetidas em confor- sinatura ou ratificação do presente Protocolo ou
midade com o presente Protocolo. Depois de exa- de sua adesão a ele, declarar que não reconhece
minar uma comunicação, o Comitê enviará suas a competência do Comitê, a que se referem os
Artigos 6 e 7.
sugestões e recomendações, se houver, ao Estado
Parte concernente e ao requerente. Artigo 9
Artigo 6 O Secretário-Geral das Nações Unidas será o de-
positário do presente Protocolo.
1. Se receber informação confiável indicando
que um Estado Parte está cometendo violação Artigo 10
grave ou sistemática de direitos estabelecidos na O presente Protocolo será aberto à assina-
Convenção, o Comitê convidará o referido Estado tura dos Estados e organizações de integração
Parte a colaborar com a verificação da informação regional signatários da Convenção, na sede das
e, para tanto, a submeter suas observações a res- Nações Unidas em Nova York, a partir de 30 de
peito da informação em pauta. março de 2007.
29
LEGISLAÇÃO SOBRE PESSOA COM DEFICIÊNCIA
pessoas e não sofrerá nenhuma espécie de dis- profissionalização, ao trabalho, à previdência so-
criminação. cial, à habilitação e à reabilitação, ao transporte, à
§ 1º Considera-se discriminação em razão da acessibilidade, à cultura, ao desporto, ao turismo,
deficiência toda forma de distinção, restrição ao lazer, à informação, à comunicação, aos avan-
ou exclusão, por ação ou omissão, que tenha o ços científicos e tecnológicos, à dignidade, ao res-
propósito ou o efeito de prejudicar, impedir ou anu- peito, à liberdade, à convivência familiar e comu-
lar o reconhecimento ou o exercício dos direitos e nitária, entre outros decorrentes da Constituição
das liberdades fundamentais de pessoa com defi- Federal, da Convenção sobre os Direitos das Pes-
ciência, incluindo a recusa de adaptações razoá- soas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo
veis e de fornecimento de tecnologias assistivas. e das leis e de outras normas que garantam seu
§ 2º A pessoa com deficiência não está obrigada bem-estar pessoal, social e econômico.
à fruição de benefícios decorrentes de ação afir- Seção Única
mativa. Do Atendimento Prioritário
Art. 5º A pessoa com deficiência será protegida Art. 9º A pessoa com deficiência tem direito a re-
de toda forma de negligência, discriminação, ex- ceber atendimento prioritário, sobretudo com a
ploração, violência, tortura, crueldade, opressão finalidade de:
e tratamento desumano ou degradante. I – proteção e socorro em quaisquer circunstân-
Parágrafo único. Para os fins da proteção men- cias;
cionada no caput deste artigo, são considerados II – atendimento em todas as instituições e ser-
especialmente vulneráveis a criança, o adoles- viços de atendimento ao público;
cente, a mulher e o idoso, com deficiência. III – disponibilização de recursos, tanto huma-
Art. 6º A deficiência não afeta a plena capacidade nos quanto tecnológicos, que garantam atendi-
civil da pessoa, inclusive para: mento em igualdade de condições com as demais
I – casar-se e constituir união estável; pessoas;
II – exercer direitos sexuais e reprodutivos; IV – disponibilização de pontos de parada, esta-
III – exercer o direito de decidir sobre o número ções e terminais acessíveis de transporte coletivo
de filhos e de ter acesso a informações adequadas de passageiros e garantia de segurança no embar-
sobre reprodução e planejamento familiar; que e no desembarque;
IV – conservar sua fertilidade, sendo vedada a V – acesso a informações e disponibilização de
esterilização compulsória; recursos de comunicação acessíveis;
V – exercer o direito à família e à convivência VI – recebimento de restituição de imposto de
familiar e comunitária; e renda;
VI – exercer o direito à guarda, à tutela, à cura- VII – tramitação processual e procedimentos ju-
tela e à adoção, como adotante ou adotando, diciais e administrativos em que for parte ou inte-
em igualdade de oportunidades com as demais ressada, em todos os atos e diligências.
pessoas. § 1º Os direitos previstos neste artigo são exten-
sivos ao acompanhante da pessoa com deficiên-
Art. 7º É dever de todos comunicar à autoridade
cia ou ao seu atendente pessoal, exceto quanto ao
competente qualquer forma de ameaça ou de vio-
disposto nos incisos VI e VII deste artigo.
lação aos direitos da pessoa com deficiência.
§ 2º Nos serviços de emergência públicos e pri-
Parágrafo único. Se, no exercício de suas fun-
vados, a prioridade conferida por esta Lei é condi-
ções, os juízes e os tribunais tiverem conheci-
cionada aos protocolos de atendimento médico.
mento de fatos que caracterizem as violações
previstas nesta Lei, devem remeter peças ao Mi- TÍTULO II
nistério Público para as providências cabíveis. DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Art. 23. São vedadas todas as formas de discri- I – sistema educacional inclusivo em todos os
minação contra a pessoa com deficiência, inclu- níveis e modalidades, bem como o aprendizado
sive por meio de cobrança de valores diferencia- ao longo de toda a vida;
dos por planos e seguros privados de saúde, em II – aprimoramento dos sistemas educacionais,
razão de sua condição. visando a garantir condições de acesso, perma-
Art. 24. É assegurado à pessoa com deficiência o nência, participação e aprendizagem, por meio
acesso aos serviços de saúde, tanto públicos como da oferta de serviços e de recursos de acessibi-
privados, e às informações prestadas e recebidas, lidade que eliminem as barreiras e promovam a
por meio de recursos de tecnologia assistiva e de inclusão plena;
todas as formas de comunicação previstas no in- III – projeto pedagógico que institucionalize o
ciso V do art. 3º desta Lei. atendimento educacional especializado, assim
como os demais serviços e adaptações razoáveis,
Art. 25. Os espaços dos serviços de saúde, tanto
para atender às características dos estudantes
públicos quanto privados, devem assegurar o
com deficiência e garantir o seu pleno acesso
acesso da pessoa com deficiência, em confor-
ao currículo em condições de igualdade, promo-
midade com a legislação em vigor, mediante a
vendo a conquista e o exercício de sua autonomia;
remoção de barreiras, por meio de projetos ar-
IV – oferta de educação bilíngue, em Libras
quitetônico, de ambientação de interior e de co-
municação que atendam às especificidades das como primeira língua e na modalidade escrita da
pessoas com deficiência física, sensorial, intelec- língua portuguesa como segunda língua, em es-
tual e mental. colas e classes bilíngues e em escolas inclusivas;
V – adoção de medidas individualizadas e cole-
Art. 26. Os casos de suspeita ou de confirmação
tivas em ambientes que maximizem o desenvol-
de violência praticada contra a pessoa com defi-
vimento acadêmico e social dos estudantes com
ciência serão objeto de notificação compulsória
deficiência, favorecendo o acesso, a permanência,
pelos serviços de saúde públicos e privados à au-
a participação e a aprendizagem em instituições
toridade policial e ao Ministério Público, além dos
de ensino;
Conselhos dos Direitos da Pessoa com Deficiência.
VI – pesquisas voltadas para o desenvolvimento
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, con-
de novos métodos e técnicas pedagógicas, de ma-
sidera-se violência contra a pessoa com deficiên-
teriais didáticos, de equipamentos e de recursos
cia qualquer ação ou omissão, praticada em local
de tecnologia assistiva;
público ou privado, que lhe cause morte ou dano
VII – planejamento de estudo de caso, de elabo-
ou sofrimento físico ou psicológico.
ração de plano de atendimento educacional espe-
CAPÍTULO IV cializado, de organização de recursos e serviços de
DO DIREITO À EDUCAÇÃO acessibilidade e de disponibilização e usabilidade
Art. 27. A educação constitui direito da pessoa pedagógica de recursos de tecnologia assistiva;
com deficiência, assegurados sistema educacio- VIII – participação dos estudantes com deficiên-
nal inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao cia e de suas famílias nas diversas instâncias de
longo de toda a vida, de forma a alcançar o má- atuação da comunidade escolar;
ximo desenvolvimento possível de seus talentos IX – adoção de medidas de apoio que favoreçam
e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e o desenvolvimento dos aspectos linguísticos, cul-
sociais, segundo suas características, interesses turais, vocacionais e profissionais, levando-se em
e necessidades de aprendizagem. conta o talento, a criatividade, as habilidades e os
Parágrafo único. É dever do Estado, da família, interesses do estudante com deficiência;
da comunidade escolar e da sociedade assegurar X – adoção de práticas pedagógicas inclusi-
educação de qualidade à pessoa com deficiência, vas pelos programas de formação inicial e con-
colocando-a a salvo de toda forma de violência, tinuada de professores e oferta de formação
negligência e discriminação. continuada para o atendimento educacional
Art. 28. Incumbe ao poder público assegurar, criar, especializado;
desenvolver, implementar, incentivar, acompa- XI – formação e disponibilização de professores
nhar e avaliar: para o atendimento educacional especializado, de
36
LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015
tradutores e intérpretes da Libras, de guias intér- ções de ensino superior e de educação profissio-
pretes e de profissionais de apoio; nal e tecnológica, públicas e privadas, devem ser
XII – oferta de ensino da Libras, do Sistema adotadas as seguintes medidas:
Braille e de uso de recursos de tecnologia assis- I – atendimento preferencial à pessoa com defi-
tiva, de forma a ampliar habilidades funcionais ciência nas dependências das Instituições de En-
dos estudantes, promovendo sua autonomia e sino Superior (IES) e nos serviços;
participação; II – disponibilização de formulário de inscrição
XIII – acesso à educação superior e à educação de exames com campos específicos para que o
profissional e tecnológica em igualdade de opor- candidato com deficiência informe os recursos
tunidades e condições com as demais pessoas; de acessibilidade e de tecnologia assistiva neces-
XIV – inclusão em conteúdos curriculares, em sários para sua participação;
cursos de nível superior e de educação profissio- III – disponibilização de provas em formatos
nal técnica e tecnológica, de temas relacionados acessíveis para atendimento às necessidades es-
à pessoa com deficiência nos respectivos campos pecíficas do candidato com deficiência;
de conhecimento; IV – disponibilização de recursos de acessibi-
XV – acesso da pessoa com deficiência, em lidade e de tecnologia assistiva adequados, pre-
igualdade de condições, a jogos e a atividades re- viamente solicitados e escolhidos pelo candidato
creativas, esportivas e de lazer, no sistema escolar; com deficiência;
XVI – acessibilidade para todos os estudantes, V – dilação de tempo, conforme demanda apre-
trabalhadores da educação e demais integrantes sentada pelo candidato com deficiência, tanto na
da comunidade escolar às edificações, aos am- realização de exame para seleção quanto nas ati-
bientes e às atividades concernentes a todas as vidades acadêmicas, mediante prévia solicitação
modalidades, etapas e níveis de ensino; e comprovação da necessidade;
XVII – oferta de profissionais de apoio escolar; VI – adoção de critérios de avaliação das pro-
XVIII – articulação intersetorial na implementa- vas escritas, discursivas ou de redação que consi-
ção de políticas públicas. derem a singularidade linguística da pessoa com
§ 1º Às instituições privadas, de qualquer nível deficiência, no domínio da modalidade escrita da
e modalidade de ensino, aplica-se obrigatoria- língua portuguesa;
mente o disposto nos incisos I, II, III, V, VII, VIII, IX, VII – tradução completa do edital e de suas reti-
X, XI, XII, XIII, XIV, XV, XVI, XVII e XVIII do caput deste ficações em Libras.
artigo, sendo vedada a cobrança de valores adicio- CAPÍTULO V
nais de qualquer natureza em suas mensalidades, DO DIREITO À MORADIA
anuidades e matrículas no cumprimento dessas
Art. 31. A pessoa com deficiência tem direito à
determinações.
moradia digna, no seio da família natural ou subs-
§ 2º Na disponibilização de tradutores e intér-
tituta, com seu cônjuge ou companheiro ou desa-
pretes da Libras a que se refere o inciso XI do caput
companhada, ou em moradia para a vida indepen-
deste artigo, deve-se observar o seguinte:
dente da pessoa com deficiência, ou, ainda, em
I – os tradutores e intérpretes da Libras atuantes
residência inclusiva.
na educação básica devem, no mínimo, possuir
§ 1º O poder público adotará programas e ações
ensino médio completo e certificado de proficiên-
estratégicas para apoiar a criação e a manutenção
cia na Libras;
de moradia para a vida independente da pessoa
II – os tradutores e intérpretes da Libras, quando
com deficiência.
direcionados à tarefa de interpretar nas salas de
§ 2º A proteção integral na modalidade de resi-
aula dos cursos de graduação e pós-graduação,
dência inclusiva será prestada no âmbito do Suas
devem possuir nível superior, com habilitação,
à pessoa com deficiência em situação de depen-
prioritariamente, em Tradução e Interpretação dência que não disponha de condições de autos-
em Libras. sustentabilidade, com vínculos familiares fragili-
Art. 29. (Vetado) zados ou rompidos.
Art. 30. Nos processos seletivos para ingresso e Art. 32. Nos programas habitacionais, públicos ou
permanência nos cursos oferecidos pelas institui- subsidiados com recursos públicos, a pessoa com
37
LEGISLAÇÃO SOBRE PESSOA COM DEFICIÊNCIA
deficiência ou o seu responsável goza de priori- § 2º A pessoa com deficiência tem direito, em
dade na aquisição de imóvel para moradia própria, igualdade de oportunidades com as demais pes-
observado o seguinte: soas, a condições justas e favoráveis de trabalho,
I – reserva de, no mínimo, 3% (três por cento) incluindo igual remuneração por trabalho de
das unidades habitacionais para pessoa com igual valor.
deficiência; § 3º É vedada restrição ao trabalho da pessoa
II – (Vetado) com deficiência e qualquer discriminação em
III – em caso de edificação multifamiliar, garan- razão de sua condição, inclusive nas etapas de
tia de acessibilidade nas áreas de uso comum e recrutamento, seleção, contratação, admissão,
nas unidades habitacionais no piso térreo e de exames admissional e periódico, permanência no
acessibilidade ou de adaptação razoável nos de- emprego, ascensão profissional e reabilitação pro-
fissional, bem como exigência de aptidão plena.
mais pisos;
§ 4º A pessoa com deficiência tem direito à par-
IV – disponibilização de equipamentos urbanos
ticipação e ao acesso a cursos, treinamentos, edu-
comunitários acessíveis;
cação continuada, planos de carreira, promoções,
V – elaboração de especificações técnicas no
bonificações e incentivos profissionais oferecidos
projeto que permitam a instalação de elevadores.
pelo empregador, em igualdade de oportunida-
§ 1º O direito à prioridade, previsto no caput
des com os demais empregados.
deste artigo, será reconhecido à pessoa com de-
§ 5º É garantida aos trabalhadores com defi-
ficiência beneficiária apenas uma vez.
ciência acessibilidade em cursos de formação e
§ 2º Nos programas habitacionais públicos, os de capacitação.
critérios de financiamento devem ser compatíveis
Art. 35. É finalidade primordial das políticas pú-
com os rendimentos da pessoa com deficiência ou
blicas de trabalho e emprego promover e garantir
de sua família.
condições de acesso e de permanência da pessoa
§ 3º Caso não haja pessoa com deficiência in-
com deficiência no campo de trabalho.
teressada nas unidades habitacionais reservadas
Parágrafo único. Os programas de estímulo
por força do disposto no inciso I do caput deste
ao empreendedorismo e ao trabalho autônomo,
artigo, as unidades não utilizadas serão disponi-
incluídos o cooperativismo e o associativismo,
bilizadas às demais pessoas.
devem prever a participação da pessoa com de-
Art. 33. Ao poder público compete: ficiência e a disponibilização de linhas de crédito,
I – adotar as providências necessárias para o quando necessárias.
cumprimento do disposto nos arts. 31 e 32 desta Seção II
Lei; e Da Habilitação Profissional e
II – divulgar, para os agentes interessados e be- Reabilitação Profissional
neficiários, a política habitacional prevista nas le-
Art. 36. O poder público deve implementar ser-
gislações federal, estaduais, distrital e municipais, viços e programas completos de habilitação pro-
com ênfase nos dispositivos sobre acessibilidade. fissional e de reabilitação profissional para que a
CAPÍTULO VI pessoa com deficiência possa ingressar, continuar
DO DIREITO AO TRABALHO ou retornar ao campo do trabalho, respeitados
sua livre escolha, sua vocação e seu interesse.
Seção I
§ 1º Equipe multidisciplinar indicará, com base
Disposições Gerais
em critérios previstos no § 1º do art. 2º desta Lei,
Art. 34. A pessoa com deficiência tem direito programa de habilitação ou de reabilitação que
ao trabalho de sua livre escolha e aceitação, em possibilite à pessoa com deficiência restaurar sua
ambiente acessível e inclusivo, em igualdade de capacidade e habilidade profissional ou adquirir
oportunidades com as demais pessoas. novas capacidades e habilidades de trabalho.
§ 1º As pessoas jurídicas de direito público, § 2º A habilitação profissional corresponde ao
privado ou de qualquer natureza são obrigadas processo destinado a propiciar à pessoa com de-
a garantir ambientes de trabalho acessíveis e ficiência aquisição de conhecimentos, habilida-
inclusivos. des e aptidões para exercício de profissão ou de
38
LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015
deficiência o direito de acesso à leitura, à informa- Art. 71. Os congressos, os seminários, as ofici-
ção e à comunicação. nas e os demais eventos de natureza científico-
§ 1º Nos editais de compras de livros, inclusive -cultural promovidos ou financiados pelo poder
para o abastecimento ou a atualização de acervos público devem garantir as condições de acessibi-
de bibliotecas em todos os níveis e modalidades de lidade e os recursos de tecnologia assistiva.
educação e de bibliotecas públicas, o poder público Art. 72. Os programas, as linhas de pesquisa e
deverá adotar cláusulas de impedimento à partici- os projetos a serem desenvolvidos com o apoio
pação de editoras que não ofertem sua produção de agências de financiamento e de órgãos e enti-
também em formatos acessíveis. dades integrantes da administração pública que
§ 2º Consideram-se formatos acessíveis os ar- atuem no auxílio à pesquisa devem contemplar
quivos digitais que possam ser reconhecidos e
temas voltados à tecnologia assistiva.
acessados por softwares leitores de telas ou outras
tecnologias assistivas que vierem a substituí-los, Art. 73. Caberá ao poder público, diretamente ou
permitindo leitura com voz sintetizada, ampliação em parceria com organizações da sociedade civil,
de caracteres, diferentes contrastes e impressão promover a capacitação de tradutores e intérpre-
em Braille. tes da Libras, de guias intérpretes e de profissio-
§ 3º O poder público deve estimular e apoiar a nais habilitados em Braille, audiodescrição, este-
adaptação e a produção de artigos científicos em notipia e legendagem.
formato acessível, inclusive em Libras. CAPÍTULO III
DA TECNOLOGIA ASSISTIVA
Art. 69. O poder público deve assegurar a dispo-
nibilidade de informações corretas e claras sobre Art. 74. É garantido à pessoa com deficiência
os diferentes produtos e serviços ofertados, por acesso a produtos, recursos, estratégias, práticas,
quaisquer meios de comunicação empregados, in- processos, métodos e serviços de tecnologia assis-
clusive em ambiente virtual, contendo a especifi- tiva que maximizem sua autonomia, mobilidade
cação correta de quantidade, qualidade, caracte- pessoal e qualidade de vida.
rísticas, composição e preço, bem como sobre os Art. 75. O poder público desenvolverá plano es-
eventuais riscos à saúde e à segurança do consu- pecífico de medidas, a ser renovado em cada pe-
midor com deficiência, em caso de sua utilização, ríodo de 4 (quatro) anos, com a finalidade de:
aplicando-se, no que couber, os arts. 30 a 41 da I – facilitar o acesso a crédito especializado,
Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990. inclusive com oferta de linhas de crédito subsi-
§ 1º Os canais de comercialização virtual e os diadas, específicas para aquisição de tecnologia
anúncios publicitários veiculados na imprensa assistiva;
escrita, na internet, no rádio, na televisão e nos II – agilizar, simplificar e priorizar procedimen-
demais veículos de comunicação abertos ou tos de importação de tecnologia assistiva, espe-
por assinatura devem disponibilizar, conforme a cialmente as questões atinentes a procedimentos
compatibilidade do meio, os recursos de acessi- alfandegários e sanitários;
bilidade de que trata o art. 67 desta Lei, a expen- III – criar mecanismos de fomento à pesquisa
sas do fornecedor do produto ou do serviço, sem e à produção nacional de tecnologia assistiva, in-
prejuízo da observância do disposto nos arts. 36 clusive por meio de concessão de linhas de cré-
a 38 da Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990. dito subsidiado e de parcerias com institutos de
§ 2º Os fornecedores devem disponibilizar, me- pesquisa oficiais;
diante solicitação, exemplares de bulas, prospec- IV – eliminar ou reduzir a tributação da cadeia
tos, textos ou qualquer outro tipo de material de produtiva e de importação de tecnologia assistiva;
divulgação em formato acessível. V – facilitar e agilizar o processo de inclusão de
Art. 70. As instituições promotoras de congressos, novos recursos de tecnologia assistiva no rol de pro-
seminários, oficinas e demais eventos de natureza dutos distribuídos no âmbito do SUS e por outros
científico-cultural devem oferecer à pessoa com órgãos governamentais.
deficiência, no mínimo, os recursos de tecnologia Parágrafo único. Para fazer cumprir o disposto
assistiva previstos no art. 67 desta Lei. neste artigo, os procedimentos constantes do
44
LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015
plano específico de medidas deverão ser avalia- capacitação tecnológicas, voltados à melhoria da
dos, pelo menos, a cada 2 (dois) anos. qualidade de vida e ao trabalho da pessoa com
CAPÍTULO IV deficiência e sua inclusão social.
DO DIREITO À PARTICIPAÇÃO NA § 1º O fomento pelo poder público deve prio-
VIDA PÚBLICA E POLÍTICA rizar a geração de conhecimentos e técnicas que
Art. 76. O poder público deve garantir à pessoa visem à prevenção e ao tratamento de deficiên-
com deficiência todos os direitos políticos e a cias e ao desenvolvimento de tecnologias assis-
oportunidade de exercê-los em igualdade de con- tiva e social.
dições com as demais pessoas. § 2º A acessibilidade e as tecnologias assistiva e
§ 1º À pessoa com deficiência será assegurado o social devem ser fomentadas mediante a criação
direito de votar e de ser votada, inclusive por meio de cursos de pós-graduação, a formação de recur-
das seguintes ações: sos humanos e a inclusão do tema nas diretrizes
I – garantia de que os procedimentos, as insta- de áreas do conhecimento.
lações, os materiais e os equipamentos para vota- § 3º Deve ser fomentada a capacitação tecno-
ção sejam apropriados, acessíveis a todas as pes- lógica de instituições públicas e privadas para o
soas e de fácil compreensão e uso, sendo vedada desenvolvimento de tecnologias assistiva e social
a instalação de seções eleitorais exclusivas para a que sejam voltadas para melhoria da funcionali-
pessoa com deficiência; dade e da participação social da pessoa com de-
II – incentivo à pessoa com deficiência a can- ficiência.
didatar-se e a desempenhar quaisquer funções § 4º As medidas previstas neste artigo devem
públicas em todos os níveis de governo, inclusive ser reavaliadas periodicamente pelo poder pú-
por meio do uso de novas tecnologias assistivas, blico, com vistas ao seu aperfeiçoamento.
quando apropriado;
III – garantia de que os pronunciamentos ofi- Art. 78. Devem ser estimulados a pesquisa, o de-
ciais, a propaganda eleitoral obrigatória e os de- senvolvimento, a inovação e a difusão de tecno-
bates transmitidos pelas emissoras de televisão logias voltadas para ampliar o acesso da pessoa
possuam, pelo menos, os recursos elencados no com deficiência às tecnologias da informação e
art. 67 desta Lei; comunicação e às tecnologias sociais.
IV – garantia do livre exercício do direito ao voto Parágrafo único. Serão estimulados, em especial:
e, para tanto, sempre que necessário e a seu pe- I – o emprego de tecnologias da informação e
dido, permissão para que a pessoa com deficiên- comunicação como instrumento de superação
cia seja auxiliada na votação por pessoa de sua de limitações funcionais e de barreiras à comuni-
escolha. cação, à informação, à educação e ao entreteni-
§ 2º O poder público promoverá a participação mento da pessoa com deficiência;
da pessoa com deficiência, inclusive quando insti- II – a adoção de soluções e a difusão de normas
tucionalizada, na condução das questões públicas, que visem a ampliar a acessibilidade da pessoa
sem discriminação e em igualdade de oportunida- com deficiência à computação e aos sítios da inter-
des, observado o seguinte: net, em especial aos serviços de governo eletrônico.
I – participação em organizações não governa-
LIVRO II
mentais relacionadas à vida pública e à política do
PARTE ESPECIAL
País e em atividades e administração de partidos
políticos; TÍTULO I
II – formação de organizações para representar DO ACESSO À JUSTIÇA
a pessoa com deficiência em todos os níveis; CAPÍTULO I
III – participação da pessoa com deficiência em DISPOSIÇÕES GERAIS
organizações que a representem.
Art. 79. O poder público deve assegurar o acesso
TÍTULO IV da pessoa com deficiência à justiça, em igualdade
DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA de oportunidades com as demais pessoas, garan-
Art. 77. O poder público deve fomentar o desen- tindo, sempre que requeridos, adaptações e recur-
volvimento científico, a pesquisa e a inovação e a sos de tecnologia assistiva.
45
LEGISLAÇÃO SOBRE PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Art. 95. É vedado exigir o comparecimento de pes- ciado, simplificado e favorecido a ser dispensado
soa com deficiência perante os órgãos públicos às microempresas e às empresas de pequeno
quando seu deslocamento, em razão de sua limi- porte, previsto no § 3º do art. 1º da Lei Comple-
tação funcional e de condições de acessibilidade, mentar nº 123, de 14 de dezembro de 2006.
imponha-lhe ônus desproporcional e indevido,
Art. 123. Revogam-se os seguintes dispositivos:
hipótese na qual serão observados os seguintes
I – o inciso II do § 2º do art. 1º da Lei nº 9.008, de
procedimentos:
21 de março de 1995;
I – quando for de interesse do poder público,
II – os incisos I, II e III do art. 3º da Lei nº 10.406,
o agente promoverá o contato necessário com a
pessoa com deficiência em sua residência; de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil);
II – quando for de interesse da pessoa com de- III – os incisos II e III do art. 228 da Lei nº 10.406,
ficiência, ela apresentará solicitação de atendi- de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil);
mento domiciliar ou fará representar-se por pro- IV – o inciso I do art. 1.548 da Lei nº 10.406, de
curador constituído para essa finalidade. 10 de janeiro de 2002 (Código Civil);
Parágrafo único. É assegurado à pessoa com de- V – o inciso IV do art. 1.557 da Lei nº 10.406, de
ficiência atendimento domiciliar pela perícia mé- 10 de janeiro de 2002 (Código Civil);
dica e social do Instituto Nacional do Seguro So- VI – os incisos II e IV do art. 1.767 da Lei nº 10.406,
cial (INSS), pelo serviço público de saúde ou pelo de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil);
serviço privado de saúde, contratado ou conve- VII – os arts. 1.776 e 1.780 da Lei nº 10.406, de 10
niado, que integre o SUS e pelas entidades da rede de janeiro de 2002 (Código Civil).
socioassistencial integrantes do Suas, quando seu
Art. 124. O § 1º do art. 2º desta Lei deverá entrar
deslocamento, em razão de sua limitação funcio-
em vigor em até 2 (dois) anos, contados da en-
nal e de condições de acessibilidade, imponha-lhe
trada em vigor desta Lei.
ônus desproporcional e indevido.
[...] Art. 125. Devem ser observados os prazos a se-
guir discriminados, a partir da entrada em vigor
Art. 120. Cabe aos órgãos competentes, em cada
desta Lei, para o cumprimento dos seguintes dis-
esfera de governo, a elaboração de relatórios cir-
cunstanciados sobre o cumprimento dos prazos positivos:
estabelecidos por força das Leis nº 10.048, de 8 de I – incisos I e II do § 2º do art. 28, 48 (quarenta
novembro de 2000, e nº 10.098, de 19 de dezem- e oito) meses;
bro de 2000, bem como o seu encaminhamento ao II – § 6º do art. 44, 48 (quarenta e oito) meses;
Ministério Público e aos órgãos de regulação para III – art. 45, 24 (vinte e quatro) meses;
adoção das providências cabíveis. IV – art. 49, 48 (quarenta e oito) meses.
Parágrafo único. Os relatórios a que se refere o Art. 126. Prorroga-se até 31 de dezembro de 2021
caput deste artigo deverão ser apresentados no a vigência da Lei nº 8.989, de 24 de fevereiro de
prazo de 1 (um) ano a contar da entrada em vigor 1995.
desta Lei.
Art. 127. Esta Lei entra em vigor após decorridos
Art. 121. Os direitos, os prazos e as obrigações
180 (cento e oitenta) dias de sua publicação oficial.
previstos nesta Lei não excluem os já estabele-
cidos em outras legislações, inclusive em pactos, Brasília, 6 de julho de 2015; 194º da
Independência e 127º da República.
tratados, convenções e declarações internacio-
nais aprovados e promulgados pelo Congresso DILMA ROUSSEFF
Marivaldo de Castro Pereira
Nacional, e devem ser aplicados em conformi-
Joaquim Vieira Ferreira Levy
dade com as demais normas internas e acordos Renato Janine Ribeiro
internacionais vinculantes sobre a matéria. Armando Monteiro
Parágrafo único. Prevalecerá a norma mais be- Nelson Barbosa
néfica à pessoa com deficiência. Gilberto Kassab
Luis Inácio Lucena Adams
Art. 122. Regulamento disporá sobre a adequa- Gilberto José Spier Vargas
ção do disposto nesta Lei ao tratamento diferen- Guilherme Afif Domingos
48
CONVENÇÃO INTERAMERICANA PARA A ELIMINAÇÃO DE TODAS AS FORMAS DE
DISCRIMINAÇÃO CONTRA AS PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIÊNCIA
1. Tomar as medidas de caráter legislativo, so- 1. Cooperar entre si a fim de contribuir para a
cial, educacional, trabalhista, ou de qualquer prevenção e eliminação da discriminação contra
outra natureza, que sejam necessárias para eli- as pessoas portadoras de deficiência.
minar a discriminação contra as pessoas porta- 2. Colaborar de forma efetiva no seguinte:
doras de deficiência e proporcionar a sua plena a) pesquisa científica e tecnológica relacionada
integração à sociedade, entre as quais as medidas com a prevenção das deficiências, o tratamento, a
abaixo enumeradas, que não devem ser conside- reabilitação e a integração na sociedade de pes-
radas exclusivas: soas portadoras de deficiência; e
a) medidas das autoridades governamentais e/ b) desenvolvimento de meios e recursos desti-
ou entidades privadas para eliminar progressiva- nados a facilitar ou promover a vida independente,
mente a discriminação e promover a integração a autossuficiência e a integração total, em condi-
na prestação ou fornecimento de bens, serviços, ções de igualdade, à sociedade das pessoas por-
instalações, programas e atividades, tais como o tadoras de deficiência.
emprego, o transporte, as comunicações, a habi- Artigo V
tação, o lazer, a educação, o esporte, o acesso à
1. Os Estados Partes promoverão, na medida
justiça e aos serviços policiais e as atividades po-
em que isto for coerente com as suas respectivas
líticas e de administração;
legislações nacionais, a participação de represen-
b) medidas para que os edifícios, os veículos e
tantes de organizações de pessoas portadoras de
as instalações que venham a ser construídos ou deficiência, de organizações não governamentais
fabricados em seus respectivos territórios facili- que trabalham nessa área ou, se essas organiza-
tem o transporte, a comunicação e o acesso das ções não existirem, de pessoas portadoras de defi-
pessoas portadoras de deficiência; ciência, na elaboração, execução e avaliação de
c) medidas para eliminar, na medida do possí- medidas e políticas para aplicar esta Convenção.
vel, os obstáculos arquitetônicos, de transporte e 2. Os Estados Partes criarão canais de comu-
comunicações que existam, com a finalidade de nicação eficazes que permitam difundir entre as
facilitar o acesso e uso por parte das pessoas por- organizações públicas e privadas que trabalham
tadoras de deficiência; e com pessoas portadoras de deficiência os avanços
d) medidas para assegurar que as pessoas en- normativos e jurídicos ocorridos para a elimina-
carregadas de aplicar esta Convenção e a legisla- ção da discriminação contra as pessoas portado-
ção interna sobre esta matéria estejam capacita- ras de deficiência.
das a fazê-lo.
2. Trabalhar prioritariamente nas seguintes Artigo VI
áreas: 1. Para dar acompanhamento aos compromis-
a) prevenção de todas as formas de deficiência sos assumidos nesta Convenção, será estabele-
preveníveis; cida uma Comissão para a Eliminação de Todas
b) detecção e intervenção precoce, tratamento, as Formas de Discriminação contra as Pessoas
reabilitação, educação, formação ocupacional e Portadoras de Deficiência, constituída por um
prestação de serviços completos para garantir o representante designado por cada Estado Parte.
melhor nível de independência e qualidade de 2. A Comissão realizará a sua primeira reunião
vida para as pessoas portadoras de deficiência; e dentro dos 90 dias seguintes ao depósito do dé-
c) sensibilização da população, por meio de cimo primeiro instrumento de ratificação. Essa
campanhas de educação, destinadas a eliminar reunião será convocada pela Secretaria-Geral da
Organização dos Estados Americanos e será rea-
preconceitos, estereótipos e outras atitudes que
lizada na sua sede, salvo se um Estado Parte ofe-
atentam contra o direito das pessoas a serem
recer sede.
iguais, permitindo desta forma o respeito e a con-
3. Os Estados Partes comprometem-se, na
vivência com as pessoas portadoras de deficiência.
primeira reunião, a apresentar um relatório ao
Artigo IV Secretário-Geral da Organização para que o envie
Para alcançar os objetivos desta Convenção, os à Comissão para análise e estudo. No futuro, os
Estados Partes comprometem-se a: relatórios serão apresentados a cada quatro anos.
50
CONVENÇÃO INTERAMERICANA PARA A ELIMINAÇÃO DE TODAS AS FORMAS DE
DISCRIMINAÇÃO CONTRA AS PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIÊNCIA
Art. 2º A venda dos veículos importados na con- Art. 2º A percepção do benefício de que trata esta
formidade do artigo anterior será permitida, pela Lei dependerá unicamente da apresentação de
competente estação aduaneira, somente à pessoa atestado médico comprobatório das condições
nas mesmas condições de deficiência física, apu- constantes do artigo anterior, passado por junta
radas mediante inspeção por junta médica oficial. médica oficial para esse fim constituída pelo Insti-
Parágrafo único. Apurada fraude na importação tuto Nacional de Previdência Social, sem qualquer
ou na venda dos veículos importados com a isen- ônus para os interessados.
ção outorgada nesta lei, o infrator pagará os im- Art. 3º A pensão especial de que trata esta Lei, res-
postos de importação e de consumo, bem como a salvado o direito de opção, não é acumulável com
taxa de despacho aduaneiro, em dobro, sem pre- rendimento ou indenização que, a qualquer título,
juízo das demais sanções legais aplicáveis. venha a ser pago pela União a seus beneficiários,
Art. 3º Esta lei entra em vigor na data de sua pu- salvo a indenização por dano moral concedida por
blicação. lei específica. (Caput do artigo com redação dada pela
52
LEI Nº 7.853, DE 24 DE OUTUBRO DE 1989
Lei nº 12.190, de 13/1/2010, produzindo efeitos a partir de Art. 5º Esta Lei entra em vigor na data de sua pu-
1º/1/2010) blicação.
§ 1º O benefício de que trata esta Lei é de na-
Art. 6º Revogam-se as disposições em contrário.
tureza indenizatória, não prejudicando eventuais
benefícios de natureza previdenciária, e não po- Brasília, 20 de dezembro de 1982; 161º da
Independência e 94º da República.
derá ser reduzido em razão de eventual aquisi-
ção de capacidade laborativa ou de redução de JOÃO FIGUEIREDO
Carlos Viacava
incapacidade para o trabalho, ocorridas após a
Hélio Beltrão
sua concessão. (Primitivo parágrafo único acrescido pela
Lei nº 9.528, de 10/12/1997, e renumerado pela Medida Pro-
visória nº 2.187-13, de 24/8/2001)
§ 2º O beneficiário desta pensão especial, maior
LEI Nº 7.853, DE 24 DE
de trinta e cinco anos, que necessite de assistência
OUTUBRO DE 1989
(LEI DOS PORTADORES DE DEFICIÊNCIA)
permanente de outra pessoa e que tenha recebido
(Publicada no DOU de 25/10/1989)
pontuação superior ou igual a seis, conforme esta-
belecido no § 2º do art. 1º desta Lei, fará jus a um Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras
adicional de vinte e cinco por cento sobre o valor de deficiência, sua integração social, sobre a
Coordenadoria Nacional para Integração da
deste benefício. (Parágrafo acrescido pela Medida Provi-
Pessoa Portadora de Deficiência (Corde), insti-
sória nº 2.187-13, de 24/8/2001)
tui a tutela jurisdicional de interesses coletivos
§ 3º Sem prejuízo do adicional de que trata ou difusos dessas pessoas, disciplina a atua-
o § 2º, o beneficiário desta pensão especial fará ção do Ministério Público, define crimes, e dá
jus a mais um adicional de trinta e cinco por cento outras providências.
sobre o valor do benefício, desde que comprove O presidente da República
pelo menos: (Parágrafo acrescido pela Lei nº 10.877, de Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
4/6/2004)
sanciono a seguinte Lei:
I – vinte e cinco anos, se homem, e vinte anos, se
mulher, de contribuição para a Previdência Social; Art. 1º Ficam estabelecidas normas gerais que as-
II – cinquenta e cinco anos de idade, se homem, seguram o pleno exercício dos direitos individuais
ou cinquenta anos de idade, se mulher, e contar e sociais das pessoas portadoras de deficiências, e
pelo menos quinze anos de contribuição para a sua efetiva integração social, nos termos desta Lei.
Previdência Social. § 1º Na aplicação e interpretação desta Lei,
serão considerados os valores básicos da igual-
Art. 4º A pensão especial será mantida e paga
dade de tratamento e oportunidade, da justiça
pelo Instituto Nacional de Previdência Social, por
social, do respeito à dignidade da pessoa humana,
conta do Tesouro Nacional.
do bem-estar, e outros, indicados na Constituição
Parágrafo único. O Tesouro Nacional porá à dis-
ou justificados pelos princípios gerais de direito.
posição da Previdência Social, à conta de dotações
§ 2º As normas desta Lei visam garantir às pes-
próprias consignadas no Orçamento da União, os
recursos necessários ao pagamento da pensão soas portadoras de deficiência as ações governa-
especial, em cotas trimestrais, de acordo com a mentais necessárias ao seu cumprimento e das
programação financeira da União. demais disposições constitucionais e legais que
lhes concernem, afastadas as discriminações e os
Art. 4º-A. Ficam isentos do imposto de renda a
preconceitos de qualquer espécie, e entendida
pensão especial e outros valores recebidos em de-
a matéria como obrigação nacional a cargo do
corrência da deficiência física de que trata o caput
Poder Público e da sociedade.
do art. 1º desta Lei, observado o disposto no art. 2º
desta Lei, quando pagos ao seu portador. (Artigo Art. 2º Ao Poder Público e seus órgãos cabe as-
acrescido pela Lei nº 11.727, de 23/6/2008) segurar às pessoas portadoras de deficiência o
Parágrafo único. A documentação comprobatória pleno exercício de seus direitos básicos, inclusive
da natureza dos valores de que trata o caput deste dos direitos à educação, à saúde, ao trabalho, ao
artigo, quando recebidos de fonte situada no exte- lazer, à previdência social, ao amparo à infância
rior, deve ser traduzida por tradutor juramentado. e à maternidade, e de outros que, decorrentes da
53
LEGISLAÇÃO SOBRE PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Constituição e das leis, propiciem seu bem-estar neles, sob normas técnicas e padrões de conduta
pessoal, social e econômico. apropriados;
Parágrafo único. Para o fim estabelecido no e) a garantia de atendimento domiciliar de
caput deste artigo, os órgãos e entidades da saúde ao deficiente grave não internado;
administração direta e indireta devem dispensar, f) o desenvolvimento de programas de saúde
no âmbito de sua competência e finalidade, aos voltados para as pessoas portadoras de deficiên-
assuntos objetos esta Lei, tratamento prioritário e cia, desenvolvidos com a participação da socie-
adequado, tendente a viabilizar, sem prejuízo de dade e que lhes ensejem a integração social;
outras, as seguintes medidas: III – na área da formação profissional e do
I – na área da educação: trabalho:
a) a inclusão, no sistema educacional, da Edu- a) o apoio governamental à formação profis-
cação Especial como modalidade educativa que sional, à orientação profissional, e a garantia de
abranja a educação precoce, a pré-escolar, as de acesso aos serviços concernentes, inclusive aos
1º e 2º graus, a supletiva, a habilitação e reabilita- cursos regulares voltados à formação profissional;
ção profissionais, com currículos, etapas e exigên- b) o empenho do Poder Público quanto ao sur-
cias de diplomação próprios; gimento e à manutenção de empregos, inclusive
b) a inserção, no referido sistema educacional, de tempo parcial, destinados às pessoas porta-
das escolas especiais, privadas e públicas; doras de deficiência que não tenham acesso aos
c) a oferta, obrigatória e gratuita, da Educação empregos comuns;
Especial em estabelecimento público de ensino; c) a promoção de ações eficazes que propiciem
d) o oferecimento obrigatório de programas de a inserção, nos setores públicos e privado, de pes-
Educação Especial a nível pré-escolar, em unida- soas portadoras de deficiência;
des hospitalares e congêneres nas quais estejam d) a adoção de legislação específica que disci-
internados, por prazo igual ou superior a 1 (um) pline a reserva de mercado de trabalho, em favor
ano, educandos portadores de deficiência; das pessoas portadoras de deficiência, nas entida-
e) o acesso de alunos portadores de deficiência des da Administração Pública e do setor privado,
aos benefícios conferidos aos demais educandos, e que regulamente a organização de oficinas e
inclusive material escolar, merenda escolar e bol- congêneres integradas ao mercado de trabalho,
sas de estudo; e a situação, nelas, das pessoas portadoras de
f) a matrícula compulsória em cursos regulares deficiência;
de estabelecimentos públicos e particulares de IV – na área de recursos humanos:
pessoas portadoras de deficiência capazes de se a) a formação de professores de nível médio
integrarem no sistema regular de ensino; para a Educação Especial, de técnicos de nível
II – na área da saúde: médio especializados na habilitação e reabilita-
a) a promoção de ações preventivas, como as re- ção, e de instrutores para formação profissional;
ferentes ao planejamento familiar, ao aconselha- b) a formação e qualificação de recursos hu-
mento genético, ao acompanhamento da gravidez, manos que, nas diversas áreas de conhecimento,
do parto e do puerpério, à nutrição da mulher e da inclusive de nível superior, atendam à demanda e
criança, à identificação e ao controle da gestante às necessidades reais das pessoas portadoras de
e do feto de alto risco, à imunização, às doenças deficiências;
do metabolismo e seu diagnóstico e ao encami- c) o incentivo à pesquisa e ao desenvolvi-
nhamento precoce de outras doenças causadoras mento tecnológico em todas as áreas do conhe-
de deficiência; cimento relacionadas com a pessoa portadora de
b) o desenvolvimento de programas especiais deficiência;
de prevenção de acidente do trabalho e de trân- V – na área das edificações:
sito, e de tratamento adequado a suas vítimas; a) a adoção e a efetiva execução de normas que
c) a criação de uma rede de serviços especiali- garantam a funcionalidade das edificações e vias
zados em reabilitação e habilitação; públicas, que evitem ou removam os óbices às
d) a garantia de acesso das pessoas portadoras pessoas portadoras de deficiência, permitam o
de deficiência aos estabelecimentos de saúde pú- acesso destas a edifícios, a logradouros e a meios
blicos e privados, e de seu adequado tratamento de transporte.
54
LEI Nº 7.853, DE 24 DE OUTUBRO DE 1989
Art. 3º As medidas judiciais destinadas à prote- § 2º Das sentenças e decisões proferidas contra
ção de interesses coletivos, difusos, individuais o autor da ação e suscetíveis de recurso, poderá
homogêneos e individuais indisponíveis da recorrer qualquer legitimado ativo, inclusive o Mi-
pessoa com deficiência poderão ser propostas nistério Público.
pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública, Art. 5º O Ministério Público intervirá obrigatoria-
pela União, pelos Estados, pelos Municípios, pelo mente nas ações públicas, coletivas ou individuais,
Distrito Federal, por associação constituída há em que se discutam interesses relacionados à de-
mais de 1 (um) ano, nos termos da lei civil, por au- ficiência das pessoas.
tarquia, por empresa pública e por fundação ou
sociedade de economia mista que inclua, entre Art. 6º O Ministério Público poderá instaurar, sob
suas finalidades institucionais, a proteção dos in- sua presidência, inquérito civil, ou requisitar, de
teresses e a promoção de direitos da pessoa com qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou par-
deficiência. (Caput do artigo com redação dada pela ticular, certidões, informações, exame ou perícias,
Lei nº 13.146, de 6/7/2015, publicada no DOU de 7/7/2015,
no prazo que assinalar, não inferior a 10 (dez) dias
em vigor 180 dias após a publicação)
úteis.
§ 1º Para instruir a inicial, o interessado poderá § 1º Esgotadas as diligências, caso se convença
requerer às autoridades competentes as certidões o órgão do Ministério Público da inexistência de
e informações que julgar necessárias. elementos para a propositura de ação civil, pro-
§ 2º As certidões e informações a que se refere moverá fundamentadamente o arquivamento do
o parágrafo anterior deverão ser fornecidas den- inquérito civil, ou das peças informativas. Neste
tro de 15 (quinze) dias da entrega, sob recibo, dos caso, deverá remeter a reexame os autos ou as
respectivos requerimentos, e só poderão se utili- respectivas peças, em 3 (três) dias, ao Conselho
zadas para a instrução da ação civil. Superior do Ministério Público, que os examinará,
§ 3º Somente nos casos em que o interesse pú- deliberando a respeito, conforme dispuser seu
blico, devidamente justificado, impuser sigilo, po- Regimento.
derá ser negada certidão ou informação. § 2º Se a promoção do arquivamento for refor-
§ 4º Ocorrendo a hipótese do parágrafo anterior, mada, o Conselho Superior do Ministério Público
a ação poderá ser proposta desacompanhada das designará desde logo outro órgão do Ministério
certidões ou informações negadas, cabendo ao Público para o ajuizamento da ação.
juiz, após apreciar os motivos do indeferimento, Art. 7º Aplicam-se à ação civil pública prevista
e, salvo quando se tratar de razão de segurança nesta Lei, no que couber, os dispositivos da
nacional, requisitar umas e outras; feita a requisi- Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985.
ção, o processo correrá em segredo de justiça, que Art. 8º Constitui crime punível com reclusão de
cessará com o trânsito em julgado da sentença. 2 (dois) a 5 (cinco) anos e multa: (Caput do artigo com
§ 5º Fica facultado aos demais legitimados ati- redação dada pela Lei nº 13.146, de 6/7/2015, publicada no
vos habilitarem-se como litisconsortes nas ações DOU de 7/7/2015, em vigor 180 dias após a publicação)
propostas por qualquer deles. I – recusar, cobrar valores adicionais, suspender,
§ 6º Em caso de desistência ou abandono da procrastinar, cancelar ou fazer cessar inscrição
ação, qualquer dos colegitimados pode assumir de aluno em estabelecimento de ensino de qual-
a titularidade ativa. quer curso ou grau, público ou privado, em razão
Art. 4º A sentença terá eficácia de coisa julgada de sua deficiência; (Inciso com redação dada pela
oponível erga omnes, exceto no caso de haver Lei nº 13.146, de 6/7/2015, publicada no DOU de 7/7/2015,
sido a ação julgada improcedente por deficiência em vigor 180 dias após a publicação)
de prova, hipótese em que qualquer legitimado II – obstar inscrição em concurso público ou
poderá intentar outra ação com idêntico funda- acesso de alguém a qualquer cargo ou emprego
mento, valendo-se de nova prova. público, em razão de sua deficiência; (Inciso com
§ 1º A sentença que concluir pela carência ou redação dada pela Lei nº 13.146, de 6/7/2015, publicada
pela improcedência da ação fica sujeita ao duplo no DOU de 7/7/2015, em vigor 180 dias após a publicação)
grau de jurisdição, não produzindo efeito senão III – negar ou obstar emprego, trabalho ou
depois de confirmada pelo tribunal. promoção à pessoa em razão de sua deficiência;
55
LEGISLAÇÃO SOBRE PESSOA COM DEFICIÊNCIA
(Inciso com redação dada pela Lei nº 13.146, de 6/7/2015, gãos da Administração Pública Federal, e incluir-
publicada no DOU de 7/7/2015, em vigor 180 dias após a -se-ão em Política Nacional para Integração da
publicação) Pessoa Portadora de Deficiência, na qual estejam
IV – recusar, retardar ou dificultar internação ou compreendidos planos, programas e projetos su-
deixar de prestar assistência médico-hospitalar e jeitos a prazos e objetivos determinados.
ambulatorial à pessoa com deficiência; (Inciso com § 2º Ter-se-ão como integrantes da Administra-
redação dada pela Lei nº 13.146, de 6/7/2015, publicada ção Pública Federal, para os fins desta Lei, além
no DOU de 7/7/2015, em vigor 180 dias após a publicação) dos órgãos públicos, das autarquias, das empre-
V – deixar de cumprir, retardar ou frustrar exe- sas públicas e sociedades de economia mista, as
cução de ordem judicial expedida na ação civil respectivas subsidiárias e as fundações públicas.
a que alude esta Lei; (Inciso com redação dada pela Art. 10. A coordenação superior dos assuntos,
Lei nº 13.146, de 6/7/2015, publicada no DOU de 7/7/2015, ações governamentais e medidas referentes a pes-
em vigor 180 dias após a publicação) soas portadoras de deficiência caberá à Secreta-
VI – recusar, retardar ou omitir dados técnicos ria Especial dos Direitos Humanos da Presidência
indispensáveis à propositura da ação civil pública da República. (Caput do artigo com redação dada pela
objeto desta Lei, quando requisitados. (Inciso com Lei nº 11.958, de 26/6/2009)
redação dada pela Lei nº 13.146, de 6/7/2015, publicada Parágrafo único. Ao órgão a que se refere este
no DOU de 7/7/2015, em vigor 180 dias após a publicação) artigo caberá formular a Política Nacional para
§ 1º Se o crime for praticado contra pessoa com a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência,
deficiência menor de 18 (dezoito) anos, a pena é seus planos, programas e projetos e cumprir as
agravada em 1/3 (um terço). (Parágrafo acrescido pela instruções superiores que lhes digam respeito,
Lei nº 13.146, de 6/7/2015, publicada no DOU de 7/7/2015, com a cooperação dos demais órgãos públicos.
em vigor 180 dias após a publicação) (Parágrafo único com redação dada pela Lei nº 8.028, de
§ 2º A pena pela adoção deliberada de critérios 12/4/1990)
subjetivos para indeferimento de inscrição, de
Art. 11. (Revogado pela Lei nº 8.028, de 12/4/1990)
aprovação e de cumprimento de estágio probató-
rio em concursos públicos não exclui a responsa- Art. 12. Compete à Corde:
bilidade patrimonial pessoal do administrador pú- I – coordenar as ações governamentais e me-
blico pelos danos causados. (Parágrafo acrescido pela didas que se refiram às pessoas portadoras de
Lei nº 13.146, de 6/7/2015, publicada no DOU de 7/7/2015,
deficiência;
II – elaborar os planos, programas e projetos
em vigor 180 dias após a publicação)
subsumidos na Política Nacional para a Integra-
§ 3º Incorre nas mesmas penas quem impede
ção de Pessoa Portadora de Deficiência, bem
ou dificulta o ingresso de pessoa com deficiência
como propor as providências necessárias a sua
em planos privados de assistência à saúde, inclu-
completa implantação e seu adequado desenvol-
sive com cobrança de valores diferenciados. (Pará-
vimento, inclusive as pertinentes a recursos e as
grafo acrescido pela Lei nº 13.146, de 6/7/2015, publicada
de caráter legislativo;
no DOU de 7/7/2015, em vigor 180 dias após a publicação)
III – acompanhar e orientar a execução, pela Ad-
§ 4º Se o crime for praticado em atendimento
ministração Pública Federal, dos planos, progra-
de urgência e emergência, a pena é agravada em
mas e projetos mencionados no inciso anterior;
1/3 (um terço). (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.146, de
IV – manifestar-se sobre a adequação à Política
6/7/2015, publicada no DOU de 7/7/2015, em vigor 180 dias
Nacional para a Integração da Pessoa Portadora
após a publicação)
de Deficiência dos projetos federais a ela conexos,
Art. 9º A Administração Pública Federal conferirá antes da liberação dos recursos respectivos;
aos assuntos relativos às pessoas portadoras de V – manter, com os Estados, Municípios, Territó-
deficiência tratamento prioritário e apropriado, rios, o Distrito Federal, e o Ministério Público, es-
para que lhes seja efetivamente ensejado o pleno treito relacionamento, objetivando a concorrên-
exercício de seus direitos individuais e sociais, cia de ações destinadas à integração social das
bem como sua completa integração social. pessoas portadoras de deficiência;
§ 1º Os assuntos a que alude este artigo serão VI – provocar a iniciativa do Ministério Público,
objeto de ação, coordenada e integrada, dos ór- ministrando-lhe informações sobre fatos que
56
LEI Nº 8.742, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1993
constituam objeto da ação civil de que esta Lei, e Art. 20. Revogam-se as disposições em contrário.
indicando-lhe os elementos de convicção; Brasília, 24 de outubro de 1989; 168º da
VII – emitir opinião sobre os acordos, contra- Independência e 101º da República.
tos ou convênios firmados pelos demais órgãos JOSÉ SARNEY
da Administração Pública Federal, no âmbito da João Batista de Abreu
Política Nacional para a Integração da Pessoa Por-
tadora de Deficiência; LEI Nº 8.742, DE 7 DE
DEZEMBRO DE 1993
VIII – promover e incentivar a divulgação e o
(LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL)
debate das questões concernentes à pessoa por-
(Publicada no DOU de 8/12/1993)
tadora de deficiência, visando à conscientização
Dispõe sobre a organização da Assistência
da sociedade.
Social e dá outras providências.
Parágrafo único. Na elaboração dos planos,
programas e projetos a seu cargo, deverá a Corde O presidente da República
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
recolher, sempre que possível, a opinião das pes-
sanciono a seguinte lei:
soas e entidades interessadas, bem como consi-
derar a necessidade de efetivo apoio aos entes LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL
particulares voltados para a integração social das CAPÍTULO I
pessoas portadoras de deficiência. DAS DEFINIÇÕES E DOS OBJETIVOS
Art. 13. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.216-37, de Art. 1º A assistência social, direito do cidadão e
31/8/2001) dever do Estado, é Política de Seguridade Social
não contributiva, que provê os mínimos sociais,
Art. 14. (Vetado)
realizada através de um conjunto integrado de
Art. 15. Para atendimento e fiel cumprimento do ações de iniciativa pública e da sociedade, para
que dispõe esta Lei, será reestruturada a Secreta- garantir o atendimento às necessidades básicas.
ria de Educação Especial do Ministério da Educa-
Art. 2º A assistência social tem por objetivos:
ção, e serão instituídos, no Ministério do Trabalho,
(Caput do artigo com redação dada pela Lei nº 12.435, de
no Ministério da Saúde e no Ministério da Previ- 6/7/2011)
dência e Assistência Social, órgão encarregados I – a proteção social, que visa à garantia da vida,
da coordenação setorial dos assuntos concernen- à redução de danos e à prevenção da incidência
tes às pessoas portadoras de deficiência. de riscos, especialmente: (Inciso com redação dada
Art. 16. O Poder Executivo adotará, nos 60 (ses- pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
senta) dias posteriores à vigência desta Lei, as a) a proteção à família, à maternidade, à infân-
providências necessárias à reestruturação e ao cia, à adolescência e à velhice; (Alínea acrescida pela
Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
regular funcionamento da Corde, como aquelas
b) o amparo às crianças e aos adolescentes ca-
decorrentes do artigo anterior.
rentes; (Alínea acrescida pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
Art. 17. Serão incluídas no censo demográfico de c) a promoção da integração ao mercado de tra-
1990, e nos subsequentes, questões concernen- balho; (Alínea acrescida pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
tes à problemática da pessoa portadora de defi- d) a habilitação e reabilitação das pessoas com
ciência, objetivando o conhecimento atualizado deficiência e a promoção de sua integração à vida
do número de pessoas portadoras de deficiência comunitária; e (Alínea acrescida pela Lei nº 12.435, de
no País. 6/7/2011)
e) a garantia de 1 (um) salário mínimo de bene-
Art. 18. Os órgãos federais desenvolverão, no
fício mensal à pessoa com deficiência e ao idoso
prazo de 12 (doze) meses contado da publicação
que comprovem não possuir meios de prover a
desta Lei, as ações necessárias à efetiva implan-
própria manutenção ou de tê-la provida por sua
tação das medidas indicadas no art. 2º desta Lei.
família; (Alínea acrescida pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
Art. 19. Esta Lei entra em vigor na data de sua pu- II – a vigilância socioassistencial, que visa a ana-
blicação. lisar territorialmente a capacidade protetiva das
57
LEGISLAÇÃO SOBRE PESSOA COM DEFICIÊNCIA
§ 3º As entidades e organizações de assistência das de assistência social, poderão ser aplicados no
social vinculadas ao Suas celebrarão convênios, pagamento dos profissionais que integrarem as
contratos, acordos ou ajustes com o poder público equipes de referência, responsáveis pela organiza-
para a execução, garantido financiamento integral, ção e oferta daquelas ações, conforme percentual
pelo Estado, de serviços, programas, projetos e apresentado pelo Ministério do Desenvolvimento
ações de assistência social, nos limites da capa- Social e Combate à Fome e aprovado pelo CNAS.
cidade instalada, aos beneficiários abrangidos (Artigo acrescido pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
por esta Lei, observando-se as disponibilidades Parágrafo único. A formação das equipes de re-
orçamentárias. ferência deverá considerar o número de famílias e
§ 4º O cumprimento do disposto no § 3º será indivíduos referenciados, os tipos e modalidades
informado ao Ministério do Desenvolvimento So- de atendimento e as aquisições que devem ser
cial e Combate à Fome pelo órgão gestor local da garantidas aos usuários, conforme deliberações
assistência social. do CNAS.
Art. 6º-C. As proteções sociais, básica e especial, Art. 7º As ações de assistência social, no âmbito
serão ofertadas precipuamente no Centro de Re- das entidades e organizações de assistência social,
ferência de Assistência Social (Cras) e no Centro observarão as normas expedidas pelo Conselho
de Referência Especializado de Assistência Social Nacional de Assistência Social (CNAS), de que
(Creas), respectivamente, e pelas entidades sem trata o art. 17 desta Lei.
fins lucrativos de assistência social de que trata
Art. 8º A União, os Estados, o Distrito Federal e os
o art. 3º desta Lei. (Artigo acrescido pela Lei nº 12.435,
Municípios, observados os princípios e diretrizes
de 6/7/2011)
estabelecidos nesta Lei, fixarão suas respectivas
§ 1º O Cras é a unidade pública municipal, de
Políticas de Assistência Social.
base territorial, localizada em áreas com maiores
índices de vulnerabilidade e risco social, desti- Art. 9º O funcionamento das entidades e organi-
nada à articulação dos serviços socioassistenciais zações de assistência social depende de prévia
no seu território de abrangência e à prestação de inscrição no respectivo Conselho Municipal de
serviços, programas e projetos socioassistenciais Assistência Social, ou no Conselho de Assistência
de proteção social básica às famílias. Social do Distrito Federal, conforme o caso.
§ 2º O Creas é a unidade pública de abran- § 1º A regulamentação desta lei definirá os cri-
gência e gestão municipal, estadual ou regional, térios de inscrição e funcionamento das entida-
destinada à prestação de serviços a indivíduos e des com atuação em mais de um município no
famílias que se encontram em situação de risco mesmo Estado, ou em mais de um Estado ou Dis-
pessoal ou social, por violação de direitos ou con- trito Federal.
tingência, que demandam intervenções especiali- § 2º Cabe ao Conselho Municipal de Assistência
zadas da proteção social especial. Social e ao Conselho de Assistência Social do Dis-
§ 3º Os Cras e os Creas são unidades públicas trito Federal a fiscalização das entidades referidas
estatais instituídas no âmbito do Suas, que pos- no caput na forma prevista em lei ou regulamento.
suem interface com as demais políticas públicas e § 3º (Revogado pela Lei nº 12.101, de 27/11/2009)
articulam, coordenam e ofertam os serviços, pro- § 4º As entidades e organizações de assistência
gramas, projetos e benefícios da assistência social. social podem, para defesa de seus direitos refe-
rentes à inscrição e ao funcionamento, recorrer
Art. 6º-D. As instalações dos Cras e dos Creas
aos Conselhos Nacional, Estaduais, Municipais e
devem ser compatíveis com os serviços neles
do Distrito Federal.
ofertados, com espaços para trabalhos em grupo
e ambientes específicos para recepção e atendi- Art. 10. A União, os Estados, os Municípios e o Dis-
mento reservado das famílias e indivíduos, as- trito Federal podem celebrar convênios com en-
segurada a acessibilidade às pessoas idosas e tidades e organizações de assistência social, em
com deficiência. (Artigo acrescido pela Lei nº 12.435, de conformidade com os Planos aprovados pelos
6/7/2011) respectivos Conselhos.
Art. 6º-E. Os recursos do cofinanciamento do Art. 11. As ações das três esferas de governo na
Suas, destinados à execução das ações continua- área de assistência social realizam-se de forma
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LEI Nº 8.742, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1993
sem prejuízo de outras ações a serem definidas III – atender, em conjunto com os Municípios,
em regulamento, a: (Artigo acrescido pela Lei nº 12.435, às ações assistenciais de caráter de emergência;
de 6/7/2011) IV – estimular e apoiar técnica e financeira-
I – medir os resultados da gestão descentrali- mente as associações e consórcios municipais na
zada do Suas, com base na atuação do gestor esta- prestação de serviços de assistência social;
dual, municipal e do Distrito Federal na implemen- V – prestar os serviços assistenciais cujos custos
tação, execução e monitoramento dos serviços, ou ausência de demanda municipal justifiquem
programas, projetos e benefícios de assistência uma rede regional de serviços, desconcentrada,
social, bem como na articulação intersetorial; no âmbito do respectivo Estado;
II – incentivar a obtenção de resultados qualita- VI – realizar o monitoramento e a avaliação da
tivos na gestão estadual, municipal e do Distrito política de assistência social e assessorar os Mu-
Federal do Suas; e nicípios para seu desenvolvimento. (Inciso acrescido
III – calcular o montante de recursos a serem pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
repassados aos entes federados a título de apoio
financeiro à gestão do Suas. Art. 14. Compete ao Distrito Federal:
§ 1º Os resultados alcançados pelo ente fe- I – destinar recursos financeiros para custeio
derado na gestão do Suas, aferidos na forma de do pagamento dos benefícios eventuais de que
regulamento, serão considerados como prestação trata o art. 22, mediante critérios estabelecidos
de contas dos recursos a serem transferidos a tí- pelos Conselhos de Assistência Social do Distrito
tulo de apoio financeiro. Federal; (Inciso com redação dada pela Lei nº 12.435, de
§ 2º As transferências para apoio à gestão des- 6/7/2011)
centralizada do Suas adotarão a sistemática do II – efetuar o pagamento dos auxílios natalidade
Índice de Gestão Descentralizada do Programa e funeral;
61
LEGISLAÇÃO SOBRE PESSOA COM DEFICIÊNCIA
62
LEI Nº 8.742, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1993
Art. 18. Compete ao Conselho Nacional de Assis- XII – indicar o representante do Conselho Nacio-
tência Social: nal de Assistência Social (CNAS) junto ao Conselho
I – aprovar a Política Nacional de Assistência Nacional da Seguridade Social;
Social; XIII – elaborar e aprovar seu regimento interno;
II – normatizar as ações e regular a prestação de XIV – divulgar, no Diário Oficial da União, todas
serviços de natureza pública e privada no campo as suas decisões, bem como as contas do Fundo
da assistência social; Nacional de Assistência Social (FNAS) e os respec-
III – acompanhar e fiscalizar o processo de cer- tivos pareceres emitidos.
tificação das entidades e organizações de assis- Parágrafo único. (Parágrafo único acrescido pela
tência social no Ministério do Desenvolvimento Lei nº 10.684, de 30/5/2003, e revogado pela Lei nº 12.101,
Social e Combate à Fome; (Inciso com redação dada de 27/11/2009)
pela Lei nº 12.101, de 27/11/2009)
Art. 19. Compete ao órgão da Administração Pú-
IV – apreciar relatório anual que conterá a re-
blica Federal responsável pela coordenação da
lação de entidades e organizações de assistên-
Política Nacional de Assistência Social:
cia social certificadas como beneficentes e en-
I – coordenar e articular as ações no campo da
caminhá-lo para conhecimento dos Conselhos
assistência social;
de Assistência Social dos Estados, Municípios
II – propor ao Conselho Nacional de Assistên-
e do Distrito Federal; (Inciso com redação dada pela
cia Social (CNAS) a Política Nacional de Assis-
Lei nº 12.101, de 27/11/2009)
tência Social, suas normas gerais, bem como os
V – zelar pela efetivação do sistema descentrali-
critérios de prioridade e de elegibilidade, além de
zado e participativo de assistência social;
padrões de qualidade na prestação de benefícios,
VI – a partir da realização da II Conferência Na-
serviços, programas e projetos;
cional de Assistência Social em 1997, convocar
III – prover recursos para o pagamento dos
ordinariamente a cada quatro anos a Conferên-
cia Nacional de Assistência Social, que terá a atri- benefícios de prestação continuada definidos
buição de avaliar a situação da assistência social nesta Lei;
e propor diretrizes para o aperfeiçoamento do IV – elaborar e encaminhar a proposta orçamen-
sistema; (Inciso com redação dada pela Lei nº 9.720, de tária da assistência social, em conjunto com as de-
30/11/1998) mais áreas da Seguridade Social;
VII – (Vetado) V – propor os critérios de transferência dos re-
VIII – apreciar e aprovar a proposta orçamentá- cursos de que trata esta lei;
ria da Assistência Social a ser encaminhada pelo VI – proceder à transferência dos recursos des-
órgão da Administração Pública Federal respon- tinados à assistência social, na forma prevista
sável pela coordenação da Política Nacional de nesta Lei;
Assistência Social; VII – encaminhar à apreciação do Conselho
IX – aprovar critérios de transferência de re- Nacional de Assistência Social (CNAS) relatórios
cursos para os Estados, Municípios e Distrito Fe- trimestrais e anuais de atividades e de realização
deral, considerando, para tanto, indicadores que financeira dos recursos;
informem sua regionalização mais equitativa, tais VIII – prestar assessoramento técnico aos Es-
como: população, renda per capita, mortalidade tados, ao Distrito Federal, aos Municípios e às en-
infantil e concentração de renda, além de discipli- tidades e organizações de assistência social;
nar os procedimentos de repasse de recursos para IX – formular política para a qualificação sis-
as entidades e organizações de assistência social, temática e continuada de recursos humanos no
sem prejuízo das disposições da Lei de Diretrizes campo da assistência social;
Orçamentárias; X – desenvolver estudos e pesquisas para funda-
X – acompanhar e avaliar a gestão dos recursos, mentar as análises de necessidades e formulação
bem como os ganhos sociais e o desempenho dos de proposições para a área;
programas e projetos aprovados; XI – coordenar e manter atualizado o sistema
XI – estabelecer diretrizes, apreciar e aprovar os de cadastro de entidades e organizações de assis-
programas anuais e plurianuais do Fundo Nacio- tência social, em articulação com os Estados, os
nal de Assistência Social (FNAS); Municípios e o Distrito Federal;
63
LEGISLAÇÃO SOBRE PESSOA COM DEFICIÊNCIA
XII – articular-se com os órgãos responsáveis longo prazo de natureza física, mental, intelec-
pelas políticas de saúde e previdência social, bem tual ou sensorial, o qual, em interação com uma
como com os demais responsáveis pelas políticas ou mais barreiras, pode obstruir sua participação
socioeconômicas setoriais, visando à elevação do plena e efetiva na sociedade em igualdade de
patamar mínimo de atendimento às necessidades condições com as demais pessoas. (Parágrafo com
básicas; redação dada pela Lei nº 13.146, de 6/7/2015, publicada no
XIII – expedir os atos normativos necessários à DOU de 7/7/2015, em vigor 180 dias após sua publicação)
gestão do Fundo Nacional de Assistência Social I – (Revogado pela Lei nº 12.470, de 31/8/2011)
(FNAS), de acordo com as diretrizes estabeleci- II – (Revogado pela Lei nº 12.470, de 31/8/2011)
das pelo Conselho Nacional de Assistência Social § 3º Considera-se incapaz de prover a manuten-
(CNAS); ção da pessoa com deficiência ou idosa a família
XIV – elaborar e submeter ao Conselho Nacional cuja renda mensal per capita seja inferior a 1/4
de Assistência Social (CNAS) os programas anuais (um quarto) do salário mínimo. (Parágrafo com reda-
e plurianuais de aplicação dos recursos do Fundo ção dada pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
Nacional de Assistência Social (FNAS). § 4º O benefício de que trata este artigo não
Parágrafo único. A atenção integral à saúde, in- pode ser acumulado pelo beneficiário com qual-
clusive a dispensação de medicamentos e produ- quer outro no âmbito da seguridade social ou de
tos de interesse para a saúde, às famílias e indi- outro regime, salvo os da assistência médica e da
víduos em situações de vulnerabilidade ou risco pensão especial de natureza indenizatória. (Pará-
social e pessoal, nos termos desta Lei, dar-se-á grafo com redação dada pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
independentemente da apresentação de do- § 5º A condição de acolhimento em instituições
cumentos que comprovem domicílio ou inscri- de longa permanência não prejudica o direito do
ção no cadastro no Sistema Único de Saúde (SUS), idoso ou da pessoa com deficiência ao benefício
em consonância com a diretriz de articulação das de prestação continuada. (Parágrafo com redação
ações de assistência social e de saúde a que se dada pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
refere o inciso XII deste artigo. (Parágrafo único acres- § 6º A concessão do benefício ficará sujeita à
cido pela Lei nº 13.714, de 24/8/2018) avaliação da deficiência e do grau de impedi-
mento de que trata o § 2º, composta por avaliação
CAPÍTULO IV médica e avaliação social realizadas por médicos
DOS BENEFÍCIOS, DOS SERVIÇOS,
DOS PROGRAMAS E DOS PROJETOS peritos e por assistentes sociais do Instituto Na-
DE ASSISTÊNCIA SOCIAL cional de Seguro Social (INSS). (Parágrafo com reda-
ção dada pela Lei nº 12.470, de 31/8/2011)
Seção I
§ 7º Na hipótese de não existirem serviços no
Do Benefício de Prestação Continuada
município de residência do beneficiário, fica asse-
Art. 20. O benefício de prestação continuada é a gurado, na forma prevista em regulamento, o seu
garantia de um salário mínimo mensal à pessoa encaminhamento ao município mais próximo que
com deficiência e ao idoso com 65 (sessenta e contar com tal estrutura. (Parágrafo com redação dada
cinco) anos ou mais que comprovem não possuir pela Lei nº 9.720, de 30/11/1998)
meios de prover a própria manutenção nem de § 8º A renda familiar mensal a que se refere
tê-la provida por sua família. (Caput do artigo com o § 3º deverá ser declarada pelo requerente ou
redação dada pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011) seu representante legal, sujeitando-se aos de-
§ 1º Para os efeitos do disposto no caput, a fa- mais procedimentos previstos no regulamento
mília é composta pelo requerente, o cônjuge ou para o deferimento do pedido. (Parágrafo acrescido
companheiro, os pais e, na ausência de um deles, pela Lei nº 9.720, de 30/11/1998)
a madrasta ou o padrasto, os irmãos solteiros, os § 9º Os rendimentos decorrentes de estágio
filhos e enteados solteiros e os menores tutelados, supervisionado e de aprendizagem não serão
desde que vivam sob o mesmo teto. (Parágrafo com computados para os fins de cálculo da renda fa-
redação dada pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011) miliar per capita a que se refere o § 3º deste artigo.
§ 2º Para efeito de concessão do benefício de (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.470, de 31/8/2011, e com
prestação continuada, considera-se pessoa com redação dada pela Lei nº 13.146, de 6/7/2015, publicada no
deficiência aquela que tem impedimento de DOU de 7/7/2015, em vigor 180 dias após sua publicação)
64
LEI Nº 8.742, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1993
§ 10. Considera-se impedimento de longo prazo, dade para esse fim, respeitado o período de revi-
para os fins do § 2º deste artigo, aquele que pro- são previsto no caput do art. 21.
duza efeitos pelo prazo mínimo de 2 (dois) anos. § 2º A contratação de pessoa com deficiência
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.470, de 31/8/2011) como aprendiz não acarreta a suspensão do bene-
§ 11. Para concessão do benefício de que trata o fício de prestação continuada, limitado a 2 (dois)
caput deste artigo, poderão ser utilizados outros anos o recebimento concomitante da remunera-
elementos probatórios da condição de miserabi- ção e do benefício.
lidade do grupo familiar e da situação de vulne-
Seção II
rabilidade, conforme regulamento. (Parágrafo acres-
Dos Benefícios Eventuais
cido pela Lei nº 13.146, de 6/7/2015, publicada no DOU de
7/7/2015, em vigor 180 dias após sua publicação) Art. 22. Entendem-se por benefícios eventuais as
provisões suplementares e provisórias que inte-
Art. 21. O benefício de prestação continuada
gram organicamente as garantias do Suas e são
deve ser revisto a cada 2 (dois) anos para ava-
prestadas aos cidadãos e às famílias em virtude de
liação da continuidade das condições que lhe
nascimento, morte, situações de vulnerabilidade
deram origem.
temporária e de calamidade pública. (Artigo com re-
§ 1º O pagamento do benefício cessa no mo-
dação dada pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
mento em que forem superadas as condições
§ 1º A concessão e o valor dos benefícios de que
referidas no caput, ou em caso de morte do
trata este artigo serão definidos pelos Estados,
beneficiário.
Distrito Federal e Municípios e previstos nas res-
§ 2º O benefício será cancelado quando se
pectivas leis orçamentárias anuais, com base em
constatar irregularidade na sua concessão ou
critérios e prazos definidos pelos respectivos Con-
utilização.
selhos de Assistência Social.
§ 3º O desenvolvimento das capacidades cog-
§ 2º O CNAS, ouvidas as respectivas represen-
nitivas, motoras ou educacionais e a realização
tações de Estados e Municípios dele participantes,
de atividades não remuneradas de habilitação e
poderá propor, na medida das disponibilidades
reabilitação, entre outras, não constituem motivo
orçamentárias das 3 (três) esferas de governo, a
de suspensão ou cessação do benefício da pessoa
instituição de benefícios subsidiários no valor de
com deficiência. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.435,
até 25% (vinte e cinco por cento) do salário mínimo
de 6/7/2011)
para cada criança de até 6 (seis) anos de idade.
§ 4º A cessação do benefício de prestação con-
§ 3º Os benefícios eventuais subsidiários não
tinuada concedido à pessoa com deficiência não
poderão ser cumulados com aqueles instituídos
impede nova concessão do benefício, desde que
pelas Leis nº 10.954, de 29 de setembro de 2004,
atendidos os requisitos definidos em regulamento.
e nº 10.458, de 14 de maio de 2002.
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011, e com
redação dada pela Lei nº 12.470, de 31/8/2011) Seção III
Dos Serviços
Art. 21-A. O benefício de prestação continuada
será suspenso pelo órgão concedente quando a Art. 23. Entendem-se por serviços socioassisten-
pessoa com deficiência exercer atividade remune- ciais as atividades continuadas que visem à me-
rada, inclusive na condição de microempreende- lhoria de vida da população e cujas ações, vol-
dor individual. (Artigo acrescido pela Lei nº 12.470, de tadas para as necessidades básicas, observem
31/8/2011) os objetivos, princípios e diretrizes estabeleci-
§ 1º Extinta a relação trabalhista ou a atividade dos nesta Lei. (Caput do artigo com redação dada pela
empreendedora de que trata o caput deste artigo Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
e, quando for o caso, encerrado o prazo de paga- § 1º O regulamento instituirá os serviços so-
mento do seguro-desemprego e não tendo o be- cioassistenciais. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.435,
neficiário adquirido direito a qualquer benefício de 6/7/2011)
previdenciário, poderá ser requerida a continui- § 2º Na organização dos serviços da assistência
dade do pagamento do benefício suspenso, sem social serão criados programas de amparo, entre
necessidade de realização de perícia médica ou outros: (Primitivo parágrafo único renumerado e com re-
reavaliação da deficiência e do grau de incapaci- dação dada pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
65
LEGISLAÇÃO SOBRE PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Art. 28. O financiamento dos benefícios, serviços, II – Fundo de Assistência Social, com orientação
programas e projetos estabelecidos nesta Lei far- e controle dos respectivos Conselhos de Assistên-
-se-á com os recursos da União, dos Estados, do cia Social;
Distrito Federal e dos Municípios, das demais con- III – Plano de Assistência Social.
tribuições sociais previstas no art. 195 da Cons- Parágrafo único. É, ainda, condição para trans-
tituição Federal, além daqueles que compõem o ferência de recursos do FNAS aos Estados, ao
Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS). Distrito Federal e aos Municípios a comprovação
§ 1º Cabe ao órgão da Administração Pública orçamentária dos recursos próprios destinados à
responsável pela coordenação da Política de As- Assistência Social, alocados em seus respectivos
sistência Social nas 3 (três) esferas de governo Fundos de Assistência Social, a partir do exercício
gerir o Fundo de Assistência Social, sob orien- de 1999. (Parágrafo único acrescido pela Lei nº 9.720, de
tação e controle dos respectivos Conselhos de 30/11/1998)
Assistência Social. (Parágrafo com redação dada pela Art. 30-A. O cofinanciamento dos serviços, pro-
Lei nº 12.435, de 6/7/2011) gramas, projetos e benefícios eventuais, no que
§ 2º O Poder Executivo disporá, no prazo de couber, e o aprimoramento da gestão da polí-
180 (cento e oitenta) dias a contar da data de pu- tica de assistência social no Suas se efetuam por
blicação desta lei, sobre o regulamento e fun- meio de transferências automáticas entre os fun-
cionamento do Fundo Nacional de Assistência dos de assistência social e mediante alocação de
Social (FNAS). recursos próprios nesses fundos nas 3 (três) es-
§ 3º O financiamento da assistência social no feras de governo. (Artigo acrescido pela Lei nº 12.435,
Suas deve ser efetuado mediante cofinancia- de 6/7/2011)
mento dos 3 (três) entes federados, devendo os Parágrafo único. As transferências automáticas
recursos alocados nos fundos de assistência so- de recursos entre os fundos de assistência social
cial ser voltados à operacionalização, prestação, efetuadas à conta do orçamento da seguridade so-
aprimoramento e viabilização dos serviços, pro- cial, conforme o art. 204 da Constituição Federal,
gramas, projetos e benefícios desta política. (Pará- caracterizam-se como despesa pública com a se-
grafo acrescido pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011) guridade social, na forma do art. 24 da Lei Com-
plementar nº 101, de 4 de maio de 2000.
Art. 28-A. (Artigo acrescido pela Medida Provisória
nº 2.187-13, de 24/8/2001, e revogado pela Medida Provi- Art. 30-B. Caberá ao ente federado responsável
sória nº 852, de 21/9/2018) pela utilização dos recursos do respectivo Fundo
de Assistência Social o controle e o acompanha-
Art. 29. Os recursos de responsabilidade da União
mento dos serviços, programas, projetos e benefí-
destinados à assistência social serão automatica- cios, por meio dos respectivos órgãos de controle,
mente repassados ao Fundo Nacional de Assis- independentemente de ações do órgão repassa-
tência Social (FNAS), à medida que se forem rea- dor dos recursos. (Artigo acrescido pela Lei nº 12.435,
lizando as receitas. de 6/7/2011)
Parágrafo único. Os recursos de responsabili-
Art. 30-C. A utilização dos recursos federais des-
dade da União destinados ao financiamento dos
centralizados para os fundos de assistência social
benefícios de prestação continuada, previstos
dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal
no art. 20, poderão ser repassados pelo Minis-
será declarada pelos entes recebedores ao ente
tério da Previdência e Assistência Social dire-
transferidor, anualmente, mediante relatório de
tamente ao INSS, órgão responsável pela sua
gestão submetido à apreciação do respectivo Con-
execução e manutenção. (Parágrafo único acrescido
selho de Assistência Social, que comprove a exe-
pela Lei nº 9.720, de 30/11/1998)
cução das ações na forma de regulamento. (Artigo
Art. 30. É condição para os repasses, aos Muni- acrescido pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
cípios, aos Estados e ao Distrito Federal, dos re- Parágrafo único. Os entes transferidores pode-
cursos de que trata esta lei, a efetiva instituição e rão requisitar informações referentes à aplicação
funcionamento de: dos recursos oriundos do seu fundo de assistência
I – Conselho de Assistência Social, de composi- social, para fins de análise e acompanhamento de
ção paritária entre governo e sociedade civil; sua boa e regular utilização.
67
LEGISLAÇÃO SOBRE PESSOA COM DEFICIÊNCIA
rágrafo acrescido pela Lei nº 9.711, de 19/11/1998) Faço saber que o presidente da República ado-
tou a Medida Provisória nº 856, de 1995, que o
Art. 40-A. Os benefícios monetários decorrentes
Congresso Nacional aprovou, e eu, José Sarney,
do disposto nos arts. 22, 24-C e 25 desta Lei serão
Presidente do Senado Federal, para os efeitos do
pagos preferencialmente à mulher responsável
disposto no parágrafo único do art. 62 da Consti-
pela unidade familiar, quando cabível. (Artigo acres-
tuição Federal, promulgo a seguinte Lei:
cido pela Lei nº 13.014, de 21/7/2014, publicada no DOU de
Art. 1º Ficam isentos do Imposto Sobre Produtos
22/7/2014, em vigor 90 dias após a data de sua publicação)
Industrializados (IPI) os automóveis de passagei-
Art. 41. Esta lei entra em vigor na data da sua pu- ros de fabricação nacional, equipados com motor
blicação. de cilindrada não superior a dois mil centímetros
Art. 42. Revogam-se as disposições em contrário. cúbicos, de no mínimo quatro portas inclusive
Brasília, 7 de dezembro de 1993; 172º da a de acesso ao bagageiro, movidos a combustíveis
Independência e 105º da República. de origem renovável ou sistema reversível de com-
ITAMAR FRANCO bustão, quando adquiridos por: (Caput do artigo com
Jutahy Magalhães Júnior redação dada pela Lei nº 10.690, de 16/6/2003)
I – motoristas profissionais que exerçam, com-
LEI Nº 8.899, DE 29 DE JUNHO DE 1994 provadamente, em veículo de sua propriedade ati-
(LEI DO PASSE LIVRE INTERESTADUAL PARA vidade de condutor autônomo de passageiros, na
PESSOA PORTADORA DE DEFICIÊNCIA) condição de titular de autorização, permissão ou
(Publicada no DOU de 30/6/1994) concessão do Poder Público e que destinam o au-
Concede passe livre às pessoas portadoras de tomóvel à utilização na categoria de aluguel (táxi);
deficiência no sistema de transporte coletivo (Inciso com redação dada pela Lei nº 9.317, de 5/12/1996)
interestadual. II – motoristas profissionais autônomos titula-
O presidente da República res de autorização, permissão ou concessão para
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu exploração do serviço de transporte individual de
sanciono a seguinte lei: passageiros (táxi), impedidos de continuar exer-
cendo essa atividade em virtude de destruição
Art. 1º É concedido passe livre às pessoas porta-
completa, furto ou roubo do veículo, desde que
doras de deficiência, comprovadamente carentes,
destinem o veículo adquirido à utilização na cate-
no sistema de transporte coletivo interestadual.
goria de aluguel (táxi);
Art. 2º O Poder Executivo regulamentará esta Lei no III – cooperativas de trabalho que sejam per-
prazo de noventa dias a contar de sua publicação. missionárias ou concessionárias de transporte
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua público de passageiros, na categoria de aluguel
publicação. (táxi), desde que tais veículos se destinem à utili-
zação nessa atividade;
Art. 4º Revogam-se as disposições em contrário.
IV – pessoas portadoras de deficiência física, vi-
Brasília, 29 de junho de 1994; 173º da
Independência e 106º da República. sual, mental severa ou profunda, ou autistas, dire-
tamente ou por intermédio de seu representante
ITAMAR FRANCO
Cláudio Ivanof Lucarevschi legal; (Inciso com redação dada pela Lei nº 10.690, de
Leonor Barreto Franco 16/6/2003)
69
LEGISLAÇÃO SOBRE PESSOA COM DEFICIÊNCIA
nante do tributo dispensado, atualizado na forma Art. 2º As repartições públicas e empresas conces-
da legislação tributária. (Caput com redação dada pela sionárias de serviços públicos estão obrigadas a
Lei nº 11.196, de 21/11/2005) dispensar atendimento prioritário, por meio de
Parágrafo único. A inobservância do disposto serviços individualizados que assegurem trata-
neste artigo sujeita ainda o alienante ao paga- mento diferenciado e atendimento imediato às
mento de multa e juros moratórios previstos na pessoas a que se refere o art. 1º.
legislação em vigor para a hipótese de fraude ou Parágrafo único. É assegurada, em todas as ins-
falta de pagamento do imposto devido. tituições financeiras, a prioridade de atendimento
às pessoas mencionadas no art. 1º.
Art. 7º No caso de falecimento ou incapacitação
do motorista profissional alcançado pelos incisos Art. 3º As empresas públicas de transporte e as
I e II do art. 1º desta lei, sem que tenha efetiva- concessionárias de transporte coletivo reserva-
mente adquirido veículo profissional, o direito rão assentos, devidamente identificados, aos
será transferido ao cônjuge, ou ao herdeiro desig- idosos, gestantes, lactantes, pessoas portado-
nado por esse ou pelo juízo, desde que seja mo- ras de deficiência e pessoas acompanhadas por
torista profissional habilitado e destine o veículo crianças de colo.
ao serviço de táxi. Art. 4º Os logradouros e sanitários públicos, bem
Art. 8º Ficam convalidados os atos praticados como os edifícios de uso público, terão normas de
com base na Medida Provisória nº 790, de 29 de construção, para efeito de licenciamento da res-
dezembro de 1994. pectiva edificação, baixadas pela autoridade com-
petente, destinadas a facilitar o acesso e uso des-
Art. 9º Esta Lei entra em vigor na data de sua pu-
ses locais pelas pessoas portadoras de deficiência.
blicação, vigorando até 31 de dezembro de 1995.
(Vigência prorrogada até 31/12/2021, de acordo com o Art. 5º Os veículos de transporte coletivo a serem
art. 126 da Lei nº 13.146, de 6/7/2015, publicada no DOU produzidos após doze meses da publicação desta
de 7/7/2015, em vigor 180 dias após a publicação) Lei serão planejados de forma a facilitar o acesso a
seu interior das pessoas portadoras de deficiência.
Art. 10. Revogam-se as Leis nos 8.199, de 1991, e
§ 1º (Vetado)
8.843, de 1994.
§ 2º Os proprietários de veículos de transporte
Senado Federal, 24 de fevereiro de 1995; coletivo em utilização terão o prazo de cento e
174º da Independência e 107º da República.
oitenta dias, a contar da regulamentação desta
SENADOR JOSÉ SARNEY Lei, para proceder às adaptações necessárias
Presidente
ao acesso facilitado das pessoas portadoras de
deficiência.
LEI Nº 10.048, DE 8 DE
NOVEMBRO DE 2000 Art. 6º A infração ao disposto nesta Lei sujeitará
(LEI DO ATENDIMENTO PRIORITÁRIO) os responsáveis:
(Publicada no DOU de 9/11/2000) I – no caso de servidor ou de chefia responsável
pela repartição pública, às penalidades previstas
Dá prioridade de atendimento às pessoas que
na legislação específica;
especifica, e dá outras providências.
II – no caso de empresas concessionárias de
O presidente da República
serviço público, a multa de R$ 500,00 (quinhen-
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
tos reais) a R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos
sanciono a seguinte Lei:
reais), por veículos sem as condições previstas
Art. 1º As pessoas com deficiência, os idosos com nos arts. 3º e 5º;
idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, as III – no caso das instituições financeiras, às pe-
gestantes, as lactantes, as pessoas com crianças nalidades previstas no art. 44, incisos I, II e III, da
de colo e os obesos terão atendimento prioritário, Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964.
nos termos desta Lei. (Artigo com redação dada pela Parágrafo único. As penalidades de que trata
Lei nº 13.146, de 6/7/2015, publicada no DOU de 7/7/2015, este artigo serão elevadas ao dobro, em caso de
em vigor 180 dias após sua publicação) reincidência.
71
LEGISLAÇÃO SOBRE PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Art. 7º O Poder Executivo regulamentará esta Lei a fruição e o exercício de seus direitos à acessibi-
no prazo de sessenta dias, contado de sua publi- lidade, à liberdade de movimento e de expressão,
cação. à comunicação, ao acesso à informação, à com-
preensão, à circulação com segurança, entre ou-
Art. 8º Esta Lei entra em vigor na data de sua pu-
tros, classificadas em: (Inciso com redação dada pela
blicação.
Lei nº 13.146, de 6/7/2015, publicada no DOU de 7/7/2015,
Brasília, 8 de novembro de 2000; 179º da
em vigor 180 dias após sua publicação)
Independência e 112º da República.
a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
e nos espaços públicos e privados abertos ao pú-
Alcides Lopes Tápias
Martus Tavares blico ou de uso coletivo;
b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos
LEI Nº 10.098, DE 19 DE edifícios públicos e privados;
DEZEMBRO DE 2000 c) barreiras nos transportes: as existentes nos
(LEI DA ACESSIBILIDADE) sistemas e meios de transportes;
(Publicada no DOU de 20/12/2000) d) barreiras nas comunicações e na informação:
qualquer entrave, obstáculo, atitude ou compor-
Estabelece normas gerais e critérios básicos
para a promoção da acessibilidade das pes-
tamento que dificulte ou impossibilite a expressão
soas portadoras de deficiência ou com mobili- ou o recebimento de mensagens e de informações
dade reduzida, e dá outras providências. por intermédio de sistemas de comunicação e de
tecnologia da informação;
O presidente da República III – pessoa com deficiência: aquela que tem
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu impedimento de longo prazo de natureza física,
sanciono a seguinte Lei: mental, intelectual ou sensorial, o qual, em inte-
CAPÍTULO I ração com uma ou mais barreiras, pode obstruir
DISPOSIÇÕES GERAIS sua participação plena e efetiva na sociedade em
igualdade de condições com as demais pessoas;
Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais e crité-
(Inciso com redação dada pela Lei nº 13.146, de 6/7/2015,
rios básicos para a promoção da acessibilidade
publicada no DOU de 7/7/2015, em vigor 180 dias após sua
das pessoas portadoras de deficiência ou com
publicação)
mobilidade reduzida, mediante a supressão de
IV – pessoa com mobilidade reduzida: aquela
barreiras e de obstáculos nas vias e espaços pú-
que tenha, por qualquer motivo, dificuldade de
blicos, no mobiliário urbano, na construção e re-
movimentação, permanente ou temporária, ge-
forma de edifícios e nos meios de transporte e de
rando redução efetiva da mobilidade, da flexibi-
comunicação.
lidade, da coordenação motora ou da percepção,
Art. 2º Para os fins desta Lei são estabelecidas as incluindo idoso, gestante, lactante, pessoa com
seguintes definições: criança de colo e obeso; (Inciso com redação dada pela
I – acessibilidade: possibilidade e condição de Lei nº 13.146, de 6/7/2015, publicada no DOU de 7/7/2015,
alcance para utilização, com segurança e auto- em vigor 180 dias após sua publicação)
nomia, de espaços, mobiliários, equipamentos V – acompanhante: aquele que acompanha a
urbanos, edificações, transportes, informação e pessoa com deficiência, podendo ou não desem-
comunicação, inclusive seus sistemas e tecnolo- penhar as funções de atendente pessoal; (Inciso com
gias, bem como de outros serviços e instalações redação dada pela Lei nº 13.146, de 6/7/2015, publicada no
abertos ao público, de uso público ou privados de DOU de 7/7/2015, em vigor 180 dias após sua publicação)
uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, VI – elemento de urbanização: quaisquer com-
por pessoa com deficiência ou com mobilidade ponentes de obras de urbanização, tais como os
reduzida; (Inciso com redação dada pela Lei nº 13.146, de referentes a pavimentação, saneamento, encana-
6/7/2015, publicada no DOU de 7/7/2015, em vigor 180 dias mento para esgotos, distribuição de energia elé-
após sua publicação) trica e de gás, iluminação pública, serviços de co-
II – barreiras: qualquer entrave, obstáculo, ati- municação, abastecimento e distribuição de água,
tude ou comportamento que limite ou impeça a paisagismo e os que materializam as indicações
participação social da pessoa, bem como o gozo, do planejamento urbanístico; (Primitivo inciso IV renu-
72
LEI Nº 10.098, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2000
merado e com redação dada pela Lei nº 13.146, de 6/7/2015, uso público deverão ser concebidos e executa-
publicada no DOU de 7/7/2015, em vigor 180 dias após sua dos de forma a torná-los acessíveis para todas as
publicação) pessoas, inclusive para aquelas com deficiência
VII – mobiliário urbano: conjunto de objetos ou com mobilidade reduzida. (Caput do artigo com
existentes nas vias e nos espaços públicos, super- redação dada pela Lei nº 13.146, de 6/7/2015, publicada no
postos ou adicionados aos elementos de urbani- DOU de 7/7/2015, em vigor 180 dias após sua publicação)
zação ou de edificação, de forma que sua modi- Parágrafo único. O passeio público, elemento
ficação ou seu traslado não provoque alterações obrigatório de urbanização e parte da via pública,
substanciais nesses elementos, tais como semá- normalmente segregado e em nível diferente,
foros, postes de sinalização e similares, terminais destina-se somente à circulação de pedestres e,
e pontos de acesso coletivo às telecomunicações, quando possível, à implantação de mobiliário ur-
fontes de água, lixeiras, toldos, marquises, ban- bano e de vegetação. (Parágrafo único acrescido pela
cos, quiosques e quaisquer outros de natureza Lei nº 13.146, de 6/7/2015, publicada no DOU de 7/7/2015,
análoga; (Primitivo inciso V renumerado e com redação em vigor 180 dias após sua publicação)
dada pela Lei nº 13.146, de 6/7/2015, publicada no DOU de
Art. 4º As vias públicas, os parques e os demais
7/7/2015, em vigor 180 dias após sua publicação)
espaços de uso público existentes, assim como as
VIII – tecnologia assistiva ou ajuda técnica: pro-
respectivas instalações de serviços e mobiliários
dutos, equipamentos, dispositivos, recursos, me-
urbanos deverão ser adaptados, obedecendo-se
todologias, estratégias, práticas e serviços que ob-
ordem de prioridade que vise à maior eficiência
jetivem promover a funcionalidade, relacionada à
das modificações, no sentido de promover mais
atividade e à participação da pessoa com deficiên-
ampla acessibilidade às pessoas portadoras de
cia ou com mobilidade reduzida, visando à sua
deficiência ou com mobilidade reduzida.
autonomia, independência, qualidade de vida e
Parágrafo único. No mínimo 5% (cinco por
inclusão social; (Inciso acrescido pela Lei nº 13.146, de
cento) de cada brinquedo e equipamento de lazer
6/7/2015, publicada no DOU de 7/7/2015, em vigor 180 dias
existentes nos locais referidos no caput devem ser
após sua publicação)
adaptados e identificados, tanto quanto tecnica-
IX – comunicação: forma de interação dos cida-
mente possível, para possibilitar sua utilização
dãos que abrange, entre outras opções, as línguas,
por pessoas com deficiência, inclusive visual, ou
inclusive a Língua Brasileira de Sinais (Libras), a
com mobilidade reduzida. (Parágrafo único acrescido
visualização de textos, o Braille, o sistema de sina-
pela Lei nº 11.982, de 16/7/2009, e com redação dada pela
lização ou de comunicação tátil, os caracteres am-
Lei nº 13.443, de 11/5/2017, publicada no DOU de 12/5/2017,
pliados, os dispositivos multimídia, assim como a
em vigor 90 dias após a publicação)
linguagem simples, escrita e oral, os sistemas au-
ditivos e os meios de voz digitalizados e os modos, Art. 5º O projeto e o traçado dos elementos de
meios e formatos aumentativos e alternativos de urbanização públicos e privados de uso comuni-
comunicação, incluindo as tecnologias da infor- tário, nestes compreendidos os itinerários e as
mação e das comunicações; (Inciso acrescido pela passagens de pedestres, os percursos de entrada
Lei nº 13.146, de 6/7/2015, publicada no DOU de 7/7/2015, e de saída de veículos, as escadas e rampas, deve-
em vigor 180 dias após sua publicação) rão observar os parâmetros estabelecidos pelas
X – desenho universal: concepção de produtos, normas técnicas de acessibilidade da Associação
ambientes, programas e serviços a serem usados Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
por todas as pessoas, sem necessidade de adap- Art. 6º Os banheiros de uso público existentes ou
tação ou de projeto específico, incluindo os re- a construir em parques, praças, jardins e espaços
cursos de tecnologia assistiva. (Inciso acrescido pela livres públicos deverão ser acessíveis e dispor,
Lei nº 13.146, de 6/7/2015, publicada no DOU de 7/7/2015, pelo menos, de um sanitário e um lavatório que
em vigor 180 dias após sua publicação) atendam às especificações das normas técnicas
CAPÍTULO II da ABNT.
DOS ELEMENTOS DA URBANIZAÇÃO Art. 7º Em todas as áreas de estacionamento de
Art. 3º O planejamento e a urbanização das vias veículos, localizadas em vias ou em espaços pú-
públicas, dos parques e dos demais espaços de blicos, deverão ser reservadas vagas próximas dos
73
LEGISLAÇÃO SOBRE PESSOA COM DEFICIÊNCIA
74
LEI Nº 10.098, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2000
Parágrafo único. A implementação das adapta- direitos enumerados no parágrafo único deste
ções, eliminações e supressões de barreiras arqui- artigo.
tetônicas referidas no caput deste artigo deverá Parágrafo único. São direitos da pessoa porta-
ser iniciada a partir do primeiro ano de vigência dora de transtorno mental:
desta Lei. I – ter acesso ao melhor tratamento do sistema
de saúde, consentâneo às suas necessidades;
Art. 24. O Poder Público promoverá campanhas
II – ser tratada com humanidade e respeito e
informativas e educativas dirigidas à população
no interesse exclusivo de beneficiar sua saúde, vi-
em geral, com a finalidade de conscientizá-la e
sando alcançar sua recuperação pela inserção na
sensibilizá-la quanto à acessibilidade e à integra-
família, no trabalho e na comunidade;
ção social da pessoa portadora de deficiência ou
III – ser protegida contra qualquer forma de
com mobilidade reduzida.
abuso e exploração;
Art. 25. As disposições desta Lei aplicam-se aos IV – ter garantia de sigilo nas informações pres-
edifícios ou imóveis declarados bens de interesse tadas;
cultural ou de valor histórico-artístico, desde que V – ter direito à presença médica, em qualquer
as modificações necessárias observem as normas tempo, para esclarecer a necessidade ou não de
específicas reguladoras destes bens. sua hospitalização involuntária;
Art. 26. As organizações representativas de pes- VI – ter livre acesso aos meios de comunicação
soas portadoras de deficiência terão legitimidade disponíveis;
para acompanhar o cumprimento dos requisitos VII – receber o maior número de informações a
de acessibilidade estabelecidos nesta Lei. respeito de sua doença e de seu tratamento;
VIII – ser tratada em ambiente terapêutico pelos
Art. 27. Esta Lei entra em vigor na data de sua pu-
meios menos invasivos possíveis;
blicação.
IX – ser tratada, preferencialmente, em serviços
Brasília, 19 de dezembro de 2000; 179º da comunitários de saúde mental.
Independência e 112º da República.
Art. 3º É responsabilidade do Estado o desenvolvi-
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
José Gregori
mento da política de saúde mental, a assistência e
a promoção de ações de saúde aos portadores de
LEI Nº 10.216, DE 6 DE ABRIL DE 2001 transtornos mentais, com a devida participação
(LEI DA REFORMA PSIQUIÁTRICA) da sociedade e da família, a qual será prestada em
(Publicada no DOU de 9/4/2001) estabelecimento de saúde mental, assim enten-
didas as instituições ou unidades que ofereçam
Dispõe sobre a proteção e os direitos das pes-
assistência em saúde aos portadores de transtor-
soas portadoras de transtornos mentais e redi-
reciona o modelo assistencial em saúde mental. nos mentais.
assegurem aos pacientes os direitos enumerados vaguarda do paciente, dos demais internados e
no parágrafo único do art. 2º. funcionários.
Art. 5º O paciente há longo tempo hospitalizado Art. 10. Evasão, transferência, acidente, intercor-
ou para o qual se caracterize situação de grave de- rência clínica grave e falecimento serão comuni-
pendência institucional, decorrente de seu qua- cados pela direção do estabelecimento de saúde
dro clínico ou de ausência de suporte social, será mental aos familiares, ou ao representante legal
objeto de política específica de alta planejada e do paciente, bem como à autoridade sanitária
reabilitação psicossocial assistida, sob respon- responsável, no prazo máximo de vinte e quatro
sabilidade da autoridade sanitária competente e horas da data da ocorrência.
supervisão de instância a ser definida pelo Poder Art. 11. Pesquisas científicas para fins diagnós-
Executivo, assegurada a continuidade do trata- ticos ou terapêuticos não poderão ser realizadas
mento, quando necessário. sem o consentimento expresso do paciente, ou de
Art. 6º A internação psiquiátrica somente será seu representante legal, e sem a devida comuni-
realizada mediante laudo médico circunstanciado cação aos conselhos profissionais competentes e
que caracterize os seus motivos. ao Conselho Nacional de Saúde.
Parágrafo único. São considerados os seguintes Art. 12. O Conselho Nacional de Saúde, no âm-
tipos de internação psiquiátrica: bito de sua atuação, criará comissão nacional para
I – internação voluntária: aquela que se dá com acompanhar a implementação desta Lei.
o consentimento do usuário;
Art. 13. Esta Lei entra em vigor na data de sua pu-
II – internação involuntária: aquela que se dá
blicação.
sem o consentimento do usuário e a pedido de
terceiro; e Brasília, 6 de abril de 2001; 180º da
Independência e 113º da República.
III – internação compulsória: aquela determi-
nada pela Justiça. FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
José Gregori
Art. 7º A pessoa que solicita voluntariamente sua José Serra
internação, ou que a consente, deve assinar, no Roberto Brant
momento da admissão, uma declaração de que
optou por esse regime de tratamento. LEI Nº 10.436, DE 24 DE ABRIL DE 2002
Parágrafo único. O término da internação volun- (LEI DA LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS)
tária dar-se-á por solicitação escrita do paciente (Publicada no DOU de 25/4/2002)
o uso e difusão da Língua Brasileira de Sinais (Li- II – garantir, progressivamente, a inserção dos
bras) como meio de comunicação objetiva e de uti- educandos portadores de deficiência nas classes
lização corrente das comunidades surdas do Brasil. comuns de ensino regular.
Art. 3º As instituições públicas e empresas con- Art. 2º Para os fins do disposto no art. 1º desta
cessionárias de serviços públicos de assistência à Lei, a União repassará, diretamente à unidade exe-
saúde devem garantir atendimento e tratamento cutora constituída na forma de entidade privada
adequado aos portadores de deficiência auditiva, sem fins lucrativos que preste serviços gratuitos
na modalidade de educação especial, assistência
de acordo com as normas legais em vigor.
financeira proporcional ao número de educandos
Art. 4º O sistema educacional federal e os siste- portadores de deficiência, conforme apurado no
mas educacionais estaduais, municipais e do Dis- censo escolar realizado pelo Ministério da Educa-
trito Federal devem garantir a inclusão nos cursos ção no exercício anterior, observado o disposto
de formação de Educação Especial, de Fonoau- nesta Lei.
diologia e de Magistério, em seus níveis médio e § 1º O Conselho Deliberativo do FNDE expedirá
superior, do ensino da Língua Brasileira de Sinais as normas relativas aos critérios de alocação dos
(Libras), como parte integrante dos Parâmetros recursos, valores per capita, unidades executo-
Curriculares Nacionais (PCNs), conforme legisla- ras e caracterização de entidades, bem como as
ção vigente. orientações e instruções necessárias à execução
Parágrafo único. A Língua Brasileira de Sinais do Paed.
(Libras) não poderá substituir a modalidade es- § 2º A transferência de recursos financeiros, ob-
crita da língua portuguesa. jetivando a execução do Paed, será efetivada au-
tomaticamente pelo FNDE, sem necessidade de
Art. 5º Esta Lei entra em vigor na data de sua pu- convênio, ajuste, acordo ou contrato, mediante
blicação. depósito em conta-corrente específica.
Brasília, 24 de abril de 2002; 181º da § 3º (Revogado a partir de 1º/1/2007 pela Lei nº 11.494,
Independência e 114º da República. de 20/6/2007)
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO § 4º Os recursos recebidos à conta do Paed de-
Paulo Renato Souza verão ser aplicados pela entidade executora em
despesas consideradas como de manutenção e
LEI Nº 10.845, DE 5 DE MARÇO DE 2004 desenvolvimento do ensino, de acordo com os
(Publicada no DOU de 8/3/2004) arts. 70 e 71 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro
de 1996.
Institui o Programa de Complementação
ao Atendimento Educacional Especializado Art. 3º Para os fins do disposto no art. 1º desta Lei
às Pessoas Portadoras de Deficiência, e dá e no art. 60 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de
outras providências. 1996, é facultado aos Estados, ao Distrito Federal
O presidente da República e aos Municípios prestar apoio técnico e financeiro
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu às entidades privadas sem fins lucrativos que ofe-
sanciono a seguinte Lei: recem educação especial, na forma de:
I – cessão de professores e profissionais espe-
Art. 1º Fica instituído, no âmbito do Fundo Nacio-
cializados da rede pública de ensino, bem como
nal de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Pro-
de material didático e pedagógico apropriado;
grama de Complementação ao Atendimento Edu-
II – repasse de recursos para construções, refor-
cacional Especializado às Pessoas Portadoras de
mas, ampliações e aquisição de equipamentos;
Deficiência (Paed), em cumprimento do disposto III – oferta de transporte escolar aos educandos
no inciso III do art. 208 da Constituição, com os portadores de deficiência matriculados nessas
seguintes objetivos: entidades.
I – garantir a universalização do atendimento Parágrafo único. Os profissionais do magistério
especializado de educandos portadores de defi- cedidos nos termos do caput deste artigo, no de-
ciência cuja situação não permita a integração em sempenho de suas atividades, serão considerados
classes comuns de ensino regular; como em efetivo exercício no ensino fundamental
78
LEI Nº 11.126, DE 27 DE JUNHO DE 2005
Art. 7º Esta Lei entra em vigor na data de sua pu- Art. 5º (Vetado)
blicação. Art. 6º Esta Lei entra em vigor na data de sua pu-
Brasília, 5 de março de 2004; 183º da blicação.
Independência e 116º da República.
Brasília, 27 de junho de 2005; 184º da
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Independência e 117º da República.
Tarso Genro
Guido Mantega LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
José Dirceu de Oliveira e Silva Márcio Thomaz Bastos
79
LEGISLAÇÃO SOBRE PESSOA COM DEFICIÊNCIA
80
LEI Nº 12.715, DE 17 DE SETEMBRO DE 2012
2007; altera as Leis nos 9.250, de 26 de dezem- III – qualificadas como Organizações da So-
bro de 1995, 11.033, de 21 de dezembro de 2004, ciedade Civil de Interesse Público, na forma da
9.430, de 27 de dezembro de 1996, 10.865, de Lei nº 9.790, de 23 de março de 1999.
30 de abril de 2004, 11.774, de 17 de setembro
de 2008, 12.546, de 14 de dezembro de 2011, Art. 3º Fica instituído o Programa Nacional de
11.484, de 31 de maio de 2007, 10.637, de 30 de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Defi-
dezembro de 2002, 11.196, de 21 de novembro ciência (Pronas/PCD).
de 2005, 10.406, de 10 de janeiro de 2002, 9.532, § 1º O Pronas/PCD tem a finalidade de captar e
de 10 de dezembro de 1997, 12.431, de 24 de
canalizar recursos destinados a estimular e desen-
junho de 2011, 12.414, de 9 de junho de 2011,
volver a prevenção e a reabilitação da pessoa com
8.666, de 21 de junho de 1993, 10.925, de 23 de
julho de 2004, os Decretos-Leis nos 1.455, de 7
deficiência, incluindo-se promoção, prevenção,
de abril de 1976, 1.593, de 21 de dezembro de diagnóstico precoce, tratamento, reabilitação e in-
1977, e a Medida Provisória nº 2.199-14, de 24 dicação e adaptação de órteses, próteses e meios
de agosto de 2001; e dá outras providências. auxiliares de locomoção, em todo o ciclo de vida.
A presidenta da República § 2º O Pronas/PCD será implementado me-
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu diante incentivo fiscal a ações e serviços de reabi-
sanciono a seguinte Lei: litação da pessoa com deficiência desenvolvidos
por pessoas jurídicas de direito privado sem fins
Art. 1º Fica instituído o Programa Nacional de lucrativos que se destinam ao tratamento de defi-
Apoio à Atenção Oncológica (Pronon), com a fina- ciências físicas, motoras, auditivas, visuais, men-
lidade de captar e canalizar recursos para a pre- tais, intelectuais, múltiplas e de autismo.
venção e o combate ao câncer. § 3º Para efeito do Pronas/PCD, as pessoas jurí-
Parágrafo único. A prevenção e o combate ao dicas referidas no § 2º devem:
câncer englobam, para os fins desta Lei, a promo- I – ser certificadas como entidades beneficentes
ção da informação, a pesquisa, o rastreamento, de assistência social que atendam ao disposto na
o diagnóstico, o tratamento, os cuidados paliati- Lei nº 12.101, de 27 de novembro de 2009; ou
vos e a reabilitação referentes às neoplasias ma- II – atender aos requisitos de que trata a
lignas e afecções correlatas. Lei nº 9.637, de 15 de maio de 1998; ou
III – constituir-se como Organizações da Socie-
Art. 2º O Pronon será implementado mediante in-
dade Civil de Interesse Público que atenda aos re-
centivo fiscal a ações e serviços de atenção onco-
quisitos de que trata a Lei nº 9.790, de 23 de março
lógica, desenvolvidos por instituições de preven-
de 1999; ou
ção e combate ao câncer.
IV – prestar atendimento direto e gratuito às
§ 1º As ações e os serviços de atenção oncoló-
pessoas com deficiência, cadastradas no Cadastro
gica a serem apoiados com os recursos captados Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES)
por meio do Pronon compreendem: do Ministério da Saúde.
I – a prestação de serviços médico-assistenciais; § 4º As ações e os serviços de reabilitação apoia-
II – a formação, o treinamento e o aperfeiçoa- dos com as doações e os patrocínios captados por
mento de recursos humanos em todos os níveis; e meio do Pronas/PCD compreendem:
III – a realização de pesquisas clínicas, epide- I – prestação de serviços médico-assistenciais;
miológicas e experimentais. II – formação, treinamento e aperfeiçoamento
§ 2º Para os fins do disposto nesta Lei, consi- de recursos humanos em todos os níveis; e
deram-se instituições de prevenção e combate III – realização de pesquisas clínicas, epidemio-
ao câncer as pessoas jurídicas de direito privado, lógicas e experimentais.
associativas ou fundacionais, sem fins lucrativos, Art. 4º A União facultará às pessoas físicas, a partir
que sejam: do ano-calendário de 2012 até o ano-calendário
I – certificadas como entidades beneficentes de de 2020, e às pessoas jurídicas, a partir do ano-
assistência social, na forma da Lei nº 12.101, de 27 -calendário de 2013 até o ano-calendário de
de novembro de 2009; ou 2021, na qualidade de incentivadoras, a opção
II – qualificadas como organizações sociais, na de deduzirem do imposto sobre a renda os valo-
forma da Lei nº 9.637, de 15 de maio de 1998; ou res correspondentes às doações e aos patrocínios
81
LEGISLAÇÃO SOBRE PESSOA COM DEFICIÊNCIA
diretamente efetuados em prol de ações e servi- programa de que trata o art. 3º; e (Alínea acrescida
ços de que tratam os arts. 1º a 3º, previamente pela Lei nº 12.844, de 19/7/2013)
aprovados pelo Ministério da Saúde e desenvolvi- II – relativamente às pessoas jurídicas tributa-
dos pelas instituições destinatárias a que se refe- das com base no lucro real:
rem os arts. 2º e 3º. (Caput do artigo com redação dada a) (Vetada)
pela Lei nº 13.169, de 6/10/2015) b) deverão corresponder às doações e aos pa-
§ 1º As doações poderão assumir as seguintes trocínios efetuados dentro do período de apura-
espécies de atos gratuitos: ção trimestral ou anual do imposto;
I – transferência de quantias em dinheiro; c) (Vetada na Lei nº 12.794, de 2/4/2013)
II – transferência de bens móveis ou imóveis; d) ficam limitadas a 1% (um por cento) do im-
III – comodato ou cessão de uso de bens imó- posto sobre a renda devido em cada período de
veis ou equipamentos; apuração trimestral ou anual com relação ao pro-
IV – realização de despesas em conservação, grama de que trata o art. 1º, e a 1% (um por cento)
manutenção ou reparos nos bens móveis, imó- do imposto sobre a renda devido em cada período
veis e equipamentos, inclusive os referidos no de apuração trimestral ou anual com relação ao
inciso III; e programa de que trata o art. 3º, observado em
V – fornecimento de material de consumo, hos- ambas as hipóteses o disposto no § 4º do art. 3º
pitalar ou clínico, de medicamentos ou de produ- da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995. (Alínea
tos de alimentação. acrescida pela Lei nº 12.844, de 19/7/2013)
§ 2º Considera-se patrocínio a prestação do in- § 7º (Vetado)
centivo com finalidade promocional. § 8º Os benefícios de que trata este artigo não
§ 3º A pessoa física incentivadora poderá dedu- excluem outros benefícios, abatimentos e dedu-
zir do imposto sobre a renda devido, apurado na ções em vigor.
Declaração de Ajuste Anual, o valor total das doa-
ções e dos patrocínios. Art. 5º Na hipótese da doação em bens, o doador
§ 4º A pessoa jurídica incentivadora tributada deverá considerar como valor dos bens doados:
com base no lucro real poderá deduzir do imposto I – para as pessoas físicas, o valor constante da
sobre a renda devido, em cada período de apura- última declaração do imposto sobre a renda; e
ção, trimestral ou anual, o valor total das doações II – para as pessoas jurídicas, o valor contábil
e dos patrocínios, vedada a dedução como des- dos bens.
pesa operacional. Parágrafo único. Em qualquer das hipóteses
§ 5º O valor global máximo das deduções de previstas no § 1º do art. 4º, o valor da dedução
que trata este artigo será fixado anualmente pelo não poderá ultrapassar o valor de mercado.
Poder Executivo, com base em um percentual da Art. 6º A instituição destinatária titular da ação
renda tributável das pessoas físicas e do imposto ou serviço definido no § 1º do art. 2º e no § 4º do
sobre a renda devido por pessoas jurídicas tribu- art. 3º deve emitir recibo em favor do doador ou
tadas com base no lucro real. patrocinador, na forma e condições estabelecidas
§ 6º As deduções de que trata este artigo: em ato da Secretaria da Receita Federal do Brasil
I – relativamente às pessoas físicas: do Ministério da Fazenda.
a) ficam limitadas ao valor das doações efetua-
Art. 7º Para a aplicação do disposto no art. 4º,
das no ano-calendário a que se referir a Declara-
as ações e serviços definidos no § 1º do art. 2º e
ção de Ajuste Anual do Imposto sobre a Renda da
no § 4º do art. 3º deverão ser aprovados previa-
Pessoa Física;
mente pelo Ministério da Saúde, segundo a forma
b) (Vetada)
e o procedimento estabelecidos em ato do Poder
c) aplicam-se à declaração de ajuste anual utili-
Executivo, e devem estar em consonância com a
zando-se a opção pelas deduções legais;
política definida para o setor no Plano Nacional
d) (Vetada na Lei nº 12.794, de 2/4/2013)
de Saúde e nas diretrizes do Ministério da Saúde.
e) ficam limitadas a 1% (um por cento) do im-
posto sobre a renda devido com relação ao pro- Art. 8º As ações e serviços definidos no § 1º do
grama de que trata o art. 1º, e a 1% (um por cento) art. 2º e no § 4º do art. 3º deverão ter seu desenvol-
do imposto sobre a renda devido com relação ao vimento acompanhado e avaliado pelo Ministério
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LEI Nº 12.715, DE 17 DE SETEMBRO DE 2012
especificados no caput serão realizadas por meio ao regime, quando destinados aos equipamentos
de licitação pública, observada a legislação vigente. mencionados no art. 16; e
§ 5º As soluções de informática a serem adquiri- III – do IPI, da Contribuição para o PIS/Pasep-
das e utilizadas no âmbito do Prouca deverão obri- -Importação, da Cofins-Importação, do Imposto
gatoriamente contar com um percentual mínimo de Importação e da Contribuição de Intervenção
de equipamentos de informática e programas de no Domínio Econômico destinada a financiar o
computador adaptados ou desenvolvidos especi- Programa de Estímulo à Interação Universidade-
ficamente para pessoas com deficiência, nos ter- -Empresa para o Apoio à Inovação incidentes sobre:
mos do regulamento. a) matérias-primas e produtos intermediários
Art. 17. É beneficiária do Reicomp a pessoa jurí- destinados à industrialização dos equipamentos
dica habilitada que: mencionados no art. 16, quando importados dire-
I – exerça atividade de fabricação dos equipa- tamente por pessoa jurídica habilitada ao regime;
mentos mencionados no caput do art. 16; e b) o pagamento de serviços importados direta-
II – seja vencedora do processo de licitação de mente por pessoa jurídica habilitada ao regime,
que trata o § 4º do art. 16. quando destinados aos equipamentos mencio-
§ 1º Também será considerada beneficiária do nados no art. 16.
Reicomp a pessoa jurídica que exerça a atividade Art. 19. Ficam isentos de IPI os equipamentos de
de manufatura terceirizada para a vencedora do informática saídos da pessoa jurídica beneficiária
processo de licitação a que se refere o § 4º do art. 16. do Reicomp diretamente para as escolas referidas
§ 2º As pessoas jurídicas optantes pelo Regime no art. 16.
Especial Unificado de Arrecadação de Tributos
Art. 20. As operações de importação efetuadas
e Contribuições devidos pelas Microempresas
com os benefícios previstos no Reicomp depen-
e Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacio-
dem de anuência prévia do Ministério da Ciência,
nal), de que trata a Lei Complementar nº 123, de
Tecnologia e Inovação.
14 de dezembro de 2006, e as pessoas jurídicas
Parágrafo único. As notas fiscais relativas às
de que tratam o inciso II do caput do art. 8º da
operações de venda no mercado interno de bens
Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e o in-
e serviços adquiridos com os benefícios previstos
ciso II do caput do art. 10 da Lei nº 10.833, de 29 de
no Reicomp devem:
dezembro de 2003, não podem aderir ao Reicomp.
I – estar acompanhadas de documento emitido
§ 3º O Poder Executivo regulamentará o regime
pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação,
de que trata o caput.
atestando que a operação é destinada ao Prouca;
Art. 18. O Reicomp suspende, conforme o caso, e
a exigência: II – conter a expressão “Venda efetuada com
I – do Imposto sobre Produtos Industrializados suspensão da exigência do IPI, da Contribuição
(IPI) incidente sobre a saída do estabelecimento para o PIS/Pasep e da Cofins”, com a especifica-
industrial de matérias-primas e produtos interme- ção do dispositivo legal correspondente e do nú-
diários destinados à industrialização dos equipa- mero do atestado emitido pelo Ministério da Ciên-
mentos mencionados no art. 16, quando adquiri- cia, Tecnologia e Inovação.
dos por pessoa jurídica habilitada ao regime;
Art. 21. A fruição dos benefícios do Reicomp fica
II – da Contribuição para o PIS/Pasep e da Con-
condicionada à regularidade fiscal da pessoa ju-
tribuição para o Financiamento da Seguridade
rídica em relação aos tributos e contribuições ad-
Social (Cofins) incidentes sobre a receita decor-
ministrados pela Secretaria da Receita Federal do
rente da:
Brasil do Ministério da Fazenda.
a) venda de matérias-primas e produtos inter-
mediários destinados à industrialização dos equi- Art. 22. A pessoa jurídica beneficiária do Reicomp
pamentos mencionados no art. 16, quando adqui- terá a habilitação cancelada:
ridos por pessoa jurídica habilitada ao regime; ou I – na hipótese de não atender ou deixar de
b) prestação de serviços por pessoa jurídica atender ao processo produtivo básico específico
estabelecida no País a pessoa jurídica habilitada referido no inciso II do § 2º do art. 16;
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LEI Nº 12.715, DE 17 DE SETEMBRO DE 2012
II – sempre que se apure que não satisfazia ou I – deverão seguir parâmetros e especificações
deixou de satisfazer, não cumpria ou deixou de técnicas definidos em regulamento; e
cumprir os requisitos para habilitação ao regime; II – não poderão ter a sua destinação alterada
ou pelo prazo mínimo de 5 (cinco) anos.
III – a pedido. § 6º O descumprimento do disposto no § 5º su-
Art. 23. Após a incorporação ou utilização dos jeitará o ente público ou privado proprietário do
bens ou dos serviços adquiridos ou importados estabelecimento de educação infantil beneficiário
com os benefícios do Reicomp nos equipamentos ao pagamento da diferença dos tributos a que se
mencionados no art. 16, a suspensão de que trata refere o art. 25 que deixou de ser paga pela cons-
o art. 18 converte-se em alíquota 0 (zero). trutora, com os devidos acréscimos legais.
Parágrafo único. Na hipótese de não se efetuar a Art. 25. Para cada obra submetida ao regime es-
incorporação ou utilização de que trata o caput, pecial de tributação, a construtora ficará sujeita
a pessoa jurídica beneficiária do Reicomp fica ao pagamento equivalente a 1% (um por cento)
obrigada a recolher os tributos não pagos em fun-
da receita mensal recebida, que corresponderá
ção da suspensão de que trata o art. 18, acrescidos
ao pagamento mensal unificado dos seguintes
de juros e multa, de mora ou de ofício, na forma
impostos e contribuições:
da Lei, contados a partir da data de aquisição ou
I – Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ);
do registro da Declaração de Importação (DI), na
II – Contribuição para PIS/Pasep;
condição de:
III – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
I – contribuinte, em relação ao IPI vinculado
(CSLL); e
à importação, à Contribuição para o PIS/Pasep-
IV – Cofins.
-Importação e à Cofins-Importação; ou
§ 1º Para fins do disposto no caput deste artigo,
II – responsável, em relação ao IPI, à Contribui-
considera-se receita mensal a totalidade das re-
ção para o PIS/Pasep, à Cofins e à Contribuição
ceitas auferidas pela construtora em virtude da
de Intervenção no Domínio Econômico destinada
a financiar o Programa de Estímulo à Interação realização da obra.
Universidade-Empresa para o Apoio à Inovação. § 2º O percentual de 1% (um por cento) de que
trata o caput deste artigo será considerado:
Art. 24. Fica instituído regime especial de tributa-
I – 0,44% (quarenta e quatro centésimos por
ção aplicável à construção ou reforma de estabe-
cento) como Cofins;
lecimentos de educação infantil.
II – 0,09% (nove centésimos por cento) como
§ 1º O regime especial previsto no caput deste
Contribuição para o PIS/Pasep;
artigo aplica-se até 31 de dezembro de 2018 aos
III – 0,31% (trinta e um centésimos por cento)
projetos de construção ou reforma de creches e
como IRPJ; e
pré-escolas cujas obras tenham sido iniciadas ou
IV – 0,16% (dezesseis centésimos por cento)
contratadas a partir de 1º de janeiro de 2013.
como CSLL.
§ 2º O regime especial tem caráter opcional e
§ 3º As receitas, custos e despesas próprios da
irretratável enquanto perdurarem as obrigações
da construtora com os contratantes. obra sujeita a tributação na forma deste artigo não
§ 3º A forma, o prazo e as condições para a deverão ser computados na apuração das bases
opção pelo regime especial de tributação serão de cálculo dos tributos e contribuições de que
estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal trata o caput devidos pela construtora em virtude
do Brasil. de suas outras atividades empresariais.
§ 4º A opção de que trata o § 3º depende da § 4º Para fins do disposto no § 3º deste artigo, os
prévia aprovação do projeto de construção ou re- custos e despesas indiretos pagos pela construtora
forma de creches e pré-escolas pelo Ministério da no mês serão apropriados a cada obra na mesma
Educação, onde deve constar o prazo mínimo de proporção representada pelos custos diretos pró-
5 (cinco) anos de utilização do imóvel como cre- prios da obra, em relação ao custo direto total da
che ou pré-escola. construtora, assim entendido como a soma de
§ 5º Os estabelecimentos de educação infantil todos os custos diretos de todas as obras e o de ou-
a que se refere este artigo: tras atividades exercidas pela construtora.
85
LEGISLAÇÃO SOBRE PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Art. 26. A opção pelo regime especial de tributa- de preços de todos os equipamentos e componen-
ção previsto no art. 24 desta Lei obriga o contri- tes de rede vinculados;
buinte a fazer o recolhimento dos tributos a partir III – o projeto não poderá relacionar como servi-
do mês da opção. ços associados às obras civis referidas no inciso II
§ 1º O pagamento unificado de impostos e con- os serviços de operação, manutenção, aluguel, co-
tribuições deverá ser feito até o 20º (vigésimo) dia modato e arrendamento mercantil de equipamen-
do mês subsequente àquele em que houver sido tos e componentes de rede de telecomunicações;
auferida a receita. IV – o projeto deverá contemplar a aquisição de
§ 2º O pagamento dos tributos e contribuições equipamentos e componentes de rede produzidos
na forma deste artigo será considerado definitivo, de acordo com o respectivo processo produtivo bá-
não gerando, em qualquer hipótese, direito à res- sico, conforme percentual mínimo definido em re-
tituição ou à compensação com o que for apurado gulamento; e
pela construtora. V – o projeto deverá contemplar a aquisição de
equipamentos e componentes de rede desenvol-
Art. 27. A construtora fica obrigada a manter es-
vidos com tecnologia nacional, conforme percen-
crituração contábil segregada para cada obra sub-
tual mínimo definido em regulamento.
metida ao regime especial de tributação.
§ 2º Compete ao Ministro de Estado das Comu-
Art. 28. Fica instituído o Regime Especial de Tri- nicações aprovar, em ato próprio, o projeto que
butação do Programa Nacional de Banda Larga se enquadre nas diretrizes do § 1º, observada a
para Implantação de Redes de Telecomunicações regulamentação de que trata o § 2º do art. 28.
(REPNBL-Redes). § 3º O projeto de que trata o caput deverá ser
§ 1º O REPNBL-Redes destina-se a projetos de im- apresentado ao Ministério das Comunicações até
plantação, ampliação ou modernização de redes de 30 de junho de 2015. (Parágrafo com redação dada pela
telecomunicações que suportam acesso à internet Lei nº 13.043, de 13/11/2014)
em banda larga, incluindo estações terrenas sateli- § 4º Os equipamentos e componentes de rede
tais que contribuam com os objetivos de implanta- de telecomunicações de que tratam os incisos IV
ção do Programa Nacional de Banda Larga (PNBL), e V do § 1º serão relacionados em ato do Poder
nos termos desta Lei. Executivo.
§ 2º O Poder Executivo regulamentará a forma e § 5º As pessoas jurídicas optantes pelo Simples
os critérios de habilitação e coabilitação ao regime Nacional, de que trata a Lei Complementar nº 123,
de que trata o caput. de 14 de dezembro de 2006, não poderão aderir
Art. 29. É beneficiária do REPNBL-Redes a pessoa ao REPNBL-Redes.
jurídica habilitada que tenha projeto aprovado § 6º Deverá ser dada ampla publicidade à ava-
para a consecução dos objetivos estabelecidos liação dos projetos apresentados no Ministério
no § 1º do art. 28, bem como a pessoa jurídica das Comunicações, nos termos da Lei nº 12.527,
coabilitada. de 18 de novembro de 2011.
§ 1º O Poder Executivo disciplinará o procedi- Art. 30. No caso de venda no mercado interno de
mento e os critérios de aprovação do projeto de que máquinas, aparelhos, instrumentos e equipamen-
trata o caput, observadas as seguintes diretrizes: tos novos e de materiais de construção para utili-
I – os critérios de aprovação deverão ser estabe- zação ou incorporação nas obras civis abrangidas
lecidos tendo em vista o objetivo de: no projeto de que trata o caput do art. 29, ficam
a) reduzir as diferenças regionais; suspensos:
b) modernizar as redes de telecomunicações e I – a exigência da Contribuição para o PIS/Pasep
elevar os padrões de qualidade propiciados aos e da Contribuição para o Financiamento da Segu-
usuários; e ridade Social (Cofins) incidentes sobre a receita
c) massificar o acesso às redes e aos serviços de da pessoa jurídica vendedora, quando a aquisição
telecomunicações que suportam acesso à internet for efetuada por pessoa jurídica beneficiária do
em banda larga; REPNBL-Redes; e
II – o projeto deverá contemplar, além das ne- II – o Imposto sobre Produtos Industrializados
cessárias obras civis, as especificações e a cotação (IPI) incidente na saída do estabelecimento in-
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LEI Nº 12.715, DE 17 DE SETEMBRO DE 2012
dustrial ou equiparado, quando a aquisição no sua conclusão, quando contratados por pessoa
mercado interno for efetuada por pessoa jurídica jurídica beneficiária do REPNBL-Redes.
beneficiária do REPNBL-Redes. Art. 32. Os benefícios de que tratam os arts. 28
§ 1º Nas notas fiscais relativas: a 31 alcançam apenas as construções, implanta-
I – às vendas de que trata o inciso I do caput ções, ampliações ou modernizações de redes de
deverá constar a expressão “Venda efetuada com telecomunicações realizadas entre a data de pu-
suspensão da exigibilidade da Contribuição para blicação da Medida Provisória nº 563, de 3 de abril
o PIS/Pasep e da Cofins”, com a especificação do de 2012, e 31 de dezembro de 2016.
dispositivo legal correspondente; e Parágrafo único. Os benefícios de que trata o
II – às saídas de que trata o inciso II do caput caput somente poderão ser usufruídos nas aqui-
deverá constar a expressão “Saída com suspensão sições, construções, implantações, ampliações ou
do IPI”, com a especificação do dispositivo legal modernizações realizadas a partir da data de habi-
correspondente, vedado o registro do imposto nas litação ou coabilitação da pessoa jurídica.
referidas notas.
Art. 33. A fruição dos benefícios de que trata o
§ 2º As suspensões de que trata este artigo con-
REPNBL-Redes fica condicionada à regularidade
vertem-se em alíquota 0 (zero) após a utilização
fiscal da pessoa jurídica em relação às contribui-
ou incorporação do bem ou material de constru-
ções e aos impostos administrados pela Secreta-
ção à obra de que trata o caput.
ria da Receita Federal do Brasil do Ministério da
§ 3º A pessoa jurídica que não utilizar ou incor-
Fazenda.
porar o bem ou material de construção à obra de
Parágrafo único. Para as prestadoras de servi-
que trata o caput fica obrigada a recolher as con-
ços de telecomunicações sujeitas à certificação da
tribuições e os impostos não pagos em decorrên-
Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a
cia da suspensão de que trata este artigo, acres-
fruição de que trata o caput fica também condicio-
cidos de juros e multa de mora, na forma da Lei, nada à regularidade fiscal em relação às receitas
contados a partir da data da aquisição, na condi- que constituem o Fundo de Fiscalização das Tele-
ção de responsável ou contribuinte, em relação à comunicações (Fistel).
Contribuição para o PIS/Pasep, à Cofins e ao IPI.
Art. 34. (Vetado)
§ 4º As máquinas, aparelhos, instrumentos e
equipamentos que possuam processo produtivo Art. 35. Os serviços de telecomunicações presta-
básico definido nos termos da Lei nº 8.248, de 23 dos por meio das subfaixas de radiofrequência de
de outubro de 1991, ou no Decreto-Lei nº 288, de 451 MHz a 458 MHz e de 461 MHz a 468 MHz, assim
28 de fevereiro de 1967, somente farão jus à sus- como por meio de estações terrenas satelitais de
pensão de que tratam os incisos I e II do caput pequeno porte que contribuam com os objetivos
quando produzidos conforme os respectivos PPBs. de implantação do PNBL, ficam isentos de tribu-
tos federais incidentes sobre o seu faturamento
Art. 31. No caso de venda de serviços destinados
até 31 de dezembro de 2018, nos termos definidos
às obras civis abrangidas no projeto de que trata
em regulamento.
o art. 29, fica suspensa a exigência da Contribui-
ção para o PIS/Pasep e da Cofins incidentes sobre Art. 36. Ficam isentas das taxas de fiscalização pre-
a prestação de serviços efetuada por pessoa jurí- vistas no art. 6º da Lei nº 5.070, de 7 de julho de
dica estabelecida no País, a pessoa jurídica bene- 1966, até 31 de dezembro de 2018, as estações
ficiária do REPNBL-Redes. de telecomunicações que operem nas subfaixas
§ 1º Nas vendas de serviços de que trata o caput, de radiofrequência de 451 MHz a 458 MHz e de 461
aplica-se, no que couber, o disposto nos §§ 1º a MHz a 468 MHz, assim como as estações terrenas
3º do art. 30. satelitais de pequeno porte que contribuam com
§ 2º O disposto no caput aplica-se também na os objetivos de implantação do PNBL, e atendam
hipótese de receita de aluguel de máquinas, apa- aos critérios estabelecidos em regulamento.
relhos, instrumentos e equipamentos para utiliza- Art. 37. Fica isenta de tributos federais, até 31 de
ção em obras civis abrangidas no projeto de que dezembro de 2018, a receita bruta de venda a va-
trata o art. 29, e que serão desmobilizados após rejo dos componentes e equipamentos de rede,
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LEGISLAÇÃO SOBRE PESSOA COM DEFICIÊNCIA
terminais e transceptores definidos em regula- Indústria e Comércio Exterior. (Parágrafo com redação
mento que sejam dedicados aos serviços de tele- dada pela Lei nº 12.844, de 19/7/2013)
comunicações prestados por meio das subfaixas § 4º Somente poderá habilitar-se ao regime a
de radiofrequência de 451 MHz a 458 MHz e de empresa que:
461 MHz a 468 MHz, assim como por meio de esta- I – estiver regular em relação aos tributos fe-
ções terrenas satelitais de pequeno porte que con- derais; e
tribuam com os objetivos de implantação do PNBL. II – assumir o compromisso de atingir níveis mí-
Art. 38. O valor da Taxa de Fiscalização de Instala- nimos de eficiência energética, conforme regula-
ção das estações móveis do Serviço Móvel Pessoal, mento. (Inciso com redação dada pela Lei nº 12.844, de
do Serviço Móvel Celular ou de outra modalidade 19/7/2013)
de serviço de telecomunicações, nos termos da § 5º A habilitação fica condicionada à:
Lei nº 5.070, de 7 de julho de 1966, e suas alte- I – realização pela empresa, no País, de ativida-
rações, que integrem sistemas de comunicação des fabris e de infraestrutura de engenharia, dire-
máquina a máquina, definidos nos termos da re- tamente ou por terceiros;
gulamentação a ser editada pelo Poder Executivo, II – realização pela empresa, no País, de inves-
fica fixado em R$ 5,68 (cinco reais e sessenta e oito timentos em pesquisa, desenvolvimento e inova-
centavos). ção, diretamente ou por terceiros;
Parágrafo único. A Taxa de Fiscalização de Fun- III – realização pela empresa, no País, de dispên-
cionamento será paga, anualmente, até o dia 31 dio em engenharia, tecnologia industrial básica e
de março, e seus valores serão os corresponden- de capacitação de fornecedores, diretamente ou
tes a 33% (trinta e três por cento) dos fixados para por terceiros; e
a Taxa de Fiscalização de Instalação. IV – adesão da empresa a programa de etique-
[...] tagem veicular de âmbito nacional, nos termos
Art. 40. Fica criado o Programa de Incentivo à Ino- de regulamento, exceto quanto aos veículos com
vação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Pro- motor de pistão, de ignição por compressão (die-
dutiva de Veículos Automotores (Inovar-Auto) com sel ou semidiesel).
objetivo de apoiar o desenvolvimento tecnológico, § 5º-A. Para a realização das atividades previs-
a inovação, a segurança, a proteção ao meio am- tas nos incisos II e III do § 5º, serão considerados
biente, a eficiência energética e a qualidade dos realizados no País dispêndios com aquisição de
automóveis, caminhões, ônibus e autopeças. software, equipamentos e suas peças de reposi-
§ 1º O Inovar-Auto aplicar-se-á até 31 de dezem- ção, desde que sejam utilizados em laboratórios,
bro de 2017, data em que todas habilitações vi- na forma do regulamento. (Parágrafo acrescido pela
gentes serão consideradas canceladas e cessarão Medida Provisória nº 638, de 17/1/2014, e com redação
dada pela Lei nº 12.996, de 18/6/2014)
seus efeitos, exceto quanto ao cumprimento dos
compromissos assumidos. I – (Inciso acrescido pela Medida Provisória nº 638, de
§ 2º Poderão habilitar-se ao Inovar-Auto: 17/1/2014, e não mantido pela Lei nº 12.996, de 18/6/2014,
I – as empresas que produzam, no País, os pro- na qual foi convertida a referida medida provisória)
dutos classificados nas posições 87.01 a 87.06 II – (Inciso acrescido pela Medida Provisória nº 638, de
da Tabela de Incidência do Imposto sobre Pro- 17/1/2014, e não mantido pela Lei nº 12.996, de 18/6/2014,
dutos Industrializados (Tipi), aprovada pelo De- na qual foi convertida a referida medida provisória)
creto nº 7.660, de 23 de dezembro de 2011; § 5º-B. As peças de reposição referidas no § 5º-A
II – as empresas que comercializem, no País, os são aquelas adquiridas juntamente com o equipa-
produtos referidos no inciso I; ou mento, cujo valor seja igual ou inferior a 10% (dez
III – as empresas que tenham projeto aprovado por cento) do valor do equipamento. (Parágrafo
para instalação, no País, de fábrica ou, no caso das acrescido pela Medida Provisória nº 638, de 17/1/2014, con-
empresas já instaladas, de novas plantas ou pro- vertida na Lei nº 12.996, de 18/6/2014)
jetos industriais para produção de novos modelos § 5º-C. (Parágrafo acrescido pela Medida Provisória
desses produtos. nº 638, de 17/1/2014, e não mantido pela Lei nº 12.996,
§ 3º A habilitação ao Inovar-Auto será concedida de 18/6/2014, na qual foi convertida a referida Medida
em ato do Ministro de Estado do Desenvolvimento, Provisória)
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LEI Nº 12.715, DE 17 DE SETEMBRO DE 2012
§ 6º A empresa deverá cumprir pelo menos § 4º O crédito presumido de IPI de que tratam
3 três) dos 4 (quatro) requisitos estabelecidos no o caput e o § 3º poderão ser apurados a partir da
§ 5º, com exceção das fabricantes que produzam habilitação da empresa.
exclusivamente veículos com motor de pistão, de § 5º O Poder Executivo estabelecerá termos, li-
ignição por compressão (diesel ou semidiesel), as mites e condições para a utilização do crédito pre-
quais deverão cumprir pelo menos 2 (dois) dos re- sumido de IPI de que trata este artigo.
quisitos estabelecidos nos incisos I a III do men- § 6º Fica suspenso o IPI incidente no desemba-
cionado § 5º. raço aduaneiro dos veículos importados nos ter-
§ 7º A habilitação terá validade de 12 (doze) mos do § 3º.
meses, contados a partir de sua concessão, po- § 7º Os créditos presumidos de IPI de que trata
dendo ser renovada, por solicitação da empresa, este artigo:
por novo período de 12 (doze) meses, desde que I – não estão sujeitos a incidência da Contribui-
tenham sido cumpridos todas condições e com- ção para o PIS/Pasep e da Cofins; e
promissos assumidos. II – não devem ser computados para fins de apu-
§ 8º No caso do inciso III do § 2º, a empresa ração do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica e
deverá solicitar habilitação específica para cada da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. (Vide
fábrica ou planta industrial que pretenda insta- Decreto nº 7.819, de 3/10/2012)
lar, a qual poderá ser renovada somente uma vez,
desde que tenha sido cumprido o cronograma do Art. 41-A. Com vistas à promoção do desenvolvi-
projeto de instalação. mento sustentável da indústria, os fornecedores
§ 9º O Poder Executivo estabelecerá termos, de insumos estratégicos e de ferramentaria para
limites e condições para a habilitação ao Inovar- as empresas habilitadas ao Inovar-Auto e seus for-
-Auto. (Vide Decreto nº 7.819, de 3/10/2012) necedores diretos ficam obrigados a informar aos
adquirentes, nas operações de venda, os valores
Art. 41. As empresas habilitadas ao Inovar-Auto
e as demais características dos produtos forne-
poderão apurar crédito presumido de IPI, com
cidos, nos termos, limites e condições definidos
base nos dispêndios realizados no País em cada
pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
mês-calendário com:
Comércio Exterior. (Artigo acrescido pela Medida Provi-
I – pesquisa;
sória nº 638, de 17/1/2014, convertida na Lei nº 12.996, de
II – desenvolvimento tecnológico;
18/6/2014)
III – inovação tecnológica;
§ 1º O desenvolvimento sustentável da indústria
IV – insumos estratégicos;
previsto no caput refere-se ao aumento do padrão
V – ferramentaria;
VI – recolhimentos ao Fundo Nacional de De- tecnológico dos veículos, especialmente quanto à
senvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) segurança veicular e a emissões veiculares.
na forma do regulamento; § 2º A omissão na prestação das informações de
VII – capacitação de fornecedores; e que trata o caput ensejará a aplicação de multa
VIII – engenharia e tecnologia industrial básica. no valor de 2% (dois por cento) sobre o valor das
§ 1º Para efeito do caput, serão considerados os operações de venda referidas no caput.
dispêndios realizados no segundo mês-calendário § 3º A prestação de informações incorretas
anterior ao mês de apuração do crédito. no cumprimento da obrigação a que se refere o
§ 2º Os dispêndios realizados em novembro e caput ensejará a aplicação de multa de 1% (um
dezembro de 2017 não darão direito ao crédito de por cento) sobre a diferença entre o valor infor-
que trata o caput. mado e o valor devido.
§ 3º As empresas de que trata o inciso III do § 2º § 4º Regulamento poderá dispor sobre os pro-
do art. 40, habilitadas ao Inovar-Auto, poderão, cedimentos para correção das informações incor-
ainda, apurar crédito presumido do IPI relativa- retas de que trata o § 3º.
mente aos veículos por elas importados, mediante § 5º O disposto nos §§ 2º e 3º será aplicado nas
a aplicação de percentual estabelecido pelo Poder operações de venda realizadas a partir do 7º (sé-
Executivo sobre a base de cálculo do IPI na saída timo) mês subsequente à definição dos termos,
do estabelecimento importador. limites e condições referidos no caput.
89
LEGISLAÇÃO SOBRE PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Art. 41-B. O Poder Executivo, no âmbito do Inovar- maior, acrescido de juros equivalentes à taxa do
-Auto, poderá estabelecer alíquotas do Imposto Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic)
sobre Produtos Industrializados (IPI) menores para títulos federais, acumulada mensalmente,
para os veículos que adotarem motores flex que calculados a partir do mês da apuração do crédito
tiverem relação de consumo entre etanol hidra- presumido até o mês anterior ao do pagamento e
tado e gasolina superior a 75% (setenta e cinco adicionados de 1% (um por cento) relativamente
por cento), sem prejuízo da eficiência energética ao mês em que o pagamento estiver sendo feito.
da gasolina nos veículos novos. (Artigo acrescido § 5º A omissão na prestação das informações
pela Medida Provisória nº 638, de 17/1/2014, convertida na de que trata o art. 41-A impede a apuração e a uti-
Lei nº 12.996, de 18/6/2014) lização do crédito presumido pela empresa habi-
Art. 42. Acarretará o cancelamento da habilitação litada, relativamente à operação de venda a que
ao Inovar-Auto: se referir a omissão. (Parágrafo acrescido pela Medida
I – o descumprimento dos requisitos estabeleci- Provisória nº 638, de 17/1/2014, convertida na Lei nº 12.996,
dos por esta Lei ou pelos atos complementares do de 18/6/2014)
Poder Executivo, exceto quanto: (Caput do inciso com § 6º A inobservância do disposto no § 4º, decor-
redação dada pela Medida Provisória nº 638, de 17/1/2014, ridos 60 (sessenta) dias após a notificação, acar-
convertida na Lei nº 12.996, de 18/6/2014) retará o cancelamento da habilitação ao Inovar-
a) ao compromisso de que trata o inciso II do -Auto, deixando-se de aplicar a exceção prevista
§ 4º do art. 40; e (Alínea acrescida pela Medida Provi- na alínea b do inciso I do caput. (Parágrafo acrescido
sória nº 638, de 17/1/2014, convertida na Lei nº 12.996, de pela Medida Provisória nº 638, de 17/1/2014, convertida na
18/6/2014) Lei nº 12.996, de 18/6/2014)
b) à utilização de valor a maior de crédito pre-
Art. 43. Fica sujeita à multa de: (Caput do artigo com
sumido por empresa habilitada ao Inovar-Auto
redação dada pela Lei nº 12.844, de 19/7/2013)
em razão de incorreções nas informações de que
I – 10% (dez por cento) do valor do crédito presu-
trata o art. 41-A; (Alínea acrescida pela Medida Provi-
mido apurado a empresa que descumprir obriga-
sória nº 638, de 17/1/2014, convertida na Lei nº 12.996, de
ção acessória relativa ao Inovar-Auto estabelecida
18/6/2014)
nesta Lei ou em ato específico da Secretaria da Re-
II – (Vetado)
ceita Federal do Brasil do Ministério da Fazenda;
§ 1º O cancelamento da habilitação ao Inovar-
(Inciso com redação dada pela Lei nº 12.844, de 19/7/2013)
-Auto implicará a exigência do imposto que deixou
II – R$ 50,00 (cinquenta reais) para até o pri-
de ser pago desde a primeira habilitação em fun-
meiro centésimo, inclusive, maior que o consumo
ção da utilização do crédito presumido do IPI, com
os acréscimos previstos na legislação tributária. energético correspondente à meta de eficiência
§ 2º O Poder Executivo poderá dispor em regu- energética, expressa em megajoules por quilôme-
lamento que a exigência do IPI e dos acréscimos tro, estabelecida para a empresa habilitada; (Inciso
de que trata o § 1º será proporcional ao descum- com redação dada pela Lei nº 12.844, de 19/7/2013)
primento dos compromissos assumidos. III – R$ 90,00 (noventa reais) a partir do primeiro
§ 3º No caso de a empresa possuir mais de centésimo, exclusive, até o segundo centésimo,
uma habilitação ao Inovar-Auto, o cancelamento inclusive, maior que o consumo energético cor-
de uma delas não afetará as demais. (Vide De- respondente à meta de eficiência energética, ex-
creto nº 7.819, de 3/10/2012) pressa em megajoules por quilômetro, estabele-
§ 4º Na hipótese da alínea b do inciso I do caput, cida para a empresa habilitada; (Inciso com redação
a empresa habilitada deverá: (Parágrafo acrescido dada pela Lei nº 12.844, de 19/7/2013)
pela Medida Provisória nº 638, de 17/1/2014, convertida na IV – R$ 270,00 (duzentos e setenta reais) a par-
Lei nº 12.996, de 18/6/2014) tir do segundo centésimo, exclusive, até o ter-
I – promover o estorno da parcela do crédito ceiro centésimo, inclusive, maior que o consumo
presumido aproveitado a maior, nos termos dis- energético correspondente à meta de eficiência
postos em ato do Poder Executivo; ou energética, expressa em megajoules por quilô-
II – no caso de insuficiência do saldo credor de metro, estabelecida para a empresa habilitada; e
crédito presumido, recolher o valor aproveitado a (Inciso com redação dada pela Lei nº 12.844, de 19/7/2013)
90
LEI Nº 12.715, DE 17 DE SETEMBRO DE 2012
V – R$ 360,00 (trezentos e sessenta reais) a partir § 2º Quando julgar necessário, o órgão anuente
do terceiro centésimo, exclusive, para cada centé- determinará a destruição da mercadoria em prazo
simo maior que o consumo energético correspon- igual ou inferior ao previsto no caput. (Parágrafo com
dente à meta de eficiência energética, expressa redação dada pela Medida Provisória nº 656, de 7/10/2014,
em megajoules por quilômetro, estabelecida para convertida na Lei nº 13.097, de 19/1/2015)
a empresa habilitada. (Inciso com redação dada pela I – (Revogado)
Lei nº 12.844, de 19/7/2013) II – (Revogado)
§ 1º O percentual de que trata o inciso I do caput § 3º As embalagens e as unidades de suporte
deverá ser aplicado sobre o valor do crédito presu- ou de acondicionamento para transporte que se
mido referente ao mês anterior ao da verificação enquadrem na tipificação de não autorização de
da infração. (Primitivo parágrafo único renumerado e importação prevista no caput estão sujeitas à de-
com redação dada pela Lei nº 12.844, de 19/7/2013) volução ou à destruição de que trata este artigo,
§ 2º Os valores de que tratam os incisos II, III, IV estejam ou não acompanhando mercadorias e
e V do caput deverão ser multiplicados pelo nú- independentemente da situação e do tratamento
mero de veículos comercializados pela empresa dispensado a essas mercadorias. (Parágrafo com
infratora a partir de 4 de abril de 2013 ou a partir redação dada pela Medida Provisória nº 656, de 7/10/2014,
da primeira habilitação ao Inovar-Auto, se esta for convertida na Lei nº 13.097, de 19/1/2015)
posterior a 4 de abril de 2013. (Parágrafo acrescido § 4º A obrigação de devolver ou de destruir
pela Lei nº 12.844, de 19/7/2013) será do transportador internacional na hipótese
§ 3º Os valores de que tratam os incisos II, III, IV de mercadoria acobertada por conhecimento de
e V do caput deverão ser depositados no Fundo carga à ordem, consignada a pessoa inexistente
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tec- ou a pessoa com domicílio desconhecido ou não
nológico (FNDCT), em conta específica. (Parágrafo encontrado no País. (Parágrafo com redação dada pela
acrescido pela Medida Provisória nº 638, de 17/1/2014, con- Medida Provisória nº 656, de 7/10/2014, convertida na
vertida na Lei nº 12.996, de 18/6/2014) Lei nº 13.097, de 19/1/2015)
Art. 44. O crédito presumido de IPI de que trata § 5º Em casos justificados, os prazos para devo-
o art. 41 não exclui os benefícios previstos nos lução ou para destruição poderão ser prorrogados,
arts. 11-A e 11-B da Lei nº 9.440, de 14 de março de a critério do órgão anuente. (Parágrafo com redação
dada pela Medida Provisória nº 656, de 7/10/2014, conver-
1997, e no art. 1º da Lei nº 9.826, de 23 de agosto
tida na Lei nº 13.097, de 19/1/2015)
de 1999, e o regime especial de tributação de que
trata o art. 56 da Medida Provisória nº 2.158-35, de § 6º Decorrido o prazo para devolução ou
24 de agosto de 2001, nos termos, limites e con- para destruição da mercadoria, consideradas as
dições estabelecidos em ato do Poder Executivo. prorrogações concedidas pelo órgão anuente, e
(Vide Decreto nº 7.819, de 3/10/2012)
não tendo sido adotada a providência, aplica-se
ao infrator, importador ou transportador, multa
Art. 45. (Vetado) no valor de R$ 10,00 (dez reais) por quilograma
Art. 46. O importador de mercadoria estrangeira ou fração da mercadoria, não inferior no total a
cuja importação não seja autorizada por órgão R$ 500,00 (quinhentos reais). (Parágrafo com redação
anuente com fundamento na legislação relativa dada pela Medida Provisória nº 656, de 7/10/2014, conver-
a saúde, metrologia, segurança pública, proteção tida na Lei nº 13.097, de 19/1/2015)
ao meio ambiente, controles sanitários, fitossani- § 7º Transcorrido o prazo de 10 (dez) dias, con-
tários e zoossanitários fica obrigado a devolver a tado a partir do primeiro dia depois do termo final
mercadoria ao exterior, no prazo de até 30 (trinta) do prazo a que se refere o § 6º, e não tendo sido
dias da ciência da não autorização. (Caput do ar- adotada a providência: (Caput do parágrafo com reda-
tigo com redação dada pela Medida Provisória nº 656, de ção dada pela Medida Provisória nº 656, de 7/10/2014, con-
7/10/2014, convertida na Lei nº 13.097, de 19/1/2015) vertida na Lei nº 13.097, de 19/1/2015)
§ 1º Nos casos em que a legislação específica I – o infrator, importador ou transportador, fica
determinar, a devolução da mercadoria ao exte- sujeito à multa no valor de R$ 20,00 (vinte reais)
rior deverá ser ao país de origem ou de embarque. por quilograma ou fração da mercadoria, não in-
(Parágrafo com redação dada pela Medida Provisória nº 656, ferior no total a R$ 1.000,00 (mil reais), sem pre-
de 7/10/2014, convertida na Lei nº 13.097, de 19/1/2015) juízo da penalidade prevista no § 6º; (Inciso acrescido
91
LEGISLAÇÃO SOBRE PESSOA COM DEFICIÊNCIA
pela Medida Provisória nº 656, de 7/10/2014, convertida na § 11. O representante legal do transportador es-
Lei nº 13.097, de 19/1/2015) trangeiro no País estará sujeito à obrigação pre-
II – o importador fica sujeito à suspensão da vista no § 4º e responderá pelas multas e ressarci-
habilitação para operar no comércio exterior, na mentos previstos nos §§ 6º, 7º e 8º, quando estes
forma estabelecida pela Secretaria da Receita Fe- forem atribuídos ao transportador. (Parágrafo com
deral do Brasil, sem prejuízo do disposto no inciso redação dada pela Medida Provisória nº 656, de 7/10/2014,
I deste parágrafo; e (Inciso acrescido pela Medida Pro- convertida na Lei nº 13.097, de 19/1/2015)
visória nº 656, de 7/10/2014, convertida na Lei nº 13.097, de § 12. O órgão anuente poderá efetuar de ofício
19/1/2015) e a qualquer tempo a destruição ou a devolução
III – a obrigação de devolver ou de destruir a de mercadoria que, a seu critério, ofereça risco
mercadoria passará a ser do depositário ou do iminente. (Parágrafo com redação dada pela Medida
operador portuário a quem tenha sido confiada, Provisória nº 656, de 7/10/2014, convertida na Lei nº 13.097,
e nesse caso: (Inciso acrescido pela Medida Provisó- de 19/1/2015)
ria nº 656, de 7/10/2014, convertida na Lei nº 13.097, de § 13. As intimações, inclusive para ciência
19/1/2015) dos prazos, e a aplicação das penalidades pre-
a) será fixado novo prazo pelo órgão anuente vistas neste artigo serão lavradas por Auditor-
para cumprimento da obrigação; e -Fiscal da Receita Federal do Brasil, observados
b) o depositário ou o operador portuário ficará a formalização em auto de infração, o rito e as
sujeito à aplicação das disposições do § 6º e do competências para julgamento estabelecidos no
caput e inciso I deste parágrafo. Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972. (Pará-
§ 8º Na hipótese a que se refere o inciso III grafo com redação dada pela Medida Provisória nº 656, de
do § 7º, o importador ou o transportador interna- 7/10/2014, convertida na Lei nº 13.097, de 19/1/2015)
cional, conforme o caso, fica obrigado a ressarcir § 14. O disposto neste artigo não prejudica a
o depositário ou o operador portuário pelas des- aplicação de outras penalidades, nem a represen-
pesas incorridas na devolução ou na destruição, tação fiscal para fins penais, quando cabível. (Pará-
sem prejuízo do pagamento pelos serviços de ar-
grafo acrescido pela Medida Provisória nº 656, de 7/10/2014,
mazenagem prestados. (Parágrafo com redação dada
convertida na Lei nº 13.097, de 19/1/2015)
pela Medida Provisória nº 656, de 7/10/2014, convertida na
§ 15. O disposto neste artigo aplica-se, no que
Lei nº 13.097, de 19/1/2015)
couber, à mercadoria já desembaraçada e entre-
I – (Revogado)
gue, em relação a qual se verificou posteriormente
II – (Revogado)
alguma das hipóteses previstas no caput. (Parágrafo
§ 9º No caso de extravio da mercadoria, será apli-
acrescido pela Medida Provisória nº 656, de 7/10/2014, con-
cada ao responsável multa no valor de R$ 30,00
vertida na Lei nº 13.097, de 19/1/2015)
(trinta reais) por quilograma ou fração da merca-
§ 16. O Poder Executivo poderá regulamentar o
doria, não inferior no total a R$ 1.500,00 (mil e qui-
disposto neste artigo. (Parágrafo acrescido pela Medida
nhentos reais). (Parágrafo com redação dada pela Medida
Provisória nº 656, de 7/10/2014, convertida na Lei nº 13.097,
Provisória nº 656, de 7/10/2014, convertida na Lei nº 13.097,
de 19/1/2015)
de 19/1/2015)
[...]
§ 10. Vencido o prazo estabelecido para devolu-
ção ou para destruição da mercadoria pelo depo- Art. 52. A pessoa jurídica poderá optar pela apli-
sitário ou pelo operador portuário, consideradas cação das disposições contidas nos arts. 48 e 50
as prorrogações concedidas pelo órgão anuente, desta Lei para fins de aplicação das regras de
e não tendo sido adotada a providência, poderá preços de transferência para o ano-calendário
a devolução ou a destruição ser efetuada de ofí- de 2012.
cio pelo órgão anuente, recaindo todos os custos § 1º A opção será irretratável e acarretará a ob-
sobre o importador ou o transportador interna- servância de todas as alterações trazidas pelos
cional, conforme o caso. (Parágrafo com redação dada arts. 48 e 50 desta Lei.
pela Medida Provisória nº 656, de 7/10/2014, convertida na § 2º A Secretaria da Receita Federal do Brasil do
Lei nº 13.097, de 19/1/2015) Ministério da Fazenda definirá a forma, o prazo e
I – (Revogado) as condições de opção de que trata o caput.
II – (Revogado) [...]
92
LEI Nº 12.715, DE 17 DE SETEMBRO DE 2012
Lei, o que ocorrer depois, os §§ 3º e 4º do art. 7º da por comportamentos motores ou verbais estereo-
Lei nº 12.546, de 14 de dezembro de 2011; tipados ou por comportamentos sensoriais inco-
IV – (Vetado) muns; excessiva aderência a rotinas e padrões de
Brasília, 17 de setembro de 2012; 191º da comportamento ritualizados; interesses restritos
Independência e 124º da República. e fixos.
DILMA ROUSSEFF § 2º A pessoa com transtorno do espectro au-
Alessandro de Oliveira Soares tista é considerada pessoa com deficiência, para
Antonio de Aguiar Patriota
Nelson Henrique Barbosa Filho
todos os efeitos legais.
Aloizio Mercadante Art. 2º São diretrizes da Política Nacional de Pro-
Alexandre Rocha Santos Padilha
Fernando Damata Pimentel
teção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do
Edison Lobão Espectro Autista:
Paulo Bernardo Silva I – a intersetorialidade no desenvolvimento das
Garibaldi Alves Filho
ações e das políticas e no atendimento à pessoa
Marta Suplicy
Marco Antonio Raupp com transtorno do espectro autista;
Luís Inácio Lucena Adams II – a participação da comunidade na formula-
Leônidas Cristino ção de políticas públicas voltadas para as pessoas
ANEXO com transtorno do espectro autista e o controle
(Disponível em: http://www2.camara.leg.br/legin/ social da sua implantação, acompanhamento e
fed/lei/2012/lei-12715-17-setembro-2012-774180- avaliação;
anexo-pl.pdf) III – a atenção integral às necessidades de saúde
da pessoa com transtorno do espectro autista, ob-
LEI Nº 12.764, DE 27 DE jetivando o diagnóstico precoce, o atendimento
DEZEMBRO DE 2012 multiprofissional e o acesso a medicamentos e
(LEI BERENICE PIANA) nutrientes;
(Publicada no DOU de 28/12/2012) IV – (Vetado)
Institui a Política Nacional de Proteção dos Di- V – o estímulo à inserção da pessoa com trans-
reitos da Pessoa com Transtorno do Espectro torno do espectro autista no mercado de trabalho,
Autista; e altera o § 3º do art. 98 da Lei nº 8.112,
observadas as peculiaridades da deficiência e as
de 11 de dezembro de 1990.
disposições da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990
A presidenta da República (Estatuto da Criança e do Adolescente);
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
VI – a responsabilidade do poder público quanto
sanciono a seguinte Lei:
à informação pública relativa ao transtorno e suas
Art. 1º Esta Lei institui a Política Nacional de Pro- implicações;
teção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do VII – o incentivo à formação e à capacitação de
Espectro Autista e estabelece diretrizes para sua profissionais especializados no atendimento à
consecução. pessoa com transtorno do espectro autista, bem
§ 1º Para os efeitos desta Lei, é considerada pes- como a pais e responsáveis;
soa com transtorno do espectro autista aquela VIII – o estímulo à pesquisa científica, com prio-
portadora de síndrome clínica caracterizada na ridade para estudos epidemiológicos tendentes a
forma dos seguintes incisos I ou II:
dimensionar a magnitude e as características do
I – deficiência persistente e clinicamente sig-
problema relativo ao transtorno do espectro au-
nificativa da comunicação e da interação sociais,
tista no País.
manifestada por deficiência marcada de comuni-
Parágrafo único. Para cumprimento das diretri-
cação verbal e não verbal usada para interação
zes de que trata este artigo, o poder público po-
social; ausência de reciprocidade social; falência
derá firmar contrato de direito público ou convê-
em desenvolver e manter relações apropriadas ao
nio com pessoas jurídicas de direito privado.
seu nível de desenvolvimento;
II – padrões restritivos e repetitivos de compor- Art. 3º São direitos da pessoa com transtorno do
tamentos, interesses e atividades, manifestados espectro autista:
94
DECRETO Nº 3.298, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1999
I – a vida digna, a integridade física e moral, o Art. 8º Esta Lei entra em vigor na data de sua pu-
livre desenvolvimento da personalidade, a segu- blicação.
rança e o lazer; Brasília, 27 de dezembro de 2012; 191º da
II – a proteção contra qualquer forma de abuso Independência e 124º da República.
e exploração; DILMA ROUSSEFF
III – o acesso a ações e serviços de saúde, com José Henrique Paim Fernandes
vistas à atenção integral às suas necessidades de Miriam Belchior
saúde, incluindo:
a) o diagnóstico precoce, ainda que não defi- DECRETO Nº 3.298, DE 20
nitivo; DE DEZEMBRO DE 1999
b) o atendimento multiprofissional; (Publicado no DOU de 21/12/1999)
c) a nutrição adequada e a terapia nutricional; Regulamenta a Lei nº 7.853, de 24 de outubro
d) os medicamentos; de 1989, dispõe sobre a Política Nacional para
e) informações que auxiliem no diagnóstico e a Integração da Pessoa Portadora de Deficiên-
cia, consolida as normas de proteção, e dá ou-
no tratamento;
tras providências.
IV – o acesso:
a) à educação e ao ensino profissionalizante; O presidente da República, no uso das atribuições
b) à moradia, inclusive à residência protegida; que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, da Consti-
c) ao mercado de trabalho; tuição, e tendo em vista o disposto na Lei nº 7.853,
d) à previdência social e à assistência social. de 24 de outubro de 1989, decreta:
Parágrafo único. Em casos de comprovada ne- CAPÍTULO I
cessidade, a pessoa com transtorno do espectro DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
autista incluída nas classes comuns de ensino re-
Art. 1º A Política Nacional para a Integração da
gular, nos termos do inciso IV do art. 2º, terá di-
Pessoa Portadora de Deficiência compreende
reito a acompanhante especializado.
o conjunto de orientações normativas que ob-
Art. 4º A pessoa com transtorno do espectro au- jetivam assegurar o pleno exercício dos direitos
tista não será submetida a tratamento desumano individuais e sociais das pessoas portadoras de
ou degradante, não será privada de sua liberdade deficiência.
ou do convívio familiar nem sofrerá discriminação
Art. 2º Cabe aos órgãos e às entidades do Poder
por motivo da deficiência.
Público assegurar à pessoa portadora de defi-
Parágrafo único. Nos casos de necessidade
ciência o pleno exercício de seus direitos básicos,
de internação médica em unidades especiali-
inclusive dos direitos à educação, à saúde, ao
zadas, observar-se-á o que dispõe o art. 4º da
trabalho, ao desporto, ao turismo, ao lazer, à pre-
Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001.
vidência social, à assistência social, ao transporte,
Art. 5º A pessoa com transtorno do espectro au- à edificação pública, à habitação, à cultura, ao am-
tista não será impedida de participar de planos pri- paro à infância e à maternidade, e de outros que,
vados de assistência à saúde em razão de sua con- decorrentes da Constituição e das leis, propiciem
dição de pessoa com deficiência, conforme dispõe seu bem-estar pessoal, social e econômico.
o art. 14 da Lei nº 9.656, de 3 de junho de 1998.
Art. 3º Para os efeitos deste Decreto, considera-se:
Art. 6º (Vetado) I – deficiência – toda perda ou anormalidade de
Art. 7º O gestor escolar, ou autoridade compe- uma estrutura ou função psicológica, fisiológica
tente, que recusar a matrícula de aluno com trans- ou anatômica que gere incapacidade para o de-
torno do espectro autista, ou qualquer outro tipo sempenho de atividade, dentro do padrão consi-
de deficiência, será punido com multa de 3 (três) derado normal para o ser humano;
a 20 (vinte) salários mínimos. II – deficiência permanente – aquela que ocor-
§ 1º Em caso de reincidência, apurada por pro- reu ou se estabilizou durante um período de
cesso administrativo, assegurado o contraditório tempo suficiente para não permitir recuperação
e a ampla defesa, haverá a perda do cargo. ou ter probabilidade de que se altere, apesar de
§ 2º (Vetado) novos tratamentos; e
95
LEGISLAÇÃO SOBRE PESSOA COM DEFICIÊNCIA
III – incapacidade – uma redução efetiva e acen- V – deficiência múltipla – associação de duas ou
tuada da capacidade de integração social, com ne- mais deficiências.
cessidade de equipamentos, adaptações, meios ou
CAPÍTULO II
recursos especiais para que a pessoa portadora de DOS PRINCÍPIOS
deficiência possa receber ou transmitir informa-
ções necessárias ao seu bem-estar pessoal e ao Art. 5º A Política Nacional para a Integração da
desempenho de função ou atividade a ser exercida. Pessoa Portadora de Deficiência, em consonância
com o Programa Nacional de Direitos Humanos,
Art. 4º É considerada pessoa portadora de defi-
obedecerá aos seguintes princípios:
ciência a que se enquadra nas seguintes categorias:
I – desenvolvimento de ação conjunta do Es-
I – deficiência física – alteração completa ou par-
tado e da sociedade civil, de modo a assegurar a
cial de um ou mais segmentos do corpo humano,
plena integração da pessoa portadora de deficiên-
acarretando o comprometimento da função física,
cia no contexto socioeconômico e cultural;
apresentando-se sob a forma de paraplegia, pa-
II – estabelecimento de mecanismos e instru-
raparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia,
mentos legais e operacionais que assegurem às
tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, he-
pessoas portadoras de deficiência o pleno exer-
miparesia, ostomia, amputação ou ausência de
cício de seus direitos básicos que, decorrentes da
membro, paralisia cerebral, nanismo, membros
com deformidade congênita ou adquirida, exceto Constituição e das leis, propiciam o seu bem-estar
as deformidades estéticas e as que não produzam pessoal, social e econômico; e
dificuldades para o desempenho de funções; (In- III – respeito às pessoas portadoras de deficiên-
ciso com redação dada pelo Decreto nº 5.296, de 2/12/2004) cia, que devem receber igualdade de oportunida-
II – deficiência auditiva – perda bilateral, parcial des na sociedade por reconhecimento dos direi-
ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais, tos que lhes são assegurados, sem privilégios ou
aferida por audiograma nas frequências de 500 Hz, paternalismos.
1.000 Hz, 2.000 Hz e 3.000 Hz; (Inciso com redação CAPÍTULO III
dada pelo Decreto nº 5.296, de 2/12/2004) DAS DIRETRIZES
III – deficiência visual – cegueira, na qual a acui-
Art. 6º São diretrizes da Política Nacional para a
dade visual é igual ou menor que 0,05 no melhor
Integração da Pessoa Portadora de Deficiência:
olho, com a melhor correção óptica; a baixa visão,
I – estabelecer mecanismos que acelerem e fa-
que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no
voreçam a inclusão social da pessoa portadora de
melhor olho, com a melhor correção óptica; os
deficiência;
casos nos quais a somatória da medida do campo
II – adotar estratégias de articulação com ór-
visual em ambos os olhos for igual ou menor que
gãos e entidades públicos e privados, bem assim
60º; ou a ocorrência simultânea de quaisquer das
com organismos internacionais e estrangeiros
condições anteriores; (Inciso com redação dada pelo
Decreto nº 5.296, de 2/12/2004)
para a implantação desta Política;
IV – deficiência mental – funcionamento inte- III – incluir a pessoa portadora de deficiência,
lectual significativamente inferior à média, com respeitadas as suas peculiaridades, em todas as
manifestação antes dos dezoito anos e limitações iniciativas governamentais relacionadas à educa-
associadas a duas ou mais áreas de habilidades ção, à saúde, ao trabalho, à edificação pública, à
adaptativas, tais como: previdência social, à assistência social, ao trans-
a) comunicação; porte, à habitação, à cultura, ao esporte e ao lazer;
b) cuidado pessoal; IV – viabilizar a participação da pessoa porta-
c) habilidades sociais; dora de deficiência em todas as fases de imple-
d) utilização dos recursos da comunidade; (Alí- mentação dessa Política, por intermédio de suas
nea com redação dada pelo Decreto nº 5.296, de 2/12/2004) entidades representativas;
e) saúde e segurança; V – ampliar as alternativas de inserção eco-
f) habilidades acadêmicas; nômica da pessoa portadora de deficiência, pro-
g) lazer; e porcionando a ela qualificação profissional e in-
h) trabalho; corporação no mercado de trabalho; e
96
DECRETO Nº 3.298, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1999
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) relativas à cionando a matrícula à sua capacidade de apro-
acessibilidade. veitamento e não a seu nível de escolaridade.
§ 3º Entende-se por habilitação profissional o
Art. 25. Os serviços de educação especial serão
processo destinado a propiciar à pessoa porta-
ofertados nas instituições de ensino público ou
dora de deficiência, em nível formal e sistemati-
privado do sistema de educação geral, de forma
zado, aquisição de conhecimentos e habilidades
transitória ou permanente, mediante programas
especificamente associados a determinada pro-
de apoio para o aluno que está integrado no sis-
fissão ou ocupação.
tema regular de ensino, ou em escolas especia-
§ 4º Os diplomas e certificados de cursos de
lizadas exclusivamente quando a educação das
educação profissional expedidos por instituição
escolas comuns não puder satisfazer as necessi- credenciada pelo Ministério da Educação ou órgão
dades educativas ou sociais do aluno ou quando equivalente terão validade em todo o território
necessário ao bem-estar do educando. nacional.
Art. 26. As instituições hospitalares e congêneres Art. 29. As escolas e instituições de educação pro-
deverão assegurar atendimento pedagógico ao fissional oferecerão, se necessário, serviços de
educando portador de deficiência internado nes- apoio especializado para atender às peculiaridades
sas unidades por prazo igual ou superior a um ano, da pessoa portadora de deficiência, tais como:
com o propósito de sua inclusão ou manutenção I – adaptação dos recursos instrucionais: mate-
no processo educacional. rial pedagógico, equipamento e currículo;
Art. 27. As instituições de ensino superior deve- II – capacitação dos recursos humanos: profes-
rão oferecer adaptações de provas e os apoios sores, instrutores e profissionais especializados; e
III – adequação dos recursos físicos: eliminação
necessários, previamente solicitados pelo aluno
de barreiras arquitetônicas, ambientais e de co-
portador de deficiência, inclusive tempo adicional
municação.
para realização das provas, conforme as caracte-
rísticas da deficiência. Seção III
§ 1º As disposições deste artigo aplicam-se, Da Habilitação e da Reabilitação Profissional
também, ao sistema geral do processo seletivo Art. 30. A pessoa portadora de deficiência, bene-
para ingresso em cursos universitários de insti- ficiária ou não do Regime Geral de Previdência
tuições de ensino superior. Social, tem direito às prestações de habilitação
§ 2º O Ministério da Educação, no âmbito da e reabilitação profissional para capacitar-se a
sua competência, expedirá instruções para que obter trabalho, conservá-lo e progredir profissio-
os programas de educação superior incluam nos nalmente.
seus currículos conteúdos, itens ou disciplinas re- Art. 31. Entende-se por habilitação e reabilitação
lacionados à pessoa portadora de deficiência. profissional o processo orientado a possibilitar
Art. 28. O aluno portador de deficiência matri- que a pessoa portadora de deficiência, a partir da
culado ou egresso do ensino fundamental ou identificação de suas potencialidades laborativas,
médio, de instituições públicas ou privadas, terá adquira o nível suficiente de desenvolvimento
acesso à educação profissional, a fim de obter ha- profissional para ingresso e reingresso no mer-
bilitação profissional que lhe proporcione oportu- cado de trabalho e participar da vida comunitária.
nidades de acesso ao mercado de trabalho. Art. 32. Os serviços de habilitação e reabilitação
§ 1º A educação profissional para a pessoa por- profissional deverão estar dotados dos recursos
tadora de deficiência será oferecida nos níveis necessários para atender toda pessoa portadora
básico, técnico e tecnológico, em escola regular, de deficiência, independentemente da origem de
em instituições especializadas e nos ambientes sua deficiência, desde que possa ser preparada
de trabalho. para trabalho que lhe seja adequado e tenha pers-
§ 2º As instituições públicas e privadas que mi- pectivas de obter, conservar e nele progredir.
nistram educação profissional deverão, obrigato- Art. 33. A orientação profissional será prestada
riamente, oferecer cursos profissionais de nível pelos correspondentes serviços de habilitação
básico à pessoa portadora de deficiência, condi- e reabilitação profissional, tendo em conta as
101
LEGISLAÇÃO SOBRE PESSOA COM DEFICIÊNCIA
105
LEGISLAÇÃO SOBRE PESSOA COM DEFICIÊNCIA
tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, he- observando, ainda, a Resolução do Conselho Mo-
miparesia, ostomia, amputação ou ausência de netário Nacional nº 2.878, de 26 de julho de 2001.
membro, paralisia cerebral, nanismo, membros
Art. 6º O atendimento prioritário compreende tra-
com deformidade congênita ou adquirida, exceto
tamento diferenciado e atendimento imediato às
as deformidades estéticas e as que não produzam
pessoas de que trata o art. 5º.
dificuldades para o desempenho de funções;
§ 1º O tratamento diferenciado inclui, dentre
b) deficiência auditiva: perda bilateral, parcial
outros:
ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais,
I – assentos de uso preferencial sinalizados, es-
aferida por audiograma nas frequências de 500 Hz,
paços e instalações acessíveis;
1.000 Hz, 2.000 Hz e 3.000 Hz;
II – mobiliário de recepção e atendimento obri-
c) deficiência visual: cegueira, na qual a acui-
gatoriamente adaptado à altura e à condição física
dade visual é igual ou menor que 0,05 no melhor
de pessoas em cadeira de rodas, conforme esta-
olho, com a melhor correção óptica; a baixa visão,
belecido nas normas técnicas de acessibilidade
que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no
da ABNT;
melhor olho, com a melhor correção óptica; os
III – serviços de atendimento para pessoas com
casos nos quais a somatória da medida do campo
deficiência auditiva, prestado por intérpretes ou
visual em ambos os olhos for igual ou menor que
pessoas capacitadas em Língua Brasileira de Si-
60°; ou a ocorrência simultânea de quaisquer das
nais (Libras) e no trato com aquelas que não se
condições anteriores;
comuniquem em Libras, e para pessoas surdoce-
d) deficiência mental: funcionamento intelec-
gas, prestado por guias-intérpretes ou pessoas ca-
tual significativamente inferior à média, com ma-
pacitadas neste tipo de atendimento;
nifestação antes dos dezoito anos e limitações
IV – pessoal capacitado para prestar atendi-
associadas a duas ou mais áreas de habilidades
mento às pessoas com deficiência visual, mental
adaptativas, tais como:
e múltipla, bem como às pessoas idosas;
1. comunicação;
2. cuidado pessoal; V – disponibilidade de área especial para em-
3. habilidades sociais; barque e desembarque de pessoa portadora de
4. utilização dos recursos da comunidade; deficiência ou com mobilidade reduzida;
5. saúde e segurança; VI – sinalização ambiental para orientação das
6. habilidades acadêmicas; pessoas referidas no art. 5º;
7. lazer; e VII – divulgação, em lugar visível, do direito de
8. trabalho; atendimento prioritário das pessoas portadoras
e) deficiência múltipla – associação de duas ou de deficiência ou com mobilidade reduzida;
mais deficiências; e VIII – admissão de entrada e permanência de
II – pessoa com mobilidade reduzida, aquela cão-guia ou cão-guia de acompanhamento junto
que, não se enquadrando no conceito de pessoa de pessoa portadora de deficiência ou de treina-
portadora de deficiência, tenha, por qualquer mo- dor nos locais dispostos no caput do art. 5º, bem
tivo, dificuldade de movimentar-se, permanente como nas demais edificações de uso público e na-
ou temporariamente, gerando redução efetiva da quelas de uso coletivo, mediante apresentação da
mobilidade, flexibilidade, coordenação motora e carteira de vacina atualizada do animal; e
percepção. IX – a existência de local de atendimento espe-
§ 2º O disposto no caput aplica-se, ainda, às cífico para as pessoas referidas no art. 5º.
pessoas com idade igual ou superior a sessenta § 2º Entende-se por imediato o atendimento
anos, gestantes, lactantes e pessoas com criança prestado às pessoas referidas no art. 5º, antes
de colo. de qualquer outra, depois de concluído o atendi-
§ 3º O acesso prioritário às edificações e servi- mento que estiver em andamento, observado o
ços das instituições financeiras deve seguir os pre- disposto no inciso I do parágrafo único do art. 3º
ceitos estabelecidos neste Decreto e nas normas da Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003 (Esta-
técnicas de acessibilidade da Associação Brasi- tuto do Idoso).
leira de Normas Técnicas (ABNT), no que não con- § 3º Nos serviços de emergência dos estabele-
flitarem com a Lei nº 7.102, de 20 de junho de 1983, cimentos públicos e privados de atendimento à
107
LEGISLAÇÃO SOBRE PESSOA COM DEFICIÊNCIA
saúde, a prioridade conferida por este Decreto fica bem como aqueles que dificultem ou impossibili-
condicionada à avaliação médica em face da gra- tem o acesso à informação;
vidade dos casos a atender. III – elemento da urbanização: qualquer compo-
§ 4º Os órgãos, empresas e instituições referidos nente das obras de urbanização, tais como os refe-
no caput do art. 5º devem possuir, pelo menos, um rentes à pavimentação, saneamento, distribuição
telefone de atendimento adaptado para comuni- de energia elétrica, iluminação pública, abasteci-
cação com e por pessoas portadoras de deficiên- mento e distribuição de água, paisagismo e os
cia auditiva. que materializam as indicações do planejamento
urbanístico;
Art. 7º O atendimento prioritário no âmbito da
IV – mobiliário urbano: o conjunto de objetos
administração pública federal direta e indireta,
existentes nas vias e espaços públicos, superpos-
bem como das empresas prestadoras de serviços
tos ou adicionados aos elementos da urbanização
públicos, obedecerá às disposições deste Decreto,
ou da edificação, de forma que sua modificação ou
além do que estabelece o Decreto nº 3.507, de 13
traslado não provoque alterações substanciais nes-
de junho de 2000.
tes elementos, tais como semáforos, postes de si-
Parágrafo único. Cabe aos Estados, Municípios e
nalização e similares, telefones e cabines telefô-
ao Distrito Federal, no âmbito de suas competên-
nicas, fontes públicas, lixeiras, toldos, marquises,
cias, criar instrumentos para a efetiva implantação
quiosques e quaisquer outros de natureza análoga;
e o controle do atendimento prioritário referido
V – ajuda técnica: os produtos, instrumentos,
neste Decreto.
equipamentos ou tecnologia adaptados ou espe-
CAPÍTULO III cialmente projetados para melhorar a funcionali-
DAS CONDIÇÕES GERAIS DA ACESSIBILIDADE dade da pessoa portadora de deficiência ou com
Art. 8º Para os fins de acessibilidade, considera- mobilidade reduzida, favorecendo a autonomia
-se: pessoal, total ou assistida;
I – acessibilidade: condição para utilização, com VI – edificações de uso público: aquelas admi-
segurança e autonomia, total ou assistida, dos nistradas por entidades da administração pública,
espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, direta e indireta, ou por empresas prestadoras de
das edificações, dos serviços de transporte e dos serviços públicos e destinadas ao público em geral;
dispositivos, sistemas e meios de comunicação e VII – edificações de uso coletivo: aquelas desti-
informação, por pessoa portadora de deficiência nadas às atividades de natureza comercial, hote-
ou com mobilidade reduzida; leira, cultural, esportiva, financeira, turística, re-
II – barreiras: qualquer entrave ou obstáculo creativa, social, religiosa, educacional, industrial e
que limite ou impeça o acesso, a liberdade de mo- de saúde, inclusive as edificações de prestação de
vimento, a circulação com segurança e a possibi- serviços de atividades da mesma natureza;
lidade de as pessoas se comunicarem ou terem VIII – edificações de uso privado: aquelas des-
acesso à informação, classificadas em: tinadas à habitação, que podem ser classificadas
a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias como unifamiliar ou multifamiliar; e
públicas e nos espaços de uso público; IX – desenho universal: concepção de espaços,
b) barreiras nas edificações: as existentes no en- artefatos e produtos que visam atender simulta-
torno e interior das edificações de uso público e neamente todas as pessoas, com diferentes carac-
coletivo e no entorno e nas áreas internas de uso terísticas antropométricas e sensoriais, de forma
comum nas edificações de uso privado multifa- autônoma, segura e confortável, constituindo-se
miliar; nos elementos ou soluções que compõem a aces-
c) barreiras nos transportes: as existentes nos sibilidade.
serviços de transportes; e Art. 9º A formulação, implementação e manuten-
d) barreiras nas comunicações e informações: ção das ações de acessibilidade atenderão às se-
qualquer entrave ou obstáculo que dificulte ou im- guintes premissas básicas:
possibilite a expressão ou o recebimento de men- I – a priorização das necessidades, a programa-
sagens por intermédio dos dispositivos, meios ou ção em cronograma e a reserva de recursos para
sistemas de comunicação, sejam ou não de massa, a implantação das ações; e
108
DECRETO Nº 5.296, DE 2 DE DEZEMBRO DE 2004
na legislação dos Estados, Municípios e do Distrito VII – as espécies vegetais que tenham sua proje-
Federal. ção sobre a faixa de circulação de pedestres.
Art. 15. No planejamento e na urbanização das § 2º A concessionária do Serviço Telefônico Fixo
vias, praças, dos logradouros, parques e demais Comutado (STFC), na modalidade Local, deverá
espaços de uso público, deverão ser cumpridas assegurar que, no mínimo, dois por cento do total
as exigências dispostas nas normas técnicas de de Telefones de Uso Público (TUPs), sem cabine,
acessibilidade da ABNT. com capacidade para originar e receber chamadas
§ 1º Incluem-se na condição estabelecida no locais e de longa distância nacional, bem como,
caput: pelo menos, dois por cento do total de TUPs, com
I – a construção de calçadas para circulação de capacidade para originar e receber chamadas de
pedestres ou a adaptação de situações consoli- longa distância, nacional e internacional, estejam
dadas; adaptados para o uso de pessoas portadoras de
II – o rebaixamento de calçadas com rampa deficiência auditiva e para usuários de cadeiras
acessível ou elevação da via para travessia de pe- de rodas, ou conforme estabelecer os Planos Ge-
destre em nível; e rais de Metas de Universalização.
III – a instalação de piso tátil direcional e de § 3º As botoeiras e demais sistemas de aciona-
alerta. mento dos terminais de autoatendimento de pro-
§ 2º Nos casos de adaptação de bens culturais dutos e serviços e outros equipamentos em que
imóveis e de intervenção para regularização ur- haja interação com o público devem estar localiza-
banística em áreas de assentamentos subnormais, dos em altura que possibilite o manuseio por pes-
será admitida, em caráter excepcional, faixa de soas em cadeira de rodas e possuir mecanismos
largura menor que o estabelecido nas normas para utilização autônoma por pessoas portadoras
técnicas citadas no caput, desde que haja justifi- de deficiência visual e auditiva, conforme padrões
cativa baseada em estudo técnico e que o acesso estabelecidos nas normas técnicas de acessibili-
seja viabilizado de outra forma, garantida a me- dade da ABNT.
lhor técnica possível. Art. 17. Os semáforos para pedestres instalados
Art. 16. As características do desenho e a ins- nas vias públicas deverão estar equipados com
talação do mobiliário urbano devem garantir a mecanismo que sirva de guia ou orientação para
aproximação segura e o uso por pessoa portadora a travessia de pessoa portadora de deficiência
de deficiência visual, mental ou auditiva, a aproxi- visual ou com mobilidade reduzida em todos os
mação e o alcance visual e manual para as pessoas locais onde a intensidade do fluxo de veículos, de
portadoras de deficiência física, em especial aque- pessoas ou a periculosidade na via assim deter-
las em cadeira de rodas, e a circulação livre de bar- minarem, bem como mediante solicitação dos
reiras, atendendo às condições estabelecidas nas interessados.
normas técnicas de acessibilidade da ABNT. Art. 18. A construção de edificações de uso pri-
§ 1º Incluem-se nas condições estabelecida no vado multifamiliar e a construção, ampliação ou
caput: reforma de edificações de uso coletivo devem
I – as marquises, os toldos, elementos de si- atender aos preceitos da acessibilidade na inter-
nalização, luminosos e outros elementos que te- ligação de todas as partes de uso comum ou aber-
nham sua projeção sobre a faixa de circulação de tas ao público, conforme os padrões das normas
pedestres; técnicas de acessibilidade da ABNT.
II – as cabines telefônicas e os terminais de au- Parágrafo único. Também estão sujeitos ao
toatendimento de produtos e serviços; disposto no caput os acessos, piscinas, andares
III – os telefones públicos sem cabine; de recreação, salão de festas e reuniões, saunas
IV – a instalação das aberturas, das botoeiras, e banheiros, quadras esportivas, portarias, esta-
dos comandos e outros sistemas de acionamento cionamentos e garagens, entre outras partes das
do mobiliário urbano; áreas internas ou externas de uso comum das edi-
V – os demais elementos do mobiliário urbano; ficações de uso privado multifamiliar e das de uso
VI – o uso do solo urbano para posteamento; e coletivo.
110
DECRETO Nº 5.296, DE 2 DE DEZEMBRO DE 2004
Art. 19. A construção, ampliação ou reforma de dos sanitários coletivos, obedecendo às normas
edificações de uso público deve garantir, pelo técnicas de acessibilidade da ABNT.
menos, um dos acessos ao seu interior, com co- § 2º Nas edificações de uso público já existen-
municação com todas as suas dependências e tes, terão elas prazo de trinta meses a contar da
serviços, livre de barreiras e de obstáculos que data de publicação deste Decreto para garantir
impeçam ou dificultem a sua acessibilidade. pelo menos um banheiro acessível por pavimento,
§ 1º No caso das edificações de uso público com entrada independente, distribuindo-se seus
já existentes, terão elas prazo de trinta meses a equipamentos e acessórios de modo que possam
contar da data de publicação deste Decreto para ser utilizados por pessoa portadora de deficiência
garantir acessibilidade às pessoas portadoras de ou com mobilidade reduzida.
deficiência ou com mobilidade reduzida. § 3º Nas edificações de uso coletivo a serem
§ 2º Sempre que houver viabilidade arquitetô- construídas, ampliadas ou reformadas, onde
nica, o Poder Público buscará garantir dotação devem existir banheiros de uso público, os sani-
orçamentária para ampliar o número de acessos tários destinados ao uso por pessoa portadora de
nas edificações de uso público a serem construí- deficiência deverão ter entrada independente dos
das, ampliadas ou reformadas. demais e obedecer às normas técnicas de acessi-
Art. 20. Na ampliação ou reforma das edifica- bilidade da ABNT.
ções de uso púbico ou de uso coletivo, os desní- § 4º Nas edificações de uso coletivo já existentes,
veis das áreas de circulação internas ou externas onde haja banheiros destinados ao uso público,
serão transpostos por meio de rampa ou equipa- os sanitários preparados para o uso por pessoa
mento eletromecânico de deslocamento vertical, portadora de deficiência ou com mobilidade re-
quando não for possível outro acesso mais cô- duzida deverão estar localizados nos pavimentos
modo para pessoa portadora de deficiência ou acessíveis, ter entrada independente dos demais
com mobilidade reduzida, conforme estabelecido sanitários, se houver, e obedecer as normas técni-
nas normas técnicas de acessibilidade da ABNT. cas de acessibilidade da ABNT.
Art. 21. Os balcões de atendimento e as bilhete- Art. 23. Nos teatros, cinemas, auditórios, estádios,
rias em edificação de uso público ou de uso cole- ginásios de esporte, locais de espetáculos e de
tivo devem dispor de, pelo menos, uma parte da conferências e similares, serão reservados espa-
superfície acessível para atendimento às pessoas ços livres para pessoas em cadeira de rodas e as-
portadoras de deficiência ou com mobilidade re- sentos para pessoas com deficiência ou com mo-
duzida, conforme os padrões das normas técnicas bilidade reduzida, de acordo com a capacidade
de acessibilidade da ABNT. de lotação da edificação, conforme o disposto no
Parágrafo único. No caso do exercício do direito art. 44 § 1º, da Lei 13.446, de 2015. (Caput do artigo
de voto, as urnas das seções eleitorais devem ser com redação dada pelo Decreto nº 9.404, de 11/6/2018)
adequadas ao uso com autonomia pelas pessoas § 1º Os espaços e os assentos a que se refere o
portadoras de deficiência ou com mobilidade caput, a serem instalados e sinalizados conforme
reduzida e estarem instaladas em local de vota- os requisitos estabelecidos nas normas técnicas
ção plenamente acessível e com estacionamento de acessibilidade da Associação Brasileira de Nor-
próximo. mas Técnicas (ABNT), devem: (Parágrafo com redação
Art. 22. A construção, ampliação ou reforma de dada pelo Decreto nº 9.404, de 11/6/2018)
edificações de uso público ou de uso coletivo I – ser disponibilizados, no caso de edificações
devem dispor de sanitários acessíveis destinados com capacidade de lotação de até mil lugares, na
ao uso por pessoa portadora de deficiência ou proporção de: (Inciso acrescido pelo Decreto nº 9.404, de
com mobilidade reduzida. 11/6/2018)
§ 1º Nas edificações de uso público a serem a) dois por cento de espaços para pessoas em
construídas, os sanitários destinados ao uso por cadeira de rodas, com a garantia de, no mínimo,
pessoa portadora de deficiência ou com mobili- um espaço; e
dade reduzida serão distribuídos na razão de, no b) dois por cento de assentos para pessoas com
mínimo, uma cabine para cada sexo em cada pavi- deficiência ou com mobilidade reduzida, com a
mento da edificação, com entrada independente garantia de, no mínimo, um assento; ou
111
LEGISLAÇÃO SOBRE PESSOA COM DEFICIÊNCIA
setenta e duas horas antes de cada evento, com administrativas em igualdade de condições com
disponibilidade em todos os pontos de venda de as demais pessoas; e
ingresso, sejam eles físicos ou virtuais. III – seu ordenamento interno contém normas
§ 3º Os espaços e os assentos de que trata o sobre o tratamento a ser dispensado a professo-
caput, em cada setor, somente serão disponibili- res, alunos, servidores e empregados portadores
zados às pessoas sem deficiência ou sem mobili- de deficiência, com o objetivo de coibir e reprimir
dade reduzida depois de esgotados os demais as- qualquer tipo de discriminação, bem como as
sentos daquele setor e somente quando os prazos respectivas sanções pelo descumprimento des-
estabelecidos nos § 1º e § 2º se encerrarem. sas normas.
§ 4º Nos cinemas, a reserva de assentos de que § 2º As edificações de uso público e de uso cole-
trata o caput será garantida a partir do início das tivo referidas no caput, já existentes, têm, respec-
vendas até meia hora antes de cada sessão, com tivamente, prazo de trinta e quarenta e oito meses,
disponibilidade em todos os pontos de venda de a contar da data de publicação deste Decreto, para
ingresso, sejam eles físicos ou virtuais. garantir a acessibilidade de que trata este artigo.
Art. 23-B. Os espaços livres para pessoas em ca- Art. 25. Nos estacionamentos externos ou inter-
deira de rodas e assentos reservados para pes- nos das edificações de uso público ou de uso co-
soas com deficiência ou com mobilidade reduzida letivo, ou naqueles localizados nas vias públicas,
serão identificados no mapa de assentos localiza- serão reservados, pelo menos, dois por cento do
dos nos pontos de venda de ingresso e de divulga-
total de vagas para veículos que transportem pes-
ção do evento, sejam eles físicos ou virtuais. (Artigo
soa portadora de deficiência física ou visual defini-
acrescido pelo Decreto nº 9.404, de 11/6/2018)
das neste Decreto, sendo assegurada, no mínimo,
Parágrafo único. Os pontos físicos e os sítios ele-
uma vaga, em locais próximos à entrada principal
trônicos de venda de ingressos e de divulgação do
ou ao elevador, de fácil acesso à circulação de pe-
evento deverão:
destres, com especificações técnicas de desenho
I – ser acessíveis a pessoas com deficiência e
e traçado conforme o estabelecido nas normas
com mobilidade reduzida; e
técnicas de acessibilidade da ABNT.
II – conter informações sobre os recursos de
§ 1º Os veículos estacionados nas vagas reser-
acessibilidade disponíveis nos eventos.
vadas deverão portar identificação a ser colocada
Art. 24. Os estabelecimentos de ensino de qual- em local de ampla visibilidade, confeccionado e
quer nível, etapa ou modalidade, públicos ou fornecido pelos órgãos de trânsito, que disciplina-
privados, proporcionarão condições de acesso e rão sobre suas características e condições de uso,
utilização de todos os seus ambientes ou compar- observando o disposto na Lei nº 7.405, de 1985.
timentos para pessoas portadoras de deficiência § 2º Os casos de inobservância do disposto
ou com mobilidade reduzida, inclusive salas de no § 1º estarão sujeitos às sanções estabelecidas
aula, bibliotecas, auditórios, ginásios e instala-
pelos órgãos competentes.
ções desportivas, laboratórios, áreas de lazer e
§ 3º Aplica-se o disposto no caput aos estacio-
sanitários.
namentos localizados em áreas públicas e de uso
§ 1º Para a concessão de autorização de fun-
coletivo.
cionamento, de abertura ou renovação de curso
§ 4º A utilização das vagas reservadas por
pelo Poder Público, o estabelecimento de ensino
veículos que não estejam transportando as pes-
deverá comprovar que:
soas citadas no caput constitui infração ao art. 181,
I – está cumprindo as regras de acessibilidade
inciso XVII, da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de
arquitetônica, urbanística e na comunicação e in-
1997.
formação previstas nas normas técnicas de aces-
sibilidade da ABNT, na legislação específica ou Art. 26. Nas edificações de uso público ou de uso
neste Decreto; coletivo, é obrigatória a existência de sinalização
II – coloca à disposição de professores, alunos, visual e tátil para orientação de pessoas portado-
servidores e empregados portadores de deficiên- ras de deficiência auditiva e visual, em conformi-
cia ou com mobilidade reduzida ajudas técnicas dade com as normas técnicas de acessibilidade
que permitam o acesso às atividades escolares e da ABNT.
113
LEGISLAÇÃO SOBRE PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Art. 27. A instalação de novos elevadores ou sua as condições de acessibilidade dos empreendi-
adaptação em edificações de uso público ou de mentos:
uso coletivo, bem assim a instalação em edifica- I – definição de projetos e adoção de tipologias
ção de uso privado multifamiliar a ser construída, construtivas livres de barreiras arquitetônicas e
na qual haja obrigatoriedade da presença de ele- urbanísticas;
vadores, deve atender aos padrões das normas II – no caso de edificação multifamiliar, exe-
técnicas de acessibilidade da ABNT. cução das unidades habitacionais acessíveis no
§ 1º No caso da instalação de elevadores novos piso térreo e acessíveis ou adaptáveis quando
ou da troca dos já existentes, qualquer que seja o nos demais pisos;
número de elevadores da edificação de uso pú- III – execução das partes de uso comum, quando
blico ou de uso coletivo, pelo menos um deles terá se tratar de edificação multifamiliar, conforme as
cabine que permita acesso e movimentação cô- normas técnicas de acessibilidade da ABNT; e
moda de pessoa portadora de deficiência ou com IV – elaboração de especificações técnicas de
mobilidade reduzida, de acordo com o que especi- projeto que facilite a instalação de elevador adap-
fica as normas técnicas de acessibilidade da ABNT. tado para uso das pessoas portadoras de deficiên-
§ 2º Junto às botoeiras externas do elevador, de- cia ou com mobilidade reduzida.
Parágrafo único. Os agentes executores dos pro-
verá estar sinalizado em braile em qual andar da
gramas e projetos destinados à habitação de in-
edificação a pessoa se encontra.
teresse social, financiados com recursos próprios
§ 3º Os edifícios a serem construídos com mais
da União ou por ela geridos, devem observar os
de um pavimento além do pavimento de acesso, à
requisitos estabelecidos neste artigo.
exceção das habitações unifamiliares e daquelas
que estejam obrigadas à instalação de elevadores Art. 29. Ao Ministério das Cidades, no âmbito da
por legislação municipal, deverão dispor de espe- coordenação da política habitacional, compete:
cificações técnicas e de projeto que facilitem a ins- I – adotar as providências necessárias para o
talação de equipamento eletromecânico de deslo- cumprimento do disposto no art. 28; e
camento vertical para uso das pessoas portadoras II – divulgar junto aos agentes interessados e
de deficiência ou com mobilidade reduzida. orientar a clientela alvo da política habitacional
§ 4º As especificações técnicas a que se refere sobre as iniciativas que promover em razão das
o § 3º devem atender: legislações federal, estaduais, distrital e munici-
I – a indicação em planta aprovada pelo poder pais relativas à acessibilidade.
municipal do local reservado para a instalação do Seção IV
equipamento eletromecânico, devidamente assi- Da Acessibilidade aos Bens Culturais Imóveis
nada pelo autor do projeto; Art. 30. As soluções destinadas à eliminação, re-
II – a indicação da opção pelo tipo de equipa- dução ou superação de barreiras na promoção da
mento (elevador, esteira, plataforma ou similar); acessibilidade a todos os bens culturais imóveis
III – a indicação das dimensões internas e de- devem estar de acordo com o que estabelece a
mais aspectos da cabine do equipamento a ser Instrução Normativa nº 1 do Instituto do Patrimô-
instalado; e nio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), de 25 de
IV – demais especificações em nota na própria novembro de 2003.
planta, tais como a existência e as medidas de
CAPÍTULO V
botoeira, espelho, informação de voz, bem como DA ACESSIBILIDADE AOS SERVIÇOS
a garantia de responsabilidade técnica de que a DE TRANSPORTES COLETIVOS
estrutura da edificação suporta a implantação do
Seção I
equipamento escolhido. Das Condições Gerais
Seção III Art. 31. Para os fins de acessibilidade aos servi-
Da Acessibilidade na Habitação ços de transporte coletivo terrestre, aquaviário e
de Interesse Social
aéreo, considera-se como integrantes desses ser-
Art. 28. Na habitação de interesse social, deverão viços os veículos, terminais, estações, pontos de
ser promovidas as seguintes ações para assegurar parada, vias principais, acessos e operação.
114
DECRETO Nº 5.296, DE 2 DE DEZEMBRO DE 2004
Art. 32. Os serviços de transporte coletivo terres- tivos, no âmbito de suas competências, deverão
tre são: autorizar a colocação do “Símbolo Internacional
I – transporte rodoviário, classificado em urbano, de Acesso” após certificar a acessibilidade do sis-
metropolitano, intermunicipal e interestadual; tema de transporte.
II – transporte metroferroviário, classificado em Art. 37. Cabe às empresas concessionárias e per-
urbano e metropolitano; e missionárias e as instâncias públicas responsáveis
III – transporte ferroviário, classificado em inter- pela gestão dos serviços de transportes coletivos
municipal e interestadual. assegurar a qualificação dos profissionais que tra-
Art. 33. As instâncias públicas responsáveis pela balham nesses serviços, para que prestem atendi-
concessão e permissão dos serviços de transporte mento prioritário às pessoas portadoras de defi-
coletivo são: ciência ou com mobilidade reduzida.
I – governo municipal, responsável pelo trans-
Seção II
porte coletivo municipal; Da Acessibilidade no Transporte
II – governo estadual, responsável pelo trans- Coletivo Rodoviário
porte coletivo metropolitano e intermunicipal;
Art. 38. No prazo de até vinte e quatro meses a
III – governo do Distrito Federal, responsável
contar da data de edição das normas técnicas
pelo transporte coletivo do Distrito Federal; e
referidas no § 1º, todos os modelos e marcas de
IV – governo federal, responsável pelo trans-
veículos de transporte coletivo rodoviário para
porte coletivo interestadual e internacional.
utilização no País serão fabricados acessíveis e
Art. 34. Os sistemas de transporte coletivo são estarão disponíveis para integrar a frota operante,
considerados acessíveis quando todos os seus ele- de forma a garantir o seu uso por pessoas porta-
mentos são concebidos, organizados, implanta- doras de deficiência ou com mobilidade reduzida.
dos e adaptados segundo o conceito de desenho § 1º As normas técnicas para fabricação dos
universal, garantindo o uso pleno com segurança veículos e dos equipamentos de transporte co-
e autonomia por todas as pessoas. letivo rodoviário, de forma a torná-los acessíveis,
Parágrafo único. A infraestrutura de transporte serão elaboradas pelas instituições e entidades
coletivo a ser implantada a partir da publicação que compõem o Sistema Nacional de Metrologia,
deste Decreto deverá ser acessível e estar dispo- Normalização e Qualidade Industrial, e estarão
nível para ser operada de forma a garantir o seu disponíveis no prazo de até doze meses a contar
uso por pessoas portadoras de deficiência ou com da data da publicação deste Decreto.
mobilidade reduzida. § 2º A substituição da frota operante atual por
Art. 35. Os responsáveis pelos terminais, esta- veículos acessíveis, a ser feita pelas empresas
ções, pontos de parada e os veículos, no âmbito concessionárias e permissionárias de transporte
de suas competências, assegurarão espaços para coletivo rodoviário, dar-se-á de forma gradativa,
atendimento, assentos preferenciais e meios de conforme o prazo previsto nos contratos de con-
acesso devidamente sinalizados para o uso das cessão e permissão deste serviço.
pessoas portadoras de deficiência ou com mobi- § 3º A frota de veículos de transporte coletivo
lidade reduzida. rodoviário e a infraestrutura dos serviços deste
Art. 36. As empresas concessionárias e permissio- transporte deverão estar totalmente acessíveis
nárias e as instâncias públicas responsáveis pela no prazo máximo de cento e vinte meses a contar
gestão dos serviços de transportes coletivos, no da data de publicação deste Decreto.
âmbito de suas competências, deverão garantir a § 4º Os serviços de transporte coletivo rodoviá-
implantação das providências necessárias na ope- rio urbano devem priorizar o embarque e desem-
ração, nos terminais, nas estações, nos pontos de barque dos usuários em nível em, pelo menos, um
parada e nas vias de acesso, de forma a assegurar dos acessos do veículo.
as condições previstas no art. 34 deste Decreto. Art. 39. No prazo de até vinte e quatro meses a
Parágrafo único. As empresas concessionárias e contar da data de implementação dos programas
permissionárias e as instâncias públicas responsá- de avaliação de conformidade descritos no § 3º, as
veis pela gestão dos serviços de transportes cole- empresas concessionárias e permissionárias dos
115
LEGISLAÇÃO SOBRE PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Art. 43. Os serviços de transporte coletivo metro- 4 de maio de 2000, sinalizando impacto orçamentá-
ferroviário e ferroviário existentes deverão estar rio e financeiro da medida estudada.
totalmente acessíveis no prazo máximo de cento e Art. 46. A fiscalização e a aplicação de multas aos
vinte meses a contar da data de publicação deste sistemas de transportes coletivos, segundo dis-
Decreto. posto no art. 6º, inciso II, da Lei nº 10.048, de 2000,
§ 1º As empresas concessionárias e permissio- cabe à União, aos Estados, Municípios e ao Distrito
nárias dos serviços de transporte coletivo metro- Federal, de acordo com suas competências.
ferroviário e ferroviário deverão apresentar plano
CAPÍTULO VI
de adaptação dos sistemas existentes, prevendo
DO ACESSO À INFORMAÇÃO
ações saneadoras de, no mínimo, oito por cento E À COMUNICAÇÃO
ao ano, sobre os elementos não acessíveis que
Art. 47. No prazo de até doze meses a contar da
compõem o sistema.
data de publicação deste Decreto, será obrigató-
§ 2º O plano de que trata o § 1º deve ser apre-
ria a acessibilidade nos portais e sítios eletrôni-
sentado em até seis meses a contar da data de pu-
cos da administração pública na rede mundial de
blicação deste Decreto.
computadores (internet), para o uso das pessoas
Seção V portadoras de deficiência visual, garantindo-lhes
Da Acessibilidade no Transporte o pleno acesso às informações disponíveis.
Coletivo Aéreo § 1º Nos portais e sítios de grande porte, desde
Art. 44. No prazo de até trinta e seis meses, a que seja demonstrada a inviabilidade técnica de
contar da data da publicação deste Decreto, os se concluir os procedimentos para alcançar inte-
serviços de transporte coletivo aéreo e os equipa- gralmente a acessibilidade, o prazo definido no
caput será estendido por igual período.
mentos de acesso às aeronaves estarão acessíveis
§ 2º Os sítios eletrônicos acessíveis às pessoas
e disponíveis para serem operados de forma a ga-
portadoras de deficiência conterão símbolo que
rantir o seu uso por pessoas portadoras de defi-
represente a acessibilidade na rede mundial de
ciência ou com mobilidade reduzida.
computadores (internet), a ser adotado nas res-
Parágrafo único. A acessibilidade nos servi-
pectivas páginas de entrada.
ços de transporte coletivo aéreo obedecerá ao
§ 3º Os telecentros comunitários instalados ou
disposto na Norma de Serviço da Instrução da
custeados pelos Governos Federal, Estadual, Mu-
Aviação Civil NOSER/IAC – 2508-0796, de 1º de
nicipal ou do Distrito Federal devem possuir insta-
novembro de 1995, expedida pelo Departamento
lações plenamente acessíveis e, pelo menos, um
de Aviação Civil do Comando da Aeronáutica, e
computador com sistema de som instalado, para
nas normas técnicas de acessibilidade da ABNT.
uso preferencial por pessoas portadoras de defi-
Seção VI ciência visual.
Das Disposições Finais Art. 48. Após doze meses da edição deste Decreto,
Art. 45. Caberá ao Poder Executivo, com base em a acessibilidade nos portais e sítios eletrônicos de
estudos e pesquisas, verificar a viabilidade de re- interesse público na rede mundial de computado-
dução ou isenção de tributo: res (internet), deverá ser observada para obtenção
I – para importação de equipamentos que não do financiamento de que trata o inciso III do art. 2º.
sejam produzidos no País, necessários no pro- Art. 49. As empresas prestadoras de serviços
cesso de adequação do sistema de transporte de telecomunicações deverão garantir o pleno
coletivo, desde que não existam similares nacio- acesso às pessoas portadoras de deficiência au-
nais; e ditiva, por meio das seguintes ações:
II – para fabricação ou aquisição de veículos ou I – no Serviço Telefônico Fixo Comutado (STFC),
equipamentos destinados aos sistemas de trans- disponível para uso do público em geral:
porte coletivo. a) instalar, mediante solicitação, em âmbito na-
Parágrafo único. Na elaboração dos estudos e pes- cional e em locais públicos, telefones de uso pú-
quisas a que se referem o caput, deve-se observar o blico adaptados para uso por pessoas portadoras
disposto no art. 14 da Lei Complementar nº 101, de de deficiência;
117
LEGISLAÇÃO SOBRE PESSOA COM DEFICIÊNCIA
por meio da Corde, promover a capacitação de financiamento deverão contemplar temas volta-
profissionais em Libras. dos para tecnologia da informação acessível para
Art. 56. O projeto de desenvolvimento e imple- pessoas portadoras de deficiência.
mentação da televisão digital no País deverá con- Parágrafo único. Será estimulada a criação de
templar obrigatoriamente os três tipos de sistema linhas de crédito para a indústria que produza
de acesso à informação de que trata o art. 52. componentes e equipamentos relacionados à
tecnologia da informação acessível para pessoas
Art. 57. A Secretaria de Comunicação de Governo
portadoras de deficiência.
e Gestão Estratégica da Presidência da República
editará, no prazo de doze meses a contar da data CAPÍTULO VII
da publicação deste Decreto, normas complemen- DAS AJUDAS TÉCNICAS
tares disciplinando a utilização dos sistemas de Art. 61. Para os fins deste Decreto, consideram-se
acesso à informação referidos no § 2º do art. 53, na ajudas técnicas os produtos, instrumentos, equi-
publicidade governamental e nos pronunciamen- pamentos ou tecnologia adaptados ou especial-
tos oficiais transmitidos por meio dos serviços de mente projetados para melhorar a funcionalidade
radiodifusão de sons e imagens. da pessoa portadora de deficiência ou com mo-
Parágrafo único. Sem prejuízo do disposto no bilidade reduzida, favorecendo a autonomia pes-
caput e observadas as condições técnicas, os soal, total ou assistida.
pronunciamentos oficiais do Presidente da Repú- § 1º Os elementos ou equipamentos definidos
blica serão acompanhados, obrigatoriamente, no como ajudas técnicas serão certificados pelos ór-
prazo de seis meses a partir da publicação deste gãos competentes, ouvidas as entidades repre-
Decreto, de sistema de acessibilidade mediante
sentativas das pessoas portadoras de deficiência.
janela com intérprete de Libras.
§ 2º Para os fins deste Decreto, os cães-guia e os
Art. 58. O Poder Público adotará mecanismos de cães-guia de acompanhamento são considerados
incentivo para tornar disponíveis em meio mag- ajudas técnicas.
nético, em formato de texto, as obras publicadas
Art. 62. Os programas e as linhas de pesquisa a
no País.
serem desenvolvidos com o apoio de organismos
§ 1º A partir de seis meses da edição deste De-
públicos de auxílio à pesquisa e de agências de
creto, a indústria de medicamentos deve dispo-
financiamento deverão contemplar temas volta-
nibilizar, mediante solicitação, exemplares das
dos para ajudas técnicas, cura, tratamento e pre-
bulas dos medicamentos em meio magnético,
venção de deficiências ou que contribuam para
braile ou em fonte ampliada.
impedir ou minimizar o seu agravamento.
§ 2º A partir de seis meses da edição deste De-
Parágrafo único. Será estimulada a criação de
creto, os fabricantes de equipamentos eletroele-
trônicos e mecânicos de uso doméstico devem linhas de crédito para a indústria que produza
disponibilizar, mediante solicitação, exemplares componentes e equipamentos de ajudas técnicas.
dos manuais de instrução em meio magnético, Art. 63. O desenvolvimento científico e tecnoló-
braile ou em fonte ampliada. gico voltado para a produção de ajudas técnicas
Art. 59. O Poder Público apoiará preferencial- dar-se-á a partir da instituição de parcerias com
mente os congressos, seminários, oficinas e de- universidades e centros de pesquisa para a pro-
mais eventos científico-culturais que ofereçam, dução nacional de componentes e equipamentos.
mediante solicitação, apoios humanos às pes- Parágrafo único. Os bancos oficiais, com base
soas com deficiência auditiva e visual, tais como em estudos e pesquisas elaborados pelo Poder
tradutores e intérpretes de Libras, ledores, guias- Público, serão estimulados a conceder financia-
-intérpretes, ou tecnologias de informação e co- mento às pessoas portadoras de deficiência para
municação, tais como a transcrição eletrônica aquisição de ajudas técnicas.
simultânea. Art. 64. Caberá ao Poder Executivo, com base em
Art. 60. Os programas e as linhas de pesquisa a estudos e pesquisas, verificar a viabilidade de:
serem desenvolvidos com o apoio de organismos I – redução ou isenção de tributos para a im-
públicos de auxílio à pesquisa e de agências de portação de equipamentos de ajudas técnicas
119
LEGISLAÇÃO SOBRE PESSOA COM DEFICIÊNCIA
que não sejam produzidos no País ou que não Nacional de Acessibilidade, com vistas a garantir
possuam similares nacionais; o disposto no art. 62.
II – redução ou isenção do imposto sobre pro- § 2º Os serviços a serem prestados pelos mem-
dutos industrializados incidente sobre as ajudas bros do Comitê de Ajudas Técnicas são considera-
técnicas; e dos relevantes e não serão remunerados.
III – inclusão de todos os equipamentos de aju-
CAPÍTULO VIII
das técnicas para pessoas portadoras de deficiência
DO PROGRAMA NACIONAL DE ACESSIBILIDADE
ou com mobilidade reduzida na categoria de equi-
pamentos sujeitos a dedução de imposto de renda. Art. 67. O Programa Nacional de Acessibilidade,
Parágrafo único. Na elaboração dos estudos e sob a coordenação da Secretaria Especial dos
pesquisas a que se referem o caput, deve-se ob- Direitos Humanos, por intermédio da Corde, in-
servar o disposto no art. 14 da Lei Complemen- tegrará os planos plurianuais, as diretrizes orça-
tar nº 101, de 2000, sinalizando impacto orçamen- mentárias e os orçamentos anuais.
tário e financeiro da medida estudada.
Art. 68. A Secretaria Especial dos Direitos Huma-
Art. 65. Caberá ao Poder Público viabilizar as se- nos, na condição de coordenadora do Programa
guintes diretrizes: Nacional de Acessibilidade, desenvolverá, dentre
I – reconhecimento da área de ajudas técnicas outras, as seguintes ações:
como área de conhecimento; I – apoio e promoção de capacitação e especia-
II – promoção da inclusão de conteúdos temá- lização de recursos humanos em acessibilidade e
ticos referentes a ajudas técnicas na educação ajudas técnicas;
profissional, no ensino médio, na graduação e na
II – acompanhamento e aperfeiçoamento da le-
pós-graduação;
gislação sobre acessibilidade;
III – apoio e divulgação de trabalhos técnicos e
III – edição, publicação e distribuição de títulos
científicos referentes a ajudas técnicas;
referentes à temática da acessibilidade;
IV – estabelecimento de parcerias com escolas
IV – cooperação com Estados, Distrito Federal e
e centros de educação profissional, centros de en-
Municípios para a elaboração de estudos e diag-
sino universitários e de pesquisa, no sentido de
nósticos sobre a situação da acessibilidade arqui-
incrementar a formação de profissionais na área
tetônica, urbanística, de transporte, comunicação
de ajudas técnicas; e
V – incentivo à formação e treinamento de orte- e informação;
sistas e protesistas. V – apoio e realização de campanhas informati-
vas e educativas sobre acessibilidade;
Art. 66. A Secretaria Especial dos Direitos Huma-
VI – promoção de concursos nacionais sobre a
nos instituirá Comitê de Ajudas Técnicas, consti-
temática da acessibilidade; e
tuído por profissionais que atuam nesta área, e
VII – estudos e proposição da criação e normati-
que será responsável por:
zação do Selo Nacional de Acessibilidade.
I – estruturação das diretrizes da área de conhe-
cimento; CAPÍTULO IX
II – estabelecimento das competências desta DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
área; Art. 69. Os programas nacionais de desenvolvi-
III – realização de estudos no intuito de subsi- mento urbano, os projetos de revitalização, re-
diar a elaboração de normas a respeito de ajudas
cuperação ou reabilitação urbana incluirão ações
técnicas;
destinadas à eliminação de barreiras arquitetôni-
IV – levantamento dos recursos humanos que
cas e urbanísticas, nos transportes e na comuni-
atualmente trabalham com o tema; e
cação e informação devidamente adequadas às
V – detecção dos centros regionais de referên-
exigências deste Decreto.
cia em ajudas técnicas, objetivando a formação de
[...]
rede nacional integrada.
§ 1º O Comitê de Ajudas Técnicas será super- Art. 71. Ficam revogados os arts. 50 a 54 do De-
visionado pela Corde e participará do Programa creto nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999.
120
DECRETO Nº 5.626, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2005
Art. 72. Este Decreto entra em vigor na data da e o curso de Educação Especial são considerados
sua publicação. cursos de formação de professores e profissionais
Brasília, 2 de dezembro de 2004; 183º da da educação para o exercício do magistério.
Independência e 116º da República. § 2º A Libras constituir-se-á em disciplina curri-
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA cular optativa nos demais cursos de educação su-
José Dirceu de Oliveira e Silva perior e na educação profissional, a partir de um
ano da publicação deste Decreto.
DECRETO Nº 5.626, DE 22
CAPÍTULO III
DE DEZEMBRO DE 2005 DA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE
(Publicado no DOU de 23/12/2005) LIBRAS E DO INSTRUTOR DE LIBRAS
Regulamenta a Lei nº 10.436, de 24 de abril de Art. 4º A formação de docentes para o ensino de
2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Si-
Libras nas séries finais do ensino fundamental,
nais (Libras), e o art. 18 da Lei nº 10.098, de 19
de dezembro de 2000. no ensino médio e na educação superior deve
ser realizada em nível superior, em curso de gra-
O presidente da República, no uso das atribuições
duação de licenciatura plena em Letras: Libras ou
que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição,
em Letras: Libras/Língua Portuguesa como se-
e tendo em vista o disposto na Lei nº 10.436, de 24
gunda língua.
de abril de 2002, e no art. 18 da Lei nº 10.098, de
Parágrafo único. As pessoas surdas terão priori-
19 de dezembro de 2000, decreta:
dade nos cursos de formação previstos no caput.
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Art. 5º A formação de docentes para o ensino de
Libras na educação infantil e nos anos iniciais do
Art. 1º Este Decreto regulamenta a Lei nº 10.436, de ensino fundamental deve ser realizada em curso
24 de abril de 2002, e o art. 18 da Lei nº 10.098, de 19 de Pedagogia ou curso normal superior, em que
de dezembro de 2000. Libras e Língua Portuguesa escrita tenham cons-
Art. 2º Para os fins deste Decreto, considera-se tituído línguas de instrução, viabilizando a forma-
pessoa surda aquela que, por ter perda auditiva, ção bilíngue.
compreende e interage com o mundo por meio § 1º Admite-se como formação mínima de do-
de experiências visuais, manifestando sua cultura centes para o ensino de Libras na educação in-
principalmente pelo uso da Língua Brasileira de fantil e nos anos iniciais do ensino fundamental,
Sinais (Libras). a formação ofertada em nível médio na modali-
Parágrafo único. Considera-se deficiência au- dade normal, que viabilizar a formação bilíngue,
ditiva a perda bilateral, parcial ou total, de qua- referida no caput.
renta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por § 2º As pessoas surdas terão prioridade nos cur-
audiograma nas frequências de 500 Hz, 1.000 Hz, sos de formação previstos no caput.
2.000 Hz e 3.000 Hz.
Art. 6º A formação de instrutor de Libras, em nível
CAPÍTULO II médio, deve ser realizada por meio de:
DA INCLUSÃO DA LIBRAS COMO I – cursos de educação profissional;
DISCIPLINA CURRICULAR II – cursos de formação continuada promovidos
Art. 3º A Libras deve ser inserida como disciplina por instituições de ensino superior; e
curricular obrigatória nos cursos de formação de III – cursos de formação continuada promovi-
professores para o exercício do magistério, em dos por instituições credenciadas por secretarias
nível médio e superior, e nos cursos de Fonoau- de educação.
diologia, de instituições de ensino, públicas e pri- § 1º A formação do instrutor de Libras pode ser
vadas, do sistema federal de ensino e dos sistemas realizada também por organizações da sociedade
de ensino dos Estados, do Distrito Federal e dos civil representativa da comunidade surda, desde
Municípios. que o certificado seja convalidado por pelo menos
§ 1º Todos os cursos de licenciatura, nas dife- uma das instituições referidas nos incisos II e III.
rentes áreas do conhecimento, o curso normal de § 2º As pessoas surdas terão prioridade nos cur-
nível médio, o curso normal superior, o curso de sos de formação previstos no caput.
121
LEGISLAÇÃO SOBRE PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Art. 7º Nos próximos dez anos, a partir da publi- de formação de professores devem incluir Libras
cação deste Decreto, caso não haja docente com como disciplina curricular, nos seguintes prazos e
título de pós-graduação ou de graduação em Li- percentuais mínimos:
bras para o ensino dessa disciplina em cursos de I – até três anos, em vinte por cento dos cursos
educação superior, ela poderá ser ministrada por da instituição;
profissionais que apresentem pelo menos um dos II – até cinco anos, em sessenta por cento dos
seguintes perfis: cursos da instituição;
I – professor de Libras, usuário dessa língua III – até sete anos, em oitenta por cento dos cur-
com curso de pós-graduação ou com formação sos da instituição; e
superior e certificado de proficiência em Libras, IV – dez anos, em cem por cento dos cursos da
obtido por meio de exame promovido pelo Minis- instituição.
tério da Educação; Parágrafo único. O processo de inclusão da Li-
II – instrutor de Libras, usuário dessa língua com bras como disciplina curricular deve iniciar-se nos
formação de nível médio e com certificado obtido cursos de Educação Especial, Fonoaudiologia, Pe-
por meio de exame de proficiência em Libras, pro- dagogia e Letras, ampliando-se progressivamente
movido pelo Ministério da Educação; para as demais licenciaturas.
III – professor ouvinte bilíngue: Libras – Língua
Art. 10. As instituições de educação superior
Portuguesa, com pós-graduação ou formação
devem incluir a Libras como objeto de ensino,
superior e com certificado obtido por meio de
pesquisa e extensão nos cursos de formação de
exame de proficiência em Libras, promovido pelo
professores para a educação básica, nos cursos
Ministério da Educação.
de Fonoaudiologia e nos cursos de Tradução e In-
§ 1º Nos casos previstos nos incisos I e II, as pes-
terpretação de Libras – Língua Portuguesa.
soas surdas terão prioridade para ministrar a dis-
ciplina de Libras. Art. 11. O Ministério da Educação promoverá, a
§ 2º A partir de um ano da publicação deste De- partir da publicação deste Decreto, programas es-
creto, os sistemas e as instituições de ensino da pecíficos para a criação de cursos de graduação:
educação básica e as de educação superior devem I – para formação de professores surdos e ou-
incluir o professor de Libras em seu quadro do vintes, para a educação infantil e anos iniciais do
magistério. ensino fundamental, que viabilize a educação
bilíngue: Libras – Língua Portuguesa como se-
Art. 8º O exame de proficiência em Libras, refe-
gunda língua;
rido no art. 7º, deve avaliar a fluência no uso, o
II – de licenciatura em Letras: Libras ou em Le-
conhecimento e a competência para o ensino
tras: Libras/Língua Portuguesa, como segunda
dessa língua.
língua para surdos;
§ 1º O exame de proficiência em Libras deve ser
III – de formação em Tradução e Interpretação
promovido, anualmente, pelo Ministério da Edu-
de Libras – Língua Portuguesa.
cação e instituições de educação superior por ele
credenciadas para essa finalidade. Art. 12. As instituições de educação superior, prin-
§ 2º A certificação de proficiência em Libras ha- cipalmente as que ofertam cursos de Educação Es-
bilitará o instrutor ou o professor para a função pecial, Pedagogia e Letras, devem viabilizar cursos
docente. de pós-graduação para a formação de professores
§ 3º O exame de proficiência em Libras deve ser para o ensino de Libras e sua interpretação, a par-
realizado por banca examinadora de amplo co- tir de um ano da publicação deste Decreto.
nhecimento em Libras, constituída por docentes Art. 13. O ensino da modalidade escrita da Língua
surdos e linguistas de instituições de educação Portuguesa, como segunda língua para pessoas
superior. surdas, deve ser incluído como disciplina curri-
Art. 9º A partir da publicação deste Decreto, as cular nos cursos de formação de professores para
instituições de ensino médio que oferecem cur- a educação infantil e para os anos iniciais do en-
sos de formação para o magistério na modali- sino fundamental, de nível médio e superior, bem
dade normal e as instituições de educação supe- como nos cursos de licenciatura em Letras com
rior que oferecem cursos de Fonoaudiologia ou habilitação em Língua Portuguesa.
122
DECRETO Nº 5.626, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2005
Parágrafo único. O tema sobre a modalidade es- semântico e reconhecendo a singularidade lin-
crita da língua portuguesa para surdos deve ser guística manifestada no aspecto formal da Língua
incluído como conteúdo nos cursos de Fonoau- Portuguesa;
diologia. VII – desenvolver e adotar mecanismos alterna-
tivos para a avaliação de conhecimentos expres-
CAPÍTULO IV
DO USO E DA DIFUSÃO DA LIBRAS E DA sos em Libras, desde que devidamente registra-
LÍNGUA PORTUGUESA PARA O ACESSO dos em vídeo ou em outros meios eletrônicos e
DAS PESSOAS SURDAS À EDUCAÇÃO tecnológicos;
Art. 14. As instituições federais de ensino devem VIII – disponibilizar equipamentos, acesso às
garantir, obrigatoriamente, às pessoas surdas novas tecnologias de informação e comunicação,
acesso à comunicação, à informação e à educação bem como recursos didáticos para apoiar a educa-
nos processos seletivos, nas atividades e nos con- ção de alunos surdos ou com deficiência auditiva.
§ 2º O professor da educação básica, bilíngue,
teúdos curriculares desenvolvidos em todos os ní-
aprovado em exame de proficiência em tradução
veis, etapas e modalidades de educação, desde a
e interpretação de Libras – Língua Portuguesa,
educação infantil até à superior.
pode exercer a função de tradutor e intérprete de
§ 1º Para garantir o atendimento educacional
Libras – Língua Portuguesa, cuja função é distinta
especializado e o acesso previsto no caput, as ins-
da função de professor docente.
tituições federais de ensino devem:
§ 3º As instituições privadas e as públicas dos
I – promover cursos de formação de professo-
sistemas de ensino federal, estadual, municipal e
res para:
do Distrito Federal buscarão implementar as me-
a) o ensino e uso da Libras;
didas referidas neste artigo como meio de asse-
b) a tradução e interpretação de Libras – Língua
gurar atendimento educacional especializado aos
Portuguesa; e
alunos surdos ou com deficiência auditiva.
c) o ensino da Língua Portuguesa, como se-
gunda língua para pessoas surdas; Art. 15. Para complementar o currículo da base
II – ofertar, obrigatoriamente, desde a educação nacional comum, o ensino de Libras e o ensino da
infantil, o ensino da Libras e também da Língua modalidade escrita da Língua Portuguesa, como
Portuguesa, como segunda língua para alunos segunda língua para alunos surdos, devem ser mi-
surdos; nistrados em uma perspectiva dialógica, funcional
III – prover as escolas com: e instrumental, como:
a) professor de Libras ou instrutor de Libras; I – atividades ou complementação curricular
b) tradutor e intérprete de Libras – Língua Por- específica na educação infantil e anos iniciais do
tuguesa; ensino fundamental; e
c) professor para o ensino de Língua Portuguesa II – áreas de conhecimento, como disciplinas
como segunda língua para pessoas surdas; e curriculares, nos anos finais do ensino fundamen-
d) professor regente de classe com conheci- tal, no ensino médio e na educação superior.
mento acerca da singularidade linguística mani- Art. 16. A modalidade oral da Língua Portuguesa,
festada pelos alunos surdos; na educação básica, deve ser ofertada aos alunos
IV – garantir o atendimento às necessidades surdos ou com deficiência auditiva, preferencial-
educacionais especiais de alunos surdos, desde mente em turno distinto ao da escolarização, por
a educação infantil, nas salas de aula e, também, meio de ações integradas entre as áreas da saúde
em salas de recursos, em turno contrário ao da e da educação, resguardado o direito de opção da
escolarização; família ou do próprio aluno por essa modalidade.
V – apoiar, na comunidade escolar, o uso e a di- Parágrafo único. A definição de espaço para
fusão de Libras entre professores, alunos, funcio- o desenvolvimento da modalidade oral da Lín-
nários, direção da escola e familiares, inclusive por gua Portuguesa e a definição dos profissionais
meio da oferta de cursos; de Fonoaudiologia para atuação com alunos da
VI – adotar mecanismos de avaliação coeren- educação básica são de competência dos órgãos
tes com aprendizado de segunda língua, na cor- que possuam estas atribuições nas unidades
reção das provas escritas, valorizando o aspecto federadas.
123
LEGISLAÇÃO SOBRE PESSOA COM DEFICIÊNCIA
bilíngues, na educação infantil e nos anos iniciais meio do sistema de legenda oculta, de modo a
do ensino fundamental; reproduzir as mensagens veiculadas às pessoas
II – escolas bilíngues ou escolas comuns da rede surdas, conforme prevê o Decreto nº 5.296, de 2 de
regular de ensino, abertas a alunos surdos e ou- dezembro de 2004.
vintes, para os anos finais do ensino fundamen-
CAPÍTULO VII
tal, ensino médio ou educação profissional, com
DA GARANTIA DO DIREITO À SAÚDE
docentes das diferentes áreas do conhecimento, DAS PESSOAS SURDAS OU COM
cientes da singularidade linguística dos alunos DEFICIÊNCIA AUDITIVA
surdos, bem como com a presença de tradutores
Art. 25. A partir de um ano da publicação deste
e intérpretes de Libras – Língua Portuguesa.
Decreto, o Sistema Único de Saúde (SUS) e as
§ 1º São denominadas escolas ou classes de
empresas que detêm concessão ou permissão de
educação bilíngue aquelas em que a Libras e a
serviços públicos de assistência à saúde, na pers-
modalidade escrita da Língua Portuguesa sejam
pectiva da inclusão plena das pessoas surdas ou
línguas de instrução utilizadas no desenvolvi-
mento de todo o processo educativo. com deficiência auditiva em todas as esferas da
§ 2º Os alunos têm o direito à escolarização em vida social, devem garantir, prioritariamente aos
um turno diferenciado ao do atendimento edu- alunos matriculados nas redes de ensino da edu-
cacional especializado para o desenvolvimento cação básica, a atenção integral à sua saúde, nos
de complementação curricular, com utilização de diversos níveis de complexidade e especialidades
equipamentos e tecnologias de informação. médicas, efetivando:
§ 3º As mudanças decorrentes da implemen- I – ações de prevenção e desenvolvimento de
tação dos incisos I e II implicam a formalização, programas de saúde auditiva;
pelos pais e pelos próprios alunos, de sua opção II – tratamento clínico e atendimento especia-
ou preferência pela educação sem o uso de Libras. lizado, respeitando as especificidades de cada
§ 4º O disposto no § 2º deste artigo deve ser ga- caso;
rantido também para os alunos não usuários da III – realização de diagnóstico, atendimento
Libras. precoce e do encaminhamento para a área de
Art. 23. As instituições federais de ensino, de edu- educação;
cação básica e superior, devem proporcionar aos IV – seleção, adaptação e fornecimento de pró-
alunos surdos os serviços de tradutor e intérprete tese auditiva ou aparelho de amplificação sonora,
de Libras – Língua Portuguesa em sala de aula e quando indicado;
em outros espaços educacionais, bem como equi- V – acompanhamento médico e fonoaudioló-
pamentos e tecnologias que viabilizem o acesso à gico e terapia fonoaudiológica;
comunicação, à informação e à educação. VI – atendimento em reabilitação por equipe
§ 1º Deve ser proporcionado aos professores multiprofissional;
acesso à literatura e informações sobre a especi- VII – atendimento fonoaudiológico às crianças,
ficidade linguística do aluno surdo. adolescentes e jovens matriculados na educação
§ 2º As instituições privadas e as públicas dos básica, por meio de ações integradas com a área
sistemas de ensino federal, estadual, municipal da educação, de acordo com as necessidades te-
e do Distrito Federal buscarão implementar as rapêuticas do aluno;
medidas referidas neste artigo como meio de as- VIII – orientações à família sobre as implicações
segurar aos alunos surdos ou com deficiência au- da surdez e sobre a importância para a criança
ditiva o acesso à comunicação, à informação e à com perda auditiva ter, desde seu nascimento,
educação. acesso à Libras e à Língua Portuguesa;
Art. 24. A programação visual dos cursos de nível IX – atendimento às pessoas surdas ou com de-
médio e superior, preferencialmente os de forma- ficiência auditiva na rede de serviços do SUS e das
ção de professores, na modalidade de educação empresas que detêm concessão ou permissão de
a distância, deve dispor de sistemas de acesso à serviços públicos de assistência à saúde, por pro-
informação como janela com tradutor e intérprete fissionais capacitados para o uso de Libras ou para
de Libras – Língua Portuguesa e subtitulação por sua tradução e interpretação; e
125
LEGISLAÇÃO SOBRE PESSOA COM DEFICIÊNCIA
126
DECRETO Nº 5.904, DE 21 DE SETEMBRO DE 2006
Art. 3º A identificação do cão-guia e a comprova- Parágrafo único. A avaliação de que trata este
ção de treinamento do usuário dar-se-ão por meio artigo será realizada mediante a verificação do
da apresentação dos seguintes itens: cumprimento de requisitos a serem estabelecidos
I – carteira de identificação e plaqueta de identi- pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
ficação, expedidas pelo centro de treinamento de Presidência da República e pelo Inmetro em por-
cães-guia ou pelo instrutor autônomo, que devem taria conjunta.
conter as seguintes informações:
Art. 5º A Coordenadoria Nacional para Integra-
a) no caso da carteira de identificação:
ção da Pessoa Portadora de Deficiência (Corde),
1. nome do usuário e do cão-guia;
da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, or-
2. nome do centro de treinamento ou do instru-
tor autônomo; ganizará exame para avaliar a capacitação téc-
3. número da inscrição no Cadastro Nacional de nica dos treinadores e instrutores de cão-guia por
Pessoa Jurídica (CNPJ) do centro ou da empresa meio da instalação de comissão de especialistas,
responsável pelo treinamento ou o número da formada por:
inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do I – representantes de entidades de e para pes-
instrutor autônomo; e soas com deficiência visual;
4. foto do usuário e do cão-guia; e II – usuários de cão-guia;
b) no caso da plaqueta de identificação: III – médicos veterinários com registro no órgão
1. nome do usuário e do cão-guia; regulador da profissão;
2. nome do centro de treinamento ou do instru- IV – treinadores;
tor autônomo; e V – instrutores; e
3. número do CNPJ do centro de treinamento ou VI – especialistas em orientação e mobilidade.
do CPF do instrutor autônomo; § 1º O exame terá periodicidade semestral, po-
II – carteira de vacinação atualizada, com dendo ser também realizado a qualquer tempo,
comprovação da vacinação múltipla e antirrábica, mediante solicitação dos interessados e havendo
assinada por médico veterinário com registro no disponibilidade por parte da Corde.
órgão regulador da profissão; e § 2º A Corde poderá delegar a organização do
III – equipamento do animal, composto por co- exame.
leira, guia e arreio com alça.
Art. 6º O descumprimento do disposto no art. 1º
§ 1º A plaqueta de identificação deve ser utili-
zada no pescoço do cão-guia. sujeitará o infrator às seguintes sanções, sem pre-
§ 2º Os centros de treinamento e instrutores juízo das sanções penais, cíveis e administrativas
autônomos reavaliarão, sempre que julgarem ne- cabíveis:
cessário, o trabalho das duplas em atividade, de- I – no caso de impedir ou dificultar o ingresso
vendo retirar o arreio da posse do usuário caso e a permanência do usuário com o cão-guia nos
constatem a necessidade de desfazer a dupla, seja locais definidos no caput do art. 1º ou de condicio-
por inaptidão do usuário, do cão-guia, de ambos nar tal acesso à separação da dupla:
ou por mau uso do animal. Sanção – multa no valor mínimo de R$ 1.000,00
§ 3º O cão em fase de socialização e treina- (mil reais) e máximo de R$ 30.000,00 (trinta mil
mento deverá ser identificado por uma plaqueta, reais);
presa à coleira, com a inscrição “cão-guia em trei- II – no caso de impedir ou dificultar o ingresso
namento”, aplicando-se as mesmas exigências e a permanência do treinador, instrutor ou acom-
de identificação do cão-guia, dispensado o uso de panhantes habilitados do cão em fase de sociali-
arreio com alça. zação ou de treinamento nos locais definidos no
Art. 4º O Instituto Nacional de Metrologia, Nor- caput do art. 1º ou de se condicionar tal acesso à
malização e Qualidade Industrial (Inmetro) será separação do cão:
responsável por avaliar a qualificação dos cen- Sanção – multa no valor mínimo de R$ 1.000,00
tros de treinamento e dos instrutores autônomos, (mil reais) e máximo de R$ 30.000,00 (trinta mil
conforme competência conferida pela Lei nº 9.933, reais); e
de 20 de dezembro de 1999. III – no caso de reincidência:
128
DECRETO Nº 6.214, DE 26 DE SETEMBRO DE 2007
Sanção – interdição, pelo período de trinta dias, Continuada instituído pelo art. 20 da Lei nº 8.742,
e multa no valor mínimo de R$ 1.000,00 (mil reais) de 7 de dezembro de 1993.
e máximo de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais).
Art. 2º O art. 162 do Regulamento da Previdên-
Parágrafo único. A Secretaria Especial dos Direi-
cia Social, aprovado pelo Decreto nº 3.048, de 6
tos Humanos será responsável pelo julgamento
de maio de 1999, passa a vigorar acrescido do se-
do processo, recolhimento da multa e decisão da
guinte parágrafo:
interdição.
Parágrafo único. O período a que se refere o
Art. 7º O usuário de cão-guia treinado por ins- caput poderá ser prorrogado por iguais períodos,
tituição estrangeira deverá portar a carteira de desde que comprovado o andamento regular do
identificação do cão-guia emitida pelo centro processo legal de tutela ou curatela.
de treinamento ou instrutor estrangeiro autô- Art. 3º Este Decreto entra em vigor na data de sua
nomo ou uma cópia autenticada do diploma de publicação.
conclusão do treinamento no idioma em que foi
Art. 4º Ficam revogados os Decretos nos 1.744, de
expedido, acompanhada de uma tradução sim-
ples do documento para o português, além dos 8 de dezembro de 1995, e 4.712, de 29 de maio
documentos referentes à saúde do cão-guia, que de 2003.
devem ser emitidos por médico veterinário com Brasília, 26 de setembro de 2007; 186º da
licença para atuar no território brasileiro, creden- Independência e 119º da República.
ciado no órgão regulador de sua profissão. LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Luiz Marinho
Art. 8º A Secretaria Especial dos Direitos Huma- Patrus Ananias
nos realizará campanhas publicitárias, inclusive
em parceria com Estados, Distrito Federal e Muni- ANEXO
cípios, para informação da população a respeito REGULAMENTO DO BENEFÍCIO
do disposto neste Decreto, sem prejuízo de inicia- DE PRESTAÇÃO CONTINUADA
tivas semelhantes tomadas por outros órgãos do
CAPÍTULO I
Poder Público ou pela sociedade civil.
DO BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO
Art. 9º Este Decreto entra em vigor na data de sua CONTINUADA E DO BENEFICIÁRIO
publicação. Art. 1º O Benefício de Prestação Continuada pre-
Brasília, 21 de setembro de 2006; 185º da visto no art. 20 da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro
Independência e 118º da República. de 1993, é a garantia de um salário mínimo men-
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA sal à pessoa com deficiência e ao idoso, com idade
Erenice Guerra
de sessenta e cinco anos ou mais, que comprovem
não possuir meios para prover a própria manuten-
DECRETO Nº 6.214, DE 26
ção e nem de tê-la provida por sua família.
DE SETEMBRO DE 2007
§ 1º O Benefício de Prestação Continuada inte-
(Publicado no DOU de 28/9/2007)
gra a proteção social básica no âmbito do Sistema
Regulamenta o benefício de prestação con-
Único de Assistência Social (Suas), instituído pelo
tinuada da assistência social devido à pes-
soa com deficiência e ao idoso de que trata
Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário,
a Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993, e a em consonância com o estabelecido pela Política
Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003, acresce Nacional de Assistência Social (PNAS). (Parágrafo
parágrafo ao art. 162 do Decreto nº 3.048, de com redação dada pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016,
6 de maio de 1999, e dá outras providências.
publicado no DOU de 8/7/2016, em vigor 120 dias após a
O presidente da República, no uso da atribui- publicação)
ção que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Consti- § 2º O Benefício de Prestação Continuada
tuição, e tendo em vista o disposto no art. 20 da é constitutivo da PNAS e integrado às demais
Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993, e no art. 34 políticas setoriais, e visa ao enfrentamento da
da Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003, decreta: pobreza, à garantia da proteção social, ao provi-
Art. 1º Fica aprovado, na forma do Anexo deste De- mento de condições para atender contingências
creto, o Regulamento do Benefício de Prestação sociais e à universalização dos direitos sociais,
129
LEGISLAÇÃO SOBRE PESSOA COM DEFICIÊNCIA
de 17/11/2011, e com redação dada pelo Decreto nº 8.805, II – renda mensal bruta familiar, dividida pelo
de 7/7/2016, publicado no DOU de 8/7/2016, em vigor 120 número de seus integrantes, inferior a um quarto
dias após a publicação) do salário mínimo; e
§ 3º Considera-se impedimento de longo prazo III – não possuir outro benefício no âmbito da
aquele que produza efeitos pelo prazo mínimo de Seguridade Social ou de outro regime, inclusive
dois anos. (Parágrafo acrescido pelo Decreto nº 6.564, o seguro-desemprego, salvo o de assistência mé-
de 19/9/2008, e com redação dada pelo Decreto nº 7.617, dica e a pensão especial de natureza indenizató-
de 17/11/2011) ria, observado o disposto no inciso VI do caput e
Art. 5º O beneficiário não pode acumular o Bene- no § 2º do art. 4º. (Inciso com redação dada pelo De-
fício de Prestação Continuada com outro benefí- creto nº 7.617, de 17/11/2011)
cio no âmbito da Seguridade Social ou de outro Parágrafo único. A comprovação da condição
regime, inclusive o seguro-desemprego, ressalva- prevista no inciso III poderá ser feita mediante de-
dos o de assistência médica e a pensão especial de claração do idoso ou, no caso de sua incapacidade
natureza indenizatória. (Caput do artigo com redação para os atos da vida civil, do seu curador.
dada pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU Art. 9º Para fazer jus ao Benefício de Prestação
de 8/7/2016, em vigor 120 dias após a publicação)
Continuada, a pessoa com deficiência deverá
Parágrafo único. A acumulação do benefício com comprovar:
a remuneração advinda do contrato de aprendi- I – a existência de impedimentos de longo prazo
zagem pela pessoa com deficiência é limitada ao
de natureza física, mental, intelectual ou senso-
prazo máximo de dois anos. (Parágrafo único acrescido
rial, os quais, em interação com diversas barrei-
pelo Decreto nº 7.617, de 17/11/2011, e com redação dada
ras, obstruam sua participação plena e efetiva
pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU de
na sociedade em igualdade de condições com as
8/7/2016, em vigor 120 dias após a publicação)
demais pessoas, na forma prevista neste Regula-
Art. 6º A condição de acolhimento em instituições mento; (Inciso com redação dada pelo Decreto nº 7.617,
de longa permanência, como abrigo, hospital ou de 17/11/2011)
instituição congênere não prejudica o direito do II – renda mensal bruta familiar do requerente,
idoso ou da pessoa com deficiência ao Benefício dividida pelo número de seus integrantes, inferior
de Prestação Continuada. (Artigo com redação dada a um quarto do salário mínimo; e
pelo Decreto nº 7.617, de 17/11/2011) III – por meio de declaração, que não recebe
Art. 7º O Benefício de Prestação Continuada é outro benefício no âmbito da Seguridade Social ou
devido ao brasileiro, nato ou naturalizado, e às de outro regime, inclusive o seguro-desemprego,
pessoas de nacionalidade portuguesa, em con- exceto o de assistência médica e a pensão especial
sonância com o disposto no Decreto nº 7.999, de de natureza indenizatória. (Inciso com redação dada
8 de maio de 2013, desde que comprovem, em pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU de
qualquer dos casos, residência no Brasil e aten- 8/7/2016, em vigor 120 dias após a publicação)
dam a todos os demais critérios estabelecidos Parágrafo único. A comprovação da condição
neste Regulamento. (Artigo com redação dada pelo De- prevista no inciso III poderá ser feita mediante de-
creto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU de 8/7/2016, claração da pessoa com deficiência ou, no caso de
em vigor 120 dias após a publicação) sua incapacidade para os atos da vida civil, do seu
CAPÍTULO II curador ou tutor.
DA HABILITAÇÃO, DA CONCESSÃO, DA Art. 10. A pessoa com deficiência e o idoso deve-
MANUTENÇÃO, DA REPRESENTAÇÃO rão informar o número de inscrição no Cadastro
E DO INDEFERIMENTO
de Pessoas Físicas (CPF) e apresentar documento
Seção I com foto reconhecido por lei como prova de
Da Habilitação e da Concessão identidade do requerente. (Artigo com redação dada
Art. 8º Para fazer jus ao Benefício de Prestação pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, publicado no DOU de
Continuada, o idoso deverá comprovar: 9/8/2018, em vigor 30 dias após a publicação)
I – contar com sessenta e cinco anos de idade I – (Revogado pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, publica-
ou mais; do no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias após a publicação)
131
LEGISLAÇÃO SOBRE PESSOA COM DEFICIÊNCIA
II – (Revogado pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, publica- § 1º As informações de que trata o caput serão
do no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias após a publicação) declaradas em conformidade com o disposto no
III – (Revogado pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, publi- Decreto nº 6.135, de 26 de junho de 2007. (Pará-
cado no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias após a publicação) grafo com redação dada pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016,
IV – (Revogado pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, publi- publicado no DOU de 8/7/2016, em vigor 120 dias após a
cado no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias após a publicação) publicação)
V – (Revogado pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, publica- § 2º Por ocasião do requerimento do benefício,
do no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias após a publicação) conforme disposto no § 1º do art. 15, o requerente
Parágrafo único. As crianças e os adolescentes ratificará as informações declaradas no CadÚnico,
menores de dezesseis anos poderão apresentar ficando sujeito às penas previstas em lei no caso
apenas a certidão de nascimento para fins da de omissão de informação ou de declaração falsa.
identificação de que trata o caput. (Parágrafo único (Parágrafo com redação dada pelo Decreto nº 8.805, de
acrescido pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, publicado no 7/7/2016, publicado no DOU de 8/7/2016, em vigor 120 dias
DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias após a publicação) após a publicação)
Art. 11. Para fins de identificação da pessoa com § 3º Na análise do requerimento do benefício,
deficiência e do idoso e de comprovação da idade o INSS confrontará as informações do CadÚnico,
do idoso, no caso de brasileiro naturalizado, de- referentes à renda, com outros cadastros ou bases
verão ser apresentados os seguintes documentos: de dados de órgãos da administração pública dis-
I – título declaratório de nacionalidade brasi- poníveis, prevalecendo as informações que indi-
leira; e quem maior renda se comparadas àquelas de-
II – carteira de identidade ou carteira de traba- claradas no CadÚnico. (Parágrafo com redação dada
pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU de
lho e previdência social.
8/7/2016, em vigor 120 dias após a publicação)
Art. 12. São requisitos para a concessão, a manu- § 4º Compete ao INSS e aos órgãos autorizados
tenção e a revisão do benefício as inscrições no pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Agrá-
Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) e no Cadastro rio, quando necessário, verificar junto a outras ins-
Único para Programas Sociais do Governo Federal tituições, inclusive de previdência, a existência de
(CadÚnico). (Caput do artigo com redação dada pelo De- benefício ou de renda em nome do requerente ou
creto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU de 8/7/2016,
beneficiário e dos integrantes da família. (Parágrafo
em vigor 120 dias após a publicação)
com redação dada pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, pu-
§ 1º O beneficiário que não realizar a inscrição blicado no DOU de 8/7/2016, em vigor 120 dias após a
ou atualização no CadÚnico terá seu benefício publicação)
suspenso após encerrado o prazo estabelecido § 5º Na hipótese de as informações do CadÚnico
na legislação. (Parágrafo com redação dada pelo De- serem insuficientes para a análise conclusiva do
creto nº 9.462, de 8/8/2018, publicado no DOU de 9/8/2018,
benefício, o INSS: (Caput do parágrafo com redação
em vigor 30 dias após a publicação)
dada pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU
§ 2º O benefício será concedido ou mantido ape- de 8/7/2016, em vigor 120 dias após a publicação)
nas quando o CadÚnico estiver atualizado e válido, I – comunicará o interessado, o qual deverá
de acordo com o disposto no Decreto nº 6.135, atualizar seu cadastro junto ao órgão local respon-
de 26 de junho de 2007. (Parágrafo acrescido pelo sável pelo CadÚnico no prazo de trinta dias; (Inciso
Decreto nº 6.564, de 19/9/2008, com redação dada pelo De-
acrescido pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no
creto nº 9.462, de 8/8/2018, publicado no DOU de 9/8/2018,
DOU de 8/7/2016, em vigor 120 dias após a publicação)
em vigor 30 dias após a publicação)
II – concluirá a análise após decorrido o prazo
Art. 13. As informações para o cálculo da renda fa- de que trata o inciso I; e (Inciso acrescido pelo De-
miliar mensal per capita serão declaradas no mo- creto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU de 8/7/2016,
mento da inscrição da família do requerente no em vigor 120 dias após a publicação)
CadÚnico, ficando o declarante sujeito às penas III – no caso de o cadastro não ser atualizado
previstas em lei no caso de omissão de informa- no prazo de que trata o inciso I, indeferirá a so-
ção ou de declaração falsa. (Caput do artigo com re- licitação para receber o benefício. (Inciso acrescido
dação dada pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU de
no DOU de 8/7/2016, em vigor 120 dias após a publicação) 8/7/2016, em vigor 120 dias após a publicação)
132
DECRETO Nº 6.214, DE 26 DE SETEMBRO DE 2007
§ 6º Quando o requerente for pessoa em situa- Art. 15. A concessão do benefício dependerá da pré-
ção de rua deve ser adotado, como referência, o via inscrição do interessado no CPF e no CadÚnico,
endereço do serviço da rede socioassistencial este último atualizado e válido, de acordo com os
pelo qual esteja sendo acompanhado, ou, na falta prazos estabelecidos no Decreto nº 6.135, de 2007.
deste, de pessoas com as quais mantém relação (Caput do artigo com redação dada pelo Decreto nº 9.462,
de proximidade. de 8/8/2018, publicado no DOU de 9/8/2018, em vigor 30
§ 7º Será considerado família do requerente em dias após a publicação)
situação de rua as pessoas elencadas no inciso V § 1º O requerimento do benefício deverá ser
do art. 4º, desde que convivam com o requerente realizado por meio dos canais de atendimento da
na mesma situação, devendo, neste caso, ser re- Previdência Social ou de outros canais definidos
lacionadas na Declaração da Composição e Renda em ato do Ministro de Estado do Desenvolvimento
Familiar. Social. (Parágrafo com redação dada pelo Decreto nº 9.462,
§ 8º Entende-se por relação de proximidade, de 8/8/2018, publicado no DOU de 9/8/2018, em vigor 30
para fins do disposto no § 6º, aquela que se esta- dias após a publicação)
belece entre o requerente em situação de rua e as § 2º Na hipótese de não ser o requerente alfa-
pessoas indicadas pelo próprio requerente como betizado ou de estar impossibilitado para assinar
pertencentes ao seu ciclo de convívio que podem o pedido, será admitida a aposição da impressão
digital na presença de funcionário do órgão rece-
facilmente localizá-lo. (Parágrafo acrescido pelo De-
bedor do requerimento.
creto nº 6.564, de 19/9/2008)
§ 3º A existência de formulário próprio não im-
Art. 14. O Benefício de Prestação Continuada po- pedirá que seja aceito qualquer requerimento
derá ser requerido por meio dos canais de aten- pleiteando o benefício, desde que nele constem
dimento do INSS ou nos órgãos autorizados para os dados imprescindíveis ao seu processamento.
este fim. (Caput do artigo com redação dada pelo De- § 4º A apresentação de documentação incom-
creto nº 9.462, de 8/8/2018, publicado no DOU de 9/8/2018, pleta não constitui motivo de recusa liminar do
em vigor 30 dias após a publicação) requerimento do benefício.
§ 1º Os formulários utilizados para o requeri- § 5º Na hipótese de ser verificado que a renda
mento do benefício serão disponibilizados, por familiar mensal per capita não atende aos requi-
meio dos sítios eletrônicos: (Primitivo parágrafo único sitos de concessão do benefício, o pedido deverá
renumerado e com redação dada pelo Decreto nº 8.805, de ser indeferido pelo INSS, sendo desnecessária a
7/7/2016, publicado no DOU de 8/7/2016, em vigor 120 dias avaliação da deficiência. (Parágrafo acrescido pelo De-
após a publicação) creto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU de 8/7/2016,
I – do Ministério do Desenvolvimento Social em vigor 120 dias após a publicação)
e Agrário; (Inciso acrescido pelo Decreto nº 8.805, de Art. 16. A concessão do benefício à pessoa com de-
7/7/2016, publicado no DOU de 8/7/2016, em vigor 120 dias ficiência ficará sujeita à avaliação da deficiência e
após a publicação) do grau de impedimento, com base nos princípios
II – do INSS; ou (Inciso acrescido pelo Decreto nº 8.805, da Classificação Internacional de Funcionalidades,
de 7/7/2016, publicado no DOU de 8/7/2016, em vigor 120 Incapacidade e Saúde (CIF), estabelecida pela Re-
dias após a publicação) solução da Organização Mundial da Saúde nº 54.21,
III – dos órgãos autorizados pelo Ministério do aprovada pela 54ª Assembleia Mundial da Saúde,
Desenvolvimento Social e Agrário ou pelo INSS. em 22 de maio de 2001. (Caput do artigo com redação
(Inciso acrescido pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publi- dada pelo Decreto nº 7.617, de 17/11/2011)
cado no DOU de 8/7/2016, em vigor 120 dias após a pu- § 1º A avaliação da deficiência e do grau de im-
blicação) pedimento será realizada por meio de avaliação
§ 2º Os formulários a que se refere o § 1º deve- social e avaliação médica. (Parágrafo com redação
rão ser disponibilizados de forma acessível, nos dada pelo Decreto nº 7.617, de 17/11/2011)
termos estabelecidos pelo Decreto nº 5.296, de § 2º A avaliação social considerará os fatores
2 de dezembro de 2004. (Parágrafo acrescido pelo De- ambientais, sociais e pessoais, a avaliação mé-
creto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU de 8/7/2016, dica considerará as deficiências nas funções e
em vigor 120 dias após a publicação) nas estruturas do corpo, e ambas considerarão
133
LEGISLAÇÃO SOBRE PESSOA COM DEFICIÊNCIA
a limitação do desempenho de atividades e a que outras políticas para pessoas com deficiência
restrição da participação social, segundo suas se beneficiem das informações. (Parágrafo acrescido
especificidades. (Parágrafo com redação dada pelo De- pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU de
creto nº 7.617, de 17/11/2011) 8/7/2016, em vigor 120 dias após a publicação)
§ 3º As avaliações de que trata o § 1º serão § 9º Sem prejuízo do compartilhamento das
realizadas, respectivamente, pelo serviço social informações de que trata o § 8º, o acesso à ava-
e pela perícia médica do INSS, por meio de ins- liação da deficiência e do grau de impedimento,
trumentos desenvolvidos especificamente para com a finalidade de permitir que outras políticas
este fim, instituídos por ato conjunto do Ministro para pessoas com deficiência dela se beneficiem,
de Estado do Desenvolvimento Social e Agrário e dependerá de prévio consentimento do titular da
do Presidente do INSS. (Parágrafo com redação dada informação. (Parágrafo acrescido pelo Decreto nº 8.805,
pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU de de 7/7/2016, publicado no DOU de 8/7/2016, em vigor 120
8/7/2016, em vigor 120 dias após a publicação) dias após a publicação)
§ 4º O Ministério do Desenvolvimento Social e § 10. O consentimento de acesso à avaliação po-
Agrário e o INSS garantirão as condições neces- derá ser manifestado no momento da prestação
sárias para a realização da avaliação social e da das referidas informações ou quando do requeri-
avaliação médica necessárias ao Benefício de mento de acesso à política pública. (Parágrafo acres-
Prestação Continuada. (Parágrafo com redação dada cido pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU
pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU de de 8/7/2016, em vigor 120 dias após a publicação)
8/7/2016, em vigor 120 dias após a publicação) § 11. Ato do Ministro de Estado do Desenvol-
§ 5º A avaliação da deficiência e do grau de im- vimento Social estabelecerá diretrizes para o es-
pedimento tem por objetivo: (Parágrafo acrescido calonamento, a priorização e os casos que serão
pelo Decreto nº 7.617, de 17/11/2011) dispensados das reavaliações em razão da de-
I – comprovar a existência de impedimentos de ficiência constatada. (Parágrafo acrescido pelo De-
longo prazo de natureza física, mental, intelectual creto nº 9.462, de 8/8/2018, publicado no DOU de 9/8/2018,
ou sensorial; e em vigor 30 dias após a publicação)
II – aferir o grau de restrição para a participação
plena e efetiva da pessoa com deficiência na so- Art. 17. Na hipótese de não existirem serviços per-
ciedade, decorrente da interação dos impedimen- tinentes para avaliação da deficiência e do grau
tos a que se refere o inciso I com barreiras diversas. de impedimento no município de residência do
§ 6º Na hipótese de não ser possível prever a requerente ou beneficiário, fica assegurado o seu
duração dos impedimentos a que se refere o in- encaminhamento ao município mais próximo que
ciso I do § 5º, mas existir a possibilidade de que contar com tal estrutura, devendo o INSS realizar
se estendam por longo prazo, o benefício poderá o pagamento das despesas de transporte e diá-
ser concedido, conforme o disposto em ato do Mi- rias com recursos oriundos do Fundo Nacional de
nistro de Estado do Desenvolvimento Social. (Pará- Assistência Social. (Caput do artigo com redação dada
grafo acrescido pelo Decreto nº 7.617, de 17/11/2011, e com pelo Decreto nº 7.617, de 17/11/2011)
redação dada pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, publicado § 1º Caso o requerente ou beneficiário neces-
no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias após a publicação) site de acompanhante, a viagem deste deverá ser
§ 7º Na hipótese do benefício concedido nos ter- autorizada pelo INSS, aplicando-se o disposto no
mos do disposto no § 6º, os beneficiários deverão caput.
ser prioritariamente submetidos a novas avalia- § 2º O valor da diária paga ao requerente ou be-
ções da deficiência, observado o intervalo máximo neficiário e seu acompanhante será igual ao valor
de dois anos. (Parágrafo acrescido pelo Decreto nº 7.617, da diária concedida aos beneficiários do Regime
de 17/11/2011, e com redação dada pelo Decreto nº 9.462, Geral de Previdência Social.
de 8/8/2018, publicado no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 § 3º Caso o requerente ou beneficiário esteja im-
dias após a publicação) possibilitado de se apresentar no local de realiza-
§ 8º A avaliação da deficiência e do grau de impe- ção da avaliação da deficiência e do grau de impe-
dimento observará os instrumentos de que trata dimento a que se refere o caput, os profissionais
o § 2º do art. 2º da Lei nº 13.146, de 6 de julho de deverão deslocar-se até o interessado. (Parágrafo
2015, a partir de sua criação, permitindo inclusive com redação dada pelo Decreto nº 7.617, de 17/11/2011)
134
DECRETO Nº 6.214, DE 26 DE SETEMBRO DE 2007
Art. 18. A concessão do Benefício de Prestação de trabalho, não impede nova concessão do be-
Continuada independe da interdição judicial do nefício desde que atendidos os requisitos exigidos
idoso ou da pessoa com deficiência. neste Decreto.
Art. 19. O Benefício de Prestação Continuada será Art. 26. O benefício será pago pela rede bancária
devido a mais de um membro da mesma família autorizada e, nas localidades onde não houver
enquanto atendidos os requisitos exigidos neste estabelecimento bancário, o pagamento será efe-
Regulamento. tuado por órgãos autorizados pelo INSS.
Parágrafo único. O valor do Benefício de Pres- Art. 27. O pagamento do Benefício de Prestação
tação Continuada concedido a idoso não será Continuada poderá ser antecipado excepcional-
computado no cálculo da renda mensal bruta fa- mente, na hipótese prevista no § 1º do art. 169 do
miliar a que se refere o inciso VI do art. 4º, para Decreto nº 3.048, de 6 de maio de 1999. (Artigo com
fins de concessão do Benefício de Prestação Con- redação dada pelo Decreto nº 7.617, de 17/11/2011)
tinuada a outro idoso da mesma família.
Art. 28. O benefício será pago diretamente ao be-
Art. 20. O Benefício de Prestação Continuada neficiário ou ao procurador, tutor ou curador.
será devido com o cumprimento de todos os re- § 1º O instrumento de procuração poderá ser
quisitos legais e regulamentares exigidos para a outorgado em formulário próprio do INSS, me-
sua concessão, devendo o seu pagamento ser efe- diante comprovação do motivo da ausência do
tuado em até quarenta e cinco dias após cumpri- beneficiário, e sua validade deverá ser renovada
das as exigências. a cada doze meses.
Parágrafo único. Para fins de atualização dos va- § 2º O procurador, o tutor ou o curador do be-
lores pagos em atraso, serão aplicados os mesmos neficiário deverá firmar, perante o INSS ou outros
critérios adotados pela legislação previdenciária. órgãos autorizados pelo Ministério do Desenvol-
(Parágrafo único com redação dada pelo Decreto nº 7.617,
vimento Social e Agrário, termo de responsabili-
de 17/11/2011)
dade mediante o qual se comprometa a comunicar
Art. 21. Fica o INSS obrigado a emitir e enviar ao qualquer evento que possa anular a procuração,
requerente o aviso de concessão ou de indeferi- a tutela ou a curatela, principalmente o óbito do
mento do benefício, e, neste caso, com indicação outorgante, sob pena de incorrer nas sanções cri-
do motivo. minais e civis cabíveis. (Parágrafo com redação dada
pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU de
Seção II
Da Manutenção e da Representação 8/7/2016, em vigor 120 dias após a publicação)
Art. 22. O Benefício de Prestação Continuada não Art. 29. Na hipótese de haver indícios de inido-
está sujeito a desconto de qualquer contribuição neidade acerca do instrumento de procuração
e não gera direito ao pagamento de abono anual. apresentado para o recebimento do Benefício de
Prestação Continuada ou do procurador, tanto o
Art. 23. O Benefício de Prestação Continuada é INSS quanto qualquer um dos órgãos autoriza-
intransferível, não gerando direito à pensão por dos pelo Ministério do Desenvolvimento Social
morte aos herdeiros ou sucessores. e Agrário poderão recusá-los, sem prejuízo das
Parágrafo único. O valor do resíduo não rece- providências que se fizerem necessárias para a
bido em vida pelo beneficiário será pago aos seus apuração da responsabilidade e para a aplicação
herdeiros ou sucessores, na forma da lei civil. das sanções criminais e civis cabíveis. (Artigo com
Art. 24. O desenvolvimento das capacidades cog- redação dada pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado
nitivas, motoras ou educacionais e a realização de no DOU de 8/7/2016, em vigor 120 dias após a publicação)
atividades não remuneradas de habilitação e rea- Art. 30. Para fins de recebimento do Benefício de
bilitação, dentre outras, não constituem motivo Prestação Continuada, é aceita a constituição
de suspensão ou cessação do benefício da pessoa de procurador com mais de um instrumento de
com deficiência. procuração, nos casos de beneficiários represen-
Art. 25. A cessação do Benefício de Prestação tados por parentes de primeiro grau e nos casos
Continuada concedido à pessoa com deficiência, de beneficiários representados por dirigentes de
inclusive em razão do seu ingresso no mercado instituições nas quais se encontrem acolhidos,
135
LEGISLAÇÃO SOBRE PESSOA COM DEFICIÊNCIA
sendo admitido também, neste último caso, o § 3º A procuração não isenta o tutor ou curador
instrumento de procuração coletiva. (Artigo com re- da condição original de mandatário titular da tu-
dação dada pelo Decreto nº 7.617, de 17/11/2011) tela ou curatela.
Art. 31. Não poderão ser procuradores: Art. 35-A. O beneficiário, ou seu representante
I – o servidor público civil e o militar em ativi- legal, deve informar ao INSS alterações dos dados
dade, salvo se parentes do beneficiário até o se- cadastrais correspondentes à mudança de nome,
gundo grau; e endereço e estado civil, a fruição de qualquer
II – o incapaz para os atos da vida civil, ressal- benefício no âmbito da Seguridade Social ou de
vado o disposto no art. 666 do Código Civil. outro regime, a sua admissão em emprego ou a
Parágrafo único. Nas demais disposições relati- percepção de renda de qualquer natureza elen-
vas à procuração observar-se-á, subsidiariamente, cada no inciso VI do caput do art. 4º. (Artigo acrescido
o Código Civil. pelo Decreto nº 7.617, de 17/11/2011)
Parágrafo único. O INSS deverá ser informado
Art. 32. No caso de transferência do beneficiário
pelo representante legal ou pelo procurador sobre
de uma localidade para outra, o procurador fica
a propositura de ação judicial relativa à ausência ou
obrigado a apresentar novo instrumento de man-
à morte presumida do beneficiário. (Parágrafo único
dato na localidade de destino.
acrescido pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, publicado no
Art. 33. A procuração perderá a validade ou eficá- DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias após a publicação)
cia nos seguintes casos:
Seção III
I – quando o outorgante passar a receber pes- Do Indeferimento
soalmente o benefício, declarando, por escrito
Art. 36. O não atendimento das exigências conti-
que cancela a procuração existente;
das neste Regulamento pelo requerente ensejará
II – quando for constituído novo procurador;
o indeferimento do benefício.
III – pela expiração do prazo fixado ou pelo cum-
§ 1º Do indeferimento do benefício caberá re-
primento ou extinção da finalidade outorgada;
curso à Junta de Recursos do Conselho de Recur-
IV – por morte do outorgante ou do procurador;
sos da Previdência Social, no prazo de trinta dias,
V – por interdição de uma das partes; ou
a contar do recebimento da comunicação.
VI – por renúncia do procurador, desde que por
§ 2º A situação prevista no art. 24 também não
escrito.
constitui motivo para o indeferimento do benefício.
Art. 34. Não podem outorgar procuração o menor
CAPÍTULO III
de dezoito anos, exceto se assistido ou emanci- DA GESTÃO
pado após os dezesseis anos, e o incapaz para os
Art. 37. Constituem garantias do Suas o acompa-
atos da vida civil que deverá ser representado por
nhamento do beneficiário e de sua família, e a in-
seu representante legal, tutor ou curador.
serção destes à rede de serviços socioassistenciais
Art. 35. O beneficio devido ao beneficiário inca- e de outras políticas setoriais.
paz será pago ao cônjuge, pai, mãe, tutor ou cura- § 1º O acompanhamento do beneficiário e de sua
dor, admitindo-se, na sua falta, e por período não família visa a favorecer-lhes a obtenção de aquisi-
superior a seis meses, o pagamento a herdeiro ções materiais, sociais, socieducativas, sociocul-
necessário, mediante termo de compromisso fir- turais para suprir as necessidades de subsistência,
mado no ato do recebimento. desenvolver capacidades e talentos para a convi-
§ 1º O período a que se refere o caput poderá vência familiar e comunitária, o protagonismo e a
ser prorrogado por iguais períodos, desde que autonomia.
comprovado o andamento do processo legal de § 2º Para fins de cumprimento do disposto no
tutela ou curatela. caput, o acompanhamento deverá abranger as
§ 2º O tutor ou curador poderá outorgar pro- pessoas que vivem sob o mesmo teto com o bene-
curação a terceiro com poderes para receber o ficiário e que com este mantém vínculo parental,
benefício e, nesta hipótese, obrigatoriamente, a conjugal, genético ou de afinidade.
procuração será outorgada mediante instrumento § 3º Para o cumprimento do disposto no caput
público. e para subsidiar os processos de concessão e de
136
DECRETO Nº 6.214, DE 26 DE SETEMBRO DE 2007
revisão bienal do benefício, os beneficiários e suas VII – articular políticas intersetoriais, intergo-
famílias deverão ser cadastrados no CadÚnico, vernamentais e interinstitucionais que afiancem
observada a legislação aplicável. (Parágrafo acres- a completude de atenção às pessoas com defi-
cido pelo Decreto nº 7.617, de 17/11/2011, e com redação ciência e aos idosos, atendendo ao disposto no
dada pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU § 2º do art. 24 da Lei nº 8.742, de 1993; (Inciso com
de 8/7/2016, em vigor 120 dias após a publicação) redação dada pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado
Art. 38. Compete ao Ministério do Desenvol- no DOU de 8/7/2016, em vigor 120 dias após a publicação)
vimento Social e Agrário, sem prejuízo do pre- VIII – atuar junto a outros órgãos, nas três es-
visto no art. 2º: (Caput do artigo com redação dada feras de governo, com vistas ao aperfeiçoamento
pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU de da gestão do Benefício de Prestação Continuada;
8/7/2016, em vigor 120 dias após a publicação) e (Inciso com redação dada pelo Decreto nº 8.805, de
I – acompanhar os beneficiários do Benefício de 7/7/2016, publicado no DOU de 8/7/2016, em vigor 120 dias
Prestação Continuada no âmbito do Suas, em ar- após a publicação)
ticulação com o Distrito Federal, Municípios e, no IX – garantir as condições necessárias para in-
que couber, com os Estados, visando a inseri-los clusão e atualização dos dados do requerente e do
nos programas e serviços da assistência social e beneficiário no CadÚnico. (Inciso acrescido pelo De-
demais políticas, em conformidade com o art. 11 creto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU de 8/7/2016,
da Lei nº 8.742, de 1993; em vigor 120 dias após a publicação)
II – considerar a participação dos órgãos ges-
Art. 39. Compete ao INSS, na operacionalização
tores de assistência social nas ações de monito-
do Benefício de Prestação Continuada:
ramento e avaliação do Benefício de Prestação
I – receber os requerimentos, conceder, man-
Continuada, bem como de acompanhamento de
ter, revisar, suspender ou fazer cessar o benefício,
seus beneficiários, como critério de habilitação
atuar nas contestações, desenvolver ações neces-
dos municípios e Distrito Federal a um nível de
sárias ao ressarcimento do benefício e participar
gestão mais elevado no âmbito do Suas;
de seu monitoramento e avaliação;
III – manter e coordenar o Programa Nacional
II – realizar, periodicamente, cruzamentos de
de Monitoramento e Avaliação do Benefício de
informações, utilizando o registro de informa-
Prestação Continuada, instituído na forma do
ções do CadÚnico e de outros cadastros, de be-
art. 41, com produção de dados e análise de re-
nefícios previdenciários e de emprego e renda em
sultados do impacto do Benefício de Prestação
nome do requerente ou beneficiário e dos inte-
Continuada na vida dos beneficiários, em confor-
grantes do grupo familiar; (Inciso com redação dada
midade com o disposto no art. 24 da Lei nº 8.742,
pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, publicado no DOU de
de 1993;
9/8/2018, em vigor 30 dias após a publicação)
IV – destinar recursos do Fundo Nacional de
Assistência Social para pagamento, operaciona- III – realizar a avaliação médica e social da pes-
lização, gestão, informatização, pesquisa, moni- soa com deficiência, de acordo com as normas a
toramento e avaliação do Benefício de Prestação serem disciplinadas em atos específicos;
Continuada; IV – realizar o pagamento de transporte e diá-
V – descentralizar recursos do orçamento do ria do requerente ou beneficiários e seu acom-
Fundo Nacional de Assistência Social ao INSS panhante, com recursos oriundos do FNAS, nos
para as despesas de pagamento, operacionaliza- casos previstos no art. 17;
ção, sistemas de informação, monitoramento e V – enviar comunicações aos beneficiários, aos
avaliação do Benefício de Prestação Continuada; seus representantes legais ou aos seus procura-
VI – fornecer subsídios para a formação de pro- dores; (Inciso com redação dada pelo Decreto nº 9.462,
fissionais envolvidos nos processos de conces- de 8/8/2018, publicado no DOU de 9/8/2018, em vigor 30
são, manutenção e revisão dos benefícios, e no dias após a publicação)
acompanhamento de seus beneficiários, visando VI – analisar defesas, receber recursos pelo in-
à facilidade de acesso e bem-estar dos usuários deferimento e suspensão do benefício, instruir e
desses serviços; encaminhar os processos à Junta de Recursos;
137
LEGISLAÇÃO SOBRE PESSOA COM DEFICIÊNCIA
VII – efetuar o repasse de recursos para paga- Prestação Continuada com os programas voltados
mento do benefício junto à rede bancária autori- ao idoso e à inclusão da pessoa com deficiência.
zada ou entidade conveniada; CAPÍTULO IV
VIII – participar, em conjunto com o Ministério DO MONITORAMENTO E DA AVALIAÇÃO
do Desenvolvimento Social e Agrário, da institui-
Art. 41. Fica instituído o Programa Nacional de
ção de sistema de informação e de alimentação
Monitoramento e Avaliação do Benefício de Pres-
de bancos de dados sobre a concessão, o inde-
tação Continuada da Assistência Social, que será
ferimento, a manutenção, a suspensão, a cessa-
mantido e coordenado pelo Ministério do Desen-
ção, o ressarcimento e a revisão do Benefício de
volvimento Social e Agrário, em parceria com o
Prestação Continuada, além de gerar relatórios INSS, os Estados, o Distrito Federal e os Municí-
gerenciais e subsidiar a atuação dos demais ór- pios, como parte da dinâmica do Suas. (Caput do
gãos no acompanhamento do beneficiário e na artigo com redação dada pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016,
defesa de seus direitos; (Inciso com redação dada publicado no DOU de 8/7/2016, em vigor 120 dias após a
pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU de publicação)
8/7/2016, em vigor 120 dias após a publicação) § 1º O Programa Nacional de Monitoramento e
IX – submeter à apreciação prévia do Ministé- Avaliação do Benefício de Prestação Continuada,
rio do Desenvolvimento Social e Agrário atos que baseado em um conjunto de indicadores e de seus
disponham sobre matéria de regulação e de pro- respectivos índices, compreende:
cedimentos técnicos e administrativos que reper- I – o monitoramento da incidência dos benefi-
cutam no reconhecimento do direito ao acesso, ciários e dos requerentes por município brasileiro
à manutenção e ao pagamento do Benefício de e no Distrito Federal;
Prestação Continuada; (Inciso com redação dada II – o tratamento do conjunto dos beneficiários
pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU de como uma população com graus de risco e vul-
8/7/2016, em vigor 120 dias após a publicação) nerabilidade social variados, estratificada a partir
X – instituir, em conjunto com o Ministério do das características do ciclo de vida do requerente,
Desenvolvimento Social e Agrário, formulários e sua família e da região onde vive;
documentos necessários à operacionalização do III – o desenvolvimento de estudos interseto-
Benefício de Prestação Continuada; e (Inciso com riais que caracterizem comportamentos da popu-
redação dada pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado lação beneficiária por análises geodemográficas,
no DOU de 8/7/2016, em vigor 120 dias após a publicação) índices de mortalidade, morbidade, entre outros,
XI – apresentar ao Ministério do Desenvolvi- nos quais se inclui a tipologia das famílias dos
mento Social e Agrário relatórios periódicos das beneficiários e das instituições em que eventual-
atividades desenvolvidas na operacionalização do mente viva ou conviva;
Benefício de Prestação Continuada e na execução IV – a instituição e manutenção de banco de
orçamentária e financeira dos recursos descentra- dados sobre os processos desenvolvidos pelos
lizados. (Inciso com redação dada pelo Decreto nº 8.805, gestores dos estados, do Distrito Federal e dos
municípios para inclusão do beneficiário ao Suas
de 7/7/2016, publicado no DOU de 8/7/2016, em vigor 120
e demais políticas setoriais;
dias após a publicação)
V – a promoção de estudos e pesquisas sobre os
Parágrafo único. A análise das defesas a que
critérios de acesso, implementação do Benefício de
se refere o inciso VI do caput deve observar o
Prestação Continuada e impacto do benefício na
disposto no Capítulo XI da Lei nº 9.784, de 29 de
redução da pobreza e das desigualdades sociais;
janeiro de 1999. (Parágrafo único acrescido pelo De-
VI – a organização e manutenção de um sistema
creto nº 9.462, de 8/8/2018, publicado no DOU de 9/8/2018,
de informações sobre o Benefício de Prestação
em vigor 30 dias após a publicação)
Continuada, com vistas ao planejamento, desen-
Art. 40. Compete aos órgãos gestores da assistên- volvimento e avaliação das ações; e
cia social dos Estados, do Distrito Federal e dos VII – a realização de estudos longitudinais dos be-
Municípios, de acordo com o disposto no § 2º do neficiários do Benefício de Prestação Continuada.
art. 24 da Lei nº 8.742, de 1993, promover ações § 2º As despesas decorrentes da implementa-
que assegurem a articulação do Benefício de ção do Programa a que se refere o caput correrão
138
DECRETO Nº 6.214, DE 26 DE SETEMBRO DE 2007
pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, publicado no DOU de Art. 45-A. As informações referentes às despe-
9/8/2018, em vigor 30 dias após a publicação) sas com Benefício de Prestação Continuado de-
§ 7º A reavaliação médica e social da deficiên- verão ser incluídas, de forma individualizada, no
cia poderá ser priorizada ou dispensada por ato Portal da Transparência do Poder Executivo Fe-
do Ministro de Estado do Desenvolvimento So- deral, de que trata o Decreto nº 5.482, de 30 de
cial, considerados o tipo e a gravidade do impe- junho de 2005, observado o disposto no art. 31 da
dimento, a idade do beneficiário e a duração do Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011. (Artigo
benefício. (Parágrafo acrescido pelo Decreto nº 9.462, de acrescido pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no
8/8/2018, publicado no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias DOU de 8/7/2016, em vigor 120 dias após a publicação)
após a publicação) Art. 46. Constatada a prática de infração penal de-
§ 8º O Ministro de Estado do Desenvolvimento corrente da concessão ou da manutenção do Be-
Social editará ato complementar ao disposto nefício de Prestação Continuada, o INSS aplicará
neste artigo. (Parágrafo acrescido pelo Decreto nº 9.462, os procedimentos cabíveis, independentemente
de 8/8/2018, publicado no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 de outras penalidades legais.
dias após a publicação)
CAPÍTULO VI
CAPÍTULO V DA SUSPENSÃO E DA CESSAÇÃO
DA DEFESA DOS DIREITOS E
Art. 47. O Benefício de Prestação Continuada será
DO CONTROLE SOCIAL
suspenso nas seguintes hipóteses: (Caput do artigo
Art. 43. O Ministério do Desenvolvimento Social com redação dada pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, pu-
e Agrário deverá articular-se com os Conselhos blicado no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias após a pu-
de Assistência Social, do Idoso, da Pessoa com blicação)
Deficiência, da Criança e do Adolescente e da I – superação das condições que deram origem
Saúde para desenvolver ações de controle e de- ao benefício, previstas nos art. 8º e art. 9º; (Inciso
fesa dos direitos dos beneficiários do Benefício acrescido pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, publicado no
de Prestação Continuada. (Artigo com redação dada DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias após a publicação)
pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU de II – identificação de irregularidade na conces-
8/7/2016, em vigor 120 dias após a publicação) são ou manutenção do benefício; (Inciso acrescido
Art. 44. Qualquer pessoa física ou jurídica de di- pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, publicado no DOU de
reito público ou privado, especialmente os Conse- 9/8/2018, em vigor 30 dias após a publicação)
lhos de Direitos, os Conselhos de Assistência So- III – não inscrição no CadÚnico após o fim do
cial e as organizações representativas de pessoas prazo estabelecido em ato do Ministro de Estado
com deficiência e de idosos, é parte legítima para do Desenvolvimento Social; (Inciso acrescido pelo De-
creto nº 9.462, de 8/8/2018, publicado no DOU de 9/8/2018,
provocar a iniciativa das autoridades do Ministé-
em vigor 30 dias após a publicação)
rio do Desenvolvimento Social e Agrário, do INSS,
IV – não agendamento da reavaliação da de-
do Ministério Público e dos órgãos de controle
ficiência até a data limite estabelecida em con-
social, e para lhes fornecer informações sobre
vocação; (Inciso acrescido pelo Decreto nº 9.462, de
irregularidades na aplicação deste Regulamento,
8/8/2018, publicado no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias
quando for o caso. (Artigo com redação dada pelo De-
após a publicação)
creto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU de 8/7/2016,
V – identificação de inconsistências ou insu-
em vigor 120 dias após a publicação)
ficiências cadastrais que afetem a avaliação da
Art. 45. Qualquer cidadão que observar irregulari- elegibilidade do beneficiário para fins de manu-
dade ou falha na prestação de serviço referente ao tenção do benefício, conforme o disposto em ato
Benefício de Prestação Continuada poderá comu- do Ministro de Estado do Desenvolvimento Social;
nicá-la às Ouvidorias do Ministério do Desenvolvi- ou (Inciso acrescido pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, pu-
mento Social e Agrário, observadas as atribuições blicado no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias após a pu-
de cada órgão e em conformidade com as disposi- blicação)
ções específicas de cada Pasta. (Artigo com redação VI – identificação de outras irregularidades. (Inciso
dada pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU acrescido pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, publicado no
de 8/7/2016, em vigor 120 dias após a publicação) DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias após a publicação)
140
DECRETO Nº 6.214, DE 26 DE SETEMBRO DE 2007
§ 1º A suspensão do benefício deve ser prece- 17/11/2011, com redação dada pelo Decreto nº 9.462, de
dida de notificação do beneficiário, de seu repre- 8/8/2018, publicado no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias
sentante legal ou de seu procurador, preferencial- após a publicação)
mente pela rede bancária, sobre a irregularidade § 6º O benefício será mantido caso a defesa apre-
identificada e da concessão do prazo de dez dias sentada seja acatada. (Parágrafo acrescido pelo De-
para a apresentação de defesa. (Parágrafo com reda- creto nº 9.462, de 8/8/2018, publicado no DOU de 9/8/2018,
ção dada pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, publicado no em vigor 30 dias após a publicação)
DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias após a publicação) § 7º A suspensão do pagamento do benefício con-
§ 2º Se não for possível realizar a notificação de siste na interrupção do envio do pagamento à rede
que trata o § 1º pela rede bancária ou pelo correio, bancária e observará as seguintes regras: (Parágrafo
o valor do benefício será bloqueado. (Parágrafo com acrescido pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, publicado no
redação dada pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, publicado
DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias após a publicação)
no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias após a publicação)
I – o benefício será suspenso:
§ 3º O bloqueio do valor do benefício consiste
a) quando o beneficiário, o seu representante
no comando bancário que impossibilita tempora-
legal ou o procurador for notificado e não apre-
riamente a movimentação do valor referente ao
sentar defesa no prazo de dez dias;
benefício, observadas as seguintes regras: (Pará-
b) quando os elementos apresentados na de-
grafo com redação dada pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018,
fesa forem insuficientes;
publicado no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias após a pu-
c) quando o beneficiário não entrar em con-
blicação)
tato com os canais de atendimento do INSS ou
I – o bloqueio terá duração máxima de um
mês; (Inciso acrescido pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, outros canais autorizados para esse fim no prazo
publicado no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias após a de trinta dias, contado do bloqueio de que trata
publicação) o § 3º; ou
II – o valor do benefício será desbloqueado após d) quando informada a ausência do beneficiário
contato do beneficiário, do seu representante pelo representante legal ou pelo procurador, na
legal ou do seu procurador, por meio dos canais forma da lei;
de atendimento do INSS, presenciais ou remotos, II – o beneficiário, o seu representante legal ou
ou de outros canais definidos para esse fim; e (In- o seu procurador deverá ser comunicado sobre
ciso acrescido pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, publicado os motivos da suspensão do benefício e sobre o
no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias após a publicação) prazo de trinta dias para a interposição de recurso
III – no momento da solicitação do desbloqueio, junto aos canais de atendimento do INSS ou a ou-
o INSS ou outros canais definidos para esse fim tros canais autorizados para esse fim; e
deverão notificar o beneficiário, o seu represen- III – o recurso interposto será analisado pelo
tante legal ou o seu procurador sobre a situação Conselho de Recursos do Seguro Social (CRSS).
de irregularidade e sobre a concessão do prazo § 8º A interposição de recurso não gera efeito
para apresentação de defesa, devendo o inte- suspensivo. (Parágrafo acrescido pelo Decreto nº 9.462,
ressado confirmar ciência. (Inciso acrescido pelo De- de 8/8/2018, publicado no DOU de 9/8/2018, em vigor 30
creto nº 9.462, de 8/8/2018, publicado no DOU de 9/8/2018, dias após a publicação)
em vigor 30 dias após a publicação) § 9º O benefício será restabelecido caso o re-
§ 4º Após a notificação e o desbloqueio, o be- curso interposto ao CRSS seja provido, sendo de-
neficiário, o seu representante legal ou o seu pro-
vidos os valores desde a suspensão do benefício,
curador terá o prazo de dez dias para apresentar
respeitado o teor da decisão. (Parágrafo acrescido
a defesa junto aos canais de atendimento do INSS
pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, publicado no DOU de
ou a outros canais autorizados para esse fim. (Pará-
9/8/2018, em vigor 30 dias após a publicação)
grafo com redação dada pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018,
publicado no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias após a pu- Art. 47-A. O Benefício de Prestação Continuada
blicação) será suspenso em caráter especial quando a pes-
§ 5º O INSS terá o prazo de trinta dias, prorro- soa com deficiência exercer atividade remune-
gável por igual período, para analisar a defesa in- rada, inclusive na condição de microempreende-
terposta. (Parágrafo acrescido pelo Decreto nº 7.617, de dor individual, mediante comprovação da relação
141
LEGISLAÇÃO SOBRE PESSOA COM DEFICIÊNCIA
trabalhista ou da atividade empreendedora. (Caput Art. 48. O benefício será cessado: (Caput do artigo com
do artigo acrescido pelo Decreto nº 7.617, de 17/11/2011) redação dada pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, publicado
§ 1º O pagamento do benefício suspenso na no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias após a publicação)
forma do caput será restabelecido mediante I – nas hipóteses de óbito, de morte presumida
requerimento do interessado que comprove a ou de ausência do beneficiário, na forma da lei; (In-
extinção da relação trabalhista ou da atividade ciso com redação dada pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018,
empreendedora, e, quando for o caso, o encer- publicado no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias após a
ramento do prazo de pagamento do seguro- publicação)
-desemprego, sem que tenha o beneficiário ad- II – quando o beneficiário, o seu representante
quirido direito a qualquer benefício no âmbito legal ou o seu procurador não interpuser recurso
da Previdência Social. (Parágrafo acrescido pelo De- ao CRSS no prazo de trinta dias, contado da sus-
creto nº 7.617, de 17/11/2011) pensão do benefício; ou (Inciso com redação dada
§ 2º O benefício será restabelecido: (Parágrafo pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, publicado no DOU de
acrescido pelo Decreto nº 7.617, de 17/11/2011) 9/8/2018, em vigor 30 dias após a publicação)
I – a partir do dia imediatamente posterior, con- III – quando o recurso ao CRSS não for provido.
forme o caso, da cessação do contrato de trabalho, (Inciso com redação dada pelo Decreto nº 9.462, de
8/8/2018, publicado no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias
do encerramento da atividade empresarial, da úl-
após a publicação)
tima competência de contribuição previdenciá-
§ 1º O representante legal ou o procurador são
ria recolhida como contribuinte individual ou do
obrigados a informar ao INSS a ocorrência das si-
encerramento do prazo de pagamento do seguro
tuações a que se refere o inciso I do caput. (Primitivo
desemprego; ou (Inciso acrescido pelo Decreto nº 7.617,
parágrafo único renumerado e com redação dada pelo De-
de 17/11/2011, e com redação dada pelo Decreto nº 9.462,
creto nº 9.462, de 8/8/2018, publicado no DOU de 9/8/2018,
de 8/8/2018, publicado no DOU de 9/8/2018, em vigor 30
em vigor 30 dias após a publicação)
dias após a publicação)
§ 2º O INSS comunicará o beneficiário, seu re-
II – a partir da data do protocolo do requeri-
presentante legal ou o seu procurador, por meio
mento, quando requerido após noventa dias,
dos canais de atendimento do INSS ou de outros
conforme o caso, da cessação do contrato de tra-
canais autorizados para esse fim, sobre os moti-
balho, da última competência de contribuição
vos que levaram à cessação do benefício. (Parágrafo
previdenciária recolhida como contribuinte in-
acrescido pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, publicado no
dividual ou do encerramento do prazo de paga-
DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias após a publicação)
mento do seguro-desemprego. (Inciso acrescido pelo
Decreto nº 7.617, de 17/11/2011) Art. 48-A. Ato conjunto do Ministério do Desen-
§ 3º Na hipótese prevista no caput, o prazo volvimento Social e Combate à Fome e do INSS
para a reavaliação bienal do benefício prevista no disporá sobre a operacionalização da suspensão
e cessação do Benefício de Prestação Continuada.
art. 42 será suspenso, voltando a correr, se for o
(Artigo acrescido pelo Decreto nº 7.617, de 17/11/2011)
caso, a partir do restabelecimento do pagamento
do benefício. (Parágrafo acrescido pelo Decreto nº 7.617, Art. 48-B. Fica vedada a reativação de benefício
de 17/11/2011) cessado quando esgotadas todas as instâncias
§ 4º O restabelecimento do pagamento do be- administrativas de recurso. (Artigo acrescido pelo De-
nefício prescinde de nova avaliação da deficiên- creto nº 9.462, de 8/8/2018, publicado no DOU de 9/8/2018,
cia e do grau de impedimento, respeitado o prazo em vigor 30 dias após a publicação)
para a reavaliação bienal. (Parágrafo acrescido pelo Art. 49. Cabe ao INSS, sem prejuízo da aplicação
Decreto nº 7.617, de 17/11/2011) de outras medidas legais, adotar as providências
§ 5º A pessoa com deficiência contratada na necessárias à restituição do valor do benefício
condição de aprendiz terá seu benefício suspenso pago indevidamente, ressalvados os casos de re-
somente após o período de dois anos de recebi- cebimento de boa-fé. (Caput do artigo com redação
mento concomitante da remuneração e do benefí- dada pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, publicado no DOU
cio, nos termos do § 2º do art. 21-A da Lei nº 8.742, de 9/8/2018, em vigor 30 dias após a publicação)
de 7 de dezembro de 1993. (Parágrafo acrescido pelo § 1º O montante indevidamente pago será corri-
Decreto nº 7.617, de 17/11/2011) gido pelo mesmo índice utilizado para a atualiza-
142
DECRETO Nº 7.235, DE 19 DE JULHO DE 2010
§ 1º Para os fins deste artigo, será considerado o Art. 8º A pensão especial prevista na Lei nº 7.070,
resultado da perícia médica realizada por ocasião de 1982, cujo direito tenha sido reconhecido ju-
da concessão da pensão especial de que trata a dicialmente, poderá ser acumulada com a inde-
Lei nº 7.070, de 1982. nização de que trata este Decreto, observando-se
§ 2º Após a assinatura do termo de opção, o que o pagamento desta somente ocorrerá após o
INSS procederá, se for o caso, ao cálculo da indeni- trânsito em julgado da ação judicial que determi-
zação adotando como parâmetro a quantidade de nou a concessão da pensão.
pontos informados no laudo pericial, limitados ao § 1º O disposto no caput não se aplica às ações
máximo de oito, observado o disposto no art. 178
judiciais nas quais se questione somente a quan-
do Regulamento da Previdência Social, aprovado
tidade de pontos indicadores da natureza, o grau
pelo Decreto nº 3.048, de 6 de maio de 1999.
da dependência resultante da deformidade física
Art. 6º Sobre a indenização prevista no art. 2º, não ou apenas o valor da pensão especial concedida,
incidirá imposto sobre renda e proventos de qual- hipóteses em que a indenização será paga com
quer natureza. base no valor ou número de pontos incontrover-
Art. 7º A indenização por danos morais de que sos e o restante, se for o caso, após o trânsito em
trata a Lei nº 12.190, de 2010, ressalvado o di- julgado da ação.
reito de opção, não é acumulável com qualquer § 2º Para o pagamento da indenização de que
outra de mesma natureza concedida por decisão trata este Decreto, deverá ser observado o número
judicial. de pontos indicadores da natureza e do grau da
§ 1º Caso haja ação judicial cujo objeto seja o dependência resultante da deformidade física
recebimento de indenização inacumulável com a definidos na decisão judicial que determinou a
prevista neste Decreto, o pagamento ficará con-
concessão da pensão especial.
dicionado à apresentação do termo de opção e:
§ 3º Na inexistência de informação do número
I – do pedido de desistência da ação, homolo-
de pontos na decisão judicial referida no § 2º, este
gado em juízo; ou
será obtido por meio da divisão do valor da renda
II – da renúncia ao crédito decorrente da ação
mensal inicial da pensão especial pelo valor do
judicial transitada em julgado, em favor do rece-
ponto vigente na data do início do benefício, ob-
bimento da indenização de que trata este Decreto,
homologada em juízo. servado o limite máximo de oito pontos.
§ 2º Nos casos do § 1º, eventuais pagamentos Art. 9º O valor da indenização poderá ser recebido
realizados em decorrência de decisão judicial, por representante legal ou procurador, desde que
com ou sem trânsito em julgado, serão descon- devidamente cadastrado no INSS.
tados dos valores a serem pagos, atualizados mo-
Art. 10. O valor da indenização de que trata este
netariamente.
Decreto está sujeito à atualização com base no
§ 3º Deverá constar do termo de opção referido
neste Decreto que, na hipótese de recebimento ir- Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC),
regular da indenização de que trata a Lei nº 12.190, apurado pela Fundação Instituto Brasileiro de
de 2010, em virtude da acumulação indevida de Geografia e Estatística (IBGE), com efeitos a partir
indenizações, o beneficiário autoriza que haja de 1º de janeiro de 2010, na forma do art. 6º da
desconto, de até trinta por cento, do valor de Lei nº 12.190, de 2010.
seu benefício mensal concedido nos termos da Art. 11. Ficam o Ministério da Previdência Social
Lei nº 7.070, de 1982, até a completa quitação do e o INSS autorizados a editar normas complemen-
valor pago indevidamente, acrescido da atualiza- tares que se fizerem necessárias ao cumprimento
ção monetária correspondente.
deste Decreto.
§ 4º Em caso de fundada dúvida sobre o cará-
ter inacumulável das indenizações judiciais, esta Art. 12. O INSS terá prazo de até cento e vinte dias,
será dirimida pelo órgão integrante da estrutura a contar da publicação deste Decreto, para iniciar
da Advocacia-Geral da União, ou a ela vinculado, os pagamentos referentes às indenizações previs-
responsável pelo acompanhamento da ação judi- tas na Lei nº 12.190, de 2010, observado o disposto
cial que concedeu a indenização. no art. 3º.
144
DECRETO Nº 7.611, DE 17 DE NOVEMBRO DE 2011
Art. 13. Este Decreto entra em vigor na data de VI – adoção de medidas de apoio individualiza-
sua publicação. das e efetivas, em ambientes que maximizem o
Brasília, 19 de julho de 2010; 189º da desenvolvimento acadêmico e social, de acordo
Independência e 122º da República. com a meta de inclusão plena;
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA VII – oferta de educação especial preferencial-
Guido Mantega mente na rede regular de ensino; e
José Gomes Temporão VIII – apoio técnico e financeiro pelo Poder Pú-
Paulo Bernardo Silva blico às instituições privadas sem fins lucrativos,
Carlos Eduardo Gabas
Paulo de Tarso Vannuchi
especializadas e com atuação exclusiva em edu-
cação especial.
ANEXO § 1º Para fins deste Decreto, considera-se
(Disponível em: http://www2.camara.leg.br/legin/ público-alvo da educação especial as pessoas
fed/lei/2012/lei-12715-17-setembro-2012-774180- com deficiência, com transtornos globais do de-
anexo-pl.pdf) senvolvimento e com altas habilidades ou super-
dotação.
DECRETO Nº 7.611, DE 17 DE § 2º No caso dos estudantes surdos e com de-
NOVEMBRO DE 2011 ficiência auditiva serão observadas as diretrizes e
(Publicado no DOU de 18/11/2011 e republicado no DOU princípios dispostos no Decreto nº 5.626, de 22 de
de 18/11/2011) dezembro de 2005.
Dispõe sobre a educação especial, o atendi- Art. 2º A educação especial deve garantir os ser-
mento educacional especializado e dá outras
viços de apoio especializado voltado a eliminar as
providências.
barreiras que possam obstruir o processo de esco-
A presidenta da República, no uso das atribuições larização de estudantes com deficiência, transtor-
que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, alínea a, nos globais do desenvolvimento e altas habilida-
da Constituição, e tendo em vista o disposto no des ou superdotação.
art. 208, inciso III, da Constituição, arts. 58 a 60 da § 1º Para fins deste Decreto, os serviços de que
Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, art. 9º, trata o caput serão denominados atendimento
§ 2º, da Lei nº 11.494, de 20 de junho de 2007, educacional especializado, compreendido como
art. 24 da Convenção sobre os Direitos das Pes- o conjunto de atividades, recursos de acessibili-
soas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, dade e pedagógicos organizados institucional e
aprovados por meio do Decreto Legislativo nº 186, continuamente, prestado das seguintes formas:
de 9 de julho de 2008, com status de emenda cons- I – complementar à formação dos estudantes
titucional, e promulgados pelo Decreto nº 6.949, com deficiência, transtornos globais do desenvol-
de 25 de agosto de 2009, decreta: vimento, como apoio permanente e limitado no
Art. 1º O dever do Estado com a educação das tempo e na frequência dos estudantes às salas de
pessoas público-alvo da educação especial será recursos multifuncionais; ou
efetivado de acordo com as seguintes diretrizes: II – suplementar à formação de estudantes com
I – garantia de um sistema educacional inclu- altas habilidades ou superdotação.
sivo em todos os níveis, sem discriminação e com § 2º O atendimento educacional especializado
base na igualdade de oportunidades; deve integrar a proposta pedagógica da escola,
II – aprendizado ao longo de toda a vida; envolver a participação da família para garan-
III – não exclusão do sistema educacional geral tir pleno acesso e participação dos estudantes,
sob alegação de deficiência; atender às necessidades específicas das pessoas
IV – garantia de ensino fundamental gratuito e público-alvo da educação especial, e ser realizado
compulsório, asseguradas adaptações razoáveis em articulação com as demais políticas públicas.
de acordo com as necessidades individuais; Art. 3º São objetivos do atendimento educacional
V – oferta de apoio necessário, no âmbito do sis- especializado:
tema educacional geral, com vistas a facilitar sua I – prover condições de acesso, participação e
efetiva educação; aprendizagem no ensino regular e garantir serviços
145
LEGISLAÇÃO SOBRE PESSOA COM DEFICIÊNCIA
146
DECRETO Nº 7.612, DE 17 DE NOVEMBRO DE 2011
A presidenta da República, no uso da atribuição Art. 4º São eixos de atuação do Plano Viver sem
que lhe confere o art. 84, inciso VI, alínea a, da Limite:
Constituição, decreta: I – acesso à educação;
II – atenção à saúde;
Art. 1º Fica instituído o Plano Nacional dos Direi-
III – inclusão social; e
tos da Pessoa com Deficiência (Plano Viver sem Li-
IV – acessibilidade.
mite), com a finalidade de promover, por meio da
Parágrafo único. As políticas, programas e ações
integração e articulação de políticas, programas e
integrantes do Plano Viver sem Limite e suas res-
ações, o exercício pleno e equitativo dos direitos
pectivas metas serão definidos pelo Comitê Gestor
das pessoas com deficiência, nos termos da Con-
de que trata o art. 5º.
venção Internacional sobre os Direitos das Pes-
soas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, Art. 5º Ficam instituídas as seguintes instâncias
de gestão do Plano Viver sem Limite:
aprovados por meio do Decreto Legislativo nº 186,
I – Comitê Gestor; e
de 9 de julho de 2008, com status de emenda cons-
II – Grupo Interministerial de Articulação e Mo-
titucional, e promulgados pelo Decreto nº 6.949,
nitoramento.
de 25 de agosto de 2009.
§ 1º O apoio administrativo necessário ao fun-
Parágrafo único. O Plano Viver sem Limite será
cionamento das instâncias de gestão será pres-
executado pela União em colaboração com Es-
tado pela Secretaria de Direitos Humanos da Pre-
tados, Distrito Federal, Municípios, e com a socie-
sidência da República.
dade.
§ 2º Poderão ser constituídos, no âmbito da ges-
Art. 2º São consideradas pessoas com deficiên- tão do Plano Viver sem Limite, grupos de trabalho
cia aquelas que têm impedimentos de longo prazo temáticos destinados ao estudo e à elaboração de
de natureza física, mental, intelectual ou senso- propostas sobre temas específicos.
rial, os quais, em interação com diversas barreiras, § 3º A participação nas instâncias de gestão ou
podem obstruir sua participação plena e efetiva nos grupos de trabalho será considerada presta-
na sociedade em igualdades de condições com as ção de serviço público relevante, não remunerada.
demais pessoas. Art. 6º Compete ao Comitê Gestor do Plano Viver
Art. 3º São diretrizes do Plano Viver sem Limite: sem Limite definir as políticas, programas e ações,
I – garantia de um sistema educacional inclu- fixar metas e orientar a formulação, a implemen-
sivo; tação, o monitoramento e a avaliação do Plano.
II – garantia de que os equipamentos públicos Parágrafo único. O Comitê Gestor será com-
de educação sejam acessíveis para as pessoas posto pelos titulares dos seguintes órgãos:
com deficiência, inclusive por meio de transporte I – Secretaria de Direitos Humanos da Presidên-
adequado; cia da República, que o coordenará;
III – ampliação da participação das pessoas com II – Casa Civil da Presidência da República;
deficiência no mercado de trabalho, mediante sua III – Secretaria-Geral da Presidência da Repú-
capacitação e qualificação profissional; blica;
IV – ampliação do acesso das pessoas com defi- IV – Ministério do Planejamento, Orçamento e
ciência às políticas de assistência social e de com- Gestão;
bate à extrema pobreza; V – Ministério da Fazenda; e
V – prevenção das causas de deficiência; VI – Ministério do Desenvolvimento Social e
VI – ampliação e qualificação da rede de aten- Combate à Fome.
ção à saúde da pessoa com deficiência, em espe- Art. 7º Compete ao Grupo Interministerial de Ar-
cial os serviços de habilitação e reabilitação; ticulação e Monitoramento do Plano Viver sem
147
LEGISLAÇÃO SOBRE PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Limite promover a articulação dos órgãos e entida- e os resultados da execução no âmbito de suas
des envolvidos na implementação do Plano, com áreas de atuação.
vistas a assegurar a execução, monitoramento e Art. 9º A vinculação do Município, Estado ou Dis-
avaliação das suas políticas, programas e ações. trito Federal ao Plano Viver sem Limite ocorrerá
§ 1º O Grupo Interministerial de Articulação e por meio de termo de adesão voluntária, com
Monitoramento será composto por representan- objeto conforme às diretrizes estabelecidas neste
tes, titular e suplente, dos seguintes órgãos: Decreto.
I – Secretaria de Direitos Humanos da Presidên- § 1º A adesão voluntária do ente federado ao
cia da República, que o coordenará; Plano Viver sem Limite implica a responsabili-
II – Casa Civil da Presidência da República; dade de priorizar medidas visando à promoção
III – Secretaria-Geral da Presidência da Repú- do exercício pleno dos direitos das pessoas com
blica; deficiência, a partir dos eixos de atuação previstos
IV – Ministério do Planejamento, Orçamento e neste Decreto.
Gestão; § 2º Poderão ser instituídas instâncias locais de
V – Ministério da Fazenda; acompanhamento da execução do Plano nos âm-
VI – Ministério do Desenvolvimento Social e bitos estadual e municipal.
Combate à Fome; Art. 10. Para a execução do Plano Viver sem Li-
VII – Ministério da Saúde; mite poderão ser firmados convênios, acordos de
VIII – Ministério da Educação; cooperação, ajustes ou instrumentos congêneres,
IX – Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação; com órgãos e entidades da administração pública
X – Ministério da Previdência Social; federal, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu-
XI – Ministério das Cidades; nicípios, com consórcios públicos ou com entida-
XII – Ministério do Esporte; des privadas.
XIII – Ministério do Trabalho e Emprego;
Art. 11. O Plano Viver sem Limite será custeado
XIV – Ministério das Comunicações; e
por:
XV – Ministério da Cultura.
I – dotações orçamentárias da União consig-
§ 2º Os membros do Grupo Interministerial
nadas anualmente nos orçamentos dos órgãos e
de Articulação e Monitoramento serão indica-
entidades envolvidos na implementação do Plano,
dos pelos titulares dos respectivos órgãos e
observados os limites de movimentação, de em-
designados em ato do Ministro de Estado Chefe
penho e de pagamento fixados anualmente;
da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência
II – recursos oriundos dos órgãos participantes
da República. do Plano Viver sem Limite que não estejam con-
§ 3º Poderão ser convidados para as reuniões signados nos Orçamentos Fiscal e da Seguridade
do Grupo Interministerial de Articulação e Moni- Social da União; e
toramento representantes de entidades e órgãos III – outras fontes de recursos destinadas por
públicos e privados, dos Poderes Legislativo e Estados, Distrito Federal, Municípios, ou outras
Judiciário e do Ministério Público, bem como es- entidades públicas e privadas.
pecialistas, para emitir pareceres e fornecer infor-
Art. 12. Fica instituído o Comitê Interministerial
mações.
de Tecnologia Assistiva, com a finalidade de for-
§ 4º O Grupo Interministerial de Articulação e
mular, articular e implementar políticas, progra-
Monitoramento apresentará periodicamente in-
mas e ações para o fomento ao acesso, desenvol-
formações sobre a implementação do Plano ao
vimento e inovação em tecnologia assistiva.
Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com
§ 1º O Comitê Interministerial de Tecnologia As-
Deficiência.
sistiva será composto por representantes, titular e
Art. 8º Os órgãos envolvidos na implementação suplente, dos seguintes órgãos:
do Plano deverão assegurar a disponibilização, I – Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação,
em sistema específico, de informações sobre as que o coordenará;
políticas, programas e ações a serem implemen- II – Secretaria de Direitos Humanos da Presidên-
tados, suas respectivas dotações orçamentárias cia da República;
148
DECRETO Nº 7.988, DE 17 DE ABRIL DE 2013
entidades integrantes do Sistema Único de Saúde das ações e serviços de reabilitação referidos no
(SUS); e caput.
II – para obtenção do Certificado de Entidade § 2º As ações e os serviços de reabilitação de
Beneficente de Assistência Social de que trata a que trata o caput não compreendem o quantita-
Lei nº 12.101, de 2009. tivo executado ou em execução:
CAPÍTULO II I – por meio de contratos, convênios e instru-
DO PROGRAMA NACIONAL DE APOIO mentos congêneres firmados com os órgãos e en-
À ATENÇÃO DA SAÚDE DA PESSOA tidades integrantes do SUS; e
COM DEFICIÊNCIA (PRONAS/PCD) II – para obtenção do Certificado de Entidade
Art. 5º O Pronas/PCD tem a finalidade de captar Beneficente de Assistência Social de que trata a
e canalizar recursos destinados a estimular e de- Lei nº 12.101, de 2009.
senvolver a prevenção e a reabilitação da pessoa CAPÍTULO III
com deficiência. DO DESENVOLVIMENTO DE AÇÕES E SERVIÇOS
Parágrafo único. A prevenção e a reabilitação da NO ÂMBITO DO PRONON E DO PRONAS/PCD
pessoa com deficiência compreendem promoção,
Art. 8º Para participar do desenvolvimento de ações
prevenção, diagnóstico precoce, tratamento, rea-
e serviços no âmbito do Pronon e do Pronas/PCD,
bilitação e indicação e adaptação de órteses, pró-
as instituições de que tratam os arts. 3º e 6º devem
teses e meios auxiliares de locomoção, em todo
apresentar projetos para avaliação e aprovação
o ciclo de vida.
pelo Ministério da Saúde.
Art. 6º O Pronas/PCD será implementado me- Parágrafo único. Cada projeto conterá:
diante incentivo fiscal a ações e serviços de reabi- I – identificação da instituição e comprovante
litação da pessoa com deficiência desenvolvidos de qualificação nos termos do art. 3º ou do art. 6º;
por pessoas jurídicas de direito privado sem fins II – ações e serviços a serem executados no âm-
lucrativos que se destinam ao tratamento de defi- bito do respectivo Programa;
ciências físicas, motoras, auditivas, visuais, men- III – demonstração da compatibilidade entre o
tais, intelectuais, múltiplas e de autismo. disposto no inciso II e as áreas de atuação prioritá-
Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, rias definidas pelo Ministério da Saúde nos termos
as pessoas jurídicas devem: do § 1º do art. 4º ou do § 1º do art. 7º;
I – ser certificadas como entidades beneficentes IV – descrição da estrutura física e de recursos
de assistência social que atendam ao disposto na materiais e humanos a serem utilizados;
Lei nº 12.101, de 2009; ou
V – estimativa de recursos financeiros para iní-
II – atender aos requisitos de que trata a
cio e término da execução do projeto;
Lei nº 9.637, de 1998; ou
VI – no caso de atuação complementar volun-
III – constituir-se como Oscip que atenda aos
tária ao SUS, declaração da respectiva direção do
requisitos de que trata a Lei nº 9.790, de 1999; ou
SUS favorável à execução do projeto; e
IV – prestar atendimento direto e gratuito às
VII – cronograma de sua execução.
pessoas com deficiência, cadastradas no Sistema
Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde Art. 9º A análise da viabilidade do projeto pelo Mi-
(SCNES) do Ministério da Saúde. nistério da Saúde levará em consideração a sua
consonância com a política definida para o setor
Art. 7º As ações e os serviços de reabilitação
no Plano Nacional de Saúde e nas diretrizes do
apoiados com as doações e os patrocínios capta-
Ministério da Saúde.
dos por meio do Pronas/PCD compreendem:
I – prestação de serviços médico-assistenciais; Art. 10. Caso aprovado o projeto pelo Ministério
II – formação, treinamento e aperfeiçoamento da Saúde, a instituição ficará apta a captar e cana-
de recursos humanos em todos os níveis; e lizar recursos para sua execução.
III – realização de pesquisas clínicas, epidemio- Parágrafo único. O Ministério da Saúde divul-
lógicas e experimentais. gará em meio oficial as instituições e respecti-
§ 1º Fica o Ministro de Estado da Saúde autori- vos projetos considerados aptos a participar do
zado a definir as áreas prioritárias para execução Pronon e do Pronas/PCD.
150
DECRETO Nº 7.988, DE 17 DE ABRIL DE 2013
Art. 11. As ações e serviços executados no âmbito Art. 14. Constatada a ocorrência de execução de
do Pronon e do Pronas/PCD terão o seu desenvol- má qualidade ou de inexecução parcial ou com-
vimento acompanhado e avaliado pelo Ministério pleta das ações e serviços previstos no projeto, o
da Saúde, conforme ato do Ministro de Estado da Ministério da Saúde notificará a instituição para
Saúde, observada a necessidade de participação que, no prazo de dez dias, se manifeste.
do controle social, nos termos da Lei nº 8.142, de § 1º Depois do recebimento das informações
28 de dezembro de 1990. prestadas pela instituição:
§ 1º A avaliação pelo Ministério da Saúde da cor- I – caso entenda que não tenha ocorrido quais-
reta aplicação dos recursos recebidos terá lugar quer dos fatos descritos no art. 13, o Ministério
ao final do desenvolvimento das ações e serviços, da Saúde analisará a possibilidade de concessão,
ou ocorrerá anualmente, se permanentes. mediante decisão motivada, de novo prazo, no
§ 2º Os incentivadores e instituições destina- máximo de seis meses, para que o projeto seja
tárias deverão, nos termos de ato do Ministro de devidamente executado; ou
Estado da Saúde, comunicar-lhe os incentivos rea- II – caso entenda que tenha ocorrido quais-
lizados e recebidos, cabendo aos destinatários a
quer dos fatos descritos no art. 13, o Ministério da
comprovação de sua aplicação.
Saúde notificará novamente a instituição, com in-
§ 3º Deverá ser elaborado relatório de avaliação
dicação do evento, para que, no prazo de dez dias,
e acompanhamento das ações e serviços previs-
apresente sua manifestação.
tos no caput e publicado no sítio do Ministério da
§ 2º Na hipótese do inciso II do § 1º, prestadas
Saúde na Internet.
as informações pela instituição, o Ministério da
Art. 12. Em caso de execução de má qualidade Saúde decidirá, de forma motivada, pela ocorrên-
ou de inexecução parcial ou completa das ações cia ou não do fato descrito no art. 13, e:
e serviços previstos no projeto, o Ministério da I – caso decida pela inocorrência do fato des-
Saúde poderá inabilitar, por até três anos, a ins- crito no art. 13, aplica-se o disposto no inciso I do
tituição destinatária. § 1º; e
Parágrafo único. O Ministério da Saúde divul- II – caso decida pela ocorrência do fato descrito
gará em meio oficial as instituições consideradas no art. 13, inabilitará a instituição destinatária, por
inabilitadas, com o respectivo prazo de inabilita- até três anos, observados critérios de razoabili-
ção para participar do Pronon e do Pronas/PCD.
dade e proporcionalidade e a gravidade do fato
Art. 13. Para fins do disposto no art. 12, são crité- ocorrido.
rios para a inabilitação da instituição destinatária:
Art. 15. Caberá recurso para o Ministro de Estado
I – dolo ou má-fé;
da Saúde, da decisão de que trata o inciso I do
II – violação da dignidade da pessoa humana;
§ 1º e o inciso II do § 2º, no prazo de quinze dias,
III – prejuízo à saúde ou à vida do cidadão;
contado da notificação da instituição destinatária.
IV – descumprimento de normas éticas ou
legais; CAPÍTULO IV
V – descumprimento da política definida para o DA DEDUÇÃO DO IMPOSTO SOBRE A
setor no Plano Nacional de Saúde e nas diretrizes RENDA DOS VALORES CORRESPONDENTES
ÀS DOAÇÕES E AOS PATROCÍNIOS NO
do Ministério da Saúde;
ÂMBITO DO PRONON E DO PRONAS/PCD
VI – prejuízo ao erário;
VII – uso do projeto com intuito lucrativo; Art. 16. A União facultará às pessoas físicas, a par-
VIII – prejuízo das finalidades institucionais de- tir do ano-calendário de 2012 até o ano-calendário
senvolvidas pelo SUS; de 2015, e às pessoas jurídicas, a partir do ano-
IX – prestação de informações incompletas, -calendário de 2013 até o ano-calendário de 2016,
distintas ou falsas em relação às solicitadas pelo na qualidade de incentivadoras, a opção de
Ministério da Saúde para análise e acompanha- deduzirem do imposto sobre a renda os valores
mento do projeto; e correspondentes às doações e aos patrocínios di-
X – concessão a patrocinador ou doador van- retamente efetuados em prol de ações e serviços
tagem de qualquer espécie ou bem em razão do desenvolvidos no âmbito do Pronon e do Pronas/
patrocínio ou da doação. PCD, previamente aprovados pelo Ministério da
151
LEGISLAÇÃO SOBRE PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Saúde e desenvolvidos pelas instituições destina- b) ficam limitadas a um por cento do imposto
tárias a que se referem os arts. 3º e 6º. sobre a renda devido em cada período de apura-
§ 1º As doações poderão assumir as seguintes ção trimestral ou anual com relação ao Pronon
espécies de atos gratuitos: e a um por cento do imposto sobre a renda de-
I – transferência de quantias em dinheiro; vido em cada período de apuração trimestral ou
II – transferência de bens móveis ou imóveis; anual com relação ao Pronas/PCD, observado em
III – comodato ou cessão de uso de bens imó- ambas as hipóteses o disposto no § 4º do art. 3º da
veis ou equipamentos; Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995.
IV – realização de despesas em conservação, § 7º Os benefícios de que trata este artigo não
manutenção ou reparos nos bens móveis, imó- excluem outros benefícios, abatimentos e dedu-
veis e equipamentos, inclusive os referidos no ções em vigor.
inciso III; e
Art. 17. Na hipótese da doação em bens, o doador
V – fornecimento de material de consumo, hos-
pitalar ou clínico, de medicamentos ou de produ- deverá considerar como valor dos bens doados:
tos de alimentação. I – para as pessoas físicas, o valor constante da
§ 2º Considera-se patrocínio a prestação do in- última declaração do imposto sobre a renda; e
centivo com finalidade promocional. II – para as pessoas jurídicas, o valor contábil
§ 3º A pessoa física incentivadora poderá dedu- dos bens.
zir do imposto sobre a renda devido, apurado na Parágrafo único. Em qualquer das hipóteses
Declaração de Ajuste Anual, o valor total das doa- previstas no § 1º do art. 16, o valor da dedução
ções e dos patrocínios. não poderá ultrapassar o valor de mercado.
§ 4º A pessoa jurídica incentivadora tributada Art. 18. A instituição destinatária titular da ação
com base no lucro real poderá deduzir do imposto ou serviço definido nos arts. 4º e 7º deve emitir
sobre a renda devido, em cada período de apura- recibo em favor do doador ou patrocinador, na
ção, trimestral ou anual, o valor total das doações forma e condições estabelecidas em ato da Se-
e dos patrocínios, vedada a dedução como des- cretaria da Receita Federal do Brasil do Ministério
pesa operacional. da Fazenda.
§ 5º O valor global máximo das deduções de
que trata este artigo será fixado anualmente por Art. 19. Para aplicação do disposto no art. 16, as
ato conjunto dos Ministros de Estado da Fazenda ações e serviços definidos nos arts. 4º e 7º deve-
e da Saúde com base em um percentual da renda rão ser previamente aprovados pelo Ministério da
tributável das pessoas físicas e do imposto sobre Saúde nos termos do art. 10.
a renda devido pelas pessoas jurídicas tributadas CAPÍTULO V
com base no lucro real. DA APLICAÇÃO E MOVIMENTAÇÃO
§ 6º As deduções de que trata este artigo: DOS RECURSOS FINANCEIROS
I – relativamente às pessoas físicas: Art. 20. Os recursos objeto de doação ou patro-
a) ficam limitadas ao valor das doações efetua- cínio deverão ser depositados e movimentados
das no ano-calendário a que se referir a Declara- em conta bancária específica em nome do desti-
ção de Ajuste Anual do Imposto sobre a Renda da
natário.
Pessoa Física;
Parágrafo único. Não serão considerados, para
b) aplicam-se à declaração de ajuste anual utili-
fins de comprovação do incentivo, os aportes em
zando-se a opção pelas deduções legais; e
relação aos quais não se cumpra o disposto neste
c) ficam limitadas a um por cento do imposto
artigo.
sobre a renda devido com relação ao Pronon e a
um por cento do imposto sobre a renda devido Art. 21. Nenhuma aplicação dos recursos poderá
com relação ao Pronas/PCD; e ser efetuada mediante intermediação.
II – relativamente às pessoas jurídicas tributa- Parágrafo único. Não configura intermediação
das com base no lucro real: a contratação de serviços de:
a) deverão corresponder às doações e aos pa- I – elaboração de projetos de ações ou serviços
trocínios efetuados dentro do período de apura- para a obtenção de doação ou patrocínio; e
ção trimestral ou anual do imposto; e II – captação de recursos.
152
DECRETO Nº 8.368, DE 2 DE DEZEMBRO DE 2014
atendimento das pessoas com o transtorno do § 2º O Ministério da Educação dará ciência da
espectro autista; instauração do processo administrativo para
IV – apoiar pesquisas que visem ao aprimora- aplicação da multa ao Ministério Público e ao
mento da atenção à saúde e à melhoria da quali- Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com
dade de vida das pessoas com transtorno do es- Deficiência (Conade).
pectro autista; e § 3º O valor da multa será calculado tomando-
V – adotar diretrizes clínicas e terapêuticas com -se por base o número de matrículas recusadas
orientações referentes ao cuidado à saúde das pelo gestor, as justificativas apresentadas e a
pessoas com transtorno do espectro autista, ob- reincidência.
servando suas especificidades de acessibilidade,
Art. 6º Qualquer interessado poderá denunciar a
de comunicação e atendimento.
recusa da matrícula de estudantes com deficiên-
§ 2º A atenção à saúde à pessoa com transtorno
cia ao órgão administrativo competente.
do espectro autista tomará como base a Classifi-
cação Internacional de Funcionalidade, Incapaci- Art. 7º O órgão público federal que tomar conhe-
dade e Saúde (CIF) e a Classificação Internacional cimento da recusa de matrícula de pessoas com
de Doenças (CID-10). deficiência em instituições de ensino vinculadas
aos sistemas de ensino estadual, distrital ou muni-
Art. 3º É garantida proteção social à pessoa com
cipal deverá comunicar a recusa aos órgãos com-
transtorno do espectro autista em situações de
petentes pelos respectivos sistemas de ensino e
vulnerabilidade ou risco social ou pessoal, nos
ao Ministério Público.
termos da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993.
Art. 4º É dever do Estado, da família, da comuni- Art. 8º A Secretaria de Direitos Humanos da Presi-
dade escolar e da sociedade assegurar o direito dência da República, juntamente ao Conade, pro-
da pessoa com transtorno do espectro autista à moverá campanhas de conscientização sobre os
educação, em sistema educacional inclusivo, ga- direitos das pessoas com transtorno do espectro
rantida a transversalidade da educação especial autista e suas famílias.
desde a educação infantil até a educação superior. Art. 9º Este Decreto entra em vigor na data de sua
§ 1º O direito de que trata o caput será assegu- publicação.
rado nas políticas de educação, sem discrimina-
Brasília, 2 de dezembro de 2014; 193º da
ção e com base na igualdade de oportunidades, Independência e 126º da República.
de acordo com os preceitos da Convenção Interna- DILMA ROUSSEFF
cional sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência. José Henrique Paim Fernandes
§ 2º Caso seja comprovada a necessidade de Arthur Chioro
apoio às atividades de comunicação, interação Ideli Salvatti
social, locomoção, alimentação e cuidados pes-
soais, a instituição de ensino em que a pessoa DECRETO Nº 9.451, DE 26
com transtorno do espectro autista ou com outra DE JULHO DE 2018
deficiência estiver matriculada disponibilizará (Publicado no DOU de 27/7/2018)
acompanhante especializado no contexto esco- Regulamenta o art. 58 da Lei nº 13.146, de 6 de
lar, nos termos do parágrafo único do art. 3º da julho de 2015, que institui a Lei Brasileira de
Lei nº 12.764, de 2012. Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto
da Pessoa com Deficiência).
Art. 5º Ao tomar conhecimento da recusa de ma-
A presidente do Supremo Tribunal Federal, no
trícula, o órgão competente ouvirá o gestor esco-
exercício do cargo de presidente da República,
lar e decidirá pela aplicação da multa de que trata
no uso da atribuição que lhe confere o art. 84,
o caput do art. 7º da Lei nº 12.764, de 2012.
caput, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista
§ 1º Caberá ao Ministério da Educação a aplica-
o disposto no art. 58 da Lei nº 13.146, de 6 de julho
ção da multa de que trata o caput, no âmbito dos
de 2015, decreta:
estabelecimentos de ensino a ele vinculados e das
instituições de educação superior privadas, obser- Art. 1º Este Decreto regulamenta o disposto no
vado o procedimento previsto na Lei nº 9.784, de art. 58 da Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015,
29 de janeiro de 1999. para dispor sobre os preceitos de acessibilidade
154
DECRETO Nº 9.451, DE 26 DE JULHO DE 2018
159
edições câmara
L E G I S L AT I V O