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Direito Penal

Teoria da Norma

Abolitio criminis – ela vai eliminar aquele fato como sendo crime, já não é mais caracterizado
como crime. Os efeitos estão no art. 2º do CP = Vai cessar todos os efeitos penais. Não gera
maus antecedentes, porém permanecem os efeitos civis.

Como por exemplo: O crime de sedução, no art. 217 foi revogado pela lei 11.106/2005, kelvin
que havia sido condenado pelo crime de sedução não será reincidente caso este pratique novo
crime.

Pode também ocorrer a Novatio Legis in Mellius, nesse caso não há exclusão do crime, porém
esta lei terá um tratamento mais benéfico. Pode ocorrer a retroatividade da lei mais benéfica

Como por exemplo: O crime de roubo com emprego de arma não é majorado, porque com a
lei 13.654/2018 trouxe uma nova redação, dizendo que o crime de roubo apenas será
majorado caso este seja praticado com o emprego de arma de fogo, sendo assim, caso este
pratique o crime com uma faca, este não será majorado. Então a lei benéfica retroagira.

Também pode ocorrer de ter lei posterior que é mais severa, e está não irá retroagir para
prejudicar o réu. Novatio Legis Incriminadora, lei nova que torna crime o que antes não era,
art. 216 “b”, CP. Está não irá retroagir para atingir a pessoa que praticou o ato que antes da lei
não era crime. É o Princípio da Irretroatividade de Lei mais severa.

Novatio Legis in Pejus – Essa nova lei dá um tratamento mais severo, não irá retroagir para
dar um tratamento mais severo.

Hipótese que envolva crime permanente e crime continuado. O crime permanente é aquele
que a sua execução se prolonga no tempo, como por exemplo o crime de extorsão mediante
sequestro, art. 159, CP,

09/08___________________15/08___________________20/08

Sequestro Muda o tempo de pena Refém é libertada

Pena de 8 a 15 anos De 10 a 30 anos


O crime foi praticado na vigência da lei nova, já que o crime foi prolongado ao tempo, só
cessando após a mudança da lei, mesmo sendo prejudicial. Súmula 711, STF.

Lei temporária – art. 3º, CP, há a hipótese da lei temporária ou lei excepcional que tem dois
efeitos, ela é auto revogável e tem um efeito de ultratividade, tem um prazo de vigência.

Exemplo: ela entrou em vigência no dia 05/01 e a mesma diz que ela terá efeitos até dia
30/12, a partir deste último dia ela está revogada não necessitando de uma nova lei para
revoga lá, os fatos praticados durante a vigência continuam sendo regidos por esta lei, mesmo
ela tendo sido revogada posteriormente.

Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o


período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a
determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.

Tempo do Crime – art. 4º, CP, a conduta do sujeito pode ter sido praticada em um
determinado período e seu resultado ter se dado em outro momento, será levado em conta o
momento em que foi praticado o crime. Como por exemplo sujeito dá um tiro na sua esposa
no dia 08/03, e a qualificadora de feminicídio foi aprovada no dia 09/03, porém a sua esposa
veio a falecer apenas no dia 15/03, então ele será submetido a crime de homicídio qualificado.

Aplica-se a teoria da atividade, vai prevalecer a lei ao tempo do crime. IMPORTANTE

NÃO CONFUNDIR COM O LUGAR DO CRIME COM COMPETENCIA

Lugar do Crime – art. 6º, CP, aqui é para saber se a norma penal brasileira irá incidir ou não.
A conduta foi praticada dentro do território brasileiro, porém o resultado ocorreu em outro
país. Aqui se usa a Teoria Mista da Ubiquidade, pois, usará a norma penal brasileira tanto se o
resultado ou a conduta for praticada no Brasil.

L U – No lugar do crime se usa a teoria da ubiquidade

T A – No tempo do crime se usa a teoria da atividade

Lei Penal no Espaço – art. 5º, CP, a lei penal brasileira ela vai incidir nos fatos praticados no
território nacional, sendo está a regra geral. Porém, temos situações que irão ter território
nacional por extensão ou equiparação, quando o fato for praticado dentro de embarcação ou
aeronave.
Se a embarcação ou aeronave for de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro e
ocorrer um crime lá dentro, será território brasileiro não tendo importância aonde este esteja.
Aplica-se então a lei penal brasileira. Agora se esta for de natureza privada, e esta embarcação
ou aeronave estiver em alto mar incide a lei penal brasileira, porém se não estiver em alto mar
e estiver atracado em um porto estrangeiro não irá incidir a lei penal brasileira porque não vai
ser território nacional.

Princípio da Territorialidade – art. 5º, CP, ocorre quando os fatos forem praticados no
território nacional.

Princípio da Extraterritorialidade – art. 7º, CP, ocorre quando os fatos forem praticados fora
do Brasil, tanto a conduta como o resultado. Temos duas espécies de extraterritorialidade,
podendo ela ser incondicionada e condiciona.

Incondicionada (sem nenhuma condição) – Nas hipóteses do art. 7º, inciso I, CP –


Contra a vida ou a liberdade do presidente da república; contra o patrimônio ou a fé pública
da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública,
sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; contra a
administração pública, por quem está a seu serviço; de genocídio, quando o agente for
brasileiro ou domiciliado no Brasil.

Condicionada – Nas hipóteses do art. 7º, inciso II, CP – Para que incida a lei penal
brasileira deve estar presente algumas condições, quais são que este crime cometido seja a
respeito de tratado ou convenção, que o Brasil se obrigou a reprimir; praticados por
brasileiros; praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade
privada, quando em território estrangeiro e ai não sejam julgados.
As condições estão no §2º, I – para que a lei penal incida o agente que praticou o fato precisa
ingressar no território nacional, seja por vontade própria ou por meio de extradição; II – que o
fato praticado por ele, além de ser crime aqui no Brasil precisa ser crime no pais em que ele o
praticou; III – estar o crime incluído entre aqueles pelo quais a lei brasileira autoriza a
extradição; IV – não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar
extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável.

Teoria do Crime

Fato típico + Ilícito + Culpável


O fato típico é o fato que se adequa a norma penal, que por fim conceitua aquele fato como
crime. O fato típico tem quatro elementos, a conduta, o resultado, o nexo causal e a tipicidade.
A conduta para ser punível deve ser feita mediante ação ou omissão.

Crimes Omissivos – Vai ser responsabilizado criminalmente pela sua omissão, o qual se
divide em crimes omissivos próprios (é o dever agir, e esta conduta omissiva está descrita
em um tipo penal específico. Exemplo clássico é o art. 135, deixar de prestar assistência,
omissão de socorro) e crimes omissivos impróprios (o agente tem o dever de agir, mas nesse
caso não há um tipo penal específico definindo a atitude dele, e também tem o dever de evitar
o resultado, irá responder pelo resultado. Os sujeitos que podem praticar este crime estão
elencados no art. 13, §2º, CP)

Art. 13, §2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente


devia e podia agir para evitar o resultado. O dever agir incumbe a
quem:

a) Tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;


b) De outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o
resultado;
c) Com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do
resultado.

Tentativa – art. 14, inciso II, CP – dar início a execução do delito, mas não consuma por
circunstâncias alheias a sua vontade, ou seja, ele deseja o resultado, mas não consegue por
circunstâncias contra a sua vontade. A tentativa nada mais é do que uma causa de diminuição
da pena, que pode ser de 1/3 a 2/3. Quanto mais próximo da consumação menor será a
diminuição, e quanto mais longe da consumação maior será a diminuição da pena.

Desistência Voluntária – a o início da execução do delito e a não consumação por vontade


própria, porque antes de esgotar os meios executórios ele interrompe os atos executórios, ou
seja, ele vai parar. (Responde pelos atos praticados, se estes forem típicos)

Arrependimento Eficaz – a o início da execução do delito e a não consumação por vontade


própria, aqui o sujeito vai esgotar todos os meios executórios, mas no final ele vai praticar
uma conduta que irá impedir o resultado. Se o agente se arrepende, porém não evita o
resultado, ele responderá pelo resultado produzido. (Responde pelos atos praticados, se estes
forem típicos).

Arrependimento Posterior, art. 16, CP – vai ocorrer depois da consumação, e não é para
qualquer crime, apenas irá incidir ser o crime for praticado sem violência ou grave ameaça,
este arrependimento será manifestado mediante a reparação do dano ou restituição da coisa e
deve ser feito até o recebimento da denúncia ou queixa. O agente terá a sua pena reduzida de
1/3 a 2/3. Todos os requisitos devem estar presentes. CAUSA DE DIMINUIÇÃO DA PENA.

Crime Impossível, art. 17, CP – Ele pode incidir em duas situações, quais sejam quando o
sujeito para praticar o delito emprega um meio (instrumento do crime) absolutamente ineficaz
ou pela impropriedade absoluta do objeto (o objeto é a coisa ou pessoa sobre a qual recai a
conduta do sujeito. Exemplo: Vejo a minha sogra sentada na minha poltrona favorita, e
movido por ódio vou e esfaqueio a velha e deixo a minha marca registrada, quando sai o
laudo médico descobre que a mesma já estava morta, porque havia sofrido um acidente
vascular cerebral, então não havia vida a se matar, tornado o meu crime impossível) =
Impossível consumação. SERÁ FATO ATÍPICO.

Erro de Tipo – art. 20, caput, CP – É o erro sobre o elemento constitutivo do tipo penal. Todo
crime tem um elemento que constitui o tipo penal, como por exemplo no art. 121, CP que tem
o elemento “matar alguém” e este elemento constitui o tipo penal descrito no art. 121.
O sujeito erra quanto o elemento que constitui o crime descrito no artigo, Como por exemplo:
Sujeito vai para uma boate em que o acesso é proibido para menores de 18 anos, e lá encontra
uma garota e depois de flertar eles decidem ir para um motel e lá praticar conjunção carnal,
porém, não sabia ele que a menina era menor de 14 anos, praticando estupro de vulnerável.
Aqui entra o erro de tipo.

Pratica a conduta típica sem saber.

Os efeitos – Erro de tipo invencível ou inevitável: tem a exclusão do dolo e da culpa e o fato
será atípico.

Erro de tipo vencível ou evitável: tem a exclusão do dolo, mas o sujeito irá
responder pelo crime na modalidade culposa, se houver previsão deste. (É aquele que se
tivesse mais cuidado não cometeria o crime).
Erro de Proibição – art. 21, CP – O erro do sujeito não é sobre a situação fática, neste o erro
recai sobre a ilicitude do fato. Ele sabe o que faz, mas erra sobre a ilicitude do fato, falta ele a
potencial consciência de que aquela conduta é ilícita.

Exemplo: Árabe já casado em seu pais e vem para o Brasil, onde o crime de bigamia é crime
mas chegando aqui ele se apaixona por uma mulher e se casa com ela, não sabendo que este
ato seria considerado crime, sua conduta incide no erro de proibição, pois, ele não sabia que a
sua conduta era crime no Brasil.

Erro de proibição inevitável: será isento de pena e terá a exclusão da culpabilidade.

Erro de proibição evitável: o sujeito irá responder pelo delito, mas terá redução da pena de 1/6
a 1/3.

Erro quanto a pessoa – art. 20, §3º, CP – O sujeito quer praticar a conduta para atingir
determinada pessoa, mas em um erro quanto a identidade da pessoa ele acaba atingindo
pessoa diversa. NÃO EXCLUI O CRIME. Vai sempre considerar as condições ou qualidades
da vítima pretendida!!!!!

Erro na execução – art. 73, CP – O sujeito pretende atingir uma pessoa, mas devido a um
acidente ou erro do uso dos meios da execução acaba atingindo pessoa diversa. Exemplo:
Quero matar o Luís, mas ao efetuar o disparo acabo errando a pontaria (erro quanto a
execução) e acabo atingindo e matando o João. Deve-se também considerar as condições ou
qualidades da vítima pretendida. Pode acontecer do sujeito efetuar o disparo e atingir a pessoa
pretendida e uma pessoa diversa, quanto ao primeiro prático homicídio doloso e quanto a
segunda pratico homicídio culposo = incide a regra do concurso formal de crimes.

Resultado diverso do pretendido “aberratio criminis” – art. 74, CP – O sujeito erra quanto ao
resultado que ele quer produzir. O sujeito quer produzir um resultado, mas devido a um erro
do uso dos meios da execução acaba praticando resultado diverso daquele pretendido.
Responde por culpa se houver esta modalidade prevista. Exemplo: Sujeito pega uma pedra
para atingir o carro do professor, mas quando ele joga a pedra acaba atingindo outro aluno que
estava passando no local, causando uma lesão corporal. Irá responder por culpa, ou seja, lesão
corporal culposa.

Se houve resultado duplo, aplica a regra do concurso formal de crimes!!!!

Causas Excludentes de Ilicitude – Estado de Necessidade – Art. 24, CP – Pratica a conduta


para se salvar de uma situação de perigo, que pode decorrer de uma conduta humana, de
evento da natureza, ou de conduta instintiva do animal, porque se ele for instigado a atacar
será legitima defesa. NÃO PODE TER DADO CAUSA A SITUAÇÃO POR SUA
VONTADE!

Há ponderação de bens, o bem protegido tem que ser de igual ou maior valor do que o bem
sacrificado!!!!!!

Legitima Defesa – Art. 25, CP – O sujeito para praticar um


fato típico, mas para repelir uma injusta agressão. Cessada a agressão não há mais o que se
falar em legitimar defesa, por isso, deve ser feita por meio necessário e de uso moderado dos
meios.

Estrito Cumprimento do Dever Legal – Não há previsão


específica. Destinado a agente público, e este pratica um fato típico que a lei o autoriza a
praticar,

Exercício Regular Direito – Não há previsão específica.


Direcionado a um cidadão comum, este está autorizado a praticar um fato típico exercendo o
seu direito. Exemplo: Como por exemplo a prisão em flagrante, que pode ser realizada por
qualquer. Pode bem como um cidadão comum realizá-lo quanto um policial (mas nesse caso
ele praticará estrito cumprimento do dever legal).

Culpabilidade – Tem três elementos. O sujeito deve ser imputável, deve ter potencial
consciência da ilicitude, e deve ter exigibilidade de conduta diversa.

Excludentes de Culpabilidade – Inimputabilidade – art. 26, CP e art. 28, §1º, CP. Pode ser
por enfermidade mental (doença mental) e em decorrência dessa enfermidade ele ser incapaz
de compreender que aquela pratica é crime (ao tempo da ação ou omissão ele deve ser incapaz
de compreender que tal fato é crime) CRITÉRIO BIOPSICOLÓGICO (É uma junção do
critério biológico, que é a doença e psicológico, que é a compreensão do que está fazendo no
momento).

Vai ser dado uma sentença absolutória imprópria que indicará medida de segurança.

Também pode ser por embriaguez completa (sujeito fica inteiramente incapaz de compreender
o que está fazendo) ou acidental (força maior ou por causo fortuito). Aqui a sentença não é
absolutória imprópria.
Falta de potencial consciência da ilicitude = caso de erro de
proibição – art. 21, CP. JÁ ESTUDADO!!!!REVISAR!!!!

Inexigibilidade de conduta diversa – art. 22, CP = coação


moral irresistível (tem a figura do coator que por meio de uma grave ameaça faça com que o
sujeito pratique um fato típico e ilícito. O coator será a pessoa responsabilizada pelo crime) e
a obediência hierárquica (tem a figura do superior hierárquico, que por meio de uma ordem
não manifestadamente ilegal faz com que o seu subordinado pratique um fato típico e ilícito.
O superior hierárquico que irá se responsabilizar pelo crime).

A coação física irresistível exclui a tipicidade porque não tem conduta punível!!!!!

Concurso – No direito penal ela aparece em três oportunidades: I – de normas (mais de uma
norma), II – de pessoas (mais de uma pessoa concorrendo para um crime, o autor e o
participe), III – de crimes (tem mais de um crime, pode ser gerado por apenas uma conduta,
sendo está conduta sendo concurso formal; e quando for mais de um crime praticado por mais
de uma conduta, será o concurso material). Crime continuado, art. 71, CP.

É sempre uma pluralidade, ou seja, mais de um!!

Concurso de Normas - Há mais de uma norma concorrendo para tal fato, mas tem um
problema, pode gerar uma insegurança jurídica e o bis in idem. SÃO TODAS NORMAS
VIGENTES DIFERENTE DA LEI PENAL NO TEMPO.

A pluralidade de normas é resolvida por meio dos princípios, quais são:

Consunção – Absorvição, sempre que um crime for fase de execução ou ato preparatório para
realizar um outro crime, este primeiro será absorvido pelo último crime, ou seja, o crime meio
será absorvido pelo crime fim. Afasta o concurso de crimes, o agente responde por crime
único.

NÃO CONFUDIR ESTES DOIS!!!

A) Crime Progressivo – o crime de passagem obrigatória é absorvido pelo crime que resultou
o ato mais grave
B) Progressão Criminosa - O agente desde o início quer atingir o resultado mais leve, depois
de atingir o resultado mais leve há a substituição do dolo e ele passa a querer o resultado mais
grave. O crime mais leve será absorvido pelo crime mais grave.

C) Antefactum Impunível – O fato anterior será impunível, pois ele será absorvido pelo fato
posterior. Súmula 17 do STJ (crime de falso se exauri no crime de estelionato)

D) Posfactum Impunível – Toda vez que o fato posterior dizer respeito ao mesmo objeto e a
mesma pessoa, ele ficará impunível pelo crime anterior. O fato anterior absorvi o crime
posterior.

Alternatividade – O conflito não é entre normas distintas, é dentro do mesmo tipo penal. Se
refere a tipos mistos alternativos, que são aqueles com várias condutas no mesmo artigo. Se o
sujeito dentro de um tipo misto alternativo, no mesmo contexto fático, praticar mais de uma
conduta ele responderá por crime único. Exemplo de tipo misto alternativo: Art. 33, da lei
de drogas; art. 213, CP; art. 217-A, CP.

Súmula 593 STJ

Subsidiariedade – É aquilo que não é o principal. É uma norma que somente será aplicada na
ausência ou impossibilidade da norma principal. A doutrina chama de soldado de reserva!!
Normalmente a principal tem uma pena maior. Ela se divide em duas espécies, podendo ser
ela expressa (arts. 129, §3º, 314, 325, 238, CP) – a própria lei dirá que aquela lei é subsidiaria;
ou tácita – ela está implícita, funciona como elementar ou circunstância. O CASO
CONCRETO QUE DIRÁ SE A NORMA É SUBSIDIARIA OU NÃO.

Especialidade – Este princípio diz que a lei especial revoga lei geral, está no art. 12, CP.
Neste caso temos concorrendo duas normas, uma norma geral e uma norma especial, sendo
assim, a normal geral some e prevalece a normal especial. Método: Comparação das normas,
a normal especial contém o elemento especializante. Exemplo: Acidente de veículos que
acaba resultando em morte, e para se aplicar a esse acidente temos duas normas concorrendo
para ser aplicada, o art. 121, §3º, CP (homicídio culposo, pena de 1 a 3 anos) e o art. 302,
CTB (homicídio culposo na direção de veiculo automotor) Neste caso se aplica o art. 302,
CTB porque na direção de veiculo automotor é o caráter especializante.

Concurso de Crimes – Este pode se dar de três formas, quais são: a) pluralidade de condutas
+ pluralidade de crimes = concurso material (art. 69, CP) sistema do cúmulo material, juiz no
momento de condenar vai somar as penas. b) unidade de conduta + pluralidade de crimes =
concurso formal (art. 70, CP), sistema da exasperação de penas, o juiz vai pega a pena do
crime mais grave e aumentar de 1/6 até a metade; c) pluralidade de condutas gerando
pluralidade de crimes, os crimes devem ser da mesma espécie, mesmo espaço de tempo =
gera crime continuado (art. 71, CP), sistema de exasperação.

Concurso Formal – Uma ação ou omissão gerando uma pluralidade de crimes, este de dividi
em duas espécies, perfeito/próprio (art. 70, primeira parte, CP) (sistema da exasperação)
Quando praticado dois crimes idênticos é chamado de crime homogêneo, e quando estes
forem diferentes será crime heterogêneo; imperfeito/impróprio (art. 70, segunda parte, CP)
tem ação ou omissão dolosa e resultam de desígnios autônomos, se aplica o cúmulo material.
Aqui é como se o agente quisesse praticar os crimes de forma separadas, mas ele acaba
fazendo isto de apenas uma vez.

Art. 70, ú – Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste Código
(regra do cúmulo material benéfico).

Crime Continuado/Continuidade Delitiva – Art. 71, caput, CP. Há presença de pluralidade de


crimes e pluralidade de condutas, os crimes devem ser da mesma espécie, ou seja, do mesmo
tipo penal. Deve ter a conexão temporal, ou seja, o intervalo de tempo entre o primeiro crime
e o último, segundo a jurisprudência o prazo é de 30 dias. Também deve ter a conexão
espacial, crimes devem ser cometidos na mesma cidade ou na mesma região. Deve ter
maneira de execução semelhante.

E para fins de crime continuado, a jurisprudência adotou a teoria objetiva subjetiva, tem que
ter um dolo, uma intenção de realizar o delito. Tem a regra da exasperação de 1/6 a 2/3.

Pode ser subdivido em duas espécies:

Simples/Comum (art. 71, caput) – Aplica a regra da exasperação, pena de 1/6 a 2/3.

Específico/Qualificado (art. 71, ú) – Pode se aplicar até o triplo da pena. Os seus requisitos
são: I – crimes dolosos cometidos contra vítimas diferentes, II – cometidos com grave ameaça
ou violência a pessoa, III – o agente tem de ter o art. 59 desfavorável e assim aplicará até o
triplo da pena

Súmula 605 STF – Proíbe um crime continuado quando este for a respeito dos crimes dolosos
contra a vida, porém, não tem validade porque foi antes a reforma do código penal.
Concurso de Pessoas (art. 29 ao 31, CP) – Temos uma pluralidade de pessoas concorrendo
para aquele crime ou infração penal. Requisitos: I – pluralidade de pessoas, II – relevância
causal de cada conduta (tem que ter relevância para produzir aquele resultado, diz respeito a
conduta do participe), III – liame subjetivo entre os agentes (o agente concorda com as ideias
do outro) o que é diferente de combinação prévia, IV – identidade de infração penal, todos
aqueles que participaram respondem pela mesma infração penal, na medida de sua
culpabilidade.

Ausência de liame subjetivo pode gerar uma autoria colateral, e dentro desta pode surgir a
autoria incerta, que tem como consequência jurídica a tentativa do crime!!!

Uma pessoa pode concorrer como autor/coator (teoria adotada para saber quem é autor é a
teoria restritiva, para ela o autor é somente quem pratica o verbo ou conduta principal) ou
participe (o seu conceito se da por exclusão, aquela pessoa que não é autor).

A participação pode ser moral (que é aquele que induz “criar” ou instiga “botar pilha”) ou
material (é quem presta auxílio material).

Participação irrelevante torna o ato atípico!!!!

NÃO CONFUDIR PARTICIPAÇÃO IRRELEVANTE COM PARTIPAÇÃO DE MENOR


IMPORTANCIA, ART. 29, §1º - É UMA CAUSA DE DIMINUIÇÃO DE PENA DE 1/6 A
1/3.

Exceções a Teoria Monista: I – aborto, a gestante responde pelo art. 124 e o terceiro pelo art.
126, ambos do CP; II – corrupção, o particular pratica corrupção ativa 333 e o policial que
aceita a vantagem responde por corrupção passiva 317, ambos do CP; III – cooperação
dolosamente distinta, previsto no art. 29, §2º, os agentes praticam crimes distintos.

Art. 31, CP – Participação, está é acessória e tem relação com o fato principal. Para ela ser
punida eu tenho que ter o início da execução da conduta principal, devendo ser anterior ou
durante a conduta principal. Teoria da Acessoriedade Limitada – a conduta principal for típica
e ilícita.

Art. 30, CP – As circunstâncias objetivas (diz respeito ao fato) se comunicam. Agora a


circunstância subjetiva (diz respeito ao agente) e apenas irá se comunicar se ela for elementar,
porque a comum não se comunica. Só irá se comunicar se a outra pessoa soubesse da
elementar. Exemplo: crime de peculato.
Processo Penal

Jurisdição quer dizer: “dizer o direito” que é típico do poder judiciário. Já a competência é a
delimitação do poder jurisdicional na medida em que estabelece os limites dentro dos quais o
juiz pode prestar jurisdição.

A competência buscar trazer o princípio do juiz natural.

Guia de Fixação de Competência:

1) Tem foro por prerrogativa de função? Se sim, para aqui. Porém, se a resposta for não
passa para a próxima pergunta.
2) Qual o “lugar” em que o delito foi praticado? (competência territorial ratione loci)
3) No lugar em que ocorreu o crime, qual justiça vai julgar o crime? Justiça Federal,
Justiça Estadual, Justiça Militar ou Justiça Eleitoral. NÃO ESQUECER QUE A
JUSTIÇA ESTUDAL TEM COMPETENCIA RESIDUAL!!

Ratione Loci

Competência Ratione Materia

Ratione Personae

Competência Absoluta – Tem interesse público e não se prorroga. Sendo estas a competência
em razão da matéria e da pessoa. Pode ser arguida a qualquer tempo, enquanto não transitar
em julgado.

Competência Relativa – Tem interesse particular e se prorroga. Cabendo apenas a


competência em razão do lugar. Deve ser arguida na primeira oportunidade, sob pena dela se
prorrogar. O juiz, originariamente incompetente, passará a ser competente para processar e
julgar o fato delituoso.

1) Como regra a competência será fixada pelo lugar da infração. Segundo o art. 70 a
regra é a do lugar em que o crime se consumar (teoria do resultado), já se for tentativa
será o lugar do último ato praticado. Se iniciada a execução do crime em território
nacional, e a infração se consumar fora dele, a competência será determinada pelo
lugar em que tiver sido praticado, no Brasil o último ato de execução do crime.
Entretanto, quando o último ato de execução, for praticado fora do território nacional,
será competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha
produzido ou devia produzir seu resultado (Crime praticado na argentina, mas que se
consumou (produziu o resultado) dentro do Brasil na cidade de São Bernardo do
Campo, a competência a ser aplicada será a do Brasil).

Exceções – Art. 63 da Lei n. 9.099/95 – Quando for crimes de menor potencial ofensivo
(será aplicada a teoria da atividade). Crimes contra vida – Segundo o STJ que a teoria do
resultado é excepcionada no tocante aos crimes contra a vida, adotando então a teoria da
atividade. Já que os atos de execução ocorreram em um lugar e a consumação se deu em
outro, a competência para julgar o fato será do local onde foi praticado a conduta.

2) Quando não se sabe o lugar da infração, a competência será pelo domicílio/residência


do réu. Não se esquecer de que o réu pode ter dois domicílios como no caso do
funcionário público, neste caso, o juiz que primeiro tomar a providência é que será o
competente para julgar o fato. E pode ser que a pessoa não tenha domicílio, neste caso,
será competente o primeiro juiz que tomar conhecimento do fato. Note-se que, quando
incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á
pela prevenção (primeiro juiz que tomar providência).

Crime Continuado (Feito mediante atos reinterados)

REGRA DA PREVENÇÃO

Crime Permanente (Se prolonga no tempo)

Foro de Eleição em Processo Penal – Segundo o art. 73, poderá o querelante, nos casos de
ação privada, preferir o foro de domicílio ou da residência do réu, e quando conhecido, poderá
optar pelo lugar em que ocorreu a infração.

Modificação da Competência – Poderá ser modificada pela conexão e pela continência.

Intersubjetiva Simultaneidade (crimes práticados por multidão)

Concurso (liame subjetivo)

Conexão Reciprocidade (um contra os outros)

(Art. 76) Objetiva (um crime influencia em outro)


Probatória (prova)

Na conexão são vários crimes, já na continência são várias pessoas praticando uma infração!!!

Haverá continência quando duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração.
Justifica-se a junção de processos contra diferente réus, desde que eles tenham cometido o
crime em que conluio, com unidade de propósitos, tornando único o fato a ser apurado, em
concurso de pessoas. Poderá ter a continência em razão do concurso formal de crimes, no
qual, haverá continência no caso de infração praticada no contexto de concurso formal de
crimes, erro na execução e resultado diverso do pretendido.

Juiz Federal nunca julga contravenção penal!

Existem dois tipos de prisão. A penal e a cautelar, a segunda se divide em temporária e


preventiva.

A prisão em flagrante não se encontra nessa dicotomia, pois ela é uma prisão pré-cautelar,
com intuito de fazer cessar a atividade criminosa.

A prisão preventiva vai ocorrer no inquérito policial e no processo, já a prisão temporária


apenas pode ocorrer no inquérito policial.

A preventiva pode ser decretada “ex officio” pelo juiz, mas apenas no processo e nunca no
inquérito policial. Já a temporária, nunca poderá ser decretada “ex officio”.

A prisão preventiva, possui natureza cautelar, uma vez que visa a tutela da sociedade, da
investigação criminal e garantir a aplicação da pena. Por se tratar de medida cautelar,
pressupõe a coexistência do fumus boni iuris (fumus comissi delicti) e do periculum in mora
(ou periculum libertatis). Tem como requisitos obrigatórios: Fundadas razões, estar o crime
cometido previsto no rol taxativo da Lei n. 7.960/89); e como requisitos alternativos:
Necessidade de preservar a investigação criminal, não possuir o réu residência fixa, não
fornecer réu elementos para a sua identificação.

A prisão temporária, tem natureza cautelar destinada a possibilitar as investigações a respeito


de crimes graves, durante o inquérito policial. Pode ser decretada em relação aos crimes
previstos no art. 1º, III, da Lei n. 7.960/89, crimes hediondos ou equiparados e nas seguintes
hipóteses: Imprescindibilidade para as investigações do inquérito policial; Residência fixa e
identidade conhecida. Não pode o magistrado decretá-lo de ofício.
Direito Civil – Parte Geral, Família e Sucessões

Personalidade jurídica é a viabilidade de o indivíduo possuir direitos podendo praticar atos e


negócios jurídicos, assumindo obrigações. O marco inicial da personalidade é o nascimento
com vida, mas o direito resguarda os direitos do nascituro.

Adquirida a personalidade jurídica, toda pessoa passa a ser capaz de direitos e obrigações
(capacidade de direito), mas nem todos podem exercer seus direitos pessoalmente, em razão
de determinada incapacidade orgânica (idade) ou psicológica (viciados em tóxicos, p. ex).
Falta a estes a capacidade de fato (de exercício).

Incapacidade Absoluta – Impede que a pessoa exerça por si só o direito, estando prevista no
art. 3º, CC, que determina que são absolutamente incapazes os menores de 16 anos. Neste
caso o ato jurídico deve ser praticado por outra pessoa, em nome do incapaz, mediante
representação. A inobservância desta regra gera a nulidade do ato.

Incapacidade Relativa – Dizem respeito à prática de certos atos ou maneiras de exercê-los.


São relativamente incapazes: os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; os ébrios
habituais e os viciados em tóxico; aqueles que, por causa transitória ou permanente, não
puderem exprimir a sua vontade, e os pródigos. Apenas será permitido que o incapaz realize o
ato, mediante a assistência deste por seu representante legal. Os atos praticados pelos
incapazes sem a assistência de seu representante legal, este poderá ser anulado.

A tutela, assim como a curatela, faz parte do chamado “direito assistencial”, no estudo das
relações familiares. Tem como finalidade proporcionar a representação legal e a
administração de sujeitos incapazes de praticar atos jurídicos.

A diferença fundamental entre ambas é a de que, enquanto a TUTELA refere-se a


menoridade legal (indivíduos menores de 18 anos não emancipados, não sujeitos ao poder
familiar), a CURATELA destina-se aquelas pessoas que são incapazes de gerir a sua vida,
pessoas estas, devidamente interditadas.

A personalidade civil começa com o nascimento com vida, e se extingue com a morte do
sujeito.

Pessoa Jurídica – Pode ser de direito público (interno e internacional) e direito privado. O
início da personalidade jurídica se dá com o registro do ato constitutivo e o seu término se dá
com o cancelamento. A desconsideração da personalidade jurídica não se dá em toda as
situações, se dá apenas quando tiver abuso da personalidade jurídica (desvio de finalidade ou
confusão patrimonial). Desvio de finalidade é a utilização dolosa da pessoa jurídica com o
propósito de lesar credores e para a prática de atos ilícitos de qualquer natureza. Já a
confusão patrimonial entende-se pela ausência de separação de fato entre os
patrimônios, caracterizada por cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do
sócio ou do administrador ou vice-versa; transferência de ativos ou de passivos sem
efetivas contraprestações, exceto o de valor proporcionalmente insignificante, e outros
atos de descumprimento da autonomia patrimonial.

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