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UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAU

CURSO DE GRADUAÇAO EM PEDAGOGIA LICENCIATURA PLENA

MARIA LUIZA SOUTO MACEDO DOMINGOS

DIFICULDADES DO ALUNO NA APRENDIZAGEM DA ESCRITA NOS ANOS


INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL: um olhar pedagógico

CURRAIS NOVOS/RN
2021
MARIA LUIZA SOUTO MACEDO DOMINGOS

DIFICULDADES DO ALUNO NA APRENDIZAGEM DA ESCRITA NOS ANOS


INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL: um olhar pedagógico

Artigo Científico apresentado à Universidade


Estadual do Vale do Acaraú, como requisito
parcial para a obtenção do título de licenciada
em Pedagogia.

Orientadora: Prof.ª Esp. Iranete de Medeiros


Souza.

CURRAIS NOVOS/RN
2021
MARIA LUIZA SOUTO MACEDO DOMINGOS

DIFICULDADES DO ALUNO NA APRENDIZAGEM DA ESCRITA NOS ANOS


INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL: um olhar pedagógico

Artigo Científico apresentado à Universidade


Estadual do Vale do Acaraú, como requisito
parcial para a obtenção do título de licenciada
em Pedagogia.

Orientadora: Prof.ª Esp. Iranete de Medeiros


Souza.

Aprovado em____ de _____de 2021.

BANCA EXAMINADORA

Prof.ª Esp. Iranete de Medeiros Souza- Orientadora


Universidade Estadual Vale do Acaraú – Currais Novos / RN

Prof.ª - Convidada
Universidade Estadual Vale do Acaraú - Currais Novos / RN

_______________________________________________________________
Prof.ª - Convidada
Universidade Estadual Vale do Acaraú - Currais Novos / RN

CURRAIS NOVOS/RN
2021
DIFICULDADES DO ALUNO NA APRENDIZAGEM DA ESCRITA NOS ANOS
INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL: um olhar pedagógico

Maria Luiza Souto Macedo Domingos1


Iranete de Medeiros Souza2

RESUMO
A construção da escrita pela criança, inicia-se desde os seus primeiros anos de vida.
Neste processo de desenvolvimento, a escola, hoje garantida para todos, nem
sempre consegue atingir o objetivo proposto: uma educação de qualidade onde
todos possam crescer e agregar novos conhecimentos, pois há alunos com
habilidades e níveis de aprendizagem diferentes numa mesma turma. Diante desta
perspectiva, a busca pela compreensão acerca das dificuldades na aprendizagem e,
consequentemente, o sucesso ou insucesso escolar deve ser constante e de
imediato, porquanto implica em diversos fatores envolvendo a leitura e escrita, que
são habilidades indispensáveis para a construção do saber satisfatório, na vida
escolar dos alunos, pois toda criança pode aprender e tem o direito de ser atendida
em suas especificidades educacionais. Assim sendo, as inúmeras reprovações e a
evasão escolar, como também situações familiares e de fracasso social, ocorridos
em especial no momento de aprendizagem da leitura e da escrita, têm sido uma
temática apontada como uns dos mais graves problemas do ensino fundamental.
Dessarte, o objetivo deste artigo é refletir como os docentes atuam com essa
população que já vem com defasagem em sua aprendizagem da leitura e da escrita
e necessitam de uma proposta diferenciada de ensino para que possam dar
continuidade à sua aprendizagem. Partindo-se desse ponto, buscou-se a elaboração
de uma intervenção pedagógica, com a finalidade nas adequações didáticas de
ensino/aprendizagem que alcancem a tais expectativas.
Palavras-chaves: leitura; escrita; criança; dificuldades; aprendizagem.

ABSTRACT (QUEM FAZ É A PESSOA QUE VAI FORMATAR O TRABALHO)

1
Graduanda do curso de Pedagogia, da Universidade estadual Vale do Acaraú.
E-mail: marialuizasoutomacedo@gmail.com
2
Especialista em desenvolvimento Sustentável no Semiárido Nordestino, Geógrafa pela Universidade Federal
do RN e professora orientadora de trabalho final do curso de Pedagogia, da Universidade Estadual Vale do
Acaraú
E-mail: Iranete.souza@hotmail.com
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...................................................................................................
2 O QUE É LER E ESCREVER? ANTECEDENTES BÁSICOS PARA A
TOMADA DE DECISÕES ...................................................................................
2.1 AS CRIANÇAS E ESCRITA............................................................................
2.2 REFLEXÕES SOBRE A ESCRITA DAS CRIANÇAS....................................
2.3 INVENÇÕES E APROPRIAÇÕES DA LINGUAGEM ESCRITA PELAS
CRIANÇAS ...........................................................................................................
3 DIFICULDADES NA ESCRITA NAS SÉRIES INICIAIS DO
ENSINO FUNDAMENTAL: possíveis fatores causadores...............................
3.1 ENTRELAÇANDO A ESCRITA NA SALA DE AULA : uma proposta
de intervenção......................................................................................................
3.2 CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO.........................................................
3.3 ASPECTOS METODOLOGICOS DO TRABALHO........................................
CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................
REFERÊNCIAS ...................................................................................................
INTRODUÇÃO

O processo de construção da escrita exige que o aluno possua um espaço


que favoreça um ambiente alfabetizador harmonioso, onde ela possa manipular
verificar e construir sua escrita. Acredita-se que os mesmos quando não alcançam
as expectativas sociais de compreensão da leitura e domínio da escrita, tornam-se
susceptíveis à baixa autoestima e consequentemente apresentam dificuldades na
aprendizagem.
O presente artigo integra-se, epistemologicamente, no âmbito da Educação
em geral e, visa ampliar os conhecimentos sobre o aluno na construção da
linguagem oral e escrita, na tentativa de explicar como se constitui sua aquisição na
escola, tendo em vista, o que pensam os teóricos e as suas contribuições a respeito
das dificuldades do educando, na aprendizagem da escrita nos anos iniciais do
ensino fundamental, como também os fatores estruturantes que contribuem.
Do ponto de vista organizacional o mesmo encontra-se estruturado em
capítulos e subcapítulos, dentre eles: O que é Ler Escrever? Antecedentes básicos
para a tomada de decisões; as crianças e escrita, Reflexões sobre a escrita das
crianças; Invenções e apropriações da linguagem escrita pelas crianças;
Dificuldades na escrita nas séries iniciais do Ensino Fundamental: Possíveis fatores
causadores, Entrelaçando a escrita na sala de aula: Uma proposta de intervenção,
Caracterização da Instituição e Aspectos metodológicos do trabalho.
Para tanto, tem-se como principal finalidade mostrar a importância de se ter
uma atenção sobre a aprendizagem dos alunos. Esse contexto requer mais que um
olhar para a dificuldade, é preciso observar também a escola que o indica como
aluno “problema”, colaborando com a evasão escolar dos mesmos, onde poderiam
ser estimulados em suas habilidades mais fortes e auxiliados em suas dificuldades
específicas.
Dessa forma, é de vital importância as investigações sobre os determinantes
do sucesso ou fracasso na escola, procurando assim, desenvolver uma metodologia
adequada, como meios de intervenção educativa ou remediação adequados. Em
face disto, o referido trabalho é importante por servir de base e subsídios teóricos
para profissionais da área educacional como também estudantes, envolvendo a
temática dificuldades de aprendizagem no ensino fundamental nos anos iniciais.
2 O QUE É LER E ESCREVER? ANTECEDENTES BÁSICOS PARA A
TOMADA DE DECISÕES

A escrita seja qual for, tem como objetivo primeiro


permitir a leitura. A leitura é uma interpretação da
escrita, que consiste em traduzir os símbolos escritos
em fala. Alguns tipos de escrita se preocupam com a
expressão oral e outros apenas com a transmissão
de significados específicos, que devem ser decifrados
por quem é habilitado.

Luiz Carlos Cagliari

A escrita da criança deu-se origem muito antes do momento em que o


professor coloca um lápis em sua mão e lhe mostra como construir. Para Vygotsky
(1998, p. 141) “O gesto é o signo visual inicial que contém a futura escrita da
criança, assim como uma semente contém um carvalho” (apud FILHO, 2008, p.
268). Nesse sentido, é por meio de gestos que as crianças vão formulando sua
escrita.
O autor chega à conclusão que os homens necessitam de signo para
aprender, o primeiro deles refere-se aos rabiscos e desenhos, e o segundo gesto
resulta nos jogos das crianças que advém da união entre gestos e linguagem
escrita. Assim, nos desenhos são expressas as qualidades do objeto ilustrado, e os
jogos, meios da criança se comunicar indicando os significados do objeto, pois estes
executam função de substituição.
Neste sentido, a escrita trata-se de um meio de comunicação por uso de
sinais e representação de sons individuais da linguagem, no qual expressam um
determinado pensamento desenvolvido nas sociedades humanas. Logo, sobreviver
dentro do contexto contemporâneo significa acima de qualquer coisa dialogar com o
mundo externo, por isso, a escrita é uma das formas de comunicação extremamente
importante.
Segundo Ferreiro (2010, apud SILVA, 2013, p.59) a importância da escrita é
devido ao papel que ela desempenha nas relações construídas no cotidiano. Desta
forma, não se pode desassociar a escrita da leitura ou vice-versa, as duas estão
entrelaçadas na construção da aquisição.
A concepção de leitura tem uma similaridade com o processo de letramento,
que tem como pressuposto o uso da tecnologia da língua escrita. Assim sendo, a
leitura abre caminhos para o mundo e por meio dele o leitor constrói o seu
conhecimento, tornando-se um ser crítico reflexivo capaz de atuar na sociedade em
que vive e transforma-la.
Em face do exposto, mesmo antes de ser alfabetizada a criança poderá usar
as ferramentas da língua escrita em momentos de fala, adaptando-se ao ambiente.
Quando a criança começa a ser alfabetizada, já traz consigo uma série de hipóteses
acerca do que é escrita. As hipóteses de escrita da criança citada por Emília
Ferreiro, mostra que o processo construtivo de ler e escrever passa por níveis
crescentes de contextualização intelectual.
De acordo com Ferreiro (1985, p.22, apud OLIVEIRA; DEUS, 2011, p.9):
[...] criança que espera passivamente o reforço externo de uma
resposta produzida pouco menos que ao acaso, aparece uma
criança que procura ativamente compreender a natureza da
linguagem que se fala a sua volta, e que tratando de compreendê-la,
formula hipóteses, busca regularidades, coloca à prova suas
antecipações e cria sua própria gramática [...]

Posto isto, a criança foi exposta ao mundo linguístico, por isso, sua
compreensão concretiza-se na atividade que a mesma realiza com os objetos e
fenômenos que as cerca, traçando o seu próprio caminho, criando o que lhe era
permitido fazer com a linguagem. Para isto, é necessária à comunicação prática e
verbal com as pessoas que as rodeiam.
Logo, pensar no gosto pela leitura e escrita nos anos iniciais é considerar que
no início do processo, toda criança supõe que a escrita é outra forma de desenhar
as coisas, este é o modo que a mesma aprende a se relacionar com o mundo a sua
volta, de se apropriar e ressignificar a cultura, como também de fazer a sua própria
leitura da sociedade na qual está inserida. Assim, a leitura é parte componente da
construção de uma identidade a partir da infância.
O estudo psicogênese dos conhecimentos feito por Piaget, evidenciou a
existência de quatros estágios do desenvolvimento cognitivo na infância: sensório-
motor, pré-operatório, operatório concreto e operatório formal. Para tanto, o autor se
baseou em estudar a gênese dos processos mentais do indivíduo, como tais
processos são construídos desde a infância, fundando, assim, a Epistemologia
Genética e a Teoria do Conhecimento.
O autor mostra que cada fase de desenvolvimento apresenta características e
possibilidades de crescimento da maturação ou de conhecimentos, isto é, cada
criança possuí um nível de aprendizagem diferente, portanto, é preciso respeitar o
processo de construção sem atropelar as fases. O Entendimento a respeito destas
possibilidades, faz com que os professores possam fornecer estímulos adequados a
uma maior evolução do indivíduo.
Na concepção de Piaget (1896-1980), a aprendizagem envolvem
mecanismos intermediários, são eles: assimilação e a acomodação. No sentido
assimilação, refere-se a conteúdos adquiridos por meio da experiência e
informações que não são modificadas. E no sentido acomodação, ocorre quando a
criança reorganiza suas ideias para poder incorporar esses novos conhecimentos, e
transforma-los para se ajustar ao meio.
Ainda segundo Piaget (1896-1980), quando a criança se encontra em uma
nova situação, perturba-se e se desequilibra e, assim, busca um meio de lidar com
isso. Logo, é por meio de um processo continuo de desequilíbrios e de novas
proeminente equilibrações que se processa a construção do indivíduo. O autor
classifica também, a ação de sugar o leite materno, como os primeiros exercícios de
aprendizagem.
Ao ingressar na Escola, o aluno carrega com a cultura pela qual o seu grupo
familiar cultiva, deparando-se com outra diversidade de objetos culturais, com os
quais não está habituado a se relacionar, portanto, desequilibra-se. Neste momento,
a Instituição tem um papel extremamente importante de promover situações de
interação diversas, com a intenção de ampliar o universo cultural e letrado dos
alunos, que proporcionem o desenvolvimento das capacidades de falar, escutar, ler
e escrever de acordo com os diferentes usos dos contextos.
A construção do conhecimento está ligada ao aspecto social e cultural que
estimula vários processos internos do sujeito que não são avaliados pelo professor.
Vygotsky (1896-1934) Acredita que nesse processo o sujeito não é apenas ativo,
mas interativo, pois forma conhecimentos e constitui-se a partir de relações
intrapessoais e interpessoais.
Segundo Vygotsky (1998, p. 115, apud MINDELO; GONZALEZ, p. 915):

[...] a aprendizagem não é, em si mesma, desenvolvimento, mas uma


correta organização da aprendizagem da criança conduz ao
desenvolvimento mental, ativa todo um grupo de processos de
desenvolvimento, e esta ativação não poderia produzir-se sem
aprendizagem. Por isso, a aprendizagem é um momento
intrinsecamente necessário e universal, para que se desenvolvam na
criança essas características humanas não naturais, mas formadas
historicamente.

A apropriação da linguagem escrita pelas crianças foi estudada também por


Emilia Ferreiro e Ana Teberosky, a investigação tem como foco: que tipo de objeto é
a escrita para a criança em processo de desenvolvimento? Nos pressupostos da
teoria psicogenética de Piaget, trazendo o sujeito com seus níveis de
desenvolvimento e esquemas de assimilação, acomodação e equilibração, como
ponto de partida e os erros sistemáticos cometidos de modo construtivos.
Segundo Teberosky (2002) “A língua escrita seria, em suma, o meio mais
eficiente para que um indivíduo chegue a dominar as máximas potencialidades de
abstração da linguagem, independentemente de os discursos construídos por ele
serem, ao final, orais ou escritos” (apud PAIVA; BATISTA, 2013, p.3).
Sendo assim, a escrita contribui para o domínio de todas as matérias e
conhecimentos aos diversos contextos do uso da mesma. Através do conjunto de
signos é possível firmar a expressão oral, embora o processo de reprodução do
discurso oral e escrito seja diferente, tornando assim um objeto de estudo.
O problema da esfera deste discurso, se dar na forma como é tratado os
alunos que ainda não leem e não escrevem com tanta autonomia. Este feito torna-se
visível, ao evidenciar a alfabetização apenas através de textos, muitas vezes, não se
dedica tempo nem espaço para orientar tarefas no qual os alunos reflitam sobre o
sistema alfabético da escrita, de maneira prazerosa.
O que tem ocorrido frequentemente, é o fato de os alunos estacionarem no
sistema de inclusão e não ter interagido ou sequer compreendido as atividades de
leituras lidas. “Se uma criança sabe ler, mas não é capaz de ler um livro, uma
revista, um jornal; se sabe escrever palavras e frases, mas não é capaz de escrever
uma carta, é alfabetizado, mas não é letrado” (Soares, 2011, p. 05, apud SILVA,
2013, p. 63).
Para o autor, letramento é o estado de quem não apenas domina a leitura e
escrita, mas desempenha as práticas sociais, pelas quais proporcionarão ao sujeito
diversas habilidades para que o próprio possar progredir, isto é, utilizar dessas
competências para atender as imposições da sociedade.
Desta forma, ler e escrever por meio das práticas sociais, do diálogo em sala
e atividades de socialização pode contribuir para o acesso ao conhecimento,
instruindo o educando a interpretar diferentes textos que circulam socialmente,
contribuindo na ampliação da sua visão e a produção de textos eficazes nas
diferentes circunstâncias sociais de que participa.
Segundo Paulo Freire (1988, p.80, apud ARAUJO; FLORES; COSTA, p. 130):

Quando pensamos em leitura, logo nos vem à mente a idéia de


atividade mecânica de decodificação de signos. No entanto, ler é
mais que isso, é atribuir um significado ao texto, seja ele verbal ou
não verbal, o qual é entendido como processo e não como produto,
já que é construído na interação com os demais sujeitos do grupo.
Além do mais, a leitura é uma forma de percepção posto que ela não
se reduz ao texto, mas também a realidade, ao mundo que nos
rodeia, que foi, inclusive, objeto de nossas primeiras leituras.

Então, o texto deve ter um significado para fazer sentido à criança, em outras
palavras, Paulo Freire queria dizer que a leitura precisa ser interessante e atrair o
aluno, com o intuito de alcançar o objetivo do projeto. Por isso, o trabalho com textos
necessita focar esse sentido para assim ter significado.
É indubitável que a Escola aproxime os alunos dos diferentes textos,
fornecendo possibilidades de prática intensa de leitura, pois ler ajuda a expressar-se
oralmente e escrever adequadamente, valorizando a utilização da leitura e escrita
existentes no cotidiano dos mesmos, bem como no ensino de devidos conteúdos
que precisam ser trabalhados.
Dessarte, a leitura e escrita juntas garantirão conquistas compensatórias, a de
não apenas ler e registrar de forma automática ou memorizada e livres palavras
numa escrita alfabética, mas o de poder ler, compreender e produzir os textos que
compartilhamos socialmente como cidadãos, adquirindo, contudo, familiaridade com
a escrita e apropriação das diferentes práticas sociais em que os textos circulam.

2 .1 AS CRIANÇAS E A ESCRITA

A criança tem acesso a escrita desde os seus primeiros anos de vida, ao ouvir
seus pais contando uma história ou cantando para ninar, como também escrevendo
um bilhete, lendo um livro, entre outas coisas. Elas começam a identificar o uso
social da escrita e produz textos oralmente com esses conhecimentos linguísticos,
embora não seja da forma convencional.
Para Antunes (2008, p. 11)
Muito antes de ingressar na escola, algumas crianças, já têm um
contato precoce com letras, números e formas geométricas básicas,
seja através do convívio com material de leitura dos adultos, dos
passeios que faz com familiares, ou pelos meios de comunicação,
como televisão e a informática. Esses estímulos são significativos,
pois muitas delas manifestam, em seus rabiscos, imitações que
sugerem letras e, se indagadas, conseguem nomear e esboçar
situações ligadas às suas vivências. No entanto, independente
dessas experiências, ressalta-se a missão da escola, como
formadora de leitores, intransferível no desenvolvimento de
habilidades que levam à leitura e à escrita.

Vale salientar, que a criança começa a produzir/reproduzir textos e


comunicar-se por meio dos gestos indicativos, nas suas dramatizações e
expressões corporais, em imaginações, no traçado de rabiscos ou desenhos,
imagens, nas atividades de pinturas e colagens, em letras, como também símbolos,
entre outros.
Enxergando a oportunidade de expressar esses textos, as crianças buscam a
melhor forma de articular o discurso que pretende pronunciar, quando por exemplo,
querem muito um brinquedo ou realizar determinadas ações. Assim sendo, elas
podem ser convidadas a ler e escrever sem ainda ter compreensão da leitura,
interpretando através de sinais gráficos, refletindo, levantando hipóteses e
descobrindo as leituras a sua volta, para tentar transcrever.
Sendo assim, a curiosidade delas são despertadas por meio de símbolos e
letras que elas veem e escutam, neste ínterim, é fundamental a Escola desfrutar
deste interesse por parte das mesmas e explorar as suas descobertas na Educação
Infantil
De acordo com Emilia Ferreiro, da mesma maneira que as crianças fizeram
para aprender a língua materna, a oral, elas formulam hipóteses a respeito da
escrita e da leitura. Pois, sempre que a mesma precisa escrever algo, é colocada a
prova, por isso necessita pensar se questionar sobre os riscos, deste modo, os
sinais devem representar o que vão escrever.
Assim sendo, quando as crianças aprendem a falar, elas tendem a ter
curiosidade e dúvidas sobre tudo, logo, diante de situações que lhes são postas,
elas são induzidas a pensar sobre os riscos que podem ocorrer e isto é
representado na escrita.
A criança acostumada a narrar, a dramatizar, a desenhar, a ilustrar a vida
usando diferentes recursos e materiais pode se arriscar a escrever
espontaneamente, descobrindo que se desenha também a fala. Durante muito
tempo, tanto as práticas sociais de leitura e de escrita quanto os conhecimentos
linguísticos e discursivos das crianças não foram considerados pela escola.
(SMOLKA, 1993, apud BRASIL, 2006, p. 29).
Á vista disso, por algum tempo a maneira de como a criança enxergava o
mundo, seus primeiros rabiscos e a forma de socializar sua cultura familiar, não era
considerada pela escola um modo de representar a escrita ou de possuir
conhecimentos linguísticos, as mesmas deveriam passar por etapas para serem
consideras então alfabetizadas.
Logo, se para alguns os métodos cumpriram sua função, para outros eles não
apenas discriminaram e excluíram, como também silenciaram a criança. Em outras
palavras, a alfabetização por conter procedimentos realizados pelo professor, além
de não considerar o conhecimento prévio do aluno, tem desconsiderado a leitura e a
escrita compreendidas por eles.
Foi através do estudo realizado por Vygostky no final dos anos de 1920, que
começou a ser discutido e pensado “como as crianças aprendem a ler e escrever”,
esquecendo-se qual seria a melhor maneira de ensinar a ler e escrever, ou mesmo
utilizar o método, para então ter um olhar sobre o porquê algumas não se
desenvolvem como outras:
[...] o melhor método é aquele em que as crianças não aprendam a
ler e a escrever, mas, sim, descubram essa habilidade durante a
situação de brinquedo. Para isso é necessário que as letras se
tornem elementos da vida das crianças, da mesma maneira como,
por exemplo, a fala. Da mesma forma que as crianças aprendem a
falar, elas podem muito bem aprender a ler e a escrever
(VYGOTSKY, 1993, p. 134).

Como forma de compreender a pré-história da língua escrita, Vygotsky considera


em primeiro lugar, o gesto como escrita no ar, tendo em vista que são adequados
como sentidos e significados, também os signos escritos como gestos que ficaram
fixos. De acordo com ele, os primeiros rabiscos das crianças seriam representados
mais por gestos do que devidamente desenhos.
Além disso, em segundo lugar, Vygotsky identifica a brincadeira das crianças
como mais um campo de tarefas que coalescem os gestos a linguagem escrita. A
título de exemplo, ele afirma que na brincadeira de faz de conta, os objetos podem
simbolizar outros, (a coberta torna-se uma capa de super herói, o cabo de vassoura
se torna espada, entre outros) transformando-se em seus signos, usando da
imaginação, independente do grau de semelhança do objeto com a brincadeira.
No brincar para as crianças, o essencial se faz na possibilidade de realizar os
gestos representativos de maneira simbólica, isto é, a brincadeira vai além do
brinquedo, ela inventa novas relações entre vários objetos, sejam eles brinquedos
ou não. revestindo-o de imagens, imaginações e possibilidades de significados.
Enquanto para o adulto, determinado objeto tem apenas um significado, para as
crianças possuem uma dimensão de significados.
A criança em seus processos de socialização, não apenas recebe cultura, mas
deposita e é produtora da cultura, cria como também modifica. Essas contribuições
são extremamente desafiadoras para Escola, essencialmente para o trabalho com
alunos dos anos iniciais do ensino fundamental, quando se inicia o processo de
formalização dos conteúdos ou sistematização de conceito.
Faz-se necessário que o professor tenha um olhar sobre as crianças como
participantes ativos que atua em tudo quanto acontece ao seu redor, tendo em vista
que suas ações formas de reelabora e de recriar o mundo.

2.2 REFLEXÕES SOBRE A ESCRITA DAS CRIANÇAS

A formação do leitor começa nas primeiras leituras que o bebê vai fazendo do
mundo e construindo do rosto materno. Assim, à medida que começam a crescer,
sentem a necessidade de interagir com o mundo que a cerca e através de uma certa
maturidade e do diálogo com os seus pais que o desenvolvimento da linguagem
acontece.
Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, RCNEI:
existem alguns conceitos de como se entender o desenvolvimento de
uma criança, que são relacionados á maturação, desenvolvimento e
aprendizagem. Quando falamos de maturação queremos dizer a
respeito do crescimento físico do indivíduo. Quanto ao
desenvolvimento referimo-nos as funções humanas como linguagem,
raciocínio, memória, atenção e estima. As crianças, na medida em
que vão crescendo, têm a necessidade de entrar em contato com o
mundo que a rodeia já que, durante o desenvolvimento da
aprendizagem, incorporamos novos conhecimentos. (BRASIL, 2002,
apud GARCIA, 2012).

Logo, no período pré-silábico, as crianças acreditam está escrevendo, mas


ainda não vêem a escrita como expressão da fala, então representam com rabisco,
desenhos ou letras, ampliando as suas experiências através da interação do fazer e
do agir por meio de brincadeiras, danças, cantigas, desenhos, entre outros.
Assim sendo, para (BAKHTIN, 1992, p. 123, apud BRASIL, 2006, p.18) “a
interação verbal constitui a realidade fundamental da língua”. Por isso, é importante
os rabiscos das crianças, cada objeto no qual comunica-se ou símbolos que elas
fazem, representam alguma letra, alguns significados para elas, isso é bastante
satisfatório, pois estimulam a criança a conhecer novos conhecimentos.
Em geral as crianças são muito curiosas e podem se encantar pelos assuntos
que lhes chamam atenção, contudo os professores concretizam um valor muito
enriquecedor ao estimular esta curiosidade, se aprimorando de situações que
surgem no grupo, para envolvê-los de forma lúdica e conquista-los. Nesta fase, a
dimensão simbólica presente no brincar é essencial para a criança.
Desta forma, é possível no momento de interação e ludicidade os textos
serem exibidos e desenvolvidos, tendo em vista que ganham sentido para a criança,
tornando-se parte do jogo e surgindo novamente nas brincadeiras. Posto isto, elas
vão divertindo-se de ler e escrever, como também compreendendo os significados
da leitura e da escrita e tomando posturas de produtoras de obras textuais.
Salienta-se que na relação com o meio, as crianças tendem a imitar os
adultos que as cuidam, consequentemente, esse ato contribui na construção da
linguagem.
Em concordância, com Emilia Ferreiro e Ana Teberosky (1999, p. 24):
O modelo tradicional associacionista da aquisição da linguagem é
simples: existe na criança uma tendência a imitação (tendência que
as diferentes posições associacionistas justificarão de maneira
variada), e no meio social que a cerca (e os adultos que as cuidam)
existe uma tendência a reforçar seletivamente as emissões vocálicas
da criança que correspondem a sons ou a pautas sonoras complexas
(palavras) da linguagem própria desse meio social.

Deste modo, no momento em que a criança faz um som que se parece com
um som da fala dos pais, estes demonstram carinho, alegria, fazem gestos de
aprovação, entre outras coisas. Logo, o meio vai selecionando o repertório de sons
iniciais pronunciados pela criança e, a esses sons é atribuído um significado, para
que se transformem em palavras.
De modo consequente, é inevitável não resgatar conceitos da criança,
infância e educação das mesmas, que se inicia nos primeiros dias de vida, para
tentar explicar as concepções metodológicas da linguagem escrita. Se faz preciso
portanto, avaliar como as crianças se relacionam com os processos de domínio da
escrita.
Através dos estudos contemporâneos, ao decorrer do século XX começou-se
a repensar na maneira das crianças pensarem, buscando ter um novo olhar sob o
seu aprendizado. Essa nova forma de perceber as crianças, traz a noção de
competência específica de uma nova posição da criança interpretar e ler o mundo,
modificando-os.
“Este paradigma da competência faz das crianças agentes sociais plenos,
cujo agir modifica as estruturas sociais em que se encontram, dando-lhes outros
sentidos” (CASTRO, 2013, p. 18, apud BRASIL, 2006, p. 15). Dessa maneira,
identificar as crianças pelas lentes da competência, é o mesmo que proporcionar
não apenas uma formação da sua própria infância, como também construção da
sociedade.
Considerados sujeitos sócio historicamente, por possuírem trajetos culturais
do seu grupo familiar, da religião, gênero e etnia, entre outros. Cada criança
constitui-se suas produções singulares, inovadoras e significantes, pois podem
apresentar diferentes processos tanto individuais, quanto externos culturais.
Sendo assim, no mundo contemporâneo as crianças são apresentadas a
diversas formas de textos e imagens, muitas vezes ligados a fala, tal qual desenhos
animados, animes, filmes, música, movimentos e narrativas. Esta participação
atuante das mesmas, desperta levantamentos de hipóteses, tentativas de ensaios,
erros, análises, como também contribuí na experiência e construção de concepções
com o mundo dos símbolos.

2.3 INVENÇÕES E APROPRIAÇÕES DA LINGUAGEM ESCRITA PELAS


CRIANÇAS

As crianças tem diversas formas de ler o mundo, ao perceber cenas do dia-a-


dia, ao olhar uma pintura, através do som de uma música, ao se observar um gesto,
ao brincar com objetos ou nas reflexões das disciplinas, em todo momento estamos
realizando algum tipo de leitura. Antes mesmo da criança frequentar a escola, já
estavam se enchendo de leitura do mundo.
Para tentar compreender a palavra escrita e, falar da sua vivência, Paulo
Freire (1997), ressaltou: "leitura de mundo", com isto, o autor queria dizer que
qualquer que seja a vivência sensível com o mundo externo, pelo qual a criança
movimenta-se na infância, bem como de observar os objetos de linguagem dos
adultos, foram essenciais no entendimento da palavra escrita, por meio de cultura,
crenças e valores.
Assim sendo, a leitura tem relação estritamente com uma continuidade dessa
leitura de mundo, vislumbrada pela criança. Logo, hoje é possível tomar como
referência reafirmando a relevância da infância na produção, no sentido de estender-
se para além do imediatamente vivido.
Sabe-se que a professora de Educação Infantil ao fazer a leitura em voz alta
para as crianças, faz a intervenção do conhecimento e ao mesmo tempo interpreta,
contudo, não é coerente que o educador exponha apenas suas interpretações a
respeito do texto, sem deixar um espaço para as mesmas contribuírem com as suas.
É necessário abrir caminhos e, lhes permitir também usar da imaginação, não
apenas buscando um único sentido, mas é importante que a professora pense em
perguntas que possam tanto discutir os significados pessoais quanto contextuais. As
discursões levantadas pela docente fazem toda a diferença na forma de perguntar,
na escuta interessada, nas formas de acolher as falas e demandas infantis.
Na visão de Smolka (2003, p. 75):
Quando as crianças escrevem palavras soltas ou ditas pelos adultos
(tipo nomeação, lista, repertório ou ditado), a característica da
produção é uma, e evidencia-se, mais facilmente, a correspondência
entre a dimensão sonora e a extensão gráfica. Mas quando as
crianças começam a escrever o que pensam, o que querem dizer,
contar, narrar, elas escrevem porções, fragmentos do discurso
interior" (que é sempre dialogo consigo mesmo ou com outros).

Para tanto, quando as crianças colocam no lápis, seus próprios pensamentos


ou mesmo o que querem falar, elas estão expressando momentos do seu interior,
assim, torna-se mais prazeroso escrever o que está fragmentado na sua memória,
do que simplesmente repetir o que os adultos dizem.
Deste modo, tais pontos de vista promove a capacidade, habilidade e
inteligência das crianças, aproximando-a então, de características próprias dos
humanos e não apenas traços, colocando-as em uma condição exclusivamente,
infantil, mas desviando-se da especificidade do olhar sobre elas, segundo uma
concepção do “não saber, da dependência, tal qual improdutividade.
Por outro lado, a maneira como os adultos enxergam as mesmas, tal qual as
produções culturais e educação a elas concebidas, são contraditórias. Não é
possível afirmar que exista uma compreensão a respeito do desenvolvimento da
própria infância, tampouco que a sociedade concorde, tendo em vista que o
permaneci mento desta ideologia, coexistem há tempos.
Tomar a habilidade delas como exemplo para envolvimento com os adultos,
através de relação e experiência, só seria possível pela experiencia do encontro.
Contudo, não se pode desconsiderar a realidade de que no vínculo entre adultos e
crianças existirá sempre um equilíbrio, pertinente aos lugares que os mesmos
ocupam nessa relação. Esta divisão de tarefas, é necessária, levando em
consideração a proteção da mesma, seja fisicamente, emocionante ou afetiva.
Desta forma, o sujeito de experiência seria aquele que respeita a maneira na
qual a criança enxerga e vivência o mundo, atingindo uma profundeza em que o
mesmo jamais conseguirá vivenciar. É preciso entende-las como sujeitos de cultura,
principalmente nas interações efetivas com outros indivíduos, como também
renunciar “toda vontade de saber, de poder e de controle para se aproximar da
presença enigmática da infância e se deixar transformar pela verdade que cada
nascimento traz consigo” (LARROSA, 1999, p. 196, apud, BRASIL, 2006, p. 16).
Com o avanço tecnológico, desde bem pequenas, uma grande parte delas
têm acesso a jogos eletrônicos, boas histórias, aplicativos, vídeos do YouTube e
informações. No entanto, vale salientar que nem todas as crianças possuem esses
bens culturais, por isso, algumas desenvolvem mais que outras, essa é uma das
causas de segregação.
Por outro lado, tais leituras estão ainda distantes da própria escola, contudo,
não se pode desconsiderar esse acesso realizados por algumas crianças que
começam a criar conexão com vídeos, histórias, observando legendas de jogos, pois
as mídias digitais tem influenciado novas formas de leituras específicas, como
questões de relacionar ícones, sons, símbolos e significados.
Ademais, esse tipo de leitura também acontece nas placas, sinais de trânsito,
letreiros e outros. São elementos de situações práticas da realidade da criança,
como qual suco tomar ou pipoca irá comer, colocando-as frente a divergentes
maneiras de representação e apropriação do cotidiano.
Fazer coincidir a leitura com o que está escrito supõe representa-se a mesma
forma e não apenas o mesmo significado. Parece que a criança não espera
encontrar transcritas todas as palavras da mensagem oral. O texto lhe serve para
provocar ou sugerir uma emissão oral, mas que não a determinada totalmente
(Teberosky e Colomer, 2007. p. 54, apud SILVA, 2013, p. 61).
Deste modo, não é possível desvincular a leitura da escrita, é preciso que o
professor procure atividades pedagógicas que possuam a competência de uni-las,
no qual venha provocar na criança o ato de relacionar a leitura com o que está
escrito, observando os diversos significados, pois, também não se leva a criança
para que olhe apenas paredes e letras, se faz importante tira-la de sala, mostra-lhe o
mundo e utilizar métodos mais atrativos para ela.

DIFICULDADES NA ESCRITA NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO


FUNDAMENTAL: possíveis fatores causadores

Para tentar entender as concepções sobre as dificuldades na leitura e escrita


tal qual a etiologia dos problemas na aprendizagem, se faz importante ressaltar as
reflexões realizadas por Schirmer, Fortoura e Nunes (2004), no qual afirmam que as
causas são diversas e podem envolver fatores orgânicos, intelectuais/cognitivos e
emocionais (estrutura familiar relacional).
Para as autoras, as alterações no desenvolvimento da linguagem são
classificadas em três tipos: a primeira se dar pelo atraso – neste processo o avanço
da linguagem realiza-se na ordem exata, contudo em ritmo mais demorado, deste
modo, o desenvolvimento torna-se inferior a idade da criança.
A segunda alteração apresentada pelas autoras, é da dissociação – quando
ocorre uma dessemelhança significativa ou mesmo favorável entre o
desenvolvimento da linguagem e demais campos evolutivos. A terceira classificação
é representada pelo desvio – o modelo de desenvolvimento mais modificado, em
que se observa uma aprendizagem qualitativa irregular.
Ainda segundo Schirmer, Fontoura e Nunes (2004, p. 6):

As dificuldades de aprendizagem também podem ocorrerem


concomitância com outras condições desfavoráveis (retardo mental,
distúrbio emocional, problemas sensório-motores) ou, ainda, ser
acentuadas por influencias externas, como por exemplo, diferenças
culturais, instrução insuficiente ou inapropriada. Assim, torna-se
importante uma intervenção adequada junto às crianças que
apresentam algumas dificuldades na aprendizagem, começando-se
por um diagnóstico baseado no acompanhamento do
desenvolvimento da criança em relação à linguagem.

Assim sendo, é fundamental haver um olhar atento nos primeiros três anos de
vida da criança, estimulando no processo precoce da linguagem de maneira
interventoria e apropriada, para servir de auxílio na prevenção de distúrbios de
aprendizagem, dislexia e problemas de desenvolvimento.
Das múltiplas variáveis do complexo progresso humano, encontra-se a
dislexia, considerada como uma dificuldade peculiar da linguagem, no qual se revela
na língua escrita. De acordo, com Shimer, Fontou e Nunes (2004, p. 9):
Ela vai emergir nos momentos iniciais da aprendizagem da leitura e
da escrita, mas já se encontrava subjacente a este processo. É uma
dificuldade especifica nos processamentos da linguagem para
reconhecer, reproduzir, identificar, associar e ordenar os sons e as
formas das letras, organizando-os corretamente.

Deste modo, a criança com dificuldades na leitura e na escrita precisa de uma


rotina. Almeida (2011, p.17) “estas crianças precisam de rotina, elas necessitam dos
mesmos sinalizadores, do mesmo tom de voz, da mesma elaboração, da mesma
abordagem, da mesma maneira de começar, desenvolver e finalizar uma atividade”

(apud ALGERI, 2014, p.). Assim, essa conduta do professor possibilita que o
educando tenha concentração e evite desperdícios de força intelectual.
No entanto, sabe-se que alguns alunos necessitam de metodologias mais
especializadas, tempo diferenciado e um olhar mais atento. Procurando as diretrizes
teóricas para a compreensão destas dificuldades, dando ênfase especialmente na
escrita,
Embora o tema “dificuldades de aprendizagem” seja discursões de teóricos e
estudiosos há muito tempo, algumas vezes se caracteriza como um estereótipo,
pondo a criança num lugar de "não saber", ou mesmo não possuir capacidade de
executar as atividades que lhes são atribuídas pelo professor na Escola, como
também fora do contexto escolar.
É importante lembrar que antes das “dificuldades de aprendizagem” existe
uma criança capaz de aprender do seu modo e no seu tempo, com habilidades
diferentes das incomuns. Logo, o ensino da leitura e da escrita como sendo
essencial, não deve fazer com que sua aprendizagem seja um fardo pesado para a
criança.
Em conformidade com Ferreiro (2000, p. 30):
No caso da aprendizagem da língua oral, os adultos que rodeiam a
criança manifestam entusiasmos quando ela faz suas primeiras
tentativas para comunica-se oralmente. Ninguém espera que, desde
a primeira palavra emitida, a pronuncia seja correta. (...) Todos
tentam compreender o que a criança disse supondo que quis dizer
algo, e dão feedback linguístico ao responder as perguntas
parafraseando, quando necessário (...)

Por outro lado, a escritora afirma que em relação a língua escrita a conduta
do corpo escolar é totalmente o oposto, tendo em vista que quando a criança exerce
as primeiras tentativas de escrita é desqualificada, pois “não sabe escrever, faz
garatujas”. Deste modo a escolar não busca compreender o que a criança tentou
expressar, uma vez que desde muito pequenas o traçado deve ser certo, sem haver
erros na ortografia, negando-lhe o direito de achegar-se a escrita de uma maneira
diferente do convencional.
Dessarte, receosos em se expor, os alunos com dificuldades na escrita,
quando estão diante daqueles que nunca possuíram dificuldades, acabam optando
por não escrever, carecendo de mais um apoio por parte de pais e educadores para
se sentirem motivados a desenvolverem suas produções.
Uma das várias causas de evasão escolar e da prática delinquente por
adolescentes é o fracasso acadêmico. Devido à baixa autoestima, resultante de
experiências negativas, crianças e adolescentes apresentam comportamentos
antissociais. É provável ressaltar que de igual forma o fracasso social, causa baixo
desempenho escolar ou comportamento insociável, interferem no aprendizado.
A rejeição contribui para o envolvimento em grupo da rua, pois estes
carecem de encontrar valorização em outros meios e o desligamento da escola por
vontade própria, ou correspondente à expulsão. Este grupo é formado por sujeitos
com trajetórias parecidas, com estas atitudes os indivíduos vão em busca de
melhorar a autoestima, rebaixada pela família e pela instituição escolar.
O fracasso escolar também tem relação com o fruto de uma sociedade,
cujos valores sociais são determinados pelo capital e pelo sucesso social.
Segundo Cordié (1996, p. 17, apud DE FARIAS, 2007, p. ):
(...) não é somente a exigência que causa seus distúrbios, como se
pensa frequentemente, mas um sujeito que expressa seu mal-estar
na linguagem de uma época em que o poder do dinheiro e o sucesso
social são valores predominantes. A pressão social serve de agente
de cristalização para um distúrbio que se inscreve de forma singular
na história de cada um.

Á vista disso, a ausência na prática educativa, das vozes rejeitadas por tanto
tempo, isto é, as ditas “minorias”, não desenvolveram nada ao longo dos anos na
escola. A autora diz ainda, que o fracasso pode ser uma maneira do sujeito
expressar seu mal-estar, frente as imposições da sociedade.
Na visão de Fernández (2001) alguns aspectos familiares se caracterizam
como terreno fértil para a formação de sintomas na aprendizagem, já que a família
também é responsável pela aquisição da criança, uma vez que os pais dão os
primeiros ensinamentos e os próprios definem algumas características de
aprendizagem dos seus filhos. Ainda, de acordo com Fernández:

"(...) Esquematicamente, diríamos que em tais famílias encontramos


três questões insistentes: 1- A diferença significada como deficiência
e/ou preferência; 2- A escolha culpabilizada e significada como
ataque ao outro; 3- A circulação do conhecimento fragmentada, com
pouca mobilidade". (FERNANDEZ, 2001 apud BRAGA; SCOZ;
MUNHOZ, 2007).

Logo, evidencia-se que a participação da família é outro aspecto que deve


sempre ser levado em conta. Os estudos executados pela autora, afirmam que a
grande maioria das crianças com dificuldade de aprendizagem não se reconhece
como autora de sua produção, não se sente capaz e não tem confiança de pensar e
escrever alguma eficácia com seu pensamento.
Tais alegações, destina-se a relação aluno-professor, visto que, um dos
maiores influenciadores nas dificuldades de aprendizagem nas diferentes fases do
desenvolvimento, advém do encaminhamento metódico por professores, que
incessantemente não obtém domínio nas suas práticas pedagógicas, em virtude das
muitas dificuldades no processo.
Por tanto, as possibilidades e os prognósticos das dificuldades de
aprendizagem são divergentes. Surgem assim, a importância de propostas de
intervenção pedagógicas baseados nos processos fundamentais das habilidades de
leitura, de escrita, conforme as características dos problemas apresentados pelas
crianças, respeitando suas individualidades.
3.1 ENTRELAÇANDO A ESCRITA NA SALA DE AULA: uma proposta de
intervenção

A linguagem escrita está entrelaçada no contexto educativo e se faz presente


em situações do cotidiano de muitas crianças, contudo ela circula de formas muito
distintas e com significados diversos entre os grupos sociais. Para tanto, apropriar-
se de uma nova forma de se expressar e de se comunicar como o outro é algo
bastante complexo.
Partindo-se desse ponto, é visível a importância de adequações didáticas de
ensino/aprendizagem que alcancem a tais expectativas. Posto isto, se faz
necessário, repensar dois aspectos essenciais. De um lado, refletiremos acerca das
interações que as crianças estabelecem com a língua escrita. De outro, a respeito
do olhar sob a aprendizagem especifica de cada criança.
Mediante o exposto e dado a relevância de enxergar as dificuldades de
aprendizagem nos anos iniciais, através de outras lentes, bem como considerar as
diversas formas que elas se apropriam da língua escrita, elaborou-se uma proposta
de intervenção na perspectiva de contribuir para a dinamização de métodos
adequados no âmbito educacional da escola Centro Educacional Logos.
Em face disso, Texeira; Aliprandini (2013, p. 280 apud ALMEIDA 2002),
adverte que:
o objetivo da intervenção em estratégias de aprendizagem é fazer
aumentar o conhecimento do aluno acerca das estratégias de
aprendizagem existentes de modo a ajudá-lo a aplicar a melhor
estratégia que esteja de acordo com seu estilo. Também afirma que
a intervenção em estratégias de aprendizagem deve ampliar o
conhecimento dos alunos sobre elas, de modo a assegurar a
flexibilidade no seu uso, bem como contribuir para aumentar o
autoconhecimento e a autorregulação dos estudantes.

Desta forma, a presente proposta se justifica pela necessidade de


compreender e encontrar respostas, através de um estudo mais aprimorado, acerca
dos fatores que contribuem nas dificuldades dos alunos durante o processo de
aquisição, buscando ferramentas pedagógica motivadoras que auxiliem na execução
de novas práticas no contexto da didática educativa.
A proposta de intervenção, aqui formulada e exposta, foi planejada com base
na leitura de vários textos de um determinado gênero textual e em análise
linguística. Partindo da realidade vivenciada, o objetivo primordial desse trabalho é
contribuir questões que nos ajudem a pensar o processo de apropriação da
linguagem escrita pelas crianças e suas implicações pedagógicas, para como
valioso e indispensável suporte pedagógico junto a professores e alunos da escola,
campo de ação.
Busca-se situar teoricamente os processos de reinvenção e apropriação da
linguagem escrita pelas crianças. Igualmente importante, também propor um
trabalho com a leitura e a escrita nos anos iniciais que considere os processos de
apropriação das crianças e respeite os princípios destacados.
Imbuídos do propósito de transformar algumas ações que precisam ser
implementadas, dentre as quais, citamos: leitura em grupo, promoção de uma roda
de conversa para reflexão e interação oral e a realização de uma produção textual.
Logo, considerando-se a gama de oportunidades de aprendizagem durante este
processo, divulgar-se-á o material dos alunos nas redes sociais da instituição e na
biblioteca escolar, onde realizar-se-á uma exposição literária das produções para
todos os alunos.
Assim sendo, nossos estudos apontaram para uma possível proposta de
intervenção em aulas de Português, no qual os alunos buscarão informações acerca
do tema escolhido, traçarão um plano de organização das ideias para, então,
escrever o texto, o qual passará por revisão e reescrita, caso necessário.
É indubitável a necessidade de dinamizar as aulas de Português, como forma
facilitadora de integração aos diversos tipos linguagens. Nesse contexto, o uso de
jogos lúdicos se constitui um recurso de suma importância, visto que, a aula torna-se
mais prazerosa para a criança.
Segundo BRASIL (2016,p. 33):
A dimensão simbólica presente no brincar é essencial: a criança
inventa novas e imprevisíveis relações entre diversos objetos, sejam
eles brinquedos propriamente ditos ou não. A brincadeira transcende
o brinquedo, vai além dele, revestindo-o de imagens e possibilidades
de significado. Vygotsky analisa que a brincadeira cria a separação
na criança entre ação e significado. A ação da criança, no brincar,
orienta-se no sentido de que o significado predomine sobre os
objetos. O principal no brincar é a operação realizada pela criança
sobre os objetos por meio da linguagem.

Em suma, é fundamental que todos os envolvidos nesse processo estejam


engajados e comprometidos nos objetivos e ações que poderão trazer benefícios
proativos de aprendizados, e que o professor mantenha um olhar humano,
resgatando o seu papel de ensinar, considerando o potencial das crianças para
aprender e não se limitando as suas dificuldades. Portanto, a criança precisa ser
vista, compreendida, orientada e amada.

3.2 CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO

O Centro Educacional Logos, está localizado na Av. Tungstênio, 69 situada


no bairro JK, na Cidade de Currais Novos – RN, telefone 3512-0017. A mesma teve
sua inauguração no ano de 1999, funcionando em um prédio da Igreja Presbiteriana.
. É uma instituição de ensino privada que atende a modalidade de Ensino
infantil, Ensino fundamental e Ensino médio, funcionando nos turnos matutino e
vespertino, com 798 (Setecentos e noventa e oito) alunos e oitenta (80) funcionários
contratados e todos eles são habilitados na área em que lecionam.
O prédio tem uma estrutura de porte grande, com área total de 2130,50m2,
sendo 3200m2 construída, distribuído em três prédios contendo: 30(trinta) salas de
aulas, 1 área coberta para recreação, 2 refeitórios, 1 recepção, 1 sala de tesouraria,
1 sala de direção, 1 secretaria, 1 sala de vice direção, 3 sala de professores e
supervisores, 1 sala para atividades extracurriculares, 1 sala de mecanografia, 1
biblioteca, 2 cozinhas, 2 refeitório, 1 área livre, 1 quadra de esporte, 14 banheiros, 1
sala de música, 1 sala multifuncional, 4 almoxarifados e 1 salão de mídia.
Quanto às instalações hidráulicas, elétricas e pintura do prédio, percebe-se
que estão em boa ordem de conservação e quando necessário passam por reparos
para manter o bom funcionamento da escola.
O mobiliário das dependências da instituição escolar nas salas de aulas
encontra-se com um número de carteiras suficientes, em bom estado de
conservação, e nos setores administrativos e pedagógicos a mobília se encontra
suficientemente excelente/boa, dispondo de equipamentos pedagógicos como:
computador, projetor de slide, retroprojetor, filmadora, máquina fotográfica, aparelho
de som e máquina de xérox.
O acervo bibliográfico e materiais didáticos são suficientes, atualizados e bem
utilizados. Em relação às instalações físicas, estas dispõem de um excelente estado
de conservação e higiene. Enquanto a alimentação escolar, é de boa qualidade
suprindo a necessidade de todos.
3.3 ASPECTOS METODOLOGICOS DO TRABALHO

Segundo Minayo (2010, p. 14):

A metodologia é o caminho do pensamento e a prática exercida na


abordagem da realidade. Nessa concepção a metodologia inclui
simultaneamente a teoria da abordagem (o método), os instrumentos de
operacionalização do conhecimento (as técnicas) e a criatividade do
pesquisador (sua experiência, sua capacidade pessoal e sua sensibilidade).

A metodologia apresentada no vigente trabalho, incialmente será direcionada


e desenvolvida, através de um estudo sobre as dificuldades do aluno na
aprendizagem da escrita nos anos iniciais do ensino fundamental. Desde então,
exibir-se-á uma breve explanação acerca dos textos e suas variações linguísticas
em uma roda de conversa, cujo será avaliado os conhecimentos prévios que os
alunos possuem.
(...) podemos falar de conhecimentos prévios em diferentes níveis, na
medida em que as unidades organizativas dos processos de ensino e
aprendizagem podem ser de magnitudes diferentes (...) as unidades
organizativas dentro de um mesmo nível podem abranger do planejamento
geral (...) até o planejamento de unidades didáticas concretas e das lições
específicas dessas unidades. (...) em cada um dos níveis tem sentido falar
de conhecimentos prévios dos alunos, conhecimentos que, embora
logicamente relacionados, podem ser diferentes em função do grau de
generalidade ou especificidade com que são contemplados os novos
conteúdos em cada uma dessas unidades organizativas (MIRAS,1998, p.
71, apud ALEGRO, 2008, p. 47).

Diante da afirmação do autor, evidencia-se a importância de priorizar este


momento de discussão inicial com os alunos, avaliando o momento de fala,
oferecendo autonomia para os mesmos, oportunizando assim, comparações e
trocas de ideias com a turma, através do então conhecimento, já adquiridos por eles.
Com base nas concepções teóricas e metodológicas o presente trabalho, visa
desenvolver ações pedagógicas que contribuam na aprendizagem da escrita dos
alunos, onde os mesmos passam compreender a importância da linguagem escrita e
consigam apropriar-se de acordo com suas especificidades. Tais objetivos
orientarão, de acordo com os pressupostos centrais da pesquisa.
Partindo-se desse ponto, diante das informações obtidas no decorrer da
aula, será solicitado uma visita à biblioteca, onde os alunos possuirão acesso ao
acervo de revistas da instituição. Realizar-se-á leitura, em grupo, de textos escritos
no mesmo nível escolar, buscando informações do tema escolhido.
Em conseguinte, será promovida uma roda de conversa para reflexão oral,
levantando questionamentos sobre o que trata o texto, quem é o autor, a quem se
destina o texto, bem como, onde ele poderia ser veiculado/publicado, (TV, revista,
jornal, internet). Igualmente, importante, utilizar-se-á de jogos educativos no decorrer
do desenvolvimento da proposta pedagógica, como ferramenta de auxílio na
construção da linguagem escrita, explorando também a linguagem falada.
No decorrer do desenvolvimento das aulas, direcionar-se-á os alunos na
construção de uma escrita, acompanhando o desempenho e tirando dúvidas diante
da temática abordada.
Desta forma, considerando-se a gama de aprendizagem neste processo, o
encerramento da proposta interventoria, se dará a partir de uma exposição literária
realizada na biblioteca escolar, no qual os alunos serão colocados como
protagonistas ativos na apresentação das suas produções textuais.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Inicialmente, antes de quaisquer considerações, julga-se pertinente frisar


algumas idealizações que amadureceram durante a feitura deste artigo. As
dificuldades de aprendizagem e os problemas na escrita continuarão existindo; mas,
é viável e importante se ter um olhar sobre as dificuldades para poder reduzir o
impacto delas na vida dos alunos.
Em sociedades letradas como a nossa, a comunicação através da escrita está
presente em muitas situações quotidianas. A criança observa, pensa, faz perguntas,
formula hipóteses, experimenta e tira suas próprias conclusões. Contudo, a
aprendizagem da leitura e da escrita torna-se complexa para alguns alunos.
Pode-se verificar que há necessidade de a escola rever o processo de
aquisição da leitura e escrita, bem como escolher professores que estejam
capacitados para atuar nesse processo. É essencial um contato físico, o sentar ao
lado com o aluno para constatar sua evolução, e suas necessidades, direcionando-
os os caminhos que devem percorrer, para atingir o conhecimento desejado.
Neste contexto, as possibilidades e os prognósticos das dificuldades de
aprendizagem são divergentes. Surgem assim, a importância de propostas de
intervenção pedagógicas baseados nos processos fundamentais das habilidades de
leitura, de escrita, conforme as características dos problemas apresentados pelas
crianças, respeitando suas individualidades.
As ferramentas a serem usadas para auxiliar as crianças com dificuldades
podem ser bem variadas, dentre elas, destacamos o jogo como um instrumento que
oferece à criança um ambiente agradável, estimulando na mesma, a curiosidade e a
aprendizagem através da experiência. Vale ressaltar também, que o uso das
tecnologias incentiva o aluno neste processo, de forma atraente e variada. Além
disso, se faz importante o acompanhamento pedagógico específico, desde a
primeira ideia sobre a escrita.
Dessarte, o presente trabalho, leva-nos a refletir sobre diversas formas de
práticas educacionais e pedagógicas que amparem o educando na sua dificuldade,
nos sensibilizando a buscar cada vez mais o conhecimento aliado a teoria e a
prática para o exercício profissional e acadêmico. Assim sendo, os envolvidos no
processo educacional do aluno, tal qual a família, escola e sociedade, tem
importante papel na construção da escrita e leitura, para que se sintam integrados
no espaço social.
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